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CANTO

POSTEROLATERAL

Alessandra Cerri
INTRODUÇÃO

❏ Relacionado a instabilidade crônica, danos ao revestimento cartilaginoso, e


reconstruções mal sucedidas de ligamento cruzado;

❏ O diagnóstico certo e a intervenção cirúrgica são cruciais na qualidade de vida do


paciente;

❏ Lesões ligadas a roturas do ligamento cruzado, ligamentos mediais e meniscais;

❏ Grau I e grau II - mostram boa recuperação com o tratamento não cirúrgico e


imobilização precoce;

❏ Alterações ósseas podem ajudar no diagnóstico, como a fratura arqueada- fratura em


avulsão da fíbula.
ESTRUTURAS DO CANTO POSTEROLATERAL

❏ Responsáveis por resistir a angulação em varo e rotação externa da tíbia

❏ Estabilizadores secundários junto com os ligamentos cruzados prevenindo a translação


anterior e posterior durante a fase inicial da flexão (0º-30º)

❏ Estabilidade estática e dinâmica do canto posterolateral advém de estruturas capsulares


e não capsulares
PROFUNDA
❏ 3 porções: Cápsula lateral

MÉDIA Ligamento colateral lateral


SUPERFICIAL
Ligamento coronário (ligamento
Retináculo lateral da patela meniscotibial lateral)
Banda iliotibial e sua
Ligamento arqueado
expansão lateral Ligamentos patelofemorais
Ligamento popliteofibular
Bíceps femoral
Ligamento fabelofibular
Ligamento patelomeniscal
ESTRUTURAS DO CANTO POSTEROLATERAL

❏ Três principais estabilizadores:


❏ Ligamento colateral lateral (fibular)
❏ Tendão poplíteo
❏ Ligamento poplíteo fibular

❏ Frequentemente combinada com lesão


do ligamento cruzado posterior
LIGAMENTO COLATERAL LATERAL

❏ Estabilizador primário do estresse em varo e papel secundário da limitação da rotação


externa

❏ Extra-capsular

❏ RM: banda de baixo sinal de trajeto no aspecto lateral do fêmur distal ao aspecto lateral
proximal da fíbula.

❏ Bursa em J interposta entre o LCL e o bíceps femoral

❏ Avulsões nos sítios de inserção, rotura completa ou parcial intrassubstancial, edema


periligamentar nas entorses, avulsão óssea da cabeça fibular e espessamento (crônico).
COMPLEXO MIOTENDÍNEO POPLÍTEO
❏ Tendão poplíteo + músculo poplíteo + ligamento popliteofibular

❏ Estabilização dinâmica e estática na rotação externa

❏ Secundário na translação posterior junto com o ligamento cruzado posterior

❏ 2 bandas: posterior (tensa na extensão) e anterior (tensa na flexão)

❏ Injúrias normalmente envolvem a junção miotendínea e classificada como:

❏ Entorse

❏ Rotura parcial

❏ Rotura completa

❏ Avulsões no sítio de inserção femoral - reportar fratura (não confundir com ciamela ou
fabela)
LIGAMENTO POPLITEOFIBULAR

❏ Individualização do LPF: melhor com coronal no plano do tendão poplíteo (8-53%)

❏ Lesões:

❏ Avulsão do processo estiloide da fíbula

❏ Roturas parciais com aumento de sinal intrassubstancial ou peritendíneo

❏ Avulsão ligamentar

❏ Lesão sequencial:

❏ LCL → LPF → Tendão Poplíteo


LIGAMENTO FABELOFIBULAR E ARQUEADO

❏ Arqueado: espessamento ou reforço na cápsula posterolateral

❏ Y invertido - se inserindo no processo estiloide da fíbula, lateral ao LPF


❏ Porção lateral e medial → Lateral: superiormente a cápsula articular até o côndilo femoral lateral -
melhor visto na ausência da fabela
Medial: superomedial cruzando o tendão poplíteo para emergir junto a
cápsula posterior e ligamento poplíteo oblíquo - melhor visto na presença de
fabela

❏ Fabelofibular:

❏ Origem: margem lateral da fabela ou aspecto posterior do processo supracondilar do fêmur


❏ Trajeto vertical, paralelo ao LCL e insere no topo do processo estiloide fibular, lateral ao LPF e
posterior do tendão do bíceps femoral

❏ Lesão: suspeita com área de aumento de sinal pericapsular posterolateral

❏ Rotura da cápsula posterolateral nos casos de lesões mais severas


❏ Associado a avulsão da banda direto da cabeça curta do tendão do bíceps femoral
TENDÃO DO BÍCEPS FEMORAL

❏ Comumente envolvido nas lesões de CPL

❏ 2 cabeças → Longa ( origem na tuberosidade isquiática)

Curta (origem no prolongamento lateral da linha áspera do fêmur)

❏ As duas são compostas por duas bandas: direta e a anterior


❏ Cabeça longa -> inserção no aspecto anterior e posterolateral da cabeça fibular. Banda anterior
manda fibras que continuam distalmente como a aponeurose anterior
❏ Cabeça curta -> banda direta se insere no aspecto anteromedial da cabeça fibular e a anterior
passa medialmente ao LCL e insere no aspecto superolateral do côndilo tibial lateral.

❏ Injúrias: avulsão tendínea e óssea da cabeça fibular, roturas na junção miotendínea,


roturas agudas com hipersinal intrassubstancial e peritendíneo
MECANISMO DO TRAUMA E MANEJO DA
LESÃO CPL

❏ Relativamente incomum - 16%

❏ Golpe posterolateral no aspecto anteromedial proximal da tibia com o joelho em


extensão

❏ A maioria dos casos, é associado a lesão do ligamento cruzado e meniscal, bem como das
estruturas ligamentares mediais

❏ Classificação baseada no grau de instabilidade em varo no exame clínico

❏ Grau I → entorse leve com dor local posterolateral, sem clínica de frouxidão

❏ Grau II → rotura parcial e com leve frouxidão

❏ Grau III → rotura completa das estruturas cápsulo-ligamentares e com marcada frouxidão
ACHADOS DE IMAGEM

❏ RM: detecção precoce < 3 semanas

❏ Entorse → ligamento e tendão intactos circundados por edema

❏ Rotura parcial → alteração de sinal intrassubstancial e roturas musculares, ligamentares


ou tendíneas

❏ Rotura completa

❏ Suspeita de instabilidade CPL:

❏ Envolvimento de duas ou mais estruturas do canto - pp junção miotendínea poplítea, ligamento


colateral fibular, cápsula articular posterolateral

❏ Hemorragia e fluido posterior ao músculo poplíteo ou na região do ligamento arqueado e


cápsula posterolateral.
INJÚRIA ÓSSEA

❏ Ajudam na detecção de lesão do CPL

❏ Fraturas em avulsão da cabeça fibular - fratura arqueada ou sinal arqueado

❏ Mais comum: . Processo estiloide fibular no sítio de inserção do complexo arqueado (PF,
arqueado, fabelofibular)

. Margem lateral da cabeça fibular ( LCL e tendão do biceps


femoral)

❏ Microfraturas/ pequenas avulsões -> edema da cabeça fibular → correlacionar com a


radiografia

❏ Contusão no aspecto anteromedial do côndilo femoral, borda anteromedial do platô


tibial, fratura de Segond, fratura/avulsão do tubérculo de Gerdy
CIRURGIA

❏ Tratamento na fase aguda tem maior sucesso que nas lesões crônicas

❏ Reparo anatômico primário → primeiras 3 semanas da lesão com tecidos bons (suturas e
âncoras)

❏ Reconstrução → tecido com pouca vitalidade, não permite reparo primário e


instabilidade rotatória posterolateral crônica

❏ Autoenxertos - patelar, Aquiles, isquiotibiais, bíceps femoral e tibial → pp substituídos ou


reforçados: ligamento colateral fibular, cápsula posterolateral, tendão poplíteo, ligamento
popliteofibular

❏ Crônicos com instabilidade e frouxidão → avanço proximal: remove ligamento colateral


fibular e tendão poplíteo e reinseridos no fêmur mais proximal

❏ Instabilidade em varo crônica -> requer osteotomia tibial em valgo proximal antes do
reparo ligamentar
OBRIGADA !!

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