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LUXAÇÃO DE JOELHO

REVISÃO TEOT 2022


Revisão da anatomia
• Capítulo de Luxação de joelho do Rockwood 9th
COMPARTIMENTO MEDIAL
• LCM -> 03 componentes
principais que se fundem
– LCM superficial
– LCM Profundo
– Ligamento oblíquo posterior
• Canto Postero-Medial
– Anatomia posterior ao LCM que
se estende até o LCP
– Composto por:
• Ligamento oblíquo posterior (LOP)
• Tendão do semimembranáceo
• Ligamento Poplíteo oblíquo
• Corno Posterior do Menisco
medial
• Cápsula articular medial
COMPARTIMENTO MEDIAL
• LCM Superficial
– Origem: 3,2mm proximal e 4,8mm posterior ao epicôndilo medial
– Inserção: 60mm da superfície articular da tíbia
• LCM Profundo
– É um espessamento vertical da cápsula , abaixo do LCM superficial - alguns
casos separados por uma bolsa
– Formado por componentes meniscofemoral e meniscotibial
– Fixa-se imediatamente abaixo da cartilagem do platô tibial medial
• Lig. Obliquo Posterior
– Abre-se obliquamente e insere-se por meio de 03 ramos
• Central, capsular e superficial
– Origem: 7,7 mm distal e 6,4 mm posterior ao tubérculo adutor e 1,4 mm distal
e 2,9 mm anterior ao tubérculo gastrocnêmio
COMPARTIMENTO
MEDIAL
• Dinamicamente reforçado
pelos t. Pata de ganso,
vasto medial e
semimebranáceo

• LCM lesado em 44% das


luxações
– Grande maioria avulsões
distais

• Canto póstero-medial
– 81% de lesão de pelo menos
uma estrutura
COMPARTIMENTO MEDIAL
• LCM
– Superficial: estabilizador primário em valgo em
todos os ângulos de flexão e primário para rotação
lateral a 30º
– Profundo: Estabilizador secundário
– LOP: estabilizador primário para rotação medial em
todos os ângulos de flexão
– Secundário para movimento ântero-posterior
COMPARTIMENTO MEDIAL
• CPM
– Estabilizador primário em valgo com joelho em
extensão
– Restritor primário RE
COMPARTIMENTO LATERAL
• Lesões CPL ocorrem em associação com lesão LCA e LCP em 43-80%
casos
• LCL, Tendão poplíteo, ligamento poplíteo fibular, bíceps femoral, gastrocnêmio
lateral e trato iiliotibial
• CPL resiste forças de estresse em varo, Rotação lateral e translação
posterior
– LCL -> Estabilizador estático primário em varo em todos os ângulos de flexão,
especialmente entre 0-30º. Sendo o CPL e LCP importantes estabilizadores
secundários
– Complexo poplíteo e LCL -> Limitação primária a rotação lateral
• LCL-> restrição primária em 0-30º
• Tendão poplíteo e LPF -> angulos superiores à 60º de flexão
ANATOMIA POSTERIOR
• LCP, cápsula, e inserções do músculo poplíteo e semimembranáceo.
– LCP maior lig. Intra articular (média de 38 mm de comprimento e
13 mm de diâmetro)
• Surge na face lateral côndilo medial → se insere na tíbia
posterior
• Banda AL (maior – 85% e mais importante) e PM

– LCP é restritor primário a posteriorização tíbia e restritor


secundário da RE a 90º

– LESÃO EM 87% CASOS DE LX JOELHO


– Geralmente avulsões proximais ou lesões intrassubstanciais
ANATOMIA POSTERIOR
• Artéria Poplítea
– Após artéria femoral atravessar o hiato do adutor magno
– Divide-se em A. Tibiais anterior e posterior na borda
inferior do poplíteo
– Em risco durante luxação
• Vaso está aprisionado proximalmente pela inserção tendinosa
do adutor magno no epicôndilo medial e distalmente pelo
tendão solear
ANATOMIA DO LCA
• Lig intra-articular ; extrassinovial
– Média de 22 a 41 mm de comprimento e 7 a 12 mm de diâmetro
– Banda AM e PL
– Origem: borda póstero medial côndilo femoral lateral → fossa intercondilar
tibial anterior (ant LCP)
– Inserção tibial 120% + forte
– Restritor primário anteriorização tíbia
• Flexão → banda AM tensa
• Extensão → banda PL tensa
INTRODUÇÃO
• Lesões devastadoras com potencial de
complicações ameaçadoras ao membro
• Tradicionalmente consideradas raras
– Com maior suspeita e maior precisão diagnóstica
• Crescente frequência

• Incidência provavelmente segue subestimada


– 67% redução espontânea na apresentação **
– lesão de 3 dos 4 ligamentos, mesmo com joelho reduzido na
admissão, se considera luxação de joelho

• Adultos jovens, sexo masculino (25-35a)


MECANISMO DA LESÃO
• Mecanismos variados
• Hiperextensão e
associação com forças em
varo, valgo ou rotacionais
– Resultando em diversos
padrões de lesões
ligamentares
MECANISMO DA LESÃO
• Traumas alta energia (91%)
– Veículos automotivos (52%)
– Motocicletas (17%)
– Atropelamentos (16%)
• Outras lesões sistêmicas associadas

• Trauma baixa energia


– Esportes (futebol e hipismo)

• Energia “ultrabaixa”
– Obesos vitimas de queda de
mesmo nível
Obesos tem maior propensão a luxar joelho em quedas
ALTOS ÍNDICES DE COMPLICAÇÕES NV APESAR DE BAIXA ENERGIA
MECANISMO DA LESÃO
Mecanismo de Lesão
• Hiperextensão do joelho/luxação anterior – mais comum.

• Associado ao varo/valgo e rotações : lesão lig colaterais

• Hiperextensão(Kennedy)

– 10° LCA é o primeiro a se romper


• Baixa tensão – avulsão tibial
• Alta tensão – 1/3 médio substância

– 30° LCP e cápsula posterior


• LCP baixa tensão – 1/3 médio substância
• LCP alta tensão – avulsão femoral

– 50° lesão da Artéria poplítea associada


Mecanismo de Lesão
• LCA
– Rompido por forças transversais
– Maioria rupturas 1/3 médio substância(45%)
– Avulsão femoral (34%) e seguido avulsão tibial
(21%) – Campbell 14th
Rockwood 9th
• 32% rupturas intrassubstanciais
• 24% avulsões femorais
• 26% avulsões tibiais

• LCP
– Rompido por forças paralelas
– Mais comum, avulsão femoral (76%) seguido
da lesão na substância (17%) e avulsão tibial
(7%)
– Se trauma de baixa energia, + na substância
Mecanismo de Lesão
• Joelho flexão em 90 graus:
– Paciente sentado com trauma sobre o painel do
carro (anterior p/ posterior).
Lesões Associadas
• Fx ipsilaterais associadas (56%): platô tibial, acetábulo,
femur, rebordo tibial

• Luxação exposta: 19-35% (5 a 17% Rockwood)

• Amputação: 13-40%

• Lesão nervosa (14-35% casos)

• Lesões vasculares (7-64%)


Lesões Associadas
• Lesão nervosa (14-35% casos): N fibular ( 25% casos )

– Lesão + comum por tração


– Luxação póstero-lateral
– Recuperação em até metade dos casos de lesão fibular
– Se paralisia completa inicial a recuperação é incerta

– Fatores risco: homens, IMC elevado e com fx cabeça


fíbula
• Lesão “Irredutível”
– Luxação Póstero Lateral da tíbia em decorrência de
força em valgo
– Côndilo medial do fêmur é forçado por meio da
cápsula em direção antero-medial
• Interposição da cápsula medial
• Encarceramento do LCM –Sinal da Casa de botão
– URGÊNCIA: redução aberta
Lesões Associadas
• Lesões vasculares (7-64%)

– Artéria poplítea entre o hiato adutor e o arco distal do


músculo sóleo

• Pouco móvel ; susceptível tração e contra-tração


• Lesões em até 50% dos casos

– Luxação anterior: lesões por tração com ruptura da íntima


– Luxação posterior: normalmente lesão completa por
contusão

– Presença de pulso não descarta lesão vascular


– Lesão da poplítea >>> revascularização em 6-8h
Lesões Associadas
• Lesões vasculares (Campbell)
– Mais comum em luxações anteriores devido sua
“rigidez”
– Rompimento da camada íntima e possível
subsequente oclusão arterial
– Mais comuns em lesões de alta energia
SINAIS E SINTOMAS
• Emergência ortopédica (risco neurovascular)

• Lembrar da possibilidade de redução espontânea (50%-


67% casos)

• Alto nível de suspeição: recurvato > 30 graus,


instabilidade AP > 1cm, hemartrose

• Clínica variável
– Sinais sutis: dor, inchaço, abrasão
– Instabilidade ligamentar grave
– Deformidade grave ou luxação irredutível
SINAIS E SINTOMAS
• Exame físico limitado na grande maioria
– Membro dolorido para manipulação
– História acurada dos eventos, mantendo grau de
suspeição
– Avaliar escoriações pré-patelares
• Exame físico seriado deve ser realizado após um
período de imobilização, observação e gelo
• Se necessária redução
– Exame com paciente anestesiado
• Avaliar integridade do mecanismo extensor
EX COMPLEMENTARES
• Diagnóstico:
– RX: AP e Perfil; Obliqua a 45º
–i
• Rx controle pós redução:
– Avaliar presença de fraturas-avulsão, lesão
osteocondral, subluxação, sinal capsular
lateral (Segond)
– Avaliar assimetria entre espaços articulares
medial e lateral (alargamento)
– Avaliar posteriorização da tíbia em relação
ao fêmur → lesão LCP
EX COMPLEMENTARES
• Tibial rim fracture
– Fratura do aspecto anterior
do platô tibial
– Casos em que o fêmur
“pressiona” parte anterior
da tibia e reduz
espontaneamente
– Deve conduzir para
investigação de outras
lesões associadas
ROCKWOOD 9TH: Arcuate sign → Fx avulsão cabeça fíbula (avulsão óssea lig.
colateral fibular distal + fixação t. Bíceps femoral na cabeça da fibula);
patognomônico de Lesão CPL
EX COMPLEMENTARES

• Nos casos crônicos


– 03 semanas ou mais após ocorrida a lesão

– AP com carga ; perfil ; PA em flexão , axiais e


panorâmica (todas bilateral – comparativo )
EX COMPLEMENTARES
• Radiografias com Estresse (comparativas)
– Sob fluoroscopia
• Valgo -> lesões do compartimento medial
• Varo -> lesões do compartimento lateral
• Em gaveta posterior -> LCP
– Lateral (diferença entre membros)
• 2,7mm -> lesão isolada de LCL
• > 4.0mm -> LCL + CPL
– Medial
• 3,8mm -> lesão isolada de LCM
• > em média 9,8mm -> LCM + COM
– Gaveta Posterior
• Grau II -> lesão isolada de LCP (>8mm)
• Grau III -> LCP e CPL (>12mm)
EX COMPLEMENTARES
• RNM
– Padrão-ouro para patologias ligamentares
– Localização precisa da lesão ligamentar
– Obs: Quando necessária estabilização temporária
com fixador externo devida instabilidade
• Priorizar fixadores externos compatíveis com RNM
• Muitas vezes estudo é postergado até retirada do fixador
AVALIAÇÃO VASCULAR
• Técnica ideal para triagem ainda é tópico de
discussão
– Em casos de “sinais expressivos” de isquemia
(Membro frio e sem pulso) com zona de lesão
conhecida (luxação de joelho/artéria poplítea)
• Cir. Vascular poderá realizar exploração arterial imediata ao
nível do joelho, sem necessidade de exames
– Caso zona de lesão não for determinada (projétil com
zona de explosão), como rotina deve ser realizada
arteriografia
AVALIAÇÃO VASCULAR
• Em casos de sinais leves de isquemia
– Membro levemente mais frio que contralateral porém
com pulsos palpáveis ou diminuídos
• Deve-se prosseguir com exames complementares

– Recomendação do autor: investigação de lesão vascular


em todas luxações do joelho documentadas ou
presumidas
– Pulsos palpáveis podem estar presentes mesmo em uma
lesão importante da a. Poplítea
AVALIAÇÃO VASCULAR
• Índice TNZ-braquial (ITB)
– ITB: cuff braço e cuff acima do
maléolo
• Doppler avalia pressão sistólica
MS e MI
• Pressão sistólica MI divido PS
MS
• ITB: 0.91-1.3 → NORMAL
• ITB: < 0.90 → INVESTIGAÇÃO

– ITB > 0.9 → VPN 100% ( se ITB > 0.9


chance de haver lesão maior é
quase ZERO )
AVALIAÇÃO VASCULAR
• ARTERIOGRAFIA SELETIVA ( S 95% ; E 93% ), é o Gold
Standard,mas é controverso !
– Avaliar pulso tibial e pedioso; pulso normal não exclui lesão !
(colaterais )
– Realizar redução e avaliar estado circulação pós redução (Obs 48hs)
– Se circulação ANORMAL pós redução >> EXPLORAÇÃO CX IMEDIATA
– revascularização (máx. 8 hrs)
– Se sinais de isquemia e local da lesão é incerto (Ex. FAF) → exame
Não adiar cirurgia para realizar o exame (arteriografia)
– A arteriografia é justificável mas NÃO obrigatória
– RISCOS: toxicidade, pseudoaneurisma, anafilaxia
AVALIAÇÃO VASCULAR
• ANGIOTOMOGRAFIA
– Atualmente amplamente utilizada
– Menos invasiva
– 75% menos radiação que arteriografia convencional
– Quase 100% S e E
– Nem sempre uma boa opção no politraumatizado
– Reações adversas ao contraste

• USG DUPLEX
– Não invasivo
– S 90% e E 68%
– Operador dependente
Lesão grave,
ahm?
AVALIAÇÃO VASCULAR
• RESUMO

– Luxação joelho suspeita


→ ITB

– ITB > 0.9 → seguimento


clínico cada 2hs

– ITB < 0.9 → Doppler ou


AngioTC
CLASSIFICAÇÃO
• Kennedy (KeNnEE Dyslocation) -> DIRECIONAL

– Anterior (hiperextensão): + comum

– Posterior (trauma anterior tíbia – painel carro)

– Medial (valgo)

– Lateral (varo) – mais lesão n. fibular (póstero-lateral)

– Rotatória ( ântero-medial, ântero-lateral, póstero-medial e póstero-


lateral) – trauma indireto com componente torcional
Luxação póstero-lateral
• Rara
• + comum das rotacionais
• Irredutível (as vezes)
• Presença de sulco medial transversal
• Lesão em “casa de botão” com o
côndilo femoral medial através da
cápsula medial e o LCM invaginado na
articulação
• Mecanismo: força de abdução no
joelho fletido + rotação interna da tíbia
• Alta incidência de paralisia do nervo
fibular
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
• Schenke e cols.
– LEVA EM CONSIDERAÇÃO AS
ESTRUTURAS LESADAS
• I: ruptura LCA ou LCP/ + 1 colateral

• II: LCA + LCP / colaterais íntegros (incomum)

• III M: LCA + LCP + LCM / lado lateral íntegro


• III L: LCA + LCP + LCL / lado medial íntegro

• IV: lesão dos quatro ligamentos

• V: Fratura-luxação
Classificação
• Schenke e cols.

• KD: knee dislocation

• C: lesão arterial

• N: lesão neurológica

• Números romanos: quantidade de


ligamentos rompidos
Classificação
• Schenke e cols.
– KDI: luxação do joelho com ruptura isolada de 1 ligamento cruzado +
1 colateral

– KDII: LCA/LCP rompidos. Colaterais íntegros

– KDIIIM: LCA/LCP/LCM rompidos

– KDIIIL: LCA/LCP/LCL-CPL rompidos

– KDIV: LCA/LCP/LCM/LCL-CPL rompidos

– KDV: Fratura luxação do joelho


TRATAMENTO
• Imobilização prolongada x Reparo Precoce
– Cirúrgico leva a melhores resultados clínicos

• Objetivos:Joelho in
– ADM ampla, Joelho indolor, Estabilidade ligamentar

• Redução
– Anterior
• Tração/elevação do fêmur

– Posterior
• Tração/anteriorização tíbia

• AVALIAR STATUS VASCULAR ANTES E APÓS REDUÇÃO SEMPRE !


CONSERVADOR
• Indicação:
– Pacientes criticamente doentes sem condição cirúrgica
– Idosos sedentários ***
– Politraumas sem condições cx
– Inexistência de lesões vasculares, nervosas ou Sd compartimental

• Método:
– Órtese longa de perna bloqueada em extensão ou gesso cilíndrico
por 3 a 6 semanas

– Campbell -> tala posterior em 30-45º é preferível, se o joelho estiver


estável nesta posição. Aproxima as estruturas posterior capsular e
posteromedial e CPL, reduzindo a tensão sobre os vasos poplíteos
CONSERVADOR
• Protocolo:
– Imobilizar joelho em 6 semanas
– Após remoção com manipulação sob anestesia

• Reabilitação:
– Ênfase na obtenção da máxima mobilidade joelho
FIXADOR EXTERNO
• Articulação altamente instável
• Menos invasivo que reparo/reconstrução ligamentar
• Considerado “Conservador”
• Em casos de lesão vascular:
– Indicado antes do procedimento
• Feridas expostas, fraturas associadas, Sd compartimental
• Complicação -> infecção no trajeto dos pinos, podendo colocar em
risco os procedimento subsequentes
• Aumenta risco de artrofibrose
• Não deve constituir prática rotineira
CIRÚRGICO
• Duas categorias
– Urgência
– Não urgência
• Precoce (1-3 semanas)
• Retardada (>3 semanas)
URGÊNCIA
– Luxação joelho com lesão arterial
• Fixador externo de estabilização temporária

– Luxação joelho com sd compartimental


• Fasciotomias e avaliar estabilidade (Técnica de Mubarak e Owen )
– Se estável -> Terapia de pressão negativa na ferida e órtese
– Se instável -> Fixador externo

– Luxação joelho exposta


• Fixador externo -> provável necessidade de novos procedimentos

– Luxação joelho irredutível


• Geralmente Lx póstero lateral com interposição medial
• Acesso sobre linha média ou acesso medial
• Reparo vascular com veia safena + fasciotomia profilática SEMPRE !
URGÊNCIA
• Limpeza diária dos locais dos pinos
• Paciente deve realizar elevação do membro
• Em casos de exposição ou fasciotomia -> novo
desbridamento em 48h
CIRURGIA NÃO URGENTE
• Reconstrução > reparo (de maneira geral tanto para
lesões centrais como laterais)

• Precoce (até 3 semanas)


– Ausência de indicações emergenciais
– Indicações
• Ruptura extensa do aspecto medial
• Lesão meniscal (invertida ou deslocada) impedindo os exercícios
de amplitude de movimento
– Reconstrução ligamentar em segundo estágio
ABORDAGEM EM ESTÁGIOS
– Abordagens seriadas (2 tempos)
• Exame sob fluoroscopia + FE + profilaxia
TVP + RNM
• Reparo ou reconstrução (3-6 semanas)
– Cirurgia postergada: melhor controle de
partes moles e vascular, controle lesões
associadas, MENOS ARTROFIBROSE
PLANEJAMENTO Sabe Isaías, sem
planejamento
não tem
cirurgia…
Tratamento Cirúrgico
• Canto póstero-lateral: reparo agudo (Rockwood)

• LCM: lesão na substância do ligamento tem


capacidade de cicatrização. Não é reparado
agudamente

• LCA/LCP: lesões na substância dos ligamentos podem


ser reconstruídas posteriormente/ lesões com
avulsão óssea são reparados na fase aguda

• LCL/LCM: lesões por avulsão são reparados na fase


aguda
Preferência Cirúrgica
• KDI (1 cruzado e 1 colateral)

– Pode tratar o LCA no momento agudo ou adiar


– Se ruptura total do canto póstero-lateral considerar reparo
imediato

• KDII (LCA e LCP rompidos/colaterais intactos)


– Reconstruir o LCP primeiro e postergar o LCA
Preferência Cirúrgica
• KDIIIM (Ruptura dos cruzados + LCM)
– Depende do tipo e extensão da lesão medial
– Reconsruir LCP e LCM ( 25 graus flexão)

• KDIIIL (Ruptura dos cruzados + LCL)


– Depende do tipo e extensão da lesão lateral
– Reconstrução aguda precoce LCP e CPL

• KDIV (LCP, LCA, LCL, LCM)


– Reconstruir primeiro LCP e LCL
CIRÚRGICO
• Reparo do LCL e CPL
– Incisão lateral
• 6 cm na parte média da junção cabeça/colo da fíbula
• Avanço por 2 cm proximalmente ao êpicondilo lateral
• Dissecção até Banda IT
• 3 incisões descritas por Terry e LaPrade
– 1ª na substancia intermediária da banda IT, prolongando até o tubérculo
de Gerdy
– 2ª entre Banda e tendão do bíceps
– 3ª posterior ao bíceps (N fibular)
• Pontos ancorando no LCL e bíceps e em seguida passando por
orifícios perfurados na cabeça da fíbula e fixados ao osso
CIRÚRGICO
• Reparo do LCM/CPM

– Abordagem por linha média ou incisão medial


distinta
– 4cm até a camada da fáscia crural e identificação,
sob fluoroscopia, do ponto isométrico de inserção
femoral do LCM superficial -> Método de Wijdicks
CIRÚRGICO
• Reparo do LCM/CPM
– Inserção de parafuso
com arruela em seguida
faz-se a fixação
– Funcionam como um
poste
CIRÚRGICO
• Avulsões distais do LCM
– Incisão AM de 4 cm entre a borda PM da tibia e o tubérculo tibial
– LCM superficial localizado imediatamente abaixo dos tendões da
pata de ganso
• Grande maioria das lesões ocorre abaixo destes tendões
• Utilzação de “poste” similiar a lesão proximal
• Tensionamento deve ser com 20-30º de flexão e leve varo

– Lesão de Stener
• Fibras distais do LCM invertem sobre os tendões grácil e
semitendíneo
• Fixação semelhante
Complicações
• Perda de movimento e rigidez ( + Comum pelo Campbell 14 th )
• Falha do enxerto
• Infecção
• Deiscência da ferida
• Artrofibrose
• Ossificação heterotópica
• Necessidade de manipulações sob anestesia
• Lesão da artéria poplítea
• Lesão do nervo fibular
• Instabilidade
• Gonartrose
• Dor crônica
Complicações
• Lesão da artéria poplítea durante reconstrução LCP

– Medidas de Prevenção

– Joelho fletido 90 graus durante perfuração túnel

– Usar proteção para evitar progressão broca

– Fluoroscopia intraop diminiu chance de lesão


Reabilitação
• Reinserção imediata LCP e canto possibilita
ganho ADM imediato e agressivo para
posterior reconstrução LCA após 6 semanas
QUESTÕES
1000 Perguntas
538 – As luxações posteriores do joelho
apresentam maior incidência de lesão da artéria
poplítea que as luxações anteriores.
( ) Certo ( ) Errado
1000 Perguntas
538 – As luxações posteriores do joelho
apresentam maior incidência de lesão da artéria
poplítea que as luxações anteriores.
( ) Certo ( X ) Errado

Referencia: Campbell 8a Ed
TARO 1999
55. Com relação às luxações traumáticas do joelho, é correto afirmar que:
a) as anteriores são as mais freqüentes e geralmente produzidas por
mecanismo de hiperextensão ;
b) as mediais são mais freqüentes e o complexo ligamentar medial é o
primeiro a se romper na seqüência de lesões;
c) a incidência de lesões neurológicas é baixa, situando-se em torno de 5%
dos casos;
d) o tratamento cirúrgico das lesões ligamentares se impõe, devendo ser
feito na emergência, com reconstrução de todos os ligamentos lesados;
e) o tratamento conservador geralmente proporciona melhores resultados
clínicos a longo prazo, com menor incidência de artrose.
TARO 1999
55. Com relação às luxações traumáticas do joelho, é correto afirmarque:
a) as anteriores são as mais freqüentes e geralmente produzidas por
mecanismo de hiperextensão ;
b) as mediais são mais freqüentes e o complexo ligamentar medial é o
primeiro a se romper na seqüência de lesões;
c) a incidência de lesões neurológicas é baixa, situando-se em torno de 5%
dos casos;
d) o tratamento cirúrgico das lesões ligamentares se impõe, devendo ser
feito na emergência, com reconstrução de todos os ligamentos lesados;
e) o tratamento conservador geralmente proporciona melhores resultados
clínicos a longo prazo, com menor incidência de artrose.
TARO 1999
• Luxações Traumáticas do Joelho
• É incomum e deve ser tratada como emergência ortopédica. A verdadeira incidência é
subestimada, e de 20-50% reduz espontaneamente. O joelho é um articulação ginglimóide e a
cada passada, recebe de 5-10 vezes o peso do corpo. O arco normal vai de 10-140 grau com
cerca de 8-12 graus de rotação durante a flexo-extensão.
• O mecanismo de trauma é de alta energia em geral, e a hiperextensão com ou sem
varo/valgo leva a luxação anterior (31% das luxações é anterior pura). A flexão leva a luxação
posterior (25% é posterior pura). Fratura de fêmur, acetábulo e planalto tibial estão associadas.
A lesão vascular, através da ruptura ou lesão intimal da poplítea, está presente em cerca de 20%
dos casos. Quando as luxações são anteriores, resultam em lesão intimal, quando posteriores,
resultam em lesão completa da artéria. A lesão neurológica do nervo fibular está presente em
cerca de 10-35% dos casos, sendo comumente associada a lesoes póstero-laterais., sendo a
exploração primária e após 3 meses com prognóstico ruim.
• Seqüência de lesão numa luxação anterior: LCA, seguido de LCP e cápsula posterior a 30º
de hiperextensão e artéria poplítea aos 50º de hiperextensão
TARO 2002
144. Todo trauma de joelho, comprometendo
três ou mais dos principais ligamentos que
estabilizam esta articulação, deve ser
considerado a possibilidade de ter ocorrido uma
luxação.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2002
144. Todo trauma de joelho, comprometendo
três ou mais dos principais ligamentos que
estabilizam esta articulação, deve ser
considerado a possibilidade de ter ocorrido uma
luxação.
( X ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2002
198. A arteriografia femoral deve ser feita
rotineiramente nos casos de luxação anterior do
joelho após a redução da mesma.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2002
198. A arteriografia femoral deve ser feita
rotineiramente nos casos de luxação anterior do
joelho após a redução da mesma.
( ) Certo ( X ) Errado ( ) Não sei
1000 Perguntas
A luxação de joelho pode ocorrer com um dos
ligamentos cruzados intactos.
( ) Certo ( ) Errado
1000 Perguntas
A luxação de joelho pode ocorrer com um dos
ligamentos cruzados intactos.
( X ) Certo ( ) Errado
TARO 2005
201. Na luxação anterior do joelho, a lesão da
artéria poplítea ocorre quando a hiperextensão
é maior que 50 graus.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2005
201. Na luxação anterior do joelho, a lesão da
artéria poplítea ocorre quando a hiperextensão
é maior que 50 graus.
( X ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei

HIPEREXTENSÃO: LCA é o primeiro a se romper – 10 graus


A 30 graus rompe o LCP e a cápsula posterior
A 50 graus lesão da artéria poplítea
TARO 2005
223. Nas luxações do joelho, a lesão do nervo
fibular comum é mais freqüente que a da artéria
poplítea.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei
TARO 2005
223. Nas luxações do joelho, a lesão do nervo
fibular comum é mais freqüente que a da artéria
poplítea.
( ) Certo ( X ) Errado ( ) Não sei

Lesão da artéria poplítea (50%)


Lesão do n. Fibular (25%)
TARO 2005
• Errado. Rockwood 1, 2 + Júpiter 3 + Moore 4
• 1- O fibular tem alto risco de lesão nas luxações do joelho (14-35%),
principalmente com luxação póstero-lateral e associado a lesão do
complexo ligamentar lateral.
• 2- Os nervos fibular e tibial não estão tão firmemente fixados como a
artéria poplítea e portanto são menos propensos a lesão.
• 3- A poplítea é “fixa” proximalmente no hiato adutor (femoral vira
poplítea) e distalmente no arco solear.
• 4- A a. poplítea se divide nas aa. tibiais anterior e posterior ao nível da
borda inferior do músculo poplíteo. A a. fibular é o maior e mais
importante ramos da a. tibial posterior.
TARO 2006
128 – Na luxação do joelho há,
necessariamente, ruptura dos dois ligamentos
cruzados.
( )Certo ( )Errado ( )Não sei
TARO 2006
128 – Na luxação do joelho há,
necessariamente, ruptura dos dois ligamentos
cruzados.
( )Certo ( X )Errado ( )Nãosei
TARO 2006
228 – Na luxação do joelho com lesão da artéria
poplítea, o cirurgião deve limitar as reparações
das lesões ligamentares àquelas visíveis pela via
de acesso para a abordagem vascular.
( )Certo ( )Errado ( )Não sei
TARO 2006
228 – Na luxação do joelho com lesão da artéria
poplítea, o cirurgião deve limitar as reparações
das lesões ligamentares àquelas visíveis pela via
de acesso para a abordagem vascular.
( X )Certo ( )Errado ( )Não sei
TARO 2007 e 1000 Perguntas
34. Na luxação do joelho com ausência de pulsos distais
após a redução, a conduta mais bem indicada é
a) a exploração imediata para reparo vascular.
b) fazer um DOPPLER do membro afetado na
emergência.
c) fazer arteriografia imediata do membro afetado.
d) a observação clínica, considerando-se a alta
probabilidade de espasmo vascular
TARO 2007 e 1000 perguntas
34. Na luxação do joelho com ausência de pulsos distais
após a redução, a conduta mais bem indicada é
a) a exploração imediata para reparo vascular.
b) fazer um DOPPLER do membro afetado na
emergência.
c) fazer arteriografia imediata do membro afetado.
d) a observação clínica, considerando-se a alta
probabilidade de espasmo vascular
TARO 2010
63 – A ruptura do mecanismo extensor do
joelho é mais frequentemente associada à
luxação traumática
a)anterior.
b)posterior.
c)póstero-medial.
d)póstero-lateral.
TARO 2010
63 – A ruptura do mecanismo extensor do
joelho é mais frequentemente associada à
luxação traumática
a)anterior.
b)posterior.
c)póstero-medial.
d)póstero-lateral.
TEOT 2013
79 – Na luxação do joelho na classificação de
Schenk o KD II apresenta quais lesões:
A. Ligamentos cruzados anterior e posterior
B. Ligamento cruzado anterior mais um colateral
C. Lesão dos colaterais
D. Lesão do LCP mais um colateral
TEOT 2013
79 – Na luxação do joelho na classificação de
Schenk o KD II apresenta quais lesões:
A. Ligamentos cruzados anterior e posterior
B. Ligamento cruzado anterior mais um colateral
C. Lesão dos colaterais
D. Lesão do LCP mais um colateral
TARO 2016
• A luxação aguda do joelho com ruptura
dos ligamentos cruzados e integridade dos
colaterais é classificada, segundo Schenck,
como:
• a) KD1
• B) KD 2
• C) KD3
• d) KD4
TARO 2016
• A luxação aguda do joelho com ruptura
dos ligamentos cruzados e integridade dos
colaterais é classificada, segundo Schenck,
como:
• a) KD1
• B) KD 2 KDI: Lesão de um ligamento cruzado + um
colateral
KDII: Lesão de dois ligamentos cruzados, mas
• C) KD3 colaterais preservados
KDIII: Lesão de 2 ligamentos cruzados, um
colateral lesado (M ou L)
• d) KD4 KDIV: Todos lesados
KDV: luxação com fratura periarticular
TEOT 2021
79 – Na luxação do joelho tipo KD II, segundo
Schenk, encontram-se lesionados:
A. Os dois ligamentos colaterais
B. Os dois ligamentos cruzados
C. Um ligamento colateral e um cruzado
D. Um ligamento cruzado e o canto
pósterolateral
TEOT 2021
79 – Na luxação do joelho tipo KD II, segundo
Schenk, encontram-se lesionados:
A. Os dois ligamentos colaterais
B. Os dois ligamentos cruzados
C. Um ligamento colateral e um cruzado
D. Um ligamento cruzado e o canto
pósterolateral
• A respeito da classificação das luxações de
joelho:
• a) a anterior é a mais comum
• b) a posterior tem baixa associação com
lesão do mecanismo extensor
• c) a posteromedial é irredutível
• d) a posterior causa lesão arterial por tração
• A respeito da classificação das luxações de
joelho:
• a) a anterior é a mais comum
• b) a posterior tem baixa associação com
lesão do mecanismo extensor
• c) a posteromedial é irredutível
• d) a posterior causa lesão arterial por tração
A anterior é a mais comum.
A posterior tem alta associação
com lesão do mecanismo
extensor.
A posterolateral é irredutível.
A anterior causa lesão arterial por
tração.
TARO 2014
• A principal causa de luxação do joelho é:
• A) queda de altura
• B) trauma esportivo
• C) entorse em obesos
• d) acidente automotivo
TARO 2014
• A principal causa de luxação do joelho é:
• A) queda de altura
• B) trauma esportivo
• C) entorse em obesos
• d) acidente automotivo

• **Maior causa são os traumas de alta energia


TEOT 2014
• Qual o desvio rotatório mais comum na
luxação do joelho?
• a) posteromedial
• B) posterolateral
• C) anteromedial
• d) anterolateral
TEOT 2014
• Qual o desvio rotatório mais comum na
luxação do joelho?
• a) posteromedial
• B) posterolateral
• C) anteromedial
• d) anterolateral

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