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TRATAMENTO

CONSERVADOR
PULPAR
Tiago Mello
Doutorando em Endodontia
UFF
TRATAMENTO
ENDODÔNTICO

• Pulpectomia: consiste
em remover todo o
tecido pulpar.
TRATAMENTO
CONSERVADOR
PULPAR

• Permite conservar o tecido pulpar


parcialmente ou totalmente.

• Geralmente é feito em dentes com


rizogênese incompleta.
• A perda prematura da polpa
funcional resulta em um dente
frágil.
TRATAMENTO
CONSERVADOR PULPAR

Capeamento
Pulpotomia
pulpar

Indireto Direto Parcial Total


CAPEAMENTO
PULPAR INDIRETO

• Remoção parcial de cáries


profundas.
• Reduz os riscos de exposição
pulpar.
• Liberação de dentina
terciária pela polpa.

• Dentes assintomáticos tem


maior índice de sucesso.
CAPEAMENTO
PULPAR INDIRETO

• Brocas carbide em baixa rotação.


• Colher de dentina quando
profundo.
• Aplicar cimento de Ca(OH)₂.
• Fazer a restauração (provisória ou
definitiva).

• Remoção secundária tem sido


discutida.
• Restauração com bom selamento.
Domenico
Ricucci
A) Cárie na mesial do 47.
B) Visualização a olho nu.
C) Visualização com microscópio. Notar a polpa atrás de uma camada
fina de dentina.
Fonte: Ricucci et al. (2019)
CAPEAMENTO
PULPAR DIRETO

• Exposição do tecido pulpar.


• Deve ter aparência vital, sem
sinais de degeneração ou
supuração.
• Menor índice de sucesso em
dentes com exposição por
cárie.
• Dentes com sensibilidade à
percussão e edema não são
considerados bons
candidatos.
CAPEAMENTO PULPAR DIRETO
• Não se remove mais nenhum tecido da
polpa além do que foi retirado com a
remoção da cárie.
• O sangramento é controlado pela
lavagem da polpa com NaOCl.
• Deixar em contato por 10-15 minutos,
renovar a cada 3-4 minutos.
• Cuidado ao aspirar.
• Limpar a estrutura do dente com
bolinhas de algodão umedecidas com
NaOCl.
Fonte: Ricucci et al. (2019)
CAPEAMENTO PULPAR DIRETO
• Cobrir a polpa com uma camada de 0,5
a 1 mm de material biocerâmico (MTA)
ou hidróxido de cálcio.
MTA:
• Colocar pedaços de algodão umedecidos
sobre o MTA.
• Selamento provisório do dente.
• Retorno após 12 a 48 horas para confirmar
endurecimento.
Hidróxido de cálcio:
• Colocar pó e cimento de hidróxido de cálcio.

Fonte: Ricucci et al. (2019)


D) Exposição dos cornos pulpares mesiais do 1° molar inferior.
Diagnóstico clínico de pulpite reversível.
Capeamento pulpar direto com biocerâmico.
E) Abertura após 3 meses e visualização de barreira mineralizada.
Resposta normal aos teste de sensibilidade.
Fonte: Ricucci et al. (2019)
A) Capeamento pulpar com hidróxido de cálcio,
ionômero de vidro e colagem do fragmento.
B) Após 1 ano, continuação do desenvolvimento
radicular e resposta normal ao teste de
sensibilidade ao frio.
Fonte: Biologia e técnica. Lopes e Siqueira 4a edição
PULPOTOMIA
• Remoção de parte da polpa,
eliminando o tecido com
alterações inflamatórias ou
degenerativas, deixando o
tecido pulpar saudável
subjacente.

• Em seguida, aplica-se um
agente capeador, com o
propósito de promover a cura
da região amputada.
PULPOTOMIA PARCIAL

• Remoção do tecido
pulpar coronário até o
nível da polpa
saudável.

• Pulpotomia de Cvek
(injúrias traumáticas).

B) Pulpotomia de Cvek C) Revisão de 3 anos.


com Ca(OH)2.
Fonte: Caminhos da polpa 10a edição
PULPOTOMIA PARCIAL
• Remover de 1 a 3 mm de polpa com
broca diamantada estéril usando água.
• Se tiver sangramento excessivo,
remover mais tecido até que tenha uma
hemorragia moderada.
• Irrigação com soro fisiológico,
anestésico ou hipoclorito de sódio.
• Controlar a hemorragia com algodão
umedecido.
• Colocar 1 a 2 mm de material
biocerâmico (MTA) ou Ca(OH)₂.
PULPOTOMIA PARCIAL
Acompanhamento:
• realizar testes de sensibilidade e acompanhamento
radiográfico;
• periodicamente por 2-4 anos.
B) Visão oclusal da lesão de cárie.
C) Exposição de todos os cornos pulpares após remoção de tecido
cariado, com raspas de dentina dentro da polpa.
D) Visão oclusal após a realização da pulpotomia parcial e
homeostase.
Fonte: Ricucci et al. (2019)
E) Capeamento realizado com hidróxido de cálcio puro e
restaurado provisoriamente.
F) Após 3 meses, remoção do material da cavidade e
observação de barreira de tecido mineralizado.
Fonte: Ricucci et al. (2019)
• Radiografia inicial (esquerda)
• Radiografia final após 3 meses, ainda com restauração provisória
Fonte: Ricucci et al. (2019)
PULPOTOMIA PARCIAL

• Prognóstico satisfatório.
• Possui vantagens em relação ao capeamento
pulpar, pois a polpa superficial inflamada é
removida.
• O alto pH do MTA ou do hidróxido de cálcio promove
descontaminação da dentina e da polpa.
• Polpa coronária não é removida, o que permite
realização dos testes de sensibilidade.
PULPOTOMIA TOTAL

• Remoção de toda a polpa coronária ao nível


dos orifícios dos canais.
Indicações:
• polpa inflamada a níveis mais profundos;
• trauma com mais de 72 horas;
• exposição por cárie;
• contraindicada em dentes maduros.
PULPOTOMIA TOTAL

1) Área removida durante


a pulpotomia total.

2) Área removida durante


a pulpotomia parcial.
PULPOTOMIA TOTAL

• Técnica similar a pulpotomia parcial, mas a remoção


da polpa é mais profunda.
• Pode-se utilizar colher de dentina para cortar a polpa
da câmara pulpar.
• Proceder com a colocação de biocerâmico (MTA) ou
hidróxido de cálcio da mesma forma que na
pulpotomia parcial.
PULPOTOMIA
TOTAL

• Acompanhamento radiográfico,
pois não é possível realizar o
teste de sensibilidade devido a
ausência da polpa coronária.
PULPOTOMIA TOTAL

Prognóstico:
• é possível que devido ao grau de inflamação
pulpar, tecido inflamado se encontre além da área
da pulpotomia. Dessa forma o prognóstico é pior
que na pulpotomia parcial.
• Alguns autores recomendam realizar a
pulpectomia após a formação das raízes, devido ao
risco de calcificação.
• Sequelas pouco prováveis, mas possíveis.
Inicial 6 meses 18 meses 18 meses

• Pulpotomia bem-sucedida, seguido pela


pulpectomia 18 meses depois.
Fonte: Biologia e técnica. Lopes e Siqueira 4a edição
Dentes maduros com ápices fechados

Cáries profundas
Pulpite reversível Pulpite irreversível

Exposição pulpar Exposição pulpar

NÃO SIM • Tecido pulpar contínuo


• Sangramento controlado
dentro de 2 min
• Dentina saudável ao redor da exposição
Dentina • Polpa preenchida com sangue contínuo
saudável no • Sangramento controlado dentro de 2 min
fundo da • Sem raspas de dentina SIM NÃO
cavidade
SIM NÃO

Restauração com Capeamento Pulpotomia Pulpectomia


ou sem material pulpar direto
forrador Fonte: Adaptado de Ricucci et al. (2019)
APICOGÊNESE

• Técnica que permite o


término da formação da
raiz.

A) 10 semanas após trauma. B) Após 3 anos.


Fonte: Caminhos da polpa 10a edição
APICIFICAÇÃO

• Dentes com ápices abertos e paredes de


dentina delgadas.

• Técnicas de instrumentação e obturação


padrão não conseguem criar um
fechamento apical efetivo.
APICIFICAÇÃO

Com hidróxido de cálcio


• Desinfecção do canal.
• Tomar cuidado para não forçar a lima contra as
paredes.
• Usar NaOCl 0,5%, devido ao risco de extravasamento.
• Secar o canal e introduzir pasta de hidróxido de cálcio.
• Radiografar.
• Selar com material restaurador provisório.
APICIFICAÇÃO

• Tecido duro leva de 3 a 18 meses para se formar.


• Acompanhamento no intervalo de 3 meses, se o
hidróxido de cálcio for reabsorvido, refazer o
procedimento.
• Quando a barreira de tecido duro estiver formada
pode-se remover o hidróxido de cálcio e realizar a
obturação.

OBS.: risco de fragilizar a dentina.


A) Antes de colocar a pasta de hidróxido de cálcio.
B) Depois de colocar a pasta de hidróxido de cálcio.
Fonte: Biologia e técnica. Lopes e Siqueira 4a edição
APICIFICAÇÃO
Com biocerâmico (MTA)
• Desinfecção do canal.
• Colocar sulfato de cálcio além do ápice para servir de
barreira extrarradicular reabsorvível.
• Preencher o terço apical (3 a 5mm) com MTA.
• Colocar bolinha de algodão úmida por 6 horas e depois
obturar. Ou obturar diretamente após colocação do
MTA.
• Restauração abaixo do nível da crista óssea, para
reforçar o dente.
• Obturação com técnica termoplastificada.
A) Instrumentação do canal. D) Obturação do canal.
B) Barreira com sulfato de cálcio. E) Restauração em resina
C) Plug apical de 4 mm de MTA. composta abaixo da crista óssea.
Fonte: Biologia e técnica. Lopes e Siqueira 4a edição
APICIFICAÇÃO

Prognóstico:
• a reparação perirradicular e a formação de barreira
de tecido duro é previsível;
• entretanto, existe maior risco de fratura devido as
paredes delgadas de dentina.
REVASCULARIZAÇÃO PULPAR

• Formação de novo tecido para permitir a continuação da


formação da raiz, em espessura e comprimento das
paredes.

• Dentes imaturos com ápices abertos podem ser


considerados candidatos ao tratamento de
revascularização, mesmo se eles apresentarem infecção
no espaço pulpar, fístula supurada ou tiverem feito
previamente tratamento do canal radicular.
REVASCULARIZAÇÃO PULPAR

• Desinfecção do canal com pouca ou nenhuma


instrumentação.

• Irrigação por 10 a 15 minutos com NaOCl.

• Secagem do canal e aplicação de pasta triantibiótica


(ciprofloxacina, metronidazol e minociclina).

• Selamento com restauração provisória.


REVASCULARIZAÇÃO PULPAR

• Após uma semana, remoção da pasta e


instrumentação dos tecidos periapicais para
estimular sangramento.

• Formação de coágulo sanguíneo na altura da junção


cemento-esmalte.

• O dente é então selado com MTA antes do fechamento


da coroa com uma restauração provisória e, mais
tarde, com uma restauração de resina composta.
REVASCULARIZAÇÃO PULPAR

A) Dente desvitalizado.
B) Formação de coágulo.
C) Desenvolvimento da
raiz.

SCAP (stem cells from


apical papila)

Fonte: Caminhos da polpa 10a edição


REVASCULARIZAÇÃO PULPAR

• Acompanhamento clínico e radiográfico periódico.

• Sugere-se que o tratamento mais tradicional poderá


ser considerado se não houver sinais de regeneração
dentro de três meses.
• Dente 11 antes do tratamento de
revascularização (esquerda) e após (direita).
Fonte: Lin, J. et al. (2017)
OBRIGADO!

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