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Terapias

Pulpares
Consevadoras

Profa Dra Camilla Christian Gomes Moura


RESPOSTA PULPAR FRENTE AOS ESTÍMULOS
FORMAÇÃO DE DENTINA TERCIÁRIA
RESPOSTA PULPAR FRENTE À
CÁRIES PROFUNDAS

Cárie

Dentina
afetada

Polpa

Lin LM, Ricucci D, Saoud TM, Sigurdsson A, Kahler B. Vital pulp therapy of mature permanent teeth with irreversible pulpitis from the perspective of pulp biology. Aust Endod J. 2020
Apr;46(1):154-166.
Os túbulos dentinários
funcionam como vias de
acesso aos agentes
agressores pulpares

Os agentes irritantes produzidos pelas


bactérias podem alcançar os
odontoblastos via túbulos dentinários ou
as próprias bactérias podem alcançar o
tecido pulpar
PULPITE

INFLAMAÇÃO PULPAR
DE CARÁTER
REVERSÍVEL OU NÃO

COMPARTIMENTALIZADA

Lin LM, Ricucci D, Saoud TM, Sigurdsson A, Kahler B. Vital pulp therapy of mature permanent teeth with irreversible pulpitis from the perspective of pulp biology. Aust Endod J. 2020 Apr;46(1):154-166.
PULPITE IRREVERSÍVEL
Contato direto da polpa com
microorganismo, processos
inflamatórios severos

PULPITES REVERSÍVEIS
▪ OS AGENTE AGRESSORES DA POLPA PODEM PROVOCAR INFLAMAÇÕES TRANSITÓRIAS E SEM
SINTOMATOLOGIA DOLOROSA, COMO POR EXEMPLO APÓS PROCEDIMENTOS RESTAURADORES,
MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA, CÁRIES RASAS OU DE MÉDIA PROFUNDIDADE.
▪ CÁRIES EXTENSAS E PROFUNDAS PODEM PROVOCAR INFLAMAÇÕES PULPARES COM SINTOMATOLOGIA
DOLOROSA, SENDO NECESSÁRIA A REMOÇÃO DO AGENTE AGRESSOR PARA RESOLUÇÃO DO PROCESSO
INFLAMATÓRIO.
O QUE FAZER FRENTE À
LESOES CARIOSAS
PROFUNDAS

Dentes com Necrose


Vitalidade
Pulpar

➢ Capeamento
➢ Pulpotomia ➢ Pulpectomia
➢ Pulpectomia ? Pulpotomia
Capeamento Pulpar
Capeamento Pulpar Indireto Capeamento Pulpar direto
Capeamento Pulpar Indireto

Restauração

Capeamento
pulpar indireto

Polpa

Procedimento
Indicações comutilizado
melhorpela dentística- restauradora
prognóstico durante ajovens
dentes permanentes remoção
com de cáries
forames
profundas no qual uma fina porção de tecido cariado mais próximo à polpa é deixado
apicais amplos, paredes do canal radicular delgadas e polpa com vascularização
para se evitar uma exposição pulpar e permitir à polpa tentar responder ao processo
pronunciada, pacientes mais jovens com problemas de manejo.
inflamatório instalado.
Pulp Capping (deardoctor.com)
Capeamento Pulpar Direto

Restauração
Capeamento
pulpar direto

Polpa

Procedimento utilizado pela dentística restauradora durante a remoção de


cáries profundas no qual houve uma pequena exposição pulpar, permitindo
à polpa tentar responder ao processo inflamatório instalado.
Pulp Capping (deardoctor.com)
Capeamento Pulpar Direto

(A)Lesão de cárie interproximal em um incisivo central (D) Exposição pulpar em primeiro molar inferior.
superior. Diagnóstico clínico-pulpite reversível. (B) Diagnóstico clínico-pulpite reversível. Foi realizado
Pequena exposição.-dentina circundante dura e limpa. (C) capeamento pulpar direto com material restaurador à
capeamento pulpar com hidróxido de cálcio foi colocado base de silicato tricálcico. (E) Acesso na cavidade após
sobre a polpa exposta e a dentina circundante.. 3 meses revelou barreiras de tecidos mineralizados
“reparando”
EXPOSIÇÃO PULPAR

COMPORTAMENTO DA
Até 24
POLPA FRENTE À horas
EXPOSIÇÃO POR TRAUMA

CAPEAMENTO PULPAR DIRETO


1 ANO DE ACOMPANHAMENTO

LOPES E SIQUEIRA JR. ENDODONTIA BIOLOGIA E TÉCNICA, 2019.


HARGREAVES E COHEN, 2011. CAMINHOS DA POLPA
Contra-indicações para capeamento
pulpar direto.

https://pocketdentistry.com/4-mta-in-vital-pulp-therapy/
a) Tecido pulpar é escuro.

b) Tecido pulpar superficial no local de exposição é

desconstruído e avascular.

c) A dentina envolvida é macia próxima à exposição principal

d) O tecido pulpar exposto tem coloroção vinho e é avascular.

e) A polpa exposta é pálida e desconstruída

f) Um fragmento de dentina é deslocado para o tecido pulpar

exposto avascular.

g) Vários fragmentos de dentina deslocados em uma polpa mal


Pulpotomia
vascularizada
Ricucci D, Siqueira JF Jr, Li Y, Tay FR. Vital pulp therapy: histopathology and histobacteriology-based guidelines to treat teeth with deep caries and pulp exposure.J Dent. 2019 Jul;86:41-52
Pulpotomia
“Amputação de parte da popla
afetada ou infectada da polpa dental,
preservando a vitalidade e a função de
toda a polpa radicular remanescente
ou parte dela.”

HARGREAVES e COHEN, 2011


Caminhos da Polpa
Pulpotomia
DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Aspecto macroscópico da polpa:


- Róseo avermelhada
- Com corpo ou estrutura
- Resistência ao corte
- Hemorragia suave
Estrela, CB

- Coloração sanguínea vermelho rutilante


Pulpotomia
1. Completa amputação do tecido pulpar
afetado;
2. Hemostasia;
3. Curativo;
4. Técnica a ser aplicada.

HARGREAVES e COHEN, 2011


Caminhos da Polpa
Amputação do tecido
pulpar coronário

✓ Brocas esféricas ✓ Colher de dentina afiada


Hemostasia

✓ Soro fisiológico

✓ Hipoclorito de sódio
Deve ser alcançada em até 10
minutos
CURATIVO
Formação de ponte de dentina

✓ Hidróxido de cálcio
Apostila Endo UFU / 2018

✓ Mineral de trióxido agregado

HARGREAVES e COHEN, 2011


Caminhos da Polpa
CURATIVO
Formação de ponte de dentina

✓ Mineral de trióxido agregado (MTA)

• Biocompatibilidade
• Capacidade de selamento
• Indução de formação de tecido duro
• Baixa ocorrência de reabsorção interna

Fuks, 2002; Fuks & Papagiannoulis, 2006; Lin et al., 2014


CURATIVO
Formação de ponte de dentina
✓ Materiais a base de silicato de cálcio
BIOATIVOS E BIOCOMPATÍVEIS

Taha & Abdulkhader 2018


TIPOS DE PULPOTOMIA
Quantidade de Polpa Removida

PULPOTOMIA PARCIAL
REMOÇÃO DE PARTE DA POLPA CORONÁRIA – 1 a 3 mm

PULPOTOMIA TOTAL
REMOAÇÃO DE TODA A POLPA CORONÁRIA ATÉ AS ENTRADAS
DOS CANAIS

PULPOTOMIA CERVICAL
REMOÇÃO DA POLPA CORONÁRIA E PARTE DA POLPA
RADICULAR DEIXANDA DE 2 A 3 MM DE POLPA INTACTA NA
REGIÃO APICAL
PULPOTOMIA PARCIAL

FORMAÇÃO DE UMA BARREIRA DE TECIDO DURO APÓS O


PROCEDIMENTO – ACOMPANHAMENTO DE 16 E 26 MESES

https://pocketdentistry.com
PULPOTOMIA PARCIAL

FORMAÇÃO DE UMA BARREIRA DE TECIDO DURO 3 MESES APÓS O


PROCEDIMENTO

LOPES E SIQUEIRA JR. ENDODONTIA BIOLOGIA E TÉCNICA, 2019.


HARGREAVES E COHEN, 2011. CAMINHOS DA POLPA
Pulpotomia
Caso clínico

- Paciente: Maria Luiza Freitas Menezes

- Plano de tratamento: Pulpotomia, transcirúrgica, tracionamento,


reabilitação com resina composta
Camila Maria Peres de Rosatto

Pulpotomia
Caso clínico
Pulpotomia
Caso clínico
Pulpotomia
Caso clínico
Pulpotomia
Caso clínico
Camila Maria Peres de Rosatto

Pulpotomia
Caso clínico
Pulpotomia
Total
“É a amputação da
polpa coronária até a
altura da entrada dos
canais radiculares, com
o objetivo de
manutenção da
vitalidade pulpar.”
Apostila Endo UFU / 2018
Pulpotomia Total

✓ Técnica imediata
(1 sessão)

✓ Técnica mediata
(2 sessões)
Pulpotomia Total

Algodão para Material de


conter Proteção +
✓TÉCNICA hemorragia Restauração

IMEDIATA
(1 SESSÃO)
Pulpotomia Total
Técnica imediata

➢ Rx inicial
➢ Anestesia
➢ Isolamento absoluto
➢ Abertura coronária com broca esférica em alta rotação
➢ Remoção da polpa coronária com colher de dentina bem afiada
➢ Irrigação-aspiração abundante com soro fisiológico
➢ Secagem da cavidade com bolinha de algodão (estéril)
Pulpotomia Total
Técnica imediata

➢ Colocação de corticosteróide em bolinha de algodão


antiinflamatório + antibiótico

(aguarda 5 min.)
Pulpotomia Total
Técnica imediata
➢ Remoção da bolinha de algodão com medicação
➢ Inserção de pasta de hidróxido de cálcio (hidróxido de cálcio + soro fisiológico)
➢ Inserção de uma fina camada de cimento de hidróxido de cálcio (Hydro C; Dycal)
➢ Restauração forradora (cimento de ionômero de vidro)
➢ Restauração do dente (resina composta)
Pulpotomia Total
Técnica imediata

Restauração

CIV
Cimento de HC
Pasta de HC
Pulpotomia Total

✓TÉCNICA
MEDIATA
(2 SESSÕES)
Pulpotomia
Técnica mediata

1ª SESSÃO
➢ Rx inicial
➢ Anestesia
➢ Isolamento absoluto
➢ Abertura coronária com broca esférica em alta rotação
➢ Remoção da polpa coronária com colher de dentina bem afiada
➢ Irrigação-aspiração abundante com soro fisiológico
➢ Secagem da cavidade com bolinha de algodão (estéril)
➢ Colocação da medicação em bolinha de algodão Quanto tempo?
➢ Restauração provisória (CIV) 48 a 72 horas
Pulpotomia
Técnica mediata

Restauração provisória em CIV

Bolinha de algodão estéril


com a medicação

1ª SESSÃO
Pulpotomia
Técnica mediata

➢ Isolamento absoluto 2ª SESSÃO


➢ Remoção da restauração provisória
➢ Remoção da bolinha de algodão com medicação - Otosporim
➢ Irrigação-aspiração com soro fisiológico
➢ Secagem da cavidade com bolinha de algodão (estéril)
➢ Inserção de pasta de hidróxido de cálcio (hidróxido de cálcio + soro fisiológico)
➢ Inserção de uma fina camada de cimento de hidróxido de cálcio (Hydro C; Dycal)
➢ Restauração forradora (cimento de ionômero de vidro)
➢ Restauração do dente (resina composta)
Camila Maria Peres de Rosatto

Pulpotomia
Técnica mediata

Restauração

CIV
Cimento de HC
Pasta de HC

2ª SESSÃO
Pulpotomia cervical
Apenas o segmento apical
apresenta tecido pulpar vivo

Lopes e Siqueira Jr. Endodontia Biologia e Técnica, 2019.


PULPOTOMIA CERVICAL ou PROFUNDA
TECIDO PULPAR VIVO APENAS NO
SEGMENTO APICAL DO CANAL

TECIDO
PULPAR
VITAL

MEDICAÇÃO
PREENCHIMENTO

QUANDO A BARREIRA APICAL É


TECIDO PULPAR COM FORMADA RECOMENDA-SE CONCLUIR
COLARAÇÃO DESFAVORÁVEL DESINFECÇÃO E OBTURAR O DENTE
LOPES E SIQUEIRA JR. ENDODONTIA BIOLOGIA E TÉCNICA, 2019. www.google.images
Pulpotomia
em dentes permamentes

SUCESSO DE 72,9% a 99,3%


Camila Maria Peres de Rosatto

Pulpotomia
DESAFIO CLÍNICO
Por que é difícil indicar a realização da pulpotomia?

✓ O diagnóstico pode ser duvidoso


Teste térmico confuso
Pulpite aguda irreversível

✓ A apresentação radiográfica é mesmo


normal?
As alterações periapicais podem não ser tão óbvias
(pulpite irreversível em estágio inicial)
Imagem: https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/pulpotomy
Pulpotomia
CONTROLE PÓS-OPERATÓRIO

➢ Sintomatologia clínica
Quanto tempo?
➢ Exame radiográfico: 45 a 60 dias
▪ Análise comparativa com Rx anterior
▪ Avaliar a integridade do espaço periapical
▪ Avaliar o término da formação do ápice radicular (rizogênese
incompleta)
Fatores que
influenciam o sucesso
da terapia da polpa
vital
❖ Controle eficaz da inflamação
❖ Remoção completa do tecido pulpar coronário inflamado
❖ Curativo adequado
❖ Selamento coronário eficaz durante e após o tratamento

HARGREAVES e COHEN, 2011


Caminhos da Polpa
Evidência do sucesso na
pulpotomia
❖Vitalidade da polpa radicular
❖Ausência de sinais ou sintomas clínicos adversos prolongados (dor ou
edema)
❖Ausência de evidência radiográfica de reabsorção interna
❖Ausência de destruição do tecido perirradicular (lesão apical) ou de
furca
❖Obliteração do canal radicular (não é considerada insucesso)

HARGREAVES e COHEN, 2011


Caminhos da Polpa
Referências
▪ Apostila de Endodontia Pré-Clínica UFU / Revisão 2018.
▪ HARGREAVES, Kenneth M.; COHEN, Stephen. Caminhos da Polpa. 10ª Ed. São Paulo: Editora Elsevier, 2011.
▪ Fuks AB. Current concepts in vital primary pulp therapy. Eur J Paediatr Dent. 2002;3(3):115-20.
▪ Fuks AB, Papagiannoulis L. Pulpotomy in primary teeth: review of the literature according to standardized
criteria. Eur Arch Paediatr Dent. 2006;7(2):64–71.
▪ Lin PY, Chen HS, Wang YH, Tu YK. Primary molar pulpotomy: a systematic review and network meta-
analysis. J Dent. 2014;42(9):1060–77.
▪ Alqaderi H, Lee CT, Borzangy S, Pagonis TC. Coronal pulpotomy for cariously exposed permanent posterior
teeth with closed apices: A systematic review and meta-analysis. J Dent. 2016 Jan;44:1-7.
▪ R.V. Solomon, U. Faizuddin, P. Karunakar, G. Deepthi Sarvani, S. Sree Soumya, Coronal pulpotomy technique
analysis as an alternative to pulpectomy for preserving the tooth vitality, in the context of tissue
egeneration: a correlated clinical study across 4 adult permanent molars, Case Rep. Dentist. 2015 (2015)
916060.
▪ S. Simon, M. Perard, M. Zanini, A.J. Smith, E. Charpentier, S.X. Djole, et al., Should pulp chamber pulpotomy
be seen as a permanent treatment? Some preliminary thoughts, Int. Endodontic J. 46 (2013) 79–87.
▪ P. Aguilar, P. Linsuwanont, Vital pulp therapy in vital permanent teeth with cariously exposed pulp: a
systematic review, J. Endododontics 37 (2011) 581– 587.
Referências
▪ G.G. Kunert, I.R. Kunert, L.C. da Costa Filho, J.A. de Figueiredo, Permanent teeth pulpotomy survival
analysis: retrospective follow-up, J. Dentist. 43 (2015) 1125–1131.
▪ M.T. Flores, L. Andersson, J.O. Andreasen, L.K. Bakland, B. Malmgren, F. Barnett, et al., Guidelines for
the management of traumatic dental injuries. I. Fractures and luxations of permanent teeth, Dental
Traumatol. 23 (2007) 66–71.
▪ Seltzer S, Bender IB, Ziontz M. The dynamics of pulp inflammation: Correlations between diagnostic
data and actual histologic findings in the pulp. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1963;16:846–71.
▪ Seltzer S, Bender IB, Ziontz M. The dynamics of pulp inflammation: Correlations between diagnostic
data and actual histologic findings in the pulp. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1963;16:969–77.
▪ Mitchell DF, Tarplee RE. Painful pulpitis: A clinical and microscopic study. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol 1960;13:1360–70.
▪ Garfunkel A, Sela J, Ulmansky M. Dental pulp pathosis: Clinicopathologic correlations based on 109
cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1973;35:110–7.
▪ Taha NA, Abdulkhader SZ. Full Pulpotomy with Biodentine in Symptomatic Young Permanent Teeth
with Carious Exposure. J Endod. 2018;44(6):932‐937.

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