Você está na página 1de 17

Endodontia I

Introdução à Endodontia
AULA 1- 09/08/21

A Endodontia é uma especialidade da Odontologia que tem por objetivo:

Prevenção Afecções que acometem a polpa dental, a cavidade


endodôntica e os tecidos periodontais adjacentes.
Diagnóstico
(Lopes e Siqueira, 2015; Campos, Campos, Bellei, 2018)
Tratamento

Visa devolver a saúde, função e estética do dente.

O endodontista não trabalha apenas quando a doença está instalada, é preciso


prevenir e também saber fazer um bom diagnóstico para conseguirmos traçar o plano
de tratamento.

Tecidos pulpares = polpa = tecido conjuntivo frouxo altamente inervado e


vascularizado presente dentro da cavidade endodôntica. Por isso o paciente sente
tanta dor (a polpa possui inúmeras terminações nervosas e várias comunicações).

A polpa pode vir a necrosar, deixando uma cavidade endodôntica vazia e cheia
de microrganismos, que vão contaminar os tecidos periodontais adjacentes.

Caso Clínico:

Distal do dente 46 com bastante tecido cariado;

Dente 47 com ausência de restauração;

Ao fazer teste de percurssão a dor era igual nos dois elementos, sendo
assim, foi feito o tratamento endodôntico em ambos.

O acesso aos condutos radiculares foi feito em uma mesma sessão,


pois eram dentes vizinhos e foi feita apenas uma anestesia. Para isso foi realizada a
remoção do tecido cariado e parte do tecido sadio para que o instrumento entre livre,
reto e sem nenhum tipo de pressão, evitando a fratura da lima.

O acesso, a odontometria, a instrumentação e a obturação foram feitos


todos em uma mesma consulta.
Endodontia I
Em um dente como esse se o paciente não restaura após a obturação
ele pode fraturar, porque ele perde estrutura coronária por mais que o acesso seja
feito de forma minimamente invasiva.

Caso Clínico:

Nessas 3 radiografias é possível observar a devolução da saúde,


função e estética ao paciente;

Dente 44 com extensa restauração metálica, que consequentemente


devido à aproximação ao canal radicular fez com que a polpa entrasse em necrose,
levando à uma lesão perirradicular (imagem radiolúcida) – lesão nos tecidos
periodontais adjacentes. As bactérias que estavam presentes no canal radicular
migraram para os tecidos periodontais adjacentes pelo forame causando uma lesão.

Removeu-se a restauração metálica, localizou-se a entrada do canal


radicular, foi feito o preparo químico-mecânico, a obturação e a proservação
(acompanhamento do caso após a finalização).
Hipoclorito de sódio
A proservação é importante para saber se o para desinfecção do
tratamento endodôntico foi eficaz ou não para a resolução canal radicular,
da lesão. Nessa caso acima foi eficaz, devolveu a saúde, eliminando o máximo
função e estética. possível de bactérias e
impedindo que elas se
proliferem.

Caso Clínico:

Foi feito o tratamento endodôntico convencional, a carga bacteriana foi


diminuída, a lesão perirradicular diminuiu, e a saúde, função e estética foi devolvida.

É importante instrumentar corretamente a área com lesão, onde há o


contato do canal radicular com os tecidos periodontais adjacentes. Nota-se na
segunda radiografia que a lesão começa a regredir
Endodontia I

Anatomia Dental Interna


Endodontia I
Aula 1: 09/08/21

Como tratar o (s) canal (is) de um dente? É essencial ter o conhecimento da


anatomia interna do dente e número de canais, saber qual patologia está acometendo
a polpa e os tecidos periodontais adjacentes, saber quais materiais e instrumentos
endodônticos devemos usar. Isso é a base do tratamento endodôntico.

O conhecimento da anatomia interna dos dentes é um requisito de extrema


importância, pois nos permite saber onde estamos trabalhando, uma vez que o campo
de trabalho do endodontista é muito limitado. Precisamos fazer a remoção do tecido
pulpar necrótico, microrganismos e dentina infectada, modelagem adequada com as
limas, com o intuito de um selamento pulpar ideal e reparo de tecidos perirradiculares.
Devolvendo a saúde, função e estética.

 Pulpite Reversível: dor- provocada- aguda- curta- localizada- cessa


após medicação. Se removermos o fator causal a dor e a inflamação
devem cessar.

 Pulpite Irreversível: dor- espontânea- pulsátil- longa- localizada/difusa-


não cessa após medicação. Tem comprometimento dos tecidos
periodontais adjacentes, a polpa tende a entrar em necrose e causar
dor, é preciso então tratar endodônticamente.

 Periodontite: já tem o comprometimento dos tecidos periodontais


adjacentes. Podendo ser sintomática (dor) ou assintomática.

A complexidade do sistema de canais radiculares (SCR) é mais bem


compreendida por meio da integração do conhecimento da anatomia dental e a
interpretação radiográfica. Para poder auxiliar o diagnóstico e o tratamento é
necessário radiografias periapicais bem feitas, com tempo de exposição, revelador,
água e fixador corretos.

No tratamento endodôntico são feitas 5 radiografias:

 Radiografia Inicial: para interpretação inicial, ver se tem presença de


lesão, cárie, restauração, observar a questão periodontal, se o canal
está calsificado ou não, a quantidade de canais radiculares.

 Radiografia da Odontometria:

 Radiografia da Prova do Cone:

 Radiografia do dente obturado com grampo:

 Radiografia Final:

Se a desinfecção do SCR é feita corretamente, o nosso tratamento


endodôntico está fadado ao sucesso.

Caso Clínico:
Endodontia I

Câmara pulpar atrésica devido a idade avançada do paciente


(deposição de dentina secundária e terciária).

Nesse caso, a remoção do tecido cariado foi feita no sentido disto-


mesial, permitindo a visualização de todos os 4 canais: disto-vestibular, disto-lingual,
mésio-vestibular e mésio-lingual.

Foi feita instrumentação manual e rotatória.

Anatomia Dental Interna: Principais componentes anatômicos do SCR.

(Lopes& Siqueira, 2015)

Parede da câmara Teto da câmara pulpar


pulpar

Assoalho da
câmara pulpar

AULA 2- 16/08/21
Endodontia I

Vamos interpretar a radiografia como um todo, além de todos os aspectos


radiográficos de interesse endodôntico.

 Terço cervical: próximo à entrada radicular

 Terço Médio
Últimos milímetros até o forame
 Terço Apical maior

O segmento apical é o mais importante! Não adianta fazer um obturação


bonita e sem bolhas, se o segmento apical não for desinfectado (não levar o produto
químico e o instrumental até a região), pois dessa forma as bactérias ali presentes irão
migrar para os tecidos perirradiculares adjacentes, proliferar e promover uma infecção
(doença perirradicular- periodontite apical). Essa região é conhecida como zona
crítica, pois possui vários prolongamentos, forames, e apresenta contato íntimo com a
parte periodontal.

Definições e Considerações:
Endodontia I
Câmara pulpar- é a porção da cavidade pulpar que aloja a polpa
coronária; apresenta forma semelhante à superfície externa dos dentes;

Parede oclusal ou teto- é a porção de dentina que delimita a câmara


pulpar em direção oclusal;

Parede cervical ou assoalho- é a parede oposta à oclusal. APENAS


EM DENTES COM MAIS DE UMA RAIZ ou CANAL RADICULAR.

Pacientes mais jovens tendem a apresentar a câmara pulpar maior,


mais larga. Já pacientes mais velhos apresentam câmara pulpar atrésica,
sendo mais difícil a visualização. Sendo assim, a relação teto-câmara pulpar do
paciente é um fator anatômico que deve sempre ser levada em consideração.

Sistema de Canais Radiculares (SCR):


Endodontia I

Todo dente, independente de qual O dente pode apresentar ainda,


for, sempre terá um canal principal. em 10,4%, o canal lateral, que
pode estar no terço cervical,
médio ou apical. Assim como o
principal, o canal lateral deve ser
bem instrumentado, desinfectado
e obturado.

O Canal recorrente começa e


termina no canal principal, não tem No canal secundário é preciso
como instrumentá-lo. Ele está realizar a instrumentação
presente em 2,8%. adequada. Ele está presente em
16,4%.

O canal acessório está Na maioria das vezes é devido


presente em 0,6%. Nesse o canal colateral que o
caso iremos tratar o canal tratamento endodôntico tenha
principal (irrigar e aspirar todo insucesso, pois não
o resto de bactéria, restos de observamos a presença de um
dentina, dentina necrótica e segundo canal. Pode estar
tudo mais) e o acessório presente nos dentes 14/24,
também será desinfectado. 15/25 (pré-molares superiores).
Endodontia I

O canal interconduto une O canal delta apical são


o canal principal ao canal várias ramificações e
colateral. Está presente forames presentes no
em 2,2%. terço apical do dente.
Presente em 37,2%. É
instrumentado como se
fosse um canal só.

A presença da lesão perirradicular favoreceu


o extravasamento do cimento endodôntico
para fora do SCR. Isso pode ocasionar um
pouco de desconforto ao paciente, porém,
com o passar do tempo o material é
fagocitado e sai do organismo.

INCISIVOS CENTRAIS SUPERIORES (11 E 21):


Endodontia I

M O acesso é feito por palatina

A maneira que o canal vai chegando ao terço apical ele vai se


estreitando

Antes e
Depois

INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES (12 E 22):

Segue o padrão do incisivo central, porém o tamanho do canal varia


entre 22,6 mm; 21 mm e 20 mm, sendo menor que o central

Antes

e
Depois

Tratamento endodôntico nos dentes 11 e 12.

CANINOS SUPERIORES (13 E 23):


Endodontia I

O canino apresenta o maior canal radicular. Sendo


necessárias limas de segunda série para realizar a
instrumentação do canal (limas de 31 mm).

1° PRÉ-MOLARES SUPERIORES (14 E 24):

Dente 14 com 2 canais que se unem e terminam em 1 único forame.

Dente 24 com 2 canais e 2 forames.

2° PRÉ-MOLARES SUPERIORES (15 E 25):


Endodontia I

Sempre procuramos por 2 canais radiculares!

1° MOLARES SUPERIORES (16 E 26):


Endodontia I

Geralmente quando apresentam 4 canais, o MV (MV1) e MP (MV2) se


encontram bem próximos (como na imagem acima), por isso, ao acessar um 16 ou 26
sempre procuramos na região mesial 2 canais.

2° MOLARES SUPERIORES (17 E 27):

Apresenta na maioria dos casos 3 canais,


porém sempre procuramos por um 4°
canal. Além disso, o DV, MV E P
apresentam o mesmo tamanho.
Endodontia I
INCISIVOS CENTRAIS INFERIORES (31 E 41):

INCISIVOS LATERAIS INFERIORES (32 E 42):

CANINOS INFERIORES (33 E 43):


Endodontia I
1° PRÉ-MOLARES INFERIORES (34 E 44):

Geralmente apresenta apenas um conduto radicular, mas devemos


procurar por dois sempre.

2° PRÉ-MOLARES INFERIORES (35 45):


Endodontia I

1° MOLARES INFERIORES (36 E 46 ):

Na maioria das vezes irá apresentar 3 canais radiculares (MV, ML e D),


mas podemos nos deparar com 4 canais (MV, ML, DV e DL). Por isso, sempre
iremos procurar por 4 canais.
Endodontia I
2° MOLARES INFERIORES (37 E 47):

Você também pode gostar