Você está na página 1de 49

ÍNDICES DE PROBLEMAS DO

PERIODONTO

Referências:

Pereira, AC. Odontologia em Saúde Coletiva:planejando ações e


promovendo saúde. Artmed,2003.
Pinto, VG. Saúde Bucal Coletiva. Editora Santos, 2000.
A expressão “Doença Periodontal” é comumente utilizada para
representar o grupo de patologias bucais que afeta os tecidos periodontais
de suporte e de sustentação dos dentes (gengivas, cemento, ligamento
periodontal e osso alveolar)
(Hebling, 2003)

GENGIVITE – sinais de inflamação


restritos ao tecido periodontal de
proteção (gengiva)

PERIODONTITE – quando inflamação


periodontal causa danos aos tecidos de
inserção (osso alveolar, ligamento
peridontal e cemento).
(Bassani & Lunardelli, 2006)
Modelo atual

Gengivite e Periodontite são entidades distintas

Nem toda Gengivite progride para uma Periodontite

A maioria das Gengivites permanece estável sem


progressão para DP

Cálculo não é causa de Doença Periodontal, mas


atua como um coadjuvante, sendo um fator
retentivo de placa.
Doença Periodontal
A prevalência é baixa na população e a progressão da destruição
periodontal é muito lenta na maioria dos casos;
É dinâmica – caracterizada por períodos de remissão e
exacerbação, bem como períodos de inatividade;
A etiologia da Doença Periodontal pode ser considerada em
termos dos microorganismos envolvidos, fatores locais além das
bactérias, e o papel do sistema imune do hospedeiro.

Ao contrário de pensar que a destruição periodontal é


abrangente e que todos são suscetíveis a formas mais severas
da doença, as evidências atuais em epidemiologia indicam que
leve inflamação gengival é comum e que muitos adultos têm
uma perda leve a moderada em alguns sítios dentais.
(Brown & Löe, 1993).
Gengivite

• Apesar da alta prevalência, é


difícil pensar a gengivite como
um problema de Saúde Pública;

• Seria utópico conseguir delegar à


responsabilidade pública eliminar
todos os casos de gengivite
incipiente com intuito de evitar a
progressão da gengivite para
uma doença periodontal
destrutiva.
Cálculo

 Cálculo não desempenha papel fundamental na patogenia da DP;

Doença Periodontal

 A Doença Periodontal severa não é prevalente, mas


demanda custos altos de tratamento e de
organização dos serviços odontológicos;

 Os sintomas da DP, tais como, halitose, sangramento,


recessão gengival, perda dental, podem causar
desconforto e perda de função decorrendo em
impacto na vida das pessoas.
ÍNDICES PARA AVALIAÇÃO

DO CONTROLE DE PLACA
ÍNDICE de HIGIENE ORAL
 IHOS
◦ criado por Greene e Vermillion (1964)
◦ mede placa e cálculo
◦ 6 dentes examinados:
16 11 26 31 - vestibular
36 46 - lingual
Na ausência de algum pode ser substituído por adjacente
IHOS
 exame feito com sonda exploradora e
espelho bucal, não usa corante
 cada superfície recebe um código para
placa e para cálculo
 mínimo presença de 2 dentes no sextante
 individual ou em grupo
0 Nenhuma placa observada 0 Nenhum cálculo observado

1 Placa cobrindo menos de 1/3 da 1 Cálculo cobrindo menos de 1/3 da


superfície dentária superfície dentária

2 Placa cobrindo mais de 1/3 e menos de 2 Cálculo cobrindo mais de 1/3 e menos
2/3 da superfície dentária de 2/3 da superfície dentária

3 Placa cobrindo 2/3 da superfície 3 Cálculo cobrindo 2/3 da superfície


dentária dentária

X Dente índice e substituto inexistente X Dente índice e substituto inexistente

9 Sem informação 9 Sem informação


IHOS

ÍNDICE DE PLACA = SOMA DOS 6 DENTES


6
ÍNDICE DE CÁLCULO = SOMA DOS 6 DENTES
6

IHOS = IP + IC
IHOS
Soma Resultados

0-1 Higiene bucal satisfatória


1,1 - 2 Higiene bucal regular
2,1 - 3 Higiene bucal deficiente
3,1 - ... Higiene bucal péssima
Fonte; Pinto, VG. Saúde Bucal Coletiva
IHOS
ÍNDICE DE PLACA ÍNDICE DE CÁLCULO
16 V 11V 26 V 16 V 11V 26 V
2 0 1 1 0 1
46 L 31 V 36 L 46 L 31 V 36 L
3 1 2 1 0 0
TOTAL: 9/6= 1,5 TOTAL: 3/6 = 0,5

IHOS = IP + IC

IHOS = 1,5 + 0,5= 2 HIGIENE BUCAL REGULAR


ÍNDICE de PLACA
IP de O’LEARY (1972)
• evidenciação de placa
• faces livres e proximais, independente da quantidade
• resultado em porcentagem

TOTAL DE SUPERFÍCIES COM PLACA


X 100
TOTAL DE SUPERFÍCIES EXAMINADAS
IP de O’LEARY
• Presença ou ausência de placa
ÍNDICE de PLACA
IP de Quigley e Hein
(modificado por Turesky e col.1970)

• espelho clínico e evidenciação de placa


• faces vestibular e lingual de todos dentes (exceto 3º M),
• escores de 0 a 5
IP de Quigley e Hein
(modificado por Turesky e col.1970)

Escore Critérios
0 Sem placa
1 Manchas separadas de placa na margem
cervical
2 Faixa fina (até 1 mm) e contínua de
placa na margem cervical
3 Faixa de placa mais espessa que 1 mm
mas não cobrindo mais do que 1/3 da
coroa do dente
4 Faixa de placa cobrindo no mín 1/3, mas
menos que 2/3 da coroa do dente
5 Placa cobrindo 2/3 ou mais da coroa do
dente
ÍNDICES PARA AVALIAÇÃO DO

TRATAMENTO
ÍNDICE GENGIVAL
IG (Índice gengival)
• de Löe e Silness (1963)
• mede alterações qualitativas das gengivas
• Uso de espelho clínico e sonda periodontal
• faces examinadas: V, L, M, D
• Todos os dentes ou 6 dentes examinados:
16,12,24,36,32,44
• critérios de 0 a 3
ÍNDICE GENGIVAL - IG
Código Critérios
0 Gengiva sadia
1 Leve inflamação: alteração na cor e textura
2 Inflamação moderada: rubor, edema,
brilhante e com sangramento sob estímulo
3 Inflamação severa: rubor intenso, edema,
tendência a sangramento espontâneo
ÍNDICE DE SANGRAMENTO À SONDAGEM
IS
• de Ainamo e Bay (1975)
• mede alterações qualitativas das gengivas
• Uso de espelho clínico e sonda periodontal
• faces examinadas: V, L, M, D
• Porcentagem do somatório das superfícies
sangrantes dividido pelo número de faces
examinadas
ÍNDICE DE ALTERAÇÕES GENGIVAIS- AG

Exame
Este índice é utilizado para registrar as alterações
gengivais em crianças de 5 anos de idade.

0 Ausência de Sangramento ao exame

1 Sangramento em 3 ou mais coroas


ÍNDICES PARA AVALIAÇÃO DA

NECESSIDADE DE

TRATAMENTO
ÍNDICE PERIODONTAL
IPC (índice periodontal comunitário) ou IPCNT (1982)
◦ Condição periodontal é estabelecida em função do
sangramento gengival, presença de cálculo e de bolsas.
◦ Divisão dos dentes em segmentos.
◦ Uso de sonda milimetrada, com extremidade esférica
(OMS ou WHO-621).
◦ Tempo de exame: 2 minutos.
ÍNDICE PERIODONTAL - IPC
Exame
Pelo menos 6 pontos são examinados em cada um dos 10 dentes-índices, nas
superfícies vestibular e lingual ou palatal, abrangendo as regiões mesial, média e
distal.
A sonda deve ser introduzida levemente no sulco gengival ou na bolsa
periodontal, ligeiramente inclinada em relação ao longo eixo do dente, seguindo
a configuração anatômica da superfície radicular.

Considerar que:
• em crianças com menos de 15 anos não são feitos registros de bolsas
(códigos 3 e 4);
• embora 10 dentes sejam examinados, apenas 6 anotações são feitas:
uma por sextante, relativa à pior situação encontrada;
• quando não há no sextante pelo menos dois dentes remanescentes e
não indicados para extração, cancelar o sextante registrando um "X".
ÍNDICE PERIODONTAL - IPC
 Índice total
17-14 13-23 24-27
47-44 43-33 34-37
 Índice simplificado

Adultos + de 20 anos Adultos - de 20 anos


17,16 11 26,27 16 11 26
47,46 31 36,37 46 31 36
ÍNDICE PERIODONTAL - IPC
Código Situação Periodontal Critério
0 Hígido Ausência de sinais
1 Sangramento Após sondagem
2 Cálculo Supra ou sub-gengival,
mantendo-se banda
colorida visível
3 Bolsa 4-5 mm Sondagem
4 Bolsa = ou > 6 mm Sondagem
X Nulo Sextante excluído
ÍNDICE PERIODONTAL - IPC
Código Índice Tratamento
NT periodontal indicado
0 0 Nenhum
I 1 Instrução de higiene
II 2e3 Instrução + raspagem
III 4 Instrução + raspagem +
tratamento complexo
CPI e PIP - Sextantes

SUPERIOR
DIREITO CENTRAL ESQUERD
O
18 17 13 11 21 23 27 28
16 15 14 12 22 24 25 26

48 47 37 38
46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36

DIREITO CENTRAL ESQUERD


INFERIOR O
CPI e PIP - Sextantes e Dentes-Índices

SUPERIOR
DIREITO CENTRAL ESQUERD
O
18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

DIREITO CENTRAL ESQUERD


INFERIOR O
A Sonda CPI

3 mm

3 mm

2 mm

3 mm

0,5 mm
A Sonda IPC

11,5 mm
8,5 mm
5,5 mm
3,5 mm
Código 0
Sadio
Código 1
Sangramento
Código 2
Cálculo
Código 3
Bolsa
4 a 5 mm
Código 4
Bolsa
6 mm e mais
ÍNDICE DE PERDA DE INSERÇÃO
PERIODONTAL - PIP
Exame
A visibilidade da JCE é a principal referência para o
exame. Quando a JCE não está visível e a pior condição
do CPI para o sextante é menor do que 4 (bolsa com
menos de 6mm), qualquer perda de inserção para o
sextante é estimada em menos de 4mm (PIP = 0)
Relação com o CPI
O PIP é basicamente um complemento do CPI. Os mesmos sextantes e
dentes-índices são considerados, sob as mesmas condições.
Entretanto, cabe alertar que o dente-índice onde foi encontrada a pior
condição para o CPI pode não ser o mesmo com a pior situação para
o PIP. O índice não é utilizado para crianças com menos de 15 anos
de idade
0 Perda de Inserção entre 0 e 3 mm
JCE não visível e CPI entre 0 e 3
1 Perda de Inserção entre 4 e 5 mm
JCE visível na área preta da sonda CPI
2 Perda de Inserção entre 6 e 8 mm
JCE visível entre limite superior da área preta da
sonda CPI e a marca de 8,5 mm
3 Perda de Inserção entre 9 e 11 mm
JCE visível entre as marcas de 8,5 mm e 11,5 mm
4 Perda de Inserção de 12 mm ou mais
JCE visível além da marca de 11,5 mm
X Sextante Excluído
menos de 2 dentes presentes
9 Sextante Não Examinado
0 Perda de Inserção
entre 0 e 3 mm
JCE não visível e CPI entre 0 e 3
1 Perda de Inserção
entre 4 e 5 mm
JCE visível na área preta
da sonda CPI
2 Perda de Inserção
entre 6 e 8 mm
JCE visível entre limite superior da
área preta da sonda CPI e a marca
de 8,5 mm
3 Perda de Inserção
entre 9 e 11 mm
JCE visível entre as marcas de 8,5
mm e 11,5 mm
4 Perda de Inserção
de 12 mm ou mais
JCE visível além da marca
de 11,5 mm

X Sextante Excluído
menos de 2 dentes
9 presentes
Sextante Não Examinado
Críticas ao CPI

O índice registra apenas a pior condição em cada dente


examinado, subestimando a prevalência das outras condições;

A inclusão de todos esses indicadores em um único tende a


superestimar a prevalência das Doenças Periodontais;

Este índice considera a presença de cálculo como um indicador


de DP;

Não leva em consideração que gengivite e DP são condições


distintas;
Alternativas

Considerar em uma análise separada a presença ou ausência de


cada uma das condições avaliadas;

Dividir as arcadas dentárias em quadrantes e selecionar


aleatoriamente dois quadrantes, examinando todos os dentes e
anotando todas as condições encontradas.

Estudos Etiológicos

Estudos Epidemiológicos
Quadro 2 – Número e porcentagem de pessoas segundo o maior escore do CPI observado
no indivíduo em diferentes faixas etárias. Brasil, 2004.

Idade Condição periodontal (CPI)


(em anos)
Sadio Sangramento Cálculo Bolsa de 4- Bolsa de 6mm e
5mm +
n % n % n % n % n %

15 a 19 7.772 46,18 3.160 18,77 5.622 33,4 200 1,19 26 0,15

35 a 44 2.947 21,94 1.339 9,97 6.279 46,76 1.056 7,89 285 2,12

65 a 74 422 7,89 175 3,27 1.163 21,74 238 4,45 99 1,85

Fonte: Projeto SB Brasil 2002-2003 – Resultados Principais.


Doença Periodontal
As proporções mais favoráveis foram encontradas na Região
Centro-Oeste para faixas etárias de 15 a 19 e 35 a 44 anos e na
Região Sul para a faixa etária de 65 a 74 anos de idade.

Doença Periodontal severa - uma pior condição foi encontrada na


Região Sudeste na faixa de 35 a 44 anos e na Região Norte na
faixa etária de 65 a 74 anos de idade;

Chama atenção o grande número de sextantes excluídos, nas


faixas etárias de 35 a 44 e 65 a 74 anos. Nessa última faixa, por
exemplo, mais de 80% dos sextantes examinados foram excluídos.
Esse fato acaba gerando uma baixa prevalência de doença
periodontal severa nessas faixas etárias.

Você também pode gostar