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PATOGÊNESE DAS LESÕES CARIOSAS O ácido aumenta os espaços intercristalinos

entre os cristais do esmalte, aumentando a


quantidade de água entre eles. Isto já é
Quando surge a estrutura dentária na
considerado uma lesão cariosa, que está
cavidade oral, com isso os microorganismos
ativa (abaixo da placa bacteriana).
tem a oportunidade de se aderir a superfície
dentária, se multiplicar e crescer. Após 2 semanas de acúmulo de biofilme já
podem ser vistas as alterações clínicas.
Para que isso ocorra é necessária a ação de
uma força mecânica escovação. Clinicamente: a superfície erosiva do
Irá desorganizar a colônia bacteriana e esmalte é vista como uma área OPACA e
impedir seu crescimento sem brilho.

Depois a desmineralização progride para


Assim que irrompe na cavidade oral, ele não dentro do esmalte, como resultado da
participa das funções, com isso a atrição retenção de alguns íons que são liberados.
mecânica é franca. Então as bactérias tem a
A camada superficial da lesão fica menos
oportunidade de se aderir e multiplicar
desmineralizada. Forma-se então a lesão
formando um BIOFILME ESPESSO.
SUBSUPERFICIAL .

Esse aumento na espessura do biofilme cria


barreiras para a chegada de oxigênio. Com a
Os ácidos produzidos pelo biofilme seguem
ausência de oxigênio as aeróbicas morrem e
trajetos dos prismas de esmalte.
as anaeróbicas se sobre saem.

O metabolismo das anaeróbicas produzem


ÁCIDO LÁTICO, que promovem dissolução
dos minerais dos tecidos detários.

Acreditava-se que no ambiente ácido da


placa bacteriana só ocorria
desmineralização, então, foi comprovado que

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as lesões cariosas podem se formar junto
com a formação de depósitos de cálculo.

O cálculo dental é a PLACA DENTAL


calcificada que se forma quando o Ph está
baixo ou próximo ao neutro.

A atividade acidogênica localizada na placa


caracteriza-se a doença cárie. As reações
dos tecidos dentais caracterizam-se as
lesões cariosas. A doença cárie é uma
patologia localizada, isto é, ocorre em áreas
bem definidas. Podendo haver placa apenas
Muitas vezes o cálculo é imperceptível
num terço de uma superfície dental.
clinicamente. A formação do cálculo é
benéfica uma vez que para atingir o tecido
dental ,os ácidos terão que dissolver o
cálculo primeiro.

As lesões cariosas podem ser formadas até


em pessoas nutridas por entubação direta no
estômago. A ocorrência de lesões cariosas
apenas em locais de fraca atrição mecânica.

Nas lesões cariosas inativas, as porções


mais superficiais dos túbulos são
preenchidas por bactérias.

Durante o preparo cavitário, o profissional


deve realizar a remoção do tecido cariado de
acordo com a cor e a textura da dentina.

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FÍSICA ÓPTICA APLICADA AOS ESMALTE

TECIDOS DENTAIS
1. fluorose - mancha branca brilhosa
laminadas.

Sempre que se faz um exame clínico, todas 2. lesão cariosa inativa - mancha branca brilhosa.

as informações coletadas pela inspeção 3. lesão cariosa ativa - mancha branca sem brilho.

visual são resultado da interação da luz com 4. Cálculo - mancha escura.

os tecidos.
DENTINA
A luz que incide sobre os tecidos dentais com
isso, obedece aos princípios básicos da 5. esclerose - Área translucida

interação da luz. 6. desmineralização branca - área opaca sem brilho

Parte da luz é refletida , parte é absorvida


7. desmineralização amarela - área amarela sem brilho
e a outra parte é transmitida.
8. desmineralização escura - área escura - marrom

Quando há um processo carioso ativo, há


produção de ácido lático e dissolução da
superfície do esmalte, criando rugosidades.
O resultado é uma área opaca e sem brilho.
Se o processo carioso estiver inativo, não há
placa espessa devido a uma força mecânica
A física ótica, podemos usa-la para
que atua sobre o esmalte, deixando a
classificar os aspectos visualizadas
superfície polida e o resultado é uma área
clinicamente em esmalte e dentina. Para o
opaca e com brilho. Essas interações são
esmalte temos as áreas escurecidas,
visíveis quando se faz o exame clínico dos
muito comum em lesões cariosas inativas,
dentes.
que não estruturas do esmalte, mas sim
cálculo dental. Para a dentina temos
a esclerose dentinária e as
desmineralizações branca, amarela e
negra/amarronzada.

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A esclerose permite a passagem da luz. A
desmineralização branca ocorre quando ainda não há
contato da dentina com o ambiente oral e as
desmineralizações amarela e escura ocorrem após
exposição da dentina ao ambiente oral por cavitação.

CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DAS LESÕES


CARIOSAS

Podemos classificar as lesões cariosas de


acordo com o tecido envolvido e a atividade.

LESÕES ATIVAS
● Esmalte opaco e sem brilho visto antes ou após
secagem
● Destruição localizada do esmalte circundada por
área opaca e sem brilho
● Cavidade no esmalte opaco e sem brilho com
envolvimento superficial de dentina
● Cavidade expondo uma dentina amarela e
amolecida.

LESÕES INATIVAS

● Esmalte opaco com brilho, com ou sem


descoloração amarronzada, visto após secagem. As lesões cariosas em dentina apresentam
● Destruição localizada da superfície circundada processo de degradação das fibras
por esmalte amarronzado. colágenas, por meio da ação de enzimas
● Cavidade no esmalte envolvendo dentina, sendo próprias do indíviduo, que se encontra na
ambos amarronzados . matriz calcificada ou saliva.
● Cavidade expondo dentina dura e
Essas enzimas são MMPs (metaloproteinase
amarronzada/escura.
da matriz), que são ativadas com a queda do
pH. A progressão da lesão em dentina é
muito mais rápida que da lesão em esmalte.

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LESÕES CARIOSAS NAS FACES Certas configurações anatômicas dos sulcos
e fissuras permitem que a sonda exploradora
OCLUSAIS
seja retida mesmo que não haja nenhum
processo carioso e, assim, a retenção da
As lesões cariosas das faces oclusais são as sonda NÃO pode ser usada como um critério
mais comuns e, geralmente, estas faces são para diagnosticar lesões cariosas.
os locais onde as primeiras restaurações são
As MACROCAVITAÇÕES são formadas por
realizadas nos pacientes.
fratura do esmalte sem suporte de dentina
A placa se forma com mais facilidade nas hígida. Quando temos metade ou mais da
faces oclusais de molares, onde não pode área dos planos inclinados das cúspides sem
ser visto a olho nu, nos sulcos, nas fissuras suporte de dentina hígida, as forças
em V e na entrada das fissuras em I . incidentes durante a mastigação causam a
fratura do esmalte, formando uma cavidade
retentiva, cujo tratamento deve ser o
restaurador.

Quanto maior o número de fissuras estreitas


e profundas sobre uma área de dentina,
maior o espalhamento da desmineralização
quando esta atinge a junção amelodentinária.
A partir daí, o ácido toma a direção dos
túbulos dentinários.

Os túbulos dentinários abaixo da face oclusal


O selante oclusal tem sido o método eficaz
convergem, desde a junção amelo-dentinária
na prevenção da doença cárie nas
até a polpa, para o eixo central do dente, de
superfícies ocluais. Pois as cerdas das
modo que a desmineralização passa ter uma
escovas não atingem o fundo das fissuras
configuração de um cone invertido, com
(onde as bactérias se alojam).
ápice voltado para a polpa.

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LESÕES CAVITADAS

● Sulcos e fissuras (rasos ou profundos) com


cavitação no esmalte, porém sem possibilidade de
certificar se há exposição dentinária.
● Sulcos e fissuras (rasos ou profundos) com
cavitação no esmalte e cavidade dentinária
certificada após uso da sonda, porém sem
descoloração do esmalte (esmalte socavado) ao
redor da lesão
● Sulcos e fissuras (rasos ou profundos) com
cavitação no esmalte e cavidade dentinária
Antes de haver macrocavitação dentinária, a certificada após uso da sonda e com esmalte
única maneira da desmineralização destruir a socavado ao redor da lesão.
dentina que suporta a porção central das
cúspides é pela presença de sulcos e Este tipo de lesão cavitária fica preenchido

fissuras secundários estreitos e profundos por restos alimentares e, geralmente, o

nos planos inclinados dessas cúspides. diagnóstico definitivo da cavidade é feito pelo
uso da sonda. Os restos de alimentos que
Assim, em lesões cariosas oclusais sem preenchem a lesão fazem com que a placa
cavitação facilmente evidenciada a olho nu, o espessa só possa se formar acima da
esmalte das cúspides só irá se fraturar (e cavidade, onde a escova tem acesso.
formar cavidade dentinária retentiva) se
houver lesões cariosas em sulcos e fissuras A inspeção visual (associada ou não à

secundários estreitos e profundos. sondagem) é capaz de elaborar um conjunto


mais completo e complexo de informações

LESÕES NÃO CAVITADAS do que qualquer outro método de diagnóstico


(laser, radiografia, transiluminação, teste
● Sulcos e fissuras rasos (totalmente visualizados
elétrico, etc).
clinicamente) com ou sem mancha branca ou
escura.

● Sulcos e fissuras estreitos e profundos (partes


mais internas não visualizadas clinicamente), onde
a sonda pode ser retida, com ou sem mancha
branca ou escura.

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LESÕES CARIOSAS NAS FACES A ação conjunta continuada da placa
espessa nas ameias e das forças interdentais
PROXIMAIS
na área se encarrega de aumentar a
cavidade até expô-la nas ameias.
Mesmo que não se encontre sinais de lesão
Sem a restauração, a placa espessa formada
cariosa à inspeção visual, tem sido
dentro da porção da cavitação que se
recomendada a realização de, pelo menos, o
encontra na ameia não pode ser removida
exame radiográfico interproximal para
pelos métodos convencionais de atrição
completar o diagnóstico .
mecânica (mastigação e escovação).
O Dentista Deve instruir o paciente sobre a
O dentista pode diagnosticar a cavidade sem
prevenção de lesões cariosas, a escovação e
separar os dentes ou, nos casos em que há
o uso de fio/fita dental
crescimento gengival para dentro da mesma,
Iniciada a lesão cariosa (lesão ativa), seu realizar uma sondagem no sulco gengival
trajeto dentro dos tecidos dentais duros para separar o tecido gengival da cavidade.
seguirá o trajeto dos prismas (no esmalte) e
Há ainda os casos intermediários, em que a
dos túbulos dentinários (na dentina). Se
cavidade está presente , porém só é visível
estas estruturas apresentarem trajeto
após separação dental.
oblíquo, por exemplo, a lesão seguirá tal
trajeto. É isto que ocorre com os prismas do A fratura da crista marginal oclusal pode
esmalte presente nas ameias. ocorrer em duas situações:

- Quando há uma lesão cavitária nas regiões


das ameias, levando a desmineralização logo
para a dentina que suporta o esmalte da
crista marginal.

- Quando há uma lesão cavitária nas regiões


das ameias, levando a desmineralização logo
para a dentina que suporta o esmalte da
crista marginal.
Após a lesão ter penetrado uma certa
extensão dentro da dentina, perde suporte de
dentina hígida e, devido às forças de atrição
interdentais, se fratura, formando uma
cavitação.

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CÁRIE OCULTA

São lesões em dentina que não são


detectadas pelo exame visual, devido á
integridade do esmalte, mas extensas para o
exame radiográfico.

CÁRIE RAMPANTE

São múltiplas lesões ativas num mesmo


paciente, causadas por uso indevido de
mamadeira, drogas e radiação.

CÁRIE PRIMÁRIA

São lesões presentes em dentes hígidos, que


tem seu inicio nas cicatrículas, fissuras e
superfícies lisas.

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CÁRIE SECUNDÁRIA

São lesões que se desenvolvem em volta de


uma restauração deficiente.

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