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Apostila de

Odontopediatria
Odontogênese
Odontogênese é a formação, origem do A coroa do dente se forma primeiro, depois

dente. Os tecidos que formam o dente são: vem a formação da raiz. Dentro do processo

DENTINA, ESMALTE e POLPA. de desenvolvimento crânio facial, nas duas

regiões do processo maxilar e do processo


A cavidade primitiva é revestida por um
mandibular vai surgir o espessamento de
epitélio delgado. Esse tecido de origem
epitélio odontogênico.
ectodérmica nas regiões de futuro crânio e

da face faz o papel de mesênquima. O processo maxilar e o processo mandibular

vão se fundir para formar maxila e mandíbula


No terço inferior da face na região da
e nessa região de maxila e mandíbula que vai
cavidade oral primitiva vai-se ter um
ocorrer o processo de odontogênese, pois a
espessamento do epitélio. Vão surgir duas
odontogênese é a formação dos dentes e os
regiões de epitélio: epitélio oral primitivo, de
dentes estão alojados na maxila e na
onde vai se desenvolver o germe dentário.
mandíbula.
A partir desse epitélio vão ocorrer algumas
Áreas basocelulares do epitélio bucal
alterações, como a proliferação no sentido do
começam a se proliferar em proporção mais
ECTOMESÊNQUIMA (tecido conjuntivo
rápida que as células adjacentes invadindo o
embrionário da região da cabeça que está
ectomesênquima adjacente e formando uma
abaixo do epitélio oral primitivo).
estrutura contínua em formato de ferradura.
O epitélio oral primitivo vai penetrando,
BANDA EPITELIAL PRIMÁRIA.
invadindo a região do ectomesênquima.

Ectoderma bucal origina

Epitélio bucal.
Após 37 dias de desenvolvimento: Uma

banda contínua de epitélio espessado se

forma ao redor da boca nas futuras maxilas e

mandíbula.

Banda epitelial primária


1. Lâmina vestibular em formação;
A partir da banda epitelial primária vão ser
2. Germe dentário na fase de botão;
originadas duas regiões:

3. Lâmina dentária primária.


Lâmina Dentária: se forma primeiro e vai

originar o dente; Aproximadamente na 8ª semana, a lâmina

dentária de cada arco mostra dez centros de


Lâmina Vestibular: se forma logo depois e é
proliferação das células epiteliais espaçados
posicionada em frente à lâmina dentária. Ela
entre si, formando uma estrutura
vai originar a região do vestíbulo.
arredondada - broto ou botão.
LÂMINA DENTÁRIA: A lâmina dentária origina
Essa estrutura e o ectomesênquima que o
o germe dentário e esse se desenvolve para
envolve são os precursores dos dentes
formar os dentes;
decíduos - germes dentários.
A partir desses instante, o desenvolvimento
A estrutura ectodérmica do germe dentário
dos dentes prossegue nos estágios de:
formará o ESMALTE.
BOTÃO, CAPUZ, CAMPÂNULA, COROA e

RAIZ A porção mesodérmica formará polpa

dentária, dentina, cemento e as estruturas de


LÂMINA VESTIBULAR: A banda epitelial
suporte. Após o início da formação dos
primária sofre degeneração das células
decíduos, a lâmina dentária inicia formação de
centrais, dando lugar a uma fenda, que é o
seus sucessores permanentes.
vestíbulo
Fase de botão Germe dentário na fase de CAPUZ, tem-se
3 componentes principais:
É a primeira fase da odontogênese; A lâmina
a. Órgão do Esmalte;
dentária passa a apresentar, em alguns locais,
b. Papila Dentária;
atividades mitóticas diferenciais.
c. Folículo Dentário.

A proliferação vai invadindo o

ectomesênquima, a partir da 8ª semana de

vida intrauterina: em cada arco, originam-se

dez pequenas esférulas (germes dos

decíduos) que invadem o ectomesênquima –

início da formação dos GERMES DECÍDUOS.

Essas esférulas são regiões da lâmina dentária.

Epitélios externo e interno do

esmalte

As células periféricas da fase de capuz são

cuboidais, contornam a convexidade do capuz

e formam o epitélio externo do esmalte. As


Fase de Capuz
células da concavidade do capuz são altas e

Continuação da proliferação epitelial: o botão representam o epitélio interno do órgão do

apresenta um crescimento desigual, adotando esmalte.

uma forma de boné ou capuz.


Retículo estrelado - As células no centro do

Não vai ser mais redondo como era na fase órgão epitelial do esmalte, situadas entre os

de botão, vai apresentar uma região de epitélios externo e interno, começam a se

concavidade, achatamento da parte mais separar por aumento de volume do fluido

profunda do botão. intercelular.


Papila dentária Tem contato com o epitélio externo do

órgão do esmalte e termina do outro lado do


Situada abaixo do órgão do esmalte, está
epitélio externo, dando origem ao
próxima ao epitélio interno do órgão do
PERIODONTO DE INSERÇÃO.
esmalte, formada pelas células

ectomesenquimais condensadas. Dá origem a Fase de campânula

duas estruturas do dente: DENTINA e POLPA.


Diminuição da proliferação das células

O ectomesênquima, parcialmente encerrado epiteliais, ou seja, do crescimento do órgão

pela porção invaginada do epitélio interno do do esmalte. A superfície interna do órgão do

esmalte, condensa-se sob influência esmalte se aprofunda dando ao órgão a

organizadora do epitélio interno do esmalte FORMA DE SINO.

em proliferação.
Na fase de campânula avançada, ocorre

Essa condensação, que se deve mais à depósito de esmalte e dentina da coroa do

aproximação das células do que a uma futuro dente, caracterizando o processo de

atividade proliferativa, forma a papila dentária, dentinogênese e amelogênese. No final da

o órgão formador da dentina e do primórdio fase de coroa, quando os eventos de

da polpa dentária. diferenciação alcançam a região cervical.

FOLÍCULO DENTÁRIO FASE DE RAIZ

Células ectomesenquimais condensadas:

formam uma cápsula que limita a papila

dentária e encapsulam o órgão do esmalte;

Vai estar ao redor do germe dentário e limitar

onde é papila dentária, dando um limite onde

vai ser papila dentária.


Amelogênese

À medida que ocorre o desenvolvimento do

órgão do esmalte até a fase de campânula, o

epitélio interno do órgão do esmalte

diferencia-se em células altas. No local do

encontro dos epitélios interno e externo do

órgão do esmalte, forma-se um ângulo agudo

- alça cervical, estrutura importante para a

formação radicular do dente.

ALÇA
CERVICAL
Erupção dentária

É o momento no qual o dente irrompe na estacionado, enquanto o restante continua

cavidade bucal. crescendo.

Pode ser dividido em 3 fases:

• Pré-eruptiva;

• Eruptiva;

• Pós-eruptiva.

Fase pré eruptiva Fase eruptiva

É a fase intraóssea, ocorre a formação do Fase extraóssea, inicia-se quando a coroa

broto, capuz, e campânula, tem seu início está formada e termina quando o dente

com a diferenciação dos germes e termina chega no plano oclusal.

com a formação completa das coroas. Se inicia por volta do 6º/7º período de

estágio de Nolla, que é quando começa a


Fase de movimentação pré-
formação da raiz, onde o dente inicia o
eruptiva
processo de erupção dentária.

Movimento de corpo: Para estabelecer uma


Fase de erupção intraóssea: deslocamento
relação constante nos maxilares, os germes
do germe da sua posição inicial na cripta
movem-se para oclusal (para compensar
óssea até sua penetração na mucosa oral.
aumento em altura) e para vestibular (para
Fase de penetração na mucosa: começa
compensar o aumento em largura).
quando as cúspides em desenvolvimento
Movimento excêntrico: Uma parte do germe
alcançam a altura da crista alveolar.
dentário em desenvolvimento permanece
Fase de erupção pós-oclusal: Após penetrar Dentição decídua
na mucosa bucal, o dente continua seu
A erupção dos dentes decíduos inicia-se aos
movimento eruptivo deslocando-se em
6 meses de vida.
direção oclusal.
ICI ICS ILS ILI 1ºMI
Fase pós-eruptivo
1ºMS CI CS 2ºMI 2ºMS

Inicia-se quando o dente entra em oclusão e


ERUPÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS
termina com sua perda ou remoção. Dentes superiores Dentes inferiores
Incisivos 8 meses 6 meses
centrais
Fase de erupção pós-oclusal: Quando o Incisivos 10 meses 9 meses
laterais
dente alcança a posição funcional no plano Caninos 20 meses 18 meses
Primeiros 16 meses 16 meses
oclusal.
molares
Segundos 29 meses 27 meses
molares

Teoria sobre Mecanismo de Erupção: A mais

aceita é remodelagem da cripta óssea e ação

conjunta do folículo dentário com o retículo

Cronologia e sequência de estrelado: o folículo começaria sua influência

no osso alveolar após receber indução a


erupção
partir das células do órgão de esmalte,
CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO data que o
particularmente do retículo estrelado.
dente esfolia na cavidade bucal.
Crescimento da maxila: Ocorre um
SEQUÊNCIA DE ERUPÇÃO ordem que os
crescimento significante no 1º ano de vida até
dentes esfoliam na cavidade bucal.
a puberdade, a maxila praticamente duplica. O

crescimento vertical ocorre através da

deposição óssea, já na posição


anteroposterior a deposição óssea ocorre no 1º período transitório: esfoliação dos 1º molares

tuber da maxila. permanentes e troca dos incisivos centrais e

laterais (sup/inf).
Crescimento da mandíbula: Com a erupção

dos dentes, o ramo torna-se mais reto e o Período intertransitório: período de pausa na

ângulo goníaco (Go) mais agudo, o substituição dos dentes decíduos. Ocorre

crescimento ocorre para baixo e para frente reabsorção radicular dos caninos e molares

e a deposição acontece no corpo e ramo decíduos para posterior esfoliação.

mandibular.
2º período transitório: Esfoliação dos caninos

e molares decíduos e erupção dos pré-

molares e caninos permanentes.

Dentição permanente

Esfoliação de todos os dentes decíduos e sua

posterior substituição por dentes

permanentes.

DENTES DECÍDUOS
Dentição mista ERUPÇÃO Dentes Dentes
superiores inferiores
A fase de dentição mista, inicia-se com a Incisivos 7-8 ANOS 6-7 ANOS
centrais
erupção dos 1º molares permanentes, entre Incisivos 8-9 ANOS 7-8 ANOS
laterais
os 6 e 12 anos de idade.
Caninos 11-12 ANOS 9-11 ANOS
1° pré- 10-11 ANOS 9-11 ANOS
Dentes irrompem quando estão no estágio
molar
8 de nolla, após esfoliar a raiz completa sua 2° pré- 10-12 ANOS 10-12 ANOS
molar
formação em 2/3 anos. 1° molar 6-7 ANOS 6-7 ANOS
2° molar 12-13 ANOS 11-12 ANOS
3° molar 17-30 ANOS 17-30 ANOS
Estágios de Nolla
Rizólise

Rizólise dos dentes decíduos é um fenômeno do dente decíduo (cemento e dentina), a qual

que está relacionado reabsorção radicular, pode começar pela superfície da raiz, antes

caracterizado pela destruição gradativa dos do fechamento da porção apical.

tecidos dentários duros e moles, podendo ser


Aspecto clínico e radiográfico
fisiologia ou patológica.
da reabsorção

A reabsorção radicular na dentição decídua é

um processo fisiológico que antecede a

substituição dos dentes.

Pode apresentar variações como: reabsorção


É necessário que a reabsorção das raízes
precoce, onde os decíduos esfoliam mais
dos dentes decíduos ocorra para a erupção
cedo, ou reabsorção retardada, com a
normal dos dentes permanentes.
retenção prolongada.

Nas etapas iniciais do desenvolvimento, os

dentes decíduos e permanentes têm a

mesma cripta óssea. Posteriormente, o

decíduo apresenta uma cripta óssea individual,

que separa o germe do permanente.

Assim, o osso da cripta é absorvido, durante

as etapas iniciais de erupção dos dentes Os dentes superiores reabsorvem mais

permanentes para a formação da via eruptiva. rápido do que os dentes inferiores, e inicia-se

Após inicia-se a reabsorção dos tecidos duros mais cedo em meninas do que em meninos.
Clinicamente, tem-se observado que, de das reabsorções radiculares é de natureza

modo geral, para caninos decíduos, quando a desconhecida ou idiopática.

rizólise está entre 1/3 e 2/3, o estágio de Nolla


A rizólise é um fenômeno que ocorre de
do sucessor permanente está entre as fases
forma intermitente, ou seja, passa por um
7 e 8. Quando a reabsorção é menor que 1/3,
período de reabsorção das estruturas
o germe encontra-se entre os estágios 5 e
mineralizadas e por outro de reorganização
6 de Nolla.
do periodonto e cemento.

A reabsorção radicular fisiológica,

normalmente, ocorre de maneira uniforme e

simétrica, de modo que o germe do

permanente erupciona em sentido oclusal e

se posiciona entre as raízes do dente


Distúrbios
decíduo.

Dentes unirradiculares apresentam as A anquilose ocorre por distúrbio local no

reabsorções iniciadas por lingual, metabolismo, quando o processo

prosseguindo para vestibular, acompanhando reorganização das fibras periodontais é mais

o sentido transversal da raiz e do longo eixo. lento do que a neoformação óssea,

Portanto o sucessor permanente irrompe por permitindo a união entre o osso de suporte

e o dente.
lingual do decíduo, esse aspecto é observado

com maior frequência na mandíbula.

Determinados fatores influenciam a alteração

etiológica da reabsorção dentária como:

traumatismo, infecções ou distúrbios

metabólicos, porém um grande percentual


Dos problemas gerais que provocam a perda

precoce dos dentes decíduos destacam-se:

Querubismo, Síndrome de Down,

Hipofosfatasia, Tumores benignos e malignos

dos ossos gnáticos.

Quanto ao atraso da rizólise, as doenças mais

comuns são: Hipotireoidismo, Hipopituitarismo,

Desnutrição crônica e Disostose

Cleidocraniana.
Características da dentição

decídua

Primeira oclusão da dentição decídua, As faces oclusais dos molares e incisais dos

iniciando a mudança da deglutição infantil para incisivos e caninos estão dispostos num plano

madura. A dentição está completa, com a quase reto.

erupção e a oclusão dos quatro 2º molares


Os decíduos apresentam:
decíduos (24 a 30 meses de vida da criança).
Tubérculo de Zuckerkandl;
Os 1º molares decíduos ao estabelecer o
Não apresenta curva de Spee.
contato interoclusal obter-se-á a primeira e

decisiva intercuspidação levando a

determinação do senso de oclusão.

Após a esfoliação dos caninos ao ficam

espaços (primata) para mesial na arcada

superior e distal na inferior que são os

espaços primatas e levam o guia de oclusão


Colo mais Raízes finas e
mais para mesial. definido; longas;
Câmara Oclusão topo
Plano Oclusal Incisal: A dentição decídua não pulpar ampla. a topo.
.
apresenta curva de SPEE nem de Wilson, A ATM: o Localiza-se próxima ao plano
pois os dentes são implantados verticalmente oclusal dos dentes inferiores e paralela a este
e paralelos entre si na base óssea. plano, conforme a criança cresce a

articulação se estabelece.
Com o crescimento da maxila e da mandíbula, TIPO II: Ausência de diastemas na região

a ATM tende a se elevar para posição mais anterior em ambas as arcadas. Pode-se

superior. encontrar diastemas entre os dentes

posteriores. Mais desfavorável para a erupção


OVERJET - Trespasse horizontal.
dos permanentes.

OVERBITE - Trespasse Vertical


MISTO: Possui os dois tipos: arco tipo I

superior e tipo II inferior (mais frequente) ou;

o Arco tipo II superior e tipo I inferior.

Classificação de Baume

TIPO I: Possui diastemas entre os dentes

anteriores em ambas as arcadas. É mais Espaço livre de Nance


favorável para o posicionamento dos
É a somatória do espaço entre a mesial do
sucessores, logo, esses diastemas vão servir
canino decíduo até a distal do 2º molar.
como espaços compensatórios para a

erupção dos dentes permanentes.


Espaço primata DEGRAU MESIAL : O 2º molar inferior está

mais para mesial em relação ao superior.


São espaços compensatórios, iguais ou

maiores que 0,5 mm. Na dentadura decídua,

existem diastemas fisiológicos, tanto na região

anterior como na posterior.

MAXILA: Espaços presentes na dentadura

decídua localizados entre os incisivos laterais


DEGRAU DISTAL: O 2º molar inferior está
e caninos.
mais para distal em relação ao superior.
MANDÍBULA: Espaços presentes na

dentadura decídua, localizados entre os

caninos e 1ºs molares.

DECÍDUOS PERMANENTES
20 dentes 32 dentes
Mais esmalte Mais dentina
Relação distal
Câmara pulpar Câmara pulpar

DEGRAU RETO : A face distal dos 2º molares ampla reduzida


Série crescente Série decrescente
estão terminando reto.
Incisal reta Mamelões
Tubérculo de Tubérculo de carabelli
Zuckerkand
Raízes finas, Raízes largas
cônicas e longas
Mais brancos Mais amarelos
Técnicas de manejo
TÉCNICA OBJETIVO
Comunicação Condução do comportamento através do contato físico e das expressões
não-verbal faciais.

Reforço positivo Ajustar comportamento do paciente com estímulos adequados com recepção
calorosa e elogios
Distração Distrair a atenção do paciente para que não perceba um procedimento
desagradável;
Diminuir percepção de desconforto;
Evitar comportamento negativo ou evitação.

Falar-Mostrar- Ensinar ao paciente aspectos importantes da visitação do dentista e familiarizar


Fazer o paciente com o consultório;
Falar: explicar procedimentos de acordo com o desenvolvimento da criança;
Mostrar: demonstrar por meio de sentidos os procedimentos definidos;
Fazer: realizar o procedimento.

Controle da voz Desviar a atenção da criança;


Voltar ao grau inicial com firmeza;
Rejeitar o comportamento inaceitável;
Para crianças que não cooperam ou são desatentas, mas são capazes de
comunicar-se.
Estabilização Reduzir ou eliminar movimentos controlados, proteger a criança e equipe;
protetora Previamente: é possível mudar plano de tratamento? Quais ideias sugerir?
Existem outros problemas afligindo a criança? Existem distúrbios que justifiquem
o comportamento? o acompanhante pode ser mudado? Profissional pode ser
mudado?
Contenção Física Pacientes que não podem cooperar, imaturidade, limitações físicas ou mental
Não indicadas para pacientes colaboradores sem problemas sistêmicos.
Técnica de Introduzir aos poucos procedimentos mais invasivos;
dessensibilizarão Várias sessões.
Mãos sobre a Obter atenção da criança
boca Garantir segurança
Para crianças saudáveis
Contraindicadas para crianças com dificuldades e imaturas
Exame clínico

O exame clínico vai nos auxiliar no pais, escola, série, nome do pediatra da

diagnóstico, no prognóstico, no planejamento. criança e o telefone.

O exame clínico é dividido em: Importante para manter o contato com a

criança e para ter uma melhor ideia do


1. Anamnese;
contexto socioeconômico e cultural em que
2. Exame Físico:
ela está inserida.

a. Extrabucal;
Devem-se conhecer os hábitos dos pais
b. Intrabucal; quanto a tabagismo, alimentação e higiene.

3. Exames complementares. Perfil Psicológico:

Anamnese É registrado não apenas o comportamento

psicológico da criança, mas também a atitude


É a coleta de dados que irão compor o
dos pais com relação ao tratamento
panorama físico e psíquico, passado e
odontológico.
presente do paciente, realizada através de

entrevista, com o objetivo de se obter o História Dentária:

maior número de informações. Motivo da consulta ou queixa principal;

Tratamento odontológico prévio;


Dados pessoais:
Comportamento pregresso no consultório;
Manter contato com a criança;
Primeira vez no consultório odontológico;

Contém nome completo, apelido, idade, Questionar a queixa principal, tratamento

endereço, telefone, data de nascimento, odontológico prévio, comportamento

número de irmãos e nome, ocupação dos pregresso no consultório.


Exame físico Palpação:

Sucede a anamnese e o objetivo é identificar • Submandibular;

os sinais e sintomas pertinentes ao quadro • Submentoniana; e

clínico. • Parotídea.

Deve ser feito de maneira ordenada e requer

do profissional conhecimento de todas as

áreas afins da odontologia.

Coletar informações sobre possíveis

alterações que possam indicar doenças

sistêmicas; Clínico Intrabucal


• Inspeção; Realizado após a limpeza das superfícies

• Palpação; bucais e com boa iluminação, deve ser

• Percussão; realizado de forma ordenada e sistemática.

• Auscultação. O exame intrabucal é iniciado com uma

É dividido em EXTRABUCAL e avaliação geral dos aspectos anatômicos e

INTRABUCAL. funcionais de toda cavidade.

Exame Clínico Extrabucal Exame dos tecidos moles: Cor, textura,

1º: exame geral da fala, postura, mãos, ulcerações, vesículas, selamento labial e

membros superiores e inferiores; tumefações.

2º: exame das estruturas faciais e seus

anexos: Ver o peso da criança, altura e

temperatura.

Região de cabeça e pescoço: Observar

integridade das estruturas, patologias, função

e desenvolvimento.
Exames complementares

Radiográficos;

Laboratoriais;

Panorâmica: supranumerários, relação

espacial do dente decíduo com o germe

sucessor, processo de rizólise.

Servem para auxiliar na composição do

diagnóstico e prognóstico, devendo sempre

ser analisados em conjunto aos dados físicos

e anamnésicos do paciente.

O diagnóstico de cárie deve ser :

Visual + Radiográfico.
Cárie
Doença responsável pela desmineralização PREVALÊNCIA: quantidade da manifestação

do esmalte devido ao biofilme cariogênico da doença na população.

(placa dentária), associada a uma dieta INCIDÊNCIA: novos casos.

inadequada e constante falta de higiene bucal, ICDAS

levando a perda irreversíveis do tecido • Avalia o grau de progressão;

dentário. A destruição pode afetar esmalte, • Considera dentes restaurados.

dentina e cemento. Do inglês International Caries Detection and

Índices Assessment System (ICDAS), é um sistema

CPO-d → Dente permanente de escores baseado na inspeção visual

auxiliado por uma sonda ball-point, sendo que


• Não avalia mancha branca;
maiores escores indicam lesões mais severa.
• Saber diferenciar o período.

Nos permite avaliar a experiência de cárie em

dentes permanentes.

CEO-d → Dentes decíduos Processo DES-RE

O processo que altera de forma equilibrada a


• Os que esfoliam não conta.
perda (desmineralização) e ganho
Nos permite avaliar a experiência de cárie em
(remineralização) de mineral pela estrutura
dentes decíduos.
dentária (Quando nos alimentamos).

Quando o pH abaixa, ocorre perda de:

Cálcio;
Fosfato;
Fluoreto.
Cárie dentária Papel da saliva

• Limpeza dos dentes; Diluição e


Fatores determinante.
neutralização dos ácidos (proteção).
+
• Pacientes submetidos a radioterapia;
Fatores confundidores
Diminuição da secreção salivar.

XEROSTOMIA

Microbiota

Streptococcus mutans - fase inicial

• Presentes logo após a erupção dentária;

• Início da lesão;

• Colonização em dentes com anatomia

retentiva.
Fatores confundidores
Lactobacillus - progressão

• Idade; • Progressão da lesão;

• Sexo; • Presentes em estágios mais avançados.

• Raça; Actinomyces

• Genético; • Radicular.

1ª janela de infectividade: 6 a 30 meses;


• Padrão sociocultural;
Introdução alimentar.
• Socioeconômico.

Fatores de riscos a cárie 2ª janela de infectividade: 6 e 12 meses;

• Anatomia dentária (defeitos irrompe 1º e 2º molar permanente.

estruturais);

• Dentes recém-erupcionados;

• Posição dos dentes (apinhamento).


Dieta • Destruição localizada da superfície

A sacarose é o carboidrato fermentável mais circundada por esmalte amarronzado;

cariogênico. • Cavidade no esmalte envolvendo dentina,

Açúcar intrínsecos: frutas; sendo ambos amarronzados;

Açúcar extrínsecos: industrializado. • Cavidade expondo dentina dura e

Atividade de Cárie amarronzada/escura;

• Tecido endurecido
LESÕES ATIVAS
• Esmalte opaco e sem brilho visualizado

antes ou em seguida a secagem;

• Desgaste em esmalte com alo opaco e

sem brilho;

• Cavidade no esmalte opaco e sem brilho

com envolvimento superficial de dentina;

• Cavidade expondo uma dentina amarela

e amolecida;

• Tecido amolecido sem suporte (destaca

fácil).

LESÕES INATIVAS
• Esmalte opaco com brilho, com ou sem

descoloração amarronzada, visto após

secagem;
Dentística em odontopediatria
O tratamento restaurador deve ser o último • Remoção até a dentina firme- decíduos e

recurso: quando tiverem falhadas todas as permanentes;

alternativas de controle, prevenção e • Remoção stepwise- permanentes/

remineralização. tratamento expectante (1ª etapa: seletivo; 2ª

Dente decíduo: pode optar por não restaurar. etapa: até dentina firme).

A necessidade de intervenção depende do

controle da lesão, idade, se a lesão é passível

de limpeza.

Objetivos do tratamento

restaurador
Paralização da cárie
• Reparar ou limitar os danos causados pela
Retirada de toda dentina infectada;
cárie;
Restauração com eficiente vedamento
• Preservar ao máximo a estrutura dentária;
marginal (selamento hermético da cavidade).
• Restabelecer função e estética;
A eliminação do tecido cariado deve ser
• Proporcionar uma condição que facilite
baseada em critérios clínicos tanto visual,
uma manutenção e uma boa higiene bucal.
quanto tátil. Deve-se ainda, levar em
Métodos consideração a coloração, consistência e

• Remoção seletiva do esmalte- decíduos e umidade da dentina.

permanentes (dentina amolecida não

remineraliza, deixa um halo escuro na

radiografia);
Tratamento restaurador Técnica ART

atraumático (ART) A) Isolamento relativo do campo operatório.

O termo atraumático se refere a ausência de

sensação dolorosa, pois como somente a

dentina infectada é removida não há

mudanças na hidrodinâmica da dentina, não

sensibilizando fibra nervosa.

OBJETIVOS

Paralisar a desmineralização no da lesão de


B) Remoção total ou parcial dos tecidos
CÁRIE;
cariados;
Restabelecer a função e auxiliar no controle

da doença cárie.

Maior conforto;

Sem anestesia;

Instrumentos manuais;

Tempo reduzido;

Mínima intervenção.
C) Ácido poliacrílico de 10 a 20 segundos;
Indicação
Lavar e secar;
Aplicação em todos os pacientes; não tem

contraindicações.

Atendimento em campo ou no consultório;

Dentes decíduos e permanentes com lesão

de cárie. Bebês,

Crianças,

Pacientes especiais.
D) Levar CIV; comprimir com vaselina por 40

segundos; retirar excesso; proteger com

verniz e evitar comer no lado por uma hora.

Tratamento restaurador

atraumático modificado

(ARTm)

Remoção do esmalte sem sustentação, com

o auxílio de pontas diamantadas em lesões

dentinárias de pequena abertura ou em

lesões ocultas.

O ARTm prevê a remoção do tecido

dentinário lesado (lesão de cárie)

exclusivamente com instrumento manual, as

pontas diamantadas auxiliam na remoção de

estruturas rígidas.
Cirurgia em odontopediatria
Aspectos importantes: avaliação pré- EXTRAÇÃO;

operatória (saúde geral odontológica), SUTURA (se necessário).

avaliação do comportamento, analgesia, O cirurgião dentista deve possuir uma

anestesia. radiografia periapical de boa qualidade do

Cuidados: dente a ser extraído. A radiografia deve

• Não mostrar seringas, agulhas e permitir observar: o padrão de rizólise, a

instrumental cirúrgico para criança; relação entre o dente decíduo e o germe do

• Evitar máximo de visualização de sangue dente sucessor permanente, o grau de

pela criança; rizogênese do dente permanente, a

• Não quebrar cadeia de biossegurança; existência de doença óssea regional.

• Atuar de forma serena; Uso do fórceps

• Explicar: uso de EPIs para crianças. A parte ativa do fórceps deverá prender

corretamente a coroa dental, para que a


Técnica cirúrgica
força aplicada ao cabo seja

ANESTESIA - Para controlar a dor, uma convenientemente transmitida ao dente,

anestesia feita de modo eficaz é fundamental. possibilitando sua luxação.

O forame mandibular na dentição decídua Posicionar o fórceps com os mordentes

está localizado abaixo do plano oclusal); paralelos ao eixo longo do dente; aplicar

SINDESMOTOMIA - Faz-se rompimento das pressão em direção ao ápice; cuidado para


fibras do ligamento que mantém o dente
não fraturar o dente.
articulado com o osso alveolar;
Dentes anteriores: Realizar movimentos de
LUXAÇÃO - Cuidadosa para não lesionar o
rotação.
germe do permanente;
Dentes posteriores: Devem ser feitos Pós- operatório
movimentos vestibulolinguais e movimentos Analgésicos (depende da intervenção);
pendulares. Hemostasia – gaze estéril;
FÓRCEPS (tamanho infantil) Dieta líquida e pastosa;
1: canino e incisivos superiores; Não fazer bochecho nas primeiras 24h;
18D: molar superior direito e esquerdo; Cuidado: Mordida pós-anestésica.
65: raízes superiores;
Odontosecção
69: raízes superiores e inferiores;
Divisão cirúrgica do dente;
68: raízes inferiores de ambos os lados.
Transformação de estruturas

multirradiculares em unirradiculares.

Osteotomia

Remoção cirúrgica do osso;

Alavancas Indicada anquilose e fratura radicular;

Os mais usados são: alavancas seldin Ponto de Retalho mucoso o Instrumentos – cinzéis.

apoio: entre a parede óssea alveolar e a Cirurgias em tecidos moles

parede radicular. Ulotomia e Ulectomia


• Fibrose gengival (medicamento e trauma
No caso de utilizar a alavanca, deve ser
constante);
colocada e posicionada entre a parede

alveolar e a raiz do dente, sendo introduzida • Dentes parcialmente erupcionados;

o mais profundamente possível. • Erupção lenta;

• Pericoronarite;

• Ulotomia: incisão na gengiva (perto da

oclusal e borda incisal) e divulsão para

expor os dentes;
• Ulectomia: exérese do tecido gengivo- Anquiloglossia
fibroso. Molar: incisão circular / Incisivo: Encurtamento de freio lingual;
incisão elíptica; Interfere na alimentação, fonação/ dicção;

• Não indicados em dentes decíduos Língua bilobulada (em coração);

intraósseos. Uso de fio reabsorvível;

Criança – uso de anestésico tópico (bebê).

Frenectomia Labial

• Remoção de faixa;

• Indicada quando há diastema (deve-se

esperar até a erupção do canino), freio

hipertrófico, recessão gengival);

• Anestesia- pinça hemostática – retirar

triangular- divulsão (desinserção de fibras) -

sutura.
Endodontia em odontopediatria
Um dos principais objetivos da odontopediatria é ACESSO

a preservação dos dentes decíduos no arco em Realizado com uma ponta diamantada esférica,

condições anátomo-funcionais, até a época da do tamanho compatível com o dente. O Teto

sua esfoliação fisiológica. deve ser removido com uma broca endo Z.

A prática da endodontia em decíduos devem

considerar que eles possuem ciclo vital próprio.

O ciclo do dente decíduo possui 3 fases:


Terapia pulpar
1. Rizogênese: Fase de crescimento pulpar,
CAPEAMENTO PULPA INDIRETO
juntamente ao da coroa e raiz;

2. Maturação Pulpar: Desde a formação Remoção seletiva do tecido cariado em dentes

completa da raiz até o início da sua reabsorção, com lesões de cárie profunda (metade interna

iniciando a rizólise; de dentina), a fim de evitar risco de exposição

3. Regressão Pulpar: Início da reabsorção e comprometimento pulpar.

radicular (rizólise) até a esfoliação do dente. Exemplo: tratamento expectante, ART.

Exame radiográfico Técnica: base (cimento de hidróxido de cálcio),

restauração por 60 dias (ionômero de vidro).


Observar a proximidade da lesão de cárie com
CAPEAMENTO PULPAR DIRETO
a polpa, rarefação óssea periapical e óssea na

região de furca, reabsorção radicular, formação Colocação de um medicamento diretamente

do germe do sucessor permanente. sobre a exposição pulpar a fim de promover o

restabelecimento da polpa, estimula o

desenvolvimento de um tecido mineralizado e

protegê-la de irritação adicional mantendo sua

vitalidade.
Técnica: Otosporin (bolinha de algodão); Contraindicação

Hidróxido de cálcio P.A; Cimento de hidróxido de • Reabsorção radicular superior a 1 ∕ 3;

cálcio, restauração com ionômero (60dias). • Lesão periapicais ou intrarradiculares

Pulpotomia muito extensas.

Remoção do tecido pulpar coronário inflamado, PASTA DE GUEDES PINTO

objetivando a manutenção da integridade da Composto por:

polpa radicular permitindo dessa forma a Iodofórmio, Paramonoclorofenol Canforado

continuidade do ciclo biológico do dente decíduo. (PMCC) e Rifocort.

Consiste na amputação cirúrgica da polpa Colocar as pastas na entrada dos canais.

coronária, seguida do uso de fármacos com o TERAPIA PULPAR COM CTZ

objetivo de manter o remanescente radicular Composto por:

vital. Tetraciclina;

INDICAÇÕES Óxido de zinco e eugenol;

• Vitalidade pulpar; Cloranfenicol.

• Sangramento vermelho vivo; Em casos que não houve a instrumentação.

• Pouca reabsorção radicular;

• Pouca destruição coronária.

Pulpectomia

Remoção/extirpação das polpas coronária e

radicular e a obturação dos canais radiculares

com o objetivo de preservar, até a esfoliação

fisiológica, os dentes decíduos com

comprometimento pulpar irreversível devido

à lesão cariosa ou trauma.


Traumatismo dentário
O incisivos central é normalmente o dente FRATURA DE ESMALTE

mais envolvido no trauma, com etiologia Fratura não complicada de coroa, perda de

variada, as principais causas envolvem conteúdo dentário confinada ao esmalte

esportes, quedas de bicicleta, acidentes de dentário.

moto e outros fatores como violência e


Tratamento:
abuso de drogas.
Proteção dos túbulos dentinarios, em casos
Foi observado uma maior incidência no
de pequenas extensões arredondar as bordas
gênero masculino (meninos). Na dentição
e aplicar flúor. Acompanhar radiograficamente.
decídua, ocorre entre 2/3 anos de idade,

quando a coordenação motora está em

desenvolvimento.

TRINCA DE ESMALTE

Rachadura/Fratura incompleta do esmalte,

sem perda de substância dentária.


FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM
Fotopolimerizador pode auxiliar no EXPOSIÇÃO PULPAR

diagnóstico. Fratura não complicada da coroa, confinada a

Tratamento: Teste de sensibilidade e


esmalte e dentina, sem exposição pulpar.
acompanhamento radiográfico.

Tratamento: Proteção da polpa (se profundo)

e restauração/ colagem do fragmento.

Acompanhar radiograficamente.
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM FRATURA RADICULAR
EXPOSIÇÃO PULPAR
Fratura complexa que envolve, cemento,
Fratura complicada da coroa, com presença
dentina e polpa. Podendo ser horizontal,
de hemorragia local, sensibilidade térmica e
diagonal e vertical (extração), além de
dor a mastigação.
acometer os terços apical, médio e cervical.

Tratamento: Capeamento pulpar, curetagem

pulpar, pulpotomia parcial, endodontia são

opções de tratamento depende da situação

clínica.

Tratamento:

Fraturas transversais no terço cervical, faturas

longitudinais ou oblíquas – exodontia.

Fraturas transversais no terço apical – não


FRATURA CORONORADICULAR
necessita de tratamento.
Clinicamente observa-se sua extensão vai

além do limite gengival, que envolve esmalte, Fraturas no terço médio – anestesia +

dentina, cemento e em algumas situações a pressão digital para aproximar os fragmentos,

polpa. contenção semirrígida.

Tratamento: A extensão da fratura ditará a

opção de tratamento, que vai desde os mais

conservadores até a possibilidade de

extração.
CONCURSSÃO LUXAÇÃO LATERAL

Traumatismo às estruturas de suporte do Deslocamento lateral do dente em uma

dente sem aumento da mobilidade ou direção que não seja intrusiva, acompanhada

deslocamento do dente, mas com marcante por fratura das paredes do alvéolo.

sensibilidade a percussão.
Tratamento

Lesão ao ligamento periodontal, ocorre


Reposicionamento cuidados e contenção
edema e sangramento e dano ao suprimento
rígida 3 a 8 semanas (fratura do osso alveolar).
neurovascular da polpa.
Acompanhamento radiográfico.

Tratamento
LUXAÇÃO EXTRUSIVA

Ajuste oclusal, orientação de higiene e Deslocamento parcial do dente na direção

mudanças na dieta (alimentação pastosa e axial.

líquida) nos primeiros dias após o trauma.


Tratamento:
Acompanhamento radiográfico.
Na dentição decídua alguns autores
SUBLUXAÇÃO
recomendam a extração para não afetar o
Aumento da mobilidade, com ligeiro aumento
germe do permanente.
do espaço pericementário, pode haver
Na dentição permanente contenção
sangramento no sulco gengival e mudanças
semirrígida de 2 a 3 semanas. Acompanhar
na coloração da coroa do dente (tempo).
radiograficamente.
Tratamento:

Ajuste oclusal, orientação de higiene e

mudanças na dieta (alimentação pastosa e

líquida) nos primeiros dias após o trauma.

Acompanhamento radiográfico.
LUXAÇÃO INTRUSIVA Para reimplante de permanentes os requisitos

Deslocamento do dente para dentro do são ausência de doença periodontal, meios de

alvéolo (coroa encurta). conservação e armazenagem e tempo do

ocorrido.
Tratamento:

O dente deve ser armazenado


Alguns autores recomendam a extração em
prioritariamente na solução de Hank ou ainda
casos de trauma em dentes decíduos se
em leite ou saliva.
atingir o germe do permanente.

O REIMPLANTE DEVE SER REALIZADO


Dentes com ápice aberto - reerupção
SEMPRE QUE POSSÍVEL.
espontânea em 2/4 meses.

Tratamento
Dentes com ápice fechado - é necessário

extrusão ortodôntica. O grau de comprometimento ditará o

tratamento. A contenção para esse tipo de


Reposicionamento ortodôntico - iniciar na
trauma é semirrígida, é importante realizar a
primeira consulta.
cobertura antibiótica e avaliar a profilaxia

antitetânica (atualização da vacina).

AVULSÃO

Remoção completa do dente do seu alvéolo

decorrente de um acidente.

Em dentes decíduos não faz o reimplante.


Exames radiográficos
As radiografias servem para auxílio no afetada pelos efeitos nocivos das radiações

diagnóstico e planejamento no plano de ionizantes pode ser maior nesse paciente.

tratamento. Para minimizar a exposição à radiação (sobre

Tem-se algumas características na dentição o paciente, profissional e ambiente) e os seus

decídua, que irão ser avaliadas além do riscos, o profissional deve lançar mão de

exame clínico, no exame radiográfico algumas manobras:

Deve-se examinar a anatomia normal e sua 1- Tempo de exposição baixo;

correspondência à idade do paciente na 2- Uso de aventais de chumbo;

seguinte ordem: 3- Filmes ultrarrápidos que permitam a

1. Dentes; redução do tempo de exposição;

2. Estruturas ósseas; 4- Cones longos e abertos;

3. Limites; 5- Uso de suportes para filmes e rigor na

4. Cavidades aéreas técnica, para reduzir a possibilidade de

Para que se consiga realizar um exame repetições.

radiográfico em odontopediatria é necessário Para a proteção do PACIENTE:

CONDICIONAR o paciente. Proteção das gônadas, ter domínio da técnica

Proteção às radiações para indicar a tomada correta, evitar

repetições, ter cuidado com o


As crianças são mais suscetíveis aos efeitos
processamento do filme radiográfico e
tardios da radiação que os adultos, e isso se
armazenamento das radiografias, ter critérios
deve ao fato das suas células ser mais jovens,
para a solicitação dos exames radiográficos,
então, estão em estado de menor
utilização de avental de tecidos plumbífero,
diferenciação e o risco de alguma célula ser
tendo proteção mínima de 0,25 mm.
aparelho deixando colocação do filme por

último;

Recomendações: instrução e familiarização,

posicionar cone e depois o filme, tamanho do

filme compatível com a boca, região mais fácil

primeiro (anterior) prender a atenção durante

a exposição, uso do avental plumbífero,

realizar técnica de exposição correta.


Para a proteção do PROFISSIONAL:
Indicações
O profissional deve tomar máximo cuidado
Avaliação: atividade de cárie, crescimento e
para não se expor diretamente à radiação
desenvolvimento, anomalias, defeitos
durante as tomadas radiográficas.
genéticos, condições patológicas, trauma;
Nunca esteja na direção do feixe, NÃO
Critérios para tomada radiográfica: tipo de
segurar o cabeçote durante a tomada
dentadura, lesão de cárie recorrente ou
radiografia, não permanecer nem atrás do
primária, áreas de interesse, risco de cáries,
paciente nem atrás do cabeçote durante a
anomalias familiares.
tomada radiográfica.

Quando há necessidade que segurar o filme

na boca do paciente quem deve segurar é

o responsável pela criança.

Redução de risco
Contraindicações
Cuidados: idade, necessidade,
Ausência de lesões de cárie, presença de
condicionamento, coordenação motora,
espaço entre molares.
tamanho da boca, ânsia, posicionar cadeira e
TÉCNICA CARACTERÍSTICAS

Periapical Avaliar o grau de rizólise, cripta, reabsorção do tecido

ósseo, lesão cariosa (foco bacteriano no decíduo afeta

permanente). Cuidado com rizogênese incompleta e

lesão periapical. Traumatismo dental. Controle e

acompanhamento. Técnica da Bissetriz. Técnica do

paralelismo. Técnica de Clark.

Bite-wing Interproximal - lesões cariosas

Oclusal Filme adulto de forma horizontal com a criança

mordendo. Observar regiões anteriores

Paralelismo Uso de posicionador - Terá menos erros devidos ao uso

dos posicionadores.

Bissetriz Não usa posicionador Feixe central = perpendicular ao

eixo do dente, normalmente é feita com pressão digital.

Panorâmica Avaliação do desenvolvimento ósseo. Patologias bucais.

Observação de seios maxilares. Exame prévio da ATM.

Observação bilateral. Traumatismo. Documentação

ortodôntica

Vantagens: visão em conjunto, baixa exposição, tomada

única. Desvantagem: sobreposição

Tomografia Cistos. Distância de germes. Dentes supranumerários


Radiografia em bebês

Indicado para bebês com dente natal ou

neonatal, nos casos de traumas ou anomalias.

O bebê deve ser posicionado no colo do

responsável e o filme segurado por

PRESSÃO DIGITAL.

Região anterior da maxila, o feixe central deve

ser posicionado na ponta do nariz, já na

região anterior da mandíbula o feixe deve ser

posicionado na sínfise mentoniana.

O filme usado será nº 02.

Erros na técnica

• Alongamento;

• Encurtamento;

• Filme invertido;

• Sobreposição;

• Manchas escuras.

Etapas da revelação

Revelador = 1 min;

Água = 30 seg;

Fixador = 2 min;

Água = 15 seg.

R–A–F–A
Terapêutica em odontopediatria
O medo pode ser:
As crianças apresentam imaturidade
OBJETIVO: A criança já passou por uma
morfológica, bioquímica, fisiológica e
experiência que não foi agradável.
psicológica – por isso devemos ter cuidado.
SUBJETIVO: Medo do desconhecido; ter

Quando vamos prescrever medicações e visto ou escutado.

anestésicos, devemos levar em consideração


Benzodiazepínicos
o PESO.
São fármacos que atuam no sistema nervoso

Deve-se optar pelas formas líquidas (xarope, central (SNC) resultando na diminuição da

suspensão), fazendo a prescrição de acordo ansiedade estresse e tensões.

com o peso terá o máximo de efeito com A sedação mínima deixa o paciente mais

mínimo de efeitos adversos. tranquilo, e é usado em pacientes que tem

problemas com comportamento.


SUSPENSÃO: É necessário diluir o pó em
Atualmente dois benzodiazepínicos são
água, onde no frasco do medicamento tem-
recomendadas para o uso em
se uma marcação, até onde a água pode
odontopediatria, o Diazepam e o Midazolam
chegar. Ao final da mistura a solução deve
(1° escolha).
estar no local marcado com a seta.
DIAZEPAM MIDAZOLAM

SOLUÇÃO: A medicação já vem pronta, e Dose 0,2 ou 0,5 mg 0,25 ou 0,5 mg

geralmente vem um medidor em forma de

copinho ou seringa. Início de 45 A 60 min 20 A 30 min

DOR: fenômeno complexo que organismo ação

reage diante da possibilidade ou dá ocorrência Duração 6 a 8 horas 2 A 4 horas

da lesão.
Óxido nitroso

Técnica segura e eficaz, reduz a ansiedade e Anti-inflamatórios

promove analgesia. Medicamentos à base de diclofenaco de sódio

Causa redução de débito cardíaco enquanto ou potássio são contraindicados.

a resistência periférica é aumentada. O único anti-inflamatório usado é o

Desvantagens: Interferências da máscara IBUPROFENO.

nasal para incursões na região A-S da maxila; Antibióticos

poluição e possível contaminação por São fármacos com a finalidade de combater

exposição do profissional e auxiliar. m.o causadores de infecção no organismo.

A máscara utilizada deve estar totalmente Uso profilático ou terapêutico. As penicilinas

vedada no nariz da criança. Não pode abrir a são de primeira escolha.

boca, para que ocorra a sedação e a criança AMOXICILINA

consiga inspirar o gás. 125 mg/5mL até 3 anos;

250mg/5mL 03 até 12 anos;

500 mg/5mL acima de 40 kg.

Dose: 5 ml;

Posologia: 8 em 8 horas.
Analgésicos Pode ser administrado de 12 em 12 horas em
São usados para controle da dor aguda de criança.
intensidade leve.
Normalmente antibiótico é administrado de 7
DIPIRONA PARACETAMOL IBUPROFENO
a 14 dias.
Posologia 15mg ∕ 10-15mg ∕ kg 10-15 mg/kg

kg 4/4 6/6 horas 6/6 horas

horas

Dose 1 gota para 1 gota para 1 gota para

2kg 1 kg 1 kg
Anestésicos locais • Falar continuamente com a criança;

Perda temporária de sensação ou de dor • Não mostrar agulha

produzida por um agente químico aplicado desnecessariamente ao paciente;

topicamente ou injetado, sem pera de • Não usar agulha longa;

consciência • Anestésico deve sempre preceder ao

Diminui medo e ansiedade, pois previne a dor. avanço da agulha;

Aumenta relação de confiança do paciente • Explicar para criança que a anestesia é

com o dentista. transitória.

1) Tópico: ANESTÉSICOS DOSE DOSE


PONDERAL MÁXIMA
• Lidocaína- gel (2%), pomada (5%), spray (mg/kg) (mg/kg)
Lidocaína 2 e 4,4 300
(10%);
3%
• Benzocaína (20%) – Cuidado com a Mepivacaína 2 4,4 300
e3%
alergia; Articaína 4% 5,0 500
Prilocaína 3% 6 400
• Lidocaína + prilocaína (EMLA) – 25g/g Bupivacaína 1,3 90
0,5%
2) Injetável:

• Lidocaína 2%; Cálculo

• Prilocaína 3%;

• Mepivacaína 2%.

Manejo

• Preparar psicologicamente o paciente sem REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GUEDES-PINTO AC.

Fundamentos de Odontologia Odontopediatria. 8. ed.


usar “é só uma picadinha” ou “não vai doer”;
São Paulo: Santos, 2010; Corrêa M. S. N. P.
• Anestesia tópica- manter local seco;
Odontopediatria na primeira infância, 3ª edição, 2011
• Estabilizar a cabeça, alerta com movimentos KATCBURIAN, Eduardo. Histologia e embriologia oral:

abruptos; texto, atlas, correlações clínicas. 3. ed. rev. e atual. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012

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