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Prof.

Carolina Dolabela Leal de Castro


Dentina / Polpa

D=Dentina PD=Pré-Dentina CO=Camada Odontoblástica ZA=Zona Acelular


ZC=Zona rica em células CP=Corpo Pulpar
Densidade Tubular x Profundidade

A- LIMITE AMELODENTINÁRIO
10.000/mm2
B- REGIÃO MÉDIA
20.000/mm2 a 30.000/mm2
C- PRÓXIMO à POLPA
50.000/mm2

GARBEROGLIO; BRÄNNSTRÖM, 1962


POLPA: mecanismos inerentes para limitar os
danos causados por agentes agressores

§ Esclerosamento dos túbulos dentinários


§ Formação de dentina terciária
§ Sensibilidade dolorosa
Atividades Formadora e Protetora da Polpa
Atividades Formadora e Protetora da Polpa
Atividades Formadora e Protetora da Polpa
Tipos de Dentina Terciária

SMITH, et al. 1995, TZIAFAS, 2004


Tipos de Dentina Terciária

SMITH, et al. 1995, TZIAFAS, 2004


Esclerose Dentinária
I. Anamnese
§Localização
Dor §Freqüência
§Intensidade
§Duração

II. Exame Clínico


III. Testes Objetivos de Diagnóstico
IV. Exame Radiográfico
II. Exame Clínico
§Inspeção
§Palpação
§Percussão
III. Testes Objetivos de Diagnóstico
§Térmicos: frio e calor
§Elétrico
§Outros testes
(Anestesia, cavidade e transiluminação)
¨ Lesões Cariosas

¨ Preparo Cavitário

¨ Trauma Oclusal

¨ Procedimento Restaurador
Antes de qualquer procedimento restaurador, devem-
se tomar medidas que objetivem uma proteção à
dentina e à polpa contra agressões físicas, químicas e
bacterianas.
Após o preparo cavitário e antes da colocação do
material restaurador, é frequente o uso de algum
material intermediário que, quando aplicado
possibilite a formação de dentina esclerosada.
reacional e/ou reparadora com a finalidade de
preservar a fisiologia pulpar.
Fatores que Orientam as Estratégias de Proteção
do Complexo Dentinopulpar

§ Profundidade cavitária
§ Qualidade e tipo de
dentina remanescente
§ Idade do paciente
§ Material restaurador
Fatores que Orientam as Estratégias de Proteção
do Complexo Dentinopulpar
Profundidade Cavitária
Rasa Profunda
0,5 a 1,0 mm da Pelo menos 0,5 mm de
junção amelodentinária remanescente dentinário

Bastante profunda Bastante profunda com


Menos que 0,5 mm de exposição pulpar
remanescente dentinário
Proteção Indireta Proteção Direta

Fatores a serem observados:


§ Grau de comprometimento pulpar
§ Profundidade da lesão
Proteção Pulpar Indireta
Restauração Imediata
Proteção Pulpar Indireta

Finalidades:
§ Bloquear os estímulos térmicos, elétricos e químicos
decorrentes das restaurações e do meio bucal
§ Manter um ambiente cavitário apropriado para a manutenção
ou recuperação da condição pulpar
§ Exercer ação terapêutica sobre o complexo dentinopulpar;
§ Evitar ou reduzir a infiltração e o crescimento de bactérias sob
as restaurações
§ Interagir com as restaurações, melhorando suas propriedades
de selamento cavitário
Proteção Pulpar Indireta

Deve ser utilizada em casos de cavidades :

§ Médias,

§ Profundas e

§ Bastante profundas
Proteção Pulpar Indireta

Diferentes Categorias de Materiais de


Proteção Pulpar Indireta

q Cimentos de Hidróxido de Cálcio

q Cimentos de Ionômero de Vidro

q Sistema Adesivo
Proteção Pulpar Indireta

Materiais indicados para a proteção do complexo


dentino pulpar sob restaurações adesivas:

Cavidades rasas ou médias: Aplicação do sistema adesivo

Cavidades profundas: Cimento de Ionômero de Vidro + Sistema adesivo

Cavidades muito profundas: Cimento de Hidróxido de Cálcio auto

ativado + Cimento de Ionômero de Vidro + Sistema adesivo


Proteção Pulpar Indireta

Hidróxido de Cálcio
Propriedades:
§ Estimula a formação de dentina esclerosada, reparadora

§ Possui pH alcalino

§ Protege a polpa contra estímulos térmicos e elétricos

§ Apresenta ação antimicrobiana


Proteção Pulpar Indireta

Hidróxido de Cálcio

Formas de apresentação:
§ Pó (hidróxido de cálcio P.A.)
§ Pasta (pó de Ca(OH)2 + água
destilada)
§ Cimento
Proteção Pulpar Indireta

Cimento de Ionômero de Vidro


Composição:
Pó: sílica, alumina e fluoreto de cálcio

Líquido: solução aquosa de ácidos policalcenóicos, com a


inclusão de aceleradores de presa (ácido tartárico)

NAVARRO, 1998
Proteção Pulpar Indireta

Cimento de Ionômero de Vidro


Propriedades:
§ Menor toxicidade

§ Adesão à estrutura dentária

§ Liberação de flúor

§ Coeficiente de expansão térmica linear muito próximo


ao da estrutura dentária
Proteção Pulpar Indireta

Sistema Adesivo

Composição:

§ Monômeros resinosos de diferentes pesos e


viscosidades

§ Diluentes resinosos, solventes orgânicos


(acetona, etanol), além da água, presente em
várias formulações.
Proteção Pulpar Indireta

Sistema Adesivo

Os sistemas adesivos são


amplamente utilizados nos dias
atuais com as resinas compostas
como materiais restauradores

São eles que permitirão a adesão


deste material restaurador à
estrutura dentária
Proteção Pulpar Indireta

Sistema Adesivo
Passo a passo para utilização dos sistemas
adesivos:
§ Limpeza da cavidade

§ Condicionamento ácido do esmalte e dentina

§ Hibridização
Proteção Pulpar Indireta

Sistema Adesivo

Visa a eliminar resíduos que possam interferir


com a interação entre os materiais restauradores
e os substratos dentários
Proteção Pulpar Indireta
Sistema Adesivo

§ Remover a smear layer


§ Não ser tóxico
§ Facilitar a ação dos agentes protetores
§ Combater ou eliminar microorganismos
patogênicos
§ Ser biocompatível
Proteção Pulpar Indireta
Sistema Adesivo

Não desmineralizadoras: Desmineralizadoras:


q Soluções fluoretadas q Ácido fosfórico 37%
q Soluções de clorexidina 2% q EDTA
q Substância à base de Ca(OH)2 q Ácido poliacrílico
q Ácido Bórico 2%
q Ácido cítrico 2% a 50%
Proteção Pulpar Indireta
Sistema Adesivo

Como otimizar o condicionamento ácido:


Tempo: 15” em esmalte + 15” em dentina e esmalte

Irrigar abundantemente

Manter a umidade adequada para o sistema adesivo

Evitar a desidratação excessiva da dentina

Alternativa: utilizar sistemas autocondicionantes


Proteção Pulpar Indireta
Sistema Adesivo

“A consideração da camada híbrida como barreira


permanente ao ingresso de irritantes e como
procedimento inócuo à polpa tem criado
julgamento equivocado das suas potenciais
conseqüências”
PEREIRA; SEGALA, 2002

Falha na adesão pode causar irritação pulpar


Proteção Pulpar Indireta
Proteção Pulpar Indireta
Proteção Pulpar Indireta
Proteção Pulpar Indireta
Tratamento Expectante

§ Ocorre tipicamente em
pacientes jovens, com
lesões de cárie aguda, de
rápida evolução

§ Indicado em lesões
profundas com risco de
exposição pulpar
:

¨ Bloquear a penetração de agentes irritantes que


podem atingir a polpa através da lesão cariosa
¨ Interromper o circuito metabólico proporcionado
pelos fluidos bucais às bactérias remanescentes no
assoalho da cavidade
¨ Inativar tais bactérias pela ação bactericida ou
bacteriostática dos materiais odontológicos
¨ Remineralizar parte da dentina amolecida
remanescente no assoalho da cavidade
¨ Hipermineralizar a dentina sadia subjacente
¨ Estimular a formação de dentina terciária
(reacional ou reparadora)
Tratamento Expectante
1ª Sessão
Tratamento Expectante
1ª Sessão
Tratamento Expectante
2ª Sessão
Tratamento Expectante
1ª Sessão
Tratamento Expectante
1ª Sessão
Tratamento Expectante
2ª Sessão
Tratamento Expectante
2ª Sessão
Tratamento Expectante
2ª Sessão
Tratamento Expectante
2ª Sessão
§ Capeamento pulpar direto
§ Curetagem

Está indicado em situações de


exposição mecânica e acidental

Fatores a serem observados:


§ Grau de comprometimento
pulpar

§ Extensão da lesão

§ Tempo de exposição
Objetivos:
¨ Visa ao restabelecimento pulpar
¨ Promove a formação de uma
barreira mineralizada
Curetagem Pulpar
¨ Pulpotomia:
Corte e remoção de toda polpa
coronária, mantendo a polpa
radicular histofisiologicamente
normal.

Mondelli J et al., 1998


¨ Curetagem pulpar e Pulpotomia:
formação de uma camada de dentina reparadora,
protegendo a polpa remanescente para que ela possa
se manter com vitalidade e desempenhar
adequadamente sua função.

Mondelli J et al., 1998


¨ Curetagem pulpar e Pulpotomia:
O êxito destes procedimentos se baseia
fundamentalmente na manutenção do remanescente
pulpar livre de inflamação ou infecção.

É imprescindível o diagnóstico correto do estado


pulpar pré-operatório e uma técnica apurada.

Mondelli J et al., 1998


¨ Pulpotomia e Curetagem

ú RIZOGÊNESE INCOMPLETA

ú TRATAMENTOS EMERGENCIAIS e PROVISÓRIOS


para posterior pulpectomia.
Agregado de Trióxido de
Mineral (MTA)
Surgiu no início dos anos 90, sendo
desenvolvido com o objetivo de selar as
comunicações entre o exterior e interior do dente
TORABINEJAD, 1995
Agregado de Trióxido de
Mineral
Propriedades:
§ Estimula a formação de dentina esclerosada,
reparadora, assemelhando-se aos produtos à base de
hidróxido de cálcio

§ Apresenta melhores propriedades mecânicas em


comparação ao hidróxido de cálcio

TORABINEJAD, 1995
Agregado de Trióxido de
Mineral
Indicações:

§ Em perfurações resultantes de reabsorções internas e


externas comunicantes

§ Para tratamento conservador da polpa (curetagem


pulpar e pulpotomia)
Aplicação de sistemas adesivos
diretamente sobre a polpa
¨ Não é necessário submeter a polpa a riscos adicionais de intoxicação
¨ Os sistemas adesivos são potencialmente irritantes
¨ Ocorre somação de estímulo sobre a polpa, que já se encontra em
situação adversa antes do capeamento
¨ A proteção da interface pela restauração adesiva é duvidosa a médio
prazo
¨ A grande diversidade de produtos comerciais não permite que todos
sejam testados
¨ A sintomatologia clínica não corresponde à condição histopatológica
da polpa
¨ Não ocorre, mesmo nos casos em que a resposta pulpar é mínima, a
completa recuperação das funções biológicas da polpa
PEREIRA et al. 2004
POLPA POTENCIALMENTE REVERSÍVEL POLPA PROVAVELMENTE IRREVERSÍVEL

Dor Dor

Provocada Espontânea
Necessita de estímulo externo Não necessita de estímulo externo primário,
(frio, calor, doce, sondagem, etc). sugerindo tecido pulpar injuriado ou necrosado.

Momentânea Contínua
Desaparece rapidamente com a remoção do Persiste por minutos, horas depois que o
estímulo. estímulo é removido.

Intermitente
Dor espontânea de curta duração.

Pulsátil
Pode refletir a pulsação arterial devido a áreas
de pressão intrapulpar aumentada.

Reflexa
Evento comum.

Em decúbito
Comum, pois o aumento de pressão sangüínea
cefálica causa também aumento da pressão
intrapulpar.
PEREIRA; SEGALA, 2002
POLPA POTENCIALMENTE REVERSÍVEL POLPA PROVAVELMENTE IRREVERSÍVEL
Dor Dor
À percussão À percussão
Resposta negativa, a menos que haja trauma Pode ocorrer nos estágios avançados de pulpite,
oclusal. associada à lesão periapical aguda.
História Clínica História Clínica
Procedimento odontológico recente, como Restaurações extensas em cavidades profundas
preparo cavitário, restauração, remoção de resultantes de lesões muito próximas da polpa;
cálculos periodontais ou presença de áreas de capeamento pulpar direto ou indireto, trauma
exposição dentinária (erosão, abrasão, atrição), oclusal crônico; lesões periodontais crônicas,
trauma oclusal. pulpite associada à lesão periapical.
Cor Cor
Alterada
Normal Pode sofrer alteração decorrente da lise do tecido
pulpar ou hemorragias intrapulpares.
Radiografia Radiografia
Periápice negativo
Periápice negativo
Pode evidenciar restaurações ou pequenas
nos estágios inicias do processo degenerativo.
cáries.

Periápice Positivo
nos estágios avançados do processo
(lesões periapicais crônicas ou agudas).

PEREIRA; SEGALA, 2002


¨ Correto diagnóstico da condição pulpar
¨ Procedimentos operatórios de remoção do agente
agressor, de controle da infecção e de isolamento do
complexo dentinopulpar de injúrias adicionais
¨ Modalidade de tratamento e forma de aplicação do
biomaterial de capeamento para estimular
processos biológicos que levam a respostas
dentinogênicas específicas
¨ Restauração da cavidade para proteger a área
tratada da infiltração bacteriana
¨ Estímulos inflamatórios provenientes
do processo carioso difundem-se até a
polpa, através dos canalículos
dentinários

§ O grau de injúria pulpar será


determinado pelas características do
paciente e pelas características da
lesão
MONDELLI, 1998

PEREIRA et al., 2004 Proteção do Complexo Dentinopulpar


A lesão de cárie ativa é um processo dinâmico, com zonas distintas

MONDELLI, 1998
¨Instrumentos Rotatórios:
Causam a movimentação do fluido
dentinário

¨ Refrigeração:
Essencial para minimizar o aumento
de temperatura
6º C: suficiente para causar injúria
à polpa ZACK; COHEN, 1965
§ Estimulo ao periodonto e aumento da pressão
intrapulpar
§ O aumento da pressão intrapulpar torna o dente
mais sensível às variações térmicas,
principalmente ao frio.
§ O mínimo excesso oclusal causa suficiente
desconforto para motivar o retorno do paciente ao
dentista. PEREIRA; SEGALA, 2002
Como minimizar o trauma oclusal:

Ajustar os contatos após a confecção da restauração em:


§ Relação cêntrica
§ MIH
§ Lateralidade
§ Protrusão

PEREIRA, SEGALA, 2002


Camada Híbrida Ideal Nanoinfiltração

PASHLEY; NAKABAYASHI, 1998


Gap interno: Gap externo:
sensibilidade dentinária microinfiltração
Penetração de MO na polpa

PASHLEY; NAKABAYASHI, 1998


Depende de:

¨ Condição clínica inicial do dente (polpa)


¨ Quantidade e qualidade da dentina remanescente
¨ Idade do paciente
¨ Tipo de procedimento restaurador
¨ Material protetor que será utilizado

PEREIRA et al., 2004


BERGENHOLTZ, 2000
¨ Avaliar previamente a condição pulpar para evitar a somação de
estímulos

¨ Utilizar os recursos de proteção pulpar compatíveis com a


profundidade da cavidade, como cimentos de hidróxido de cálcio e
de ionômero de vidro

¨ Evitar a contaminação da cavidade durante o procedimento


restaurador

¨ Evitar a desidratação da dentina e o trauma oclusal

¨ Priorizar a qualidade da interface da restauração, assegurando o


vedamento adequado
Qualidade e Tipo de Dentina
Remanescente
Dentina esclerosada substrato menos permeável, com
túbulos dentinários parcialmente ou totalmente obliterados
Idade do Paciente

Paciente Jovem Paciente Idoso


OBRIGADA!!

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