Você está na página 1de 5

OBTURAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES

SUCESSO
PROSERVAÇÃO
OBTURAÇÃO
PROCESSO DE DESINFECÇÃO
PREPARO BIOMECÂNICO
ABERTURA CORONÁRIA
DIAGNÓSTICO
ENDODONTIA

“A obturação é o retrato da endodontia.”

Pela radiografia irá analisar se o tratamento endodôntico foi bem realizado. Se o canal está todo obturado. Após a
avaliação, é necessário realizar a proservação, ou seja, o acompanhamento do caso por pelo menos 1 a 2 anos para
considerar o sucesso do tratamento endodôntico.

Definição de OBTURAÇÃO: Preenchimento completo do espaço criado com a remoção da polpa e realização do
preparo biomecânico com materiais de propriedades físicas e biológicas apropriadas, visando a um selamento
hermético (um selamento completo de todos os canais radiculares).

Obturação: selamento tridimensional; confinamento (uma separação entre o meio interno e o meio externo);
ocupação do espaço de todos os canais radiculares (vedar todo o espaço evitando possíveis contaminações pelos
microrganismos); antissepsia (para que ocorra a obturação biológica).

Tratamento endodôntico não enfraquece os dentes.

OBJETIVO DA OBTURAÇÃO

1 – Impedir que as 2 – Anular os espaços 3 – Proporcionar 4 – Estimular a


bactérias lesem os vazios. Não pode condições para que ocorrência de
tecidos periapicais. ocorrer falhas e nem ocorra o processo de obturação biológica.
bolhas. reparo.
* Obturação biológica: é a formação de lâmina dura que ocorre no processo de reparo do periápice. Isso indica que a
obturação foi realizada de forma correta e que houve o sucesso do tratamento. A obturação biológica é identificada
através do acompanhamento. Sendo importante realizar a proservação após o tratamento.

Materiais obturadores: são classificados em sólidos ou pastosos.

Sólidos: são os cones de guta percha. Material de fácil manuseio e é um complemento da obturação, junto com o
material restaurador. Serve como um guia da anatomia do canal radicular. Praticamente todas as técnicas de
obturação utilizam como material sólido, os cones de guta percha.

São classificados como:

PRINCIPAIS: 1ª série – de 15 a 40; 2ª série – de 45 a 80; 3ª série – 90 a 140; PRODESIGN M.

SECUNDÁRIOS: R7 ou B7 – R de rosa e B de branco. São idênticos e só muda a coloração; R8 ou B8.

Podem ser encontrados R7= extra fine ou B7= extra fine. São os cones secundários mais finos. Podem ser
encontrados R8= fine fine ou B8= fine fine. São cones secundários mais robustos que o R7 ou B7.

O cone principal será usado 1 em cada canal. Dependendo da técnica, como a técnica do cone único, ele será o único
cone principal utilizado. O cone principal será de acordo com a última lima prodesign M que preparou o canal
radicular. Na técnica de condensação lateral, vai ser um único cone principal em cada canal, de acordo com a última
lima prodesign M que preparou o canal radicular. E quanto aos cones acessórios ou secundários, quantos cones
forem necessários para preencher/completar o preenchimento do canal radicular.

Componentes dos cones de guta percha

- Pigmento – vai dar a coloração do cone;

- Hidróxidotolueno butilato – antioxidante;

- Óxido de zinco – vai dar corpo, rigidez e radiopacidade para que consiga visualizá-lo dentro do canal radicular;

- Talco – para facilitar a fabricação;

- Sulfato de bário – também para facilitar a radiopacidade;

- Guta percha – látex.

Vantagens dos cones de guta percha

- Boa adaptação as paredes dos canais radiculares. Por isso é importante utilizar o cone com o mesmo TIP e TAPPER
do último instrumento para que ocorra essa boa adaptação;

- Boa tolerância tecidual, mas não pode ultrapassar o forame devendo ficar 1mm aquém;
- Radiopacidade. Consegue visualizar a adaptação do cone no canal radicular;

- Facilidade de remoção, se necessário.

Desvantagens dos cones de guta percha

- Falta de rigidez. Apesar de conseguir manuseá-lo, ele não é rígido com a lima endodôntica. Caso o cone não chegue
no CRT, pode ser que tenha ocorrido algum erro de preparo;

- Falta de adesividade. Sempre na técnica de obturação, a guta percha será acompanhada ou complementada com a
utilização de um cimento obturador. Nunca será utilizado o cone de guta percha sozinho, independente da técnica
utilizada.

CUIDADO! Os cones de guta percha devem ser conservados em local fresco e protegidos da luz. Isso evita o processo
de fendilhamento – processo que faz com que o cone fique duro e conforme a manipulação, ele acaba se
quebrando. Se isso acontecer, deverá ser descartado, pois ele fica inutilizado.

Pastosos: são as pastas – não tomam presa e são indicadas como medicação, e os cimentos – tomam presa.

Pastas: são solúveis aos fluídos corpóreos; não proporcionam um bom vedamento hermético (vedamento
tridimensional); não oferecem propriedades físicas de um material obturador ou de um cimento endodôntico.

Pasta de hidróxido de cálcio é exclusiva para medicação intracanal e curativo de demora.

Cimentos: são essenciais, pois são eles que, pela capacidade de adaptação as paredes do canal radicular e
penetração nas ramificações, vão permitir que o selamento se aproxime do ideal.

Cimento obturador / cimento endodôntico que precisam ter boas propriedades físicas e biológicas para que seja
considerado um bom cimento endodôntico.

Propriedades físicas:

- Radiopacidade;

- Bom escoamento. Escoar e penetrar em todos os sistemas de canais radiculares;

- Promover um bom selamento marginal;

- Insolúvel aos fluídos corpóreos;

- Tempo de trabalho. Conseguir obturar todos os canais sem que ele tome presa;

- Viscosidade e aderência. A falta de adesividade da guta percha é complementada com o cimento;

- Não manchar as estruturas dentais – coroa.

Propriedades biológicas:

- Não ser irritante aos tecidos periapicais (biocompatível). Pode ocorrer um leve extravasamento (Surplus – puff
apical) de cimento obturador, por isso é importante ser biocompatível;

- Estimular o processo de reparo (da lâmina dura – obturação biológica);

- Induzir o selamento biológico do forame apical. Para que ocorra a formação da lâmina dura do periápice.

Possui uma variedade de cimentos endodônticos. Os cimentos endodônticos são à base de:

- Óxido de zinco e eugenol;


- Ionômero de vidro;

- Hidróxido de cálcio;

- Resinas plásticas;

- Biocerâmicos.

* Cimentos à base de óxido de zinco e eugenol: endofill – contraindicados. Não é um cimento muito utilizado e pode-
se dizer que é um cimento ultrapassado devidos as propriedades.

- Citotoxicidade aos tecidos periapicais;

- Menor adesão;

- Menor escoamento;

- produz maior resposta inflamatória por causa do eugenol.

* Cimentos à base de Ionômero de Vidro: é muito utilizado na odontologia. Possui propriedades benéficas, porém
não é disponível comercialmente. Não é utilizado como cimento obturador, pois não tem estudos no Brasil que
comprove as propriedades físicas e biológicas desse material.

* Cimentos à base de Hidróxido de Cálcio: Sealer 26 da dentsplay – mais utilizado. Possui excelentes propriedades
físicas e biológicas, principalmente as biológicas. Já foi material de escolha utilizado pela UNIRP, entretanto não é
mais.

- Possui radiopacidade;

- Boa adesão;

- Alto escoamento;

- Baixa solubilidade.

Forma de apresentação: pó/resina. Proporção de 2:1 ou 3:1. A forma de espatulação é a incorporação o pó e a


resina, até obter uma mistura homogênea, tendo a consistência em forma de fio. Tempo de presa de 40 horas.

Resina epóxica + Hidróxido de Cálcio


- Adesividade; radiopacidade; capacidade seladora; alto escoamento; baixa solubilidade; biocompatibilidade;
antimicrobiano; reparo.

* Cimentos à base de resinas plásticas: AH plus da dentsplay. Possui excelentes propriedades físicas, sendo
referência. Material de escolha preconizado pela UNIRP. Comercializado em bisnagas (pasta – pasta) para realizar a
manipulação ou em seringa – AH plus jet, sendo esse melhor para ser inserido na cavidade.

- Adesividade;

- Radiopacidade;

- Boa capacidade seladora;

- Alto escoamento.

Apresentação do AH plus – 2 pastas A e B, com 4 ml (15g) em ambas as bisnagas e vem com o bloco de mistura.
Características do AH plus:

- Fácil manipulação;

- Propriedades autoadesivas, baixa solubilidade, biocompatibilidade, antimicrobiano e alta radiopacidade;

- Proporção 1:1;

- Tempo de presa +/- 24 horas.

* Cimentos Biocerâmicos: Bio-C Sealer (marca comercial) – cimento pronto para uso.

CIMENTO PRECONIZADO PELA UNIRP: AH PLUS.

MOMENTO DA OBTURAÇÃO: O MOMENTO IDEAL IRÁ DEPENDER DA CONDIÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE!

Analisar a abertura de boca do paciente e avaliar o estado geral do paciente para prosseguir com a obturação do
paciente. Avaliar estados gripais ou outras doenças que deixem o paciente imunocomprometido, para não ter
influências no processo de reparação.

É importante o canal estar com todo o preparo biomecânico pronto para receber o material obturador – canal
completamente biomecanizado.

Outro ponto importante, para que seja o momento ideal da obturação, é que o canal esteja sem odor e que o
paciente esteja sem dor. Isso pode acontecer em casos de necropulpectomia. O mau cheiro pode ser observado ao
retirar a bolinha de algodão que foi colocado com a medicação do curativo de demora.

O canal precisa estar completamente seco para receber o material restaurador. O interior do canal deverá ser
aspirado e, posteriormente, secar o canal com o cone de papel com o mesmo calibre de acordo com o CRT. O cone
deverá sair completamente seco e sem vestígios de sangue ou de qualquer outro tipo de secreção. Pode ocorrer, em
casos de biopulpectomia, o cone sair com sangue. Pode ter ocorrido uma lesão do coto pulpar. O sangramento
deverá ser controlado e, se não obtiver sucesso, é contraindicado realizar a obturação do canal. Nesses casos, deverá
colocado hidróxido de cálcio para resolver essa inflamação e , assim, obturar o canal.

Você também pode gostar