Obturação do Sistema de Canais Radiculares

Por:Bruna Martins Caixeta

Técnicas: Condensação lateral e híbrida

de tagger
A .Endodontia precisa-se de uma gama de
procedimentos e conhecimentos:
Anestesia, anatomia-acesso, diagnóstico,
blindagem-proservação, preparo biomecânico,
isolamento absoluto, obturação
Oque é a obturação do sistema de
canais radiculares?
Preenchimento tridimensional de todo o sistema de
canais radiculares o mais próximo possível da
junção cemento-dentinária.
Quais os objetivos da obturação
do sistema de canais radiculares?
1-Evitar a recontaminação do sistema de canais
radiculares (apical e cervical)
2-Confinar as bactéricas dentro do sistema de Cimentos endodônticos
canais radiculares e elas não conseguem sair para Responsável pela união entre os cones e parede
proliferar do canal radicular
O que usar para obturar o sistema de Vários tipos de cimento- hidróxido de cálcio,
canais radiculares? óxido de zinco e eugenol, resinosos, ionoméricos
Cones Principais Precisa-se da penetração nos túbulos dentinários
1ºsérie Interação entre os cones dentinários
Interação entre os cones de guta-percha
não pode ter dificuldade em retratamentos, tem
que ter uma certa facilidade para remover
A maior parte da obturação é com os cones de guta-
percha e uma leve camada de cimento.
Até onde obturar? É necessário obturar perto
do forame, sempre travar o cone 1mm antes do
forame
2ºsérie

Momento para obturação: Sessão única

X múltiplas sessões
Depende de como está o canal. Na graduação é
regra não realizar sessão única, pois já há uma certa
dificuldade de técnica e instrumentação- se for
necro nunca se faz em sessão única, se for
Cones acessórios biopulpectomia a chance de fazer uma sessão e ter
sucesso é maior. Sessão única é necessário ter uma
certa habilidade.
Técnicas de obturação
Quais as técnicas eu tenho para obturar o sistema de
canais radiculares?
Condensação lateral (é a utilizada nas aulas
práticas da Pitágoras)
Cones de papel
Híbrida de tagger
Schilder
MacSpadden
Compressão hidráulica
Onda contínua
Técnica: Condensação lateral
Técnica de obturação do Sistema de canais
radiculares onde um cone de guta-percha (principal)
é colocado com cimento e ambos são compactados
apical e lateralmente por meio de espaçadores
manuais e digitais. O espaço criado por estes
espaçadores são preenchidos com cones acessórios
que também são compactados até a completa
obturação do SCR.
Vantagens
Técnica muito difundida- provavelmente a mais
utilizada
Segura
Fácil execução
Fácil aprendizagem
Indicada para praticamente todos os casos
Não requer equipamentos sofisticados
Desvantagens
Produz massa de obturação heterogênea.
Espaço entre os cones
Técnica demorada
Pouca incidência de obturação de canais laterais.
Técnica
Após Preparo químico mecânico completo, a
medicação intracanal e o selamento provisório,
normalmente na segunda sessão, vamos avaliar o
pós-operatório, o qual deve ser feito no mínimo 72
horas após o PQM, o paciente não deve relatar dor
e, caso esta tenha ocorrido, ela não deve ter
ultrapassado as primeiras 48 horas e EDTA para remoção de smear-layer (parte
clinicamente não deve ser observado dor à palpação
apical ou à percussão vertical e horizontal e o dente
não deve apresentar mobilidade e muito menos
edema ou fístula.
1ºpasso-Remover o cimento provisório com
auxílio de brocas, observar se há excudato no canal-
(na constatação positiva, não obturar, somente
irrigar muito bem o canal, explorar com uma lima
15 até o CT, refazer o preparo com o último
instrumento que havia sido utilizado no preparo
químico mecânico e inserir nova medicação intra
canal.)
2ºpasso:Selecionar limas, e cones. Desinfecção
dos cones de guta percha- colocar em solução de
hipoclorito de sódio e esperar pelo menos 1 minuto.
-Irrigação, aspiração e preenchimento da câmara
pulpar com hipoclorito de sódio.
3ºpasso: remoção da medicação intracanal deve-
se utilizar uma lima de calibre menor que a do
instrumento de memória com o valor do
comprimento de trabalho (caso essa lima não
alcance o CT, usar lima menos calibrosa)..
Sempre irrigando e aspirando até conseguir retirar
todo material.
4ºpasso- Irrigação, aspiração e preenchimento da
câmara pulpar com hipoclorito de sódio.
5ºpasso: Escolher o Nosso cone principal- toma-
se como referência o INSTRUMENTO DE
MEMÓRIA (atenção o cone deve ficar em solução
de hipoclorito de sódio antes de ir para o canal, para
inserir no canal deve secar com gaze estéril)
-O cone tem que chegar 1mm antes do forame- se
meu comprimento de trabalho deu 20mm eu tenho
que colocar o cone 19mm
-Travamento do cone principal- Tirar a prova táctil
(tug back) ou a prova radiográfica.
-Pode ocorrer do cone não travar, o cone travar
aquém da medida, o cone travar além da medida
O que fazer?
O cone não travou- calibrar o cone usado a régua
calibradora em diâmetro imediatamente maior até o
travamento
O cone travou aquém da medida- verificar
interferências nos terçoz médios e cervicais (cone
com coincidade excessiva) (repreparar-última lima
de formatação)
O cone travou além da medida- Calibrar o cone
em diâmetro maiores até obter o travamento ou
moldagem do cone principal (canais muito amplos).
-O cone foi travado e foi confirmado pela
radiografia
-Retirar o cone e colocar sobre gaze estéril.
-Irrigar/aspirar com hipoclorito de sódio.
6ºpasso-Irrigar o canal com 5ml de solução
inorgânica) e deixar a substância no conduto
durante no mínimo 5 minutos.
7ºpasso- NEUTRALIZAÇÃO: Repetir a
irrigação abundantemente com hipoclorito de sódio
e aspiração simultânea, para neutralizar a ação do
EDTA.
8ºpasso- Secagem dos canais, secar bem o canal
com cânulas grossas na porção cervical e substituir
por cânulas mais finas para permitir uma secagem
mais eficiente o canal em seu terço médio e apical.
9ºpasso- Terminar a secagem com cones de papel
de calibre idêntico ao cone selecionado, até que os
cones saiam secos do canal (respeitar o
comprimento de trabalho).
10ºpasso- faz o preparo do cimento endodontico,
espatular o cimento endodôntico em uma placa de
vidro, com espátula 24 flexivel , incorporando
lentamente o pó ao líquido, até ficar homogêneo e
atingir o ponto fio
11ºpasso- secar os cones com gaze estéril
12ºpasso- levar o cimento no interior do canal
com o próprio cone principal e leva-lo repleto de
cimento. Observar a marcação do tamanho feita na
prova do cone.
13ºpasso- selecionar os espaçadores. Colocar o
stop no valor de Comprimento de trabalho – 3mm.
Introduzir o espaçador selecionado com pressão
apical e movimento de rotação de 60° nos sentidos
horário e anti-horário. Movimentar o espaçador
lateralmente, criando espaço para inserir os cones
secundários.
14ºpasso- Ir introduzindo os cones secundários nos
espaços criados, o cone secundário deve estar
recoberto de cimento, calibrado no comprimento de
trabalho. Em primeiro lugar se insere os mais
longos depois os mais curtos.
15º passo- Continuar repetindo essa manobra
utilizando os espaçadores digitais, até que não haja
mais espaço para penetração dos cones secundários.
Obs- Em dentes com mais de um canal, iniciar a
colocação dos cones secundários pelo canal no qual
a visualização e o acesso sejam mais difíceis. Para
facilitar a introdução do espaçador digital, cubra-o
com uma fina camada de cimento, antes de leva-lo
ao canal.
16ºpasso- Radiografar.
17ºpasso- Cortar o excesso dos cones com os
calcadores tipo paiva aquecidos em lamparina. Para
evitar o escurecimento da coroa, deixar o
remanescente da obturação 2 a 3mm além da linha
do colo cervical, em diração à região apical.
18ºpasso- Condensação vertical- após cortar o
excesso dos cones, fazer a condensação vertical
com o calcador tipo paiva frio.
19ºpasso- Limpeza da cavidade: limpar a
cavidade com curetas e bolinha de algodão
embebida em álcool.
20ºpasso- Colocar uma fina camada (2 a 3mm)
de cimento provisório, com auxílio de uma espátula
de inserção.
21ºpasso- Selar a cavidade com ionômero de
vidro ou resina fotopolimerizável.
22ºpasso- fazer o ajuste oclusal e Retirar o
isolamento absoluto.
23º passo- radiografia final.
24ºpasso- Orientar o paciente: avisar sobre o
tempo aproximado que ele permanecerá com
sensação de anestesia na região tratada.
-Orientar ao paciente que ele estará apto para
mastigação após cessar o efeito anestésico;
-Agendar a consulta de controle após 3 meses do
término do tratamento realizado
-Guardar todas as radiografia.s.
Técnica: Híbrida de Tagger
A técnica Híbrida de Tagger é uma associação
das técnicas de Condensação Lateral (para
obturação do terço apical) e de MacSpadden (para
obturação dos terços médios e cervicais).
Os cones são termoplastificados e empurrados
em direção apical pelo termocompactador,
misturando-se ao cimento para formas uma massa
obturadora homogênea
Vantagens
Bom vedamento apical
Rapidez
Maior número de canais laterais obturados
Menor número de cones acessórios
Massa obturadora homogênea
Obturação de irregularidades (reabsorções)
Possibilidade de correção
Desvantagens
treinamento prévio(precisa-se ter a mão mais
ágil)
Perigo de extravasamento de cones e cimento
Somente nas porções retas dos canais radiculares
Canais amplos
Aumento da temperatura no ligamento
periodontal
Fratura do instrumento
1ºpasso- seleção do cone principal, da mesma forma
como é feito para a técnica da Condensação Lateral
Faz a radiografia para prova do cone
2ºpasso-Faz o preparo do cimento
3ºpasso- Seleciona-se o espaçador digital e os cones
acessórios (obturação do terço apical)
4ºpasso- Seleção do termocompactador
(dependendo do diâmetro do canal)-normalmente se
escolhe de acordo com o tamanho da memória
5ºpasso-Acionamento do termocompactador
(alguns segundos-atenção ao comprimento de
trabalho)
6ºpasso- Remoção do termocompactador em
contato com uma das paredes do canal radicular
7ºpasso- Recorte dos excessos e condensação
vertical
8ºpasso- Radiografia comprobatória
9ºpasso- Blindagem coronária
Atenção! Direção de rotação sempre no sentido
horário da MacSpadden
Termocompactador de MacSpadden:
Secção transversal de uma lima Hedstroem
invertida
Comprimento da parte ativa de 16mm
Disponível nos números 25-80 em 21 e 25 mm
Usado em baixa rotação
Plastificação da guta-percha além da ponta
Engine plugger- MasSpadden (não modificado)
Qual técnica é melhor?
Depende do ponto que você deseja, cada técnica
tem sua vantagem, basta escolher qual ponto você
quer que seja melhor.
Como melhor na rapidez, selamento (infiltração),
segurança, controle de extravasamento, obturação
de canais laterais, possibilidades de retratamento.
OBS: a condensação lateral é mais fácil de
remover Porém a híbrida de tagger é muito boa
quando se tem um domínio sobre ela.
Perguntas: 1-O que é obturação e porque obturar?
Fazer o vedamento do sistema de canais, para
manter o dente em função novamente.
2- Até onde obturar? Portais de saída, 1mm aquém
do forame
3- o que usar? Guta-percha +cimento.
4- técnicas (condensação Lateral- Híbrida de
Tagger), as diferenças são que a condensação insere
os cones lateralmente e depois corta, na híbrida se
insere os cones também e vai vir com o
condensador de macspadden e fazer o acionamento
através do motor e compactar os cones virando uma
massa homogênea.
O que é a Guta-percha?
Fase Alfa -Borracha extraída de uma árvore
Fase Beta- Guta-percha processada
Mudança de Beta para alfa : 46°C
Composição:
Guta-percha 19-22%
Óxido de Zinco 59-75%
Sais e metais pesados 1-17%
Cera 1-4%
A guta percha não permite esterilização por calor,
usada por compactação ou inserida plastificada,
necessita de um cimento-falta de adesividade, cones
principais, acessórios, pellets, permite remoção se
caso for necessário, bem tolerado pelos tecidos
periapicais, baixo custo, pouca rigidez.
Cone moldado
1-selecionar cone: um ou dois números abaixo da
instrumentação (tem que ficar livre no canal)
2-Aquecer a ponta da espátula e amolecer a ponta
do cone
3-Inserir no canal e manter em posição por alguns
segundos (resfriamento da guta-percha)
4-Radiografar
Cone Moldado X Cone estandardizado
Comparação entre os cones moldados e
estandardizados em canais com anatomia achatada e
circular
Em canais achatados, os cones moldados
mostraram um melhor selamento apical.
Em canais circulares não houve diferença entre
as técnicas.
E quando se tem forame aberto, rizogênese
incompleta, reabsorção apical e não consegue
fazer o travamento desse cone? Se faz um cone
rolado
1-selecionar alguns cones de numeração alta(ou
cones não padronizados)
2-Aquecer a espátula ou uma placa de vidro
3-Rolar os cones selecionados a fim de que se
fundam uns aos outros
4-Calibrar no diâmetro desejado