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ENDODONTIA • Análise de anatomia e morfologia do canal

radicular
Aspectos Tomográficos • Calcificações
↪ Em alguns casos, é necessário realizar uma • Análise do preparo e qualidade da obturação
tomografia computadorizada por feixe cônico • Análise de lesão óssea
para entender a complexidade, de modo • Traumatismo dentário
tridimensional, do sistema de canais • Reabsorções dentárias
radiculares daquele dente. • Planejamento da cirurgia parendodôntica
Análise e cortes Considerações finais
Corte axial – fatias de milímetros a • Recurso fundamental em casos complexos
milímetros. • Saber solicitar e o que deseja analisar
↪ Tanto de oclusal para apical, quanto cortes • Conhecer o centro de imagem
laterais.
Corte sagital – semelhante a uma periapical. Magnificação em endodontia
↪ Cortes de vestibular para palatina. Limites da visão humana – resolução
Corte coronário – cortes de mesial para distal ↪ Em um espaço de 25cm, conseguimos ver
objetos separados de 0,1mm
↪ Quando usamos a magnificação,
conseguimos vislumbrar detalhes que antes
não seriam percebidos.
Tipos de magnificações
Lupa odontológica
Solicitação do exame: → Aumento de lente
Escrever no objetivo as suspeitas existentes → Uma das opções mais baratas
para um diagnóstico. Lentes acopladas aos óculos
↪ As imagens impressas são as imagens que → Possuem lentes de qualidade superior às
o radiologista achou interessante para o lentes das lupas
diagnóstico da condição solicitada. Microscópios óticos
↪ Hoje, é possível fazer a solicitação de todas → Podem ser fixados na parede ou ter pé
as imagens geradas (DICOM). → Podem ser trabalhados diferentes níveis
↪ Possibilita a navegação pelas imagens de magnificação
↪ Solicitar os tipos de corte. → Não há necessidade de acoplar ao corpo
↪ É interessante manter uma relação com o Diferenças:
centro de imagens, de forma que o cirurgião-
dentista e o profissional da radiologia tenham
uma boa comunicação.
Aplicabilidade na endodontia

Mariana Guterres ATO 2024/2


Aplicação na endodontia ↪ O movimento gerado é elíptico (ruim para
• Diagnóstico e detecção de trincas e fraturas a prática endodôntica)
→ Situações de difícil diagnóstico Indicações para uso:
→ Através da magnificação é possível fazer ↪ Auxílio na abertura coronária (remoção de
uma melhor visualização da trinca ou fratura, calcificações pulpares e nódulos).
e visualizar seu limite para termos o ↪ Limpeza da área de istmo.
diagnóstico ↪ Áreas não tocadas pelo instrumento.
• Detecção da presença de canais radiculares ↪ Remoção de instrumentos fraturados.
(4° canal - mv2) ↪ Potencializar o efeito da solução irrigadora
• Tratamento de perfurações (melhor limpeza do canal).
→ Capaz de diferenciar o que é canal ↪ Obturação do canal através da
radicular e o que é a perfuração para fazer o condensação lateral e compactação vertical
melhor selamento. (é possível levar o cimento obturador no
• Remoção de instrumentos fraturados ou interior do canal com a ponta ultrassônica,
cones de prata (é comum acontecer a antes da colocação do cone de guta-percha).
oxidação do cone e contaminação do canal). ↪ Remoção de retentores intrarradiculares
• Cirurgias parendodônticas (quebra na linha de cimentação) - casos de
→ Melhor visualização do campo, melhor pino de fibra de vidro não funciona, deve-se
acomodação do material, selamento desgastar o pino até o final.
hermético. ↪ Retratamento endodôntico (ajuda a
remover os restos de gutta).
Ultrassom em endodontia ↪ Cirurgias parendodônticas (na realização
O que é ultrassom? de retro cavidades e cortes radiculares).
↪Energia sonora com frequência acima do
alcance da audição humana. Sistema Rotatório Reciprocante
Ultrassom Piezoelétrico Reciprocante = são movimentos alternados.
↪ A energia elétrica é aplicada sobre o • Maynard, em 1838, desenvolveu o primeiro
aparelho. instrumento endodôntico
↪ O cristal presente no aparelho é ↪ O instrumento era enrolado em uma corda
deformado por conta da energia, gerando de relógio esticada, e após inserido no canal
oscilações mecânicas. radicular para uma limpeza
↪ Mais utilizado na endodontia • Em um primeiro momento surgiu a sonda
▪ Mais ciclos por segundo farpada
▪ O movimento da ponta do aparelho é linear • Com o passar dos anos, as limas tipo K
Ultrassom Magnetoestritivo foram desenvolvidas
↪ A energia eletromagnética é convertida em ↪ São padronizadas – secção quadrangular
energia mecânica do instrumento
↪ Gera mais calor

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↪ Base metálica de aço inoxidável, Diferentes ligas em busca de maior
quadrangular, torcida flexibilidade
↪ Comprimentos de 21, 25 e 31mm Ligas de níquel-titânio
▪ A parte ativa do instrumento sempre tem ↪ 55% Ni, 45% Ti
16mm ↪ Mais flexíveis
▪ Na ponta ativa é o D1, e no final o D16 ↪ Eram utilizadas em satélites e, na
↪ A numeração do instrumento indica o odontologia, na ortodontia
diâmetro da ponta ativa ↪ Foi introduzida na endodontia na década
▪ Por exemplo, em um instrumento de de 80, por Walia, Brantly & Gerstein
diâmetro 25, a ponta ativa tem 0,25mm. Vantagens
▪ A cada mm percorrido na ponta ativa, há um ↪ Flexibilidade para trabalhar na região de
aumento de 0,02mm – a conicidade/taper do curvatura
manual é de 0,02mm. ↪ Possibilidade de utilizar instrumentos mais
Instrumentos calibrosos
• Aço inoxidável ↪ Possibilidade de rotação 360 graus
Vantagens Sistemas rotatórios/reciprocantes
↪ Resistência à fratura Vantagens
↪ Resistência à oxidação ↪ Simplificação da técnica
↪ Pré-curváveis ▪ Trabalhamos com menor número de
↪ Relativamente rígidos – importante no instrumentos
trabalho de canais atrésicos e calcificados ↪ Redução de stress
Desvantagens ▪ O paciente fica menos tempo na cadeira
↪ Pouca flexibilidade (é necessário pré-curvar odontológica
o instrumento ou utilizar instrumentos mais ↪ Rapidez
finos, em casos de curvaturas). ▪ Os instrumentos são introduzidos até o
↪ Impossibilidade de rotação de 360 graus – comprimento desejado e já retirados – não há
pode travar e fraturar no canal radicular. necessidade de ficar trabalhando o
instrumento
Tentativas para minimizar desvios durante o ↪ Maior conforto do paciente
preparo ↪ Segurança
Pré-curvatura dos instrumentos Reais vantagens
↪ A partir do instrumento 25 ↪ Remoção de restos de matéria orgânica –
Diferentes formas de secção transversal e boa limpeza do canal, raspas de dentina não
conceitos de desenho se acumulam do ápice e assim não se perde
↪ Podemos utilizar instrumentos tipo Flex, ou comprimento.
com ligas de níquel- titânio ↪ Manutenção do trajeto original do canal
↪ Flexofile – secção triangular (acompanha o canal e sua curvatura).
↪ K-flex – secção losangular ↪ Remoção de debris do canal radicular

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▪ A tendência é que as raspas de dentina ↪ No sentido anti-horário (onde ocorre o
sejam jogadas para a cervical, no sistema corte da dentina), há uma amplitude, e no
mecanizado sentido horário (onde libera o instrumento do
▪ Limpa melhor os ⅓ cervical e médio canal radicular).
▪ Diminui a dor pós-operatória ↪ Tem como objetivo promover menores
chances de fratura pela liberação do stress do
instrumento.
Desvantagens ↪ Ângulo de rotação no sentido anti-horário
↪ Os instrumentos podem ser utilizados no é menor do que o limite elástico do
máximo 5x. instrumento.
↪ Uma caixa com 3 instrumentos custa cerca ↪ Preconiza o uso de instrumento único
de R $252,00. (descartar após uso).
Por que surgiu o movimento reciprocante? Motores:
↪ Diminuir o risco de fratura por stress ↪ Elétricos
tensional. ↪ Acionados a ar
Instrumentação rotatória Fraturas e deformações dos instrumentos a
↪ Após a abertura coronária, é necessário base de níquel-titânio.
fazer a exploração do canal com • Fratura
instrumentos manuais. ↪ Torcional – quando o instrumento prende
↪ E também a cada troca de instrumento ou na parede do canal e fratura ao fazer o
avanço no comprimento movimento de rotação.
↪ A técnica é feita sempre com irrigação, de ↪ Flexural – geralmente ocorre em dentes
terço a terço. com curvaturas muito acentuadas, quando a
↪ A patência apical pode ser feita com fratura ocorre pela flexão.
instrumentos rotatórios. ↪ Para evitar, utilizar os instrumentos na
↪ O preparo é mais cônico e uniforme velocidade e torque corretos.
↪ Por conta disso, não é necessário fazer o • Deformação
escalonamento. ↪ Sempre descartar o instrumento ao notar
↪ Devem ser feitos movimentos de vai-e- qualquer deformação.
vem, em contato com as paredes do canal
radicular.
↪ Ao atingir o comprimento desejado, retira-
se o instrumento do canal.
Conceito de lima única – movimento
reciprocante
↪ O sistema reciprocante faz o movimento
como se fosse cateterismo, mas com
amplitudes diferentes.

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completamente inseridas → proporção coroa
raiz não é favorável (1:1) para estabilização.
⇒Papila apical = vai dar origem ao forame
apical.
↪ Plexo nervoso = formação incompleta →
estímulo nervoso não é totalmente

TRAUMA DENTOALVEOLAR
Trauma = situação inesperada que constitui
uma urgência → decorre de um evento que
tem força para traumatizar as estruturas.
↳Acomete principalmente crianças e
adolescentes
↳Acidentes de trânsito
↳Comportamentos sociais
↳Idoso → queda propagado ↪ Teste de sensibilidade não é
Fatores predisponentes: confiável.
↪ Mordida aberto anterior (34,5%) → há uma ↪Tecido ósseo menos mineralizado em
projeção de dentes e baixa cobertura labial. processo de mineralização e formação.
↪ Cobertura labial (38,7%)
↪ Overjet acentuado (projeção dos dentes) Dente com rizogênese completa:
(41,5%) ↪ Canal menos amplo, osso mais compacto,
↪ dentes mais acometidos → 11, 21, 11+21, proporção coroa raiz mais favorável a
11+12, 22. estabilização do dente. Fibras do ligamento
↪ Possível traumatizar os dentes posteriores? periodontal mais estáveis e feixes nervosos
Depende das forças aplicadas, a frequência é com formação completa → resposta a
menor. sensibilidade mais confiável.
Dente com rizogênese incompleta: ↪ Papila apical = forma os restos epiteliais de
Raiz em formação, canal malassez no ligamento periodontal
radicular amplo, formação apical ↪ Polpa = viável, nutrição é feita pelo forame
incompleta (se completa de 2 - 3 apical → acesso mais restrito.
anos depois da erupção do
dente).
Espaço do ligamento periodontal
e lâmina dura. → fibras do
ligamento periodontal não estão

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ausência de resposta do teste térmico se
ocorrer um estiramento do feixe
vasculonervoso – não significa que ocorreu
necrose pulpar, mas que o sistema de
sensibilidade está se reestruturando.
ABORDAGEM DE URGÊNCIA
Aspectos neurológicos
• Comunicação/funções motoras incomuns
• Respiração anormal
• História médica do acidente
• Pressão arterial e pulso
• Rinorréia ou otorréia
• Função dos olhos: diplopia ou nistagmo
Estruturas acometidas pelo trauma
• Movimentação do pescoço (dor/limitação)
↪ Pré-cemento (quando perde ocorre
• Pele da face: anestesia e parestesia
reabsorção)
• Função vocal anormal
↪ Cemento (reconhecido como estrutura
• Audição/sensação do olfato
estranha pelo organismo)
• Encaminhar para serviço hospitalar em caso
↪ Ligamento periodontal
de observação de sintomas neurológicos
↪ Polpa
Ouvir o paciente
★ Maior é a probabilidade de
• Breve anamnese
revascularização em dentes com
→ Pais, responsáveis
ápice aberto.
• O que causou? Como?
★ Maior é a chance de evolução em
→ O que gerou a situação
dentes com rizogênese incompleta
• Em que local ocorreu? Onde
por conta da porção coroa e raiz,
→ Presença de contaminantes (avulsão)
osso e ligamento periodontal.
• Quando aconteceu o trauma?
★ Prognóstico é + favorável para
→ Tratamento inicial ou sequelas
rizogênese incompleta mas depende
da situação.
Exame do paciente com traumatismo
↪ Em dentes com rizogênese completa,
dentoalveolar
dependendo do deslocamento do dente,
• É fundamental para determinar o
pode ocorrer o rompimento do feixe
tratamento e para discutir as possibilidades
vasculonervoso – levará a necrose pulpar.
de respostas clínicas a curto e longo prazo
↪ Em dentes com rizogênese incompleta, a
• Inspeção
porção apical ampla permite a reinserção de
→ Região oral está fortemente contaminada
vasos, mesmo com deslocamento.
→ Lavar a face do paciente
↪ Em dentes com rizogênese completa, onde
→ Impressão inicial do traumatismo
não houve deslocamento, podemos ter

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→ Busca de lesões nos tecidos moles ▪ Resposta imediata após o trauma –
→ Presença de corpos estranhos inseridos no geralmente responde com dor, que inicia com
interior das lesões o estímulo e depois passa
→ Exame extraoral – observar: → polpa passa por um stress pós-traumático
▪ Aumento de volume → por estiramento ou rompimento do feixe
▪ Laceração vásculo nervoso.
▪ Hematoma ▪ Resposta tardia
▪ Escoriação • Exames de imagem
▪ Assimetria facial → Radiografias periapicais – pelo menos 2
→ Exame intraoral – observar: incidências, variando a angulação vertical
▪ Aumento de volume (aumentar ou diminuir 15o) Tira-se dos dentes
▪ Laceração vizinhos também!
▪ Hematoma → Radiografia de tecido mole – detecção de
▪ Escoriação corpos estranhos em tecidos moles
▪ Teste de mobilidade ▪ Região de lábios superiores e inferiores
▪ Alterações discretas ou intensas na posição ▪Presença de fragmentos dentais ou
dental restaurações
▪ Modificações nos contatos oclusais ▪ Tempo de exposição diminuído
▪ Alterações na coloração da coroa dental: ▪ Processamento radiográfico diferenciados
→ Marrom acastanhado – associada à ▪ Realizar se, após exame de palpação,
necrose verificar material endurecido em tecido mole
→ Branco-leitoso – associada a (atentar para casos de fratura onde não se
mineralizações encontrou fragmento do dente).
→ Róseo – associada à reabsorção interna ou ▪ Utilizar filme radiográfico interposto entre o
hematoma coronário (dentes decíduos) lábio e o dente.
▪ Trincas ou perda de estrutura dental → A tomografia de feixe cônico de fov
Trincas – áreas de descontinuidade do restrito deve ser considerada o exame de
esmalte, sem que se tenha perda de estrutura imagem de escolha para diagnóstico e
dental tratamento de fraturas radiculares, luxações,
Perda de estrutura dental – depende da ou deslocamentos de dentes em áreas de
extensão (apenas esmalte, esmalte + dentina, fraturas alveolares, na ausência de
esmalte + dentina + cemento) traumatismos que envolvam tecidos moles
▪ Fraturas coronárias que necessitem de outras modalidades de
Verificar relação com tecidos pulpar e imagem.
periodontal • Testes auxiliares*
• Testes térmicos (frio) → Teste de mobilidade
→ Há quanto tempo ocorreu o traumatismo? ▪ Mobilidade de um bloco de dentes –
geralmente é caso de fratura alveolar.

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▪ Mobilidade dental atípica 2. esmalte + dentina (com ou sem
▪ Ausência de mobilidade dental exposição da polpa)
▪ Se a mobilidade for apenas no dente 3. corono radicular (esmalte + dentina
traumatizado, temos comprometimento na ou cemento)
estrutura de sustentação desse dente. 4. radicular
→ Teste de percussão vertical e horizontal
• Resumindo
→ Obter dados do paciente (anamnese)
→ História do trauma (quando + onde +
como)
→ Inconsciência, amnésia, dor de cabeça,
náusea, vômito
→ Inspeção (tecidos moles e duros,
mobilidade)
→ Teste de diagnóstico – padrão inicial de
comparação (sensibilidade pulpar ao frio,
percussão, palpação)
Para o tratamento: analisar aspectos como
▪ Cuidado com falso negativo
dimensão, tempo de exposição,
características da polpa, grau de formação
TRAUMA AS ESTRUTURAS radicular.
DURAS DO DENTE → Curetagem, capeamento, pulpotomia,
tratamento endodôntico…
→Fraturas e trincas Fraturas corono radiculares
Trincas ↪ comunicação entre os espaços sub e
→ Linhas de descontinuidade do esmalte, supragengival, com ou sem envolvimento da
sem perda de estrutura dental polpa.
→ Transiluminação – método interessante ↪ Verificar mobilidade do fragmento, que
para diagnóstico pode permanecer inserido em gengiva/osso
→ Geralmente não necessita de tratamento ↪ Utilizar 3 incidências radiográficas
▪ Podemos tentar obliterar essa trinca com diferentes = variando a âng. horizontal
adesivo e polimento ⇉ Tratamento de urgência = estabilizar o
→ Geralmente não causam alterações fragmento com contenção
pulpares a curto prazo ⇉ Tratamento definitivo = depende da linha
de fratura → remoção do fragmento,
Fraturas → perda de estrutura gengivectomia, aumento de coroa clínica,
pode ser: extração, sepultamento…
1. esmalte

Fraturas Radiculares

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↪ São intra ósseas – pode se localizar nos → Estabilizar com contenção por 4 semanas
terços cervical, médio ou apical. se for em terço médio e apical.
↪ Fraturas no terço cervical tendem a ter → Fraturas no ⅓ cervical = contenção
mais mobilidade = sua área de ancoragem é mantida por 4 meses.
menor. → Necrose = endo do fragmento coronário
↪ Alterações pulpares ocorrem mais em → Resposta depende se houve estiramento
fraturas no fragmento coronário. pulpar ou rompimento da polpa (quando
↪ Fraturas apicais não possuem mobilidade. desloca = rompe).
↪ Rx em 2 em ângulos diferentes (15°) → Tipos de reparo
Diagnóstico diferencial = SUBLUXAÇÃO ▪ União por tecido mineralizado
→ Podemos não visualizar no rx a fratura ▪ União pelo osso + tecido conjuntivo
radicular imediatamente após o trauma ▪ União pelo tecido conjuntivo
→ 2-3 dias após = dente está mais ▪ Necrose
alto e móvel. → Protocolo para proservação
→ Tecido inflamatório se instala e ▪ 4 semanas – remoção da esplintagem +
distância um fragmento do outro → Na linha acompanhamento clínico e radiográfico. → 4
da fratura se instala um processo crônico meses se em fraturas na região cervical.
onde as bactérias são destruídas (tec de ▪ 6 – 8 semanas – acompanhamento clínico e
granulação com vascularização e células de radiográfico
defesa). ▪ 6 meses – acompanhamento clínico e
radiográfico
Características clínicas e radiográficas ▪ 1 ano – acompanhamento clínico e
▪ Dor à percussão radiográfico
▪ Resposta ao teste do frio é variável ▪ 5 anos – acompanhamento clínico e
▪ Plano de fratura é horizontal ou diagonal radiográfico
▪ Localização: terços cervical, médio ou apical
▪ Mobilidade do fragmento coronário TRAUMAS DENTOALVEOLARES
▪Radiograficamente podem não ser
visualizadas imediatamente após o trauma – Trauma as estruturas de suporte:
para visualizar é necessária uma exsudação - Com deslocamento: luxação e avulsão
na linha de fratura - Sem deslocamento: concussão e subluxação
▪ Devemos variar a angulação vertical – 15° a
20°
Abordagem imediata:
→ Reposicionar o fragmento coronário em
caso de deslocamento.
→ Verificar por rx o reposicionamento. Concussão

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→ ⇓ rompimento de fibras do ligamento em casos de mobilidade por 14 dias → tempo
periodontal → não causa mobilidade em que as fibras do lig perio demoram para
- Pode ocorrer leve sensibilidade à percussão cicatrizar.
• Alívio da oclusão
•Controle radiográfico e testes de
sensibilidade
• Proservação durante 1 ano
⇏ Diag. diferencial para sub luxação: fratura
radicular!
Subluxação
→ Nas fraturas radiculares há dois
→ rompimento ⇑ fibras do ligamento
fragmentos: radicular e coronário. O
periodontal = rompe juntamente vasos
fragmento coronário geralmente apresenta
sanguíneos → causando sangramento
mobilidade mas não se desloca. Há
(normalmente não é possível visualizar o
necessidade de um RX periapical inicial e
sangramento da subluxação pois o paciente
após 3 dias ou mais. No segundo RX, se
pode enxaguar a boca, escovar ou até engolir
houver fratura, será possível visualizar, pois
o sangue, pois a quantidade é muito pequena
haverá um processo inflamatório que separa
e cessa em poucos minutos).
os dois fragmentos.
→ Paciente relata que o dente está crescido
Luxação
→ Pode apresentar mobilidade
Intrusiva
→ Não há rompimento nem estiramento do
Lateral
feixe vasculonervoso → não espera-se
Extrusiva
alterações pulpares. Apenas quando há
Tratamento: reposicionar, conter e medicar.
fratura de dentina e esmalte com exposição
Traumatismos intensos aos tecidos de
pulpar.
suporte
• Modificação intensa da posição dental no
alvéolo
• Princípios básicos para tratamento
→ Reposicionar
▪ Depende do desenvolvimento radicular e
quantidade de migração
→ Conter
▪ Contenções semirrígidas (preferíveis) e
rígidas (situações restritas)
→ Medicar
▪ Controle da dor e da infecção
⥤ AMBOS não necessitam de tratamento O que devemos avaliar?
endodôntico → pode-se fazer esplintagem → teve deslocamento?

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- se sim, o quanto deslocou e em qual → Isolamento relativo, com características de
direção! absoluto
Reposicionamento • Material para contenções rígidas
• Qual o tipo de traumatismo? (geralmente utilizadas quando tem
→ Luxação intrusiva, extrusiva ou lateral? envolvimento de tecido ósseo)
→ Avulsão? → Alicates ortodônticos (cortes e dobras)
• Há quanto tempo ocorreu o traumatismo? → Fio de nylon ou fio ortodôntico 0,9mm
→ Imediato ou tardio? (grande diâmetro)
→ Quanto mais rápido, melhor para o → Ácido fosfórico + sistema adesivo + resina
reposicionamento composta
• Quantos milímetros foi o deslocamento? → Espátulas e fotopolimerizador
→ Pequeno ou intenso? → Isolamento relativo, com características de
• Há diferentes formas de realizar absoluto
Contenções → Tiras de fibra de vidro impregnados com
• Reduzir temporariamente a mobilidade ou resina
manter no lugar por algum tempo dentes que • Medicamentos
foram reposicionados → Prescrição em pacientes infantis (>12 anos)
• Depende do grau de envolvimento do → Registrar sempre o peso da criança
sistema de suporte para que possamos dar → Controle da dor – analgésicos não-
condições para um reparo do ligamento opióides
periodontal → por 2 SEMANAS → Controle da infecção * (beta-lactâmicos)
• Características das contenções empregadas
→ Extensão correta (2 dentes para mesial e
2 dentes para distal)
→ Não deve ser lesiva à gengiva ou lábios
(não muito pra incisal nem cervical)
→ Deve permitir higienização Luxação extrusiva
→ Não pode interferir na oclusão → Região cervical é mais suscetível a sofrer
→ Estética adequada reabsorção → sofre + exposição, + cheio de
• Material para contenções semirrígidas (são fibras, ↑ a contaminação (saliva) e ↓ nutrição /
mais preferidas): vascularização.
→ Alicates ortodônticos (cortes e dobras) Características clínicas:
→ Fio de nylon ou fio ortodôntico 0,4mm → Dente parece estar + alongado
(pequeno diâmetro) → Extrema mobilidade
→ Ácido fosfórico + sistema adesivo + resina → Sangramento proveniente do ligamento
composta periodontal
→ Espátulas e fotopolimerizador Tratamento
Trauma imediato:

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→ Reposição + contenção semirrígida por 2 Dentes deslocados em direção axial, para o
semanas + analgésicos + monitorar condição interior do alvéolo → dente apresenta-se
pulpar e desenvolvimento de reabsorção. mais encurtado.
→ Rizogênese incompleta: acompanhar → Rizogênese incompleta = + fácil
→ Rizogênese completa: quanto houve da → Muito agressivo para as estruturas de
extrusão? suporte
Pequenas extrusões - até 1mm: acompanhar → Há + chance de reabsorção externa
Grandes extrusões: ⬆ que 1mm = → Ouve-se um som metálico à percussão
tratamento endodôntico vertical (ausência do lig periodontal)
▪ Controle: 6 meses, 1 ano, anualmente até 5 Características radiográficas
anos → Formação radicular
Trauma Tardio: → Ausência do espaço do ligamento
▪ Dificuldade de reposicionamento periodontal (total ou parcial)
▪ Avaliar necessidade de contenção → Junção cemento-esmalte no interior do
(mobilidade) tecido ósseo
▪ Prescrição de analgésicos
▪ Monitorar condição pulpar e Tratamento:
desenvolvimento de reabsorção Rizogênese incompleta = aguardar a
▪ Dentes com rizogênese incompleta: reerupção por 4 semanas + acompanhar
acompanhar → caso não tenha a reerupção = tração
▪ Dentes com rizogênese completa: quanto ortodôntica
houve da extrusão? → Se houver anquilose não há como realizar
Pequenas extrusões: acompanhar tração ortodôntica, por isso deve-se fazer a
Grandes extrusões: tratamento endodôntico tração ortodôntica o quanto antes!
▪ Controle: 6 meses, 1 ano, anualmente até 5 → Há chances muito grandes de ocorrer
anos reabsorção e anquilose.
Rizogênese completa:
- Intrusiva até 3 mm ⥤ reerupção
espontânea → aguardar até 8 semanas
– Intrusiva de 3 a 7 mm ⥤ tração ortodôntica
ou reposicionamento cirúrgico + endo +
contenção semirrígida.

Luxação intrusiva

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• Dentes com rizogênese incompleta
→ Acompanhamento clínico e radiográfico
→ Verificar presença de sinal/sintoma
associado à necrose pulpar.
→ Reposicionamento, contenção e
acompanhamento.
• Dentes com rizogênese completa
Luxação Lateral → Ausência de resposta ao teste de
→ Dente imóvel (travado no alvéolo) sensibilidade pulpar ao frio por períodos
→ Sim metálico à percussão prolongados, alteração na coloração dentária
→ Teste de sensibilidade - ou outro sinal/sintoma associado à necrose
→ Pode estar associado à fratura do pulpar indicam realização de tratamento
processo alveolar endodôntico.
→ Dor a palpação apical
→ Dentes deslocado no sentido palatino ou Avulsão
vestibular • Deslocamento total do dente para o exterior
do alvéolo
→ Reimplante = quando o tempo fora do
alvéolo é pequeno
• Quais as consequências da avulsão para o
dente?
→ Viabilidade pulpar
→ Viabilidade do ligamento periodontal
→ Necrose pulpar e reabsorções radiculares
→ Todas as medidas a serem adotadas têm
como objetivo retardar o início de processos
de reabsorção, especialmente em pacientes
jovens
• Fatores que contribuem para o sucesso
→ Menor tempo fora do alvéolo (período
extra-alveolar)
▪ Reimplante imediato, < 60 minutos, > 60
• Reposicionar o dente minutos
→ Palpar o ápice e empurrá-lo de volta ao ▪ Quanto menor o tempo fora do alvéolo,
alvéolo mais células do ligamento periodontal e do
• Utilizar contenção semirrígida/flexível por 4 tecido pulpar estarão viáveis.
semanas → Meio de transporte (armazenamento)
• Monitorar a condição pulpar

Mariana Guterres ATO 2024/2


▪ Meios para cultura de célula, soro fisiológico, → Realizar tratamento endodôntico antes
leite do reimplante
→ Condição apical → Anestesia + preparo do alvéolo
▪ Rizogênese completa ou incompleta (mais → Reimplante do dente
favorável) → Verificar posição do dente (radiografia)
• Reimplante imediato feito antes de chegar → Aplicar esplintagem semirrígida por 4
na clínica semanas
→ Manter o dente em posição → Administrar terapia antimicrobiana
→ Realizar limpeza local e exame clínico, sistêmica
suturas → Verificar cobertura para tétano
→ Verificar a posição do dente (radiografia) • Instruções para o paciente
→ Aplicar esplintagem semirrígida por 2 → Evitar esportes de contato
semanas → Utilizar dieta pastosa nas primeiras duas
→ Administrar terapia antimicrobiana semanas
sistêmica → Escovar os dentes com escova macia
→ Verificar cobertura para tétano → Utilizar solução de clorexidina 0,1%, duas
→ Rizogênese incompleta: acompanhar vezes ao dia, por 1 semana
→ Rizogênese completa: iniciar endodontia → Utilizar o antibiótico durante o período
após 7-10 dias indicado
• Dente em meio de transporte ou reimplante • Acompanhamento clínico
em < 60 min → Manter medicação intracanal por 1 mês
→ Limpeza do dente (irrigar com soro → Obturação com “material adequado”
fisiológico) → Proservação em: 1 mês, 3 meses, 6 meses,
→ Anestesia + preparo do alvéolo 1 ano e anualmente até 5 anos
→ Reimplante do dente → Avaliar presença de necrose pulpar e
→ Verificar posição do dente (radiografia) reabsorções radiculares externas
→ Aplicar esplintagem semirrígida por 2 • Por que é importante manter o dente?
semanas → Desenvolvimento da arcada dentária
→ Administrar terapia antimicrobiana → Manutenção de espaço dental
sistêmica → Condicionamento psicológico do paciente
→ Verificar cobertura para tétano e dos pais
→ Rizogênese incompleta: acompanhar
→ Rizogênese completa: iniciar endodontia
após 7-10 dias
• Dente em meio de transporte – reimplante Considerações finais
em > 60 min • Devemos ter o conhecimento dos tópicos
→ Limpeza do dente (irrigar com soro para possuir previsibilidade do resultado do
fisiológico + limpeza com gaze) tratamento.

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• Alterações pulpares e nos tecidos de Osseointegração
suporte podem ocorrer após o trauma dental, → O osso vivo conectado à superfície de um
mas não sabemos quando irão ocorrer. implante, conectado a uma prótese, não
• O traumatismo dentoalveolar parece necessariamente sob um implante.
influenciar em aspectos associados à → União estrutural e funcional entre osso
qualidade de vida das crianças e também de vivo e organizado a superfície de um implante
seus pais. submetido a carga funcional.
→ Efeito emocional do trauma para as → O osso se imbrica diretamente na
crianças – timidez, limitação funcional superfície do implante, preenchendo os
• O trabalho realizado é em equipe – espaços entre as espiras.
atendimento multiprofissional.

→ É desejável que o rebordo seja um pouco


mais espesso para dar o formato estético da
mucosa.
→ Em um implante, temos uma rica interface
de fibras colágenas circunferenciais aderidas
ao implante, mantendo a arquitetura da
mucosa e mantendo algo parecido com uma
distância biológica em relação à crista
gengival.
IMPLANTOLOGIA ▪ A união é íntima, eventualmente até com a
presença de hemidesmossomos.

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▪ Essa relação é muito dependente do →Posicionamento passível de
controle de placa, para que não tenha a aproveitamento protético (condição de
formação de bolsas. cicatrização)
LIVRO: A osseointegração é um processo de
Cirurgia para-protética clássica conexão direta estrutural e funcional entre a
• Cirurgia para regularização de rebordo superfície do implante propriamente dito e o
• A principal indicação era para tornar tecido ósseo, sem a interposição de tecido
rebordos atróficos passíveis de reabilitação conjuntivo fibroso. A primeira fase do
• Após, se passou a utilizar implantes processo de osseointegração é denominada
intraósseos de osteocondução, que consiste no
→ Maior conforto recrutamento e migração de células
→ Melhor reabilitação física osteogênicas à superfície do implante
→ Melhor expectativa psicossocial resultante da ativação de plaquetas
→ Ausências parciais ou totais sanguíneas e presença de fatores de
crescimento. A segunda fase envolve a
• A segunda fase da cirurgia para-protética se formação do "novo" osso pela mineralização
deu com a instalação de implantes da matriz interfacial equivalente ao que
→ Os pacientes que possuíam boa espessura ocorre na linha de cemento de tecido ósseo
de rebordo alveolar eram candidatos a natural. A última fase consiste no processo
receber esse tipo de recurso lento de remodelação óssea.
→ A partir do fim dos anos 90 e início dos História
anos 2000, se passou a buscar formas de • Busca por reposição de dentes perdidos
instalação de implantes em pacientes que com ancoragem óssea: muito antiga
possuíam o osso pouco espesso, ou cuja → Egípcios
morfologia não era favorável (reconstruções → América pré-colombiana
para inserção de implantes) • Século XVIII
▪ Enxertos ósseos → Transplante de dentes de “doadores” para
▪ Biomateriais alvéolos frescos
▪ Modificação arquitetural dos processos ▪ Raro sucesso
alveolares (ex: levantamento de seio maxilar) → 1809, Maggiolo: implante de ouro em
▪ É a fase atual alvéolos
Osseointegração → 1887, Harris: implante de platina em
• Fenômeno dependente de diversos fatores alvéolos
→ Biomaterial (biocompatibilidade) → Oxidação dos metais é desfavorável
→ Técnica cirúrgica • Anos 1930-1980
→ Sítio de implante (condição da região → Desenvolvimento da área
receptora) ▪ Com fases de extremo descrédito

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▪ Conferência de Toronto – critérios para
sucesso de implantes
→ ViTallium – Strock, 1937
▪ Cobalto, cromo, molibdênio
▪ Boa tolerância do tecido ósseo → Implantes trans-ósseos
▪ Início da utilização de materiais ▪ O processo de ancoragem necessário era a
desenvolvidos pela ortopedia transfixação da mandíbula
▪ Nem sempre o sucesso que acontecia na ▪ A técnica funcionava um pouco melhor, mas
ortopedia acontecia na boca – o implante tem tinha o problema de se fazer acesso pela pele
que ficar parcialmente exposto, podendo → Esses implantes não obtinham sucesso
ocorrer a implantação de bactérias, resíduos ▪ Corrosão
de células... ▪ Encapsulamento por tecido conjuntivo ou
→ Implantes subperiostais epitélio não funciona de forma análoga ao
▪ Moldagem dos rebordos ligamento periodontal
▪ Infraestrutura metálica única ▪ Aumento progressivo do espaço –
▪ Infiltração fibroepitelial a partir da mucosa osteoclasia
por conta da oxidação ▪ Mobilidade
▪ Reabsorção óssea severa ▪ Infecção
▪ Imprevisibilidade
▪ Sequelas decorrentes do uso (acabavam em
uma situação pior do que a inicial)
→ Implantes agulhados → Implantes endósseos cilíndricos
▪ Tripé de sustentação unida na região ▪ Desenvolvidos a partir dos estudos de Per
cervical Ingvar Branemark, a partir dos anos 1950
▪ Rebordo alveolar ou trans-forame apical Microscopia vital – microcirculação óssea
▪ Insucesso e sequelas Observação fortuita da aderência de cânulas
→ Implantes laminados de titânio aos tecidos. Quando foi remover o
▪ Endósseos, em infraestrutura única titânio do tecido ósseo, não conseguiu
▪ Lâminas metálicas em formato de cunha, remover, ou removeu com tecido ósseo
com relevos a fim de promover o aderido.
imbricamento ósseo Livro: protocolo clínico clássico de
▪ Perfuração no tecido ósseo Branemark, que é a realização da reabilitação
▪ A corrosão e a fratura eram as principais em dois estágios cirúrgicos: primeiro, a
falhas instalação dos implantes, que ficam
▪ Infiltração fibroepitelial submersos durante o período de cicatrização,
▪ Reabsorção óssea sem aplicação de qualquer carga sobre os
▪ Imprevisibilidade implantes; depois, realiza-se uma segunda
▪ Sequelas cirurgia, conhecida como reabertura, para

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exposição dos implantes na cavidade bucal e → Em mais de uma ocasião, Branemark
posterior ancoragem de uma prótese fixa. O recebeu determinação de interromper seus
período de intervalo recomendado entre um experimentos devido aos maus resultados da
estágio e outro foi de 3 a 6 meses, e esse implantologia nos anos 60 e 70
protocolo conduziu a índices altos de • Marcos históricos
sucesso. → Branemark e colaboradores, 1965:
▪ O que possibilita o fenômeno? primeiros casos, 50% de sucesso
Condições assépticas de instalação ▪ Críticas na comunidade científica sueca
Perfuração atraumática – refrigerada, → 1976: Autorização por parte do Conselho
progressiva para Saúde e Bem Estar da Suécia para que
Material de composição da cânula – titânio outros professores realizassem
O titânio experimentalmente implantes dentais
• 1791 – Descoberto por William Gregor ▪ Fora da Universidade de Gotemburgo
• 1910 – Purificado por Hunter → Branemark e colaboradores, 1977:
• Estado sólido publicam 10 anos de experiência rigidamente
• Metal leve e resistente controlada
• Resistência à corrosão → Conferência de Toronto, 1982: participação
• Ligas leves de titânio acadêmica maciça
• Após ser usinado, oxida imediatamente em ▪ Critérios rígidos para sucesso de implantes
contato com oxigênio – formação de dióxido ▪ Centro de origem: 5% em 5 anos
de titânio (não é reativo) - Usado em tintas ▪ Multicentros: 10% em 5 anos
de tatuagem, protetor solar… → Anais publicados por Zarb em 1983
→ Se torna um metal extremamente estável, Contemporaneidade
e a camada se mantém em espessura, não é • Contato direto entre a superfície de um
variável implante e osso vivo
→ Biocompatível – não causa irritação celular → A que nível? Tecidual? Celular? Bioquímico
→ O formato de parafuso causa um tipo de → 100% de contato em todo o contorno do
imbricamento, principalmente logo após a implante?
colocação do implante (estabilidade primária) → Quando carregar o implante?
→ Em um segundo momento, as micro → A definição é clínica ou histológica?
rugosidades dadas pelo tratamento da
superfície dos implantes serão atrativas para Técnica original
as células • Incisões no fundo de sulco
→ A partir disso, os osteoblastos produzem • 4 a 6 meses após as exodontias
matriz osteóide na superfície do implante • Implantes submersos na mucosa
• Cirurgia de reabertura
• O descrédito de Branemark • Carregamento após 6 meses

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• Orientação sempre vertical em relação à → Diâmetro variável entre corpo do implante
prótese e roscas externas
• Superfícies usinadas → cada empresa tem → Se o preparo tiver o diâmetro da rosca
sua maneira de tratar a superfície do externa, não terá uma fricção grande, e o
implante. grau de estabilidade primária será
Contemporaneamente intermediário ou pequeno
• Superfícies bioativas ▪ Vai depender muito da formação óssea
• Implantes monofásicos (expostos na → Se o preparo tiver o diâmetro pouco
mucosa) menor que a rosca externa, terá afeito de
• Imediatamente após a extração carga imediata
• Carregamento imediato ▪ Se for muito estreito, terá muita tensão
• Enxertos e biomateriais ▪ O implante deve ter um pequeno poder de
• Implantes inclinados corte durante o rosqueamento
• Atenção nas zonas estéticas • Roscas externas + formato do implante:
• Planejamento digital estabilidade primária
• Compressão – osteólise – perda da
Estabilidade do implante estabilidade
• Primária: logo após a inserção • Estabilidade Secundária: osseointegração
→ Depende da morfologia do implante e do gradual
preparo (técnica de inserção) → Semanas iniciais
→ Implante entra no alvéolo com um grau de → Superfície do implante
fricção, levando resíduos entre as espiras do → Ausência de mobilidade
implante → assim consegue-se torque de até → Osteointegração gradual
30N. → Crescimento do osso em direção aos
→ Fricção e estresse entre osso/implante espaços entre as espiras e o corpo do
(torque) implante
→ Compressão – microfraturas na interface – → Câmaras de cicatrização inicialmente
osteólise e perda gradual da estabilidade ocupadas por coágulo + resíduos da
(entre 1° e 4° semana). perfuração.
→ Depois de 4 semanas começa-se a ter um → Tempo de carregamento varia de acordo
grau de calcificação e o aumento gradual do com o sistema e as condições de inserção
torque → estabilidade secundária (de 4 LIVRO: tipos de carga
semanas a 2 meses). Convencional = a prótese é confeccionada
• Preparo em um segundo procedimento, 3 (para
→ Baixa velocidade mandíbula) a 6 meses (para maxila) após a
→ Bem refrigerado instalação do implante. É conhecido também
→ Kit de broca adequado ao sistema de como protocolo clássico de Branemark.
implantes

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→ 1° instalação dos implantes e na 2° cirurgia o grau de estabilidade primária) → dependerá
a reabertura para colocação dos da formação óssea.
cicatrizadores. → para carga imediata → diâmetro de
→ Primeiro é desejado a estabilidade perfuração pouco menor que a rosca externa,
primária, implante deve permanecer mas não pode ser MUITO estreita pois o
submerso ao tecido mole, permitindo a implante vai gerar muita tensão.
cicatrização com ausência de qualquer carga
direta ao implante. Superfícies dos implantes
→ 1 semana após a instalação do cicatrizador • Usinadas – mais antigas, menos rugosas
pode-se começar a confecção da prótese. → Osso de boa qualidade
Tardia = a prótese é confeccionada em um • Plasma-spray – muito rugosas - com o
segundo procedimento, porém quando tempo os pacientes possuem um grau de
excede o tempo necessário para a carga perda óssea e essas rugosidades podem
convencional (3-6 meses). colonizar por bactérias, tornando muito difícil
→ A literatura descreve que a carga funcional a higiene, acentuando a perda óssea.
é necessária para causar o estímulo ósseo, • Micro rugosidades (microtexturas)
garantindo assim a sua manutenção e a → Ataque ácido, laser, jateamento superficial
longevidade dos implantes. Dessa forma, não → Osso de baixa qualidade
é indicado realizar carga tardia, a qual deve
ser utilizada apenas quando o paciente está Riscos
impossibilitado de realizar a carga • Muitos lançamentos sem estudos clínicos
convencional por determinado problema prévios
sistêmico ou quando ele se ausenta das • Testagem após o lançamento no mercado
consultas, retornando tardiamente • Clara disputa industrial
Imediata = a prótese é confeccionada no Implantodontia dental
máximo 48 horas após a instalação do • São necessários sólidos conhecimentos de
implante. cirurgia bucal
→ regiões estéticas anteriores: realizado com → Condições físicas adequadas
dente de estoque, não deve ter carga oclusal, • Sólidos conhecimentos de prótese e
a fim de evitar micromovimentação. reabilitação bucal
Precoce = a prótese é confeccionada e • Desenvolvida individualmente ou em
colocada em oclusão com os dentes equipes multiprofissionais
antagonistas após 48 horas da instalação do Perspectivas
implante até no máximo 3 meses. • Desenvolvimento de superfícies bioativas
Preparo: • Melhoramentos estéticos: protéticos e de
→ se o preparo tiver o diâmetro da rosca tecidos moles
externa → não haverá muita fricção (diminui • União bioquímica com os tecidos

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• Abrangência social maior sem perda de estrutura, sem células e sem vasos
qualidade sanguíneos. A formação de osteoclastos
Edentulismo responsáveis pela reabsorção óssea está
• Prevalência mundial bloqueada nesta região.
• Muita disparidade entre os países - Um torque muito grande pode levar a
→ Influência sociocultural necrose → diminui a vascularização.
• Tendência de queda X Aumento da - Além da falta de irrigação e aquecimento,
longevidade da população contaminação, sistema imune deficiente.
Disputa de mercado Diabetes: HEMOGLOBINA glicada deve ser < 7
• Superfícies e formatos de diferentes (em compensados).
fabricantes Falha tardia = depois da prótese instalada
• Poucos estudos clínicos a respeito tem-se problema.
→ Críticas da comunidade científica. Falha precoce = ausência de osseointegração.
→ Pelo menos 1 ano de estudo clínico pré- MUCOSA PERI IMPLANTAR
lançamento. → Em volta do implante é mucosa e não
gengiva - fala-se biofilme subMUCOSO e
supramucoso.
Inserção é = osso, cemento e ligamento
periodontal
Implante não tem perda de inserção = é
perda óssea.
BIOLOGIA DOS TECIDOS
Tecidos perimplantares
PERIIMPLANTARES
(mucosites e periimplantites) • Mucosa perimplantar

Tempo de cicatrização → para formar tecido → Epitélio oral

ósseo ao redor do implante → colocado ▪ Assim como temos em áreas dentadas

ligeiramente maior que o diâmetro da ▪ Sulco perimplantar

perfuração → Gera um imbricamento. → Epitélio juncional

→ Uma pressão moderada não leva a ▪ Adere à superfície do pilar e à parte cervical

necrose e sim a uma hialinização - estágio do implante por meio de hemidesmossomos.

anterior a necrose → tecido ósseo → Tecido conjuntivo supracrestal

desmineraliza e perde alguns componentes ▪ As fibras principais do tecido conjuntivo

colágenos e para → Depois da hielinização apresentam disposição paralela ao longo eixo

ocorre a neoformação de tecido ósseo -> leva do implante (ao contrário do que acontece

osseointegração. com os dentes, onde é perpendicular).

→ tecido hialinizado, na região do ligamento ▪ Tecido conjuntivo na área supracrestal dos

periodontal, submetido à maior pressão. O implantes apresenta maior densidade de

Fenômeno de hialinização é traduzido pela fibras colágenas, menos fibroblastos e

unificação das fibras em uma massa sem estruturas vasculares.

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→ Suprimento vascular → Tratamento para periodontite
▪ Reduzido nos implantes → 6 meses em MPP rigorosa
▪ Ausência de ligamento periodontal → Suspensão do controle de placa por 3
→ Crista óssea aderida ao implante semanas
• Comparado ao periodonto, os tecidos → Avaliação clínica e microbiológica
perimplantares não tem cemento e ligamento → Progressão da inflamação e alterações em
periodontal. PS ao longo das 3 semanas foi semelhante
• O epitélio perimplantar é geralmente mais para dentes e implantes
longo e na área de tecido conjuntivo não há → A quantidade e composição da placa
fibras inseridas na superfície do implante. formada sobre dentes e implantes foram
• Os tecidos perimplantares são menos semelhantes
vascularizados na área entre a crista óssea e → Ambos tecidos responderam ao acúmulo
o epitélio juncional quando comparados com de placa com o estabelecimento de
a área de tecido conjuntivo do periodonto. inflamação evidente clínica e
histologicamente
→ até 1 mm de perda óssea nos primeiros 6
meses é normal.
Mucosite perimplantar
• Reação inflamatória da mucosa
perimplantar, a partir do acúmulo de biofilme
supramucoso, sem a presença de perda óssea
além daquela
derivada do remodelamento inicial
• Caráter reversível
Diagnóstico e tratamento de doenças
• Etiologia: controle de placa inadequado na
periimplantares
região dos implantes
• Doença perimplantar
→ SE ATENTAR AO DESENHO DA PRÓTESE
→ Processo inflamatório dos tecidos
• Semelhanças histopatológicas e clínicas
adjacentes ao implante
com gengivite
• Mucosite perimplantar
• Antecede as perimplantites
→ Processo inflamatório reversível nos
• Se estamos prevenindo mucosite, também
tecidos moles adjacentes aos implantes
estamos prevenindo perimplantites
• Perimplantite
→ Uma vez instalados os implantes e eles em
→ Processo inflamatório nos tecidos
função, desejamos que se mantenham
adjacentes aos implantes caracterizado pela
saudáveis ao longo do tempo.
perda de osso perimplantar
• Diagnóstico
• Experimentally induced peri-implant
mucositis. A clinical study in humans
→ 20 indivíduos parcialmente edêntulos

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→ Presença de sangramento da margem da • Na ausência de tratamento, a perimplantite
mucosa perimplantar após sondagem parece progredir de forma não linear e
periodontal acelerada
▪ Primeiro sinal, juntamente com o acúmulo • Dados de estudos clínicos mostram que a
de biofilme. perimplantite tem progressão mais rápida
→ Edema, brilho e vermelhidão da mucosa que a periodontite
são sinais tardios. • Presença de sangramento à sondagem e
→ Falta de transmissão de luz em função do perda óssea radiográfica são os principais
metal do implante pode mascarar os sinais sinais de perimplantite
clínicos visuais da inflamação da mucosa → O ideal é comparar as radiografias com
perimplantar. radiografias anteriores
→ A medida de profundidade de sondagem
Periimplantite não importa
• Processo inflamatório em torno de um • Sondagem é elemento de diagnóstico
implante, que ocorre a partir da presença de fundamental
biofilme submucoso, com a presença de → Comparação entre duas medidas permite
perda óssea progressiva. ver aumento de profundidade (= edema) –
• Perda óssea perimplantar é irreversível. devemos sempre registrar
• Etiologia: controle de placa inadequado na → Fundamental para avaliar sangramento
região dos implantes com ou sem presença perimplantar
de fatores de risco locais ou sistêmicos. • Prevalência
→ Fatores de risco locais: desenho da prótese → Pacientes sem histórico periodontal
▪ Não deve dificultar a higienização ▪ 18,8% dos indivíduos
• Semelhanças histopatológicas e clínicas ▪ 9,6% dos implantes
com periodontite ▪ 1497 indivíduos reabilitados com 6283
• Pode levar à perda do implante implantes
• Por conta da sua composição, o tecido → Pacientes com histórico periodontal
perimplantar é um tecido menos reativo à ▪ 55-77% dos indivíduos
presença de infecção, o que pode explicar a ▪ 43-50% dos implantes
maior velocidade de progressão da perda ▪ 216 indivíduos reabilitados com 987
óssea ao redor dos implantes, quando implantes
comparado aos dentes desse mesmo ▪ Acompanhamento de 10 anos
paciente Instrução de higiene para o implante
• Pode ocorrer de forma precoce logo após o • O diâmetro de um implante é menor do que
início do acompanhamento do paciente o diâmetro de uma raiz dental, principalmente
reabilitado dos dentes posteriores
• Por conta disso, após a inserção do
implante, ficará um espaço maior

Mariana Guterres ATO 2024/2


interproximal, dessa forma, é necessário limitação técnica e devemos instruir o uso de
explicar para o paciente que essa é uma escovas interproximais
limitação técnica e devemos instruir o uso de Avaliação de risco para o paciente que será
escovas interproximais reabilitado com implantes
Avaliação de risco para o paciente que será • Fator de risco
reabilitado com implantes → Fator biológico, comportamental ou
• Fator de risco ambiental que, se presente, aumenta a
→ Fator biológico, comportamental ou probabilidade de ocorrência de doença (ou
ambiental que, se presente, aumenta a efeito adverso) e se ausente ou removido,
probabilidade de ocorrência de doença (ou reduz a probabilidade
efeito adverso) e se ausente ou removido, • Esses fatores de risco, no caso do implante,
reduz a probabilidade são para perdas tardias
• Esses fatores de risco, no caso do implante, → Perda precoce é quando o implante não
são para perdas tardias osseointegra – é perdido antes de entrar em
→ Perda precoce é quando o implante não função
osseointegra – é perdido antes de entrar em → Perda tardia é por perimplantite ou trauma
função oclusal
→ Perda tardia é por perimplantite ou trauma • Fatores de risco de implantes
oclusal → Locais
• Fatores de risco de implantes ▪ Infecção bucal presente ou tratada
→ Locais parcialmente – aumenta a chance de
▪ Infecção bucal presente ou tratada mucosite e falhas
parcialmente – aumenta a chance de - Infecção periodontal
mucosite e falhas - Controle de placa inadequado e instável
Infecção periodontal - Profundidade de sondagem alta nos dentes
Controle de placa inadequado e instável presentes
Profundidade de sondagem alta nos dentes - Infecção endodôntica
presentes ▪ Hábitos parafuncionais – bruxismo
Infecção endodôntica → Sistêmicos
▪ Hábitos parafuncionais – bruxismo ▪ Idade
Instrução de higiene para o implante ▪ Fumo
• O diâmetro de um implante é menor do que ▪ História médica
o diâmetro de uma raiz dental, ▪ Diabetes melitus
principalmente dos dentes posteriores ▪ Desordens ósseas
• Por conta disso, após a inserção do ▪ Xerostomia
implante, ficará um espaço maior ▪ Desordens e traços genéticos
interproximal, dessa forma, é necessário → Comportamentais
explicar para o paciente que essa é uma

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▪ História de não adesão a tratamento ⇢Etiopatogenia: controle inadequado da
odontológico placa
▪ Uso/abuso de substâncias ⇢ Diagnóstico: presença de sangramento na
▪ Assuntos psiquiátricos/psicológicos margem da mucosa periimplantar após
▪ Falta de compreensão/comunicação sondagem periodontal, que pode estar
• Existem poucos fatores que são acompanhado do acúmulo de biofilme.
contraindicação absoluta para implantes ⇢Tratamento: controle mecânico ou
→ Sempre devemos, na fase de avaliação, químico-mecânico do biofilme supra mucoso,
pesar os riscos e os benefícios com remoção dos fatores retentivos de placa,
→ Benefício – receber implantes instrução de higiene bucal com o uso de
→ Risco – complicações, perda do implante escovas interdentais e escovas multicerdas e
Conclusões motivação do paciente
• O epitélio perimplantar é geralmente mais ⇢ ESTAR ATENTO AO DESENHO DA
longo se comparado ao EJ nos dentes. PRÓTESE
• Os tecidos perimplantares possuem menos PERIMPLANTITE: é um processo
vascularização e maior componente fibroso. inflamatório nos tecidos adjacentes aos
• A mucosite perimplantar é causada por implantes, caracterizado pela perda de osso
acúmulo de biofilme supramucoso e tem perimplantar
ocorrência alta na população. ⇢Etiopatogenia: controle inadequado de
• A perimplantite é causada pelo biofilme biofilme submucoso
submucoso e leva à perda óssea nos ⇢Diagnóstico: presença de sangramento à
implantes. sondagem e perda óssea radiográfica, sendo
• Histórico de periodontite e fumo são fatores o ideal comparar com radiografias anteriores.
de risco à perimplantite. Tratamento: pode ser tratada com RASUB
• A avaliação de risco completa, envolvendo submucoso, entretanto, muitas vezes é
fatores sistêmicos, locais e comportamentais necessário fazer acesso cirúrgico ao implante
deve ser realizada na fase de planejamento e as áreas periimplantares.
reabilitador nos pacientes candidatos à
implantes.
NOÇÕES BÁSICAS DE PLANEJAMENTO E
Explique a etiopatogenia, o diagnóstico e o TÉCNICA CIRÚRGICA
tratamento para mucosite periimplantar e Dentes x Implantes
para periimplantite. • Dentes
MUCOSITE PERIIMPLANTAR: processo → Possuímos uma visão bastante crítica a
inflamatório reversível de tecidos moles respeito dos dentes – tratamentos,
localizados ao redor de implantes, esta prognóstico, fatores de risco...
condição antecede a periimplantite. • Implantes

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→ A primeira coisa que escutamos é as taxas → Um indivíduo que possui alta
de sucesso dos implantes. suscetibilidade à doença periodontal também
▪ Muitas vezes não se diferencia sucesso de vai ter alta suscetibilidade à doença
sobrevida. perimplantar
→ Sucesso diminui ao longo do tempo • Os implantes não mudam o comportamento
→ Sobrevida = permanece em boca do indivíduo
O que há de evidência? • Os implantes não estão imunes a um mau
→ Dentes saudáveis periodontalmente profissional
podem permanecer em boca durante toda a Planejamento
vida de um indivíduo. • Não existe um planejamento único – cada
→ Dentes tratados periodontalmente caso é um caso
possuem altas taxas de sobrevida (92-93%). Implante
→ Implante osseointegrado possuem uma • Inicialmente era guiado pela presença de
boa taxa de sobrevida, mas ainda menor do osso
que a de dentes tratados periodontalmente → Muitas vezes aconteciam situações onde a
(82-94%). reabilitação protética era muito dificultada
▪ Quanto maior o acompanhamento dos • Guiado pela restauração
implantes, maiores as taxas de complicação e → Imaginamos onde ficará a peça protética
menores as de sobrevida e sucesso. para depois escolher onde ficará o implante
→ Implante osseointegrado não → O problema dessa técnica é que muitas
sobrepassam a longevidade de dentes. vezes não temos osso suficiente no local
→ Dentes tratados endodonticamente adequado
possuem sobrevida de 92% após 6 anos – ▪ Por isso, lançamos mão de técnicas como
taxa de sobrevida semelhante aos dos enxertos, levantamento de seio...
implantes. • Na vida real, chegamos em algum lugar
▪ Dentes obturados de maneira adequada entre as duas técnicas
possuem maiores chances de sucesso (cerca
de 95%).
▪ Dentes obturados de maneira inadequada Fases do planejamento
possuem menores chances de sucesso: • Entrevista
Obturação aquém – cerca de 91% → Queixa principal (relacionada a implantes)
Obturação além – cerca de 74% → Expectativas
• Os tratamentos tradicionais, quando ▪ Atentar para expectativas irreais
realizados adequadamente, são pelo menos → História médica
tão efetivos quanto (se não mais efetivos) que ▪ Diabetes
os implantes dentários ▪ Osteoporose
• Os implantes não mudam a genética do ▪ Imunossupressão
indivíduo → Hábitos de higiene bucal

Mariana Guterres ATO 2024/2


→ História de doença periodontal
→ Hábitos comportamentais/parafuncionais
▪ Fumo
▪ Bruxismo
• Exame clínico
→ Exame extra-bucal
▪ Linha do sorriso – quanto mais alta, mais
desafiador
▪ Aumento de volume
▪ Suporte labial
• Essa distância mínima serve para que
→ Avaliação padrão da condição de saúde
mantenhamos a crista óssea entre implantes
bucal
e, consequentemente, tenhamos a formação
▪ Cárie e doença periodontal
da papila
▪ Sempre resolver a doença antes de pensar
→ Formação da papila depende da crista
em implantes
óssea
▪ Pacientes com doença periodontal são
passíveis de reabilitação com implantes –
Qualidade óssea
desde que estejam cientes do tratamento e
• Tipo I – osso cortical homogêneo
das complicações
→ Duro e rígido, pouco vascularizado.
→ Abertura bucal
→ Pacientes mais idosos, principalmente na
→ Condições do rebordo
região antero-inferior, entre os forames.
▪ Reabsorções ósseas horizontais e verticais
(mandíbula).
→ Relação interarcos e oclusal
• Tipo II – camada espessa de osso cortical
→ Espaço mesio-distal e vestíbulo-lingual do
circundando osso esponjoso denso.
espaço edêntulo
• Tipo III – camada fina de osso cortical
• Exames de imagem
circundando osso esponjoso denso.
• Exames pré-operatórios
• Tipo IV – camada extremamente fina ou
• Modelos de estudo
inexistente de osso cortical, circundando osso
• Guia cirúrgico
esponjoso de baixa densidade.
• Medicação prévia

Distâncias entre implantes/dentes


→ Mais associado à região posterior de
• Idealmente: 2mm de cada lado
maxila
• Mínimo: 1,5mm de cada lado
• Entre implantes
→ Idealmente: 4mm
→ Mínimo: 3mm

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• O melhor osso, em termos de adaptação Modelos de estudo
mecânica, é o tipo I. • Mostra o espaço disponível
→ A osseointegração não é apenas isso, • Relação com o antagonista
necessita também de revascularização. • Ideal no planejamento do guia cirúrgico
• Ossos tipo II e tipo III são mais adequados, Enceramento diagnóstico
tanto em termos de fixação como de • Enceramento com dente de estoque para
revascularização. planejar o resultado no modelo de gesso.
• Ossos tipo IV são de difícil estabilização
mecânica, muitas vezes não utilizamos todas
as brocas disponíveis no kit, embora seja
ótimo para a revascularização.
Guia cirúrgica
• Pode ser feita em laboratório ou na clínica
Pontos anatômicos de maior interesse
• Antes de fazer a guia, devemos ter certeza
• Região anterior da maxila
que o paciente apresenta saúde bucal
→ Assoalho nasal
• Fotos clínicas do caso
→ Canal nasopalatino
• Região posterior da maxila
→ Seio maxilar e estruturas anexas (pode-se
fazer levantamento de seio).
• Região anterior da mandíbula
→ Canal incisivo
→ Forame lingual → Frontal, lateral e oclusal
• Região posterior da mandíbula • Placa de acetato na plastificadora à vácuo
→ Nervo alveolar inferior • Recorte da placa e orifício para a broca
→ Forame mentoniano • Teste da placa em boca
Exames pré-operatórios • Quanto mais dentes, mais importante é a
• Coagulograma confecção da guia!
→ Quando? Histórico de sangramento
anormal, relato de uso de anti-hipertensivos e Medicação prévia
anticoagulantes. • Ansiolíticos
• Glicemia (HbA1c) → Para pacientes muito ansiosos
→ Quando? História pessoal ou familiar de → O uso pode causar efeito rebote –
diabetes mellitus (DM), uso de medicação, sonolência
suspeita clínica. → Testar dosagem previamente
• Hemograma • Corticoides
→ Intervenções de grande porte → Para cirurgias grandes, que vão causar
→ Suspeita clínica de anemia, presença de muito inchaço
infecção, radio ou quimioterapia recentes. → Raro

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• Analgésicos → Em alguns tipos de prótese totais sobre
→ Geralmente não são necessários implantes não há contato direto com a
→ A cirurgia é relativamente simples, mucosa oral, o que evita lesões por
dependendo do caso adaptação.
• Antibióticos • Retenção em prótese total
→ A literatura é escassa e não de grande → As próteses totais são parafusadas aos
qualidade implantes ou presas através de clipes. Estes
→ A literatura indica que, antibióticos recursos dão muita retenção e segurança ao
utilizados previamente, reduzem as chances paciente na função mastigatória e na fala.
de efeitos adversos • Longevidade
→ Entre utilizar antibióticos terapêuticos e → Sendo seguido um protocolo cirúrgico e
profiláticos, preferimos utilizar profiláticos protético de qualidade e o paciente
comprometendo-se com as revisões de
Livro: A altura do tecido ósseo disponível manutenção protética e perimplantar, o
para instalação do implante deve ser medida tratamento é extremamente durável.
do rebordo desdentado ao assoalho da fossa Diferenças importantes
nasal (maxila ant), rebordo desdentado até • Implante não é dente
cortical superior localizada inf ao seio maxilar → Tem um funcionamento biomecânico
(post maxila) e rebordo desdentado à cortical diferente
inferior (mandíbula ant) → O relacionamento histológico com o
tecido ósseo é diferente
Planejamento de próteses sobre → Tecidos perimplantares tem anatomia
implantes diferente
Porquê da prótese sobre implantes? → A coroa protética deve se adaptar à
• Razões biológicas, preservação de dentes inclinação do implante
adjacentes. → O acesso a limpeza pode ser diferente
• Para repor dentes perdidos, não é • O dente é uma estrutura com recursos de
necessário fazer o preparo protético para percepção (ou surgimento de sinais clínicos)
coroa total nos dentes laterais ao espaço de sobrecarga oclusal, ao contrário do
edêntulo, com o objetivo de executar uma implante que recebe a carga e dissipa no
prótese fixa múltipla, tradicional com tecido ósseo da região da crista, o que pode
pônticos. gerar reabsorção.
• Conforto • A oclusão em prótese sobre implante do
→ Em implantes unitários, o paciente tem a tipo fixa unitária ou múltipla deve ser
sensação de um dente íntegro, podendo levemente aliviada comparativamente aos
inclusive passar o fio dental de maneira dentes naturais.
similar a dos dentes naturais. Livro: Depois de inserido o implante,
permanece livre de carga oclusal durante 90

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a 180 dias → a movimentação do implante implante, no sentido vertical e vestíbulo-
neste período provocará a formação de uma lingual.
interface de tecido mole que não proporciona → Permite definir a localização, número,
retenção ao implante. tamanho e posição que podem ser colocados
→ A coroa do implante é posta levemente os implantes.
mais abaixo da linha oclusal dos dentes → Observar o forame mentoniano e o
naturais, pois os implante não possui conduto dentário inferior – estruturas que
ligamento periodontal. → quando mordemos não podem ser atingidas na cirurgia.
forte o dente natural desloca de 0,2 a 0,5 mm → Verificar diferentes características ósseas
→ por isso faz-se um leve alívio para que em entre as regiões
MH não gera sobrecarga no implante. • Interação protesista-cirurgião
→ Evita reabsorção óssea no implante → → O principal objetivo desta interação é a
diferente de periimplantite. elaboração do plano de tratamento reverso,
Diagnóstico e plano de tratamento ou seja, parte da definição do tipo de prótese
• Mesmas exigências prévias que prótese para definir a cirurgia posterior.
convencional → É feito em conjunto a análise dos modelos
→ Levantamento de necessidades clínicas, em ASA com enceramento diagnóstico e
prontuário completo, montagem em ASA, etc. tomografias para a tomada de decisão.
→ Análise dos dentes adjacentes → Essa conduta impede que, sem a
→ Análise do rebordo orientação do protesista, sejam colocados
→ Preparo prévio bucal implantes em locais inadequados para o bom
Livro: O primeiro passo para a confecção de andamento protético.
uma PF sobre implante é a seleção do • Viabilidade do plano de tratamento
intermediário de conexão protética → Os profissionais envolvidos podem, muitas
• Adequação de plano oclusal vezes, elaborar várias opções de prótese para
→ Espaço vertical mínimo necessário (inciso uma mesma situação clínica, particularmente
vertical 7mm) em próteses totais.
→ Espaço horizontal M-D mínimo necessário → As alternativas são apresentadas ao
(7mm) paciente que pode decidir entre elas,
▪ Para implantes de 4mm (hoje em dia, se conhecendo seus prós e contras.
fazem implantes menores, podendo esse • Guia cirúrgico a partir dos modelos de
espaço mínimo necessário ser reduzido). estudo ou próteses pré-existentes dos
Etapa adicional pacientes.
• Tomografia computadorizada → É confeccionada uma guia em acrílico que
→ Exame de imagem que fornece as orientará o cirurgião para a colocação dos
medidas reais do paciente, sendo básico implantes na localização ideal.
obter as dimensões do sítio que receberá o Etapas em comum na prótese sobre implante
e convencional

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• Necessidade de estrutura de retenção da → Custo baixo, menor estética,
prótese – pilar protético. relacionamento com tecidos gengivais menos
• Moldagem chama-se transferência é feita favorável.
com um transfer pré-fabricado, que poderia → O hexágono tem menor resistência
ser comparado a uma moldeira individual. → Atualmente, utilizado em prótese total tipo
→ não necessita de fio retrator barra-clipe e protocolo
• Prova de metal (fixas) ou barra metálica Plataformas
(totais) • O termo plataforma refere-se ao diâmetro
• Prova da cerâmica (fixas) ou prova de do implante
enceramento (totais) → Por exemplo, regiões de menos
• Entrega e plano de proservação comprimento ósseo e largura receberão
Formatos de implante implantes curtos e estreitos.
• Formato de parafuso, mas com diferenças • Conforme o fabricante, há diferentes
no espaçamento e desenho das espiras, diâmetros de plataforma
conicidade e largura. → As medidas mais frequentes são em torno
• Drive – espiras bem espaçadas, não são de 3,0mm (plataforma estreita), 4,0mm
afiladas, indicado para colocação em tecido (plataforma regular) e 5,0mm (plataforma
ósseo pouco cortical e bastante medular. larga).
• Titamax – planejado para tecido ósseo com → Conforme a medida são classificadas em
cortical densa e trabeculado intenso. plataforma estreita (NP), regular (RP) ou larga
• WS – implante curto, de grande diâmetro, (WP)
planejado para regiões reabsorvidas, mas Como conectar o implante com o ambiente
largas. oral?
• Cirurgia de reabertura
→ Quando o implante não tiver um bom
travamento inicial
→ A reabertura ocorre 8 semanas após a
Tipos de conexão com a prótese cirurgia inicial
• Conexão interna • Colocação de um cicatrizador
→ Estética otimizada, custo maior, boa → Apenas quando o implante ficar muito
resistência. bem travado (30N)
→ Indicado para zonas estéticas e • 15 dias após seguem-se as demais etapas
posteriores em todos os tipos de prótese. Cicatrizadores
→ Triangular – parceiro Nobel Biocare • Cicatrizadores de diferentes alturas para
→ Cone-morse – parceiro Neodent diferentes espessuras de mucosa gengival.
• Conexão externa tipo hexágono externo • Cicatrizadores para diferentes conexões de
implantes.
Como conectar o implante à prótese?

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• Seleção de componentes protéticos de • Biomecânica
acordo com: • Disponibilidade de tecido ósseo
→ Plataforma/conexão • Custo
→ Tipo de prótese
→ Posição do implante/angulações
• Componentes básicos
→ Fixas unitárias ou múltiplas
▪ Para as unitárias – pilar ou intermediário
protético convencional
▪ Existe um tipo de intermediário que é
personalizável pelo protético (ucla) – pode
ser cortado, inclinado, ajustado...
▪ Para fixas múltiplas e próteses totais – Noções básicas da reabilitação protética
minipilar com implantes
→ Próteses totais fixas ou protocolos
▪ Minipilares permitem a conexão entre vários Planejamento com implantes
implantes • Presença de um parafuso de titânio, um
Prótese fixa intermediário e uma coroa protética
• Fixas unitárias → O intermediário (pilar) une o implante a
• Em um espaço múltiplo podem ser prótese – é parafusado dentro do implante e,
colocados vários implantes unitários ou sobre ele, é parafusada a coroa protética
coroas protéticas (unidas) ▪ O intermediário (pilar) pode ser reto ou
• Todo o planejamento deve ser informado ao angulado
paciente → Em caso de fratura do intermediário, é
Prótese total removível possível fazer a troca do mesmo sem perder
• Totais removíveis implato retidas o trabalho protético
• Barra clipe – muito usada em rebordo → A troca do intermediário é feito em
inferior sobre dois implantes consultas de manutenção periódica
→ Na região anterior, entre os caninos, fica a preventiva, cerca de 1 ano ou 1 ano e meio
barra a ser encaixada na prótese. após a instalação
• Encaixes MK1 – total superior sem palato → Em casos onde não seja possível usar o
→ Para remoção da prótese, há um acesso intermediário, a prótese será feita
do paciente que aciona ou desaciona o diretamente sobre o implante
travamento da prótese em posição. • A parte protética é colocada apenas após a
Limitações do planejamento de próteses cirurgia de instalação do implante – após a
sobre implante osseointegração
• Possibilidade do controle periodontal → Usa-se próteses cimentadas quando há
→ Atitude do paciente e habilidade manual angulação, que não seja possível parafusar.

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Sistema de implantes teremos um GAP entre a cabeça do
• Ao planejar a prótese, devemos saber qual o implante e a peça, dessa forma, torna
sistema do implante que foi utilizado possível a entrada de bactérias e assim o
• Cada tipo de implante terá um componente tecido ósseo vai reabsorver, na tentativa de
específico manter o espaço biológico.
LIVRO: – Nas cargas mastigatórias, as forças serão
Corpo do implante: parte que interage transmitidas na crista óssea, aumentando as
diretamente com o tecido ósseo. chances de reabsorção
• Classificação dos implantes
→ Quanto ao tipo de osso ▪ Hexágono interno (fica 1 a 2 mm infra ósseo)
▪ Tipo I – muito mais cortical do que medular – O componente protético será menor do que
(osso do mento) o diâmetro do implante, dessa forma, o GAP
▪ Tipo II – uma camada de cortical grossa e será muito menor e irá gerar menos
uma medular menor (mandíbula) reabsorção.
▪ Tipo III – cortical fina e osso mais – As forças das cargas mastigatórias serão
trabeculado (região anterior de mandíbula) transmitidas no meio do implante.
▪ Tipo IV – pouca cortical e medular espaçada
(túber)
→ Quanto a geometria do corpo
▪ Cilíndrico (para tipos I de osso e II) –
diâmetro constante; entra com menor
travamento, menor força → mandíbula ▪ Cone morse (fica infra ósseo, 1 a 2mm)
▪ Cônico (para tipos III e IV) – aumenta o – O componente protético será menor do que
diâmetro; maior travamento. → maxila o diâmetro do implante, dessa forma, o GAP
▪ Cilíndrico cônico (para tipos III e IV). será muito menor e irá gerar menos
→ maxila reabsorção.
– As forças das cargas mastigatórias serão
transmitidas no meio do implante

→ Quanto a interface protética (ligação


prótese-implante)
▪ Hexágono externo (fica no nível da crista
óssea)
– Não podemos colocar infra ósseo, pois se
colocarmos o componente ou o cicatrizador,

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adequado e qual o seu sistema de conexão
(interno ou externo).

Travamento primário
• Situação ideal
• Quanto, ao inserirmos o implante com uma
força planejada, ocorre um travamento do
implante – não é mais possível parafusa-lo.
Partes dos implantes • Muitas vezes, o implante trava na metade,
• São formados por três partes sendo necessário continuar sua inserção de
→ Uma ponta forma manual – ótimo.
▪ Fixa o implante quando toca no fundo do • Caso usamos um implante de 3,75mm e não
alvéolo obtemos um travamento primário ideal,
▪ Pode ser autocortante ou impactante podemos tentar com o de 4,0mm pra ver se
→ Um corpo (passos de rosca) conseguimos um travamento mínimo de 25N,
▪ O tipo de rosca depende de qual tipo de sendo o ideal de 30 a 45N.
osso estamos implantando
→ Plataforma (cabeça) Comprimento do implante
▪ Interface entre implante-prótese • Não define sua classificação, ou seja, um
▪ É a porção mais coronal do implante, cujo implante de 10mm de comprimento está
diâmetro é a base para sua classificação disponível em todas as três plataformas
▪ Plataforma estreita ou NP (Narrow • O comprimento do implante será definido
Plataform) – 3,5mm pelo cirurgião, após avaliadas as estruturas ao
▪ Plataforma regular ou RP (Regular redor da região a ser implantada
Plataform) – 3,75 e 4,0mm • Em casos onde é necessário fazer implantes
– Os implantes regulares possuem a mesma curtos, devemos planejar implantes unidos,
cabeça (4,0mm), mesmo que o diâmetro seja visto que a distribuição de cargas pode ser
diferente. melhor
– Sempre optamos por implantes com
plataforma regular, e geralmente usamos o Afinal, qual implante utilizar?
de 3,75mm • Depende da região e espessura óssea
▪ Plataforma larga ou WP (Wide Plataform) – • O ideal é aplicar a plataforma do implante
5,0 mm mais semelhante possível ao tamanho do
▪ É selecionado de acordo com a espessura colo cirúrgico do dente a ser reconstruído.
óssea observada na tomografia Tapa implantes
▪ Devemos saber o diâmetro da plataforma • Parafusos rosqueados sobre a cabeça ou
para fazer a seleção do componente plataforma do implante logo após a sua
instalação óssea, durante o ato cirúrgico,

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sendo geralmente coberto pela mucosa • Antes da cirurgia, devemos planejar o tipo
gengival durante o período de de prótese que será feita (planejamento
osseointegração. reverso)
• Devemos aguardar de 3 a 6 meses a • Quando não conseguimos atingir a posição
cicatrização, para depois fazer a reabertura. ideal, iremos fazer uma prótese cimentada
Cicatrizadores → Dessa forma, devemos fazer a moldagem
• Dispositivos metálicos de titânio utilizados com o transfer (nesse caso, devemos
para guiar a cicatrização da mucosa radiografar após a colocação do transfer para
perimplantar após o período de cicatrização, verificar se há GAP ou não)
estando o implante já osseointegrado, sendo → O análogo é uma réplica do implante,
colocados imediatamente após a abertura colocado sobre o transfer para que seja
dos implantes (2 estágios) possível realizar a construção da peça
• A moldagem será feita apenas 2 semanas protética no laboratório
após a colocação do cicatrizador → O protético fará uma guia, adaptada nos
• Se o implante for travado com, no mínimo dentes vizinhos, por cima de um pilar
30N, podemos fazer a colocação do personalizado
cicatrizador durante a cirurgia → Caso → Após a instalação do pilar personalizado,
contrário, devemos colocar o vedante radiografa-se para verificar presença de GAP
• Existem diferentes tipos de cicatrizadores, → Ainda, será feito um provisório e também
com diferentes diâmetros e alturas → uma coifa/copping metálico (onde será
Escolhemos de acordo com a espessura da realizada a cerâmica)
fibromucosa → Faz-se a prova do copping metálico e
Posição ótima do implante moldagem de relocalização
• Corresponde a uma posição espacial do • Não devemos colocar o implante no espaço
implante compatível com uma prótese da papila
estética, fonética e funcional → O implante deve ser colocado, infra ósseo,
→ Na região posterior, desejamos que ele de 1,0mm a 1,5mm da altura do colo, para
seja centralizado (no sentido M-D e V-L) para termos o perfil de emergência
que o parafuso de fixação passe bem no → A papila só será formada se, do ponto de
centro oclusal do implante contato até a crista óssea, tivermos um
→ Na região anterior, não deve passar do espaço de 5mm (não pode ter mais)
cíngulo • Erros na centralização dos implantes levam
→ Podemos fazer um guia cirúrgico para a problemas estéticos e funcionais
atingir essa posição ideal • Muitas vezes, devemos respeitar as
• Muitas vezes não conseguimos durante a inclinações ósseas para obtermos um
cirurgia posicionamento ideal
→ O uso de guias pode facilitar o CD na hora
da cirurgia

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Saucerização • Aspectos biomecânicos
• Perda óssea esperada de 2 a 3mm da • Altura de tecido perimplantar
inserção do implante • Prótese parafusada ou cimentada
• Discussão – não se acredita em perda óssea → Posição no sentido vestíbulo-lingual
esperada, mas sim, numa acomodação dos → Posição no sentido mésio-distal
tecidos/remodelação inicial, com alterações → Profundidade de sulco perimplantar
máximas de 1mm → Sorriso do paciente
Moldagem com moldeira fechada • Abutments retos ou angulados
• Transferentes cônicos Seleção de pilares • Avaliar:
• Réplica do implante → Posição do implante
• Moldeira de estoque ▪ Mésio/distal
• Moldagem não é precisa – deslocamento ▪ Vestíbulo/lingual
dos transferentes da boca do paciente para o ▪ Ocluso/apical (altura perimplantar)
molde → Muitas vezes, não conseguimos → Tipo de pilar (abutment)
encaixar com precisão o local dos ▪ Cimentado/parafusado
transferentes – não é muito problemático, ▪ Reto/angulado
visto que o objetivo dessa moldagem é de ▪ Altura de cinta
apenas visualizar a posição do implante → Espaço mínimo interoclusal
• A partir dessa moldagem, selecionamos se o Como podemos classificar os implantes
componente a ser utilizado será reto ou dentários em relação ao seu diâmetro e em
angulado, a altura de cinta adequada... relação ao sistema de conexão protética?
• Moldagem de diagnóstico, para o ↳ A classificação os implantes dentários de
planejamento acordo com o seu diâmetro e em relação ao
Moldagem com moldeira aberta ou sistema de conexão é dada por:
individual Classificação da Plataforma: ocorre de acordo
• Transferentes quadrados com o diâmetro.
• Réplica do implante • Moldeira acrílica A. Plataforma estreita (narrow platform)
individual B. Plataforma regular (regular platform)
• Parafusar os análogos nos locais planejados C. Plataforma larga (wide platform)
• Moldagem precisa A plataforma estreita e a plataforma larga
Critérios para seleção dos pilares têm o mesmo diâmetro para a plataforma e
• Estético • Periodontal para o corpo de 3,5 mm e 5 mm,
• Espaço interoclusal respectivamente. Já os implantes de
• Sulco perimplantar plataforma regular têm o mesmo diâmetro
• Dentes adjacentes para a plataforma (ambos com 4mm), mas o
• Posição do implante → M/D e V/L diâmetro dos corpos varia, podendo ser 3,75
• Aspectos oclusais mm ou 4mm.
• Filosofia de trabalho

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Classificação de acordo com o sistema de ↪ Moldagem final com elastômero
conexão: ↪Cimentação dos encaixes nas raízes e
a. hexágono externo fixação da contra-parte da base da prótese
b. hexágono interno ↪ Instalação
c. cone morse.
Tipos de preparo
PRÓTESE ⤷ Preparo + casquete metálico (coroa
telescópica)
PRÓTESE TOTAL E OVERDENTURE ⤷ Com recobrimento metálico
⤷ Obtura com Am ou resina
Overdenture sobre raízes ⤷ Com retentor metálico (o´ring) - mais
⤷ ↓ reabsorção óssea usado
⤷ ↑ suporte, retenção, estabilidade, função ⤷ Barra clip = deve ter duas raízes como pilar
neuromusc. e capacidade sensorial
⤷ Recebe suporte parcial de dentes naturais coroa telescópica
modificados
Prótese tipo protocolo = PT sobre implantes

Indicações: O´ring
↪ Boa higiene
↪ Possibilidade de manter pelo menos 1 raiz
(melhor é o canino - ideal é dentes anterior
em lados opostos - até PM se usa)
↪ Quando o prognóstico é desfavorável para
PT
Contraindicações:
↪ Custo Barra clip
↪ Falta de higiene
↪ Quando há apenas dentes posteriores e
nenhum anterior!
↪ Impossib. de tratamento endo e perio
➤ Não podemos unir implante + raízes pois a Indicações - dentes isolados
resiliência é ≠ ⤷ Distância grande entre pilares
Adequação do meio: exo, endo e perio. ⤷ Para mandíbula sempre vai valer a pena
Tratamento fazer overdenture pois em mandíbula a
↪ Mesmo procedimento de confecção de PT retenção é mais difícil de se conseguir com a
↪ Diferença = desobturação dos canais e PT convencional.
moldagem desses com silicona leve Barra clip

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⤷ 2 raízes próximas Desvantagens
⤷ Retentividade maior ⤷ Paciente com um ↑ n° de dentes dificulta
⤷ Tempo de manutenção maior a relação cêntrica ou na DVO
⤷ Não fadiga rápido ⤷ Não tem prova de dentes, estética não
⤷ Raízes curtas pode ser avaliada até a instalação
⤷ Menor manutenção do que o´ring

Revisões Técnica
→ Controle periodontal 1- Extração dos dentes sem estética (post)
→ Controle de cárie 2- Moldagem (fundo de sulco, limite palato
→ Controle da adaptação da base da prótese mole e duro, papila piriforme, linha oblíqua
→ Controle da oclusão interna) → molda com alginato
▪ A prótese é muco-suportada, mas a ⤷ Moldagem preliminar (alginato)
retenção é nos dentes ⤷ Moldeira individual
– devemos checar a adaptação da oclusão ⤷ Moldagem funcional (alginato)
nos movimentos ⤷ Post com godiva + zinco enólica
⤷ Ant com poliéter ou alginato
⤷ Pode moldar tudo com alginato
PT IMEDIATA 3- Montagem em ASA e registro oclusal
⤷ Feito em área estética 4- Montagem dos dentes
⤷ Montagem dos dentes ausentes, seguindo
Classificação a posição dos dentes remanescentes quando
⤷ PT imediata convencional = é a definitiva adequados, ou realizando correção quando
⤷ PT imediata de transição = paciente vai necessário.
fazer uma nova 5- Prova dos dentes ausentes no momento
6- Cirurgia no modelo (protético que faz) e
Vantagens montagem dos dentes restantes
⤷ Alterações ATM 7- Guia cirúrgico (2mm de espessura)
⤷ Colapso facial 8- Biossegurança
⤷ Adaptação 9- Cirurgia
⤷ Fonética ⤷ Utiliza-se o guia para visualizar as áreas
⤷ Mastigação onde não há boa adaptação ao rebordo
Vantagens cirúrgicas recém operado (áreas isquêmicas).
⤷ ↓ dor pós op. ⤷ Removendo espículas ósseas, consegue-
⤷ ↓ reabsorção alveolar se boa adaptação do guia, o que significa boa
⤷ Protege a ferida adaptação da prótese, já que ambos foram
⤷ ↓ período de cicatrização confeccionados sobre o mesmo modelo.
10- Controle posterior

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⤷ Não remover a prótese nas primeiras 24 h • Após a década de 60 → houve um
⤷ Após esse período, remove-se a prótese e aprimoramento do manejo da cerâmica e a
promove-se a higienização da prótese e do chegada dos polímeros na odontologia – foi
rebordo.
quando as próteses fixas viraram opção de
⤷Orientar higienização da prótese
tratamento.
(normalmente) e do rebordo operado a partir
do dia seguinte. • As próteses parciais fixas são indicadas

⤷Nos primeiros 30 dias o material quando há uma área edêntula entre os


reembasador deverá ser trocado a cada 15 elementos dentários.
dias → Com o surgimento dos implantes, as
⤷ Após 3 a 6 meses, pode-se fazer a troca da
próteses parciais fixas não são mais indicadas
base ou da prótese inteira.
para todos os casos.
▪ Podem ser utilizadas nos casos em que o
Prótese de transição
→ Prótese parcial removível já em uso pelo paciente não possui osso para a colocação de
paciente, inserindo dentes artificiais e implantes, não pode se submeter a cirurgia,
instalada após extração dos dentes naturais diabetes descompensada...
→ Dá uma melhor previsibilidade do → É uma opção de tratamento cara
resultado final
→ Mais rápida e fácil de ser confeccionada
Nomenclatura de prótese parcial fixa
Técnica
Ponte fixa = Dois pilares e a parte “suspensa”
▪ Faz-se um molde de alginato com a prótese
em posição Prótese múltipla = Mais de um elemento
▪ Extrações envolvido
▪ Pega a resina acrílica da cor do dente e • O ideal é falar prótese parcial fixa
insere na região dos dentes que serão Conceito de prótese parcial fixa
extraídos.
⤷ As próteses parciais fixas repõem um ou
▪ Depois que a resina dos dentes estiver
mais dentes faltantes e são fixadas
quase polimerizada, colocamos a resina rosa
para a gengiva. “definitivamente” aos dentes suporte

Planejamento Prótese e Parcial Fixa


Fases da prótese parcial fixa
• Antes da década de 60 → possibilidades de ⤷ Diagnóstico e planejamento
reabilitação protética → próteses totais e → Devemos levar em conta as características
próteses removíveis. do sorriso do paciente
▪ Quais dentes aparecem?

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▪ É necessário fazer enxertos? Dentes pilares
▪ Há a possibilidade de aparecer black space? ⤷ Avaliação da condição periodontal
→ Os dentes pilares devem estar com saúde ⤷ ISG, PS E PI
→ O planejamento protético não deve ser ⤷ Realizar tratamento periodontal
realizado necessariamente no final do plano Mobilidade dentária
de tratamento, pode ser em conjunto. ⤷ Avaliação clínica e radiográfica (nível de
→ As ameias devem sempre ficar abertas inserção óssea)
para o paciente poder higienizar ⤷ Verificar se o movimento é fisiológico ou
patológico
→ Quantos dentes envolvidos? ⤷ Inclinação para vestibular
→Há necessidade de provisório ⤷ Movimento de intrusão
confeccionado em laboratório? ⤷ Movimento para anterior (decorrente do
Se sim, inserir no orçamento vetor de forças) – responsável pela
⤷ Etapas preparatórias manutenção dos contatos proximais
⤷ Preparos dos pilares
- 1° sessão fazer o preparo e na 2° sessão Nível de inserção óssea – relação coroa:raiz
refazer o preparo definitivo (melhorar o da → Conforme perde-se estrutura óssea, a
primeira sessão. parte inserida vai diminuindo, piorando o
- Na primeira sessão se faz um “pré preparo” prognóstico – acontece um deslocamento do
para que dê tempo para confeccionar um centro de rotação do dente, diminuindo o
bom provisório. braço de resistência e a capacidade de
⤷ Restaurações provisórias suportar as cargas desenvolvidas sobre eles
⤷ Impressão e modelos → Ideal: 2:3 (2 partes não inseridas para 3
⤷ Articulação de modelos partes inseridas)
⤷ Testes e ajustes → Mínimo: 1:1 (1 parte não inserida para 1
⤷ Entrega e cimentação parte inserida) —> prognóstico é muito ruim
⤷ Proservação → Dentes com baixo nível de inserção óssea
não são ideais para dentes pilares
Componentes → Em dentes com baixo nível de inserção,
↣ 2 dentes pilares pode-se pensar em uni-lo com o dente
↣ Pônticos (quantidade depende de quais vizinho que esteja em boas condições
elementos faltantes) periodontais – como se fosse uma
↣ Áreas de conexão esplintagem

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⤷ As taxas de falha são menores do que o
Dentes com o periodonto reduzido preparo parcial – a área de retenção e
→ Em dentes com o periodonto reduzido não suporte, no preparo total, é maior
necessariamente será preciso fazer o preparo ⤷ A dependência do cimento é menor
no nível mais cervical – se o sorriso do ⤷Metalocerâmicas possuem menores
paciente esconder o término, podemos deixar chances de falha do que cerâmicas puras
o preparo mais alto, facilitando a higienização
do mesmo Quanto ao material dos retentores
→ Em outros casos, é possível mascarar a ⤷ Metálico (raro)
porção radicular exposta com a peça ⤷ Metalocerâmico
protética ⤷ Cerâmicos

Área de conexão
Avaliação dos pilares • Área que une o retentor que fica sobre o
→ Tratamento/retratamento endodôntico? dente pilar com o pôntico
→ Necessidade de retentor intrarradicular? • Quando o paciente morde, incidindo uma
→ Dentes hígidos? força sobre o pôntico, a prótese sofre uma
deflexão
Tipos de retentores → As áreas de conexão recebem uma força
→ Quanto ao tipo de preparo no dente de compressão
- Parcial (semelhante ao preparo de → As áreas das a meias recebem uma força
onlay/overlay) de tração
⤷ Menores chances de envolvimento → Os pilares tendem a rotacionar e sair de
endodôntico durante o preparo posição – podem ocorrer descimentação...
⤷ Só é possível por conta da cimentação • A área de conexão deve ter um formato
adesiva específico para suportar as cargas de forças
⤷ Grande quantidade de descimentação – realizadas pela mastigação
uma das falhas do tratamento • É nessa área que acontecem as falhas mais
⤷ Pode ser cimentada novamente, caso caia comuns – fratura da cerâmica (material
⤷ Em dentes anteriores, a taxa de falha é friável, não aguenta deformações)
menor do que em dentes posteriores • O metal, em próteses cerâmicas, é capaz de
- Total (toda a extensão do elemento sofrer deformações, enquanto a cerâmica
dentário) não

Mariana Guterres ATO 2024/2


• Devemos cuidar a infraestrutura das áreas → Pode ser usado em dentes com pouca
de conexão carga (ex: incisivo lateral, apoiado em canino
• Devemos checar os contatos oclusais – é ou incisivo central)
preferencial que a maioria dos contatos
ocorram nos dentes pilares, e não no pôntico.
Princípio das vigas
⤷ Descrito por Euler-Bernoulli (engenharia)
⤷ Largura
▪ Quanto maior a largura, maior a resistência
às forças geradas
▪ Não podemos aumentar em excesso para
não comprometer a estética dos dentes
⤷ Altura • A área de conexão pode ser feita em
▪ O aumento da altura gera uma resistência monobloco (fresado com CAD-CAM em
muito maior do que o aumento da largura zircônica) ou preparado para soldagem
▪ Não podemos aumentar muito a ponto de o • Sempre deixar espaço para a higiene
paciente não conseguir fazer a higiene
Deflexão de uma viga suspensa – Pônticos
Cantilever • Desenho do pôntico
→ Usa pilar apenas de um lado → Acesso à limpeza
→ Poucos profissionais fazem → Acesso ao dente pilar
→ Possui maiores riscos → Não pressionar o rebordo
▪ As trações e compressões são muito → Aparência de “crescer do rebordo”
maiores → Rigidez adequada (para aguentar cargas
▪ As chances de fratura e de descimentação oclusais)
são maiores → Se o pôntico é em sela, o fio dental não
→ Quanto maior o dente suspenso, maior a consegue passar na parte mais profunda
sobrecarga do dente pilar → Se o pôntico é em rampa, facilita a
▪ Maior o braço de alavanca higienização com fio dental
▪ Sobrecarrega periodontal do dente pilar → Desenhos ovoides também facilitam a
→ Em dentes posteriores não é indicado higienização com fio dental
Sela
→ Fica rente à crista óssea

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→ O formato é côncavo, não favorecendo a → Podem ser colocadas cerâmicas coloridas
limpeza com o fio dental (ex: rosa) para fazer a manutenção de estética
→ Evitar e recuperação da altura
➥ Em dentes anteriores, não podemos deixar
o pôntico afastado do tecido gengival, pois
prejudica a fala e estética. Já em dentes
posteriores é possível afastar alguns
Plano inclinado/rampa milímetros (1 ou 2).
→ O perfil do pôntico se torna mais inclinado Fragilidade dos dentes de suporte
a fim de facilitar a higienização • Sempre avaliar a condição dos pilares
→ É mais alto na parte cervical vestibular, e • Quanto maior perda de estrutura dos pilares,
diminui para palatina/lingual pior é o prognóstico
• Estão aptos para aguentarem as suas forças
e a força do pôntico?
• Cuidar dentes com periodonto reduzido
• Cuidado ao unir dentes de diferentes grupos

Esferoidal → Funções diferentes, mobilidades diferentes

→ O formato é esférico, tendo certo contato ▪ Anteriores possuem mobilidade fisiológica

com o tecido gengival maior

→ Indicado para dentes posteriores ▪ Aguentam forças diferentes

Oval → O ideal é unir apenas dentes do mesmo

→ Muito usado para região anterior grupo

▪ Pode se fazer o preparo cirúrgico do tecido • Cuidado ao unir dentes com mobilidades

gengival para distintas (decorrente de doença periodontal)

receber a prótese e melhorar a estética – • Sempre deixar espaço para higienização

muitas vezes dá a sensação de que a prótese • Indispensável a higienização correta

vem de dentro do alvéolo


▪ É preciso fazer um provisório para cicatrizar
o tecido gengival REABILITAÇÃO ORAL COM IMPLANTES
NA TERCEIRA IDADE
Problemas de adaptação a dentaduras em
idosos (>65 anos):
⤷Revisão de literatura
Modificados

Mariana Guterres ATO 2024/2


⤷ Verificou que 6 a 9% dos idosos não usam • Há possibilidade de substituição por prótese
dentaduras, 4-5% usam raramente e 10% convencional?
usam, mas com problemas de adaptação. • Há plano oclusal aceitável?
⤷ Mucosa não foi feita para suportar a • Há espaço entre arcos?
prótese • Há espaço entre os dentes para o implante e
⤷ Suporte Ósseo a prótese?
⤷ Quantidade de saliva (muitos idosos Contraindicações
possuem pouca produção de saliva por conta • Pacientes adaptados a reabilitação oral
do uso de medicamentos → dificultando na convencional
retenção da prótese removível) • Osso residual insuficiente em qualidade e
⤷ Estética inadequada volume
⤷ Desconforto • Falta de motivação para o tratamento
⤷ ↓ eficiência mastigatória → traz • Falta de motivação para HB
consequências nutricionais e seletividade • Condições gerais de saúde adversas
alimentar. • Álcool e drogas: HB e risco geral
• Condições orais especiais: radiação
Envelhecimento sob o ponto de vista • Condições psicológicas adversas
odontológico • Dificuldades em seguir um pós-operatório
Situação de saúde bucal em idosos: adequado e programa de manutenção
⤷ Idosos com 60 anos ou mais em SP • Osteoporose?
- 65% idosos edêntulos em domicílios → Padrão OMS comparados com adultos
- 80% edêntulos em idosos jovens
institucionalizados → Normal = -1,0 DP
⤷ Prótese total superior é mais comum → Osteopenia = entre -1,0 e -2,5
⤷ Necessidade de PTI → Osteoporose: <-2,5
⤷ 1⁄4 dos idosos tem problemas no uso de → Estudos em ratos demonstraram que não
próteses existem diferenças na osseointegração entre
Aplicações clínicas ratos saudáveis e ratos com osteoporose.
⤷ Sobre-dentaduras → Diabéticos controlados possuem taxa de
⤷ Dentaduras fixas osseointegração igual a pacientes saudáveis.
⤷ Prótese maxilo-facial Taxa de sucesso de idosos
⤷ Edentulismo parcial
Seleção de pacientes:

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• As taxas de sucesso em pacientes idosos • As dentaduras suportadas por implantes
são similares aos resultados obtidos em têm boa estabilidade e retenção, e os
grupos mais jovens (90%) pacientes que receberam esse tratamento
• A qualidade da cicatrização é a mesma, mas relataram restabelecimento da função e
o metabolismo é mais lento satisfação.
• Cada vez existem mais evidências do • A colocação de implantes possibilita aos
sucesso dos implantes em idosos e, ainda, do pacientes uma dieta com mais fibra.
aumento da satisfação do tratamento • Simpósio: mostrou a overdenture
protético com a mandibular como primeira escolha para o
instalação dos mesmos tratamento desses pacientes. O índice de
→ A reabilitação de mandíbulas edêntulas sucesso para colocação de implantes na
com próteses convencionais não é mais a região anterior é de cerca de 95%.
primeira escolha apropriada – damos • Artigos indicam que pacientes acima de 60
prioridade a overdentures suportadas por anos reabilitados por implantes mostram uma
pelo menos 2 implantes grande satisfação funcional e estética após 10
▪ Ainda, estudos demonstraram que anos.
independente do tipo de encaixe da → A presença de periimplantite leve ou
overdenture, os pacientes se sentem moderada afetou o grau de satisfação.
satisfeitos com o tratamento
Uso de antibióticos para minimizar
infecções após a colocação de implantes PERIODONTIA
• Estudos mostraram que o grupo tratado
com placebo teve de forma mais significativa, MEDICINA PERIODONTAL
mais falhas de implante. ⤷ Efeito sistêmico das doenças periodontais
→ 1 dose – 2g de amoxicilina, 1h antes do ⤷1884 -Kach → microrg. estavam
procedimento. relacionados com doenças(bacilo de Koch e a
Vantagens na utilização de implantes tuberculose).
• Aumento do percentual de gordura corporal ⤷ 1900 - “Oral sepsis as a cause of disease”
• Menor limitação na escolha do tipo de ⤷ 1911 - melhor não ter dentes do que dentes
alimento a ser ingerido e menor necessidade sépticos
de beber algo para poder engolir. ⤷ 1952 R. L. Cecil - percebeu que não havia
• Menor dificuldade de mastigar pedaços de necessidade de extrair dentes por conta de
carne, vegetais duros e frutas. outras doenças - estudo relacionando artrite

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com extrações dentárias. → Depois disso, complexidade para a forma de avaliar as
“esqueceu-se” das infecções orais – não eram associações
mais importantes para a medicina. ⤷Hoje em dia, sabemos que há uma
Por que é importante? associação (não significa uma relação de
⤷ Doença periodontal é muito prevalente, o causa e efeito) entre doença periodontal e
tratamento é eficaz e barato. mais de 50 doenças e condições
⤷ Pequenos efeitos podem ter um grande
impacto. Diabetes
⤷ Em 2013, avaliou-se o efeito da doença ⤷ Tipo I - produção insuficiente de insulina
periodontal sobre doenças sistêmicas. ⤷ Tipo II - resistência à ação da insulina -
tem mais evidência
Plausibilidade Biológica Índios Pima → estudo nos EUA pois há um
⤷ O que é possível índice ↑ de obesidade
3 teorias: ↳ ↑ n° de diabéticos + destruição periodontal
⤷ Resposta imune O quando a doença periodontal afeta a
⤷ Inflamação - estímulo constante, de baixa diabetes?
intensidade (crônico) → principal teoria. ⤷ Doença periodontal afeta o controle
⤷ Infecção - possibilidade de explicação glicêmico
bactérias periodontais encontradas em vários ⤷ D. P. é + comum em diabéticos tipo II
órgãos ⤷ Tratando a D.P. → ↓ de 0,4% de
hemoglobina glicada após 3 meses
Complexidade Biológica ⤷ ↑ heterogeneidade → poucos estudos e
⤷ Não há como isolar um único fator (risco) resultados ≠´s. → resultados modestos mas
pois há muitos (genética, classe social, importantes.
obesidade, diabetes, comportamentos…) O que sabemos?
⤷A complexidade biológica diz que a ⤷ Diabéticos com D.P. tem pior controle
existência de plausibilidade biológica e o fato glicêmico
de duas variáveis estarem associadas não ⤷ Maior prevalência, extensão e severidade
determina uma relação de causa e efeito de doença periodontal em diabéticos
entre elas comparados a indivíduos não diabéticos
⤷ Muitas vezes, encontramos fatores de ⤷ O tratamento periodontal reduz os níveis
risco comuns entre doenças – isso gera uma glicêmicos em aproximadamente 0,4% em 3
meses.

Mariana Guterres ATO 2024/2


O que não sabemos? ⤷ Estudo da UFRGS → Ensaio clínico
⤷ Qual o impacto de diferentes formas de randomizado
tratamento periodontal sobre o controle → Compara o efeito do tratamento
glicêmico a médio e longo prazo? periodontal durante a gestação com o
⤷ Quais seriam os subgrupos mais tratamento após o parto sobre a incidência
beneficiados de parto pretermo e baixo peso
→ Avaliação antes da 20° semana de
Parto Prematuro / baixo peso gestação e separação entre grupo teste ou
⤷ Nasce antes de 37 semanas e com menos grupo controle
de 2,5 kg → Entre a 26-28o semana de gestação
⤷ Estudos em ratos identificaram que as ocorria uma nova avaliação
ratas gestantes infectadas por doença → Acompanhamento durante o parto
periodontal apresentaram uma quantidade → 30 dias após o parto se realizou uma nova
maior de parto avaliação
prematuro e de filhotes menores. → Verificou que não houve diferença
⤷ Estudo de delineamento de caso-controle significativa em nenhum dos fatores
com 124 mulheres (93 casos e 31 controles) avaliados
identificou que pacientes com doença ▪ A maior parte dos estudos ao redor do
periodontal possuíam quase 8x mais chance mundo também teve esses resultados.
de ter parto pretermo. ⤷ A plausibilidade biológica dessa
⤷ 1° Estudo randomizado com 400 mulheres associação seria por conta da inflamação
entre 18 e 35 anos avaliou o tratamento antes ▪ Os níveis de citocina no soro e no FCG estão
da 28° semana de gestação (tratamento não correlacionados?
cirúrgico + clorexidina de uso continuo). ▪ Doutorado Fiorini – encontrou baixa
→ Percebeu-se que o tratamento correlação. O fato de a gestante possuir
periodontal, nas gestantes, basicamente inflamação gengival não significa uma alta
eliminou os casos de prematuridade e baixo concentração de citocinas sistemicamente
peso ao nascer. ▪ O tratamento periodontal reduz o nível de
→ Gerou uma euforia na comunidade citocinas? – Reduz FCG, não altera soro
acadêmica ao redor do mundo, tentando
encontrar achados que confirmassem as O que sabemos
informações desse estudo. ⤷ TP é seguro durante a gravidez

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⤷Tratamento periodontal não diminui • Não podemos prever em quanto tempo o
incidência de parto prematuro mas sua evento cardiovascular vai ocorrer e em qual
realização continua sendo importante. indivíduo
O que não sabemos • Dificuldades
⤷ Qual o impacto do tratamento periodontal → Tempo para ocorrência dos desfechos
sobre desfechos mais raros cardiovasculares
(aborto/natimorto/pretermo <32 semanas) → Ausência de tratamento periodontal é
→ correlação existe, não existe uma relação eticamente inaceitável (para
entre causa e efeito. o grupo controle)
→ Papel de confundidores
Doenças Cardiovasculares ▪ Existem vários fatores de risco em comum
⤷ Problema: quanto tempo leva para
acontecer? Em quem acontece? Ver fatores Epidemiologia
de risco: alterações sanguíneas, alterações → 2013 – Dietrich et al – Associação positiva,
anatômicas. independente de outros fatores de risco
⤷ O problema de estudar essa associação é cardiovasculares
que as doenças cardiovasculares demoram ▪ A associação é mais forte para indivíduos
muito tempo para acontecer. mais jovens
⤷ Em um primeiro momento, o indivíduo → 2010 – Kebschull et al – A associação é
começa a apresentar fatores de risco modesta, mas consistente
(obesidade/sedentarismo, stress, fumo) ▪ Foi comprovada em diferentes tipos de
→ Depois, começa a ter algumas alterações população
sanguíneas (aumento do → Estudos de intervenção
colesterol/hipertensão, proteína C reativa, IL- ▪ Ausência de dados concretos em relação a
6, fibrinogênio) desfechos reais como infarto e AVC – demora
→ Seguindo, começam as alterações muito tempo, é eticamente inviável deixar um
anatômicas (fluxo da artéria braquial, paciente sem tratamento.
espessura íntima-média carotídea) ▪ Se dependermos desse tipo de prova,
→ Dessa forma, começa a formação de placa teremos muita dificuldade de encontrar
aterosclerótica relações de causalidade.
→ Por fim, ocorre o AVC/infarto que pode ou ▪ Os estudos mostram efeitos do tratamento
não levar à morte periodontal sobre as alterações sanguíneas e
anatômicas (desfechos sub-rogados) – o

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tratamento reduz alguns biomarcadores ⤷ O dentista tem um papel fundamental no
inflamatórios e melhora a função endotelial. controle glicêmico do paciente diabético, seja
através do efeito do tratamento periodontal,
ou como membro de uma equipe
O que sabemos multidisciplinar.
⤷Associação consistente em estudos ⤷ O tratamento periodontal das gestantes é
epidemiológicos. seguro e válido por si só.
⤷ Independente de outros fatores de risco. ⤷ Nosso papel na saúde cardiovascular
⤷Tratamento periodontal reduz alguns parece ser importante, entretanto efeitos
biomarcadores inflamatórios e melhora a sobre desfechos duros permanecem como
função endotelial. objeto de estudo.
O que não sabemos ⤷ Em 2014, a Federação Europeia de
⤷A periodontite inicia o evento Periodontia lançou um manifesto para uma
aterosclerótico ou acelera a progressão dele? mudança de paradigma que clamava por uma
⤷ Qual o impacto sobre desfechos “duros” saúde periodontal para uma vida melhor.
do tratamento periodontal? → Dentistas devem ser mais ativos no
• 2020 – Consenso da Federação Europeia de diagnóstico, prevenção e manejo de doenças
Periodontia sobre a associação da doença crônicas como diabetes e doenças
periodontal e a doença cardiovascular. cardiovasculares.
⤷ Encontraram ainda mais evidências de → Dentistas devem ser mais ativos na
uma associação independente. promoção de saúde, estimulando mudanças
⤷ Mais evidências sobre desfechos sub- comportamentais em relação ao tabagismo,
rogados. nutrição e prática de exercícios físicos em
⤷ Entretanto, ainda não se tem seus
conhecimento sobre a influência do pacientes.
tratamento nos desfechos “duros”.

AVALIAÇÃO DA TERAPIA PERIODONTAL


Conclusões ⤷ Processo de cicatrização sub varia com:
⤷ Só existe saúde com saúde na boca. Por → Condições locais: controle de placa supra
isso, é fundamental que a boca volte a ser um Controle de placa supragengival – se ocorrer
foco de atenção e que os dentistas se acúmulo de placa, a cicatrização não ocorre
incluam em equipes multidisciplinares de ou possui cicatrização retardada
saúde.

Mariana Guterres ATO 2024/2


→ Condições sistêmicas: tipo de doença ↳ Ausência de resposta geral
periodontal. Quanto mais profunda a bolsa, Conclusões
mais difícil é a cicatrização, se o paciente é ⤷ A cicatrização subgengival depende do
diabético ou fumante também desfavorece a controle do biofilme supragengival, da
cicatrização. qualidade da instrumentação mecânica e do
→ Critérios diagnósticos: imediato (PS, SS) e diagnóstico periodontal do paciente.
mediato (níveis clínicos de inserção e nível ⤷ A avaliação da cicatrização é realizada
ósseo radiográfico. com base nos exames de profundidade de
⤷Sinais clínicos prevalecem os radiográficos sondagem e sangramento subgengival.
⇒ Esperamos que o paciente estabilize após Entretanto, parâmetros supragengivais (IPV e
o tratamento periodontal. ISG) influenciam diretamente os resultados
Resultados após RASUB: subgengivais.
A = ↓ PS e SS - (ideal) ⤷ Os resultados desejados após a RASUB
B = ↓PS e SS + incluem profundidade de sondagem final
OU PS = e SS - (favorável) reduzida e ausência de sangramento
C = PS = e SS + e ↑ NI (PI) subgengival.
OU ↑ PS e SS + e ↑ NI (desfavorável) ⤷ O tempo final de cicatrização subgengival
é de 90 dias (periodontites graus A e B) ou
Tempo de cicatrização: 120 dias (periodontites grau C).
Grau A e B = até 90 dias
⇒ Não é necessário 90 dias para reavaliar o
paciente → 90 dias é o máximo de tempo ACESSO CIRÚRGICO AO BIOFILME
para saber se será necessário reintervenção. SUBGENGIVAL
⇒ É necessário saber se o paciente está com Terapia cirúrgica periodontal
controle de placa supra bom, pois isso ⤷ Remover tecido mole
influencia na cicatrização subgengival. ⤷ Eliminar bolsas profundas
Grau C = até 120 dias ⤷ Devolver forma e contorno original ao
Por que não cicatrizou? periodontal
↳ Controle de placa ⤷ Obter acesso para raspagem subgengival
↳ Tempo de cicatrização após RASUB (terapia atual)
↳ Fatores de risco ⇒ Bolsas rasas de 1 a 3 mm → prefere-se
↳ Gravidade da doença RASUB pois há ↓ chance de recessão
↳ Ausência de resposta local gengival (favorece PI)

Mariana Guterres ATO 2024/2


⇒ Bolsas médias de 4 a 6 mm → tanto faz 7- Remoção do tecido incisado
entre RASUB e acesso cirúrgico 8- Raspagem e alisamento radicular +

⇒ Bolsas profundas PI > 6 mm → acesso irrigação com soro e hemostasia com gaze
9- Reposicionamento do retalho
cirúrgico
10- Sutura
↦ Em longo prazo os resultados se igualam
11- Colocação do cimento cirúrgico quando
→ cicatrização em longo prazo é = mas no necessário
acesso cirúrgico é + rápido (não precisa 12- Pós-operatório
formar ep. juncional longo e nem reabsorver Recomendações pós-operatórias
todo tecido retirado na RASUB). Nas primeiras 24h:
↪ Alimentação fria ou gelada, líquida ou
pastosa
Acesso cirúrgico - quando fazer?
↪ Não fazer esforços físicos
↪ Paciente com bom controle supra
↪ Compressas com gelo no local da cirurgia,
↪ + 90 dias de cicatrização sem resposta
externamente durante 5 a 10 minutos, a cada
local
hora
↪ Defeitos ósseos vertical
↪ Repouso com a cabeça elevada
↪ lesões de furca
↪ Tomar medicação prescrita (geralmente
↪ Bolsas profundas e sinuosas
paracetamol
↪ 500mg 4/4h por 24h. Depois se dor –
O acesso cirúrgico pode se dar por meio de:
cirurgia de dor leve)
↳ Retalho total – afasta o tecido gengival
↪ Aplicar clorexidina 0,12% no local, sem
para se ter acesso à superfície radicular.
bochechar, 15ml (1 colher de sopa), 12/12h
↳ Gengivectomia – não é mais utilizada
como tratamento de periodontite (recessão
Após as primeiras 24 horas:
gengival); preconiza que se remova toda a
↪ Alimentação retorna ao normal, sem
profundidade de sondagem.
mastigar no lado operado
↳ Retalho modificado de Widman (RMW)
↪ Bochechar solução receitada não diluída
1- Acesso cirúrgico à placa subgengival,
↪ Medicação se tiver dor
através do afastamento do retalho muco-
↪ Escovar os dentes, exceto no local operado
periostal, que possibilita o acesso à área
Pré-requisitos:
radicular a raspagem à céu aberto
↪ Controle da gengivite
2- Anestesia
↪ Tratamento prévio através de RASUB
3- Incisão primária – paralela ao longo eixo do
↪ Ausência de resposta após 90-120 dias
dente (p/ aumento de coroa clínica)
4- Afastamento do retalho
Cicatrização:
5- Incisão secundária – intrasulcular
6- Incisão terciária – perpendicular ao longo
eixo do dente

Mariana Guterres ATO 2024/2


antimicrobiano sem que haja uma
desorganização/quebra mecânica.
↪ Antimicrobianos nunca serão terapia única
de periodontite – não terá sucesso sem
raspagem.

Conclusões
↪ Os tratamentos cirúrgico e não cirúrgico
apresentam resultados semelhantes a médio
e longo prazos.
↪ O tratamento e o controle da gengivite
são essenciais para os resultados de ambas Os microrganismos são divididos em grupos,
terapias. de acordo com a patogenicidade (Socransky)
↪ O acesso cirúrgico ao biofilme subgengival ↪ Primeiro, forma-se a base da pirâmide –
está indicado em situações de ausência de microrganismos mais presentes em cenários
resposta local ao tratamento não cirúrgico da de saúde bucal.
periodontite. Comumente está associado a ↪ Os microrganismos do complexo laranja
questões anatômicas locais como lesões de fazem a transição da patogenicidade do
furca, defeitos infra-ósseos e concavidades biofilme – permitem que os microrganismos
radiculares. do grupo vermelho se instalem.
↪ Os microrganismos do grupo vermelho são
USO DE ANTIMICROBIANOS ADJUNTO À aqueles diretamente ligados à perda de

INSTRUMENTAÇÃO MECÂNICA inserção.


↪ Evitar uso desnecessários
↪ Amplo espectro - evitar, exceto em casos
de infecção grave que não responderam de
outra forma de abordagem.
↪ Antimicrobianos de curto espectro devem
ser usados sempre que possível

Hipótese da placa ecológica


⇛ As bactérias do grupo verde, amarelo, azul
↪ características dos microrganismos da
e roxo (púrpura) = predominam um biofilme
região depende do ambiente que ele habita
que tem saúde.
(ex.: acúmulo de placa = ↑ inflamação).
⇛ Bactérias do grupo laranja fazem uma
↪A estrutura do biofilme faz com que os
ponte com o vermelho, dando condições para
microrganismos que fazem parte daquela
comunidade não sejam atingidos pelo

Mariana Guterres ATO 2024/2


que as bactérias do grupo vermelho se ⤷ Controle do biofilme supragengival é
estabeleça. essencial para o tratamento das
periodontites, independente da forma de
Análise crítica tratamento.
↳ Estudos indicam que a diminuição dos ⤷ Monoterapia com antimicrobianos não
microrganismos de grupos laranja e vermelho funciona para tratamento da periodontite.
se dá de forma mais adequada quando a ⤷ O tratamento de eleição é o mecânico
técnica de raspagem é associada a convencional. Em casos de retratamento,
antimicrobianos. com ausência geral de cicatrização e revisão
↳ Uso de amoxicilina + metronidazol + minuciosa da história médica do paciente,
controle mecânico. pode-se considerar novo tratamento
→ Estudos indicam que há uma redução mecânico isolado ou com antimicrobiano
melhor de profundidade de sondagem e de adjunto.
nível de inserção para uso de amoxicilina + ↳ Casos mais comuns são em
metronidazol junto com a terapia periodontal pacientes diabéticos que não sabem
mecânica. que são.
↳ Estudos longitudinais indicam que, a curto
prazo a terapia com antimicrobianos é
significativa, mas a longo prazo, não previne
perda de nível de inserção nos pacientes
tratados.

O que queremos com o tratamento


periodontal?
→ Redução PS (>5mm), ausência de
sangramento e supuração
→ Paralisação da progressão da doença
Como usar antimicrobianos?
→ Buscar os motivos da falha do tratamento
– como está o controle de placa do paciente?
Fatores de risco?
↳Reconsiderar retratamento apenas
mecânico ou com o uso de
antimicrobianos
→ Falha no tratamento em sítios localizados
– acesso cirúrgico

Conclusões

Mariana Guterres ATO 2024/2

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