Você está na página 1de 26

A oclusño é a relapao estatica (abrir e fe—

char) e dinñmica (movimentos laterais e


protrusivos) entre as superficies oclusais
dos dentes, que devem estar em harmonia com
as demais estruturas do sistema estomatogna-
tico.3 Chama-se a atenpño para este concerto,
procurando fazer entender que todos os orgños
e estruturas que comp0em este sistema sao im-
portantes e interdependentes e, como ta1,
devem ser avaliados, diagnosticados e
tratados.
O termo oclusao abrange as trés maiores
areas da Odontologia, a saber:
9 as ciéncias basicas (anatomia e fisiologia do
sistema estomatognatico);
‹ a pesquisa clinica (associada a periodontia,
disfunpño da articulapao temporomandibular
e a avalipño);
a sua aplicapño clinica, que é o
manejamento da oclusao na pratica diaria,
sendo importan- te tanto em uma simples
restaurapño quanto em uma reabilitapao
bucal completa.24
O objetivo principal de qualquer trabalho
restaurador, seja ele de pequeno ou grande
por- te; seja uma simples coroa ou uma
reabilitapño extensa, é reconstruir a anatomia
oclusal que foi destruida. Sendo por cane,
traumatismo, exo- dontia ou mesmo pelos
preparos para pilares de protese, fomos e
somos ensinados a reproduzir uma anatomia
oclusal “perfeita”.
Esta “perfeipao”, como querem alguns, é im-
Oclusao: Para Vocé e Para Mim possivel de se conseguir, porque esta se substi-
tuindo algo que foi feito por Deus. Assim pratica. Sfi assim eles poderño perceber como a
sendo, nao existem maos humanas que sejam oclusño é facil e como o seu trabalho tera melhor
capazes de reproduzir, nem material aceitapao.
disponivel para isto a Odontologia possui,
mesmo porque existe uma amplavariedade de
anatomias oclusais na denti- Rao natural. Isso
é importante considerar para que
reconhe§amos as nossas limitaqoes e para que
possamos fazer os nossos trabalhos dentro
delas. Voltamos a frisar que nño existe
anatomia oclusal perfeita realizada pelo
homem. O que existe é anatomia oclusal
fisiologicamente acei- ta. Existem varias
técnicas de enceramento para que se aprenda
escultura dental. Todas tém suas fun§0es e
aplicapfies, e efetivamente melhoram a
performance do técnico e do dentista. Porém,
ha o fator personalidade. Independentemente
da técnica que aprendemos, toda escultura tera
tra§os das caracteristicas da pessoa que a faz.
E como se fosse uma assinatura. Se
tivéssemos, por exemplo, 100 pacientes, de
sexo e idades diferentes, e pedissemos para um
profissional reconstruir o primeiro molar
deles, teriamos, com toda certeza, 100
esculturas muito semelhantes. Ao contrario, se
pedissemos para 100 dentistas ou técnicos
esculpirem o primeiro molar de um jovem com
20 anos de idade, teriamos 100 escul- turas
diferentes. Isso pode ser constatado exami-
nando-se as superficies oclusais restauradas
dos dentes de nossos pacientes. E possivel,
talvez, até enumerar quantos profissionais os
pacientes visi- taram. Niro existe nenhum
problema nisto. Todas as restaurap0es
poderiam se adequar perfeita- mente, se os
principios de oclusiio fossem usados para
ajustar estes trabalhos. Ha basicamente dois
tipos de restaura§0es: uma sob o ponto de
vista de nossa optica e outra, sob a fiptica do
sistema estomatognatico. As que siio bonitas
aos olhos e aquelas que sño bonitas ao sistema.
Nem toda restaura§iio que se apresenta bonita
aos olhos é adequada ao sistema, e vice-versa.
O ideal seria conseguirmos realizar trabalhos
restauradores que fossem bonitos aos olhos e
também ao sis- tema. Se tivermos que optar,
deveriamos preferir as esculturas que melhor
se adaptem ao sistema, em vez de nos
preocuparmos com a beleza delas. Uma das
condi§fies que um trabalho restaurador nao
deve e nño pode ser é um fator de agressño ao
sistema. Isto é, ele tern que se incorporar ao
sistema do paciente, sem interferir em
qualquer posi§ño ou movimento. Ele deve ser
um trabalho harmonioso. Para isso, o
profissional e o proprio técnico devem
comepar a colocar os principios de oclusao em
O propfisito deste livro é enfocar,
numa lin- guagem simples, objetiva, Protrusao Guia anterior
clinica e acessivel relacionando a
Oclusiio com outras areas da
Odontologia. E para melhor A seguir, sera feita uma descri§ao detalhada
entendimento do cirurgiiio-dentista e do desses principios.
estudante de Odontologia, sera feita,
neste capitulo, uma abordagemfunda-
mentada nos seus principios basicos, Posiqoes
que siio as Posiqoes e os movimentos
mandibulares bâsicos, procurando de
maneira clara, revelar a impor- tñncia
da fisiologia do sistema A literatura odontolfigica é extremamente
estomatognatico. Na nossa maneira de rica em se tratando desse conceito, da
entender, o conhecimento dos importñncia,
principios basicos e a suavisualizapño
clinica capacitam qualquer profissional Oclusao e seus Principios Basicos
da Odontologia a fazer diagnfistico,
planejamento e oferecer o tratamento
mais indicado para seus pacientes.
Também entendemos que esses
principios po- dem e devem ser
utilizados em todas as areas da
Odontologia com envolvimento clinico.
As posip0es e os movimentos
mandibulares podem ser
didaticamente ensinados da seguinte
maneira:

Posipñes

• Relapño Céntrica..................................RC
o Mâxima Intercuspidapao Habitual.......MIH
9 Relapiio de Oclusiio Céntrica................ROC
0 Dimensao Vertical de Repouso.............DVR
• Dimensño Vertical de Oclusño.............DVO
• Espapo Funcional Livre........................EFL

Movimentos
Desoc
lusño
pelo
canino
Trabalho
L.tteralidatle (

D
es
oc
lu

o
e
m
gr
up
o
Balanceio
Figs. 1•1 a 1-10 Mostram super-
ficie oclusal de primeiros molares
inferiores higidas de jovens na
faixa etâria de 20 anos. Observar a
diver- sidade das anatomias
Fig. 1-1
oclusais.

Fig. 1-3

Fig. 1-5

Fig. 1-7

Fig. 1-9

Fig. 1-4

Fig. 1-6

Fig. 1-8

Fig. 1-10

Oclusao: Para Vocé e Para Mim


Figs. 1-11 a 1-15 Mostram as esculturas das super- ffcies oclusais
realizadas com resina composta, por cinco diferentes dentistas. Para
executar esse experi- mento, foi realizada uma moldagem do hemiarco
inferior direito de um dos dez pacientes. Apos a obtengâo do modelo
em gesso, a superffcie oclusal do primeiro molar foi removida. Esse
modelo foi, entâo, moldado e reproduziram-se cinco réplicas em resina
acrilica quimicamente ativada. A partir delas, cinco diferentes
especialistas em Dentistica Restauradora foram convi- dados a
esculpir o primeiro molar desgastado, sem a presenga do dente
antagonista. E importante observar as diferentes esculturas realizadas.
Fig. 1-11
Vocé seria capaz de identificar qual paciente (Figs. 1-1 a 1-10) loi
utilizado nesse experimento ? A resposta poderâ ser verificada na
pagina 9 deste capitulo.

bem como das posip0es que os csndilos man- dibulares


ocupam dentro da cavidade glenoide quando estño em relapao
céntrica.2 4 K k6 l8yl9,2I,23
Varias defini§ñes ja foram e estao sendo es- critas abordando
Fig. 1-12 a rela§ño céntrica, no entanto, os concertos que tratam somente
da posipao condilar sño teoricos, e nenhuma contribui§ño tém
oferecido para aqueles que fazem clinica diariamente.
Entendemos que a posipño que os csndilos ocupam tern canter
secundario, mesmo porque nño existe nenhum método que
possa confirma-la, sendo assim de pequena relevñncia para a
Odontologia.
Numa série de trés trabalhos, recentemente publicada,
Keshvad &Winstanley“ ' 2" 3 revisaram cerca de 300 artigos na
literatura sobre RC. Den- tre as conclus0es que chegaram estño:
(a) que a RC é ainda a solu§ño para reorganizar os proce-
Fig. 1-13 dimentos em Oclusño, embora a sua defini§ao tenha se alterado
inumeras vezes; (b) espera-se mais mudan§as para o futuro,
no que tange aos conceitos sobre a posipño condilar.
0s autores, além de citarem varios conceitos sobre RC ao
longo dos anos, dizem que ainda continua existindo muita
controvérsia, e que as pesquisas sobre o assunto estao se
reduzindo consideravelmente.
Mesmo havendo grandes divergéncias con- ceituais e
independentes de escolas, existe um consenso considerando
que a RC é uma posi§ao craniomandibular (cavidade
glenoide versus csndilo mandibular), fisiologica,
Fig. 1-14 reproduzlvel, praticamente imutavel, independente de con-

Oclusao e seus Principios Basicos

Fig. 1-15
tato dental e de extrema importñncia para ava- Oclusao: Para Vocé e Para Mim
liapao, diagnfistico e tratamento dos
problemas oclusais.
O que na realidade o clinico e o estudante de
Odontologia se interessam e devem saber é co-
mo manipular o seu paciente em RC e com que
objetivo.

Técnicas de manipulaqâo para


determinar a RC

A técnica de manipula§ño a ser adotada pelo


profissional deve ser dominada e aperfeipoada
como qualquer procedimento que exija habili-
dade. Existem, basicamente, duas técnicas para
manipular a mandibula em relapño céntrica:

• frontal;
• bilateral.

TECNICA FRONTAL
O paciente é colocado praticamente na posi-
trio horizontal, com a cabepa para tras, a fim de
evitar a a§ao muscular, ficando com a boca
aberta no mâximo 1 cm. Na arcada superior, o
polegar e o indicador da mño esquerda apoiam-
se na face vestibular dos caninos ou pré-molares,
de tal forma que a ponta dos dedos projetem-se
para os bordos incisivos e oclusais destes dentes.
Ja na arcada inferior, o polegar direito é
colocado na regiao cervical dos incisivos ou no
mento, puxando o labio para baixo para
visualizar os dentes inferiores, enquanto o
indicador e os outros trés dedos firmam o mento
na sua parte inferior. Com leve pressiio e
movimentos oscila- tñrios, manipula-se
delicadamente a mandibula para RC. Os dentes
inferiores, primeiramente, tocarño nos dedos
colocados na arcada superior. Continuando a
manipulapño, esses dedos sao, entao, levemente
afastados, até que o paciente estabele§a o
primeiro contato em céntrica. Os dedos
colocados nessas posipfies fazem o papel de
desprogramadoresoclusais, permitindo, dessa
maneira, mais facilidade para manipular a man-
difiula em relapño céntrica (Fig. 1.16).

TECNICA BILATERAL
Na técnica preconizada por Dawson, 6 o pa-
ciente é colocado numa posipño reclinada na
cadeira e deve ficar o mais relaxado possivel.
A cabe§a é posicionada entre os brapos e o
peito do
operador para oferecer estabilidade. 0s
polegares siio postos sobre a regiño
mentoniana e os demais dedos suportam o
corpo da mandibula. Com leve pressño dos
polegares para baixo e pressño dos outros
dedos para cima, a mandfbula, como na
técnica frontal, é delicadamente manipulada
com pequenos movimentos oscilatorios para
a posipao de rela§ño céntrica. O paciente,
relaxado, vai fechando a boca até que o
contato inicial seja sentido.
Um dado comum e de extrema
importancia nas duas técnicas é que o
paciente nño deve abrir a boca em demasia, o
que é um erro frequente para quem esta
iniciando. O paciente, com a boca muito
aberta, sofre deslocamento condilar
acentuado para a regiao anterior, as vezes
ultra- passando a eminéncia articular. Nessa
condi§ao, é impossivel manipular qualquer
paciente para a posi§ño de re1a§ao céntrica
(Fig. 1-17).
E importante salientar que a RC nño é
nem mais nem menos fisioltigica do que a
mâxima intercuspidapao habitual (MIH).

Mesmo considerando a eficacia desses


méto- dos, quando siio empregados para
movimentar a mandlbula bruscamente,
provocam certo re- ceio ao paciente e, como
consequencia, uma contra§ao muscular é
oferecida, dificultando a manipulapao.
Normalmente, é facil manipular o paciente
na posipño de RC, no entanto, alguns oferecem
resisténcia a manipula§ño. Para se conseguir
manipular esses pacientes, segun do Wise, 24
faz-se necessaria a co1oca§ao de determinados
dispositivos entre os incisivos. Esses
dispositivos, denominados
desprogramadoresoclusais, podem ser de
varios tipos:

Fig. 1-16 Técnica frontal. Paciente sendo


manipulado na posigâo de RC.
Fig. 1-17 Técnica bilateral.
Paciente sendo manipulado
na posigâo de RC.
Fig. 1-18 Vista lateral de pa-
ciente em posigâo de maxima
intercuspidagâo habitual.
Fig. 1-19 Vista lateral de pa-
ciente manipulado na posigâo
de RC.

Fig. 1-18

Fig. 1-17 Fig. 1-19

Fig. 1-20 Vista frontal. Paciente na posigâo de MIH. Fig. 1-21 Vista frontal do paciente manipulado na po-
sigâo de RC. Esta vista é importante para visualizar a
abertura que o contato prematuro promove na regiao
anterior.

JIG de Lucia (Guia de Interferéncia moriza§ao do reflexo proprioceptivo dos


Mandibu- dentes e da musculatura, permitindo que se
lar) ' H,24,2A relaxem e se “esque§am” da posipao habitual da
Espatula de afastamento lingual“ mandibula. Conforme jñ salientado, este
Rolete de algod ño2• procedimento faci- lita a manipulapño destes
Placa de protepiio anterior 6 pacientes.
“Leaf Gauge” ou tiras de Long ' 4"" (Figs. 1-22 Frequentemente se ouve a seguinte pergun-
a ta: como ter certeza de que a manipulagâo em
1-24). relaqâo céntrica estâ correta ? A resposta é:
embora a RC nao seja um dado matematico, e
A colocapao desses dispositivos (desprogra- como consequéncia, nño possa ser considerada 7
madores oclusais) permite o afastamento dos totalmente reproduzivel, a unica maneira que
dentes posteriores. Esses sño mantidos em posi- existe é manipular o paciente varias vezes,
Rao, de 5 a 15 minutos, para promover a desme- com o
Oclusao e seus Principios Basicos
Fig. 1-22 Fig. 1-23 Fig. 1-24

Fig. 1-22 JIG de Lucia em posigâo.


Fig. 1-23 Placa de protegâo
anterior. Fig. 1-24 Rolete de
algodâo.

proposito de verificar se o contato prematuro


esta sempre ocorrendo no mesmo local. Por
Oclusao: Para Vocé e Para Mim
exemplo, ao manipular o paciente pela
primeiravez, o clini- co observou que existe
contato dentario no molar do lado direito. Na
sequéncia da manipu1a§ño, o contato passou
para o lado esquerdo. Insistindo um pouco mais
com a manipula§ao, o clinico continuou a
observar que o contato permanecia do lado
esquerdo, dat nño alterando mais. O que vale
dizer é que o paciente come§ou a ser mani-
pulado “corretamente” quando o contato do lado
esquerdo foi detectado.

E a posi§ao intermaxilar onde ocorre o maior


numero de contatos dentarios com os condilos
fora da posi§ao de RC. Ao contrñrio da rela§ño
céntrica, esta é uma posi§ao variavel, que pode
ser modificada através de interven§ño do profis-
sional por meio de uma pequena restaurapao, de
uma reabilitapao total, tratamento ortodontico,
extrusao dental, desgaste dentario, etc.
E na posi§ño de MIH que comepa e
termina o mecanismo da mastigapao e, também,
é a posi§ño em que os dentes permanecem por
maior tempo em contato durante a deg1uti§ño.
2
'

E importante também considerar que


a Mñxima Intercuspida§iio Habitual nño é
uma posiqâo patolâgica.

E a posi§ao intermaxilar onde ocorre o maior


numero de contatos dentarios com os condilos
posicionados em RC, isto é, existe uma coinci-
déncia da mâxima intercuspidapao habitual com a
relapiio céntrica. Portanto, nño existe contato
prematuro nestes casos. Huffman & Regenous"
reportaram que niio mais de 1 a 2% da populapño
apresentam Rela§ño de Oclusño Céntrica; entre-
tanto, para outros autores, esta relapiio estaria
presente em cerca de 10 % das pessoas.
Embora seja dificil de quantificar, o impor-
tante a considerar é que a maioria dos pacientes
apresentam diferenpas entre a RC e a MIH, va-
riando em média de 0,5 a 1,5 mm.'8 Baseado em
nossa experiéncia e em observapñes clinicas,
concordamos com a opiniño de que 1 a2% de nos-
sos pacientes tém a RC coincidindo com a MIH.
Cremos que, devido ñ inexperiéncia ou falta de
habilidade de muitos profissionais, esta diferen§a
entre RC e MIH, muitas vezes, fica dificil de ser
observada. Para aprender, basta somente que o
cirurgiño-dentista comece a exercitar, seguindo as
técnicas de manipu1a§ao ja descritas.
Num passado, de certa forma recente, acre-
ditava-se que esta seria a melhor posipiio para os
pacientes tratados com prñtese ou ajuste oclusal.
No entanto, observou-se que, mesmo com o me-
lhor tratamento, o paciente voltava a ter diferen a
entre a RC e a MIH. Isso ocorre devido ao processo
de readapta§ño das estruturas articulares, mus-
culares e pela acomoda§iio natural dos tecidos
periodontais de sustentapiio. E muito importante
considerar este aspecto, pois varios profissionais se
frustraram e se frustram, porque, pouco tempo apos
a conclusño do tratamento, o paciente niio
apresentava mais a “estabilidade oclusal”, isto é, a
RC coincidindo com a MIH, que eles tinham
proporcionado.
Celenza5 descreveu a recorréncia de contato
prematuro desviando a mandibula da posipño Ja o aumento da dimensño vertical de
de RC para a de MIH, em pacientes reabilitados oclusño pode ocorrer de duas maneiras:
proteticamente, apos alguns anos. Todos os tra-
balhos foram confeccionados seguindo a o Pela confecpño de trabalhos de prñteses e
filosofia da Escola Gnatologica. placas.
Estabilidade oclusal, um termo muito usado e Por extrusiio dos dentes posteriores. Isso é
por quem ensina e escreve sobre Oclusño, no en- muito comum ocorrer nos pacientes com
tanto, muito dificil e/ou muitas vezes impossivel mordida aberta anterior, pois, segundo Gra-
de ser mantido. ber,8 é frequente ocorrer nestes pacientes
uma sobre-eruppao de pré-molares e
molares, invadindo, dessa forma, o espapo
funcional livre (EFL).
A dimensao vertical é a distancia entre dois
pontos localizados na face: um na parte supe- Estudos feitos por Niswonger,’6 Posselt, ' 7
rior e outro, na inferior. A Odontologia classifica Ramfjord e Ash'" indicam que ha grande
a dimensao vertical como sendo de repouso e de varia- bilidade do espa§o interoclusal entre
oclusâo: diferentes pacientes e algumas variapñes no
mesmo indi- viduo.
Dimensâo vertical r/e repooso Alonsso' considera que o EFL varia de
indivi- duo para indivfduo e conforme o tipo de
A posipño de repouso se concebe fisiologica- chave de oclusño.
mente como um estado de equilibrio estatico dos
tecidos faciais e temporomandibulares, Classe I — EFL = 3-5
especial- mente dos musculos elevadores e mm Classe II — EFL = 7
depressores, mantido pelo tsnus muscular —9 mm Classe III — EFL
através dos liga- = 0—3 mm
mentos articulares. Também pode ser conceitua-
da como uma altura facial, com a posi§ño normal
da mandibula em relapño ao crñnio, estando o Um aspecto importante a considerar na
individuo em posipño ereta e a musculatura DVO relaciona-se, exatamente, aos pacientes
em seu tsnus normal. com mordida aberta anterior. Além dos
Segundo Thompson & Brodie," em estudos problemas musculares e periodontais"
radiogrâficos e cefalométricos, a posipño de (analisados deta- lhadamente no Cap. 5),
re- pouso se estabelece no terceiro més antes frequentes neste tipo de paciente devido a
da eruppño dos dentes e crescimento da face, e sobrecarga aos dentes poste- riores, fraturas de
se mantém durante todavida, dentes e de restaurap0es sño normalmente
independentemente da presenpa ou auséncia notadas. E importante o clinico analisar e fazer
de dentes. No entanto, esse conceito foi o diagnostico em cada paciente, antes de
contestado por Tallgren,°2 que relatou que a realizar qualquer tratamento restaura- dor,
altura facial de repouso tende a reduzir-se nos porque, muitas vezes, o ajuste oclusal através
desdentados, a medida que a atrofia avan§a. de desgastes seletivos pode, além de reduzir a
mordida aberta, diminuir a diferenpa entre RC
e a MIH e melhorar a distribui§ao de contatos
Dimensâo vertical de oclusâo e dentarios, aumentando, dessa forma, o sucesso
espaqo funcional litre dos trabalhos restauradores.4 6
Paraverificar a existéncia da invasño do EFL,
E a altura facial mantida pelos dentes, em es- o clinico pode fazer testes fonéticos com sons
pecial pelos posteriores, quando estño ocluidos. sibi- lantes. Para tal, o paciente deve ser
A diferen§a existente entre a dimensao verti- colocado na posipao ereta e solicitado a emitir
cal de repouso e a dimensao vertical de oclusño palavras com a letra “S”. Caso o paciente acuse
é o espa§o funcional livre. contato dentario durante o teste, fica evidente a
Para Dawson,6 raramente a dimensâo invasño do EFL, pois esses contatos nño devem
vertical de oclusâo (DVO) diminui, no entanto, ocorrer durante a fonapño (Figs. 1-25 e 1-26).
a auséncia dos dentes posteriores e as atri ñes Outras importantes considera§0es clinicas a
severas po- dem levar a redupao desta respeito destas posi§0es sño feitas nos capitulos
distñncia. 3 e 5.
Oclusao e seus Principios Basicos
DESOCLUSAO PELO CANINO
Onde, durante o movimento de lateralidade,
o canino inferior desliza na concavidade palati-
na do canino superior, desocluindo os demais
dentes, tanto do lado de trabalho quanto do de
balanceio (Figs. 1-27 e 1-28).

DESOCLUSA O EM G RUPO OU FUN

AO EM GRUPO
Em que um grupo de dentes de segundo
Fig. 1-25 Vista frontal. Paciente com mordida
molar até o canino tocam-se, simultaneamente,
aberta anterior, suspeita de aumento da DVO, desde o inlcio do movimento, desocluindo os
confirmado pelo teste fonético. dentes do lado de balanceio. Nesse tipo de
fun§ao, a medida que a mandiliula se
movimenta, vai ocorrendo desoclusao
progressiva dos dentes posteriores do lado de
trabalho. O conceito classico dessa guia dizia
que a cada 0,5 mm desoclula um dente pos-
terior até que o canino comepasse a tocar
sozinho ou com outros dentes. Esse foi mais um
conceito que deixou e deixa muitos cirurgi0es-
dentistas apreensivos e frustrados, por ser
praticamente impossivel de se obtido.
Consideramos que essa guia, como preconizada
por alguns autores, para ser conseguida em
trabalhos clinicos, é mais uma I fopis dentro da
Odontologia. E importante sa- lientar que, num
mesmo paciente, possa haver de um lado,
Fig. 1-26 Vista frontal. Paciente com desgaste desoclusño pelo canino e, de outro, desoclusao
dentario severo (bruxismo). Suspeita de alteragâo da em grupo ou outros dentes fazendo a guia de
DVO. desoclusño (Figs. 1-29 e 1-30).

E o movimento que a mandibula faz no


senti- do posteroanterior.
MoviMENTOS
GUIA AN TERIOR OU INCISIVA
Quando, no movimento de protrusao, os
Lado de trabalho dentes anteriores inferiores (principalmente os
incisivos centrais) deslizam pela concavidade pa-
E o lado para o qual a mandibula se movi- latina dos dentes anteriores superiores
menta, onde as cuspides com mesmo nome se (incisivos centrais), desocluindo os dentes
relacionam. posteriores (Figs. 1-31 e 1-32).

Lado de balanceio ouestionamento sobre as guias de


E o lado oposto ao lado de trabalho, onde desoclusâo
10 as cuspides com nomes diferentes adotam uma As guias de desoclusao tém sido
relapño de alinhamento. amplamente relatadas e questiona-las pode,
No lado de trabalho, podem ser encontrados em principio, parecer algo muito ousado;
dois tipos de guias de desoclusao: todavia, existem estudos, como o de
Johansson e cols.,’0 que avaliaram a
Oclusao: Para Vocé e Para Mim importñncia das guias de deso- clusao na
protepao ao bruxismo. Os autores,
Fig. 1-27 Vista frontal de paciente com desoclusao Fig. 1-28 Esquema de desoclusao pelo canino.
pelo canino. Lado esquerdo: de trabalho. Lado
de balanceio.

Fig. 1•29 Desoclusâo em grupo. Fig. 1-30 Desenho de desoclusao em grupo.

11
Fig. 1-31 Guia anterior: todos os dentes posteriores Fig. 1-32 Desenho de guia anterior.
ficam afastados com toque dos incisivos durante o
movimento protrusivo.

Oclusao e seus Principios Basicos —


estudando o assunto em mais
de 400 pacientes (estudantes
de Odontologia), conclulram
que os mesmos apresentavam
bruxismo, com ou sem guia
de desoclusño, e ressaltaram
que o papel protetor das
referidas guias poderia ser
questionado
na dentipao natural. Na
realida- de, nao existe Fig. 1-33 Fig. 1-34
nenhuma fun§iio bucal em que
se reproduzam os movimentos
das guias de desoclusiio.
As figuras 1-33 a 1—45, mos
— tram dois casos cllnicos: um
paciente com 17 anos de idade
(Figs. 1-33 a 1-39), com
desgas- te acentuado do dente
22. Uma paciente com 25 anos Fig. 1-36
de idade (Figs. 1-40 a 1-45),
mesmo apre- sentando guias de Fig. 1-35
desoclusño lateral e protrusiva,
na parafun- Rao, os pacientes
desgastaram os dentes. Isto é,
tanto a guia canina como a guia
anterior nao impediram os Fig. 1-38
pacientes de rangerem os seus
dentes. Fig. 1-37
Resumidamente, poderia
ser afirmado que o importante
ao realizar um trabalho
restau- rador é que este nao
venha a ser um elemento
agressivo ao sistema
estomatognatico, isto é, que
esse trabalho nño interfira no
padrao de oclusao e deso-
clusño de nossos pacientes.
Os dentistas, antes de fazer
qual- quer trabalho
restaurador, seja em dente
Fig. 1-39
posterior ou anterior, devem
analisar qual ou quais os
dentes o paciente utiliza nos
movimentos laterais
esquerdo, direito e protrusivo,
a finn de manter os mesmos
dentes se tocan do quando
terminar a restaurapao ou a
protese. Um ponto importante
e também dificil de ser
avaliado é que os pacientes
fazem movimentos laterais
em varias direroes,
complicando ainda mais uma
analise clinica.
Figs. 1-33 a 1-39 Mostram o caso clinico de um jovem aos 17 anos de
Oclusao: Para Vocé e Para Mim
idade com desgaste acentuado no dente 22. Mesmo com a guia de
desoclusao, o paciente desgastou o dente 22 na parafun§âo.
Figs. 1-40 a 1-45 Mostram o ca-
so clinico de paciente jovem aos
25 anos de idade (dentista), com
desgaste acentuado no dente 22.
Guias de desoclusao normais. Em
parafungâo, a mandibula é proje-
tada para a frente, desgastando o
dente 22.

Fig. 1-40
Fig. 1-41
Fig. 1-42

Fig. 1-43
Fig. 1-44
Fig. 1-45

13

Oclusao e seus Principios Basicos


alterapño nas estruturas do sistema
I NTERFERENCIA OCLUSAL estoma- tognatico. Na realizapño de
Sao os contatos oclusais que produzem qualquer trabalho restaurador, as posi§fies e
des- vio da mandibula durante o fechamento os movimentos mandibulares devem ser
para a posi§ño de MIH ou que impedem o consultados para que nño se promova
suave deslize mandibular nos movimentos nenhuma interferéncia oclusal que cause
laterais e protru- problemas por iatrogenia.
sivOS. • Patogénico, quando o contato ocasiona
alte- rapñes nas estruturas que compoem o
sistema estomatognatico.
Sinñnimos
A. contato prematuro
B. prematuridade oclusal

A interferéncia oclusal pode ocorrer em qua-


tro situapñes:
• Disfun§ño musculoarticular
Contato que desvia a mandibula da • Bruxismo
posi§ño de RC para a de MIH. • Aumento da mobilidade dentaria
Contato prematuro que nño promove des- • Migrapao patologica dos dentes, especial-
vio. mente dos anteriores
• Contato prematuro em lateralidade. • Diastemas em expansño na regiao anterior
• Contato prematuro em protrusao. • Facetas de desgastes
0 Fraturas de raizes, coroas e restaurapñes
Podem ser considerados fisiolfigicos e pato- 0 Reabsor§ño radicular
génicos: • Pulpite
• Necrose pulpar
9 Fisiolâgico, porque independentemente da • Relapño de topo a topo nos dentes anteriores
posi§ao e do movimento em que o contato • Mordida cruzada unilateral e anterior (Figs.
possa ocorrer, este nao promove nenhuma 1-46 a 1-68).

Fig. 1-46 Fig. 1-47

14
46 e 1-47 Paciente apresentando sinais e sintomas de disfun§âo musculoarticular, na posigâo de MIH e RC, com contato prematuro ne

Oclusâo: Para Vocé e Para Mim


Figs. 1-48 a 1-50 Paciente com amplo diastema na
regiao anterior. Através de duas proteses unitârias
e com duas cirurgias periodontais, os profissionais
tentaram, sem éxito, tratar a paciente; pelo contrario,
a situagâo so agravou. Observar na vista lateral a pa-
ciente na posigâo de MIH e RC. O contato prematuro
promove desvio para anterior, aumentando ainda
mais a carga aos dentes anteriores, jâ
comprometidos perio- dontalmente.

Fig. 1-48

Fig. 1-49

Fig. 1-50

15

Oclusao e seus Principios Basicos


Fig. 1-51 Fig. 1-52 Fig. 1-53

Figs. 1-51 a 1-53 Paciente com 25 anos de idade apresentando o incisivo lateral cruzado. Manipulado na posigâo
de RC mostra a presenga do contato exatamente no dente cruzado. Observar pela sondagem a bolsa
periodontal.

Fig. 1 54 Fig. 1-55 Fig. 1-56

Figs. 1-54 a 1-56 Paciente com 32 anos de idade na posigâo de MIH e manipulado na posigâo de RC. Pela ra-
diografia, se verifica nâo so a perda ossea como também uma grande reabsor§âo radicular do dente 28, que esta
com contato prematuro.

Fig. 1-57 Fig. 1-58 Fig. 1-59

16 Figs. 1-57 a 1-59 Embora com todos os dentes naturais presentes, essa paciente com 28 de idade oclui na po-
sigâo de MIH em rela§âo de topo a topo e com desgaste acentuado nos incisivos centrais superiores. Manipulada
na posigâo de RC, observa-se uma abertura na regiao anterior, promovida por contato prematuro localizado em
dentes posteriores.

Oclusao: Para Vocé e Para Mim


Figs. 1-60 a 1-63 Casos clinicos
de pacientes crianga e adulto em
MIH e manipulados na posigâo de
RC. O contato prematuro promove a
mordida cruzada unilateral nas duas
situagoes.

Fig. 1-60 Fig. 1-61

Fig. 1-62

17

Fig. 1-63

Oclusao e seus Principios Basicos


Fig. 1-64 Fig. 1-65 Fig, 1-66

Fig. 1-67 Fig. 4 -68

Figs. 1-64 a 1-66 Paciente na posigâo de MIH e


RC, com contato prematuro na restauragao metâlica
fundida.
Figs. 1-67 e 168 Paciente na posigao de MIH e RC. A interferéncia no lado de balanceio tern
Contato prematuro no apoio oclusal da protese re- sido apontada como a pior que existe, pois o
movivel. fato de transformar o tipo de alavanca
representada pela mandibula durante a fun§ao,
traz sobre ela sérias consequéncias, inclusive
dificuldades na mastigapño. Por essa razño,
muitos defendem o desgaste deste contato em
qualquer situapao. Nos consideramos que este
contato é igual a qualquer um outro, e que o
paciente sfi utiliza na parafunpao. Portanto,
recomendamos o seu desgaste quando:

O dente possuir uma lesño apical


recidivante. O dente apresentar mobilidade
aumentada.
- O dente apresentam uma faceta de desgaste
considerada atipica.
Quando o dente possuir restaurapao ampla,
tipo MOD, de amalgama, sem prote§ao de
ciispide.
Quando o paciente estiver sendo
submetido a ajuste oclusal prévio ao
18 tratamento reabili- tador (Figs. 1-69 e 1-
70).

0s capitulos que seguem voltarño a enfocar


estes principios oclusais, que consideramos
— Oclusao: Para Vocé e Para Mim ba- sicos dentro da especificidade de cada
area.
III. J. Oral Reabil. 28: 55-63, 2001.
Fig. 1-69

Figs. 1-69 e 1-70 Paciente movimentando a


mandibula para o lado de trabalho (esquerdo).
Nenhum contato esta evidente. No lado oposto (de
balanceio), esta o contato prematuro.

REFERENCIAS
1. ALONSSO, A. Comunicaqño pessoal. In: III Con-
gresso Catarinense de Odontologia, 1973.
2. AMSTERDAM, M. Periodontal Prothesis. Twenty
five years — in retrospect. Alpha Omega, 1974.
3. BESHNILIAN, V. Oclusiân & Rehabilitacibn —
Mon- tevideo, 1971 p.15.
4. CARDOSO, A.C. Reduqño de mordida aberta atra-
vés de ajuste oclusal. Rev Gañcha Odont,
33(2): 134-35, 1985.
5. CELENZA, F.V. The centric position, replacement
and character. J. Prosthet. Dent. 30:591-598,
1973.
6. DAWSON, P.E. Evaluation and diagnosis and
treat-
ment ofocclusal problem. St. Louis: CV
Mosby Company, 1974.
7. FARRAR, W.B. Condylar path and TMJ
deragement.
J. Prosth. Dent., 39(3):319-23, 1978.
8. GRABER, T.M. “The Three M's”: Muscles,
malfor- mation and maloclusions. km. /.
Orth., 4:418- 50, 1963.
9. HUFFMAN, R.W.; REGENOS, J.W. Principles ofocclu-
sion: laboratory and clinical teaching manual.
6. ed. Ohio: H. & R. Press, seatVl, part A/sd.
10. JOHANSSON, A.; FAREED, K.; OMAR, R. Lateral
and protrusive contact schemes and occlusal
wear: A correlational study in a young adult
Saudi population. /. Prosih. Dent. 71:159-164,
1994.
11. KESHVAD, A., WINSTALEY, R.B. Review. An
Apprai- sal of the Literature on Centric Relation.
Part I.J. Oral Reabil. 27:823-833, 2000.
12. KESHVAD, A.; WINSTALEY, R.B.
ReviewAnApprai- sal of the Literature on
Centric Relation. Part II. J. Oral Reabil. 27:
1013-1023, 2000.
13. KESHVAD, A.; WINSTALEY, R.B. ReviewAn Apprai-
sal of the Literature on Centric Relation. Part
Fig. 1-70

Resposta da pâgina 5: Figura 1-10


corresponde âs restauraqâes realizadas
pelos cinco dentistas.

14. LONG, J.H. Location centric relation with


leaf gau- ge. J. Prosth. Dent. 29(6):608-
10, 1973.
15 LUCIA,VO. A technique for recording
centric rela- tion. J. Pros h Dent.
14(3):492-504, 1964.
16. NISWONGER, M.E. The rest position of
the man- dible and the centric
nelation. /. Am. Dent. Ass. 21 (8):157-
62, 1934.
17. POSSELT, U. Physiology ofocclusion and
reabilita- tion. Oxford, Ed. Blackwell
Scientific Publica- tions, 1969.
18. POSSELT, U. Studies in the mobility of
the human mandible. Apud. Wiskott,
HWA. Belser, UC. A rationale for a
simplified oclusal design in
restorative dentistry: Historical
review and clinical guidelines. /.
Prosth. Dent. 1995, 73:169- 183.
19. RAMFJORD, S.I! & ASH, M.M. Occlusion.
3ed. Phila- delphia: W.B. Saunders,
1983, p. 27-8.
20. PAMEIJER, J.H.N., et al. Intraoral occlusal
tele- metry: IV-tooth contacts during
swallowing. J. Prosthet. Dent., 1970;
24: 396-400.
21. SICHER, H. Temporomandibuiar
articulation in mandibular
overclosure. J. Amer Dent. Ass.,
36(2): 131-91, 1948.
22. TALLGREN, A. The reduction in face
height of edentulous and partially
edentulous subjects during long-term
denture wear. A longitudinal
roentgenographic cephalometric
study. Acta Odontol Scand.
24(2):195-239, Sept. 1966.
23. THOMPSON, J.R. & BRODIE, A.G.
Factors in the position of the mandible.
I. Amer. Dent Ass., 29 (7):925-42,
1942.
24. WISE, M.D. Occlusion and restorative
dentistry for the general practitioner. 19
Part II. Examination ot the occlusion
and fabrication of study casts. Brit.
Dent. J., 152(5) :160-65, 1982.
25. WOEIFEL, J.B. New divice for accurately
centric relation. J. Prosth. Dent,
56:716-26, 1986.

Oclusao e seus Principios Basicos

Você também pode gostar