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OCLUSÃO

A oclusão é a relação estática de abrir e fechar e dinâmica e movimentos laterais e protuzivos


Entre as superfícies oclusais dos dentes que devem estar em Harmonia com as demais
estruturas do sistema estomatognático.

O termo oclusão abrange as 3 maiores áreas da odontologia, a saber:


 a ciências básicas(anatomia e fisiologia do sistema estomatognático)
 a pesquisa clínica(associada a periodontia, disfunção da articulação temporomandibular e
a avaliação).
 A sua aplicação clínica, que é o manejamento da oclusão na prática diária, sendo
importante tanto em uma simples restauração quanto em uma reabilitação bucal completa.
Posições:
• Relação Cêntrica....RC
• Máxima Intercuspidação Habitual... MIH
• Relação de Oclusão Cêntrica.....ROC
• Dimensão Vertical de Repouso........... DVR
• Dimensão Vertical de Oclusão.............DVO
• Espaço Funcional Livre.....EFL

Movimentos:
Lateralidade> Trabalho> Balanceio> Desoclusão em grupo> Desoclusão pelo canino
Protrusão>.Guia anterior

Relação cêntrica
É uma posição crânio mandibular(cavidade glenóide versus Condilo mandibular), fisiológica,
reproduzível, praticamente imutável, independente de contato dental e de Extrema importância
para a avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas oclusais.

Técnicas de manipulação para determinar a RC:


Existe basicamente 2 técnicas para manipular a mandíbula em relação cêntrica:
frontal e bilateral.

TÉCNICA FRONTAL
O paciente é colocado praticamente na posição horizontal, com a cabeça para trás, a fim de evitar
a ação muscular, ficando com a boca aberta no máximo 1 cm. Na arcada superior, o polegar e o
indicador da mão esquerda apoiam-se na face vestibular dos caninos ou pré-molares, de tal
forma que a ponta dos dedos projetem-se para os bordos incisivos e oclusais destes dentes. Já
na arcada inferior, o polegar direito é colocado na região cervical dos incisivos ou no mento,
puxando o lábio para baixo para visualizar os dentes inferiores, enquanto o indicador e os outros
três dedos firmam o mento na sua parte inferior. Com leve pressão e movimentos oscila-tórios,
manipula-se delicadamente a mandíbula para RC. Os dentes inferiores, primeiramente, tocarão
nos dedos colocados na arcada superior.
Continuando a manipulação, esses dedos são, então, levemente afastados, até que o paciente
estabeleça o primeiro contato em cêntrica. Os dedos colocados nessas posições fazem o papel
de desprogramadores oclusais, permitindo, dessa maneira, mais facilidade para manipular a
mandíbula em relação cêntrica (Fig. 1.16).

TÉCNICA BILATERAL
Na técnica preconizada por Dawson, o paciente é colocado numa posição reclinada na cadeira e
deve ficar o mais relaxado possível. A cabeça é posicionada entre os braços e o peito do
operador para oferecer estabilidade. Os polegares são postos sobre a região mentoniana e os
demais dedos suportam o corpo da mandíbula. Com leve pressão dos polegares para baixo e
pressão dos outros dedos para cima, a mandíbula, como na técnica frontal, é delicadamente
manipulada com pequenos movimentos oscilatórios para a posição de relação cêntrica. O
paciente, relaxado, vai fechando a boca até que o contato inicial seja sentido.
Um dado comum e de extrema importância nas duas técnicas é que o paciente não deve abrir a
boca em demasia, o que é um erro frequente para quem está iniciando. O paciente, com a boca
muito aberta, sofre deslocamento condilar acentuado para a região anterior, às vezes
ultrapassando a eminência articular. Nessa condição, é impossível manipular qualquer paciente
para a posição de relação cêntrica (Fig. 1-17).

É importante salientar que a relação cêntrica não é nem mais nem menos fisiológica do que a
máxima Intercuspidação Habitual (MIH).

Desprogramadores oclusais:

JIG de lucia ( guia de interferência Mandibular)


Espátula de afastamento lingual
Rolete de algodão
Placa de proteção anterior
Tiras de long

A colocação destes dispositivos permite o afastamento dos dentes posteriores.


Esses são mantidos em posição de 5 a 15 minutos para promover a desmemorizacao do reflexo
proprioceptivo dos dentes e da musculatura, permitindo que se relaxem e se esqueçam da
posição habitual da mandíbula.
Como ter certeza de que a manipulação em relação cêntrica está correta?
A única maneira que existe é manipular o paciente várias vezes com o propósito de verificar se o
contato prematuro está sempre ocorrendo no mesmo local.

Máxima Intercuspidacão habitual

É a posição intermaxilar onde ocorre o maior número de Contatos dentários com um conjunto fora
da posição da relação Centrica.

É uma posição variável que pode ser modificada através de intervenção do profissional por meio
de uma pequena restauração, tinha uma reabilitação total, tratamento ortodôntico, extrusão
dental, desgaste dentário.
É na posição de MIH que começa e termina O Mecanismo de mastigação e também é a posição
em que os dentes permanecem por maior tempo em contato durante a deglutição.

É importante considerar que a máxima Intercuspidação habitual não é uma posição patológica!

Relação de oclusão cêntrica


é a posição intermaxilar onde ocorre o maior número de Contatos dentários com os côndilos
posicionados em relação cêntrica isto é existe uma coincidência da máxima Intercuspidacao
habitual com a relação cêntrica. Portanto não existe contato prematuro nesses casos.

Dimensão vertical
é a distância entre: localizados na face: um na parte superior e outro na inferior. A odontologia
classifica a dimensão vertical como sendo de repouso de oclusão.

Dimensão vertical de repouso


a dimensão de repouso se concebe fisiologicamente com um estado de equilíbrio estático dos
tecidos faciais e temporomandibulares especialmente dos músculos elevadores e depressores
mantido pelos tonos musculares através do ligamento articulares.

Dimensão vertical de oclusão e espaço funcional livre


É altura facial mantida pelos dentes em especial pelos posteriores quando estão ocluídos.
A diferença existente entre a dimensão vertical de repouso e a dimensão vertical de oclusão é o
espaço funcional livre.

O caso feriado porque não tinha aula sabia eu acho mas terça-feira vocês acham que ela 3 horas
prática para mim saber no meu emprego se não não vou poder almoçar amanhã
 pela confecção de trabalhos de prótese e Placas
 por extrusão dos dentes posteriores, isso é muito comum ocorrer nos pacientes com
mordida aberta anterior pois é frequente ocorrer nesses pacientes uma sobre erupção de
pré-molares e molares invadindo dessa forma o espaço funcional livre.

Alonso considera que o EFL varia de indivíduo para indivíduo conforme o tipo de chave de
oclusão.

Classe I EFL 3-5 mm


Classe II EFL 7-9 mm
Classe III EFL 0-3 mm

Movimentos
Lateralidade
lado de trabalho
é o lado para a qual a mandíbula se movimenta onde as cúspides com o mesmo nome se
relacionam.
Lado de balanceio
é o lado oposto ao lado de trabalho onde as cúspides com nomes diferentes adotam a relação de
alinhamento.
No lado de trabalho pode-se encontrar os 2 tipos de guia de desoclusão:

DESOCLUSAO PELO CANINO


Onde durante o movimento de lateralidade o canino inferior desliza na concavidade palatina do
canino superior, desocluindo os demais dentes tanto do lado de trabalho quanto do lado de
balanceio.

DESOCLUSAO EM GRUPO OU FUNCAO EM GRUPO


Em que o grupo de dentes de segundo molar até o canino tocam se simultaneamente, desde o
início do movimento desocluindo os dentes do lado do balanceio. Nesse tipo de função à medida
que a mandíbula se movimenta vai ocorrendo desoclusão progressiva dos dentes posteriores do
lado de trabalho.

PROTRUSÃO
É o movimento que a mandíbula faz no sentido do posteroanterior.

GUIA ANTERIOR OU INCISVA


Quando no movimento de protrusão os dentes anteriores inferiores principalmente os incisivos
centrais deslizam pela concavidade palatina dos dentes anteriores superiores (incisivos centrais)
desocluindo os dentes posteriores.

INTERFERÊNCIA OCLUSAL
são os contatos oclusais que produzem desvio da mandíbula durante o fechamento para a
posição de MIH ou que impedem a suave deslize mandibular nos movimentos laterais e
protrusivos.

A interferência oclusal pode ocorrer em 4 situações:


1. contato que desvia a mandíbula da posição de relação cêntrica para de MIH
2. contato prematuro que não promove desvio
3. contato prematuro em lateralidade
4. contato prematuro em protrusão
Podem ser considerados fisiológicos e patogênicos:
 fisiológico porque independente da posição e do movimento em que o contato possa
ocorrer este não promove nenhuma a alteração nas estruturas do sistema
estomatognático. Na realização de qualquer trabalho restaurador as posições e os
movimentos mandibulares devem ser consultados para que não se promova nenhuma
interferência oclusal que causam problemas por iatrogenia
 Patogênico quando o contato ocasiona alterações na estrutura que compõem o sistema
estomatognático.

Manifestações clínicas e radiológicas de contato prematuro patogênico:


 disfunção músculo articular
 bruxismo
 aumento da mobilidade dentária
 migração patológica dos dentes especialmente dos anteriores
 diastemas em expansão na região anterior
 facetas de desgaste
 fratura de raízes coroas e restaurações
 reabsorção radicular
 pulpite
 necrose pulpar
 Mordida cruzada unilateral e anterior

INTERFERÊNCIA NO LADO DE BALANCEIO


a interferência no lado de balanceio tem sido apontada como a pior que existe pois o fato de
transformar o tipo de alavanca representada pela mandíbula durante a função traz sobre ela
sérias consequências inclusive dificuldades na mastigação.
É recomendado o seu desgaste quando:
 o dente possui uma lesão apical redicivante
 o dente apresentava mobilidade aumentada
 o dente apresentar uma faceta de desgaste considerada atípica
 quando o dente possui restauração ampla tipo MOD, de amálgama, sem proteção de
cúspide
 quando o paciente estiver sendo submetido a ajuste oclusal prévio ao tratamento
reabilitador.

Moldagem e Materiais de Moldagem em Prótese Total


A retenção das próteses totais, quando da adaptação aos rebordos gengivais remanescentes,
está à mercê de fenômenos físicos, tais como: pressão atmosférica, adesão, coesão e tensão
superficial do fluído salivar.

Cinco fatores importantes, para propiciar a retenção das próteses totais:


1) físicos
2) fisiológicos
3) psíquicos
4) mecânicos
5) cirúrgicos
Lammie, ao tratar desse assunto, também enumerou cinco fatores:
1) torça de adesão e coesão
2) pressão atmosférica
3) uso de retenções
4) ação muscular
5) o peso da dentadura inferior (gravidade)

A superfície polida da prótese é muito importante para a retenção, função, comodidade e estética.
TÉCNICAS DE MOLDAGEM
Moldagem sob pressão positiva: pelo fato de a retenção de uma prótese total ser testada mais
severamente durante a mastigação, antigamente, muitos dentistas consideravam essencial que o
tecido ficasse em contato com a base da prótese durante a mastigação.

Moldagem com pressão seletiva: é ainda hoje muito empregada; utiliza-se uma moldagem
preliminar em godiva, a qual é aliviada na área da linha mediana e da papila incisiva.
Retirando-se a godiva da moldeir, usá-se a própria moldagem de godiva e adiciona-se cera de
moldagem ou gesso solúvel e ela é levada novamente à boca, para uma segunda moldagem, a
qual atuará por meio de uma camada de cera ou gesso, muito diluído, que registrará as áreas
aliviadas, com um mínimo de pressão.
Moldagem mínima de pressão: os resultados que ficavam muito a desejar, com o uso das
técnicas sob pressão, fizeram com que os dentistas experientes adotassem a técnica sob pressão
míni- ma, a qual teve sua maior popularidade na década de 1940.
Moldagem à boca fechada: a moldagem à boca fechada é considerada necessária; ela é um
meio de efetu- ar pressão por aqueles que usam a moldagem pela técnica da pressão positiva.
Segundo MacMillan,12 são as únicas capazes de fazer adequadamente os recortes das bordas
linguais, pois a língua sempre terá maior força, quando os dentes estão em contato, do que
quando a boca está aberta e a língua, em protrusão.
Moldagem à boca aberta: geralmente, é a preferida, porque o operador pode ver se as
inserções musculares estão sendo corretamente moldadas, em
seus vários movimentos, que podem ser conseguidos mais facilmente.
Atualmente, procuramos manter estática a posição dos tecidos gengivais (embora sabendo que é
uma "situação de momento", no ato da moldagem), procurando não deslocá-los no ato da
moldagem. Para tanto, fazemos duas moldagens: uma preliminar e outra se- cundária. Isto
porque na primeira mol- dagem procuramos afastar tecidos para expor a verdadeira área basal
com a qual iremos trabalhar, usando obviamente, um material anelástico, que impõe e não obe-
dece as contingências do meio; o que não acontece com os materiais elásticos.
Uma vez exposto o mapa do terreno, delimitaremos a área basal e construi- remos uma moldeira
individual. Esta, sim, irá cumprir a missão da moldagem com mínima pressão, usando-se um
material para moldagem mais mole que os tecidos a serem moldados. Para tanto, a moldeira
individual deverá estar adaptada à área basal e aos sulcos gengivovestibulares, com a moldeira
devidamente recortada.
MOLDEIRAS
As moldeiras empregadas em prótese total são do tipo lisa, isto é, moldeiras para edentados
superior ou maxilar e inferior ou mandibular.
Os tipos são dois, dependendo da moldagem a ser efetuada: moldeiras de estoque e
individuais.
Modeiras de estoque: são encon- tradas no comércio já prontas para usar, são construídas de
plástico ou metal, ge- ralmente de alumínio, e tamanho padrão (ver Capítulo 9).
Moldeiras individuais: são feitas especialmente para o paciente, a partir do modelo preliminar
obtido na primeira moldagem, com as moldeiras de estoque. São construídas de resina acrílica
termica ou quimicamente ativada, po- dendo, não obstante, serem construídas de goma-laca
(frialbase) ou metal.
Anatomia das moldeiras: a borda ou aresta contorna a moldeira, olhando-a por vestibular e por
lingual. A borda vista por vestibular, apresenta três re- cortes, tanto a moldeira superior como a
inferior, para alojar o freio do lábio e os freios laterais direito e esquerdo. O sulco ou bacia, que
recebe o material de moldagem, representa em negativo da moldeira o rebordo gengival
Finalidade: conter o material de moldagem que ficará entre a moldeira, como guia de orientação
para o seu escoamento, e a fibromucosa gengival. A moldagem de uma boca totalmente
edentada difere muito de uma moldagem em que o paciente possui dentes remanescentes.

Moldagem preliminar: É obtida usando-se moldeira de estoque e como material de moldagem,


de preferência, godiva. Dela se obtém um molde que será vazado em gesso-pedra reprodu- zindo
todos os detalhes para o melhor estudo da área basal. Além disso, esse modelo de gesso
representativo da área moldada será usado para a elaboração da moldeira individual, para a
moldagem corretiva da primeira moldagem. Em prótese total a moldagem preliminar é a mais
importante.

Moldagem secundária: é obtida usando-se moldeira individual e, como material de moldagem,


de preferência, pasta zinco-eugenólica. Dela, resulta um molde que será vazado em gesso-
pedra, o qual deverá reproduzir os de- talhes anatômicos com maior fidelidade. Esse modelo de
gesso será usado para elaboração da base de prova, para ser transportado ao articulador,
montagem dos dentes artificiais e construção final das próteses, e até na polimerização em resina
acrílica.

Na primeira moldagem é mais impor-tante o material, pois não se tem uma moldeira individual, e
o material deverá preencher esta falha.
Já na segunda moldagem, o mais importante é a moldeira; por isso se exigem todos os detalhes
anatômicos, que possam ser obtidos na primeira moldagem, para a construção da moldeira indi-
vidual. Esta, deverá ser ajustada à boca do paciente, merecendo do profissional um zelo todo
especial no tratamento de suas bordas, devido à movimentação muscular.

MATERIAIS DE MOLDAGEM EM PRÓTESE TOTAL


Classificação
Anelásticos: godiva, gesso solúvel, cera para moldagem e pasta de óxido de zinco e eugenol.
Elásticos: hidrocoloides e elastôme- ros.
Requisitos:
1. tempo de trabalho;
2. grau de plasticidade;
3. alteração dimensional e morfológica;
4. resistência à fratura;
5. obediência ao controle do profissional;
6. inocuidade ao paciente.

Tipos de materiais: os materiais de moldagem para prótese total dividem- se em: fundamentais,
complementares e os materiais usados para duplicação de modelos.

Fundamentais: godiva, gesso solúvel e cera para moldagem.


Complementares: pasta de zinco- eugenólica, gesso solúvel, silicone e cera para moldagem.
Duplicação de modelos: alginato, hidrocoloide, silicone e corogel. Godiva: são resinas
termoplásticas obtidas naturalmente do Kauri, ou sinteticamente do coumerone-indene. Tem em
sua composição o ácido esteárico, que lhe dá a condição de plasticidade, e o palmítico, de
endurecimento. O ácido oleico controla o ponto de fusão e a du- reza. Tem" como
encorporadores: talco, giz francês, barita e pedra-sabão. Além dessas substâncias, recebe
corantes e substâncias para melhorar sabor e odor.

Apresentação comercial: caixas com placas, bastões e cones.


Temperatura de fusão: não existe propriamente um ponto de fusão para a godiva; quando se
aumenta sua temperatura, ela passa gradualmente do estado sólido para o líquido, por todos os
graus de plasticidade. Não obstante, as godivas se classificam em: alta, média e baixa fusão,
segundo adquirem uma boa plasticidade acima de 60o e,entre 50o e e 60o e ou menos de 50o e.
Gesso solúvel: é um hemihidrato beta, composto de aceleradores. Tem ainda como substâncias
modificadoras: amido, edulcorantes e pigmentos corantes.
Apresentação comercial: latas contendo pó pigmentado.
Vantagens de seu emprego:
Grande fidelidade na reprodução dos detalhes da superfície da fi- bromucosa gengival,
absorvendo a saliva e mucosidade que possam estar sobre ela.
Material não deformável.
Moldagens com um mínimo de pressão.
Rapidez e economia.

Desvantagens de seu emprego:


Desagradável tendência ao escoamento posterior, que o torna intolerável para certos pacientes.
Impossibilidade de corrigir a impressão de moldagem, a não ser moldando-se novamente.
Facilidade em quebrar nas regiões mais delgadas.
Necessidade de isolante para o modelo.
É excelente para moldagem maxilar mas tende a descarnar e a desintegrar-se quando se utiliza
para a moldagem mandibular, principalmente quando a saliva é viscosa.

Cera: é uma substância mole e ama- relada com o qual as abelhas constróem seus favos. Dá-se
o nome de cera a todas as substâncias, de qualquer origem, que tenham características análogas
ou idênticas a cera de abelha. Portanto, existem ceras animais, vegetais, minerais e artificiais ou
sintéticas.

Vantagens de seu emprego: as propriedades termoplásticas, como ponto de fusão, muito


plástica, oleosa, mas sem ser pegajosa, convertem a cera em um material fácil de manipular, com
qualidades excepcionais tanto para moldagens como para numerosos passos intermediários na
técnica protética.
Desvantagens de seu emprego: o vedamento periférico feito com cera dá origem a moldagens
muito nítidas, mas se a sua extensão for grande, isso provoca deformidades no material, no ato
de remoção da moldagem. Quando essas deformidades forem além do limite elástico do material,
tornam-se permanentes ainda que possam passar desapercebidas pelo profissional.
Elásticos: hidrocoloides: reversíveis e irreversíveis. Elastômeros: mercaptanas (polissulfetos) e
silicones.
Sejam eles, hidrocoloides ou elastômeros, quando geleificam ou polimerizam o fazem de maneira
global, furtando ao profissional o controle e o domínio do material, com vistas a obter detalhes
anatomofisiológicos, tão importantes em prótese total.
Esses materiais fogem ao princípio que adotamos, que é o de Campbel: "As moldagens não se
tomam, edificam-se".
Por essas razões, não se prestam para moldagens preliminares. Poderão ser úteis em moldagens
secundárias, desde que o profissional consiga obter e ajustar perfei- tamente as moldeiras
individuais, fazendo com que essas moldeiras se aproximem de modo assaz correto à futura base
e bordas da prótese total. Nesse caso, o material de eleição é o silicone.

EXAME DO PACIENTE
Alergias a medicamentos ou a materiais de- vem ser destacadas na ficha clínica. Pacientes
diabéticos ou com anemia devem ser controlados e tratados, pois esses quadros podem causar
ma- nifestações no periodonto. Aqueles com proble- mas cardiovasculares não devem ser
expostos a substâncias vasoconstritoras, comumente presen- tes nos anestésicos e em fios
retratores. História prévia de hemorragia deve sempre ser pesquisa- da, principalmente nos
pacientes que necessitam de intervenção cirúrgica para tratamento perio- dontal ou colocação de
implantes. Dessa forma, a avaliação da saúde geral do paciente tem como ob- jetivo evitar
possíveis complicações no decorrer do tratamento.
EXAME EXTRAORAL

Este exame se inicia durante a anamnese. Enquanto o paciente relata a sua história, observa- -se
o seu aspecto facial, procurando verificar características tais como DV, suporte de lábio e linha do
sorriso.

Parafunção significa tudo o que se pratica com os componentes do sistema estomatognático


(SE) sem o objetivo de falar, mastigar ou deglutir.

A DV pode estar diminuída como resultado de atrição acentuada ou perda de contenção pos-
terior (Fig. 1.1) e pode estar aumentada como consequência de um inadequado tratamento res-
taurador (Fig. 1.2).

Nos casos de diminuição da DV, pode-se en- contrar um aspecto facial típico, com redução do
terço inferior da face, projeção do mento, intrusão dos lábios e aprofundamento dos sulcos
nasoge- nianos, características do que se chama comu- mente de colapso facial. Acúmulo de
saliva nas comissuras labiais, queilite angular, sintomatolo- gia articular nos casos mais graves,
sensibilidade dentária decorrente de perda de estrutura devido à atrição e dificuldades fonéticas
também podem ser encontrados.

Nos casos em que há um aumento da DV, po- dem-se encontrar face demasiadamente
alongada; sintomatologia muscular decorrente de estira- mento das fibras musculares e dos
ligamentos; sensibilidade dentária decorrente de forças traumatogênicas geradas por contração
reflexa; difi- culdade de deglutição e de mastigação; além de alteração da fala, percebida
principalmente nos sons sibilantes e devida a contatos dentários desa- gradáveis durante a
fonação.

O suporte do lábio também deve ser observa- do. Em alguns casos de PPF, podem-se
encontrar situações clínicas nas quais houve grande perda de estrutura do rebordo alveolar na
região ante- rior (Fig. 1.4). Nesses casos, o paciente deve ser alertado sobre a provável
necessidade de um au- mento cirúrgico do rebordo por meio de enxerto ósseo ou de tecido
conjuntivo.

A linha do sorriso é outro aspecto a ser observado e assume extrema importância nos casos
estéticos, sendo classificada como alta, média ou baixa.

realiza-se o exame físico extraoral, iniciando-se pela observação da pele da face e pela palpação
dos te- cidos de suporte. Na presença de lesões, como um carcinoma, um tratamento com
prótese pode ser um problema de menor importância ao paciente.

Descartada a presença de alguma lesão, faz-se a avaliação da musculatura e da articulação


temporomandibular (ATM): masseter, temporal, demais músculos da face, músculos cervicais e
ATM devem ser palpados. A sensibilidade à palpa- ção deve sempre ser levada em consideração
quando se pretende executar tratamentos restau- radores

A fala do paciente também deve ser aferida. Caso exista alguma alteração ou queixa, é
interes- sante que o profissional discuta as possibilidades de correção, uma vez que alguns
problemas po- dem ser resolvidos por meio de alterações nos contornos das próteses. Isso já
pode ser verificado na fase das coroas provisórias e torna-se mais evi- dente nos casos de
próteses anteriores.
EXAME INTRAORAL

Nesta fase inspecionam-se tecidos moles, músculos, dentes, periodonto e relações oclusais. A
queixa principal do paciente deve ser avaliada neste momento, embora um exame sistemático de
toda a cavidade bucal deva ser feito.

A avaliação deve começar pelos tecidos mo- les: mucosas, língua e demais tecidos devem ser
palpados e inspecionados, já que a prioridade do tratamento pode ser drasticamente alterada na
presença de alguns tipos de lesões, como proces- sos neoplásicos ou, mais frequentemente,
aftas ou lesões herpéticas.

Dentes

Em relação ao exame dos dentes remanescentes, é importante realizar uma análise criteriosa de
determinados fatores decisivos no planejamento, os quais serão detalhados a seguir.

Cáries e restaurações existentes

Sempre que um dente for selecionado para ser pilar de uma PPF, a análise criteriosa da presença
de cáries e restaurações é fundamental. É neces- sário identificar pacientes que pertencem ao
grupo de risco à cárie antes da realização do trata- mento, por meio de recursos clínicos, como
verificação da presença de manchas brancas e da localização e da profundidade de lesões
cariosas; de recursos radiográficos, como radiografias in- terproximais; e de recursos
laboratoriais, como determinação do fluxo, capacidade-tampão da sa- liva e realização de exames
microbiológicos, que podem detectar a presença e o número de lactoba- cilos e S. mutans (Fig.
1.6).

Alterações da faceta estética

Durante o exame clínico das próteses existentes, várias são as situações em que estas
apresentam alterações da faceta estética. Para que uma próte- se preencha os requisitos
estéticos e funcionais, é necessário que o desgaste dentário proporcione espaço para o metal e a
cerâmica para as próteses metalocerâmicas ou para as próteses confecciona- das somente em
cerâmica. Sem desgaste suficien- te, o técnico encontrará dificuldades para a obten- ção de uma
coroa com forma e contorno corretos, o que invariavelmente causará sobrecontorno, favorecendo
a retenção da placa bacteriana.

Estética

Fatores como cor, forma, tama- nho, textura dos dentes, linha média, fundo escu- ro da boca,
corredor bucal, grau de abertura das ameias incisais, plano oclusal, qualidade do tecido gengival
e necessidade ou não de gengiva artifi- cial devem ser considerados em relação à estética
durante o exame do paciente.

Oclusão

O exame da oclusão deve ser realizado clinica- mente e complementado por meio da análise dos
modelos de estudo, devidamente montados em ar- ticulador semiajustável (ASA).

A oclusão deve ser analisada criteriosamente, pois também está relacionada à maioria dos casos
de fracassos em PPF. É fundamental a identificação de sinais de colapso da oclusão, como
mobili- dade e perda do suporte ósseo. Contatos oclusais exagerados podem provocar
pericementite traumática (confundindo o diagnóstico com lesões pulpares) e deslocamento de
retentores, às vezes de maneira imperceptível para o paciente.
Esses problemas podem gerar recidiva de cárie, espe- cialmente quando o dente já recebeu
tratamento endodôntico, ou sensibilidade durante a mastiga- ção ou durante trocas térmicas,
quando não houve tratamento.

Esses realizadas na posição de máxima intercuspidação habitual (MIH) devem também ser
avaliadas em relação cêntrica (RC), para possibi- litar a eliminação de contatos prematuros dife-
rentes dos já existentes nessa posição. A existên- cia de hábitos parafuncionais exige cuidados
especiais com as próteses, podendo ser necessário indicar superfícies oclusais metálicas, em vez
de cerâmicas, para prevenir fraturas. Na presença de hábitos parafuncionais, é imprescindível o
uso noturno de placas estabilizadoras para a proteção dos dentes e da prótese (Fig. 1.15).

Para um exame minucioso da oclusão, o pro- fissional deve saber diferenciar a oclusão patológica
da funcional e saber tratá-la. Deve-se sempre buscar o equilíbrio dos componentes do sistema
estomatognático, o que pode ser alcançado por meio de próteses com contatos oclusais bilaterais
simultâneos dos dentes posteriores; posição de trabalho (MIH ou RC) compatível com o caso clí-
nico a ser realizado; guia lateral pelos caninos, sempre que possível; guia anterior pelos incisivos
durante o movimento protrusivo e, em ambos os casos, sem nenhum contato oclusal no lado de
não trabalho nos dentes posteriores; e harmonia com as ATMs e com a DV adequadamente
mantida ou corretamente estabelecido.

Número e disposição dos dentes

A disposição dos dentes remanescentes no arco é mais importante que sua quantidade. Inúmeras
são as situações clínicas em que ocorrem migra- ções dentárias em diferentes direções e
sentidos, conforme o arco e o grupo de dentes. A feruliza- ção (esplintagem ou contenção) de
dentes visa a minimizar a ação das forças que agem nos sentidos vestíbulo-lingual e mesiodistal.
Em próteses extensas e/ou em dentes pilares com perda do suporte ósseo, o ideal é que no
mínimo um dente de cada segmento do arco (incisivos, caninos e dentes posteriores) participe da
prótese, o que é mais importante que o número de pilares existentes para ocorrer estabilidade.

O sentido de movimentação vestibulolingual dos dentes posteriores (plano sagital), caninos (plano
lateral) e incisivos (plano frontal) torna-se um fator determinante no planejamento. Uma pró- tese
que envolva dentes pilares em dois ou mais planos reduz o efeito da mobilidade individual de
cada dente, por causa da estabilidade proporciona- da pela prótese. A união desses planos forma
um polígono de estabilização ou sustentação* (Fig. 1.16). No caso de espaços edêntulos
extensos ou posicionamento desfavorável dos dentes remanes- centes, deve-se também
considerar a possibilidade de colocação de implantes para distribuir melhor a carga mastigatória
entre dentes e/ou implantes.

Inclinação

Uma situação clínica frequente é a inclinação dos dentes em decorrência de perdas dentárias,
que resulta em uma desarmonia na posição dos dentes remanescentes. Dependendo do grau de
inclinação, procedimentos clínicos como ameloplastia dos dentes vizinhos, procedimentos
ortodônticos, confecção de coroas telescópicas, utilização de encaixes de semiprecisão e
tratamento endodôn- tico com finalidade protética poderão ser realiza- dos, viabilizando, dessa
forma, uma via de inser- ção adequada para a prótese e uma restauração biológica e
mecanicamente aceitável (Fig. 1.17).

Tamanho da coroa clínica

CD deverá analisar criteriosamente esses fatores para utilizar, se necessário, procedimen- tos
adicionais para a obtenção de maior retenção para os dentes com coroas curtas, como a confec-
ção de sulcos ou canaletas nas paredes axiais do preparo ou a realização de cirurgia periodontal
para aumento de coroa clínica. Uma coroa clínica é considerada curta quando sua altura for
menor que sua largura. Isso ocorre com mais frequência nos molares inferiores, com menos
frequência nos pré-molares e raramente nos incisivos. A altura mínima de um dente preparado
deve ser de 4 mm, a fim de prover retenção e estabilidade à prótese.

vitalidade pulpar

sempre que um dente for selecionado para ser pilar de uma PPF, é importante fazer o teste de
vita- lidade pulpar. Se uma restauração for realizada sobre um dente sem vitalidade ou com
tratamento endodôntico insatisfatório, o insucesso será inevitável, e posteriormente será
necessária uma nova intervenção no local. Para evitar isso, recomenda- -se o uso de testes
térmicos, que são práticos e efetivos. A resposta dada ao teste térmico pode informar ao clínico
se a polpa está sadia, inflama- da ou necrosada.

Por essas razões, dentes despolpados não de- vem ser usados como pilares de extensos
espaços edêntulos e, principalmente, como pilares de pôn- ticos suspensos (cantilever). A
indicação deste tipo de prótese exige pelo menos dois dentes pol- pados como pilares para um
elemento suspenso e redução da mesa oclusal. Além disso, deve-se evi- tar colocá-los na região
do molar, onde a força muscular é maior

Periodonto

De forma geral, os pacientes que procuram tratamento podem ser divididos em dois grupos:

a) Pacientes que não pertencem ao grupo de risco à doença periodontal, cujos tecidos pe-
riodontais estão normais: o nível ósseo fre- quentemente está de 1 a 2 mm da união ame-
locementária, e, quando existe algum sinal de inflamação, este está confinado ao tecido gengival
marginal (Fig. 1.19).

b) Pacientes que pertencem ao grupo de risco à doença periodontal, os quais podem apresen- tar
sinais clínicos de intensidade variável: mobilidade; migração; tecido gengival fláci- do,
avermelhado e muitas vezes sem contor- no adequado; perda óssea (localizada ou ge-
neralizada) de graus diversos; entre outros (Fig. 1.20).

Exame de profundidade de sondagem

Este exame exige o uso de uma sonda periodontal delicada. Com esse objetivo clínico,
normalmente utiliza-se sonda com marcação de Williams, em- bora existam outros tipos de
marcação utilizados para outros fins, tais como as avaliações epide- miológicas. A sonda é
alinhada com a face do den- te a ser examinado e inserida suavemente dentro do sulco ou bolsa
(Fig. 1.22). Para cada dente de- vem ser feitas seis medidas: distal, centro e mesial nas faces
vestibular e palatina ou lingual.

Índice de sangramento

Espera-se de 10 a 20 segundos após a remoção da sonda para observar se há sangramento


provenien- te do sulco. Esse índice é um importante indicador de inflamação marginal, pois, além
de demonstrar alterações patológicas gengivais, os procedimen- tos restauradores (moldagem,
cimentação e ou- tros) podem ser dificultados pela presença de san- gramento.

Exsudato

A presença de exsudato proveniente da bolsa indi- ca atividade da doença periodontal, mas não
pode ser considerado um indicador da atividade futura.
Recessão gengival

A recessão gengival é significativa na medida em que não somente afeta a quantidade de


mucosa ceratinizada, mas também tem influência na estética. Uma recessão em dentes
anteriores pode resultar em grandes problemas estéticos quando o paciente apresenta uma linha
alta do sorriso (Fig. 1.23).

Envolvimento de furcas

Para a realização deste exame, é necessário usar uma sonda específica – a sonda de Nabers
(Fig. 1.24) – e radiografias. A capacidade do profissio- nal para diagnosticar essas lesões é de
suma im- portância, uma vez que o tratamento está direta- mente relacionado ao grau de
comprometimento. Para tanto, vários aspectos devem ser analisados.

Grau de envolvimento das furcas

A seguir, são apresentados os três graus de envolvimento das furcas.

I. Perda horizontal de tecido de suporte, não ex- cedendo um terço da largura


vestibulolingual do dente afetado.
II. Perda horizontal que excede um terço da lar- gura do dente, mas não envolve toda a
largura vestibulolingual.
III. Perda horizontal que envolve toda a largura do dente afetado, comunicando as faces vesti-
bular e lingual.

É interessante salientar que existem outras classificações, algumas das quais agregam o
componente vertical de perda, criando subdivisões.

Mobilidade

Todos os dentes devem ser avaliados. O exame subjetivo da mobilidade é executado com o cabo
do espelho bucal apoiado em uma face e um dedo ou outro instrumento apoiado na face oposta.
Normalmente classifica-se a mobilidade em: grau 1,quando o movimento do dente é de 0 a 1mm
em direção horizontal; grau 2, quando o movi- mento é maior que 1 mm na direção horizontal; e
grau 3, quando ocorre movimento vertical e horizontal do dente.

As causas mais comuns para o aumento de mobilidade são:

 Doença periodontal relacionada à perda de suporte ósseo.


 Trauma oclusal, que pode ser primário (quan- do decorre de forças oclusais excessivas) ou
56663tertsecundário (quando o elemento dentário apresenta mobilidade em relação a
forças oclusais normais por causa da redução de su- porte periodontal).
 Outras possíveis causas devem ser pesquisa- das para um diagnóstico diferencial, tais
como: inflamação periapical, traumas agudos (acidentes), raízes fraturadas, reabsorções
radiculares, cistos, neoplasias, etc.

A mobilidade pode estar estabilizada ou pode aumentar progressivamente. No entanto, é


impor- tante salientar que ela é um sinal importante, não uma doença propriamente dita, e
deverá ser rea- valiada durante a fase das coroas provisórias.

EXAME RADIOGRÁFICO

Dados sobre lesões ósseas, raízes residuais e corpos estranhos, quantidade e qualidade óssea,
anatomia radicular e qualidade de tratamento endodôntico não podem ser obtidos pelo exame
clínico. Algumas técnicas radiográficas são particularmente úteis ao CD e devem ser utilizadas
sempre que necessário.

Radiografias interproximais também podem ser solicitadas e são particularmente úteis na


avaliação da adaptação de próteses anti- gas e recidivas de cáries, além de serem mais precisas
na visualização da crista óssea, em vir- tude da angulação utilizada.

MODELOS DE ESTUDO

Na grande maioria dos casos de prótese, é neces- sário que modelos de estudo sejam montados
em ASA na posição de RC. Para tanto, devem ser obti- dos moldes em alginato e modelos em
gesso especial tipo III que reproduzam fielmente as estrutu- ras anatômicas da maxila e da
mandíbula.

Fundamentais utilidades dos modelos de estudo montados em ASA:

 Registro da situação inicial do paciente.


 Observação dos contatos que conduzem a mandíbula da RC para a MIH.
 Observação do movimento que a mandíbula executa de RC para MIH.
 Observação facilitada das relações intermaxilares.
 Observação dos efeitos de um possível ajuste oclusal.
 Observação facilitada das inclinações das unidades dentais.
 Enceramento diagnóstico.
 Confecção de coroas provisórias.
 Confecção de guia cirúrgico para instalação de implantes.

Portanto, a fase de exame do paciente é ex- tremamente importante e tem como objetivo fornecer
todas as informações necessárias a um ade- quado e individualizado plano de tratamento. Uma
falha na coleta de dados pode resultar em um tratamento perfeito do ponto de vista técnico,
porém inadequado em relação às necessidades de um determinado paciente.

PATOLOGIAS OCLUSAIS E DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES: CONSIDERAÇÕES


RELACIONADAS A PRÓTESE FIXA E REABILITAÇÃO ORAL

RELAÇÕES MAXILOMANDIBULARES

O primeiro deles é o da relação central (RC), também denominada relação cêntrica e, mais
recentemente, posição de estabilidade ortopédica. Essa posição é definida como a relação
maxilomandibular em que os côndilos es- tão centralizados nas fossas mandibulares e apoiados
sobre as vertentes posteriores das emi- nências articulares, com os respectivos discos ar-
ticulares devidamente interpostos.

Outra posição maxilomandibular é a máxima intercuspidação habitual (MIH), também conhe- cida
como posição de oclusão cêntrica ou posição de intercuspidação. Essa posição é definida como
aquela em que ocorre o maior número possível de contatos entre os dentes superiores e
inferiores, independentemente da posição condilar.

Quando existe coincidência entre ambas as posições, emprega-se o termo oclusão em relação
cêntrica (ORC).
Dinâmicas

Os movimentos mandibulares podem ser dividi- dos em lateral e protrusivo. Durante o movimento
lateral da mandíbula, idealmente deve haver de- soclusão dos dentes posteriores. Tal desoclusão
pode ser provida somente pelo canino (o que ca- racteriza o “guia canino”) ou pelo canino auxilia-
do pelos dentes posteriores de uma maneira uni- forme (o que caracteriza a “função em grupo”).

Por definição, o lado para o qual a mandíbula se movimenta é chamado de lado de trabalho, en-
quanto o lado oposto recebe o nome de lado de não trabalho ou balanceio.

CONCEITO DE OCLUSÃO IDEAL

 Transmissão da resultante das forças oclusais em direção ao longo eixo dos dentes
posteriores: quando se exerce uma força oclusal sobre qualquer dente posterior, o vetor
final dessa força deve ser direcionado o mais próximo possível do longo eixo do dente.
Essa característica propicia a manutenção da homeostasia das estruturas periodontais,
mantendo a relação dente/osso alveolar em equilíbrio.
 Contatos dentários posteriores bilaterais e simultâneos: idealmente, na posição final
do fechamento mandibular, deve haver contatos simultâneos em todos os dentes
posteriores.
 Dimensão vertical de oclusão (DVO) adequada: o relacionamento maxilomandibular no
sentido vertical permite não somente uma aparência estética satisfatória, mas principal-
mente um equilíbrio muscular durante os processos de mastigação, deglutição e fala.
 Guias laterais e anterior: idealmente, durante os movimentos excursivos da mandíbula, os
dentes posteriores não devem participar da oclusão. Essa desoclusão deve ser obtida à
custa dos dentes anteriores. Dessa forma, durante o movimento protrusivo da mandíbula,
as bordas incisais dos incisivos inferiores des- lizam nas palatinas dos incisivos
superiores, desocluindo totalmente os posteriores. De maneira semelhante, nos
movimentos late- rais, os caninos devem exercer essa função de desoclusão. Esses
conceitos são importantes para definir o padrão oclusal em indivíduos com dentição
completa, conhecido como oclusão mutuamente protegida.

RC coincidente com a MIH: essa característica tem sido bastante discutida na literatura durante
as últimas décadas. Essa condição é necessária nos casos de PPF ou reabilitação oral em que
não existe estabilidade oclusal entre os dentes remanescentes. Nesses casos, torna-se
necessária a utilização de uma posi- ção condilar, no caso a RC, como ponto de partida para a
determinação da posição intermaxilar para a reconstrução oclusal. Deve fi- car claro, mais uma
vez, que a grande maioria da população apresenta algum tipo de dife- rença entre essas duas
posições (RC e MIH), o que não significa, necessariamente, que es- ses pacientes têm ou
desenvolverão algum tipo de patologia.

CONTATOS PREMATUROS E INTERFERÊNCIAS OCLUSAIS

Contato prematuro é um termo genérico que se refere a qualquer contato oclusal que prematu-
ramente impede o fechamento mandibular na posição de MIH ou RC ou durante os movimentos
excursivos.

Contatos prematuros nas posições estáticas e/ou dinâmicas da mandíbula podem surgir de
causas naturais (crescimento e desenvolvimento da mandíbula ou erupção dentária), causas
adqui- ridas (colocação de restaurações, prótese, orto- dontia, etc.) ou causas disfuncionais
(patologias musculares da ATM).

Já uma interferência oclusal é uma relação de contato oclusal que interfere de alguma forma na
função ou na parafunção. Portanto, uma defi- nição operacional para o tratamento de uma in-
terferência oclusal requer alguma evidência de dano ao sistema estomatognático.
PATOLOGIAS RELACIONADAS DIRETAMENTE À OCLUSÃO

Mobilidade dentária

O trauma de oclusão é definido como uma condi- ção de lesão que resulta do ato de os dentes
entrarem em contato, causando alterações micros- cópicas na membrana periodontal e
mobilidade dentária patológica.

Desgaste dentário

Os desgastes dentários são classificados de acordo com a etiologia em abrasão, erosão


ou atrição.

Abrasão é a perda de estrutura dentária ou de restauração não relacionada com contato dentário
proveniente de fricção de objetos sobre os dentes, como escovação com força exagerada,
interposi- ção de objetos entre os dentes, etc. (Fig. 2.9).

Erosão é a perda de estrutura dentária ou de restauração por ação química não relacionada a
bactérias, como excesso de ingestão de refrige- rantes, frutas ácidas e presença de refluxo gástri-
co, também conhecido como biocorrosão ou peri- mólise (Fig. 2.10).

Atrição é a perda de estrutura dentária ou de restaurações causada por contato direto com den-
tes antagonistas, incluindo função normal e hábi- tos parafuncionais (Fig. 2.11).

Esses desgastes dentários provenientes da atrição podem apresentar-se de três maneiras, discu-
tidas a seguir.

Desgaste isolado em elementos dentários localizados na região posterior ou anterior

Ocorre na presença de contatos oclusais anormais durante os movimentos laterais. Nesses


pacien- tes, os dentes se desgastam devido à boa qualida- de do tecido ósseo (Fig. 2.12).

FIGURA 2.13 (A, B) Vista de desgaste patológico do canino e do incisivo lateral em paciente
jovem, decorrente de posi- ção incorreta ao dormir. (C) Desgaste do canino e dos dentes
posteriores decorrente de parafunção. O desgaste começou no canino e, após a perda do guia,
estendeu-se para os de- mais dentes. Esse processo precisa ser interrompido para que não se
estenda aos demais dentes. Para tanto, é necessário controlar a parafunção, proteger os dentes
com placa estabi- lizadora e reconstruir o guia canino.

Desgaste localizado em caninos com caráter progressivo

Nesse caso, o desgaste provavelmente é reflexo de uma atividade parafuncional (bruxismo) ou de


uma posição incorreta ao dormir, ocorrendo com frequência em pacientes jovens (Fig. 2.13). Para
que se confirme o aspecto progressivo do desgaste, recomenda-se obter modelos de gesso em
períodos diferentes (com espaço de 3 a 6 meses) e realizar nova avaliação. No caso de desgaste
progressivo, são recomendados proce- dimentos não invasivos de controle do bruxismo, como
utilização de placas oclusais lisas es- tabilizadoras e orientação sobre como evitar tais contatos.

Desgaste dentário generalizado

Esse tipo de desgaste também está relacionado a atividades parafuncionais em pacientes que
normalmente não pertencem ao grupo de risco de doença periodontal (Fig. 2.14). Deve-se
salientar mais uma vez a necessidade de excluir o desgaste fisiológico, como citado
anteriormente.
No caso de desgaste generalizado associado à necessidade de procedimentos de reposição de
elementos dentários ou de reabilitação oral, deve ser feita uma análise da diminuição da DVO de-
corrente de perda ou desgaste dentário.

Lesões cervicais não cariosas

As lesões cervicais de causas idiopáticas são comumente confundidas com erosões causadas
por ácido ou com abrasões causadas por escova- ção.

O funcionamento do sistema mastigatório impõe três tipos de estresse sobre os dentes: com-
pressão, tração e cisalhamento

Os dentes mais afetados pelas lesões cervi- cais de origem não cariosa são os pré-molares su-
periores, seguidos por molares e caninos.

DISFUNÇÕES

TEMPOROMANDIBULARES (DTMs)

As DTMs constituem uma série de sinais e sinto- mas de dor e disfunção na musculatura mastiga-
tória, na ATM ou em ambas. Elas são caracteriza- das principalmente por dores faciais, dores e
ruídos na ATM, dores de cabeça e dificuldade de abertura ou movimentação mandibular. Em rela-
ção aos procedimentos de reabilitação oral, o pro- fissional deve estar atento para a identificação
inicial de eventuais sinais de DTM que possam in- terferir no sucesso de seu trabalho.

As DTMs podem ser classificadas em dois grandes grupos: patologias musculares e patolo- gias
intra-articulares.

As patologias musculares incluem desde mialgias localizadas na musculatura mastigatória (dores


musculares esporádicas) até processos crônicos com necessidade de terapias específicas
(mialgias mediadas pelo sistema nervoso central e dores miofasciais). Já as patologias intra- -
articulares englobam as patologias envolvidas no relacionamento côndilo/disco articular e os pro-
cessos inflamatórios e degenerativos da ATM pro- venientes dessas alterações estruturais.
Nesses casos, é necessário realizar um tratamento antes de qualquer procedimento reabilitador,
uma vez que as relações oclusais são frequentemente alte- radas por tais problemas.

O tratamento das DTMs envolve medidas como aconselhamento, utilização de placas oclusais,
ad- ministração de medicamentos e procedimentos de fisioterapia.

PREPAROS DE DENTES COM FINALIDADE PROTÉTICA

PRINCÍPIOS MECÂNICOS

Retenção

O preparo deve apresentar certas características que impeçam o deslocamento axial da restaura-
ção quando submetida às forças de tração. Por de- finição, retenção é a qualidade que uma
prótese apresenta de atuar contra as forças de desloca- mento ao longo da sua via de inserção.

A retenção depende basicamente do contato existente entre as superfícies internas da restau-


ração e as superfícies externas do dente prepa- rado, o que é denominado retenção friccional.
Quanto mais paralelas forem as paredes axiais do dente preparado, maior será a retenção fric-
cional da restauração.
Isoladamente, tanto a retenção friccional da restauração quanto a ação do agente cimentante não
são capazes de manter a restauração em posi- ção. A ação conjunta desses dois fatores será
res- ponsável pela retenção mecânica da restauração, por meio da interposição da película de
cimento nas irregularidades existentes entre as paredes do preparo e a superfície interna da
restauração. Desse modo, é importante que a técnica de cimen- tação seja realizada
corretamente e as paredes do preparo apresentem inclinações capazes de suprir as
necessidades de retenção e de escoamento do cimento, para que possam variar de acordo com
as dimensões da coroa.

Quanto maior for a coroa clínica de um dente preparado, maior será a superfície de contato e a

retenção final. Dessa forma, no caso de dentes longos, como ocorre após tratamento periodontal,
pode-se aumentar a inclinação das paredes para um maior ângulo de convergência oclusal sem
prejuízo da retenção. Por sua vez, coroas curtas devem apresentar paredes com inclinação próxi-
ma ao paralelismo e receber meios adicionais de retenção, como a confecção de sulcos nas
paredes axiais, para possibilitar um aumento nas superfí- cies de contato (Fig. 3.1).

A presença de sulcos também é importante em preparos excessivamente cônicos, sem um plano


de inserção definido, para reduzir a possibi- lidade de deslocamento da coroa e limitar sua in-
serção e remoção em uma única direção, o que diminui a possibilidade de deslocamento.

A determinação de um plano de inserção úni- co dos dentes pilares de uma PPF é essencial para
sua retenção. Para isso, a posição e a inclinação dos dentes no arco devem ser inicialmente
anali- sadas em modelo de estudo, a fim de que o profis- sional possa controlar melhor a
quantidade de desgaste das faces dentárias com o objetivo de preservar a saúde pulpar sem,
porém, perder as características de retenção e estética.

A preservação e a manutenção da vitalidade pulpar devem sempre ser o objetivo principal de


qualquer dente preparado. Às vezes, isso não é possível em virtude do grau de inclinação dos
dentes. Porém, esse risco sempre será diminuído com a análise prévia no modelo de estudo e no
exame radiográfico.

Após o preparo dos dentes, faz-se uma molda- gem com alginato e avalia-se o paralelismo entre
os dentes preparados no modelo de gesso, delimi- tando com grafite a junção das paredes axiais
com a parede gengival de todos os dentes prepa- rados. O operador deve visualizar toda a marca
de grafite em todos os dentes preparados com ape- nas um dos olhos e a uma distância
aproximada de 30 cm. Se isso não ocorrer, existem áreas re- tentivas no preparo (Fig. 3.2).

Resistência ou estabilidade

A forma de resistência ou estabilidade conferida ao preparo previne o deslocamento da prótese


quando esta é submetida a forças oblíquas, que podem provocar sua rotação.

Existem vários fatores diretamente relacio- nados com a forma de resistência do preparo:

ƒ Magnitude e direção da força: forças de grande intensidade e direcionadas lateralmente, como


ocorre nos pacientes que apresentam bruxis- mo, podem causar o deslocamento da prótese.

ƒ Relação altura/largura do preparo: quanto maior a altura das paredes, maior a área de
resistência do preparo para impedir o deslo- camento da prótese quando submetida a for- ças
laterais. Contudo, se a largura for maior que a altura, maior será o raio de rotação e, portanto, as
paredes do preparo não oferece- rão uma forma de resistência adequada. As- sim, é importante
que a altura do preparo seja pelo menos igual à sua largura. Quando isso não for possível, como
nos casos de dentes com coroas curtas, devem-se confeccionar sulcos, canaletas ou caixas para
criar novas áreas de resistência ao deslocamento. Portan- to, nos casos de coroas curtas, a
forma de re- sistência pode ser melhorada pela diminuição da inclinação das paredes axiais e/ou
pela confecção de canaletas axiais. Tais canaletas serão mais efetivas se estiverem posicionadas
nas paredes proximais dos dentes prepara- dos, por se antagonizarem à direção predomi- nante
das forças funcionais e parafuncionais. Do mesmo modo, nos dentes cariados ou res- taurados,
as próprias caixas das faces oclusal ou proximais podem atuar como elementos de estabilização,
contrapondo-se à ação das forças laterais (Figs. 3.3D a F).

ƒ Integridade do dente preparado: a porção co- ronal íntegra, seja em estrutura dentária, em
núcleo metálico ou em resina, resiste melhor à ação das forças laterais do que aquelas par-
cialmente restauradas ou destruídas.

Rigidez estrutural

O preparo deve ser executado de tal forma que a restauração apresente espessura suficiente
para que o metal (para as coroas metálicas), o metal e a cerâmica (para as coroas
metalocerâmicas) e a cerâmica (para as coroas cerâmicas) resistam às forças mastigatórias e
não comprometam a estéti- ca e o tecido periodontal. Para isso, o desgaste de- verá ser feito
seletivamente de acordo com as ne- cessidades estética e funcional da restauração

ntegridade marginal

O objetivo básico de toda restauração cimentada é estar bem adaptada e com uma linha mínima
de cimento, para que a prótese possa permanecer em função o maior tempo possível em um
ambiente biológico desfavorável, que é a boca.

Mesmo com as melhores técnicas e materiais usados na confecção de uma prótese, sempre ha-
verá algum desajuste entre as margens da restau- ração e o término cervical do dente preparado.
Esse desajuste será preenchido com cimentos que apresentam diferentes graus de degradação
mar- ginal.

PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

Preservação do órgão pulpar

O profissional deve ter sempre a preo- cupação de preservar a vitalidade do órgão pulpar por
meio do uso de uma técnica de preparo que possibilite desgastes seletivos das faces dos den-
tes, de acordo com as necessidades estética e fun- cional da prótese planejada.

desgaste excessivo está diretamente relacio- nado à retenção e à saúde pulpar, pois, além de di-
minuir a área preparada, prejudicando a retenção da prótese e a própria resistência do
remanescente dentário, pode trazer danos irreversíveis à polpa, como inflamação, sensibilidade,
etc.

Preservação da saúde periodontal

Um dos objetivos principais de qualquer trata- mento com PPF é a preservação da saúde perio-
dontal. Vários são os fatores diretamente relacio- nados a esse objetivo, tais como higiene oral,
forma, contorno e localização da margem cervical do preparo.

Geralmente, a extensão cervical dos dentes preparados pode variar de 2 mm aquém da gengiva
marginal livre até 1 mm no interior do sulco, embo- ra existam autores que recomendem
extensões di- ferentes dessas. Do ponto de vista periodontal, o término cervical deveria localizar-
se 2 mm distan- te do nível gengival, pois o tecido gengival estaria em permanente contato com o
próprio dente, sem a alteração de contorno que ocorre mesmo com uma prótese com forma e
contorno corretos, pre- servando assim sua saúde.
ESTÉTICA

A estética depende da saúde gengival e da quali- dade da prótese. Desse modo, é importante
pre- servar o estado de saúde do periodonto e confec- cionar restaurações com forma, contorno e
cor corretos, fatores esses que estão diretamente re- lacionados à quantidade de desgaste da
estrutu- ra dentária. Se o desgaste for insuficiente para uma coroa metalocerâmica ou cerâmica, o
reves- timento apresentará espessura insuficiente, o que pode levar o técnico de laboratório a
com-

pensar essa deficiência aumentando o contorno da restauração. Outro aspecto importante é a re-
lação de contato do pôntico com a gengiva. A fal- ta de tecido decorrente da reabsorção óssea
nos sentidos vertical e anteroposterior gera um con- tato incorreto do pôntico com a gengiva,
causan- do transtorno estético e desconforto ao paciente pelo aprisionamento de alimento nessa
área, pois o contato da região gengival da face vestibular do pôntico fica localizado anteriormente
ao rebordo

TIPOS DE TÉRMINO CERVICAL

Ombro ou degrau arredondado (ombro com ângulo axiogengival arredondado)

É um tipo de término em que o ângulo entre as paredes gengival e axial do preparo é de


aproxima- damente 90°, mantendo arredondada a intersecção entre essas duas paredes para
evitar a formação de tensões na cerâmica nessa área

Esse término é indicado nos preparos para coroas


confeccionadas em cerâmica, em dentes anteriores ou posteriores, e contraindicado em dentes
com coroa clínica curta ou com largura vestibulolingual que impeça a realização de des- gaste
uniforme nas paredes sem diminuir a resis- tência da própria coroa do dente. O preparo deve
apresentar desgaste uniforme de 1 mm de espes- sura na região do término cervical, de até 1,5
mm nas faces axiais e de 2 mm nas faces oclusal e in- cisal. Recomenda-se que o desgaste nas
faces axiais seja de até 1,5 mm, dependendo da cerâmi- ca empregada e da cor do dente. Dentes
escuros que receberão coroas confeccionadas em cerâmi- cas mais translúcidas deverão ter um
desgaste mais acentuado.
A presença do término em ombro ou degrau é
importante para proporcionar uma espessura uniforme e suficiente à cerâmica nessa região, para
resistir aos esforços mastigatórios e reduzir a possibilidade de fratura. Esse término provoca um
tipo de junção entre as paredes axiais e gengival que pode dificultar o escoamento do cimento,
acentuando o desajuste oclusal e cervi- cal com maior espessura de cimento exposto ao meio
oral (Fig. 3.9). Para minimizar esse proble- ma, o CD deve usar uma técnica de cimentação que
proporcione uma fina camada de cimento no interior da coroa; o pincel é o instrumento ideal para
essa finalidade.

Ombro ou degrau biselado

É um tipo de término em que ocorre a formação de um ângulo de aproximadamente 90° entre a


parede axial e a cervical, com biselamento da aresta cavossuperficial (Fig. 3.10).

Esse tipo de término cervical está indicado para as coroas metalocerâmicas com ligas áureas na
sua face vestibular e na metade das faces vesti- buloproximais.

O ombro ou degrau biselado proporciona um colar de reforço que re- duz as alterações
dimensionais provocadas du- rante a queima da cerâmica e, consequentemente, o desajuste
marginal (Fig. 3.11).

Como esse tipo de término tem também a função de acomodar, sem sobrecontorno, o metal e a
cerâmica nas coroas metalocerâmicas, torna- -se claro que ele deverá ser realizado exclusiva-
mente nas faces em que a estética for indispensá- vel, ou seja, na face vestibular e na metade
das faces proximais (Fig. 3.12).
Chanfrado

Este é um tipo de término em que a junção entre a parede axial e a gengival é feita por um
segmento de círculo, que deverá apresentar espessura sufi- ciente para acomodar o metal e a
faceta estética (Fig. 3.13). Ele é considerado pela maioria dos au- tores como o tipo de término
cervical ideal, porque permite uma espessura adequada para as facetas estéticas de cerâmica ou
resina e seus respectivos suportes metálicos, facilitando a adaptação da peça fundida e o
escoamento do cimento.

Esse término é indicado para a confecção de coroas metalocerâmicas com ligas básicas (não áu-
reas), por apresentarem maior resistência e dureza que as ligas à base de ouro. Assim, a
infraestrutura pode ser mais fina, sem sofrer alterações por con- tração durante a cocção da
cerâmica. É indicado também para coroas metaloplásticas, independen- temente do tipo de liga
utilizada, e para as restau- rações MOD em metal, quando for indicada a pro- teção das cúspides
vestibular ou lingual.

Como no término biselado, o término em chanfrado deverá ser realizado apenas nas faces
envolvidas esteticamente, pois não se justifica um maior desgaste exclusivamente para coloca-
ção de metal.

Chanferete

É um tipo de término em que a junção entre a parede axial e a gengival é feita por um segmento
de círculo de pequena dimensão (aproximada- mente a metade do chanfrado), devendo apre-
sentar espessura suficiente para acomodar o me- tal (Fig. 3.14).

Pontas diamantadas utilizadas

O CD deve racionalizar o número de pontas dia- mantadas para a realização dos diferentes tipos
de preparos com finalidade protética. Quanto mais delas são empregadas e quanto mais vezes
são trocadas, mais tempo será despendido e maior será o risco de desgaste da caneta de alta
rotação e das próprias pontas.

PREPARO PARA COROA METALOCERÂMICA (TÉCNICA DA SILHUETA)

Para dentes anteriores

Sulco marginal cervical


A função básica de iniciar o preparo pela confecção desse sulco é estabelecer, já no início do
processo, o término cervical em chanfrado. Esse procedimento tem a finalidade de guiar a
quantidade de desgaste e a forma do término do preparo, e pode ser consi- derado opcional para
profissionais experientes.

Com uma ponta diamantada esférica com diâ- metro de 1,4 mm (Fig. 3.15A), o sulco é realizado
nas faces vestibular e lingual até chegar próximo ao contato do dente vizinho. Na ausência de
con- tato proximal, o sulco também deverá estender-se para as faces proximais.

Sulcos de orientação: nas faces vestibular, incisal e linguocervical

As coroas metalocerâmicas confeccionadas com ligas de metais básicos necessitam de 1,2 mm


de desgaste na face vestibular e na metade das faces proximais e 2 mm na incisal, para
acomodar o metal e a cerâmica dentro do contorno anatômico do dente.

nião dos sulcos de orientação e desgaste da concavidade palatina

Com a mesma ponta diamantada, faz-se a união dos sulcos das faces vestibular, incisal e lingual,
mantendo-se a relação de paralelismo previa- mente obtida. Nesta fase acentua-se o desgaste de
1,2 mm até a metade das faces proximais, por serem também consideradas importantes na
estética No terço cervical da face lingual, o desgaste deve ser de 0,6 mm (chanferete), suficiente
para prover resistência à liga metálica.

om a ponta diamantada em forma de pera (Fig. 3.15C), procede-se ao desgaste da concavi- dade
seguindo a anatomia da área (Fig. 3.20C). Essa região correspondente ao terço medioincisal
deve ser desgastada no mínimo em 0,6 mm para

acomodar apenas o metal nas coroas de dentes anteriores que apresentam um sobrepasse verti-
cal muito acentuado.
Após esses desgastes, a metade do dente es- tará preparada, o que permite fazer uma avalia-
ção dos procedimentos realizados até o momento, pois a outra metade está intacta. Dessa
maneira, torna-se muito fácil ao operador controlar os re- quisitos mecânicos, biológicos e
estéticos para um preparo com finalidade protética.

Desgastes da metade íntegra e da face proximal

Com o dente vizinho protegido por uma matriz de aço, procede-se à eliminação da convexidade
natural dessa área com uma ponta diamantada tronco-cônica fina (Fig 3.15D). A proteção do
dente vizinho é importante, pois trabalhos na li- teratura mostram que 75% dos dentes contíguos
aos preparados sofrem algum tipo de dano, como desgaste inadvertido do esmalte ou das
restaura- ções existentes. A finalidade desse passo é criar espaço para a realização do desgaste
definitivo com a mesma ponta diamantada utilizada para a confecção dos sulcos de orientação.
Os desgastes proximais devem terminar no nível gengival e deixar as paredes proximais
paralelas entre si.

Preparo subgengival

Para a obtenção de um término cervical do preparo no interior do sulco gengival nítido e em um


nível compatível com a fisiologia do sulco gengival, o pri- meiro ponto que deve ser muito bem
entendido é que o término em chanfrado é feito usando apenas a metade da ponta ativa da ponta
diamantada.

Assim, o posicionamento correto da ponta diamantada com extremidade ogival para esten- der o
término do preparo dentro do sulco gengival deve ser feito deixando metade de seu diâmetro em
contato com o dente e a outra metade fora do dente e, portanto, em contato com o epitélio sul-
cular. Não se deve encostar a ponta diamantada nas paredes axiais para a execução desse
procedi- mento, pois corre-se o risco de obter um término irregular, semelhante à forma de toda a
extremi- dade da ponta diamantada, visto que a quantida- de desgastada na face vestibular e na
metade das faces proximais correspondeu ao diâmetro da ponta diamantada

PRÓTESE FIXA ADESIVA

PPF ADESIVA METALOCERÂMICA

De modo geral, as PPFs adesivas metalocerâmicas estão indicadas para os casos em que a
presença da estrutura metálica na face lingual ou palatina ou dos pequenos apoios oclusais não
seja estetica- mente significativa ao paciente, ou porque seu sorriso não é amplo o suficiente para
expor a es- trutura, ou porque ele está mais interessado na função do que na estética.

Indicações

ƒ Como retentor de PPF (anterior ou posterior) com um pôntico, desde que os dentes apre-
sentem quantidade de esmalte adequada.

ƒ Para a contenção de dentes periodontalmente abalados.

ƒ Para a contenção de dentes tratados ortodon- ticamente.

ƒ Como elemento isolado (parcial ou total).


ƒ Como elemento de suporte para a colocação de apoios e grampos de PPR.
ƒ Como elemento de manutenção de contenção cêntrica e dimensão vertical em PPR.
ƒ Como elemento de restabelecimento do guia

anterior.

Contraindicações
ƒ Quantidade insuficiente de esmalte devida à presença de cáries ou restaurações extensas. ƒ
Espaços protéticos extensos (mais de dois pônticos).
ƒ Dentes com deficiência estética.
ƒ Dentes anteriores mal posicionados, nos quais

a presença da estrutura metálica possa prejudicar a estética.

Vantagens

ƒ Conservação da estrutura dentária, pois o desgaste é reduzido.

ƒ Possibilidade de manter margens supra gengivais.

 ƒ Possibilidade de fazer o desgaste sem anestesia.


 ƒ Dispensa a confecção de coroas provisórias na grande maioria dos casos.
 ƒ Manutenção da estética proporcionada pelos próprios dentes do paciente.
 ƒ Redução do tempo clínico.
 ƒ Redução de custos.

Desvantagens

Desde que corretamente indicada, com preparos com características adequadas de retenção e
es- tabilidade e quantidade suficiente de esmalte, uma única possível desvantagem estaria
relacio- nada à estética, em virtude da exposição da liga metálica correspondente aos apoios
oclusais, ao segmento lingual e aos segmentos proximais da prótese.

Características do preparo

Desgastes lingual e proximais

Na face lingual, o desgaste deve abranger toda sua extensão; na face proximal contígua ao
espaço protético, deve ser estendido em direção vestibu- lar o máximo possível, sem
comprometer a estéti- ca. Em relação aos dentes vizinhos, os pontos de contato devem ser
preservados para evitar a mo- vimentação dos dentes no sentido proximal. O preparo dessas
áreas só deve ocorrer quando hou- ver restauração ou cárie.

O objetivo da extensão proximal é promover uma ação de “abraçamento” da prótese, que, asso-
ciado à determinação de um plano de inserção único conseguido pela inclinação entre as pare-
des dos dentes preparados, será responsável pela retenção e estabilidade.

O preparo da face lingual deve permitir a confecção de um braço lingual com pelo menos 3 mm
de largura e ± 0,6 mm de espessura, que vai conferir à estrutura metálica rigidez suficiente para
suportar as cargas mastigatórias, mesmo em áreas intensamente solicitadas como as dos pri-
meiros molares. É aconselhável restringir o des- gaste a 2 mm aquém das pontas das cúspides
de contenção cêntrica, para preservar suas relações funcionais (Fig. 4.1). O envolvimento total
das cúspides de contenção pode ser realizado no caso de dentes com coroas curtas ou
enfraquecidas por restaurações.

Desgaste da concavidade lingual/palatina

Com uma ponta diamantada em forma de pera, prepara-se essa região seguindo a sua forma
ana- tômica. Esse desgaste deve ser de ± 0,6 mm, es- tendido em direção incisal até o início da
área translúcida do esmalte, para que não ocorra trans- parência do metal através do esmalte. Tal
trans- parência resultaria em um efeito estético indese- jável pela presença de coloração
acinzentada nessa região.

O espaço conseguido deve ser avaliado em relação aos dentes antagonistas na posição habi-
tual e nos movimentos excursivos. Pacientes que apresentam sobrepasse vertical acentuado per-
mitem menor quantidade de desgaste, porém a espessura da estrutura metálica nunca deve ser
inferior a 0,3 mm, para se manter rígida em fun- ção e evitar a ruptura do agente cimentante devi-
do à sua flexibilidade.

Preparo de nichos e de canaletas ou caixas proximais

Para os dentes posteriores, os nichos são confec- cionados com os seguintes objetivos:

ƒ Transmitir os esforços mastigatórios aos den- tes pilares por meio dos apoios da estrutura
metálica.

ƒ Orientar o assentamento da peça durante a fixação.

ƒ Conferir rigidez à estrutura metálica, redu- zindo a flexibilidade do braço lingual.

ƒ Participar na estabilização da prótese, res- tringindo os movimentos no sentido vestibu-


lolingual.

Acabamento

Toda a área preparada deve receber acabamento com as mesmas brocas em baixa rotação,
arren- dondando-se as arestas formadas e definindo-se com nitidez as margens do preparo.

Cimentação

É imprescindível que a cimentação seja executada com os dentes isolados de maneira absoluta.
Com isso, controla-se a umidade, facilitam-se os proce- dimentos de cimentação pela melhor
visualização da área e não se corre o risco de contaminação pela saliva após a limpeza e o
condicionamento ácido da estrutura dentária.

Antes da cimentação, toda a superfície inter- na da estrutura metálica deve ser tratada com ja-

tos de óxido de alumínio, para remover a camada de óxido decorrente do processo da queima da
ce- râmica e uniformizar a superfície que entrará em contato com o cimento. O jateamento é
realizado nos laboratórios de prótese usando o aparelho próprio ou no consultório por meio de um
apare- lho portátil. Após o jateamento, a superfície metá- lica não pode ser contaminada. A resina
Panavia tem sido utilizada na cimentação de próteses ade- sivas desde 1985, em razão de sua
excelente ade- são às estruturas dentárias e metálicas, embora outros cimentos com capacidade
adesiva também possam ser empregados.

Após a limpeza dos dentes retentores com es- covas ou taças de borracha, pasta de pedra-
pomes e água (não deve ser usada pasta profilática), a área é enxaguada e seca com jatos de ar.
Os pro- cedimentos de cimentação seguem as orientações do fabricante do cimento selecionado

PPF ADESIVA EM CERÂMICA

A indicação desse tipo de prótese deve ser precisa e está limitada aos casos em que os dentes
pilares estão íntegros ou apresentam pequenas restaurações, com as faces vestibulares em bom
estado estético. Também deve ser escolhida apenas quando, por alguma ra- zão, não for possível
a colocação de implante.
Indicação

ƒ Como retentores de PPF nas regiões anterior e posterior.

Contraindicações

 ƒ Quantidade insuficiente de estrutura dentá- ria devida à presença de cáries ou restaura-


ções extensas.
 ƒ Espaços protéticos extensos (mais de dois pônticos).
 ƒ Dentes com deficiência estética.
 ƒ Espaço edêntulo com extensão mesiodistal

maior que 9 e 11 mm para próteses anteriores e posteriores, respectivamente.

 ƒ Impossibilidade de o espaço interoclusal permitir conexões com dimensões mínimas de


9 mm2 a 12 mm2 para próteses anteriores e posteriores, respectivamente.
 ƒ Dentes com coroa clínica curta.
 ƒ Pacientes portadores de parafunção.
 ƒ Quando estiver indicada prótese sobre implante.

Vantagens

 ƒ Conservação da estrutura dentária, pois o desgaste é reduzido.


 ƒ Possibilidade de manter margens supragengivais.
 ƒ Dispensa a confecção de coroas provisórias

na grande maioria dos casos.

 ƒ Manutenção da estética proporcionada pelos

próprios dentes do paciente.

 ƒ Redução do tempo clínico.


 ƒ Redução de custos.

Desvantagens

Como a cerâmica é um material friável e que pode fraturar-se pela ação de forças de
tração, não é

conveniente indicar esse tipo de prótese na região dos segundos molares, em pônticos
com dimensão mesiodistal maior que 10 mm, em pacientes porta- dores de parafunção e
em dentes com coroa clíni- ca curta (menor que 4 mm).

Características do preparo

Qualquer tipo de preparo com finalidade protética busca conferir à prótese retenção e
estabilidade, a fim de não sobrecarregar a interface dente/cimen- to/cerâmica.

Para os dentes posteriores, o preparo pode ser do tipo inlay ou onlay, e suas características de-
penderão da integridade dos dentes pilares. Mes- mo preservando ao máximo a estrutura
dentária, o objetivo é sempre conseguir uma maior área pre- parada que proporcione retenção e
estabilidade à prótese. É importante para a preservação da inte- gridade da interface
dente/cimento/cerâmica que toda terminação marginal esteja em esmalte.
Moldagem em prótese total - uma revisão da literatura

O termo “moldagem” pode ser definido como o ato de reproduzir em negativo os detalhes
anatômicos e o con- torno da área chapeável, por meio da ação dinâmica das estruturas
relacionadas com a prótese3. Levin4 (1984) e Zarb et al.5 (1997) descrevem a preservação dos
tecidos bucais, a estabilidade, a retenção, o suporte e a estética como sendo os objetivos
fundamentais a serem alcan- çados durante o ato de moldar o paciente desdentado total.

Além disso, as moldagens devem proporcionar a confecção de bases de próteses totais que
respeitem os limites de tolerância fisiológica dos tecidos de suporte.

As moldagens podem ser divididas em dois tipos: preliminar, ou anatômica, e funcional, ou


secundária6. Por meio da moldagem preliminar, pode-se obter a re- produção da área basal,
avaliar as inserções musculares que vêm terminar na zona de selado periférico, saber se há ou
não necessidade de cirurgias pré-protéticas e ob- ter o modelo de estudo sobre o qual será
confeccionada a moldeira individual7. A área chapeável a ser obtida nos modelos de gesso pode
ser dividida em: zona principal de suporte, zona secundária de suporte (zona de estabi- lidade),
selado periférico e zonas de alívio2,

As zonas principais de suporte são áreas do re- bordo residual onde as forças oclusais incidem
per- pendicularmente e que, geralmente, não reabsorvem com facilidade. Correspondem, na
maxila, à região posterior do rebordo e à área plana do palato duro; na mandíbula, correspondem
à região posterior de rebor- do e à região de flanco bucal4. O flanco bucal (Fig. 2) é constituído
por cortical óssea densa, que, em virtude da estimulação do músculo bucinador, tende a não re-
absorver com facilidade5.

As zonas secundárias correspondem às regiões onde há maior facilidade de reabsorção do
rebordo residual8. Essas regiões correspondem, na maxila, à zona não plana do palato duro, às
vertentes do rebor- do residual e à região anterior do rebordo residual; na mandíbula,
correspondem à região anterior de re- bordo e aos planos inclinados correspondentes às ver-
tentes ósseas. Todas as regiões anteriormente citadas são definidas como áreas de estabilidade
das próteses totais, pois as forças geralmente não incidem perpen- dicularmente sobre elas.
As zonas de selado periférico correspondem ao vestíbulo dos maxilares em toda sua extensão,
sendo delimitadas por uma linha sinuosa que segue as in- serções musculares até o limite de
zona de transição.

Por fim, as zonas de alívio podem ser descritas como dependentes do tipo de rebordo dos
pacientes e são relacionadas ao grau de resiliência da fibromuco- sa, à presença de áreas
retentivas e de regiões anatô- micas que não devem ser comprimidas, como a região de papila
incisiva, papila piriforme, rafe palatina me- diana, regiões afiladas do rebordo residual e forame
mental nos casos de excessiva reabsorção.

De forma geral, são utilizadas moldei- ras de estoque para as moldagens preliminares. Es- sas
moldeiras podem ser perfuradas ou não, de acordo com o material de moldagem a ser utilizado.
Atual- mente, os materiais indicados para tal finalidade são os hidrocolóides irreversíveis e as
godivas em forma de placa (Quadro 1), erroneamente denominadas “godivas de alta fusão”, em
vista de seu intervalo de fusão. Para os hidrocolóides irreversíveis, devem-se utilizar moldeiras
perfuradas para que haja retenção do molde na moldeira. Sem dúvida alguma, este é o material
mais utilizado pelos clínicos, possuindo boa aceitação, fácil manipulação, baixo custo, fácil limpe-
za e caráter hidrofílico1

Outro critério importante a ser discutido é a posi- ção em que paciente e profissional devem estar
duran- te a moldagem9. A maioria dos autores preconiza que o paciente esteja sentado e o
profissional, em pé7. O paciente, quando sentado, tem seus tecidos em posição ideal, não
deslocados pela ação da gravidade. Além dis- so, o profissional, com a comissura labial do
paciente na altura de seus cotovelos, é capaz de realizar adequa- da moldagem, de maneira
ergonômica e confortável14.

Em relação à moldagem funcional, a moldeira apropriada poderia ser definida como aquela que
pos- sui adequada extensão, abrangendo toda área chapeá- vel, estabilidade, alívios nas regiões
correspondentes ao selado periférico, facilidade de modificação, compa- tibilidade ao material de
moldagem, rigidez e conforto na cavidade bucal. Normalmente, é confeccionada em resina
acrílica quimicamente ativada sobre o modelo de estudo, podendo ser perfurada ou não9.

Os movimentos fun- cionais relacionam-se à movimentação da musculatu- ra paraprotética,


realizada pelo próprio paciente, ao passo que as manipulações funcionais são realizadas pelos
cirurgiões-dentistas durante o ato da molda- gem.

a técnica compressiva pode ser definida como um procedimento que irá prover ao paciente uma
prótese com maior su- porte e retenção durante a função16, contudo o suporte e a retenção
seriam comprometidos durante a posição de repouso mandibular.

A moldagem não compressiva ou mucostática sur- giu pelo insucesso da moldagem compressiva
e popu- larizou-se em meados de 1940. Esta filosofia parte do princípio de que a prótese
permanece em repouso durante a maior parte do tempo de utilização14. Des- se modo, a
moldagem sem compressão possibilitaria maior preservação óssea4, todavia a prótese não teria
retenção e estabilidade adequadas, pois neste tipo de moldagem há menor recobrimento do
rebordo alveolar e ausência de selado periférico

A moldagem com pressão seletiva busca combinar os princípios das técnicas de moldagem
compressiva e não compressiva9,18,19, proporcionando cobertura máxima dentro da tolerância
dos tecidos14. A muco- sa aderida de suporte deve ser registrada de forma não compressiva em
razão da presença de tecido ósseo de suporte subjacente; por sua vez, a mucosa móvel não
aderida da área vestibular, correspondente ao selado periférico, deve ser registrada sob leve
pres- são, por não possuir suporte ósseo subjacente9,19

Considerações finais

Com base nas informações obtidas na literatura, pode-se considerar que:

 as moldagens em prótese total podem ser divididas em preliminares e funcionais;


 de maneira geral, as moldeiras são diferenciadas em de estoque, para as moldagens
preliminares, e individuais, para as moldagens funcionais;
 mais importante que o material empregado é o conhecimento e o domínio pelo clínico da
técnica e, principalmente, da filosofia de moldagem a ser empregada;
 a filosofia de moldagem com pressão seletiva é a mais indicada na literatura por se
aproximar dos requisitos de uma moldagem ideal;
 dentre as filosofias de moldagem, a dinâmica parece ser uma boa opção aos pacientes
com dificuldade de adaptação, por ser realizada fisiologicamente.

Classificação das arcadas Parcialmente desdentadas

Requisitos de uM Método de CLassifiCação aCeitáveL

A classificação das arcadas parcialmente desdentadas deveria satisfazer os seguintes requisitos:

1. Possibilitar uma visualização imediata do tipo de arcada

parcialmente desdentada que está sendo considerada.

2. Possibilitar a diferenciação imediata entre a prótese dentos-

suportada e dentomucosossuportada.

3. Ser universalmente aceita.

CLassifiCação de Kennedy

O método de classificação de Kennedy foi originalmente proposto pelo Dr. Edward Kennedy em
1925. Ele tenta classificar as arcadas parcialmente desdentadas de um modo que sugere certos
princí- pios de desenho da prótese para uma dada situação (Figura 3-1).

Kennedy dividiu todas as arcadas parcialmente desdentadas em quatro classes básicas. Áreas
desdentadas que não aquelas que determinam as classes básicas foram designadas como
espaços de modificação (Figura 3-2).

A seguir, apresentamos a classificação de Kennedy:


Classe I Área desdentada bilateral localizada posteriormente

aos dentes naturais


Classe II Uma área desdentada unilateral localizada posterior-

mente aos dentes naturais


Classe III Uma área desdentada unilateral com dentes naturais
remanescentes tanto posterior como anterior a eles (intercalar) Classe IV Uma área desdentada
única, mas bilateral (cruzando a linha média), localizada anterior aos dentes naturais
remanescentes
Respostas para a Figura 3-3:

A. Cl IV
B. Cl II Modificação 2
C. Cl I Modificação 1
D. Cl III Modificação 3
E. Cl III Modificação 1
F. Cl III Modificação 1
G. Cl IV H.ClII
I. Cl III Modificação 5

Uma das principais vantagens do método de Kennedy é que ele favorece a visualização imediata
da arcada parcialmente des- dentada e possibilita uma fácil distinção entre a prótese dentos-
suportada e a dentomucosossuportada. Aqueles que aprenderam esta classificação e que
conhecem os princípios de desenho de próteses parciais podem prontamente fazer a relação com
o desenho da configuração da arcada para ser utilizada na prótese parcial básica. Este método
torna possível uma abordagem lógica dos problemas do desenho da prótese. Ele torna possível a
aplicação dos bons princípios de desenho de próteses parciais e é, portanto, um método lógico de
classificação. Entretanto, um sistema de classificação não deve ser utilizado para estereo- tipar
ou limitar os conceitos de desenho de próteses.

ReGRas de aPPLeGate PaRa a aPLiCação da CLassifiCação de Kennedy

A classificação de Kennedy seria difícil de aplicar em todas as situações sem certas regras de
aplicação. Applegate forneceu oito regras que controlam a aplicação do método de Kennedy
(Quadro 3-1).

Embora inicialmente possa ocorrer alguma confusão, como por que a Classe I deve se referir a
duas áreas desdentadas e a Classe II deve se referir a uma, os princípios de desenho tornam
lógica esta distinção. Kennedy colocou a Classe II unilateral com extensão distal entre a Classe I
bilateral com extensão distal e a classificação Classe III dentossuportada porque a prótese parcial
Classe II deve incorporar características de ambas, especialmente quando as modificações
dentossuportadas estão presentes. Por

ter uma base de extensão mucosossuportada, a prótese deve ser desenhada de forma
semelhante à prótese Classe I. Frequente- mente, entretanto, um componente dentossuportado,
ou Classe III, está presente em outras partes da arcada. Portanto, a prótese parcial Classe II cai
justamente entre a Classe I e a Classe III por incorporar características de desenho comuns a
ambos. De acordo com o princípio de que o desenho é fundamentado na classificação, a
aplicação de tais princípios de desenho é sim- plificada retendo-se a classificação original de
Kennedy.

Generalidades

Próteses parciais removíveis são próteses dentárias que têm a finalidade de substituir, funcional e
esteticamente, os dentes naturais ausentes em pacientes parcialmente dentados, e que podem
ser removidas e posicionadas na boca, sempre que necessário, sem causar danos à sua
estrutura ou aos elementos biológicos com os quais se relacionam diretamente - dentes pilares e
rebordo residual

São também nomeadas pontes móveis, aparelhos parciais móveis, aparelhos parciais re-
movíveis, etc.

Classificação das Próteses Dentárias

Essa integração, para as próteses fixas, ocorre em função dos dentes remanescentes. Para as
próteses totais é vinculada à mucosa alveolar. Quando direcionada às próteses re- movíveis,
mostra-se ainda mais diferenciada, pois sua integração é instituída para transmi- tir a força da
mastigação ao osso alveolar, que pode ocorrer através de dentes ou de dentes e da mucosa
alveolar.

Vias de Transmissão da Força Mastigatória ao Osso Alveolar


As próteses dentárias (parciais ou totais) devem receber a força mastigatória e transmiti- -la ao
osso alveolar. Nesse particular, as vias de transmissão dessa força - dentes pilares e / o u
mucosa alveolar - diferenciam-se e basicamen- te determinam as formas de integração biopro-
tética e funcional que se estabelecem entre elas e o sustentáculo ósseo propriamente dito.

As próteses totais- empregando apenas a mucosa de revestimento do rebordo residual como


meio de transmissão da força mastigató ria - instituem-se como próteses mucossupor-

tadas e apresentam uma problemática de inte- gração bioprotética e funcional dependented a s

características biológicas desse tecido.

As próteses parciais fixas - propondo ape- nas dentes pilares como meio de transmissão

da força mastigatória - constituem as proteses dentossuportadas e apresentam uma proble-


mática de integração bioprotética e funcional dependente das características de suporte ofe-
recidas pelas fibras do ligamento periodontal que articulam esses dentes ao ossoalveolar.

As próteses parciais removíveis diferen- ciam-se dos tipos anteriores por utilizar como meio de
transmissão da força mastigatória apenas os dentes, ou os dentes e a muco- sa que reveste o
rebordo residual. Englobam um terceiro grupo que, além de possibilitar sua remoção e
posicionamento pelo próprio paciente, pode ser de dentossuportadas ou dentomucossuportadas.
Em outras palavras,a integração bioprotética e a funcional dessas próteses dependem das
características desustentação oferecidas pelo tecido mucoso que reveste o rebordo residual e
pelas fibras do ligamento periodontal que unem os dentes ao osso alveolar.

No chamado suporte dental, segundo nosso entender, via dental de suporte, os dentes re- cebem
cargas diretamente por meios protéticos ligados a eles ou pelas selas próximas a eles. (...)
Quando o suporte é mucoso, segundo nosso entender, via mucosa de suporte, os rebordos
recebem a força, como uma carga de pressão, e assim a transmitem ao osso residual ainda que
com amortização, diretamente proporcional à capacidade de dissipação que têm os tecidos moles
interpostos a essa força."

Classificação das Próteses Parciais Removíveis (PPR)

Utilizaremos, neste trabalho, as terminolo- gias dentossuportada e dentomucossuportada, por


serem acadêmicas e mais difundidas en-

tre os autores e representarem perfeitamente o pensamento de vias de transmissão da forca


mastigatória aoosso alveolar; enfim, por facili- tarem o entendimento da problemática de inte-
gração bioprotética e funcional dos diferentes tipos de próteses parciais removíveis ao siste- ma
mastigatório.

PPR dentossuportada

A PPR é dentossuportada quando a força

mastigatória, que incide sobre os dentes arti-

ficiais, é transmitida ao osso alveolar apenas através dos dentes remanescentes. Essa trans-

missão é realizada pelas fibras do ligamento periodontal desses elementos, sendo absorvi- da
pelo osso alveolar através de estímulos de tração considerados biologicamente saudáveis para a
manutenção da sua integridade biológi- ca (Figs. 1-2 e 1-3).
A mucosa que reveste o espaço protético, intercalada entre os dentes remanescentes, não
recebe força alguma, apresentando-se apenas justaposta em relação à superfície basal na sela.

Os dentes remanescentes selecionados co- mo elementos de suporte, retenção e estabilida- de


são denominados "dentes pilares".

O espaço que caracteriza a região edêntula constitui o rebordo residual que, basicamente, é
formado pelo remanescente do processo alveolar e pela mucosa que oreveste.

PPR dentomucossuportada

A PPR é considerada dentomucossuportada quando a força mastigatória que incide so- bre os
dentes artificiais é transmitida ao ossoalveolar, tanto pelos dentes pilares como pela mucosa que
reveste o rebordoresidual.A transmissão da força mastigatória ao osso alveolar realiza-se através
de dois elementoscom características biológicas diferentes: as -fi bras do ligamento periodontal
dos dentes pi- lares, que transmitem forças de tração ao osso alveolar, e o tecidomucoso, na
regiãoedêntula, que transfere força compressiva aoosso alveo- lar residual (Figs. 1-4 e 1-5).

Se bem que nos casos dentomucossuporta- dos parte da força mastigatória venha a ser ab-
sorvida e eliminada pela ação de resiliência e de amortização da mucosa, um grande porcen- tual
é transmitido ao osso alveolar residual sob forma de compressão. Essa ação compressiva é
considerada biologicamente desestimulante à manutenção da integridade óssea e, quando não
controlada, pode acelerar o processo de reabsorção biológica do osso alveolar residual. Disso,
pode-se afirmar que o revestimento mu- coso do rebordo residual apresenta a função de
transmitir ao osso alveolar residual a parte da força mastigatória que não foi eliminada pela sua
resiliência.

As PPR dentomucossuportadas, também denominadas próteses parciais removíveis com


extremidade livre, transmitem parte da força mastigatória ao rebordo residual em pelo menos uma
de suas extremidades. Podem ser uni ou bilaterais. São unilaterais quando se relacionam com
arcadas que não apresentam dente pilar posterior em um dos lados da ar- cada dentária, e
bilaterais quando recuperam arcadas com ausência de dentes pilares poste- riores em ambos os
lados da arcada dentária.
Classificação de Kennedy

A classificação de Kennedy distribui os pa- cientes edêntulos parciais em quatro classes


fundamentais, que apresentam subclasses de- nominadas modificações, que por sua vez po-
dem ser posteriores ou anteriores. As classes são representadas por algarismos romanos e as
modificações, por algarismos arábicos. Como exemplo, o paciente quen ã opossuir os molares
inferiores direitos e os pré-molares inferiores esquerdos pertence à "Classe I, modificação 1
posterior". Se estiverem ausentes os incisivos.

Classe I

Compreende os casos de pacientes edêntu-

los posteriores bilaterais. Caracteriza-se pela ausência de dentes pilares posteriores em am- bos
os lados da arcada dentária (Fig. 1-6).

MODIFICAÇÃO 1

Quando, além de edêntulo posterior bila- teral, apresenta uma falha intercalada no seg- mento
anterior (Fig. 1-7).

MODIFICAÇÃO 2
Quando, além de edêntulo posterior bilate- ral, apresenta duas falhas intercaladas no seg- mento
anterior (Fig. 1-8).

Classe II

Compreende os casos de pacientes edêntu- los posteriores unilaterais. Caracteriza-se pela


ausência de dente pilar posterior em um dos lados da arcada (Fig. 1-9).

MODIFICAÇÃO 1

Quando, além de edêntulo posterior uni- lateral, apresenta uma falha intercalada nos outros
segmentos (Fig. 1-10). Essa falha pode ser posterior (ausência de pré-molares) ou an- terior
(ausência de incisivos centrais).

MODIFICAÇÃO 2

Quando, além de edêntulo posterior uni- lateral, apresenta duas falhas intercaladas nos outros
segmentos (Fig. 1-11). Essas falhas po- dem ser apenas posteriores (ausência do pri- meiro
molar e do primeiro pré-molar) ou ante- riores e posteriores (ausência de incisivos cen- trais e
pré-molares).

Classe III

Compreende os casos de pacientes edêntu- los unilaterais posteriores que apresentam den- te ou
dentes pilares posteriores (Fig. 1-12).

MODIFICAÇÃO 1
Quando, além de edêntulo unilateral com dentepilar posterior, apresenta uma falha inter- calada
nos outros segmentos (Fig. 1-13). Essa fa- lha pode ser anterior(ausência de incisivos cen- trais)
ou posterior (ausência de pré-molares).

MODIFICAÇÃO 2

Quando, além de edêntulo unilateral com dente pilar posterior, apresenta duas falhas in-

tercaladas nos outros segmentos (Fig. 1-14). Es- sas falhas podem ser posteriores (ausência do

primeiro molar e primeiro pré-molar) ou ante- riores (ausência dos incisivos laterais), ou ante-

riores e posteriores (ausência de pré-molares e incisivos centrais).

Classe IV

Compreende os casos de pacientes edêntu-

los na região anterior. Esta classen ã oapresenta

modificações (Fig. 1-15).

As Classes I, I e I podem apresentar ain-

da modificações dos tipos 3, 4 etc., desde que

apresentem respectivamente 3, 4, etc. regiões

edêntulas secundárias, sendo, porém, mais ra- ras e de pouco interesse para propor o estudo de
planejamentos e métodos de execução para as próteses parciais removíveis em virtude da
distribuição dos dentes remanescentes e dos espaços protéticos edêntulos existentes.
Regras de Applegate' para

a Utilização da Classificação de Kennedy8

Ao determinar as classes a que pertencem os pacientes parcialmente dentados segundo a

classificação de Kennedy, deve-se ter emmente algumas regras. Essasregras, em número de 8,


foram criadas por Applegatel com o propósito de metodizar o uso dessa classificação e evitar que
se criem situações dúbias.

A classificação deve ser realizada após pla- neiar os tratamentos curativos, restaurado- res,
periodontais e ortodônticos das arca-

das dentárias. Exodontias realizadas após a classificação, por exemplo, podem deter- minar a
alteração da própria classe ou da modificação que a caracterizava.

Q u a n d o houver ausência do terceiro molar, a região edêntula correspondente não deve ser
considerada para efeito de classificação pelo fato de estar contra-indicada a reposi- ção protética
desse dente.

>

O terceiro molar s óé considerado para efei- to de classificação quando estiver presente e for
previsto o seu uso como dente pilar.

Quando o segundo molar não estiver pre- sente e não for planejada a sua reposição protética -
caso, por exemplo, da perda também do segundo molar antagonista -, o espaço
protéticooriginado pela sua extra- ção não deve ser considerado para efeito de classificação.

>

Quando existirem duas ou mais regiões edêntulasn a mesma arcada, ao u asregiões

mais posteriores - com exceção da região edêntula proporcionada pela ausência dos terceiros
molares - determinam a Classe a

que pertence o caso, sendo representadas

por algarismos romanos: I, II, III, IV.

As regiões edêntulas adicionais, que não participam na determinação da Classe, são

denominadas modificações e designadas por algarismos arábicos: 1, 2,3, etc. Por exemplo,

paciente Classe II, modificação 2, representa uma arcada dentária com ausência de dente

pilar posterior em um de seus lados (espa-

ço determinanted e classe), com duas falhas intercaladas nos outros segmentos (espaços
edêntulos adicionaise determinantes da mo-

dificação dessa classe).

≥ A determinação da modificação de deter-


minada classe depende unicamente do número de regiões edêntulas secundárias, independente
da extensão dessas regiões ou do número de dentes perdidos.

Observação deste autor: as modifica- ções podem ser posteriores e/ou anteriores. Esses
posicionamentos definem ainda com mais precisão o tipo de distribuição dos dentes ausentes que
devem ser substituí- dos, diferenciando também a problemática para sua resolução protética. Por
exemplo: Classe I, modificação 2, posteriores (ausên- c i ade molares esquerdos e do primeiro
mo-

lar e do primeiro pré-molar direitos), tem resolução mais simples que outro paciente também
Classe I com modificação 2, poste- rior e anterior (ausência de molares esquer- dos e de primeiro
e segundo pré-molares direitos e dos incisivos centrais).

A Classe IV não aceita modificações. Qual- quer espaço protético que possa modificá-la passa a
ser considerado a região edêntula principaln a determinação da classe. Assim, a ausência dos
incisivos superiores, carac- teriza um caso "Classe IV". Se, além des- ses dentes, os pré-molares
direitos também nãoestiverem presentes, configura-se outra condição de paciente, que pertence
à Classe III, modificação 1 anterior, e não à Classe IV modificada.

Elementos Constituintes das Próteses Parciais Removíveis

A spróteses parciais removíveis são basica- mente constituídas de: retentor (apoio
oclusal,grampos e corpo), sela, dentes artificiais e co- nectores (maior e menores) (Fig. 1-16).

Retentores – conceito

Os retentores são elementos mecânicos re- lacionados aos dentes pilares, executados para
conferir as condições de suporte, retenção e estabilidade para a PPR. Retêm e suportam a PPR,
impedindo que se desloque no senti- do gengivoclusal e oclusogengival, respecti- vamente. Eles
a estabilizam evitando que se mova lateralmente, em qualquer outro senti- do e direção, durante
as atividades funcionais e habituais executadas pelo paciente. Para que os retentores cumpram
essas funções, deve-se planejar e selecionars e u tipo e sua distribuição na arcada dentária e uni-
los entre si através de barras denominadas "conectores"

Retentores - distribuição e função


Os retentores são classificados em "diretos" e "indiretos", dependendo da localização dos dentes
pilares na arcada dentária com os quais se relacionam.

RETENTORES DIRETOS

Eles são os retentores programados para os dentes pilares situados adjacentes ao espaço
protético. Apresentam como função principal conferir condições de retenção e suporte para a
prótese. Secundariamente, quando analisados em conjunto com os retentores indiretos, mos-
tram-se como elementos estabilizadores para a prótese e os próprios dentes pilares (Fig. 1-18).

RETENTORES INDIRETOS

Também chamados "estabilizadores", eles sãoo sretentores propostos para os dentes pila- res
situados distantes do espaco protético. Por

estarem unidos rigidamente aos retentores di- retos, através dos conectores, apresentam c o m
função principal estabilizar a prótese, contribuindo, secundariamente, como elemento au- xiliar de
retenção (Fig. 1-18).

Os retentores, tanto os diretos como os in- diretos, podem ser do tipo "intracoronário" (retentores
com encaixe) e "extracoronário"

(retentores com grampos), dependendo da si- tuação dos componentes desse elemento em
relação à coroa dos dentes pilares.

Retentores intracoronários - attachment, encaixes fresados, ceka

Os retentores intracoronários podem esta- belecer uma condição de perfeita justaposição

entre seus componentes ("macho e fêmea"), denominados "encaixes de precisão" ou attach-


ments, ou mostrar apenas uma situação de en- caixe com menos exatidão entre a relação des-
ses componentes, constituindo os encaixes fre- sados ou de semiprecisão.

ATTACHMENT

Os retentores intracoronários de precisão, também denominadosattachment, são constituí-

dos de uma associação macho-fêmea, em que normalmente a parte fêmea é posicionada in-
ternamente no bloco metálico que restaura o dente pilar e o componente macho soldadona
prótese parcial removível. A fêmea apresenta uma abertura lateral para dar passagem ao corpo
do componente macho.

ENCAIXES FRESADOS

Os retentores intracoronários de semipre- cisão, também chamados "encaixes de semi- precisão",


ou ainda "encaixes fresados", são confeccionados no próprio laboratório depró- tese dentária pelo
cirurgião-dentista ou pelo protético. Eles apresentam menor justeza en- tre o macho e a fêmea, e
a retenção, na maioria das vezes, é obtida por meio de grampos localizados na face lingual ou
palatina dos dentes pilares. Evita-se, dessa forma, o uso de grampos localizados na superfície
vestibular dosd e n t e s pilares para não comprometer a es- tética do paciente.

СЕКа

Outro tipo de encaixe de precisão (com ca- racterísticas, morfológica e mecânica funcional,
diferentes) apresenta o macho totalmente envolvido pela fêmea. A fêmea em geral é soldada na
coroa metalocerâmica executada para recuperar anatômica e funcionalmente o dente pilar, e o
macho é fixado na resina acrílica da sela da prótese removível. Fazem parte deste grupo os
attachments Ceka e similares, confeccionados em vários tamanhos e com ligas de ouro platinado
ou metais áuricos e não áuricos, de alta fusão, para trabalhos metaloplásticos o u metalocerâ-
micos, respectivamente (Figs. 1-23 e 1-24).

Eles são apresentados em dois tipos: rígi- dos e semirrígidos. Os rígidos são indicados para as
próteses parciais dentossuportadas.

Retentores extracoronários

Eles são retentores mais simples, econômicos e, quando indicados e executados de forma
correta, cumprem perfeitamente as funções programadas para a PPR (suporte, retenção e
estabilidade). Situam-se externamente em re- lação ao dente pilar e utilizam, como meio de
retenção e estabilização, elementos metálicos denominados "grampos", relacionados às suas
superfícies vestibular e lingual. A retenção é determinada pela elasticidade do grampo de
retenção que, após transpor a linha de maior convexidade do dente pilar (equador protético), se
instala sobre sua região retentiva. Quando a prótese se encontra assentada na

arcada dentária, o grampo de retenção relaciona-se passivamente com o dente pilar, isto é,
apresenta apenas uma situação de contato, sem desenvolver forças laterais sobre esse
elemento(Fig. 1-25).

o a prótese, está instalada como quando se executa a sua inserção ou retirada da boca, é
realizada pelo grampo de oposição ou esta- bilizador, rígido e largo oclusogengivalmente. Essa
ação estabilizadora é oferecida pela relação contatante e deslizante que o grampo de oposição
mantém com a área plana preparada sobre as superfícies lingual e proximal desses dentes,
denominada plano-guia (Figs. 1-25 e 1-26).

As teorias, os materiais e os métodos de- envolvidos para determinar essa condição de


neutralidade dinâmica e estática, que se esta- belece entre os retentores e os dentes pilares, são
analisados em detalhes no estudo dos siste- mas de retenção e de estabilização das próteses
parciais removíveis (ver Cap. 3).

Os retentores extracoronários são constituí- dos de três componentes distintos: apoio oclusal,
grampos (de retenção e oposição) e corpo(Fig. 1-26).
Apoio oclusal

É o elemento do retentor que determina a condição de suporte dentário para a PPR. Relaciona-se
normalmente com a região das cristas marginais da superfície oclusal dos dentes posteriores e
com áreas linguais, palatinas ou proximais das superfícies incisais dos dentes anteriores.

Nas próteses dentossuportadas, o apoio oclusal suporta e estabiliza a prótese no sen- tido
oclusogengival, transferindo a força mas- tigatória, que incide sobre os dentes artificiais, aos
dentes pilares (Fig. 1-27). Nas dentomucos- suportadas, parte dessa força é transmitida pe- los
apoios e parte pela sela.

Durante a mastigação, evita a ação de es- magamento exercida pela sela sobre os tecidos
gengivais localizados próximos aos dentes pi- lares, sendo, também, elemento importante para a
proteção da gengiva marginal contra a impactação alimentar.

A sua localização e formad e v e m ser tais que proporcionem a transmissão da força mastiga-
tória axial ao dente pilar. Atua como elemento importante na estabilização do dente pilar no
sentido gengivoclusal e mesiodistal.

Nichos

Eles são cavidades, áreas concavadas ou em forma de sulcos que têm por finalidade principal
alojar os apoios oclusais. São prefe- rencialmente preparados em blocos metálicos podendo,
quando necessário, realizá-los em restaurações de amálgamao uderesinas em es- pecial
desenvolvidas para os dentes posterio- res. Quando não houver essas possibilidades, são
executados no próprio esmalte dos dentes remanescentes íntegros. No caso de serem pre-
parados sobre o esmalte íntegro, havendo ex- posição dentinária, deve-se providenciar a res-
tauração dessa região (Fig. 1-27).

O nicho deve ter profundidade suficiente para que o apoio oclusal apresente espessura e
resistência, evitando que esse elemento sofra deformação e para não causar alteração no padrão
oclusal das arcadas dentárias.

Grampos

Eles são os elementos mecânicos do retentor que conferem estabilidade eretenção para a
prótese parcial removível. Eles retêm a prótese nas u a posição de assentamento, impedindo que
apresente movimento no sentido gengivoclusal quando o paciente utilizá-la funcionalmente.

Secundariamente, estabilizam a prótese impedindo que execute movimentos de báscula em


qualquer direção e sentido diferente da sua direção de inserção ou da direção gengivoclusal
anteriormente descrita. A união rígida dos retentores entre si, estabelecida pelos conecto- res,
determina que esses elementos desenvolvam características estabilizadoras para a prótese
parcial removível (Fig. 1-27).

A atuação dos grampos de retenção e oposição sobre os dentes pilares deve ser passiva.

Quando do assentamento correto da prótese na boca ou quando da sua inserção e retirada, os


grampos não devem exercer forças laterais sobre os dentes pilares. Essas forças, quando exis
tentes, devem ser anuladas pela atuação recíproca que se desenvolve entre eles.

Grampos de retenção ou retentivos- Eles são os elementos diretamente responsáveis pela


retenção da prótese. Os grampos de re- tenção circunferenciais apresentam uma parte inicial
mais rígidae uma final, elástica. A parte rígida, ou corpo do grampo, relaciona-se com regiões
expulsivas do dente pilar; a parte elás- tica e retentiva ou parte ativa do grampo situa- -se
gengivalmente em relação à linha demaior perímetro desse dente (equador protético), im-
pedindo que a prótese se desloque no sentido gengivoclusal (Figs. 1-26 e 1-27).

Grampos de oposição ou estabilizadores -

São grampos rígidos, largos oclusogengivalmen- te e que se contatam em toda a sua extensão
com áreas planas preparadas nas superfícies axiais

dos dentes pilares (planos-guia de inserção) ou, quando não for possível o preparo dessas mo-
dificações de contorno axial, com a sua região

equatorial (Figs. 1-26 e 1-27).

Eles são os principais responsáveis pela esta-

bilidade do dente pilar e da prótese. Sendo rígi- dos, neutralizam as forças impostas pelo gram-
po de retenção durante a inserção e retirada da prótese da boca, evitando que sejam impostas
forças laterais sobre os dentes pilares.

CORPO DO RETENTOR

E a parte do retentor que une o apoio oclu- sal e os grampos entre si, e estes com oconector
menor (Fig. 1-26).

Conectores
São barras metálicas rígidas que unem bi- lateralmente os retentores e a sela entre si. Eles

têm por função determinar que as condições de suporte, retenção e estabilidade da prótese
sejam plenamente desenvolvidas por esses ele- mentos. Eles se dividem em dois grupos: co-
nectores maiores e menores (Fig. 1-27).

Conector maior

Também denominado barra tangencial, apresenta-se como uma barra metálica rígida

Conectores menores

Eles se apresentam como pequenas barras metálicas, rígidas, que unem o corpo doreten- tor à
grade retentiva da sela e/ou ao conector maior (ver Fig. 1-16 e).

Sela

É o elemento da prótese parcial removível proposto para preencher os espaços protéticos, unir os
dentes artificiais entre si e à grade re- tentiva da armação metálica. Ela pode ou não apresentar a
função de transmitir a força mas- tigatória ao rebordo residual: Tem afunção de preenchimento do
espaço protético, nas pró- teses dentossuportadas, e de preenchimento e transmissão da força
mastigatória ao rebordo residual, naquelas dentomucossuportadas.

Preenchimento

Nas próteses parciais removíveis dentossu- portadas, a sela deve justapor-se perfeitamente ao
rebordo residual e satisfazer aos requisitos de conforto, estética e fonética almejados pelo
paciente. Não tem a função de transmitir a for-

ça mastigatória à mucosa de revestimento do rebordo residual (Figs. 1-28 e 1-29).


Dentes Artificiais

Eles são os elementos da PPR desenvolvi-


dos para substituir estética e funcionalmente os dentes naturais ausentes. Podem ser pré-fa-
bricados e adquiridos no comércio em vários formatos, tamanhos e cores, ou ser executados no
próprio laboratório pelo protético. Eles são confeccionadosde porcelana, resina acrílica ou deste
material associado a ligas metálicas para configurar a sua superfície oclusal. Eles são -fi xados à
grade retentiva da armação metálica com resina acrílica formadora da sela.
Entre as suas funções principais, objetivam preencher os requisitos de estética, auxiliar ou
melhorar a fonação e recuperar ou manter a eficiência mastigatória. Além dessas três fun- ções,
os dentes artificiais devolvem à arcada
a normalização de suas curvas funcionais e, o
que é mais importante, estabilizam essas con-
dições pelo maior tempo possível. Para que se
cumpra esta última função, as superfícies dos dentes artificiais devem ser confeccionadas de
materiais que não se alterem nem se desgastem facilmente (Fig. 1-32).
Dentes artificiais com superfícies funcio-
nais de resina acrílica podem ser utilizados
com reservas em casos especiais e / o u para o desenvolvimento dos acadêmicos em suas ta
refas de aprendizado. Quando usados no co-
tidiano da clínica particular, a sua superfície
funcional é protegida com liga metálica. Os dentes de porcelana, apesar de apresentarem mais
dificuldade para o trabalho clínico-labo- ratorial de execução da prótese e maior dureza que os
dentes naturais, são preferidos para re- abilitar a arcada inferior, proporcionando mais efeitos
estético-funcionais. Esta proposição está baseada no fato de que o efeito estético para os
dentes inferiores é representado por suas su- perfícies incisais, oclusais e parte da vestibular.
Infelizmente, nestes diais, é difícil encontrá-los no comércio (Fig. 1-32).
Os dentes de resina acrílica com superfície
funcional protegida com metal, apesarde pos- sibilitarem mais facilidade para executar a re- lação
oclusal de modo mais acurado, quando utilizados para a arcada inferior são totalmente
antiestéticos. Para a arcada superior, são per- feitamente aceitos, pois a superfície funcional não
é facilmente visualizada. Os dentes artifi- ciais de resina acrílica com superfícies funcio- nais
protegidas com metal são preferidos para reabilitar os pacientes parcialmente dentados, sempre
que o tator estético mostre-se secundá-
rio (Fig. 1-32).

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