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SINOPSE DO CASO: Paciente com problemas de oclusão mutuamente

protegida. 1
Francisca Hellen Meneses de Sousa 2
Ândria Milano 3
Pedro Natividade 4

1. DESCRIÇÃO DO CASO
Um jovem de 34 anos de idade que se chama Mariano, habitava no
bairro Cohab. Em um certo dia, procurou a clínica de Odontologia do Centro
Universitário UNDB, com queixa principal de distúrbios oclusais do tipo má-
oclusão dentofacial. Em seguida, foi realizado anamnese, com exames clínicos
e exames complementares feito pela a dupla responsável pelo o atendimento.

Com isso, após os exames e anamnese, clinicamente o paciente é


Padrão II Classe II, com mordida aberta anterior, apinhamento severo
anterossuperior e giro no dente 34. Ademais, o paciente relata que tinha
dificuldades ao se alimentar, principalmente para comer alimentos que ele era
necessitado morder para tirar um pedaço e logo em seguida mastigar o mesmo
alimento.

_________________________________
1
Case apresentado à disciplina de Oclusão,
Da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB.
2
Aluno do 5º período de odontologia da UNDB.
3
Professor (a), Mestre e Orientador (a).

2. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO


2.1 Descrições das decisões possíveis

Visto que, a oclusão é um conjunto de relações estáticas, funcionais


entre as estruturas oclusais dos dentes e as demais estruturas do sistema
estomatognático, que tem por função a fala, a mastigação e a deglutição e para
funcionar esse sistema precisamos de dentes, músculos e SNC. Sendo assim,
é importante que o cirurgião dentista tenho consciência dos princípios que
regem uma oclusão normal e ideal em dentes naturais, e quando necessário
utilizar esses critérios no restabelecimento de uma oclusão tornando-a
funcional e estável.
Diante do caso exposto, o paciente relata que tinha dificuldades ao se
alimentar, principalmente para comer alimentos que ele era necessitado morder
para tirar um pedaço e logo em seguida mastigar o mesmo alimento. E além
disso, clinicamente o paciente é Padrão II Classe II, com mordida aberta
anterior, apinhamento severo anterossuperior e giro no dente 34.
Vale ressaltar, que a mandíbula é composta por alguns movimentos.
Sendo eles movimento de lateralidade que tem o lado de trabalho e o de
balanceio, de trabalho é aquela para onde a mandíbula está direcionada e o de
balanceio é para onde ela está relaxada. E dentro do movimento de
lateralidade tem a guia canina, que é quando os caninos se tocam para fazer o
movimento de lateralidade.
O segundo movimento, para continuar a abertura, é duplo: enquanto a
rotação continua a ser realizada, a ela é associado um novo movimento, o de
translação, em que a cabeça da mandíbula desliza para frente até ficar sob a
eminência articular do osso temporal e isto pode ser notado pela palpação. Os
dois movimentos em sequência provocam o abaixamento máximo da
mandíbula, que desta vez permitirá a colocação de três dedos entre os dentes.
Já no movimento de retrusão puro, enquanto se mantém os dentes em
leve contato, os côndilos da mandíbula protraída são trazidos de volta para a
fossa mandibular por uma dupla de músculos retrusores da mandíbula que age
sinergicamente o digástrico e o temporal. Este se prende no alto do ramo da
mandíbula e o digástrico na base do corpo, em nível bem mais baixo, portanto.
Trabalhando em sinergia, um no alto e o outro em baixo, os músculos atraem
toda a mandíbula para trás, numa translação condilar bilateral de forma
equilibrada.
Assim, a trituração dos alimentos começa com a realização dos
chamados “movimentos excêntricos”, para a direita ou para a esquerda. As
cúspides antagônicas em ação entram em atrito. Com o passar do tempo, esse
atrito contínuo produz facetas de desgaste (desgaste fisiológico das cúspides),
ou seja, áreas lisas devido ao desaparecimento gradual das elevações e dos
sulcos. Naturalmente, os movimentos protrusivos, em que os incisivos
inferiores deslizam contra a face lingual dos incisivos superiores, para cortar o
alimento, também determinam desgastes.
Ademais, ainda na trituração, os ciclos mastigatórios se repetem até que
o bolo alimentar possa ser deglutido. Se decompostos, esses ciclos
consistiriam daqueles movimentos já citados de fechamento, lateralidade,
abertura, combinados no final do ciclo com fortes movimentos de retrusão e
protrusão. Na realidade, porém, há grande número de combinações de
movimentos, de tal modo que as repetições dos ciclos mastigatórios são feitas
de maneiras muito complexas. Os músculos não agem isoladamente, mas em
associação.
Ainda convém lembrar, que os dentes posteriores protegem os
anteriores de qualquer contato na posição estática da mandíbula e vice-versa
durante os movimentos excursivos, seguindo alguns princípios. Como,
Excursões Laterais que é definido o lado da qual ocorre a função mastigatória
(amassamento/trituração) recebe o nome de Lado de Trabalho, enquanto o
lado oposto recebe o nome de Lado Balanceio. Nesta excursão a relação de
trespasse vertical e horizontal dos dentes contactantes em todos os dentes do
lado de balanceio (desoclusão em lado de balanceio).
Além disso, o movimento protusivo mandibular é o deslocamento dos
côndilos para baixo e para frente, simetricamente, enquanto dentes anteriores
inferiores deslizam sobre a concavidade palatina superiores. Isto determina a
desoclusão dos dentes posteriores em movimento protusivo. Outrossim, é a
função de grupos na qual os caninos e dentes posteriores se tocam no final do
movimento lateral. Este toque é mais acentuado sobre o canino e diminui em
direção ao último dente da arcada. E ainda, a guia canina, que é o movimento
lateral, a maior altura vertical dos caninos em relação aos incisivos inferiores
combinado com a posição vertical destes dentes, permitem a desoclusão de
todos dentes posteriores.
Paralelo a isso, a guia incisiva define-se como a desoclusão dos dentes
posteriores e contacto dos dentes anteriores no movimento de protrusão
mandibular. Este movimento é promovido pela face palatina dos incisivos
superiores e pelo bordo incisal dos incisivos inferiores. Os três últimos
conceitos entram para a definição de oclusão mutuamente protegida. Com isso,
este tipo de oclusão é definido pela protecção dos dentes posteriores pelos
dentes anteriores nos movimentos excursivos da mandíbula, e proteção dos
dentes anteriores pelos dentes posteriores em intercuspidação máxima, sem
interferências.
Outro fator importante, é a posição maxilomandibular é a Máxima
Intercuspidação Habitual (MIH), que corresponde ao momento onde ocorre o
maior número possível de contatos entre os dentes independentemente da
posição condilar. Essa é uma posição de adaptação e pode ser facilmente
alterada após procedimentos odontológicos de reconstrução oclusal
(restaurações, próteses, etc).
Desse modo, diante do caso e os dados relatados, para solucionar o
problema do paciente extração dos pré-molares, tratamento ortodôntico, e em
caso de necessidade realizaria a cirurgia ortognática, que é um procedimento
que tem por objetivo restaurar ou reposicionar os ossos dos maxilares em
situações onde os pacientes apresentam assimetria na face. É importante
destacar que o dentista deve optar por tratamentos mais conservadores, no
entanto, em caso de necessidade deve ser feito a cirurgia ortognática, já que o
caso do paciente é um pouco mais sério.

2.2 ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CADA DECISÃO


A oclusão é um ramo muito importante da Odontologia, na qual é
formada pelos maxilares, elementos dentais, articulação temporomandibular e
músculos depressores e elevadores da mandíbula, além de ser a base para
todas pesquisas na área da odontologia restauradora e reabilitadora (MATOS,
2013).
Dessa forma, a oclusão é dividida em estática e dinâmica, sendo, no
movimento de lateralidade composta por três conceitos oclusais: oclusão
guiada em canino, função de grupo e oclusão balanceada bilateral. Estes
“guias” são responsáveis pela desoclusão dentária durante os movimentos
mandibulares, fazendo com que dentes que estão fora deste movimento,
tenham um alívio do contato, objetivando a redução de carga sobre os
elementos dentais (MATOS, 2013).
Segundo Camargo (2008) a atividade mastigatória é extremamente
complexa. Envolve movimentos rítmicos da mandíbula, sob controle do sistema
nervoso central e modulações de impulsos sensoriais periféricos, com a
finalidade de trituração do alimento preparando-o para a deglutição. O
posicionamento dos dentes nos arcos e o relacionamento funcional das faces
oclusais antagonistas são extremamente importantes no desempenho dessa
atividade.
O canino é o elemento dental ideal para a realização dos movimentos de
lateralidade. Durante o movimento lateral da mandíbula, o contato entre os
caninos antagonistas deve possibilitar a desoclusão dos dentes posteriores.
Esse deve ser realizado pela guia canina ou auxiliado pelos dentes posteriores
(MATOS, 2013).
Assim, o conceito da guia canina se refere aos movimentos de
desoclusão em movimentos laterais realizados pelo lado de trabalho que é,
quando as cúspides dos caninos inferiores ocluem com as cúspides dos
caninos superiores. E pelo lado de balanceio que é quando o lado oposto ao
qual a mandíbula se deslocou desoclui, que irá atuar com a dissipação de
forças, e minimizando assim as atividades dos músculos elevadores da
mandíbula deste lado. A funcionalidade do trabalho mastigatório não depende
só dos dentes, é um processo funcional que é estabelecido com ligamentos e
músculos (CAMARGO, 2008).
Durante o movimento mandibular na fase da mastigação, o dente canino
atua na proteção de recebimento de impactos das forças musculares e orienta
a mandíbula para que os dentes posteriores entrem em contato recebendo
menor carga mastigatória dada pela força horizontal. Em pessoas que não
possuem o guia canino, os segundos molares estão predispostos a
movimentos laterais pela força da carga mastigatória exposta, ocasionando
assim fratura de cúspides e maiores desgastes (FONTENELLE, 2021).
Segundo Camargo (2008) o movimentos de lateralidade: É quando a
guia canino e seu movimento os caninos se tocam somente no lado de trabalho
e todos os outros dentes da arcada desocluem. E função em grupo, quando se
há função oclusal de caninos, pré-molares e molares, no qual iram se tocar
durante os movimentos de lateralidade. Sendo a guia canina preconizada em
pacientes que possuem a arcada dentária completa e já a função em grupo já é
usadas para pacientes desdentados em caso de reabilitação com prótese.
Já os movimentos de protusão: Serão realizados pela guia anterior ou
guia incisiva, que é quando os incisivos se tocam, desocluindo assim, todos os
outros dentes da arcada. Movimentos de fechamento de boca: Quando os
dentes posteriores permanentes se ocluem, antes dos dentes anteriores
durante o momento do fechamento de boca (MATOS, 2013).
O profissional deve ter o conhecimento clínico e ser capacitado para
realizar um diagnóstico e tratamento do seu paciente em relação a sua
oclusão, pois é o relacionamento funcional entre os dentes em conjunto com os
componentes do sistema estomatognático. O conceito de oclusão se baseia na
relação dos dentes superiores com os inferiores, quando ambos se aproximam,
ou seja, são os contatos oclusais da arcada superior e inferior durante a função
mastigatória, onde se tem uma transmissão de forças oclusais ao longo do eixo
dos dentes. Com os conhecimentos da oclusão dentária, o cirurgião-dentista
poderá realizar um tratamento restaurador adequado, de acordo com o sistema
estomatognático do paciente, sendo assim possível tratar e prevenir futuros
desarranjos da oclusão (FONTENELLE, 2021).
As guias de desoclusão são definidas como movimentos que iram gerar
uma oclusão ideal, na qual iremos observar o lado de trabalho para aonde a
mandíbula se movimenta, sendo o lado funcional e o lado de balanceio, que é o
lado oposto onde a mandíbula se movimenta. Os movimentos realizados pela
mandíbula, serão de protusão, lateralidade e retrusão e teremos a desoclusão
definida em guia incisiva, guia canina e desoclusão em função em grupo
(FONTENELLE, 2021).
2.3 DESCRIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE VALORES
2.3.1 Foram analisados artigos sobre os movimentos da mandíbula.
2.3.2 Foi feito uma pesquisa a do movimento de protusão e a
importância.
2.3.3 Realizou-se um estudo sobre conceito da máxima
intercuspidação habitual e também da lateralidade mandibular.
REFERÊNCIA

MATTOS JUNIOR, Elbert. Comparação da eficiência entre os guias


para o movimento de lateralidade: uma revisão integrativa. Disponível
em: http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/9560/1/Elbert%20Mattos
%20J%c3%banior.pdf acesso em 29 de mar de 2023.

CAMARGO, Maitê André et al. Lado preferido da mastigação. Acaso


ou oclusão?. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São
Paulo, v. 20, n. 1, p. 82-86, 2008. Disponível em:
https://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article
/download/612/577 acesso em 29 de mar de 2023.

FONTENELLE, Anna Thereza Santos Penha. Guia canina como chave de


oclusão: revisão de literatura. 2021. Disponível em:
http://repositorio.undb.edu.br/bitstream/areas/496/1/ANNA%20THEREZA
%20SANTOS%20PENHA%20FONTENELLE.pdf acesso em 29 de mar de
2023.

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