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Ortodontia

Edward Angle é considerado o pai da ortodontia pois realizou diversas


invenções.
O brequete tem a função de copiar a posição e a inclinação do dente.
Os fios são maleáveis de níquel titânio.
A ortodontia preventiva geralmente é realizada até no máximo 12 anos, mas
geralmente é realizada até 7 anos.
A ortodontia preventiva busca tratar e evitar problemas futuros. Orienta a
retirada de hábitos parafuncionais (sucção digital, chupeta). Identificação de
disfunções (interposição de língua, respiração bucal). Conduta
multidisciplinar e encaminhamento para fono e otorrino quando necessário.
Possíveis geradores de problemas: Sucção digital após 3, no máximo 4 anos.
Uso de chupeta. Interposição de língua. Respiração bucal.

Condutas da ortodontia preventiva


• Observar se o paciente possui espaços para trocas dentárias
• Aparelhos mantenedores de espaço em caso de perda precoce de
dentes decíduos seja por cárie, trauma
• Extração programada de decíduos
• Manter a saúde bucal com o objetivo de prevenir perdas dentárias
precoce
• Grade palatina busca remover hábitos deletérios em casos de idade
mais avançada trabalhando em conjunto com o psicólogo

A mordida aberta se autorregula quando a causa é retirada.


A perda de dentes de leite precoce causa perda do guia de erupção, ou seja,
se o canino de leite caiu muito cedo, o canino permanente pode ficar retido
dentro do osso pela ausência do guia e pela presença de espaço.
Após a colocação da grade geralmente o paciente não volta a chupar o dedo
pois os dentes começam a alterar de posição e isso faz com que o dedo não
caiba mais.

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Ortodontia interceptativa
Ocorre quando há identificação do problema de forma suave, o problema
está no início. Geralmente em pacientes até 17 anos. O problema mais
comum é a mordida cruzada. A mordida cruzada pode causar um
desequilíbrio esquelético.
A mordida cruzada não se autocorrige, precisa saber a causa, que geralmente
é hábito.
O expansor palatino com ou sem grade é o mais usado.
O desvio da linha média indica que essa mordida cruzada é funcional.

Vantagens do tratamento precoce


• Evitar assimetria facial
• Reduzir o risco de trauma dos dentes anteriores
• Cortar hábitos prejudiciais
• Melhora a aparência e a autoestima
• Possibilitar que permanentes irrompam em posição mais favorável
• Reduzir o tempo de tratamento corretivo
• Reduzir necessidade de extração
• Reduzir necessidade de ortognática

Diferença entre preventiva e interceptativa


Preventiva: Evita que o problema surja
Interceptativa evita o agravamento do problema que já está instalado.
Pode ser realizada por clínicos gerais e por odontopediatras

Corretiva – Apenas o especialista faz


Quando os problemas já estão instalados de forma mais grave.
Limitada por discrepâncias ósseas muito graves que devem ser corrigidas
com cirurgia.
O problema mais comum é o apinhamento, que é a queixa do paciente.
Realizada por aparelho fixo ligado ou autoligado e invisalign.

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Classe I: Cúspide MV do 1°MI oclui na área de ameia entre o 2° PMS e o
1°MS.
A cúspide MV do 1°MS é alinhada diretamente sobre o sulco vestibular do
1°MI.
O contato entre molares ocorre tanto em ponta de cúspides e fossas quanto
em ponta de cúspides e cristas marginais.
A cúspide do canino superior oclui entre a cúspide do canino e do 1° pré-
molar inferior.

Classe II: É quando a maxila está para frente ou a mandíbula está para trás
ou um pouquinho de cada. A mandíbula pode ficar um dente inteiro para trás.
O canino inferior passa a ficar entre o canino superior e o 1° pré molar
superior.
A cúspide MV do 1°MI oclui na área de fossa central do 1° MS.
A cúspide MV do 1°MI é alinhada com o sulco vestibular do 1°MS.
Quando é comparada com a classe I, os contatos estão distalizados.
Divisão 1 tem overjet (inclinação vestibular dos incisivos).
Divisão 2 os incisivos estão inclinados lingualmente.
Comum estar associada a mordida profunda.

Classe III: Ou é uma maxila que cresceu pouco ou uma mandíbula que
cresceu muito. Pode ter mordida topo a topo ou mordida cruzada anterior.
A cúspide DV do 1° MI oclui na ameia entre o 2°PM e o 1°MS.
A cúspide MV do 1° MS é alinhada com ameia entre o 1° e o 2°MS.

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O paciente mesmo sendo classe I pode ter outros problemas de mordida, não
necessariamente a mordida dele estará perfeita.

Overjet é a distância entre a maxila e a mandíbula. Se não houver overjet,


não é possível corrigir classe II.
Overjet em 0 é a mordida topo a topo.
Overjet positivo: Maxila mais para frente. O overjet deve ser positivo em
uma oclusão ideal, mas de forma pequena.
Overjet negativo: Maxila de forma posterior a mandíbula.
Overbite em 0 a mordida é topo a topo.
Overbite diz se o paciente possui mordida aberta ou profunda.

Plano escapular
A classe da oclusão do paciente reflete na sua postura.

Quantificação do erro sagital


¼ Classe II = Erro de 1,75mm
½ Classe II = Erro de 3,5mm
¾ Classe II = Erro de 5,25mm
Classe II total = Erro de 7mm

Crescimento e desenvolvimento crânio-facial e da cavidade bucal

Um problema durante a gestação pode causar um comprometimento da


formação da oclusão do indivíduo, ex. a fenda palatina.
O crescimento craniofacial ocorre de forma diferente para cada indivíduo.

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Embriologia da face
A fenda palatina é muito comum causada por uma falha.
Depois da 7ª semana de gestação o esqueleto cartilaginoso começa a ser
substituído por osso.
A maxila são 2 ossos que se fundem pela sutura palatina mediana, envolve o
nariz e o fundo da órbita.
A formação dos ossos acontece (osteogênese) de 2 tipos:
-Intramembranosa: Origem em tecido conjuntivo membranoso. É
responsável pelo desenvolvimento dos ossos chatos (finos), que são os
principais ossos do crânio. O mesênquima se diferencia em osteoblastos e
produzem matriz osteoide que recebe deposição de cálcio e assim se
tornando osso. Formação óssea intramembranosa ocorre nas formas:
Todas as suturas, ocorre em área de tensão como o tracionamento do dente
com aparelho, ocorre na maxila toda, formada completamente. A mandíbula
tem o corpo e o ramo de formação intramembranosa.
-Endocondral: Origem em tecido cartilaginoso. Ossos longos como o fêmur
tem essa formação. Forma a grande parte do esqueleto. Ocorre em região de
pressão (articulações móveis e partes da base do crânio). A cartilagem cresce
e é substituída por osso. É um processo mais lento.
O movimento da amamentação promove uma pressão no côndilo do bebê
induzindo seu crescimento.

Crescimento ósseo
Ocorre com deposição e reabsorção onde a deposição deve ser superior para
que o crânio cresça.
Mecanismos do crescimento ósseo
• Deslizamento: Processo de aposição óssea em uma região
(osteoblasto) e reabsorção na área oposta (osteoclasto.) Regiões:
Reabsorção na cavidade nasal e seios maxilares pela pressão do ar.
Deposição no palato e processos alveolares pela reabsorção causada
pelo ar.
• Deslocamento: Enquanto o osso cresce e bate no outro osso, o osso se
desloca para outro lugar. O resultado de pressão ou tração de outros
ossos ou aparelhos ortopédicos causam esse deslocamento. A maxila

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crescendo para trás e para cima bate nos outros ossos e com isso ela
se desloca para frente e para baixo. A maxila cresce para cima e para
trás e se desloca para baixo e para frente. O aparelho pode frear ou
acelerar o processo de crescimento da maxila.

Toda a maxila cresce de área intramembranosa onde a maior área de


crescimento é o túber que se alonga para gerar espaço para os molares
permanentes.

Crescimento da mandíbula
Tem um crescimento misto de forma intramembranosa e endocondral.
A região de articulação (côndilo) tem crescimento endocontral.
A cabeça da mandíbula cresce para cima e para trás e a mandíbula se
desloca para frente e para baixo.

Tipo facial
• Braquifacial: Crescimento + horizontal. Face curta, achatada e de
ângulo da mandíbula muito marcado. Os ossos da mandíbula crescem
mais para frente que para baixo. Possuem tendencia a ter mordida
profunda. Curva de spee muito profunda.
• Mesofacial: Crescimento + equilibrado.
• Dolicofacial: Crescimento + vertical. A mandíbula cresce + para
baixo. Possui tendência a ter mordida aberta pois cresceu mais para
baixo do que para frente. Tendência a ter sorriso gengival.

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Processos de crescimento ósseo na prática
-Disjunção maxilar ou expansão rápida
É um procedimento ortodôntico realizada geralmente apenas até os 16 anos
e tem como objetivo separar as 2 maxilas. Geralmente busca corrigir uma
mordida cruzada. Essa atresia de maxila pode vir geneticamente ou de
hábitos como a respiração bucal. Aparelho: Disjuntor de Hyrax. Abre um
diastema que é considerado um sinal clínico que houve o rompimento da
sutura. O tempo de ossificação é de cerca de 6 meses.

-Movimento dentário ortodôntico


A força deve ser suave e constante por cerca de 28 dias, que alonga o
ligamento periodontal de um lado e comprime o ligamento periodontal de
outro. Onde há tensão há formação óssea e onde há pressão há reabsorção
óssea.

-Tração reversa da maxila


O aparelho é uma máscara facial que promove uma tensão na maxila. Pode
puxar a maxila para frente e para baixo ou para frente e para cima, em casos
de crescimento horizontal ou vertical. Tensiona a região das suturas
posteriores estimulando o crescimento. Em fase de crescimento gera ótimos
resultados. A tração gera deslocamento ósseo.
Ideal para classe III
Movimento: Tração reversa da maxila.

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-Amamentação e crescimento mandibular
Com a amamentação a mandíbula é estimulada e vai se desenvolvendo. A
forma com que o bebê movimenta o queixo para frente e para trás para retirar
o leite promove uma pressão na cabeça da mandíbula estimulando a
osteogênese endocondral.

Desenvolvimento da Dentição Decídua


20 dentes no total, não possui pré-molares.
Evolução:
-Período pré-natal
Quando o bebê nasce, ele já possui os dentes de leite formados intraósseo.
Os incisivos já possuem a coroa formada.
Quando a criança possui 6 meses, há o início da formação dos dentes
permanentes.
Com 20 semanas (5 meses) de gestação há o início da calcificação das
coroas.
Com 28 semanas (7 meses) de gestação a calcificação está quase completa.

-Período pré-dental
Não há dentes. Roletes gengivais, que são processos alveolares cobertos por
uma gengiva fibrosa onde os dentes irão se desenvolver. Há contato apenas
na região posterior e um retrognatismo fisiológico, pois a mandíbula se
desenvolve de forma tardia.

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-Dentição decídua
A média dos dentes erupcionarem é de 6 meses mas ainda é considerado
normal que atrase até 1 ano.
A dentição fica completa com 30 meses (2 anos e meio).
Divididos em 3 grupos: 8 incisivos, 4 caninos e 8 molares.
A criança com agenesia do dente de leite terá a ausência do permanente.

Sequência favorável de erupção de dentes decíduos: ICI – ICS – ILS – ILI –


1° molares – Caninos – 2° molares
Maxila e mandíbula seguem a mesma ordem de erupção.

Fase de erupção
-1ª fase: Erupção dos incisivos (6 a 12 meses)
Grande sobremordida e deslocamentos mandibulares.
É comum que o bebê faça movimento de protrusão pois não há nenhum
encaixe de oclusão.

-2ª fase: Erupção dos primeiros molares (a partir de 12 meses)


Com o nascimento dos molares inicia o 1° levante de mordida e o ganho
vertical da face, a fisionomia começa a se alterar. Há também o início dos
movimentos oclusais funcionais de protrusão e lateralidade, evolução dos
movimentos mastigatórios e com isso a melhor ingestão de alimentos mais
firmes.

Características normais/ideais
• Pouco overbite e overjet
• Presença de diastemas (arco tipo I de Baume), quanto mais melhor. Se
não há espaços, não caberá os dentes permanentes.
• Arco ovóide
• Plano terminal 2° molares retos

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• A classificação das classes oclusais (I, II e III) se inicia quando há o
1° contato entre os molares erupcionados.
• Degrau distal, se os dentes inferiores estiverem mais para distal do que
os superiores podem-se desenvolver uma classe II.
• Degrau mesial, se os dentes inferiores estiverem mesializados, pode-
se desenvolver uma classe III.
• As raízes são retas, verticais e paralelas sem inclinação, isso facilita a
avulsão do dente.
• Face oclusal e incisal no mesmo plano. Ausência de curva de Spee e
Curva de Wilson.

Arcos de Baume e Espaço primata


O espaço primata (espaço entre o canino e o incisivo lateral superior e entre
o canino e o 1° molar inferior) é muito importante para o surgimento dos
caninos permanentes.
O arco ideal é o tipo I de Baume, que possui diastemas.
O arco tipo II pode virar um arco tipo I de acordo com o crescimento do
paciente.
Arco tipo II de Baume é a ausência de espaços, podendo ou não ter o espaço
primata.
Pode ocorrer de cada arcada ter um tipo de arco.
Os dentes de leite são guias de erupção.

Função da dentição decídua


• Manutenção do espaço para os dentes permanentes
• Guia de erupção para os dentes permanentes
• Manutenção do processo alveolar

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• Mastigação, deglutição, fonação e estética
• Ao surgirem mais tarde possibilitam a amamentação
• Permitem o crescimento das estruturas faciais nos primeiros anos de
vida
• Ajudam a obter uma boa nutrição ao permitir a mastigação
• Estimulam o crescimento dos maxilares com a mastigação

Sinais de alerta em dentições decíduas


• Ausência total de espaços interdentais ou apinhamentos
• Perda precoce por trauma ou cárie
• Presença de hábitos parafuncionais
• Ausência de aleitamento materno
• Respiração bucal
• Interposição de língua
• Mordida aberta
• Mordida cruzada anterior e/ou posterior.

Dentição mista
Se inicia com o nascimento do 1° molar permanente (entre 5 e 6 anos).
Geralmente o 1° molar aponta antes de o 1° incisivo decíduo esfoliar.
Finaliza com a esfoliação do último decíduo (geralmente 2° molar).
Depois que a coroa esta completa o dente leva de 2 a 5 anos para começar a
nascer, de 1 ano a 20 meses para alcançar a oclusão após romper a gengiva.
O fechamento final do ápice ocorre quando o dente começa a ter contato, em
contato oclusal.

Sequência de erupção dos dentes permanentes


Maxila: 1° M > IC > IL >1° PM > 2° PM > C > 2° M
Mandíbula: 1° M > IC > IL >1° PM > C > 2° PM > 2° M
O canino superior permanente é o último dente que derruba um dente
decíduo.

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Classificação dentadura mista
-1° período transitório
Irrupção dos 1°M permanentes e a esfoliação dos incisivos decíduos,
continuamente a irrupção dos incisivos permanentes.

-Período intertransitório
A criança fica com os incisivos permanentes superiores e inferiores.
Primeiros molares permanentes.
Caninos e molares decíduos.

-2° período transitório


É a 2° fase de troca.
Esfoliação dos caninos e molares decíduos e a irrupção dos caninos, pré-
molares e segundos pré-molares.

-1° período transitório


Apinhamento primário dos incisivos inferiores em 50% das crianças, mas
vai melhorando sozinho com as fases de estirão do crescimento ósseo da
criança. É um problema apenas quando os caninos decíduos caem junto com
os incisivos decíduos.

Fenômenos compensatórios
Diastemas e espaço primata
Maior vestibularização dos permanentes. O dente inclinado para vestibular
faz com que o arco cresça.
Aumento da largura intercaninos com o aumento transversal dos arcos (o
crescimento do lado do arco).

Período intertransitório – Fase do patinho feio


Período pacífico – sem grandes alterações clínicas.

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Apresenta diastema fisiológico nos incisivos muito grande para que o canino
permanente consiga erupcionar.
Inclinação para distal dos incisivos
Sobremordida profunda (porque os molares não erupcionaram
completamente).

2° período transitório
Esfoliação dos molares decíduos e sobra de espaço (Leeway space)
De mesial a distal de um molar decíduo é maior do que o tamanho mésio
distal dos pré-molares permanentes, isso gera uma sobra de espaço.
Leeway Space descrito na literatura
-Arco superior: 0,9mm em cada hemiarco
-Arco inferior: 1,7mm cada hemiarco
Permite o ajuste final da relação sagital dos 1° molares permanentes.
Esse espaço é muito importante para corrigir o apinhamento dos incisivos.
Em decíduos não se divide em classes, se divide em degraus, a distal do 2°
molar de leite. O ideal é que seja reto.

Maloclusoes e aparelhos mais utilizados em dentição mista


-Placa expansora (não deve ultrapassar 1 ano de uso). Pode ser usado como
mantenedor de espaço, corrigir apinhamento, mordida cruzada posterior. É
um aparelho móvel. Ativada 1X por semana.
-Quadrihelix (aparelho permanente)
-Disjuntor de hyrax (aparelho permanente). Pode ter banda em pré-molar
também ao invés de só no molar. A anatomia abaulada do molar permanente
age de forma retentiva para auxiliar na hora de reter a banda. Ativado de 2 a
4X ao dia. O objetivo é romper a sutura palatina.

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Mordida aberta
Corrigida com aparelhos fixos ou removíveis. Quando a causa é chupar dedo,
utiliza um aparelho com presença de grade palatina e pode ser usado apenas
por 6 meses. Pode se autocorrigir apenas com a remoção do hábito.
No aparelho bite block seu objetivo é a intrusão dos dentes posteriores.

Mordida profunda
O objetivo é a intrusão dos dentes anteriores e muito mais a extrusão dos
dentes posteriores.
Promove um levante anterior, pode ser móvel ou fixo.

Classe II
Pode se utilizar o aparelho arco extra-bucal, o aparelho propulsor
mandibular, o aparelho removível pendex ou bionator.

Classe III e/ou mordida cruzada anterior


Pode-se utilizar aparelho removível com molas digitais.
Aparelho removível com arco progênico que vai forçando os incisivos para
trás quando a causa da classe é a vestibularização dos incisivos inferiores.
Placa lábio ativa + Elástico Classe III, promove a distalização dos molares
inferiores e o lábio pressionando a placa.

Apinhamento
Comum na dentição mista, se for suave e fisiológico não é necessário
intervenção.
Pode ser corrigida com aparelho fixo, placa expansora e extração seriada.

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Dentição permanente
Completa com mais ou menos em torno de 12 anos. Se inicia quando cai o
último dente de leite (2° molar decíduo) e está completa com o nascimento
do 2° molar permanente.
Características:
São 32 dentes divididos em 4 grupos:
-Incisivos: Cortar
-Caninos: Rasgar
-Pré-molares: amassar
-Molares: triturar

Oclusão ideal
Transversal: Normal, os dentes superiores estão mais para fora.
Sagital: Classe I de Angle
Vertical: Pequeno overbite (+/- 3mm) e overjet

Curvas de compensação
Curva de Spee: Observa apenas a vestibular, quando ideal possibilita um
overjet ideal.
Curva de Wilson: Tangencia formando uma curva suave de um lado dos
dentes ao outro.
Quando as curvas estão ideais e ocorre os movimento excêntricos da
mandíbula a oclusão está mutuamente protegida.
Oclusão mutuamente protegida: Os dentes posteriores protegem os
anteriores pelos contatos durante a oclusão e os dentes anteriores protegem
os posteriores das forças horizontais nos movimentos excursivos por meio
de guias anteriores.

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Maloclusões e aparelhos mais comuns na dentição permanente
-Apinhamento: Aparelho fixo com braquetes ou alinhador invisível
(invisalign)
-Classe II: Aparelho fixo com braquetes e uso de elásticos, alinhador
invisível (invisalign), aparelho ortopédico, propulsor mandibular. Quanto
mais vertical o elástico ficar mais ele tem função de extrusão.
-Mordida cruzada posterior: Aparelho fixo com braquetes e arcos expandidos
e/ou elásticos, alinhador invisível (invisalign), disjuntor de hyrax (sem
rompimento de sutura pelo aparelho).
-Mordida aberta anterior: Aparelho fixo com braquetes e uso de elásticos,
alinhador invisível (invisalign), mini implante ortodôntico para intrusão
posterior. A chance de mordida aberta recidivar em adulto é muito grande.

Biologia do movimento dentário


Pode ser:
-Fisiológico: acontece durante as funções de mastigação ou oclusão.
Deslocamento suave sem pressão ou tração. Deslocamento apenas no interior
do espaço alveolar. Ocorre na erupção de dentes decíduos e permanentes. É
a migração passiva para oclusal, mesial ou para espaços adjascentes ou
antagonistas.

-Ortodôntico: Causa uma remodelação óssea pelo uso de aparelhos que


causam pressão e tração prolongada.
Regiões de pressão causam reabsorção.
Regiões de tração causam deposição.
Inicia-se como a força fisiológica, mas com a manutenção da força ocorre a
remodelação óssea.
O osso é removido na área de pressão e adicionado nas áreas de tração.

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Tipos de movimento dentário
• Inclinação: Movimento vestíbulo lingual ou mesio distal da corora. A
força deve ser suave e constante. O dente gira em torno do centro de
resistência.
• Translação: Movimento do dente inteiro, de mesial para distal ou
vestíbulo-palatina. Geralmente é colocado força o mais perto possível
do centro de resistência do dente. É um movimento mais difícil pois o
dente tende a inclinar ao invés de se movimentar por completo.
• Rotação: É o giro do dente no próprio eixo, ex. a cúspide está para
distal e vai para mesial. Em dentes unirradiculares ocorre pouca
remodelação óssea. A contenção desse dente é muito importante pela
chance de recidiva.
• Verticalização: Ocorre quando um dente inclinou de forma errada.
Movimenta a coroa ou a raiz. Há risco de reabsorção radicular já que
o dente já se movimentou antes.
• Torque: Inclinação na raiz. Sendo anterior de dentes anteriores e
posterior de dentes posteriores. Positivo é a raiz para a vestibular e
negativo com a raiz para lingual.
• Extrusão: é um movimento fisiológico no sentido da erupção. Ocorre
sozinho se houver perda do dente antagonista, não há zona de pressão,
só tração.
• Intrusão: é o movimento mais difícil pois é oposto ao movimento
fisiológico. O risco de reabsorção de ápice é muito grande.

Classificação dos Fatores Etiológicos das Maloclusões

Oclusão é o encaixe dos dentes de uma forma ideal que as funções como a
mastigação possam ocorrer.

Má oclusão é um conjunto de falhas nos dentes que causam alterações da


normalidade. Pode ser quantificada em níveis de leve a muito severo e pode
envolver apenas um dente ou vários. A origem do problema é fundamental
para um correto diagnóstico e planejamento do tratamento.

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O diagnóstico correto permite decidir o melhor plano de tratamento, eliminar
a causa e estudar a estabilidade do tratamento.

As maloclusões tem aumentado com o tempo pela mudança nos hábitos


alimentares e a miscigenação racial.

Sua etiologia pode ser:


-Fatores extrínsecos (ou gerais):
Agem a distância e são difíceis de serem controladas, de origem sistêmica
ou que aparecem durante o desenvolvimento e o ortodontista tem atuação
restrita.
São elas: Hereditariedade, anomalias congênitas, fatores ambientais ou
sistêmicos.

-Fatores intrínsecos (ou locais):


São diretamente relacionadas a cavidade bucal e que podem ser controlados
pelo dentista.
São elas: Anomalia de número, tamanho, morfologia, posição, tempo, freio
labial anormal, anquilose, cárie ou restaurações insatisfatórias.

Hereditariedade
-Tipo facial
Não é possível alterar o tipo facial com aparelhos
• Braquifacial: crescimento com predominância horizontal
• Mesofacial: Crescimento equilibrado
• Dolicofacial: Crescimento com predominância vertical

Paciente braquifacial tem tendencia a ter mordida profunda, ou seja,


se o paciente com 6 anos que chupa dedo, ao retirar o estímulo pode
voltar normalmente essa mordida aberta.

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-Padrão esquelético
É possível diagnosticar desde a dentição decídua pois é um padrão
ósseo.
Aparelhos ortopédicos podem auxiliar no controle, mas a longo prazo
a face tende a voltar ao padrão original = instabilidade após a remoção
do aparelho
Pacientes braquifacial, que possuem apertamento na maioria das vezes
possuem maior estabilidade, de manter o resultado após o tratamento
ortodôntico.

-Discrepância dente-osso
A miscigenação racial aumenta a discrepância nos maxilares e
desarmonias oclusais. Não é possível prevenir.
O apinhamento é genético: reduzir a massa dentária com extração para
fazer com que caiba os dentes apinhados no arco

Anomalias congênitas
• Sindrome de down
• Displasia ectodérmica
• Fissura lábio palatinas
• Disostose cleidocraniana

Fatores ambientais
São fatores provenientes do modo de vida que podem ser controlados pelo
profissional. Exemplos: Hábito de sucção, mau posicionamento
lingual/labial, respiração bucal, traumatismo, perda precoce de dentes
decíduos ou permanentes.

Hábitos de sucção (dedo/chupeta)


• Sucção é um reflexo primitivo que desaparece entre 1 e 3 anos.
• Sucção de lábios, língua e dedo podem ser observados desde a vida
uterina,

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• Necessidade de sucção regride aos 3 anos e é considerada normal
até 5 anos.
• Pico da necessidade de sucção entre 4° e 10° mês de vida
• Na grande maioria dos casos o hábito é abandonado
espontaneamente entre 2 e 5 anos.
• Após 5 anos deve ser removido om abordagem multidisciplinar
• A persistência do hábito pode causar deformação oclusa pois
também existe o fator genético
• O grau de maloclusão depende da duração, intensidade e
frequência
• Resistencia alveolar e padrão morfogenético também influenciam
no grau do problema e dependem da genética do paciente.
Estudos mostram que a sucção digital é menos ruim do que a chupeta.
Após os 5 anos, se o hábito de sucção permitir, é necessário que haja
acompanhamento psicológico.

Mau posicionamento lingual


• A língua faz muita pressão que causa mordida aberta
• Causa: Amígdalas hipertóficas, distúrbios neuromusculares,
síndromes e macroglossia
• Consequência: Adaptação, a mordida aberta é criada pelo hábito de
sucção
• Má oclusão associada mais comum: Mordida aberta
• Vestibulariza incisivos superiores e inferiores

Mau posicionamento labial


• Interposição de lábio
• Aumenta o overjet
• Deglutição adaptada (a criança coloca o lábio para deglutir)
• Má oclusão associada a classe II, o overjet vai aumentando pela
permanência do lábio que empurra os dentes da maxila para frente
e segurando a mandíbula.

Respiração bucal

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• Estímulo ininterrupto que interfere consideravelmente no
crescimento do terço médio da face
• Origem: Hipertrofia adenóide, hipertrofia de amígdalas, rinite
alérgica, desvio de septo, hipertrofia de cornetos e tumores nasais
• Alterações faciais: narinas estreitas, lábios entreabertos, tonicidade
labial alterada causam uma face adenoideana.
• Alterações bucais como: Vestibuloversão dos incisivos superiores,
verticalização dos incisivos inferiores, palato ogival profundo,
mordida cruzada posterior.

Traumatismo e perda precoce


Impacta na posição de nascimento do dente permanente ou na
movimentação desse dente no arco.

Fatores sistêmicos como: desequilíbrio endócrino e alteração de


tireoide, metabolismo muito lento ou muito acelerado. Distúrbios
metabólicos como carência de vitaminas que podem causar atraso ou
aceleram as trocas dentárias.

Fatores locais ou intrínsecos


Anomalia de número
• Supranumerários: Maior incidência na maxila, mais comum,
chamado de mesiodens
• Agenesia: Geralmente bilateral, maior incidência no 3° molar >
incisivo ateral superior > 2° pré-molar superior > incisivo inferior

Anomalia de tamanho

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• Macrodontia: mais comum em um dente com maior incidência no
ICS
• Microdontia: raramente generalizada com maior incidência de ILS

Anomalia morfológica
• Conóide, com maior incidência no ILS
• Germinação
• Fusão
• Amelogênese imperfeita
• Hipoplasia
• Dens in dens
• Odontomas

Anomalia de posição
• Ectopia

Anomalia de tempo
• Perda precoce ou retenção prolongada do dente decíduo.

Outros fatores
• Freio labial anormal que pode causar diastema
• Anqulilose, o dente não termina de erupcionar, gruda no osso
• Cárie
• Restaurações insatisfatórias

Classificação das maloclusões

Discrepância de modelo
• Nula: Dentes alinhados com pontos de contato estabelecidos
• Positiva: Espaço presente maior que espaço necessário, há diastemas

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• Negativa: Espaço presente menor do que o espaço necessário,
presença de apinhamento
Quando o espaço negativo é maior que 7, é necessário que seja feita
extrações

Avaliação inter-arcos
O paciente é avaliado em 3 vertentes: Transversal, vertical ou sagital.

-Análise transversal
Diagnostica a mordida cruzada, mordida invertida, atresia maxilo-
mandibular ou mordida normal.
O tratamento precoce é importante pis não se autocorrige onde a
tendência é o agravamento com o passar do tempo. O arco dentário
superior é triangular.
Para o diagnostico se observa: arco dentário inferior que pode
compensar e atresiar causando uma atresia maxilo-mandibular;
avaliação inter-arcos observando se há mordida cruzada; avaliação
intra-arcos se o arco esta triangular; avaliação se o sorriso possui um
corredor bucal amplo (espaço escuro que denota deficiência
transversal).
No plano transversal pode ser:
-Unilateral: em MIH a linha média está coincidente com mordida
cruzada unilateral.
-Unilateral funcional: em MIH a linha média está desviada / em RC a
mordida cruzada é bilateral ou topo
-Bilateral: em MIH a LM está coincidente com mordida cruzada
bilateral
O paciente só mastiga do lado da mordida cruzada quando é unilateral.
Geralmente evolui para a bilateral com o tempo.

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A mordida cruzada pode ter origem:
-Dentária: Quando a alteração é a inclinação dentária. Apenas os
dentes superiores estão inclinados para lingual.
-Esquelética: Maxila alterada como palato profundo, corredor bucal
alterado, é um problema ósseo. O tratamento deve ser ósseo e não
apenas a inclinação do dente.
-Funcional: Contatos prematuros desviam a mandíbula e causam
mordida cruzada. Se for só um contato e estiver no início, apenas um
desgaste no contato prematuro pode ser suficiente.
Diagnosticar mordidas cruzadas é tudo que é possível realizar com
uma análise transversal.

-Análise Sagital
Classificação de classes: Classe I, II e III.
Pode haver classe I e outros problemas como o apinhamento.
A classe III pode ou não ter mordida aberta anterior, apesar de uma
classe III no molar.
Esse erro sagital pode ser quantificado, sendo:
¼ Classe II = erro de até 1,75mm
½ Classe II = erro de até 3,5mm
¾ Classe II = erro de até 5,25mm
Classe II total = erro de até 7mm
Mais que 7mm pode-se dizer que a
classe é total de erro.

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-Análise Vertical
É possível diagnosticar com uma visão de frente mordida aberta, mordida
profunda ou topo a topo.
O valor normal da sobremordida é de 2,5 a 3mm.
Curva de Spee: Quando está acentuada causa mordia profunda e quando está
invertida causa mordida aberta.

-Mordida aberta
É um tratamento difícil de pouca estabilidade.
O diagnostico do problema é muito importante para saber onde está a
alteração da normalidade.
Deve-se identificar qual a estrutura que está alterada, se é o dente, o
osso ou se é funcional para determinar as limitações.

Considerações
• Overbite negativo entre as bordas incisais dos anteriores.
• Dentes posteriores em oclusão
• Alterações estéticas, dificuldade de apreensão e corte dos
alimentos.
• Fonação prejudicada.
• Afeta o psicológico.
• O prognóstico depende da gravidade e da etiologia.

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-Mordida profunda
A origem mais comum é a curva de spee profunda.
Muitas vezes está relacionada a Classe II
pela deficiência de crescimento da
mandíbula. A maxila cobre a mandíbula
em todos os sentidos.
Pode causar DTM pelo travamento da
mandíbula posteriorizada e pelo excesso
de rotação anti-horária.

A partir daqui não cai no avaliando aprendizado 1

Aparelhos preventivos e interceptativos


-Preventivos: Previne a perda de espaço pela perda precoce de dentes
decíduos (mantenedores de espaço). Previne problemas causados por hábitos
como chupar dedo (grade palatina). Os principais aparelhos são:
Mantenedores de espaço e grade palatina.
A grade palatina também pode ser usada quando a mordida aberta já está lá.
Mantenedores de espaço fixos: Depende da idade da criança, o qe a
família prefere, se já houve a tentativa do móvel. Principais: Banda alça
(superior ou inferior), coroa alça (superior ou inferior), arco lingual de nance
(inferior), botão de nance (superior), barra transpalatina (superior).
Mantenedores de espaços removíveis: Aparelho removível com dente
ou prótese total infantil (ex. cárie de mamadeira). A parte mais difícil é a
colaboração do paciente.
Grade palatina: Utilizada para mordida aberta para retirar algum
hábito. Pode ser fixa ou removível, dependendo da colaboração do paciente.
Todo aparelho com banda é fixo.
A mordida aberta quando a causa é apenas o hábito, a mordida fecha sozinha.
Quando não depende das bases ósseas. Quando o paciente não possui as
bases ósseas favoráveis, com a remoção do hábito a mordida aberta melhora,
mas não é tratada apenas com a remoção do hábito.
A grade para se autocorrigir pode ser utilizada em pacientes com até 10 anos.

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-Interceptativos: Aparelhos mais ativos que corrigem problemas já
instalados.
Trata: Mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior, mordida
profunda, Classe II, Classe III, apinhamento.
A mordida cruzada posterior advém de hábitos de sucção, respiração bucal.
Expansor inclina dentes.
Disjuntor abre a sutura da maxila, função em osso, utilizado apenas em
paciente em crescimento, depende de como é ativado. Deve ser ativado de
forma mais intensa para que haja o rompimento da sutura.
Quanto mais novo o paciente mais voltas pode-se dar para expandir o
aparelho.
Mordida aberta tratado com aparelhos como ortopédico SN3 ou bite block
onde apenas a remoção do hábito não é suficiente.
Mordida profunda trata com aparelho removível de levante anterior, levante
fixo anterior ou aparelho ortopédico.
Classe II tratado com arco extra-bucal, aparelho propulsor mandibular,
pendex ou bionator. Quase toda classe II tem mais envolvimento mandibular
que maxilar.
Classe III ou mordida cruzada anterior são tratados com aparelho removível
com mola, placa lábio ativa + elástico classe III, aparelho removível com
arco progênico, disjuntor de hyrax + máscara facial de petit.
Apinhamento: É causado sempre quando falta espaço.

Mantenedores de Espaço
Utilizado em perda precoce.
O que é uma perda precoce?
Perda do dente decíduo 1 ano antes do permanente nascer.
Os dentes mais perdidos são os molares inferiores> molares superiores >
canino
A principal causa é a cárie, depois trauma ou reabsorção de raiz (quando não
há espaço e o permanente reabsorve o dente ao lado.

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Principal consequência: migração dos dentes adjacentes para o espaço vazio.
Outras consequências: Problema fonético, problema psicológico, instalação
de hábitos deletérios, mau posicionamento da língua e lábios, dificuldade de
deglutição e mastigação.
Região anterior é menos xxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxx

• Destinados a preservar o espaço do dente perdido


• Mais utilizado na dentição decídua e mista
• Ideal: ocupa espaço prematuramente, não interfere no permanente
• Deve devolver função sem interferir no crescimento ósseo
• Dentes prestes a erupcionar (estágio 7 de Nolla, ou seja 1/3 da raiz do
permanente formado), não precisam de mantenedor.

Indicações
• Manter espaço
• Devolver estética, fonação e função
• Evitar hábitos parafuncionais
• Fatores psicológicos

Contra-indicações
• O espaço já foi perdido
• Sucessor erupcionado (estágio 7 de nolla ou +)
• Falta de colaboração do paciente
• Falta de acompanhamento do tratamento

Características ideais
• Preservar perfeitamente o espalho perdido
• Manter função
• Não interferir na erupção do sucessor
• Guiar o sucessor (mantendo os outros dentes em posição)
• Evitar extrusão do antagonista
• Não interferir na fala

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• Preservar tecidos moles
• Fácil higienização
• Resistência e permitir reparos

Cefalometria
É uma análise realizada através da telerradiografia lateral. O traçado que é
realizado em cima da radiografia é a Cefalometria, mas o nome da
radiografia é telerradiografia.
Apresenta uma grande variedade de análises, com diversos traçados.
As análises mais utilizadas são: USP, UNICAMP, Ricketts, McNamara,
Trevisi
Há 10/15 anos atrás a Cefalometria era realizada de forma manual mas
atualmente existem programas digitais que definem os pontos e medidas e o
radiologista confirma se os pontos estão corretos.
Quanto maior o ângulo SNB, mais dólico o paciente é, quanto menor o
ângulo mais braqui o paciente é.

Etapas
• Desenhar as estruturas anatômicas que me interessam
• Pontos cefalométricos: Dentro da estrutura anatômica identificar e
marcar os pontos nas estruturas que me interessam
• Baseado nesses pontos traças as linhas e planos
• Grandezas cefalométricas: medidas lineares e angulares

Etapas da Cefalometria
• Desenho das estruturas anatômicas ex. dentes e tecido mole de uma
telerradiografia.
• Pontos cefalométricos, identificação e marcação dos pontos.
• Traçado de orientação: Linhas e planos.
• Grandezas cefalométricas como medidas lineares e angulares.

-Sela túrcica: Ponto S

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• Está no osso esfenoide, na base média do crânio onde está a glândula
• Esse osso é uma referência, se movimenta muito pouco durante o
movimento de crescimento do paciente, é o ponto de partida de muitas
medidas.

-Fronto-nasal: Ponto N
• Está na sutura entre o osso frontal do crânio e os ossos nasais.
A linha SN apresenta uma boa referência da base do crânio do paciente.

-Órbitas: Ponto “Or”


• Contorno da órbita
• Quando o lado esquerdo não se sobrepõe ao direito (formam 2 linhas)
é realizado um traço médio no centro das 2 linhas.

-Maxila: Ponto “A”


• Contorno do osso maxilar, a região importante é a região anterior da
maxila. Permite a visualização de sua posição e relação com estruturas
adjacentes.
• Com base nesse desenho é possível ver se o dente está mais
palatinizado ou vestibularizado.

-Mandíbula: Ponto “B”


• Desenha e contorna o osso mandibular por completo.
• É possível observar a inclinação da mandíbula, a rotação.

-Pório: Ponto “Po”


• Conduto auditivo externo – na altura da cabeça da mandíbula.
• Fica na mesma altura do côndilo.

-Dentes
• Primeiros molares a Incisivos centrais

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-Perfil mole
• Importante saber se o lábio esta mais vestibularizado ou para trás, se
a boca está mais aberta ou mais fechada.
• Desenho desde a parte superior da região do osso frontal até o final do
queixo e início do pescoço.

Após o desenho feito são realizados os pontos, que quanto menor, melhor.

Pontos que importam:


-Ponto S (S)
• Ponto médio da concavidade óssea da Sela Túrcica

-Ponto N (Násio)
• Intersecção da sutura do osso frontal e ossos do nariz.

-Espinha nasal anterior (ENA) e Espinha nasal posterior


(ENP)
• Ponto mais anterior e mais posterior da maxila.

-Ponto A (subespinal)
• É o ponto mais profundo da concavidade anterior da
maxila, onde a régua toca primeiro quando vem de posterior
para anterior.

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-Ponto B (supra mentoniano)
• Ponto mais profundo da concavidade anterior da
sínfise mentoniana (do mento). É onde a régua toca
primeiro quando está de forma vertical e vem de posterior
para anterior.

-Ponto Go (Gônio)
• Determinado pela bissetriz (metade de um ângulo) da
tangente (reta que tange, que passa) do corpo e do ramo
mandibular.

-Ponto Gn (Gnático)
• Ponto mais anterior e inferior da concavidade anterior da
sínfise mentoniana. É onde a régua toca por último quando
está de forma vertical e vem de posterior para anterior.

Linhas e planos de orientação


Realizadas após a demarcação dos pontos que fornecem grandezas
cefalométricas que ao ser comparada com valores de normalidade pré-
estabelecidos é possível determinar o plano de tratamento do paciente.
Linha: União de dois pontos
Plano: União de três ou mais pontos

Linha SN
• União dos pontos S e N, situados na base do crânio.
• Referência com estabilidade pois se movimenta muito
pouco durante o processo de crescimento do paciente.

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Plano Maxilar
• União dos pontos espinha nasal anterior e posterior (ENA
e ENP). Ajuda a definir se o paciente possui uma mordida
aberta ou fechada e a rotação da maxila.

Plano Oclusal
• União da incisal do incisivo central inferior e o ponto
médio da oclusal dos 1° molares. Também mostra a
mordida aberta ou profunda.

Plano Mandibular
• União dos pontos Go e Gn.
• Delimita o traçado cefalométrico em sua
extremidade inferior.
• Mostra a rotação da mandíbula e se o paciente tem
tendência a ter mordida aberta ou fechada.
O paciente pode ter um problema ósseo, mas os dentes podem ter inclinação
dos dentes que compense essa inclinação óssea.

Linha NA
• Mostra a região anterior da face do paciente.
• União do ponto N e o ponto A.

Longo eixo do incisivo central superior


• Traçado uma reta no eixo longitudinal do incisivo
superior, formado pela união da borda incisal com o ápice
radicular.

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Longo eixo do incisivo central inferior
• Traçado uma reta no eixo longitudinal do incisivo
inferior, formado pela união da borda incisal com o ápice
radicular.

Grandezas cefalométricas
São medidas lineares ou angulares constituídas pelas linhas e planos de
orientação.
Se divide em:
-Perfil esquelético e relação das bases ósseas
-Padrão muscular
-Arcos dentais X Bases apicais

SNA
• Ângulo formado pela intersecção das linhas
SN e NA.
• Indica a posição da maxila em relação a base
do crânio.
Norma clínica, maxila bem-posicionada: 82°
Ângulo superior a 82°: Maxila prognata em relação a base do crânio.
Ângulo inferior a 82°: Maxila retrognata em relação a base do crânio.
O ângulo SNA aumentado indica uma classe II.
O ângulo SNA diminuído indica uma classe III.

SNB
• Ângulo formado pela intersecção das linhas
SN e NB.
• Determina a relação antero-posterior da
mandíbula em relação a base do crânio.
Norma clínica, mandíbula bem-posicionada: 80°

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Acima: Mandíbula prognata em relação a base do crânio.
Abaixo: Mandíbula retrognata em relação a base do crânio.

ANB
• Ângulo formado pela união das linhas NA e NB. É
a diferença entre os ângulos SNA e SNB. (ANB =
SNA – SNB)
• Determina a relação ântero-posterior entre a maxila
e a mandíbula.
Norma clínica: 2°
Acima: relação esquelética de classe II
Abaixo: relação esquelética de classe III.
Se o ângulo ANB for negativo, o paciente é classe III.

Oclusal.SN
• É a medida oclusal unida com a SN.
• Determina a rotação do plano oclusal, se o paciente
é dólico, braqui.
• Rotação no sentido horário = mordida aberta.
• Rotação no sentido anti-horário = mordida
profunda
Norma clínica: 14°
Acima: tendência a mordida aberta
Abaixo: tendência a mordida profunda

GoGn.SN
• Ângulo formado pelo prolongamento da linha
GoGn cm a linha SN.
• Determina a posição rotacional da base da
mandíbula em relação a base do crânio.
Norma clínica: 32°

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Acima: tendência ao crescimento vertical, ou seja, tendência a ser
dólicofacial, tendência a ter mordida aberta.
Abaixo: Tendência ao crescimento horizontal, ou seja, a ser braquifacial.

1.PIMax
• Ângulo formado pela linha do longo eixo do
incisivo central superior em relação ao plano
maxilar.
• Determina a inclinação do incisivo central superior
em relação a maxila.
Norma clínica: 110°
Acima: ICS vestibularizado
Abaixo: ICS lingualizado

1.PIMand
Ângulo formado pela linha do longo eixo do
incisivo central inferior em relação ao plano
mandibular.
Determina a inclinação do incisivo central inferior
em relação a mandíbula.
Norma clínica: 95°
Acima: ICI vestibularizado
Abaixo: ICI lingualizado

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