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Mariana Guterres - ATO 2024/2

Orto = Angle 1907 de forma inadequada levam consigo os


Conceito de ortodontia = parte da dentes permanentes, estes erupcionam de
odontologia ao estudo do crescimento crânio maneira incorreta devido o crescimento da
facial, desenvolvimento da oclusão e face incorreta.
tratamento das anomalias oclusais - pode haver o crescimento maior da
Alguns exemplos de necessidade ortodôntica: maxila ou da mandíbula
→ Durante o desenvolvimento da oclusão, se - Mandíbula recuada tem-se o queixo
não existiu espaço adequado para o correto recuado e a maxila para frente
alinhamento dos dentes permanentes. Orto 3 níveis :
→ Se durante o desenvolvimento da oclusão, 1. Preventiva = procedimentos q visam
ocorreu um desequilíbrio funcional causado impedir o surgimento de um
por hábito de sucção (mordida aberta problema (manutenção de espaço,
anterior + mordida cruzada posterior). remoção de hábitos indesejados:
→ Se durante o desenvolvimento da oclusão deglutição, fono, respiração…)
ocorreu trauma no dente decíduo que 2. Interceptativa = visam devolver
deslocou o germe do dente permanente. condição de normalidade, corrigindo
→ Se durante o desenvolvimento da oclusão o problema ( recuperação do espaço,
ocorreram perdas precoces do dente decíduo tratamento de anomalias de erupção,
e perda de espaço para o dente permanente. tratar os problemas decorrentes dos
Devemos considerar que não são só os hábitos)
dentes que se desenvolvem, mas → Exemplo: mesialização do primeiro molar
também os ossos da face permanente após perda precoce do segundo
→ O crescimento craniofacial inadequado molar decíduo, resultando em impacção do
pode levar a uma má segundo pré-molar.
relação entre os arcos dentários superior e ▪ Nesse caso, não é possível fazer ações
inferior preventivas, como mantenedores de espaço.
• A ortodontia é o ramo da odontologia Deve-se agir para recuperar o espaço perdido.
relacionado com o estudo do crescimento → Exemplo: erupção ectópica do primeiro
craniofacial, do desenvolvimento da oclusão molar permanente, causando reabsorção do
e com o tratamento das anomalias segundo molar decíduo e impacção do
dentofaciais decorrentes destes processos segundo pré-molar permanente (anomalia de
→ A ortodontia pode ser preventiva, erupção).
interceptativa e corretiva ▪ Regularização da posição e do processo
eruptivo através de movimentações
Ectópica = erupção fora do eixo correto (ex: ortodônticas.
quando o germe sofre trauma) → Exemplo: mordida cruzada posterior
Face cresce durante toda a vida, até a vida ▪ Regularização com aparelho expansor fixo
adulta de 18-20 anos) se estes ossos crescem para regularização dos arcos.
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→ Exemplo: mordida cruzada anterior ▪ Dentadura mista ou de transição


▪ Regularização com aparelho fixo com mola ▪ Dentadura permanente
→ Exemplo: mordida aberta anterior
▪ Regularização com placa acrílica com grade Cavidade bucal do recém nascido
palatina → dentes neonatais devem ser extraídos →
dificultam a amamentação
3. Corretiva = Encontram-se os 0-6 meses não devem aparecer dentes
procedimentos clínicos que envolvem *nasce com dentes = dente natal
movimentações dentárias mais *dente nasce no 1° mês = dentes neonatais
complexas e, por isso, requerem *são dentes extranumerários e devem ser
aparelhos ortodônticos de maior extraídos, sua inserção é apenas gengival.
precisão.
→ Realizada na fase da dentadura Período dos roletes gengivais = tempo entre
permanente para a correção dos mais o nascimento e início da erupção.
diversos tipos de más oclusões. Arcada inferior: tecido fibrosado
—--------------------------------------------------------- → Nesta fase os processos alveolares são
- constituídos de pequenos núcleos onde estão
os germes (se apertar de leve apresenta
Dentição Decídua - constituição e isquemia).
evolução → Nos primeiros meses a mandíbula e a
maxila são mais rudimentares - há uma
Processo de crescimento e desenvolvimento predominância dos ossos do crânio do que da
facial. face.
• Caracterizado por diversos eventos → 1° mês a mandíbula ainda é dividida ao
biológicos que promovem mudanças meio em: hemimandíbula direita e esquerda.
dimensionais e nas estruturas da face, ao
mesmo tempo em que busca manter o Erupção dentária: migração do dente em sua
equilíbrio anatômico e funcional entre elas. posição mais intraóssea até tocar o
• A oclusão está intimamente relacionada antagonista.
com o crescimento facial. ● Aspectos locais: vermelhidão na
→ Se o crescimento facial ocorre de forma gengiva ou tumefação, manchas e
anormal, há um desequilíbrio na oclusão. eritemas na bochecha.
• Divisão ● Aspectos sistêmicos: irritabilidade,
→ Segundo tipo de dentes (difiodonte) aumento da salivação, aumento da
▪ Dentição decídua sede e insônia.
▪ Dentição permanente *mitos: febre, diarreia e convulsões.
→ Segundo a evolução Fases:
▪ Dentadura decídua ou temporária 1- pré-eruptiva
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2- pré-funcional (quando rompe a gengiva) → A calcificação dos dentes decíduos


3- funcional (oclui) começa entre o quarto e o sexto mês de vida
intrauterina e não se completa até o primeiro
Cronologia de erupção ano de vida, sendo que a rizogênese
→ Individual prossegue até o final do terceiro ano.
▪ ICI = 6 meses
▪ ICS = 7 meses
▪ ILS = 8 meses
▪ ILI = 9 meses
▪ 1o MTI = 12 meses
▪ 1o MTS = 14 meses
▪ CI = 16 meses
▪ CS = 18 meses
▪ 2o MTI = 20 meses
▪ 2o MTI = 24 meses
▪ Espera-se que entre 2 anos e 2 anos e meio,
a dentadura decídua esteja completa e em
oclusão
→ Por grupo
▪ Incisivos: dos 6 aos 12 meses Análise extraoral
▪ 1os molares: dos 12 aos 18 meses • Analisar perfil, de frente e de frente sorrindo
▪ Caninos: dos 18 aos 24 meses Aspectos clínicos e radiográficos da
▪ 2os molares: dos 24 aos 30 meses dentadura decídua
→ Ideal • Anatomia dos dentes decíduos
▪ IC → IL → 1°M → C → 2°M → Incisivos
• Calcificação dentária ▪ Não tem muito predomínio de uma
→ No período de amamentação (anel dimensão sobre a outra (quadrados)
neonatal), as coroas e raízes dos incisivos → Caninos
centrais e laterais estão calcificados, a coroa ▪ Vertentes mesial e distal vão quase até a
do canino, coroa e parte da raiz do 1°molar e borda gengival.
coroa dos 2°molares → Molares
→ Com o tempo, vai se concluindo a ▪ Os primeiros molares superiores decíduos
formação radicular possuem duas cúspides vestibulares e uma
→ Por volta dos 3 anos, toda a calcificação palatina - nenhum dente permanente se
dos dentes estará completa (coroa e raiz) parece com ele.
→ A calcificação dos incisivos começa ainda ▪ Os segundos molares superiores decíduos
no período intrauterino são uma cópia fiel dos primeiros molares
superiores permanentes – 4 cúspides, 2
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vestibulares e 2 palatinas (MP maior que a ▪ Tipo II – arco sem espaços interdentais, não
DP). sendo incomum a presença de apinhamento
Sulco distal que se prolonga pela face anterior.
palatina. Se diferenciam pelo tamanho e cor → Forma do arco
▪ Os primeiros molares inferiores decíduos ▪ Semicircular
possuem 2 cúspides vestibulares e 2 cúspides → Forma da abóbada palatina
linguais ▪ Mais raso e amplo do que na dentição
▪ Os segundos molares inferiores decíduos permanente
possuem a face oclusal semelhante à → Relações transversais
anatomia dos primeiros molares inferiores ▪ Todos os dentes superiores devem passar
permanentes – se diferenciam pelo tamanho por vestibular dos dentes inferiores –
e cor (3 cúspides vestibulares e 2 linguais) qualquer inversão dessa relação transversal,
estaremos frente a más oclusões.
• Se radiografar uma criança por volta dos 5 ▪ Todos os dentes decíduos verticalizados,
anos de idade, vemos toda a dentição perpendicular ao plano oclusal.
decídua em oclusão e uma acentuada → Relações sagitais ou lateral
formação da coroa dos incisivos e 1os ▪ Trespasse horizontal
molares permanentes, coroa dos caninos e 1°s Nos incisivos, o trespasse horizontal (overjet)
pré- molares, 2°s pré-molares e 2°s molares deve ser de 0-1mm (máximo). O ângulo
ainda no início da formação da coroa. 3os formado da oclusão é quase 180°
molares não são visíveis → face palatina do superior toca na face
Espaços interdentais (diastemas) vestibular do inferior. Quase de topo.
→ Espera-se que na dentição decídua tenha- ▪ Relação dos caninos: O canino superior
se diastema em todos os dentes. Para que os deve ocluir entre o canino inferior e o
permanentes tenham espaço para primeiro molar inferior decíduo – no espaço
erupcionar. primata inferior
→ Sua presença indica que os permanentes ▪ Plano terminal dos 2°s molares temporários
provavelmente terão espaço adequado O plano terminal deve ser reto (distal) – 76%
quando irromperam. das crianças, 14% das crianças possuem
→ Diastemas primatas = macacos jovens degrau mesial e 10% das crianças possuem
possuem estes espaços, são espaços maiores: degrau distal.
Superior = mesial dos caninos → Se estiver errado, provavelmente o canino
Inferior = distal dos caninos vai estar ocluindo errado também.
→ Relações verticais
Tipos de Arcos - segundo Baume ▪ Percebe-se que os dentes decíduos não tem
▪ Tipo I – arco com espaços interdentais, inclinações, são perfeitamente
distribuídos em diversas variações possíveis. perpendiculares ao plano oclusal.
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▪ Os dentes decíduos exibem paralelismo ↪ 8 permanentes ant. + 4 permanentes post


entre o longo eixo dos dentes inferiores e + 2 decíduos no meio (24 dentes ao todo)
superiores.
▪ Trespasse vertical deve ser de 0 a 1 mm 2° período
▪ Inclinações axiais são inexistentes
▪ O plano oclusal é uma linha reta
▪ Em torno dos 2 anos e meio, em função dos
desgastes dentários decorrentes da
mastigação e da erupção dos dentes
posteriores, o trespasse desaparece, transicional
chegando a uma relação de topo a topo ↪ Esfoliação de caninos e molares decíduos
característica. ↪Erupção dos caninos, pré-molares e
—--------------------------------------------------------- segundos molares
-
DENTIÇÃO MISTA Espaço livre de Nance
↪ Soma do espaço de canino decíduo a 2°
Decíduos = posição vertical molar decíduo é maior que o espaço de
Permanentes = posição angulada canino a 2° PM permanente.
Agenesia do decíduo ➙ não é esperado que ↪ Soma MD de Canino + 1° e 2°molar
o permanente venha ➙ pq todos os dentes decíduos é > que canino + 1° e 2° PM
permanentes se formam a partir do germe do permanente
dente decíduo. Os molares se formam a partir Arco sup = 1,8 mm
da Lâmina dentária, assim como todos os Arco inf = 3,4 mm
dentes decíduos.
⇨ Mais comum em 1° PMI e 2°PMS
Dentição mista:
↣ Precoce: 6 - 7 anos
↣Tardia: 10 anos (comum colocar
mantenedor de espaço)
Plano terminal
1° período transicional: ➜ Segundos molares decíduos orientam os
↪ Esfolia incisivos decíduos primeiros molares permanentes.
↪ Erupciona os 1°M permanente ➜ Plano terminal reto – ausência de degrau
↪ fica com 4 ISP + 4 IIP + 1°MP ▪ Dentes indo para uma situação de Classe II
ou de Classe I.
Período Intertransicional ➜ Plano terminal com degrau mesial
↪ Não esfolia e nem erupciona ▪ Dentes indo para uma situação de Classe I
↪ Período de passividade ou de Classe III.
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➜ Plano terminal com degrau distal


▪ Dentes indo para uma situação de Classe II ➭ Fase de Broadbent – patinho feio
ou de Classe I. → Fase onde há a presença dos incisivos
➜ 76% temos plano terminal reto (70% permanentes superiores, mas não os caninos.
classe I e 30% classe II), 14% degrau mesial → No processo de erupção dos caninos
de 1mm, 10% degrau distal. superiores, eles irão pressionar as raízes dos
incisivos laterais superiores, fazendo com que
estes movimentam-se para distal,
aumentando o diastema.
→ Ao erupcionar, os incisivos voltam para a
mesial
Questão de prova:
De que maneira o espaço livre de nance
influência na relação molares permanentes?
⇨ Pelo espaço livre ser maior no arco inf, ele
propicia a maior parte a classe I,
estabelecendo a correta relação da dentição
permanente.
⇨ Espaço inf é maior, logo os 1° molares Teoria do folículo dentário

inferiores conseguem migrar mais ↳ Pressão hidrostática: Determina que a

mesialmente do que os superiores. pressão da formação do dente e a pulsação

⇨ Tendência que a maioria dos casos seja arterial fariam com que os dentes

plano terminal reto (classe II ou I, mas maior conseguissem erupcionar.

parte é classe I). ↳ Formação da raiz: Quando a raiz começa a


se formar, começa a empurrar a coroa para a

→ Importante para relação Classe I cavidade bucal

▪ Migração mesial dos 1os molares ↳ Remodelação óssea: Diz que quando

permanentes para ajuste da relação molar. chegasse o momento do dente erupcionar, o

▪ Maior crescimento mandibular em relação tecido ósseo começaria a se reabsorver na

ao maxilar. região coronária e a depositar nas regiões

→ Importância clínica laterais, impulsionando o dente para a

▪ Momento oportuno para o tratamento cavidade bucal

interceptativo com finalidade de correção de ↳ Ligamento periodontal: O ligamento,

apinhamentos leves na região anterior. através dos fibroblastos, teria um papel

➭ Forma do arco importante na

→ O arco de dentição decídua tem formato erupção dos dentes

semicircular
→ O arco da dentição permanente tem Teoria Correta:

formato de parábola
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↳ Folículo dentário: No final da fase de permanente para estimular, ele irá reabsorver
coroa, Interação epitélio-mesênquima. Órgão mais lentamente.
do esmalte + folículo dentário. Folículo ↪ Crescimento da face e ossos maxilares.
estimula a migração de células precursoras ↪ Maior tamanho e força dos músculos da
de clastos e também ocorre a expressão de mastigação.
M-CSF que estimula a fusão de células ↪ Casos de agenesia dos dentes
precursoras de clastos e estimula também permanentes podem causar uma retenção
sua ação. prolongada dos dentes decíduos.
→ Estes clastos irão reabsorver o tecido ↪ Entretanto, como estão geneticamente
ósseo. programados para exfoliar, a tendência é que,
→ Dentes com folículos lesionados não eventualmente, aconteça a perda desse
erupcionam. elemento dentário.
Rizólise
↪ É a reabsorção dentária fisiológica dos
dentes decíduos.
↪ Ocorre a reabsorção tanto de tecidos
duros quanto de tecidos moles.
↪ Inicia no momento em que o dente
decíduo atinge sua posição de oclusão na
cavidade bucal.
↪ É um processo intermitente – períodos de
reabsorção e de repouso.
—---------------------------------------------------------
↪ Os de reabsorção são maiores que os de
-
repouso.
↪ Nos dentes anteriores, a rizólise inicia pela
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
face palatina, enquanto nos dentes
posteriores se inicia no meio dos dentes.
CRANIOFACIAL
↣ Crescimento = ↑ da massa mudança
↪ Mecanismos envolvidos:
quantitativa, fenômeno anatômico.
→ Erupção dos dentes sucessores.
↣ Desenvolvimento = ↑ da complexibilidade,
→ Geneticamente programado por proteínas.
maturidade das funções.
↪ Logo após a completa formação do dente
decíduo, as células deste dente são
Etiologia das más oclusões com fatores
programadas geneticamente para liberar ou
predominantemente esqueléticos
desreprimir o gene p53, que comanda um
↣ Más oclusões relacionadas às displasias
processo bioquímico de desmoronamento
esqueléticas
celular, associado a outros genes. Logo,
↣ Sagital (horizontal ou antero posterior) –
mesmo que o decíduo não tenha o
quando avaliamos se a maxila/mandíbula
está protruída ou retruída
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→ Má oclusão de Classe II ou Classe III, por ➭ Mandíbula e maxila não possuem o mesmo
exemplo padrão de crescimento – mandíbula segue
↣ Vertical – face alongada ou encurtada padrão geral e maxila segue padrão neural
→ Mordida aberta (hiper divergência dos Crânio X Face ➭ 8 anos – cérebro 95% do
planos) ou sobremordida (hipodivergente), tamanho adulto
por exemplo Maxila X Mandíbula
↣ Transversal – expansão ou contração ➭ 1o Largura
óssea. Favorece mordida cruzada. ➭ 2o Comprimento
→ Podem ser confirmadas por Cefalometrias ➭ 3o Altura
→ Comum em respiradores bucais Variabilidade
⇒ Crescimento hiperdivergente → mordida ➭ Diferenças entre indivíduos, sexos e raças
profunda ➭ Influência genética
⇒Hipodivergente = quase paralelo → mordida Ritmo ➭ Variações de crescimento comuns
aberta na adolescência.
Conceitos Tipos de ossificação
Padrão ➙ O crescimento craniofacial tem seu início
➭ Mudanças esperadas nas proporções do antes mesmo de surgirem os primeiros
corpo ao longo do tempo centros de ossificação – intenso movimento
➭ Está relacionada com previsibilidade e celular onde será a cabeça.
proporcionalidade ➙ Osteogênese – processo de ossificação
➭ Gradiente cefalocaudal de crescimento – que dá origem a este tecido.
padrão de crescimento que segue da cabeça Ossificação intramembranosa
aos pés ➙ Tecido ósseo de origem intramembranosa.
➭Existe um gradiente cefalocaudal para a ➙ Suturas, periósteo, endósteo.
cabeça ➙ Ocorre nos centros de condensação do
➭ Curva de Scammon – padrão de mesênquima, a partir da diferenciação de
crescimento dos quatro principais sistemas células mesenquimais em osteoblastos, que
de tecidos do corpo, já que não crescem na produzem inicialmente um osso fibroso
mesma proporção. (osteóide). A matriz osteóide logo se calcifica,
➭ Genital – aceleração com a puberdade aprisionando vasos e células (osteócitos) que
➭ Geral (músculos, ossos e vísceras) – curva respondem pela vitalidade deste tecido.
em forma de S, acelerando ao nascimento, ➙ Calvária.
estagnado na infância e voltando a crescer na ➙ Maxila.
puberdade ➙Corpo da mandíbula.
➭ Neural – crescimento acelera com o Livro: Ocorre a condensação do tecido
nascimento, até o platô a partir dos 7 anos conjuntivo membranoso, na qual as células
➭ Linfóide – crescimento no final da infância mesenquimatosas diferenciam-se em
e retrocesso na puberdade osteoblastos que produzem a substância
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óssea extracelular, denominada matriz de aumentar progressivamente as dimensões


osteoide. Essa matriz sofre calcificação, de todo o osso.
tendo como resultado o tecido ósseo. Esse
osso neoformado é constituído pela Remodelação
combinação da matriz mineralizada e dos ⇨ Ocorre a partir do processo de aposição e
osteoblastos enclausurados (que agora reabsorção, fazendo o remodelamento
recebem o nome de osteócitos) dentro dela. superficial que altera a forma e proporção de
Os tecidos ósseos depositados pelo cada região do osso durante o seu
periósteo, pelo endósteo, pelas suturas e crescimento.
pela membrana periodontal são de formação ⇨ Remodelação = recolocação
intramembranosa.

Ossificação endocondral Em resumo:


➙ Tecido ósseo de origem endocondral. ↳ Aposição + Reabsorção seletiva ⇀
➙ Cartilagem. aumenta as dimensões
➙Tem origem sobre uma peça de cartilagem ↳ Remodelação ⇀ recolocação
primária que sofre um processo de
degeneração, em seguida é invadida por Movimentos de crescimento
capilares sanguíneos e células indiferenciadas Deslizamento
que irão se diferenciar em osteoblastos, ↪ Resultado do crescimento por aposição e
iniciando a substituição da cartilagem por reabsorção.
tecido ósseo. ↪ A direção do movimento está voltada para
➙ Côndilo mandibular. a superfície de deposição óssea.
➙ Base do crânio. Deslocamento
Livro: Inicialmente, forma-se uma cartilagem, ↪ O movimento de todo o osso como uma
um esboço para a peça óssea, que unidade.
posteriormente será destruída e substituída ⇉ Primário
pelo osso. Em algumas áreas, essa cartilagem ↪Associado ao próprio crescimento do osso
persiste, sendo denominada cartilagem de ↪ À medida que um osso é afastado de sua
crescimento. Essas áreas são responsáveis articulação com outros ossos, o crescimento
pelo crescimento em comprimento dos ossos por aposição e reabsorção (deslizamento)
longos. restabelece a relação dos ossos entre si.
Mecanismos de crescimento ósseo ↪ Conforme o osso cresce por deposição
Aposição/reabsorção óssea em uma determinada direção, ele se
⇨ A combinação de adições, em um lado da desloca no sentido contrário, afastando-se do
lâmina cortical, e reabsorções, no outro lado, osso vizinho. Esse deslocamento recebe o
produz um mecanismo de crescimento capaz nome de deslocamento primário e ocorre não
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por compressão de um osso contra outro, ⇉ próprio mecanismo de crescimento por


mas por uma força de expansão dos tecidos aposição de um lado e reabsorção de outro
moles em crescimento que o recobrem. causa o movimento de deslizamento.
⇉ Secundário ⇉ Direção do movimento está sempre
↪ É o deslocamento de um osso associado voltado para superfície de aposição
ao movimento e crescimento de outros ossos ↳ Deslocamento ⇀ movimento do osso
adjacentes. como uma unidade
↪ Se dá não pelo crescimento do próprio ⇉ Primário: movimento do osso
osso, mas pelo crescimento de outros ossos associado ao seu próprio crescimento.
relacionados a ele direta ou indiretamente. ⇉ Secundário: decorrente de outro
osso adjacente.
Direção dos movimentos de crescimento
↪ Num mesmo osso, podem ocorrer direções
semelhantes ou opostas de movimentos, ou
seja, o deslizamento e o deslocamento
podem ocorrer na mesma direção ou em
direções opostas.

Métodos de estudo do crescimento


Craniometria
Livro: Há dois tipos de movimentos durante o
⇰ Medições realizadas em crânios secos
crescimento: o deslizamento e o
⇰ Primeira técnica de medição do
deslocamento. O deslizamento é o
crescimento
movimento gradual da área de crescimento
⇰ Utilizada na medicina forense
ósseo provocado pela combinação dos
Antropometria craniana
processos de aposição e reabsorção óssea
⇰ Trouxe pontos da craniometria, com
(remodelação óssea). O deslocamento é o
medições em indivíduos vivos, utilizando o
movimento de todo o osso como uma
tecido mole
unidade
⇰ Embora tenha variação das medidas pela
presença de tecido mole, as medidas são
bastante utilizadas.

Radiografia cefalométrica
⇰ Uma das mais utilizadas na ortodontia
⇰ Avaliação de tratamentos, crescimentos,
Em resumo: direção do crescimento...
↳ Deslizamento ⇀ para todo lado de Coloração vital
deposição óssea ⇰ Uso de corantes para verificar crescimento
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Marcadores radioativos capeamento do sesamóide indica o maior


⇰ Insere o marcador no tecido e observa a pico de crescimento, e a sua fusão indica o
reação (microscópico) fim do crescimento.
Implantes metálicos → Algumas más-oclusões são mais
⇰ Inserção de implantes e realização de facilmente corrigidas no surto de crescimento
radiografias para medição no início da puberdade.
⇰ É antiético
Marcadores naturais
⇰ Sinais do crescimento utilizando estruturas
como referência (ex: canal mandibular)

Indicadores de maturidade biológica Crescimentos regionais do crânio e da face


Idades Abóbada craniana
➭ Idade cronológica – baseia-se na época do ➭ O crescimento segue a curva neural do
nascimento crescimento
➭ Idades biológicas ➭ Aos 2 anos de idade, 87% do seu
➭ Idade morfológica – baseia-se, sobretudo, crescimento total está completo
na altura ➭ Ossificação intramembranosa, com
➭ Idade esquelética – baseia-se no grau de aposição óssea nas suturas e fontanelas
desenvolvimento dos ossos (mão, punho, ↪ A ossificação das suturas deve ocorrer no
vértebras). tempo ideal, pois se ocorrer precocemente
➭ Idade sexual – baseia-se no (craniossinostose) pode acarretar em
desenvolvimento das características sexuais problemas no desenvolvimento da criança –
secundárias. deve ser prontamente identificada para
➭ Idade dentária – baseia-se no grau de tratamento ideal
desenvolvimento dos dentes. ➭ A remodelação ajuda a regularizar a forma
➭ Idade mental – baseia-se no grau de e proporção dos ossos
desenvolvimento psíquico.
→ Para o crescimento facial, utilizamos: idade
cronológica, idade dentária e idade
esquelética.
→ Cronológica e dentária são mais utilizadas
na clínica, enquanto a esquelética é a que Livro: À medida que o cérebro aumenta de

melhor se relaciona. volume, os ossos que o recobrem se

→ Para avaliar a cronologia esquelética, expandem em altura, largura e profundidade.

pedimos radiografia de mão e punho – o Esses ossos são auxiliados pelo sistema de

aparecimento do sesamóide (polegar) indica suturas, fontanelas e alongamento das

o início do surto de crescimento, enquanto o sincondroses, além do próprio processo de


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deslizamento da remodelação óssea ↪ Crescimento no sentido anteroposterior e


(aposição na superfície externa e reabsorção para fora da maxila.
na superfície interna). O deslocamento
primário de cada osso gera tensão nas
suturas, que resulta em neoformação óssea 1) túber, (2) processo
alveolar, (3) espinha
nas bordas dos ossos articulados.
nasal anterior, (4)
Base craniana
sutura frontomaxilar
➭ Ossificação endocondral e (5) seio maxilar.
➭ Mecanismo de crescimento: formação
óssea nas sincondroses. Livro: A região do
➭ Aumento das fossas cranianas por meio de túber é a área de maior crescimento da
reabsorção na face endocraniana e deposição maxila, promovendo o alongamento do arco
óssea na face ectocraniana. na porção posterior e aumentando, assim, o
➭ O crescimento do condrocrânio ocorre sob comprimento maxilar, proporcionando
forte influência genética, sendo pouco espaço para o irrompimento dos molares.
afetado pelas influências externas. Palato
➭ O crescimento da base craniana influencia ↪ Remodelação com reabsorção óssea no
o deslocamento e a direção do crescimento lado nasal e aposição óssea no lado bucal.
facial. ↪Direção de crescimento para baixo
Complexo nasomaxilar ➭ Ex: classe II – protrusão maxilar
➭ Ossificação intramembranosa por aposição ↪ Controle do crescimento sagital
óssea nas suturas ↪ Uma das formas de fazer esse controle de
➭ Cresce também por remodelação óssea crescimento é intervir com aparelhos
superficial extrabucais – restrição de crescimento no
➭ Direção do crescimento sutural é para trás plano sagital.
e para cima ➭ Ex: classe III – retrusão da maxila
➭ Deslocamento da maxila é para frente e ↪ Tração reversa da maxila com aparelho
para baixo extrabucal – estímulo de crescimento no
plano sagital.
➭ Ex: mordida aberta anterior – excesso
vertical maxilar.
↪ Restringir o crescimento vertical da maxila
com aparelho extrabucal no plano
Tuberosidade da maxila
transversal.
↪Maior área de crescimento da maxila.
➭ Ex mordida cruzada posterior – atresia da
↪ Deposição óssea periosteal nas superfícies
maxila.
posterior, lateral e alveolar.
↪ Obtenção de espaço para a erupção dos
molares permanentes.
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↪ O crescimento transversal termina antes ↪ Em fase precoce, inicia o tratamento com a


do surto de crescimento (1° largura, 2° protrusão da maxila com a máscara facial e,
comprimento, 3° altura). após, redireciona-se o crescimento da
↪ Intervenção com disjuntor de maxila para mandíbula para baixo.
abrir transversalmente. (1) côndilo, (2) incisura
mandibular, (3)
↪ Início da ossificação da sutura do palato
processo coronóide,
com 15-19 anos.
(4) borda posterior do
Mandíbula ramo ascendente da
➭ Ossificação intramembranosa e ossificação mandíbula, (5) borda

endocondral (região condilar). inferior do corpo da


mandíbula,
➭ Crescimento ósseo por aposição e
(6) processo alveolar,
reabsorção e por formação óssea (7) mento, (8) borda anterior do ramo ascendente da
endocondral mandíbula e (9) região supramentoniana.
➭ A remodelação óssea superficial regulariza —---------------------------------------------------------
as proporções e as formas da mandíbula. -
➭ O crescimento ocorre principalmente em DIAGNÓSTICO ORTODÔNTICO EM RC
direção posterior e superior.
➭ O deslocamento mandibular é para frente Movimentos mandibulares ⇀ determinados
e para baixo. pelos músculos, ligamentos, articulação
➭ Esta direção de crescimento provê espaço temporomandibular e pelos contatos
à erupção dos molares permanentes. dentários (oclusão)
➭ Ex: classe II (sobremordida) – retrusão da Má oclusão ⇀ acompanham más posições
mandíbula. dentárias ⇀ leva a desvios funcionais e altera
↪ É possível buscar correção, na fase do as posições mandibulares.
crescimento, com aparelhos ortopédicos que Impacto negativo
estimulam o crescimento da mandíbula com ➙ Crescimento da face
o avanço mandibular (o côndilo, quando se ➙Estruturas do sistema estomatognático
afasta da cavidade articular, fica com os (desgastes dentários, traumas ao periodonto,
ligamentos articulares estirados, o que dor músc., dor irradiada na face e/ou na ATM.
estimula o crescimento do côndilo – esse
crescimento não é além do que foi definido Posições mandibulares
geneticamente). ➙ RELAÇÃO CÊNTRICA = posição anterior e
↪ Pode ser iniciado tanto no início (melhor superior do côndilo é reproduzível e
resultado) quanto no fim do surto de independe das relações dentárias.
crescimento. ↪ Para manipularmos a mandíbula até a
➭ Ex: Classe III – protrusão da mandíbula + posição de RC, devemos deitar o paciente,
retrusão da maxila com a cabeça levemente flexionada para trás
(com estiramento da musculatura anterior e
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do osso hioide), para que ocorra um ➭Exame clínico e montagem em articulador –


tracionamento natural da mandíbula e realizados em RC (maioria das vezes é
direção à posição de RC dispensável).
➭ A coincidência entre a posição de RC e a
➙ MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO = MIH fora posição de MIH é uma condição desejável,
de RC enquanto contatos prematuros, desvios
mandibulares e interferência são condições
➙ OCLUSÃO DE RELAÇÃO CÊNTRICA = MIH indesejáveis, pois prejudicam a função
com côndilo em RC. mandibular.
⇉ Contatos prematuros ⇀ impedem a MIC ↪ A oclusão de relação cêntrica representa
desviando a mandíbula da RC para MIH. um dos objetivos do tratamento ortodôntico,
⇉ Desvio mandibular = trajeto percorrido bem como um dos requisitos para se obter
pela mandíbula da RC para MIH. uma oclusão funcional adequada.

↣ Contato prematuro (desvio mandibular) e Registros em orto MIH


interferência são os principais distúrbios ➭ Modelos ortodônticos
funcionais da oclusão que afetam as posições ➭ Telerradiografias
mandibulares. ➭ Classificação das más oclusões
↳ Contato prematuro – é um contato que
ocorre prematuramente aos demais, ⇒ Coincidência de MIH + RC é desejável =
desviando a mandíbula da posição de RC para ORC.
a posição de MIH.
▪ Geralmente é desconfortável ou instável. —---------------------------------------------------------
▪ Geralmente ocorre em ponta de cúspide ou -
vertente de cúspide. FUNÇÕES OROFACIAIS E MÁS OCLUSÕES
▪ Muitas vezes esse trajeto ocorre para levar à
uma posição mais confortável de oclusão ➭ Respiração
para o paciente, entretanto, leva a um maior ➭ Sucção
prejuízo tanto para a articulação quanto para ➭ Fonação
a musculatura envolvida no desvio ➭ Deglutição
↳ Interferência – qualquer contato anormal e
indesejado durante os movimentos Respiração
funcionais da mandíbula ↪ deve ser realizada via nasal
Posição mandibular X Diagnóstico em orto Obstruções das vias aéreas
➭Modelos ortodônticos de diagnóstico ↪ Hipertrofia dos cornetos
➭Telerradiografias ↪ Rinites
➭Classificação das más oclusões ↪ Pólipos
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↪ Desvio de septo provenientes da musculatura intrabucal


↪ Hipertrofia adenóide (língua) e extrabucal (bochechas e lábios).
↪ Hipertrofia tonsilas palatinas ⇉ Qualquer função anormal desempenhada
por essa musculatura causa um desequilíbrio
entre o mecanismo do músculo bucinador e
as forças recebidas pelos elementos
dentários provenientes do músculo da língua.

Respiração bucal ⇀ nova postura lingual,


labial e mandibular ⇀ favorecendo a atresia
maxilar (dentes p/ palatina), mordida cruzada,
extrusão dos post, mordida aberta e palato
Respiração bucal
profundo.
↪ Alteração postural dos lábios, mandíbula e
⇉ A implicação ortodôntica disso é a má
língua
postura mandibular (boca entreaberta), que
↪ Lábios entreabertos + Mandíbula
causa um desequilíbrio dos músculos
deslocada para baixo e para trás + Língua
peribucais e pode levar à formação de
posicionada mais inferior e anteriormente,
mordida cruzada posterior e mordida aberta
sem contato com a abóbada palatina.
anterior. As características faciais
Impacto
representam o que normalmente caracteriza
➭ Quebra do mecanismo do bucinador
uma face adenoideana, com narinas
(equilíbrio das forças)
atrofiadas, postura labial alterada e lábios
⇀ Cinta muscular = orbicular dos lábios, o
ressecados e entreabertos.
bucinador e o constritor superior da faringe
⇀ Músculo da língua

⇉ Desenvolvimento é mais vertical do que o


normal, pois, como a criança respira pela
boca e a língua não fica em contato com o
palato, o desenvolvimento transversal é
prejudicado e o desenvolvimento vertical é
⇉ Livro: relação de equilíbrio entre os dentes,
maior.
as bases ósseas e a musculatura adjacente
⇉ Muitas vezes, o tratamento das causas da
intra e extrabucal. Os dentes ocupam uma
respiração bucal deve ser feita em conjunto
posição de equilíbrio, correspondente ao local
(multidisciplinar) – não adianta apenas
onde se neutralizam forças opostas,
Mariana Guterres - ATO 2024/2

arrumar a oclusão sem os demais fatores, interposição e forte pressionamento, após a


pois pode ocorrer recidiva. deglutição, volta à postura inadequada.
↪ O pressionamento da língua faz com que a
Hábito de sucção força muscular da língua prevaleça sobre a
⇨ ↑ atividade do bucinador e orbicular força muscular dos lábios, causando a
⇨ Língua posicionada inf + ant → sem projeção para anterior dos dentes.
contato com a abóbada palatina
⇨ Obstáculo para erupção dos incisivos —---------------------------------------------------------
⇨ Mordida cruzada posterior e mordida -
aberta anterior (padrão facial influencia).
⇨ Quebra do mecanismo do bucinador CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES
⇨ Atresia maxilar, impedimento à erupção
dos incisivos, favorecimento da erupção dos ↪ Todo e qualquer desvio que ocorre da
dentes posteriores e palato profundo. oclusão normal
↪ Feita por Carabelli em 1892
⇨ Tríade de Graber ↪ Classificação de angle (1899): classe I, II e III
↪ Duração Princípios básicos
↪ Frequência ➭ Corpo da mandíbula deve ocupar posição
↪ Intensidade mesio-distal ou antero-posterior
⇨ Mordida aberta é proveniente de hábitos ➭ Dente chave é o 1°MS ⇒ se houver
parafuncionais e pacientes sindrômicos. movimentação deles ⇀ detecta-se nas
inclinações axiais dos dentes sup em especial
Equilíbrio das forças durante a fonação o canino permanente!
➭ Apoio lingual nos incisivos Relação molar
➭ Tratado pelo fonoaudiólogo ➙ CLASSE I : Cúspide MV superior oclui no
➭ Os lábios evitam a ruptura do equilíbrio sulco vestibular do 1°MI. Bases ósseas estão
durante a fonação, sobretudo durante a bem relacionadas.
pronúncia das consoantes linguodentais ↳ Problemas à frente do primeiro molar
(apoio lingual sobre os incisivos). permanente, se restringindo a problemas
somente dentários → Se incluem nesse
Deglutição atípica grupo: apinhamentos, biprotrusão dentária,
➭ Tratado no fono + orto mordida aberta, mordida cruzada.
➭ língua inf + post ↳ Classe I com biprotrusão = dentes
➭ Pode ser causada por pressionamento anteriores ficam muito protruídos (para
lingual atípica, interposição lingual e postura frente)
lingual – ou uma combinação de fatores.
➭ Em repouso, há uma alteração na postura
da língua (anteriorizada), deglutição com
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Livro: Os pacientes Classe I frequentemente ↳ Os pacientes frequentemente apresentam


apresentam um perfil facial harmonioso, trespasse horizontal aumentado, curva de
sendo a maloclusão de Classe I restrita às Spee acentuada, arco superior atrésico, palato
más posições dos dentes, que podem estar profundo e lábios entreabertos e ressecados,
desalinhados, protruídos, com sobremordida resultando em um desequilíbrio da
profunda, dentre outras alterações musculatura facial.

2° - Curva de spee acentuada - ICS bem


posicionado mas ILS para vestibular
↳ Os pacientes geralmente apresentam
sobremordida profunda, dimensão vertical
diminuída e aparência de envelhecimento
➙ CLASSE II: Cúspide MV superior oclui a precoce
frente do sulco principal do 1°MI
↳ Maxila sempre é o parâmetro →
mandíbula está para distal em relação à
maxila ↳ Quando a distoclusão ocorre somente de
um lado do arco dentário, pode ser de

↳ Os pacientes de Classe II frequentemente Subdivisão direita (quando a Classe II está

apresentam um perfil convexo, no qual as presente somente do lado direito) ou

bases ósseas podem apresentar-se normais Subdivisão esquerda (classe II somente lado

ou com protrusão maxilar e/ou retrusão esquerdo).

mandibular, e ainda com as inclinações


dentárias características dessa maloclusão.

➙ CLASSE III: Cúspide MV do 1°MS oclui atrás


do sulco vest do 1°MI

↳ Divisão da classe II:


1° - Distoclusão na qual os incisivos superiores
↳ Maxila é retrognada e mandíbula prognata
apresentam-se inclinados para vestibular.
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↳ Os pacientes de Classe III frequentemente ➭ Mesioversão


apresentam um perfil côncavo, em que as ➭ Distoversão (fase do patinho feio)
bases ósseas podem apresentar-se normais, ➭ Mesio + disto versão (chama-se kissing
com retrusão maxilar e/ou protrusão pois o 2° e 1° molar se encostam)
mandibular. Muitas vezes, estão associadas ➭ Supraversão = o dente encontra-se com a
alterações transversais, como mordida face oclusal ou incisal além do plano oclusal.
cruzada posterior, e alterações verticais, ➭ Infraversão = o dente encontra-se com a
como crescimento vertical excessivo. Essa face oclusal ou incisal aquém do plano
maloclusão também pode apresentar oclusal.
subdivisões direita ou esquerda. ➭ Giroversão = Girado em torno do seu longo
eixo (faz-se força binária)
➭ Transposição ou Transversão = Inversão na
↳ PSEUDO CLASSE III: ordem de posicionamento dos dentes no
⇨ Dentes anteriores cruzados arco.
⇨ Relação molar classe I ➭ Perversão = o dente encontra-se
⇨ Levemente prognata impactado, geralmente por falta de espaço
⇨ Diag. diferencial através de RX e no arco.
manipulação em RC. ➭ Axiversão = alteração da inclinação do
dente em relação ao seu longo eixo.
Tecido Mole X má oclusão
⇰ Perfil convexo (parece classe II) Más posições dentárias em grupo
⇰ Perfil côncavo (parece classe ↳ Variação na posição vertical dos grupos de
⇰ Perfil levemente convexo (classe I com dentes.
falta de espaço). ➭ Mordida aberta
—--------------------------------------------------------- ↳ Ausência de trespasse vertical anterior
- com os dentes posteriores em oclusão.
↳ É medida da borda incisal do dente
MÁS POSIÇÕES DENTÁRIAS superior até a borda incisal do dente inferior –
é um valor negativo (trespasse vertical
↣ Benno 1911 - aplica-se um termo para negativo).
descrever a má posição do dente
Ex: vestibuloversão Mordida profunda
Más posições dentárias individual ↳ Trespasse vertical excessivo dos dentes
➭ Vestibuloversão = Em região posterior, anteriores superiores em relação aos
pode causar mordida cruzada posterior para inferiores, com os dentes posteriores em
a vestibular. oclusão.
➭ Palatoversão ou linguoversão ↳ Sobremordida exagerada – trespasse
➭ Vestíbulo versão + palato versão vertical excessivo.
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↳ Valores de normalidade → 1/3 da coroa dos ➭ Mordida cruzada posterior dentária =


incisivos inferiores coberto pela coroa dos Causada por inclinação vestíbulo-lingual
incisivos superiores. inadequada de um ou mais dentes superior
↳ Variação nas relações transversais dos e/ou inferior. Base óssea está normal.
grupos de dentes. Envolvendo 1 ou 2 dentes, + de 3 dentes é
esquelético.
➭ Mordida cruzada posterior
↳ Alteração na relação transversal dos
dentes posteriores, onde a cúspide palatina
dos dentes superiores não se posiciona na
face oclusal dos dentes inferiores.
↳ Pode ser: Lingual ou vestibular –
dependendo da posição do molar superior
em relação ao inferior Dentária ou
esquelética – quando afeta a base óssea ou
não Unilateral ou bilateral.
Com ou sem desvio funcional ➭ Mordida cruzada posterior esquelética =
➭ Mordida cruzada posterior lingual = Causada por atresia da maxila, ou maxila
Cúspide vestibular do dente superior oclui muito larga (atresia da mandíbula ou
lingualmente à cúspide vestibular dos dentes mandíbula muito larga).
inferiores (mais frequente).

➭ Mordida cruzada posterior vestibular =


Cúspide palatina do dente superior posiciona-
se completamente por vestibular em relação ➭ Mordida cruzada posterior unilateral =
ao dente inferior. Apenas um lado do arco dentário apresenta
mordida cruzada.
↳ Na posição de MIH, identifica-se apenas
um lado cruzado; no entanto, quando o
paciente é manipulado em relação cêntrica,
revela- se uma relação de mordida de topo
bilateral que denuncia um estreitamento
simétrico do arco superior.
Mariana Guterres - ATO 2024/2

↳ Com essa oclusão instável, a criança —---------------------------------------------------------


desvia a mandíbula para um dos lados, no -
intento de aumentar o número de contatos
oclusais e o conforto mastigatório. Por EPIDEMIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES
consequência, observa-se um desvio da linha
média inferior para o lado da mordida Causas
cruzada posterior. ➭ Hereditariedade
➭ Mordida cruzada posterior bilateral = ➭ Deformidades congênitas
Dois lados do arco apresenta mordida ➭ Hábitos
cruzada. ➭ Traumatismos

➭ Mordida cruzada posterior sem desvio Prevalências


funcional = Não ocorre desvio mandibular de ➙ Classe I: 53,5%
RC para MIH durante o fechamento. ➙ Classe II: 31,5%
➙ Classe III: 13,8%
➙ Overjet + 7mm: 8,0%
➙ Overbite + 6mm: 10,3%
➙ Apinhamento severo: 32,5%
➙ Mordida cruzada posterior: 3,0%

➭ Mordida cruzada posterior com desvio Estudo dos crânios medievais


funcional = Ocorre desvio mandibular de RC ➭ Medieval - necessidade de tratamento
para MIH durante o fechamento. apenas em 36%
➭ Atual - necessidade de tratamento em
65% - pois houve uma ↓ da arcada, mudança
de dieta (+ macia).
Estudo em Porto Alegre:
➭ Encontrou ↑ índice de má oclusão em
decíduos 77%

Importância das classificações


➭ Divisão dos problemas em grupos com
características similares
➭ Facilidade e precisão na comunicação
entre profissionais
➭ Indicação das possíveis mecânicas
ortodônticas a serem utilizadas na correção
do problema
Mariana Guterres - ATO 2024/2

➭ Variáveis: amostra do estudo (idade, ➭ O tipo facial consiste em uma


população estudada, nível social...). característica predominantemente genética,
➭ O conhecimento epidemiológico é sobre a qual o ambiente e as mecânicas
essencial para um adequado plano de ortopédicas exercem influência mínima. A
tratamento e planejamento de ações de ortopedia facial e a ortodontia não são
prevenção. capazes de alterar o tipo facial herdado.
➭ A prevalência das maloclusões é bastante Padrão esquelético - Perfil facial
elevada e frequentemente podem ser ➥ Padrão I - relação adequada entre maxila e
abordadas com ortodontia preventiva e mandíbula (reto), associado a classe I.
interceptativa. ➥ Padrão II - retrusão da mandíbula,
➭ A percepção da maloclusão não parece associado a classe II (convexo).
depender do nível socioeconômico nem do ➥ Padrão III – protrusão da mandíbula
tipo racial, mas varia entre os sexos, sendo (côncavo), associado a classe III.
mais frequente nas meninas. Discrepância dente e osso
ETIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES ➥ Osso grande e dentes pequenos
FATORES GENÉTICOS ➥ Osso pequeno e dentes grandes
⇨ O tamanho dos dentes é determinado por
⇨ Pouco manipulado pelo homem uma combinação de genes provenientes do
⇨ Hereditariedade ou mutação pai e da mãe, assim como o tamanho dos
maxilares.
Tipo facial
⇨ Braquifacial = largura ↑ (+ fácil ter
mordida profunda).
➥ face mais larga do que longa
⇨ Mesofacial Anomalia dentárias
➥ Distância bizigomática proporcional à ⇨ Microdontia: atraso eruptivo e alguns tipos
altura facial, quantificada desde o násio até o de ectopia parecem representar uma
mento. Favorece a oclusão normal. expressão parcial dos mesmos genes que
⇨ Dolicofacial = altura ↑ (favorece mordida determinam a agenesia dentária.
aberta anterior).
➥ Predominância da altura facial em relação
à largura.

⇨ Macrodontia
⇨ Agenesia
Mariana Guterres - ATO 2024/2

bem representadas pela síndrome de Down


(causa má oclusão decorrente da
atresia/hipotonia muscular de lábios e
língua).
⇨ Como exemplos de anomalias
➥ Consequência das agenesias: craniofaciais monogênicas de interesse para
⇨ Oclusão traumática o ortodontista, destacam- se a disostose
⇨ Problemas oclusais e periodontais cleidocraniana e a displasia ectodérmica,
⇨ Inclinação dos dentes vizinhos ocasionadas pela mutação de um único par
⇨ Surgimento de diastemas de genes.
⇨ Problemas fonéticos ⇨ A disostose cleidocraniana é uma
⇨ Estética anomalia rara associada com agenesia ou
⇨ Supranumerários: Essa anomalia hipoplasia da clavícula, fechamento tardio
encontra-se frequentemente presente em das fontanelas cranianas, presença de
pais e irmãos de pacientes portadores, múltiplos dentes supranumerários, atraso
apesar de a herança não seguir um padrão indeterminado na esfoliação dos dentes
mendeliano simples. Funcionam como decíduos e retenção de dentes permanentes.
obstáculo para a irrupção dos dentes ⇨ A displasia ectodérmica representa um
numerários. distúrbio heterogêneo com muitos tipos
clinicamente distintos, e caracteriza-se pela
Infraoclusão molares decíduos tríade hipotricose (pouco cabelo), hipo-
⇨ Retrata a condição clínica em que um hidratação (falta de glândulas sudoríparas,
dente, a qualquer momento – durante ou caracterizando a pele extremamente
depois da sua completa irrupção, não ressecada) e hipodontia (reduzido número de
consegue manter sua altura no plano oclusal, dentes). A hipodontia na displasia
distanciando-se gradativamente dos dentes ectodérmica varia desde poucos dentes
antagonistas e posicionando-se apicalmente ausentes até a completa anodontia. A forma
em relação aos dentes adjacentes. e o tamanho dentário também podem ser
afetados.
⇨ Fissuras labiopalatinas, representam
malformações craniofaciais de origem
poligênica, ou seja, um grupo de genes atua
para determinar o fenótipo, interagindo com
Anomalias craniofaciais fatores ambientais. Desse modo, sua etiologia
⇨ As anomalias craniofaciais com base é considerada multifatorial, pois uma
genética são ocasionadas por alterações congregação de genes com interações
cromossômicas, monogênicas ou poligênicas. ambientais determina o fenótipo final
As anomalias de origem cromossômica são
Mariana Guterres - ATO 2024/2

—--------------------------------------------------------- ➭ 2°MI inclina para mesial


- ➭ PMI inclinaram para distal

ETIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES Hábitos bucais deletérios de sucção

FATORES AMBIENTAIS → Sucção de dedo ou chupeta, interposição


lingual, interposição labial, respiração bucal
➭ Perda precoce (trauma) ▪ Obstáculo à erupção dos incisivos
➭ Respiração bucal ▪ Mandíbula deslocada para baixo e para trás
➭ Hábitos deletérios ▪ Sucção com maior atividade dos orbiculares
e bucinadores
Trauma ▪ Língua posicionada mais inferior e
➭ Pode causar desvio de erupção, hipoplasia anteriormente, sem contato com a abóbada
de esmalte, dilaceração coronária e radicular palatina – não exerce pressão interna (quebra
➥ perda precoce dos decíduos do mecanismo do bucinador)
➥ Incisivos:problemas estéticos e funcionais
➥ Molares: causa a mesialização dos molares → Causam uma alteração postural (língua,
permanentes reduzindo o perímetro do arco lábios e mandíbula) – quebra do mecanismo
dentário ⇀ leva a apinhamento secundário. do bucinador
Importância dos decíduos
➭ Mastigação Alteração postural
➭ Fonação ⇨ Língua
➭ Deglutição ⇨ Lábios
➭ Estética ⇨ Mandíbula
➭ Manutenção de espaço ➥ Atresia maxilar
➭ Guia de erupção ➥ Palato profundo
➥ Impedimento à erupção dos incisivos
Perda precoce dos decíduos ⇀ leva a má ➥ Favorecimento da erupção dos dentes
oclusão posteriores → Mordida cruzada posterior e
➭ Quebra do equilíbrio das forças Mordida aberta anterior
➭ Mesialização dos posteriores ➥ Interfere no equilíbrio funcional
➭ Distalização dos anteriores ⇉ quebra do mecanismo do bucinador que
➭ Extrusão antagonista depende da TRÍADE DE GRABER
➭ Falta de espaço para permanentes (intensidade, duração e frequência).
➭ Propicia instalação de hábitos ➭ Se não tratado, pode ocorrer uma nova
postura lingual.
Perda precoce dos permanentes ▪ O paciente precisa colocar a língua para
➭ 1°M é o + perdido frente para engolir por conta da mordida
➭ 2°MS migra para mesial com giroversão MP aberta criada pelo hábito de sucção.
Mariana Guterres - ATO 2024/2

▪ Devemos fazer avaliação com


fonoaudiólogo para reeducação postural e
tratamento da tonicidade da musculatura,
dessa forma, garantindo uma estabilidade do
tratamento.

Pressionamento lingual atípico


➭ A interposição lingual pode ocorrer como
fator etiológico primário da mordida aberta
anterior (sem hábito de sucção anterior) ou
como fator etiológico secundário (quando a
mordida aberta foi criada por um hábito de
sucção, e depois inicia a interposição de
língua)

Hábitos de interposição labial


➭ Fator etiológico secundário que agrava e
dificulta a correção da má oclusão de classe II
➭ Os incisivos inferiores são pressionados
para trás, e os inferiores para frente
➭ Além de corrigir a Classe II, devemos
corrigir a posição do lábio

⇒ Em geral, quanto maior a influência


ambiental em detrimento da influência
genética, maior a possibilidade de prevenção,
melhor o prognóstico de correção e maiores
as chances de estabilidade pós-tratamento,
desde que a causa seja eliminada

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