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Aula Odontopediatria

Prof. Dra. Carolina Guedes

Crescimento e Desenvolvimento
NÚMERO DE DENTES
• Dentição Decídua – 20 elementos
- Incisivos Centrais e Laterais, Caninos e 1º/2º Molares.
- Não tem os pré-molares.
- Molares decíduos serão sucedidos pelos pré-molares.
• Dentição Permanente – 32 elementos
- Incisivos Centrais e Laterais, Caninos, 1º/2º Pré-molares e
1º/2º/3º Molares.
- 1º/2º/3º molares irrompem sem ter os antecessores na dentição
decídua.

DENTIÇÃO DECÍDUA PERÍODO – PERÍODO PRÉ-NATAL


• 7ª/8ª v.i.u – Início cavidade bucal e dentes.
• Calcificação inicial dos decíduos
- Incisivos centrais: 14ª semana v.i.u.
- 1º molares: 15ª semana v.i.u.
- Incisivos laterais: 16ª semana v.i.u.
- Caninos: 17ª semana v.i.u.
- 2º molares: 18ª semana v.i.u.
Legenda:
V.I.U. = vida intrauterina.
Logo nas primeiras semanas de gestação, já existe o início da
formação dos dentes.

DENTIÇÃO DECÍDUA
A calcificação começa na vida intrauterina.
• Início da erupção: 6 meses de vida.
Pode acontecer um pouquinho antes ou bem depois.
Tem criança que começa a ter o início da erupção com 1 ano de
idade. Isso ainda está dentro do padrão de normalidade.
Mas a média é 6-8 meses para começar o irrompimento dos
dentes.
Dentes natais – são aqueles que a criança nasce e já estão
presentes na cavidade bucal. São normais de acontecer.
Dentes neonatais – são aqueles que irrompem logo nos primeiros
dias de vida da criança. São normais de acontecer.
A primeira coisa que precisamos fazer quando temos um dente
natal ou neonatal é radiografar, assim sabemos se ele é da série
normal ou não.
Se ele for supranumerário, a exodontia está indicada.
Se ele for da série normal, precisamos observar: mobilidade, risco
de aspiração. Se tiver mobilidade e correr o risco de aspiração,
pode fazer a exodontia.
Não tem mobilidade, mas está machucando a mãe (faz fissuras no
seio da mãe) ou a criança tem lesão em baixo da língua por conta
do dente (lesão de riga fede), nesse caso ou extraímos ou fazemos
o arredondamento dos bordos cortantes dos dentes.
Se o dente não atrapalhar em nada, não machucar, não tiver
mobilidade, podemos deixar ele na cavidade oral.
• Dentição decídua completa: 24 a 30 meses (2 anos).
Até os 3 anos nós temos a dentição decídua completa.
• Rizogênese completa: 1 a 1 ½ ano após erupção.
É o término da formação de raiz.
• Rizólise: 3 a 4 anos antes esfoliação.
É um processo intermitente: começa e termina, começa e termina,
começa e termina, ou seja, ela vai e para.

O dente decíduo tem uma vida média de 6-10 anos na cavidade


bucal. O ciclo biológico do dente decíduo é muito curto.
Quando ele termina de formar, logo ele começa a sofrer a rizólise.
Ele passa do estágio jovem para senil de uma forma muito rápida e aí
depois vem a dentição permanente.
Estágios de Nolla
Não precisa saber todos, somente o 8.
O estágio 8 é quando você tem 2/3 de raiz completa, isso significa
que o dente permanente já está pronto para irromper.
Então nesse caso, se o dente decíduo está com endo para fazer, com
fratura, com indicação de exodontia, não importa, já pode fazer a
exodontia do dente decíduo.

Quando vamos fazer uma ulotomia ou ulectomia, para que o dente


irrompa, seja ele decíduo ou permanente, só fazemos esse
procedimento quando o dente que não irrompeu está com 2/3 de
raiz completa. Antes disso é precoce.

Ulotomia = É quando você faz uma incisão na gengiva para que o


dente irrompa.
Como você não remove o tecido, as vezes a gengiva acaba colabando
e você acaba tendo que repetir.
Então já que você já vai anestesiar a criança, então você faz a
ulectomia.
Ulectomia = Além da incisão, você remove uma parte do tecido. E
geralmente é o mais indicado porque você já vai anestesiar a criança
de qualquer forma para fazer o procedimento.
Você faz em formato de elipse, remove um pouco do tecido, aí você
acaba visualizando ali o dente e o dente acaba irrompendo.

Dificilmente cai os outros Estágios de Nolla. A professora já viu cair o


Estágio 7 e o Estágio 9, que é um antes e um depois. Então se você
sabe o 8 que é o mais comum de cair, você vai saber o 7 e o 9.
Estágio 7 – 1/3 da raiz completa.
Estágio 9 – Raiz praticamente completa com o ápice do dente aberto.
Estágio 10 – Ápice fechado.

Generalidades – Outras coisas importantes


• Vida útil do dente decíduo (ciclo biológico) relativamente curta.
• Esfoliação e substituição de todos os dentes decíduos entre 6 e 13
anos de idade. Isso é dentro do padrão de normalidade.
Claro que isso pode acontecer um pouco antes, a criança pode
começar a trocar dente com 4 anos e terminar com 10.
Existe essas variações que são normais, mas entre 6-13 anos é o
que encontramos na teoria.
6-13 anos a criança está com a dentição mista.
Depois que ela substitui todos, ela fica com a dentição
permanente formada.

Espaços Primatas
• O espaço primata ocorre na dentição decídua e são espaços
(diastemas) existentes na maxila entre o incisivo lateral e canino e
na mandíbula entre o canino e o primeiro molar.

Massete!
A maxila é sempre mais para frente que a mandíbula, então esse
espaço primata vai ser mais para frente em maxila.

A dentição decídua não tem curva de Spee e nem Curva de Wilson,


elas vão começar a aparecer quando você tem o irrompimento do ‘º
molar permanente.

ARCOS DE BAUME
Na dentição decídua, podemos classificar o tipo do arco.
• Tipo I: com diastemas na região anterior.
• Tipo II: sem diastemas na região anterior.
O ideal para uma boa oclusão é que você tenha o arco do tipo I, com
diastemas porque vão acomodar melhor os dentes permanentes que
virão depois.
Alguns autores falam do ARCO TIPO MISTO: com diastema no
superior e sem diastema no inferior ou vice-versa.
Podemos encontrar a Classificação de Baume do tipo misto em
algumas bancas.

Diferenças entre dentição decídua x permanente


- Cor: dente decíduo é mais claro que o dente permanente, por isso
que ele recebe o nome “dente de leite”.
- Tamanho: dente decíduo são menores que os permanentes.
- Câmara pulpar: dente decíduo possui a câmara pulpar bem ampla.
- Constrição cervical (cintura do dente): o dente decíduo tem uma
cinturinha.
- Mineralização: dente decíduo é menos mineralizado que o dente
permanente. Mas ele tem polpa, dentina, esmalte, tudo normal
também apesar dele ser menos mineralizado.
- Posição: dentes decíduos geralmente tem uma posição mais
vertical, sem Curva de Spee e sem Curva de Wilson.

1. (SH DIAS – São Sebastião-SP/2012) Pode ser considerada


característica da Dentição Mista:
(A) Ausência de curva de Spee e Wilson.
(B) Implantação verticalizada dos dentes.
(C) Presença de rodetes gengivais.
(D) Inclinação vestibular de dentes anteriores.

Discussão da questão
(A) Isso é na dentição decídua. Na dentição mista você já tem o
aparecimento da Curva de Spee e da Curva de Wilson.
(B) Isso também é característica da dentição decídua.
(C) Rodetes gengivais são as gengivas sem dentes encontradas nos
bebês.
(D) Na dentição mista, que é a fase do patinho feio, os dentes
anteriores possuem uma inclinação para a vestibular e além disso são
espaçados.
2. (SH DIAS – Jandira-SP: Pacientes Especiais/2014) Nos molares
temporários, na porção mésiovestibular cervical, comprova-se
acentuada proeminência de esmalte chama de:
(A) Tubérculo de Carabelli.
(B) Tubérculo de Zuckerkandl.
(C) Cíngulo.
(D) Ponte de esmalte.

Discussão da questão
Isso é uma característica de molares decíduos.
Não é comum aparecer em banca, mas já é a segunda banca que a
professora encontra essa questão.

3. (SH DIAS – Louveira-SP/2016) Assinale a alternativa correta dos


estágios do desenvolvimento da oclusão:
(A) Dentição decídua começa na infância com a erupção do primeiro
dente, geralmente por volta de 6 meses de idade, e termina por
volta do terceiro ano de vida.
(B) A dentição decídua está completa quando com a erupção dos
segundos pré-molares decíduos. Este estágio dura até o surgimento
dos primeiros dentes permanentes.
(C) A dentição mista permanece aproximadamente entre 4-15 anos
de idade, quando dentes decíduos e permanentes estão na cavidade
bucal simultaneamente.
(D) Na dentição permanente todos os dentes já esfoliaram e apenas
dentes permanentes estão presentes na cavidade bucal. E pode ser
dividido em estágios “precoce” e “tardio”.

Discussão da questão
(A) Correta.
(B) Na dentição decídua não existe pré-molar.
(C) 4-15 anos é uma janela muito grande. Se começa aos 4, está
terminando com 10-11 anos. Se começa aos 6, está terminando aos
13 anos. Geralmente o término é com 13 anos, até antes disso.
(D) Esses estágios não existem.
Traumatismo Dento Alveolar na Dentição Decídua
SH DIAS gosta muito desse tema.

Podemos ter 2 tipos de traumas:


- Traumas na própria estrutura dentária: fraturas de esmalte,
fraturas de esmalte e dentina, fraturas corono-radiculares, fraturas
de raízes.
- Traumas no tecido de suporte: Concussão, subluxação, luxação
extrusiva, luxação lateral, luxação intrusiva e avulsão.

Na dentição decídua, os traumas nos tecidos de suporte são muito


mais frequentes (comuns) porque o osso da criança é mais resiliente,
não é totalmente mineralizado, não é totalmente compacto. Então o
osso da criança funciona como um amortecedor.
É claro que também há traumas na própria estrutura dentária da
dentição decídua, mais são muito mais comum traumas no tecido de
suporte.

Também podemos ter o trauma misto.


Exemplo:
A criança tem uma intrusão e quando o dente erupciona, ele se
encontra com uma fratura do esmalte.
Pode acontecer também esses traumas combinados.

OBS: Quando mais cedo o trauma, maior a consequência para o


permanente.
Quando uma criança cai e bate a boca e o dente está sendo formado
ainda ali nos primeiros Estágios de Nolla, ele corre mais risco de ter
consequência.

Concussão x Subluxação
São traumas silenciosos muito comuns.
As vezes passa despercebido porque a criança cai, bate a boca e sai
andando. As vezes a família só vai perceber que aconteceu um
trauma quando se tem uma repercussão como o escurecimento do
dente, uma necrose tardia, uma sensibilidade ou então quando vai
fazer uma radiografia e percebe uma reabsorção.
Geralmente não tem a busca por atendimento odontológico após
esses traumas, então acaba passando despercebido.

Bateu a boca, independente do trauma, do que aconteceu, nós CD


precisamos passar as orientações básicas tanto de higiene,
alimentação e remoção de hábitos deletérios, seja adulto ou criança.
Orientações Básicas Após Traumas
- Manter a área limpa, bem higienizada para a recuperação do
periodonto: escovação (remover o biofilme), usar o fio dental.
Claro que dependendo da intensidade do trauma, no começo as
vezes isso tem que ser feito com muito cuidado e as vezes
precisamos utilizar agentes químicos antibacterianos para ajudar na
recuperação naquele período.
- Alimentação deve ser mais pastosa de 7-10 dias. Precisa mudar a
consistência da alimentação.
Em vez de comer carne, vai comer carne desfiada, carne moída,
peixe, frango desfiado, arroz e feijão amassados, purês – precisa
mudar a consistência da alimentação.
Não é para ficar dando líquidos açucarados.
Uma coisa importante também é não comer alimentos muito
quentes ou muito frios (sorvete) para não ter alteração de
temperatura. A comida deve ser oferecida na temperatura ambiente.
A polpa sofreu um trauma, uma hiperemia, nós temos que dar
chance de recuperação para aquela polpa.
- Remoção de hábitos deletérios: chupeta, mamadeira, dedo. Devem
ser evitados ao máximo para que a estrutura dental volta a
normalidade.

• Concussão
Quadro clínico: Pequeno trauma nas estruturas de suporte do dente,
com hemorragia e edema do ligamento periodontal, sem mobilidade
ou deslocamento anormal, presença de sensibilidade.
Quando você olha:
- Não tem sangramento;
- Não tem mobilidade;
- Pode ter edema;
- Sensibilidade;
- Não tem deslocamento.

Qual a conduta? O que fazer?


Você deve radiografar sempre para poder fazer um
acompanhamento posterior.
Fazer todas as orientações de higiene, alimentação e remoção de
hábitos deletérios para evitar repercussões tardias como a necrose
pulpar.
Um dente que sofre concussão pode sofrer necrose pulpar. É difícil,
mas pode sofrer.

• Subluxação
Quadro clínico: Lesão às estruturas de suporte do dente, com ruptura
de algumas fibras do ligamento periodontal ocasionando pequena
mobilidade sem deslocamento do dente, sangramento do sulco
gengival.
Quando você olha:
- Tem sangramento no sulco gengival;
- Pequena mobilidade ou não;
- O dente não muda de lugar: não tem deslocamento.

Qual a conduta? O que fazer?


Você vai radiografar e acompanhar.

• Luxação ou Luxação Lateral


Quadro clínico: Lesão às estruturas de suporte do dente, com ruptura
de fibras do ligamento periodontal, ocasionando mobilidade ou sem
mobilidade por travamento do alvéolo. Com deslocamento do dente.
Quando você olha:
- Tem sangramento;
- Pode apresentar mobilidade ou não;
- O dente desloca: tem deslocamento dental.

Qual a conduta? O que fazer? – Atendimento rápido


- Radiografia oclusal modificada e periapical se necessário.
- Anestesia.
- Reposicionamento.
- Uso de contenção em dentes decíduos: flexível ou semirrígida (14 a
21 dias) caso necessário. Uso de fio ortodôntico 04. Contenção rígida
pode causar anquilose do dente, por isso não é colocada.
- Alívio oclusal se necessário.
- Orientações básicas de higiene e repouso da área.
- Acompanhamento clínico e radiográfico.

Qual a conduta? O que fazer? – Atendimento tardio


Atendimento tardio (3 semanas depois): diminui chance de sucesso.
Avaliar.
- Em caso de fratura alveolar: exodontia.
Como você sabe na dentição decídua se você teve fratura alveolar?
Quando você movimenta um dente e junto com ele movimenta
outros dentes do arco (movimentação em bloco).
- Se houver comprometimento pulpar: avaliar endo ou exodontia
(ciclo biológico).

• Extrusão
Quadro clínico: Deslocamento axial do dente com saída parcial do
alvéolo com mobilidade.
Quando você olha:
- O dente sai parcialmente do alvéolo
- Com mobilidade

Qual a conduta? O que fazer? – Atendimento rápido


- Anestesia.
- Reposicionamento do dente cuidadosamente e contenção
semirrígida (14-21 dias). Sempre semirrígida para não causa
anquilose.
- Avaliar oclusão para que não tenha o contato prematuro.
- Orientações básicas de limpeza e repouso da área.
- Acompanhamento clínico e radiográfico.

Qual a conduta? O que fazer? – Atendimento tardio


- Não se recomenda reposicionamento tardio: exodontia.
- Caso não seja possível reposicionar e a extrusão seja pequena:
contenção e desgaste oclusal.
- Fratura alveolar: exodontia.
- Se houver comprometimento pulpar avaliar endo ou exodontia
(ciclo biológico).

• Intrusão
Quadro clínico: Deslocamento do dente para o interior do alvéolo
com compressão ou fratura do processo alveolar.

Cai muito em concurso por causa dessa diferença de prognóstico.


Quando esse dente vai para o interior do alvéolo, ele pode atingir ou
não o germe o permanente e aí a sua conduta vai mudar de acordo
com o que acontecer.
Se o dente intruiu para a vestibular (as raízes dos dentes decíduos
anteriores são vestibularizadas e distalizadas), geralmente a raiz foge
do germe do permanente desde que você não tenha fratura do
processo alveolar e nem que raiz fique exposta, é claro.

Qual a conduta? O que fazer?


- Palpação do fundo de caso (verificar direção da intrusão e se há
fratura da tábua óssea vestibular).
• Intrusão no longo eixo: aguardar reerupção espontânea (parcial
15 a 30 dias – o dente começa a aparecer, total 3 a 6 meses –
dente totalmente irrompido).
- Orientações.
- Acompanhamento clínico e radiográfico.
• Intrusão palatina: normalmente afeta germe permanente,
exodontia.
Geralmente há o rompimento da cripta que protege o germe do
dente permanente.
• Intrusão vestibular sem fratura: aguardar reerupção espontânea.
- Orientações.
- Acompanhamento radiográfico (tira raio-x para ter certeza que
não houve rompimento da cripta do dente permanente).
• Intrusão vestibular com fratura: exodontia (ao fazer pressão
apical, a incisal do dente se move).

Prognóstico
- Favorável: longo eixo ou vestibular sem fratura.
- Desfavorável: palatina ou vestibular com fratura.

Então atingiu o germe do dente permanente ou houve fratura do


processo alveolar, exodontia. Não atingiu, aguarda a reerupção
espontânea.

Dúvida
Faz tratamento endodôntico após o irrompimento do dente depois
do trauma?
Só se haver uma necrose, abcesso ou lesão.
Só se faz se houver necessidade.
Não se faz endodontia preventiva.

• Avulsão
Quadro clínico: Deslocamento total do dente para fora do alvéolo.

Exame:
- Exame clínico.
- Avaliar tempo de avulsão, conservação dental, idade da criança.
- Avaliar fratura alveolar.

Qual a conduta? O que fazer?


- Reimplante geralmente não indicado para decíduos (condição
desfavorável e risco de deslocamento do permanente).
Dente decíduo não se reimplanta – regra para concurso.
- Realizado apena em condições muito favoráveis: tempo menos que
30 minutos, fragmento no leite ou soro, ausência de fraturas, sem
rizólise e sem rizogênese (o que é praticamente impossível, porque
quando o dente de leite termina de formar, ele já começa a rizólise),
sem doenças bucais, presença de vizinhos para contenção.
- Medicar (antibiótico, antinflamatório e analgésico).
- Grande chance de insucesso.
- Caso não reimplante: mantenedor de espaço estético funcional.

Prognóstico
Desfavorável.

Em dentes permanentes o reimplante é indicado – 40% de chance de


revascularizar e não ter a necessidade de fazer endo.

AVULSÃO – PERMANENTES
• Orientações sobre cuidados com dieta, higiene, hábitos de sucção,
acompanhamento clínico e radiográfico e possíveis sequelas
(frequentes).
• Reimplante:
- O dente tem que estar conservado no leite ou no soro;
- Anestesia local;
- Manipular o dente pela coroa (jamais raspar ou escovar
superfície radicular);
- Irrigar alvéolo com soro fisiológico para remoção do coágulo
sanguíneo total ou parcial (hoje já se fala em parcial);
- Reposicionamento do dente (leve pressão digital);
- Contenção semi rígida por 14-21 dias;
- Antibioticoterapia.
- Acompanhar radiograficamente.
OBS: É muito importante que as vacinas estejam em dia após a
avulsão dos dentes permanentes.
Só faz a endo se der necrose.
4. (SH DIAS – São Sebastião-SP/2014) Em fraturas de esmalte
ocorrem perda de substância dental restrita ao esmalte e o
tratamento se baseia EXCETO, em:
(A) Tratamento Restaurador com Resina Composta ou desgaste
corretivo.
(B) Acompanhamento clínico radiográfico devido ao risco de necrose
pulpar de 0,2 a 1% dos casos.
(C) Alisamento das margens agudas.
(D) Forramento com hidróxido de cálcio.

Discussão da questão
Não fala se é dente permanente ou decíduo.
Bebe com fratura dental pequena, restrita ao esmalte, pode alisar,
tirar o bordo cortante, lixar. Até porque você não tem um ambiente
seco para restaurar.
Criança ou adultos pode-se restaurar.
(A) Correto.
(B) Correto. Sempre existe risco de necrose pós trauma, apesar de ser
raro quando acontece trauma somente em esmalte.
Acompanhamento radiográfico é sempre bom fazer porque as vezes
existem traumas anteriores, antes do trauma atual e você descobre
pelo raio-x. Além de conseguir acompanhar o caso.
(C) Correto. Pode alisar bordos cortantes.
(D) Não é possível porque o trauma está restrito ao esmalte.

5. (SH DIAS – São Sebastião-SP/2014) A contenção rígida com fio de


aço 0,7mm de diâmetro é recomendada em qual tipo de trauma?
(A) Luxação lateral.
(B) Subluxação.
(C) Luxação extrusiva.
(D) Concussão.

Discussão da questão
A contenção rígida não tem sido indicada.
Hoje se cair uma questão dessa, podemos entrar com recurso,
baseado na última atualização do IADT – Internacional Association of
Dental Traumatology.
Hoje utilizamos a contenção flexível ou semirrígida.

(A) Seria a que a banca coloca como correta.


(B) Subluxação raramente precisa de contenção.
(C) Luxação extrusiva é contenção flexível.
(D) Concussão também não precisa de contenção porque você não
tem mobilidade.

06. (SH DIAS – Jandira-SP: Cirurgia/2014) O tratamento da


subluxação causada pelo Traumatismo aos Tecidos Periodontais
deve ser, exceto da seguinte forma:
(A) Acompanhamento clínico radiográfico.
(B) Contenção indispensável envolvendo dentes vizinhos.
(C) Repouso oclusal (dieta pastosa até 14 dias).
(D) Desgaste do antagonista, se necessário.

Discussão da questão
A questão não fala se é dente de leite ou permanente. Mas, a
questão é de uma prova de cirurgia, de especialidade, então com
certeza ela está falando de dente permanente.
O tratamento para a subluxação tanto em dente decíduo quanto em
dente permanente é o mesmo.
(A) Correto. Qualquer trauma você tem que tirar uma radiografia e
acompanhar.
(B) A subluxação raramente precisa de contenção.
(C) Correto.
(D) Correto. Se tiver ponto de contato prematuro, você desgasta. A
questão deixou clara que é se necessário.

07. (SH DIAS – Jandira-SP: Cirurgia/2014) Na Concussão causa pelo


Traumatismo aos Tecidos Periodontais observa-se, exceto que:
(A) Som à percussão normal.
(B) O teste de vitalidade pode apresentar resposta positiva ou
negativa.
(C) Ocorre aumento de mobilidade ou deslocamento anormal.
(D) Reação marcante à palpapão horizontal ou vertical.

Discussão da questão
A questão não fala se é dente de leite ou permanente. Mas, a
questão é de uma prova de cirurgia, de especialidade, então com
certeza ela está falando de dente permanente.
O tratamento para a concussão tanto em dente decíduo quanto em
dente permanente é o mesmo.
(A) Correto. Som à percussão é normal.
(B) Correto. Após a concussão pode dar falso negativo no teste de
vitalidade por meses.
Em crianças não fazemos teste de vitalidade porque criança não tem
a capacidade de mensurar a dor, para elas qualquer coisa pode ser
dor. Nós sabemos se o dente decíduo tem necrose ou não por
características clínicas e radiográficas.
(C) Na concussão não tem mobilidade e nem deslocamento.
(D) Correto. O dente tem sensibilidade.

08. (SH DIAS – Itapira-SP/2014) Luis de 5 anos de idade, foi levado


ao atendimento em uma Unidade de Saúde de Itapira. Na
anamnese, o responsável relatou que Luís foi empurrado contra o
chão por um colega. O diagnóstico foi de intrusão com
deslocamento anterior do elemento 51. Diante desse quadro, qual a
conduta clínica indicada?
(A) Tracionamento ortodôntico.
(B) Uso de placa oclusal.
(C) Acompanhamento da recuperação.
(D) Restauração estática para corrigir posicionamento.

Discussão da questão
5 anos = trauma em decíduo.
Deslocamento anterior.
Pelo visto não teve fratura, então não atingiu o germe do
permanente, então acompanha.
(A) Não se faz tracionamento ortodôntico de dente decíduo.
(B) Nada a ver.
(C) Correto.
(D) Nada a ver.

09. (SH DIAS – Louveira-SP/2016) Qual a condição listada abaixo


dispensa a utilização de exame radiográfico para complementar o
diagnóstico em Odontopediatria:
(A) Lesão de Cárie.
(B) Lesão de Tecido Mole.
(C) Injúrias traumáticas dentais.
(D) Transtornos eruptivos.

Discussão da questão
(A) Lesão de cárie as vezes precisa de exame radiográfico para
complementar, as vezes não.
(B) Lesão de tecido mole: abrasão (ralado) – pomada ou lazer,
contusão (hematoma) - acompanha, laceração (corte na mucosa) –
sutura, acompanha e mantém limpo.
Só precisa radiografar se tiver um corpo estranho ali.
(C) Trauma sempre tem que radiografar.
(D) O dente está com atraso ou não está, tem que radiografar para
saber.

Dúvida
Como se faz uma contenção semirrígida?
Exemplo: Trauma no 51.
- Fio 0,4 de orto.
- Corta o fio de canino a canino ou de lateral a lateral (depende de
qual vizinho você tem na boca).
- Pega bolinhas de resina composta e cola como se fossem brackets
fixando essa contenção.
- Deixa de 14 a 21 dias e depois remove.
Serve para manter o dente em posição.

Dúvida
Para trauma com exposição pulpar, qual o melhor tratamento?
Vai falar mais para frente.

Dúvida
No caso de intrusão de decíduo, necessita fazer a técnica de Clarck
para fazer a direção do trauma?
Não. Em decíduos fazemos uma radiografia oclusão com filme
periapical. Caso necessário você pode fazer uma tomada lateral para
saber se você atingiu o permanente. Dessa forma você consegue
fazer o diagnóstico.
Clarck é para localização.

10. (SH DIAS – Itu-SP/2019) Em relação a traumatismo dento-


alveolar que acomete estruturas dentárias e seu periodonto,
restritas dos tecidos moles temos:
(A) Trinca vertical, Luxação lateral, Extrusão, Concussão e Intrusão.
(B) Luxação lateral, Extrusão, Concussão e Trinca lateral e Trinca
vertical.
(C) Luxação lateral, Extrusão, Concussão, Trinca vertical, Subluxação e
Avulsão.
(D) Avulsão, Intrusão, Luxação lateral, Extrusão, Subluxação e
Concussão.

Discussão da questão
Ele não falou se é dente decíduo ou permanente.
A formulação está estranha da questão.
Sabemos que o traumatismo dento alveolar acomete tanto as
estruturas dentárias, como também o periodonto. A pergunta quer
saber quais são os traumas restritos ao periodonto, aos tecidos de
suporte (não seria nem tecido mole a palavra certa, porque tecido
mole seria mais da mucosa).
(A) Trinca é no dente, estrutura dentária.
(B) Trinca é no dente, estrutura dentária.
(C) Trinca é no dente, estrutura dentária.
(D) Correta. Traumatismos restritos aos tecidos de suporte.

11. (SH DIAS – Itu-SP/2019) Referente a traumas, quando existe


deslocamento do dente para dentro do alvéolo dentário,
rompimento do suprimento vascular pulpar sem sensibilidade ao
toque, sem mobilidade e fratura do osso alveolar, chamamos de:
(A) Luxação
(B) Intrusão
(C) Avulsão
(D) Sub-luxação

Discussão da questão
O que ele fala depois do “deslocamento do dente para dentro do
alvéolo dentário é só para confundir a cabeça.
(A) Luxação lateral – o dente não vai para o alvéolo, só muda o dente
de posição.
(B) Correta.
(C) Avulsão – quando o dente sai totalmente do alvéolo.
(D) Sub-Luxação – quando você tem rompimento do ligamento
periodontal e tem um sangramento no alvéolo.

12. (SH DIAS – Itu-SP/2019) Qual conduta levar mediante as fraturas


radiculares (terço cervical, apical e médio):
I. Limpar região com soro fisiológico e reposicionamento do
fragmento.
II. Alívio oclusal.
III. Encaminhar para endodontista.
IV. Remover o ligamento periodontal necrótico raspando.
É correto o que se afirma em:
(A) I, II e IV apenas.
(B) II, III e IV apenas.
(C) II e IV apenas.
(D) I, II e III apenas.
Discussão da questão
Não fala se é dente decíduo ou dente permanente.
A professora acredita que como é uma prova geral, eles estão
falando de dentes permanentes. Se fosse decíduo, a questão estaria
escrita de um jeito mais específico.
I. Está correto.
II. Está correto.
III. Encaminhar para o endodontista é diferente de fazer o
tratamento endodôntico. Tem que ter um acompanhamento
endodôntico do dente.
IV. O dente teve uma fratura radicular. Como você vai tirar o dente e
raspar? Está errada.

Quadro para entender o que fazer em caso de envolvimento pulpar


Aqui nós estamos falando de dentes decíduos.
HIPEREMIA PULPITE PULPITE NECROSE
PULPAR REVERSÍVEL IRREVERSÍ PULPAR
VEL
- Ausência de dor - Dor provocada - Dor - Ausência
- Ausência de sinais (mastigação ou ao espontâne de
radiográficos (sem teste). a sangrame
lesão). - Ausência de sinais - nto
radiográficos de Sangrame - Presença
alteração periapical nto escuro ou não de
* Pode acontecer e opaco rarefação
por traumas ou por - Textura óssea
cárie. alterada - Presença
da polpa de sinais
clínicos
como
fístula,
abcesso
-
Reabsorçã
o interna
Sem Com Sem Com - Dor
exposiç exposição exposiç exposição espontâne
ão ão a
-
Sangrame
nto
intenso
- Difícil
hemostasi
a
CPI CPD CPI Pulpotomi Pulpectomia
a
Utilizado Utilizado
em casos em casos:
específico Exposição
s, como: grande,
Exposição presença
pequena, de tecido
acidental, cariado,
ausência sangrame
de tecido nto
cariado, vermelho
sangrame vivo, fácil
nto suave hemostasi
a, textura
normal da
polpa.

Legenda:
CPI = Capeamento pulpar indireto – geralmente é utilizado um
fármaco como o hidróxido de cálcio (pode ser também o hidróxido de
cálcio pasta-pasta), ionômero de vidro sem ser o foto ativado (que é
menos tóxico que o foto ativado).
CPD = Capeamento pulpar direto – deposição de um fármaco
diretamente sobre a polpa para manter a vitalidade pulpar.
A chance de sucesso dele é baixa. Hoje nós não removemos cárie até
ficar branquinho e evitamos a exposição pulpar.
Em caso de cárie, você não pode utilizar porque já houve
contaminação.
Então em casos de traumas, utilizamos mais o CPD do que em caso
de cárie.
Podemos utilizar hidróxido de cálcio, MTA, pastas iodoformadas.
Em caso de trauma, a polpa pode ter ficado muito tempo exposta e o
capeamento pulpar pode não dar certo.
Pulpotomia – é quando você pega uma cureta e remove toda a polpa
da câmara coronária, mas mantém o remanescente vital nos
condutos. Aí você coloca um fármaco na área da polpa coronária.
Pulpectomia ou Biopulpectomia ou Necropulpectomia – a polpa é
vital e você remove ela.

Materiais Obturadores
OZE
Pasta Guedes-Pinto (conhecida como pasta 3)
Hidróxido de cálcio
Hidróxido de cálcio + PMCC
Hidróxido de cálcio + iodofórmio
Hidróxido de cálcio + OZE + propilenoglicol
OZE + iodofórmio
Pasta CTZ
Pasta MAISTO
Hidróxido de cálcio + azeito de oliva
Na Odontopediatria, não utilizamos materiais plásticos como a gutta
percha para obturar os dentes, mas sim reabsorvíveis.
Tem que ver sempre qual é a banca e que região que é, porque cada
região usa uma coisa.
Se a banca der a bibliografia, fica mais fácil de saber.

POLPOTOMIA E APLICAÇÃO DE FORMOCRESOL


Hoje o formocresol já está caindo o uso em vários países, mas ainda é
muito utilizado em serviço público.
Não caiu na banca SH DIAS ainda, mas está no edital.
Formocresol é um material utilizado para polpotomia de dentes
decíduos.
• Fómula do formocresol:
- Formaldeído 19%
- Cresol 35%
- Glicerina 15%
- Água destilada q.s.p.
Ele era usado após a remoção da polpa coronária. Colocava-se um
algodão embebido com formocresol, somento “o cheiro” durante 3
minutos e depois coloca o material para proteger a polpa. Podia ser o
ionômero de vidro, uma OZE e acompanhava aquele dente. Mantém-
se o remanescente vital.
Vai acontecer uma mumificação da camada superficial da polpa
radicular.
Na Europa o formocresol já foi proibido porque ele tem
características carcinogênicas.
Hoje nós utilizamos as próprias pastas obturadoras como um
material que vai proteger aquela câmara coronária.

FORMOCRESOL DILUÍDO 1:5


Utilizado para diminuir o potencial carcinogênico. É menos tóxico,
mais ainda sim tem potencial carcinogênico.
• Mesma técnica do formocresol concentrado
• Formocresol diluído 1:5:
Pega o formocresol original e coloca quatro partes de diluente (3
partes de glicerina e 1 parte de água destilada).

13. (SH DIAS – São Sebastião-SP/2012) É INCORRETO afirmar que


durante a terapia endodôntica de dentes decíduos:
(A) Haja instrumentação vigorosa em dentes necrosados e com
fístula mucosa, com formação de batente apical para ancoragem do
cone de guta-percha.
(B) A medicação intra-canal é um procedimento necessário para a
desinfecção dos condutos radiculares necrosados.
(C) O tricresol formalina pode ser empregado como medicação intra-
canal na embocadura dos canais radiculares de molares decíduos.
(D) Em casos de fístula mucosa com extrema mobilidade e exfoliação
avançada a exodontia prevalece em relação ao tratamento
endodôntico.

Discussão da questão
(A) Tudo errado. Vamos fazer a sanificação porque está com fístula.
Você pode fazer uma medicação ou não, que geralmente é o
hidróxido de cálcio. Mas não é formado o batente apical, mesmo
porque o delta apical de decíduo já é diferente de dente permanente,
ele é aberto, divergente. O delta apical tem muitos canais acessórios.
E principalmente, a gente não usa cone de guta percha jamais para
tratamento endodôntico de dentes decíduos.
(B) Para a banca SH DIAS que está apoiada no livro do professor
Airton Toledo, eles usam a medicação intra canal com hidróxido de
cálcio. Isso é correto.
Pode ser que você não tenha aprendido assim, mas está correto.
Na Odontopediatria existem várias formas de se tratar o canal de
dentes decíduos.
(C) Correto.
(D) Correto. Quando tem mais de 2/3 de raiz reabsorvida, vai ser feita
a exodontia.

14. (SH DIAS – Jandira-SP: Pacientes Especiais/2014) Quando há


infecção apical em dente decíduo habitualmente ocorre uma
anomalia dentária no seu sucessor, chamada de:
(A) Oligontia.
(B) Dente de Turner.
(C) Concrescência.
(D) Dente de Down.

Discussão da questão
Quando menos formado o dente permanente, ou seja, quanto menor
Estágio de Nolla ele tiver, quanto menos mineralizado ele estiver,
maior a chance dele vir com comprometimento se tiver uma infecção
apical no dente decíduo.
Esse comprometimento geralmente vem em uma forma de
hipoplasia.
Hipoplasia é diferente de HIMI = Hipomineralização de molar e
incisivo (que acomete vários elementos).
Quando a hipoplasia é localizada, geralmente ela acontece ou por
trauma, ou por infecção prévia.
Quando é infecção prévia, nós damos o nome de dente de Turner.
(A) Oligodontia – é ausência de 6 dentes ou mais. É uma condição
rara.
(B) Correta.
(C) Concrescência – é quando você tem a união de dois dentes pelo
cemento.
(D) Não existe.

15. (SH DIAS – Louveira-SP/2016) Assinale a alternativa incorreta


sobre a terapia pulpar em Odontopediatria:
(A) Quando a Pulpectomia é realizada em dentes decíduos os canais
radiculares são saneados, alargados, desinfectados e preenchidos
com material não-reabsorvível como guta percha.
(B) A Pulpotomia está indicada quando a remoção de tecido cariado
resulta em exposição pulpar em um dente decíduo com polpa
saudável ou com pulpite reversível.
(C) A apicificação é um procedimento indicado para dentes
permanentes não vitais com rizogênese incompleta.
(D) Pulpotomia é a amputação da porção coronária da polpa de um
dente não vital, em situação de exposição pulpar mínima por
trauma ou durante a remoção de tecido cariado.

Discussão da questão
(A) Errado. Os dentes são saneados, alargados e desinfectados, mas o
material é reabsorvível para o dente poder sofrer a rizólise.
A guta percha não é utilizada no tratamento de canal de dentes
decíduos porque é um material plástico, não reabsorvível.
Essa seria a resposta oficial da banca.
(B) Quando você está removendo cárie, já infectou, ele já falou que
tem tecido cariado. Então mesmo que a polpa fosse saudável ou com
pulpite reversível, você pode fazer a Pulpotomia. Pulpotomia com “o”
ou com “u”, está correta a escrita das duas formas.
(C) Sim. Se você tem um dente que sofreu um traumatisco, necrosou,
mas a rizogênese não está completa ou então teve uma necrose
pulpar por cárie, mas a rizogênese não está completa, você não vai
partir para a endo antes de formar o ápice para fazer a endodontia.
(D) Essa também é incorreta porque a Pulpotomia da porção
coronária é de um dente vital. Pupotomia se faz em dente com
vitalidade porque você vai manter o remanescente vital. Existe um
erro nessa questão.
Essa questão foi anulada na época.

ANESTESIA ALVEOLAR INFERIOR


• Técnica direta: agulha é introduzida numa única direção até as
proximidades do nervo dentário inferior na região da língula da
mandíbula. Área da punção: abaixo do plano oclusal dos molares,
quando a criança ainda não tem o molar permanente na boca.
A criança tem a condição anatômica da mandíbula diferente do
adulto, então a punção sempre vai ser mais posterior e abaixo do
plano oclusal dos molares.
• A seringa deve ficar posicionada entre o canino e o primeiro molar
decíduo do lado oposto e ligeiramente inclinado para baixo, já que
nessa criança a língua da mandíbula só situa no plano oclusal ou
ligeiramente abaixo dele.
• Para as crianças maiores (dentição mista), a técnica é similar a
técnica no adulto. A agulha é então introduzida cerca de 2 a 2,5cm
para a anestesia do nervo alveolar dentário, nesta situação é
depositado aproximadamente 2/3 do tubete de anestésico, a
seguir a agulha deve ser retirada cerca de 1cm e o restante do
anestésico é depositado com o objetivo de se anestesiar o nervo
lingual. A técnica consiste de anestesia no tronco do nervo
alveolar inferior.
Com a dentição mista fica muito parecida com a técnica para
dente permanente.
Quando a criança já tem o primeiro molar permanente, ai você já
faz a punção na linha da oclusal.

Anestésicos locais e suas doses máximas


O de escolha para criança é sempre a Lidocaína de 2%.

ANESTÉSICO LOCAL DOSE MÁXIMA MÁXIMO


(POR KG PESO ABSOLUTO
CORPORAL) (INDEPENDENTE DO
PESO)
Lidocaína 2% 4,4mg 300mg
Lidocaína 3% 4,4mg 300mg
Mepivacaína 2% 4,4mg 300mg
Mepivacaína 3% 4,4mg 300mg
Articaína 7 mg 500mg
Prilocaína 3% 6mg 400mg
Bupivacaína 0,5% 1,3mg 90mg

Articaína, Prilocaína e Bupivacaína são pouco utilizadas em


Odontopediatria.
Essa referência é do Eduardo que é a mais utilizada para
Odontopediatria em concursos, não é do Malamed (dose de
anestésico muito grande).

Dúvida
Faz Pulpotomia em pulpite reversível?
Sim. Olhe no quadro.
É feita a Pulpotomia, quando na pulpite reversível se tem a exposição
pulpar. Você não faz quando é pulpite irreversível.

16. (SH DIAS – São Sebastião-SP/2012) Considerando as possíveis


complicações decorrentes da anestesia local em crianças, assinale a
alternativa INCORRETA:
(A) Em situações de mordida no lábio após a anestesia por bloqueio
do nervo alveolar inferior, o emprego de soluções antissépticas é útil
e tem por objetivo evitar ocorrência de infecções secundárias.
(B) Diante de uma fratura da agulha, se a remoção do fragmento não
for possível, esta remoção deverá ser cirúrgica.
(C) Hematomas (efusão sanguínea nos tecidos resultantes da
ruptura de vasos) podem ocorrer em menor frequência em
pacientes com discrasias sanguíneas.
(D) Manifestações clínicas caracterizadas por urticária, prurido,
erupções cutâneas, hiperemia e edema local caracterizam reações
alérgicas de pequena gravidade, mas que deverão ser registradas
para evitar futura readministração da droga empregada.

Discussão da questão
Geralmente em crianças, corremos o risco de alergias, porque a
criança nunca tomou anestesia antes, nós seremos os primeiros a
dar.
Crianças se coçam, se mordem.
(A) Correto. Quando a criança morde, aquilo pode infeccionar e
antissépticos podem ser usados. O lazer também é um bom
tratamento para essas lesões.
(B) Correto.
(C) Ocorrem com maior frequência em pacientes com discrasias
sanguínea.
(D) Correto. Geralmente controlamos com antialérgico, mas
precisamos registrar o anestésico e a dose utilizada.

17. (SH DIAS – Louveira-SP/2016) Assinale a alternativa correta


sobre os cuidados e recomendações no uso de anestésicos tópicos
em crianças:
(A) O anestésico tópico pode ser usado antes da injeção do
anestésico local para potencializar a ação da solução.
(B) Não é necessário o uso de válvula spray dosadora quando uma
solução em aerossol for escolhida, o anestésico tópico pode ser
usado livremente.
(C) A absorção sistêmica de lidocaína tópica deve ser considerada
para o cálculo da dose máxima total de anestésico.
(D) A lidocaína tópica tem um efeito anestésico mais rápido que a
benzocaína.

Discussão da questão
Geralmente em Odontopediatria nós utilizamos o anestésico tópico
benzocaína (Benzetop 20%). A dose máxima é 2g.
O anestésico tem capacidade de anestesiar de 2 a 3 mm da mucosa.
Utilizado para remoção de dentes decíduos esfoliando, previamente
a punção.
Tem que tomar cuidado na quantidade porque a criança pode
deglutir e também há uma absorção submucosa, então temos que
tomar cuidado com a dose máxima para não haver intoxicação.
Seca bem a mucosa, aplica, remove o excesso para aí você fazer o
procedimento.
(A) Não vai potencializar a solução que vai ser usada posteriormente.
(B) Jamais usar livremente. Quando é utilizado em aerossol precisa
ter a cânula para aplicar somente na região, se não o anestésico
espalha. Então tem que usar a válvula de spray dosadora sim.
(C) Correto. Geralmente utilizamos a benzocaína como anestésico
tópico e a lidocaína como anestésico em solução, mas também existe
a lidocaína tópica.
(D) A benzocaína tem um efeito anestésico mais rápido que a
lidocaína.

18. (SH DIAS – Louveira-SP/2016) Sobre procedimentos


restauradores em Odontopediatria, assinale a alternativa correta:
(A) Os valores de resistência de união ao esmalte de dentes decíduos
e permanentes são muito diferentes, necessitando de modificação
nas técnicas restauradoras.
(B) A possibilidade de remoção parcial de tecido cariado em lesões
superficiais e de média profundidade em dentina, não deve ser
considerado em crianças, pois há grandes chances de recidiva.
(C) Se isolamento e o comportamento do paciente estão
comprometidos, o amálgama não deveria ser o material restaurador
de escolha.
(D) Os cimentos ionoméricos onde a liberação de flúor ocorre, tem
sua utilização indicada no tratamento restaurador atraumático.

Discussão da questão
Hoje em Odontopediatria utilizamos bastante o ICDAS para classificar
as lesões. Já não utilizamos mais a Classificação de Black a muito
tempo.
Black falava das classificações quando os materiais precisavam de
retenção. Hoje os materiais evoluíram.
Black foi muito importante para a Odontologia, mas hoje isso evoluiu.
Hoje nós removemos o tecido infectado, mantemos somente o
tecido afetado e restauramos bastante com ionômero de vidro no
ART (Tratamento Restaurador Atraumático), resina composta,
compômeros.
(A) Eles não são muito diferentes. Apesar do dente decíduo ser
menos mineralizado, geralmente a gente tem mais dificuldade de
adesão pelo dente ser menor mesmo.
A adesão também pode ser dificultada por outros fatores como HIMI
que um dente pode apresentar.
Mas num geral as restaurações não são muito diferentes.
(B) Remoção parcial de tecido cariado é o que a gente mais quer em
criança. Não queremos exposição pulpar de jeito nenhum, queremos
manter aquele dente.
O que dá recidiva é uma restauração sem adesão satisfatória nos
bordos.
(C) Antigamente quando a criança não se comportava bem, que você
não podia fazer resina, você fazia o amálgama porque ele grudava
mesmo com o ambiente úmido. Então ele era o material de escolha
sim.
Hoje em dia ele está em desuso devido a toxicidade, contaminação
ambiental.
(D) Sim. É o material de escolha não só no TRA, como também para
restaurar os dentes normalmente em crianças.

Email: carolaguedes@gmail.com
@carolag

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