Clareamento Dental
INTRODUÇÃO:
• Clareação = ação/efeito de clarear;
• “Técnica que emprega agente químico oxidante
para ALTERAR A PIGMENTAÇÃO que
causa o escurecimento dental.”;
• O clareamento é um procedimento estético,
portanto, só será realizado após o tratamento de
patologias bucais.
➔ O carvão ativado NÃO funciona, é uma substância
abrasiva contra estrutura dentária que remove manchas
de pigmentação extrínseca.
BREVE HISTÓRICO:
• Séc. 1 d.C.: Romanos – escovação com urina;
• Empirismo: diversas substâncias – cloro,
ácidos;
• 1861: 1° trabalho científico – M’ Quellen
(Filadélfia, EUA);
• Final do séc. XIX: Despolpados – ácidos
oxálicos, hip. Sódio;
• 1924: Despolpados – Perborato + pH 30% +
calor;
• 1989: Haywood & Heymann – peróxido de
carbamina 10%;
• 1992: Hanosh et al. – Uso da luz visível
associada aos produtos clareadores;
• 1996: Smigel – uso do laser – não existe
clareamento a laser;
• Últimos 30 anos – avanços científicos.
ETIOLOGIA DAS ALTERAÇÕES DE COR:
• Para que o clareamento seja indicado é preciso
que se tinha alteração de cor;
• Fatores extrínsecos: tabaco, consumo
frequente de alimentos e bebidas que possuem
corante;
• Fatores intrínsecos: (pré e pós eruptivos):
fluorose, tetraciclina (antibiótico), fisiológico
(idade – mais dentina), tratamento endodôntico
insatisfatório, traumas da estrutura dentária.
➔ Quando se apresenta um dente tratado
endodonticamente o clareamento é realizado de maneira
individual/ diferente, porque esse dente apresenta uma
coloração que destoa muito dos outros.
INDICAÇÕES:
• Escurecimento fisiológico;
• Dentes naturalmente escuros - acontece com a
idade;
• Manchas por tetraciclina (grau leve) - mais
difícil de recuperar com o clareamento quando
está em grau avançado;
• Fluorose - sem exposição de dentina;
• Escurecimento pós traumatismos;
• Escurecimento pós tratamento endodôntico.
➔ Para corrigir cor o tratamento clareamento sempre será
a primeira opção, pois se trata de um procedimento
menos invasivo.
VANTAGENS:
• Procedimento simples;
• Conservativo comparado com outras
estratégicas estéticas – como facetas que
apresentam maior comprometimento da
estrutura dentária;
• Pouco tempo de procedimento clínico;
• Poucos efeitos secundários - se empregado
corretamente.
USO LIMITADO:
• Paciente grávidas ou amamentando;
• Pacientes alérgicos a alguns dos agentes do
produto clareador;
• Hipersensibilidade transitória – grande
problema do tratamento clareador, mas é
possível conduzir com o tratamento;
• Alto risco à carie, cavidades abertas;
• Doença periodontal.
Durante a sensibilidade maior pode suspender o uso do
clareamento e, a medida que o paciente tem uma
melhora vai retornando com o procedimento em doses
menores.
DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO:
• Após ter reconhecido qual é a causa e que o
tratamento clareador é uma indicação, é preciso
realizar o planejamento;
Dentística IV Profª. Drª Danielle Cristine Furtado Messias;
Brenda Aparecida Faustino da Silva
 • No procedimento de clareamento os dentes
poderão sofrer alteração no croma, isto é, na
saturação;
• O matiz NÃO sofre alteração. Exemplo: a cor
C1 poderá se transformar em C2 ou C1, mas
não altera para B1. Ou seja, o dente vai clarear,
mas a cor vai ser a mesma, o matiz será o
mesmo.
PLANEJAMENTO:
1. Anamnese;
2. Exames – clínicos e radiográficos –
reconhecimento das causas de alteração de cor
e que o tratamento clareador é indicado;
3. Seleção de cor – início do tratamento em si:
• Através de fotografias que devem ficar
armazenas no computador para que se tenha o
registro de cor, pois, durante o tratamento, o
paciente e o profissional se esquecem da
condição inicial do paciente.
• Portanto, a foto serve como registro de antes de
depois do tratamento e, também para que se
possa fazer um acompanhamento, um guia para
conduzir o tratamento para saber até onde se
deve ir, ou seja, como o tratamento está
evoluindo. Também é bom utilizar, junto a esse
registro a escala de cor como guia.
4. Termo de consentimento:
• O resulto final do tratamento depende de uma
resposta biológica do paciente, ou seja, é
individual para cada pessoa. Portanto, o dentista
não consegue garantir para o paciente qual será
o resultado do tratamento. O profissional
também não consegue garantir a ausência de
dor, que o paciente nunca irá precisar de
tratamento endodôntico em virtude de uma
pulpite promovida pelo agente químico
clareador.
➔ Todo tratamento clareador exige um termo de
responsabilidade, pois não se tem a certeza quanto aos
resultados e da possibilidade de efeitos adversos
resultante do tratamento. Mas isso não tira a obrigação do
profissional de conduzir o procedimento clareador da
melhor maneira para que o paciente alcance um
tratamento clareador satisfatório.
MECANISMO DE AÇÃO DO AGENTE
CLAREADOR:
• Um dente escurecido apresenta moléculas de
pigmento. Essas moléculas são cadeias de
carbono e, quanto mais escuro for esse
pigmento, maior será a cadeira de carbono:
✓ Pigmentos escuros = CADEIAS DE
CARBONO LONGAS;
✓ Pigmentos parcialmente clareados =
CADEIAS DE CARBONO
INTERMEDIÁRIAS;
✓ Pigmentos completamente clareados =
CADEIAS DE CARBONO
MENORES.
Quando o agente clareador penetra na superfície
dentária (esse agente se degrada em oxigênio) e vai até
as cadeias de carbono que são grandes, quebrando essas
cadeias em cadeias menores, até que se tenha cadeias de
carbono menores e, consequentemente, pigmentos mais
clareados. Então, conforme o gel clareador permanece
em contato na estrutura dentária, ele vai tendo uma ação
química junto as moléculas de pigmento promovendo
moléculas a quebra de moléculas longas de carbono em
moléculas menores, em cadeias menores de carbono e
cadeias menores são pigmentos clareados.
PARA TER CLAREAMENTO É PRECISO
QUEBRAR AS MOLÉCULAS DE PIGMENTOS
O PERÓXIDO DE CARBAMIDA é um dos agentes
clareadores. Quando ele entra em meio ácido//aquoso
ele se degrada em PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO que
é outro agente clareador. Portanto o carbamida se
degrada em hidrogênio (que é o agente clareador ativo)
e em ureia. Por sua vez, o peróxido de hidrogênio vai se
decompor em ÁGUA e em OXIGÊNIO NASCENTE o
qual apresenta um baixo peso molecular (portanto tem
grande poder de penetração) e consegue penetrar muito
facilmente pela estrutura, portanto, através de uma
reação de oxidorredução, o oxigênio nascente é capaz
de quebrar cadeias grandes em cadeias menores ao
interagir com pigmentos que apresentam um alto peso
molecular e as moléculas de pigmento vão sendo
liberadas da estrutura dentária, tendo assim o efeito
clareador.
Conforme essas moléculas vão quebrando, vai chegar
um momento em que elas vão chegar no limite, não
reagindo mais com o oxigênio nascente, portanto, a
molécula de pigmento já atingiu o seu grau mais claro,
não tendo mais efeito clareado, chegando no PONTO
DE SATURAÇÃO – MÁXIMO DE CLAREAMENTO
PARA AQUELE INDIVÍDUO, onde não terá mais
cadeias para serem quebradas//pigmentos para serem
clareados. Se a partir desse momento o paciente ainda
continuar utilizando o agente clareador sobre a
superfície dentária, o oxigênio nascente vai continuar
buscando moléculas de pigmento e cadeias de carbono
longa para continuar quebrando. E como essas
moléculas não estão mais disponíveis para quebra, o
agente começa a atuar em estruturas dentárias que
tenham moléculas de carbono, por exemplo, as
proteínas da matriz do esmalte, estrutura dentária hígida
e aí que ele pode acabar promovendo um dano a
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Brenda Aparecida Faustino da Silva
estrutura dental e podendo ter a possibilidade de perda
de estrutura dentária.
TÉCNICAS DE CLAREAMENTO DENTAL
Por isso o clareamento dental é de
PARA DENTES VITAIS:
ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL!
1. CLAREAMENTO
Independente do agente clareador empregado, o agente
clareador ativo sempre será PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO. Ou seja, o perborato de sódio se
degrada em metaborato de sódio e em peróxido de
hidrogênio// o peróxido de carbamida se degrada em
ureia e em peróxido de hidrogênio// o peróxido de
hidrogênio se degrada em água e em oxigênio. Ou seja,
no final sempre terá peróxido de hidrogênio que vai se
degradar em oxigênio. Portanto, o mecanismo de ação é
igual para todos os tipos de agentes clareadores.
O dióxido de carbono, a amônia e a água ficam dentro
do dente? Eles serão liberados por difusão!!
PROTOCOLO CLÍNICO:
TIPOS DE AGENTES CLAREADORES:
• Peróxido de Carbamida;
• Peróxido de Hidrogênio;
• Perborato de Sódio.
Quanto de carbamida se transforma em hidrogênio?
- Cerca de 30%;
- Carbamida 10% vai ser hidrogênio 3% e hidrogênio
30% seria um carbamida 100%.
Para a técnica de CLAREAMENTO CASEIRO
SUPERVISIONADO, onde o paciente conduz a técnica
em casa, é importante que o AGENTE CLAREADOR
SEJA DE BAIXA CONCENTRAÇÃO, então temos as
opções:
• Peróxido de Carbamida 10 – 22%;
• Peróxido de Hidrogênio 3 – 10%.
Pode realizar um tratamento clareador de um dente
NÃO VITAL? Até pode, mas não terá um resultado
muito satisfatório!
Já para a técnica de CONSULTÓRIO, onde o próprio
profissional aplica o agente clareador, este deve ser de
ALTA CONCENTRAÇÃO, então temos as opções:
• Peróxido de Hidrogênio 30 – 40%;
• Peróxido de Carbamida 37%;
• Perborato de Sódio – para clareamento de
dentes NÃO VITAIS.
Produtos vendidos sobre balcão ou realmente
apresentam peróxido em uma concentração bem baixa
(mesmo assim não promove clareamento porque o
contato com a superfície é muito curto), ou apresentam
uma quantidade de abrasivos maiores, os quais
conseguem tirar apenas manchas superficiais, ou seja,
não promove clareamento.
CASEIRO
SUPERVISIONADO:
• Paciente faz aplicação do agente clareador em
casa, mas com a orientação e a supervisão do
profissional durante todo o tratamento.
1. Anamnese;
2. Pesquisar hábitos;
3. Profilaxia e exame clínico;
4. Diagnóstico e planejamento (seleção de cor –
fotografias);
5. Orientações ao paciente para conduzir o
tratamento em casa – por escrito;
6. Registro de cor – escala vitta (base de
comparação) + registro fotográfico;
7. Moldagem das arcadas:
• Deve copiar bem a cervical dos dentes pois é o
local onde a moldeira ficará adaptada e o recorte
dos modelos (em U ou Ferradura).
• Existe alguns livros que sugerem como próxima
etapa o alívio dos modelos, que nada mais é que
a aplicação de uma fina camada de cera ou
esmalte de unha sobre a vestibular dos modelos
para criar um espaço que seria preenchido
posteriormente pelo agente clareador. No
entanto, hoje se sabe que essa etapa não é
necessária, pois o paciente tente a colocar miais
gel dentro da moldeira.
• A moldeira deve ficar bem justa em relação a
superfície vestibular do dente – como o agente
clareador age por difusão não tem necessidade
de colocar muito gel na moldeira, portanto, uma
maior quantidade de gel não aumenta a eficácia
do tratamento clareador.
8. Confecção das placas – silicone ou vinil 1mm;
9. Recorte das placas:
• O recorte pode ser acompanhando a margem
gengival ou reto, sendo esse último o mais
confortável para o paciente.
• Além disso, é preciso fazer o recorte pelo
menos 2mm acima do terço cervical para
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Brenda Aparecida Faustino da Silva
 garantir o vedamento e o contado do agente
clareador com a estrutura dentária.
• Para recortar a placa também é preciso observar
quais dentes serão submetidos ao tratamento
clareador, que são somente aqueles que
aparecem no sorriso. Geralmente vai até
segundo pré – molar. Sempre se estende a placa
distalmente a um dente além do dente que se vai
clarear. Ou seja, o recorte será feito na distal do
dente adjacente ao último dente que aparece no
sorriso.
• Não tem necessidade de estender a placa até
3M, por exemplo.
• Quanto mais curta, mais confortável a placa é
para o paciente e mais ele irá utilizar para
conduzir o tratamento adequadamente, pois
essa técnica é totalmente dependente da
utilização da placa pelo paciente.
• O ideal é que se faça a entrega de uma arcada
por vez, principalmente para aqueles pacientes
que apresentam histórico de sensibilidade e está
fazendo o tratamento pela primeira vez. Se tem
uma adesão melhor do paciente em relação ao
tratamento.
10. Seleção do agente clareador – de baixa
concentração:
• Peróxido de carbamida 10 – 22%;
• Peróxido de hidrogênio 3 – 10% - efeitos um
pouco piores do que o carbamida.
Qual a diferença entre usar um ou outro?
Talvez o tempo de tratamento, mas em termos de
eficácia não existe diferença nenhuma, pois todos os
agentes irão proporcionar um nível igual de
clareamento.
No entanto, se sabe que, quanto maior a concentração,
maior os efeitos colaterais, ou seja, todos os efeitos
adversos do tratamento clareador estão associados com
a concentração do gel. Por esse motivo preconiza – se o
peróxido de carbamida 10%, porque é um agente
clareador eficaz e, dentre todos os que existem, é que o
está associado a uma menor decorrência de
sensibilidade, sendo o mais seguro.
Quando se faz a entrega da moldeira e do gel clareador,
não entregando todas as bisnagas de gel. Entrega apenas
uma e marca retorno semanal para
acompanhar/controlar o desenvolvimento desse
paciente em relação ao tratamento clareador (reação
alérgica, sensibilidade, quantidade de gel na moldeira,
queimadura de tecido mole, se o efeito clareador está
acontecendo)
INSTRUÇÕES POR ESCRITO:
• Pequena porção de gel clareador na parte
interna da moldeira – não pode extravasar gel
quando leva a moldeira em posição – o gel
clareador age por difusão, então uma gotinha já
é suficiente porque o gel vai entrar e se difundir
toda a superfície;
• Enquanto estiver com a moldeira em posição o
paciente não pode comer nem beber;
• Em relação ao tempo:
✓ Se for selecionado o Peróxido de
Carbamida: utilizar 3 a 4h/dia ou
durante o sono;
✓ Se for selecionado o Peróxido de
Hidrogênio: utilizar de 0,5 a 2h/dia, se
peróxido de hidrogênio – tempo menor
devido a sua concentração.
➔ Se utiliza menor tempo durante o dia devido a salivação
que vai estimular a quebra do peróxido de hidrogênio
em oxigênio nascente. Então, quanto mais saliva, maior
a quebra, mais rápida a liberação e mais rápido é o
efeito.
• Não há necessidade de dieta branca:
Segundo trabalhos científicos, o uso de
alimentos/bebidas com corante e hábitos (como o fumo)
não afetam a eficácia do procedimento clareador. No
entanto, os trabalhos científicos são baseados em uma
concentração média. Portanto, é preciso ter bom senso,
por exemplo, paciente toma 10 xícaras de café por dia,
orienta para diminuir para 5/4 xícaras por dia.
Além disso, o agente clareador causa permeabilidade
nos túbulos dentinários, então, é importante dar uma
controlada se for um paciente que faz uso de alimentos
com corantes em todas as refeições.
• Reduzir a ingestão de alimentos com
corante/fumo;
• Higienização das moldeiras e dentes;
• Descontinuar o uso em caso de sensibilidade
exacerbada.
É normal o paciente apresentar sensibilidade nos
primeiros dias, mas é uma sensibilidade que não
incomoda.
TEMPO DE TRATAMENTO:
• Acompanhamento profissional – retorno
periódico semanal;
• Depende da resposta individual;
• Obtenção da cor desejada;
• Até 30 dias (máximo) não há alterações
significativas de clareamento.
Chegou em 30 dias e não chegou na cor da escala mais
clara, quer dizer que já atingiu o ponto de saturação.
2. CLAREAMENTO DE CONSULTÓRIO:
• A aplicação do produto clareador de alta
concentração é feita apenas pelo profissional.
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Brenda Aparecida Faustino da Silva
INDICAÇÕES:
• Paciente adultos – já apresentam uma câmara
pulpar menor, pois a chance que ter um
processo inflamatório no tecido pulpar é menor;
• Paciente que apresentam ausência de histórico
de sensibilidade dental;
• Intolerância a moldeira – não consegue fazer o
caseiro;
• Para aquelas situações onde o paciente precisa
de um pouco mais de agilidade para o resultado
adequado.
PROTOCÓLO CLÍNICO:
1. Anamnese;
2. Pesquisar hábitos;
3. Profilaxia e exame clínico;
4. Registro de cor;
5. Afastamento gengival:
• Todos os tecidos moles precisam estar afastados
para que não entrem em contanto com o agente
clareador e não promover queimaduras;
• O operador também precisa se atentar no
momento da manipulação do peróxido de
hidrogênio para não queimar o dedo – se deve
manipular com luvas.
6. Barreira gengival – proteção gengival:
• É feita com um material resinoso fluido
fotopolimerizável (top dam), aplicado seguindo
o contorno da margem gengival dos dentes que
serão submetidos ao tratamento clareador.
• Esse é um momento muito criterioso para o a
técnica de clareamento de consultório, pois, se
for deixado alguma região de tecido mole
exposto, quando o gel clareador é colocado em
contato com a superfície vestibular, ele vai
entrar com contato também com a margem
gengival e promover uma queimadura;
• Aplica o material resinoso e vai
fotopolimerizando;
• Para verificar se a barreira está
adequada/protegendo topa a margem gengival,
além de olhar pela vista vestibular (frontal),
recomenda – se olhar pela visão inciso –
cervical;
• Se a barreira gengival estiver correta, sem
nenhuma exposição de tecido mole, se pode
iniciar a aplicação do material clareador.
7. Manipulação do produto + aplicação do
produto:
• O tempo de aplicação depende da
recomendação do fabricante;
• Na clínica utilizamos o peróxido de hidrogênio
e a proporção dele é de 3:1 – arcada superior 9:3
– para esse produto o tempo de contato é de
15min – possibilita máximo 3 aplicações na
sessão;
• Após a manipulação (seguindo a recomendação
do fabricante) se formará um líquido roxo que
será aplicado sobre a superfície vestibular até o
tempo que o fabricante recomenda;
• Dado o tempo de aplicação, o produto muda de
cor, ele fica transparente, isso significa que todo
peróxido de hidrogênio já se quebrou, então é o
momento de retirar o produto da superfície.
Primeiro tira o excesso com bolinha de algodão
ou gaze, em seguida faz o enxague abundante
com jato de água e observa se há necessidade
de fazer uma nova aplicação – não precisa
remover a barreira quando vai aplicar
novamente na mesma sessão – antes de fazer
uma nova aplicação aguarda 5 minutos. Só tira
a barreira na última aplicação;
• Após as aplicações, observamos se não houve
nenhum local de queimação, caso houver, fazer
a aplicação imediata do neutralizante;
• Existe um questionamento de quantas
aplicações podem ser feitas sobre a estrutura
dentária, alguns trabalhos já avaliaram isso, e
falam que até 6 aplicações, divididas em 2 ou 3
sessões, não há nenhum prejuízo de aplicação
na superfície dentária.
SENSIBILIDADE DENTÁRIA:
• É um fator adverso muito comum,
principalmente na técnica de clareamento de
consultório por se utilizar agentes de alta
concentração e como maior a concentração,
maior a sensibilidade dentária;
• A sensibilidade ocorre porque a aplicação do
agente clareador aumentar a permeabilidade do
esmalte e da dentina, facilitando a passagem de
peróxidos, atingindo o tecido pular;
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Brenda Aparecida Faustino da Silva
 • Os componentes químicos são tóxicos se
difundem no esmalte e na dentina, atingindo a
polpa e levam a um processo inflamatório do
tecido pulpar. E se a polpa estiver saudável, ela
consegue se defender – inflamação reversível;
• Quando se tem uma maior permeabilidade da
dentina estimula a movimentação de fluidos no
interior dos túbulos dentinários (teoria
termodinâmica), ocasionando em sensibilidade.
➔ Todos os pacientes podem apresentam sensibilidade
dolorosa, mas nem todos os pacientes irão apresentar
o mesmo tipo de dor, o linear de dor é individual.
TRATAMENTO PARA SENSIBILIDADE
DENTÁRIA:
Devido a grande preocupação com sensibilidade
dentária pós sessão de clareamento existem tratamentos
para sanar esse efeito, os quais objetivam:
1. Impedimento da movimentação do fluido
pela oclusão dos túbulos dentinários:
• Agentes remineralizantes – flúor
neutro;
• Uso de laser;
Se vai ocluir não tem movimentação de fluido.
2. Inibição da propagação de estímulo
doloroso:
• Produtos que contenham sais de
potássio na formulação – nitrato de
potássio – se pode fazer na mesma
sessão logo após a aplicação do agente
clareador
ASSOCIAÇÃO DE TÉCNICAS:
• É muito comum fazer associação de técnicas –
consultório + caseira, principalmente em casos de
dentes que apresentam um escurecimento muito
acentuado, pois somente a caseira vai demorar
muito e a de consultório apresenta um risco maior
de sensibilidade.
• Na associação das duas técnicas, gel clareador de
alta concentração, ou seja, a técnica de
consultório, irá funcionar como um “start,
iniciando o processo de quebra de pigmento e o
paciente dá continuidade com a moldeira em
casa;
• Essa associação reduz a sensibilidade e a irritação
gengival, porque só se aplica o agente de alta
concentração uma vez, e existe o estímulo ao
paciente, porque o procedimento tem um
andamento mais rápido.
CLAREAMENTO A LASER:
Significa fazer uma aplicação de luz que pode ser um
laser ou um fotoativador de led pois não irão elevar a
temperatura do dente, é uma luz fria. Mas, fazer a
aplicação de luz, em termos de resultados final não
altera o efeito final.
O objetivo dessa técnica é a fotólise, ela acelera a
degradação do peróxido de hidrogênio o que acelera o
processo de liberação de radicais livres.
Alguns lasers, além dessa, tem o papel de diminuir a
sensibilidade. Por hora, não tem nenhum efeito
adicional ao efeito final do clareamento.
PLANEJAMENTE DE CLAREAMENTO PARA
DENTES NÃO VITAIS:
Dentes tratados endonticamente perdem a coloração de
dente vital, ficam com uma tonalidade diferente,
associando ao fato de que, muitas vezes, algumas etapas
do tratamento endodôntico não são conduzidas de
maneira adequada, como por exemplo: o toalhete da
cavidade não foi realizado, abertura da cavidade de
acesso inadequada, remanescente de material obturador
presente na câmara pulpar. Esses fatores fazem com o
que dente, além daquela tonalidade alterada de cor que
o dente não vital apresenta naturalmente, apresente uma
piora em termos de cor.
O dente não vital apresenta uma alteração de cor mais
resistente para conseguir recuperar com o procedimento
clareador. Por isso a técnica deve ser ajustada para
realizar clareamento de dentes não vitais.
INDICAÇÃO:
• Precisa primeiramente de um exame
radiográfica para verificar se realmente o
tratamento endodôntico está satisfatório;
• Coroa escurecida;
• Precisa ter presença de estrutura dentária para
ser clareada.
AGENTES CLAREADORES PRA DENTES NÃO
VITAIS:
Precisa ser agente clareador de alta concentração:
• Peróxido de hidrogênio 30 – 40%;
• Peróxido de carbamida 37 % (Super Endo);
• Perborato de sódio – Pó + água destilada ou
peróxido de hidrogênio.
Para decidir se será misturado com água ou com
peróxido de hidrogênio, vai depender um pouco de
como se quer conduzir o tratamento. Se o dente está
muito escurecido, misturar com peróxido de hidrogênio
faz com que o potencial de clareamento seja maior ou
mais rápido. Quando se mistura com água o processo de
clareamento vai seguir por um tempo maior.
Dentística IV Profª. Drª Danielle Cristine Furtado Messias;
Brenda Aparecida Faustino da Silva
 ➔ Não existe clareamento caseiro supervisionado para
dentes não vitais, pois o escurecimento desses tipos de
dentes exige que se faça a aplicado do agente clareador
dentro da câmara pulpar, portanto, o profissional que
vai conduzir o clareamento porque o paciente não
consegue fazer isso sozinho.
➔ Quando se tem a indicação de clareamento, se faz o
não vital primeiro e depois segue para o clareamento
vital dos outros dentes baseando a tonalidade no dente
não vital.
TAMPÃO CERVIAL – CONFECÇÃO:
Independente do agente clareador utilizado e da técnica
empregada, SEMPRE irá fazer o TAMPÃO CERVIAL!
• O tampão cervical é o que vai garantir
segurança em termos de preservação de
estrutura dentária para aquele dente que passou
por tratamento endodôntico;
• Para confeccionar o tampão é necessário
remover de 2 – 3mm (coroa + 2 – 3mm) de
material obturador de DENTRO DO
CONTUDO utilizando a broca de largo ou
condensador aquecido;
• O espaço do material obturador (os 2 – 3mm)
vai ser preenchido com CIV com uma seringa
aplicadora com a ponta metálica para evitar
bolhas, deixar bem aderido e uniforme.
➔ Qual a importância do tampão cervical? Para proteger os
tecidos periodontais e evitar reabsorção externa.
➔ Por que o tampão é feito apenas na cervical? Para que o
agente clareador não penetre na região cervical e alcance
os tecidos periodontais. Pois a direção dos túbulos
favorece o alcance aos tecidos periodontias, ocasionando
reabsorção externa.
TÉCNICAS DE CLAREAMENTO DENTAL
PARA DENTES NÃO VITAIS:
1. TÉCNICA WALKING BLEACH –
PERBORATO DE SÓDIO:
• Técnica menos agressiva;
• Utiliza perborato de sódio que pode ser
manipulado com água destilada ou com
peróxido de hidrogênio, utilizando as
recomendações do fabricante, e o pó vai
virar uma pasta;
• Após a manipulação a pasta é colocada
dentro da câmara pulpar, em cima do
tampão, coloca um pedaço de papel em
cima da pasta (porque ela é úmida), faz um
selamento provisório e o paciente vai
embora com o agente clareador dentro da
câmara pulpar;
• A pasta fica dentro da câmara pulpar por
pelo menos 3 dias, após esse período é
preciso renovar, pois o pico máximo de
liberação de peróxido de hidrogênio
acontecer por voltar de 3 dias, depois disso
a liberação de peróxido de hidrogênio
começa a cair.
Então, após 3 dias, o paciente retorna, tira todo o
selamento provisório, irriga a câmara pulpar com água,
tira o remanescente de perborato, manipula outra
porção, coloca dentro da câmara, fecha com selamento
provisório, paciente vai para a casa e retorna daqui três
dias novamente.
Se o paciente puder voltar só uma vez na semana não
gera prejuízos para a estrutura dental, mas será um
tratamento um pouco mais demorado.
Se faz as trocas até que o dente tenha atingido um certo
grau de clareamento, ou até o momento que o
profissional perceba que chegou no limite. Mas não se
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 sabe precisamente quantas trocas ao todo será preciso
realizar.
PROTOCOLO CLÍNICO:
1. Isolamento absoluto (furo único);
2. Remoção da restauração;
3. Confecção do tampão cervical;
4. Manipulação da pasta de perborato de sódio;
5. Leva a pasta no interior da câmara pulpar,
coloca um pedaço de papel absorvente;
6. Selamento provisório com CIV e protege essa
restauração provisória com vaselina para que
ela não contraia e solte.
➔ O grande problema é que, se não faz o selamento
adequado, começa a ter degradação do perborato em
peroxido de hidrogênio que libera oxigênio e como tem
pressão dentro da câmara pulpar e se o material
provisório não estiver bem aderido ele solta e toda a
pasta colocada dentro da câmara pulpar é levada pela
saliva e não se tem efeito clareador.
2. TÉCNICA COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO:
• Agente mais concentrado, portando tem a
possibilidade de acarretar mais danos à
estrutura dentária
PROTOCOLO CLÍNICO:
1. Isolamento absolto (furo único):
2. Remoção da restauração provisória;
3. Confecção do tampão cervical com CIV;
4. Manipulação do peróxido de hidrogênio de
acordo com o fabricante e aplica o gel
DENTRO DA CÂMARA PULPAR e na
SUPERFÍCIE VESTIBULAR;
5. Pode utilizar a luz de led para acelerar o
processo;
6. O gel ficou transparente, remove os excessos
com gases e enxagua bem e se for fazer uma
nova aplicação repete os passos anteriores;
7. Depois da última aplicação, tira todo o peróxido
de hidrogênio, tanto da superfície vestibular
quando do interior da câmara pulpar, e sela com
CIV.
Portanto, a diferença da técnica de PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO e o PERBORATO DE SÓDIO é
que, na primeira o paciente vai embora SEM
material clareador dentro da câmara pulpar. Já a
segunda o paciente vai embora COM o agente
clareador dentro da cavidade, é uma técnica de
clareamento interno.
3. ASSOCIAÇÃO DAS TÉCNICA:
PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO + WALKING
BLEACH:
• Quando se quer preservar um pouco mais de
estrutura e diminuir as possibilidades de danos
à estrutura dentária;
• Se faz uma aplicação no consultório com o
peróxido de hidrogênio e depois manipula o
perborato de sódio e ela a pasta para dentro da
câmara pulpar, sela e o paciente vai embora
com o agente dentro da câmara pulpar e depois
ele volta para realizar as trocas;
A associação é escolhida quando o dente está bem
escurecido. Então se utiliza o peróxido de hidrogênio
para dar o “start” e depois conduz com a técnica do
perborato de sódio.
Lembrando que o peróxido tem 6 aplicações (3/3 ou
2/2/2) assim como nos dentes vitais.
Quando usamos a técnica de peróxido de
hidrogênio e quando usamos a técnica de
perborato de sódio para técnicas não vitais?
A estrutura dentária remanescente, pois, quando o
paciente vai embora com o perborato de sódio
dentro da câmara pulpar, ou seja, essa câmara está
oca/frágil. Se o dente em questão apresenta pouco
remanescente dental, além de ser mais fragilizado,
agora também não apresentam nenhum suporte
dentro da câmara pulpar, aumentando as
possibilidades de fratura.
Já o peróxido de hidrogênio, apesar de ser mais
concentrado, é mais indicado quando o dente é
mais fragilizado, pois o paciente vai embora com
CIV.
Portanto, é preciso observar quanto de
remanescente dentário se tem, qual o nível de
escurecimento e qual a fragilidade daquele dente.
Além disso, quando for realizar do perborato, é
necessário avisar o paciente que ele não pode
colocar forças mastigatórias fortes sobre aquele
dente.
Dentística IV Profª. Drª Danielle Cristine Furtado Messias;
Brenda Aparecida Faustino da Silva
 EFEITOS ADVERSOS SOBRE A ESTRUTURA
DENTÁRIA:
Todo agente clareador apresenta uma ação química
sobre a estrutura dentária, pois é um agente oxidante.
Portanto, todo agente clareador vai apresentar efeitos
sobre a estrutura dentária. Mas, é necessário salientar
que esses efeitos são maiores quando o produto
clareador apresenta concentrações mais elevadas.
As substâncias clareadoras podem ocasionar alterações
superficiais, pois podem ser recuperadas pela ação
protetora da saliva, mas o procedimento clareador
precisa ter indicação, ser bem controlado e
supervisionado. Esses efeitos adversos podem geram:
• Alteração de topografia – rugosidade// a
restauração fica rugosa;
• Alteração de conteúdo de cálcio – gerando uma
queda da microdureza da estrutura dentária – o
agente clareador promove desmineralização
(perde cálcio) porque apresenta um pH ácido.
Pós clareamento também pode acontecer uma
REDUÇÃO DAS FORÇAS DE ADESÃO do material
restaurador, pois, quando se está fazendo a aplicação do
gel clareador (tanto de consultório quanto caseiro) o seu
efeito não acaba imediatamente após a retirada do
produto da superfície dentária. O oxigênio residual, que
degradou ali, permanece no interior dos túbulos
dentinários por um tempo e esse oxigênio residual inibe
a polimerização dos materiais resinosos. Portanto, no
momento imediato após a retirada do agente clareador,
a força de adesão é muito pequena.
Por isso precisa aguardar pelo menos 10 dias (período
que o oxigênio leva para ser eliminado por difusão) após
o término do tratamento clareador para realizar um
procedimento restaurador, para que seja possível
retornar os níveis de força de adesão iniciais. Além
disso, até que seja completamente eliminado, o oxigênio
residual continua tendo efeito de clareamento, portanto,
é importante esperar que esse efeito estabilize para
estabilizar a cor para ser possível realizar verificar a cor
do dente e fazer uma restauração seguindo essa cor
correta do dente.
SENSIBILIDADE DOLOROSA: Efeito adverso
muito comum em tratamento clareador de dentes vitais,
principalmente logo após a primeira sessão do de
consultório, pois se utiliza agentes clareadores muito
concentrados, mas também pode acontecer na técnica
caseira.
Nesses casos, se deve suspender o uso do agente
clareador por um dia para conseguir recuperar esse
processo inflamatório da polpa. Também pode fazer
aplicação de dessensibilizantes, flúor neutro;
Em pacientes que apresentam uma sensibilidade mais
exacerbada se faz a aplicação do produto intercalando
os dias e se opta pela técnica caseira pois é realizada
com um agente de concentração menor;
Mas se for um paciente que apresenta uma sensibilidade
muito grave, que não se consegue suportar, esse
paciente não apresenta perfil para realizar o tratamento
clareador
Concentrações elevadas e de baixa frequência
apresentam um efeito negativo maior sobre os
tecidos gengivais. O ideal é trabalhar com
concentrações menor e de alta frequência de
aplicação, pois, apesar do tratamento demorar mais
tempo, irá apresentar efeitos negativos menores e o
resultado final é o mesmo que o de alta
concentração!
CONSIDERAÇÕES FINAIS: o tratamento
clareador só vem depois que se sanou todas as
condições patológicas da cavidade bucal

➔ O agente clareador NÃO ALTERA A COR do material

resinoso, mas ele altera sua topografia e redução as forças
de adesão que esse material tem com a superfície dentária
na finalização imediata do clareamento.

REABSORÇÃO EXTERNA: É um efeito adverso

resultante do processo inflamatório iniciado pela
presença de agentes clareadores no periodonto de
inserção. Porém, esse efeito foi sanado devido a
confecção do tampão cervical com CIV em tratamento
clareador em dentes não vitais!

Dentística IV Profª. Drª Danielle Cristine Furtado Messias;

Brenda Aparecida Faustino da Silva
Dentística IV Profª. Drª Danielle Cristine Furtado Messias;
Brenda Aparecida Faustino da Silva