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BRANQUEAMENTO DE DENTES NÃO VITAIS

Revisão da literatura clinicamente relevante

Objetivo
Revisar a literatura atual, apontando as causas da descoloração em dentes não
vitais, as opções de tratamento existentes e quais foram os graus de sucesso, focando
ainda nos possíveis efeitos colaterais.

Metodologia
Pesquisa literária via PubMed, em que apenas os artigos originais e revisões foram
avalidos e discutidos. Foram analisados, principalmente, artigos dos últimos dez anos,
porém alguns estudos mais antigos foram citados devido a sua relevância no momento.
Além disso, alguns relatos de casos foram apresentados de acordo com a sua
importância clínica.

Principais resultados
 O peróxido de hidrogênio (H2O2) é um agente clareador eficaz, mas deve ser
utilizado com cautela pois em altas concentrações(30%) podem aumentar o risco de
ocorrer reabsorção radicular. O perborato de sódio ao adicionar água, H2O2 é liberado. Já
o peróxido de carbamida (CH4N2O • H2O2) é um composto orgânico que contém
peróxido de hidrogênio e uréia, assim, em um teste in vitro apresentou capacidade de
branqueamento igual à do peróxido de hidrogênio.
 Descolorações que surgem devido a íons metálicos, como pinos de prata ou
obturações de amálgama, não são branqueáveis de forma confiável com os métodos
atuais. Já todas as outras descolorações podem ser removidas, muitas vezes com uma
mudança de cor satisfatória sendo obtida com no máximo três aplicações de agente
clareador.
 Entre as três opções diferentes citadas para clarear dentes não vitais estão:
- Clareamento ambulante: o sucesso depende em grande parte da duração da
aplicação do agente clareador, sendo assim, este método apresenta melhor
desempenho do que a técnica de consultório
- Clareamento interno/externo: é uma tecnica que necessita de uma baixa
concentração de gel clareador para obter efeito suficiente, uma desvantagem é
a falta de controle bacteriano durante o clareamento, em que os
microrganismos podem colonizar os túbulos dentinários e podem não apenas
afetar o resultado do clareamento, mas também pode comprometer o sucesso
a longo prazo do tratamento endodôntico.
- Clareamento em consultório: empregado em dentes não vitais possui uma
previsibilidade bastante baixa, pois o efeito clareador desejado é muitas vezes
passageiro, já que o clareamento da cor é produzido pela desidratação do
dente sob o dique de borracha.
 As reabsorções cervicais podem ocorrer mais frequentemente com concentrações
mais elevadas de agente clareador, trauma passado e aplicação de calor. Dessa forma:
- Antes de dar ínicio ao clareamento é essencial que o material obturador e os
cimentos onipresentes sejam muito bem selados com um material de base,
para evitar a penetração do agente clareador no espaço periodontal ou no
canal radicular.
- Alguns clareadores recomenda aplicação adicional de calor ou luz na
cavidade pulpar, porém isto deve ser considerado problemático, porque o calor
pode danificar o tecido periodontal e levar a um aumento da taxa de
reabsorção na superfície radicular. O uso da lâmpada halógena, por exemplo,
produz um aumento acentuado da temperatura no canal radicular, e o efeito de
clareamento não foi melhor do que o da técnica de clareamento ambulante.
 Em exames de reabsorção radicular cervical, foi demonstrado que o tratamento
ortodôntico é responsável pela maioria das reabsorções cervicais (24,1%), sendo o
trauma dentário o segundo fator predisponente mais comum para reabsorções cervicais
(15,1%) (Heithersay 1999).
 Defeitos na junção cimento-esmalte aumentam a penetração do agente clareador
no espaço periodontal (Rotstein et al. 1991a). Ao adicionar tiocarbamida (eliminador de
radicais) ao peróxido de hidrogênio, a quantidade de peróxido de hidrogênio que penetra
através dos túbulos dentinários foi bastante reduzida do dente.

Conclusão
Tendo uma indicação apropriada o branqueamento de dentes não vitais é uma
intervenção de risco relativamente baixo para melhorar a estética dos dentes tratados
endodonticamente. O risco de reabsorção radicular não pode ser determinado com
exatidão, devido aos dados disponíveis, mas é nítido que o traumatismo dentário favorece
as reabsorções cervicais, e que este fator é provavelmente mais importante que a
aplicação de agente clareador. Além disso, um bom selamento cervical e evitar o método
termocatalítico podem minimizar o risco de reabsorções.

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