O documento descreve um protocolo de clareamento dental fotoassistido com laser vermelho. O protocolo envolveu a aplicação de um gel clareador contendo peróxido de hidrogênio sobre os dentes da paciente, que foi ativado por um laser vermelho por três ciclos. Isso resultou em um clareamento efetivo dos dentes da paciente com pouco desconforto, demonstrando que a técnica de clareamento dental fotoassistido é uma opção eficaz e segura.
O documento descreve um protocolo de clareamento dental fotoassistido com laser vermelho. O protocolo envolveu a aplicação de um gel clareador contendo peróxido de hidrogênio sobre os dentes da paciente, que foi ativado por um laser vermelho por três ciclos. Isso resultou em um clareamento efetivo dos dentes da paciente com pouco desconforto, demonstrando que a técnica de clareamento dental fotoassistido é uma opção eficaz e segura.
O documento descreve um protocolo de clareamento dental fotoassistido com laser vermelho. O protocolo envolveu a aplicação de um gel clareador contendo peróxido de hidrogênio sobre os dentes da paciente, que foi ativado por um laser vermelho por três ciclos. Isso resultou em um clareamento efetivo dos dentes da paciente com pouco desconforto, demonstrando que a técnica de clareamento dental fotoassistido é uma opção eficaz e segura.
Protocolo de Clareamento Dental Fotoassistido com uso de LASER vermelho: relato de caso clnico. Profa. Dra. Ftima Zanin, D.D.S., M.S., Ph.D., Prof. Dr. Aldo Brugnera Jnior, D.D.S., M.S., Ph.D., Dr. Mateus Cstola Windlin, D.D.S Introduo O clareamento dental uma tcnica que traz uma nova perspectiva ao cirurgio-dentista que deseja empregar um tratamento que corresponda s vontades e expectativas do paciente (1). Assim sendo, o procedimento que corresponde ao ato de tornar os dentes mais claros deve ser empregado da melhor forma. O desejo de proporcionar melhores resultados (2,3,4), oferecendo conforto e segurana aos pacientes, so preocupaes constantes do cirurgio-dentista, que h anos insere o clareamento dental na sua prtica clnica (5,6) associado procedimentos estticos. Existem duas frentes nas tcnicas de clareamento: clareamento caseiro e clareamento de consultrio. No clareamento caseiro, o gel utilizado o perxido de hidrognio, em uma concentrao menor. Esse gel pode causar problemas gengivais, estomacais quando deglutido e contra indicado para pacientes com lcera no estmago e pacientes grvidas. Quando o clareamento dental feito no consultrio, se consegue controlar esses fatores, impedindo que o gel entre em contato com mucosa oral ou que seja deglutido. Muitas tcnicas surgiram para melhorar o conforto do paciente e diminuir o tempo de aplicao do produto, j que o resultado delas muito se assemelha devido ao uso do mesmo produto: perxido de hidrognio (7). Os produtos utilizados no clareamento dental podem ser ativados atravs do aumento da temperatura (fototrmicos) ou da interao com a luz (fotoqumicos). Inicialmente, a ativao do gel clareador era feita com a utilizao de uma fonte de calor. Porm, a associao do aumento da temperatura com a alta penetrao do perxido de hidrognio causava aumento da sensibilidade. Na reao fototrmica, o calor se propaga pela estrutura dental, acelera a quebra do perxido de hidrognio, que produz mais oxignio nascente que se difunde pelo dente, podendo causar injrias pulpares (8,9,10,11). Na reao fotoqumica, a ao da luz e do calor acontece apenas na camada de gel, mais superficial. Ento, para otimizar esse processo, so adicionados corantes especficos ao gel, para promover absoro mxima de luz (12), aumentando por sua vez a reao de degradao do perxido de hidrognio em O2, que ir clarear o dente em uma reao de oxirreduo (13). Dessa forma, o resultado satisfatrio do clareamento dental fotoassistido depende da interao de uma fonte de luz com um gel clareador guiado por um protocolo de aplicao da tcnica bem estabelecido.
Relato de caso clnico A paciente foi submetida ao procotolo de clareamento com Laser vermelho. Caractersticas do Equipamento: Laser Smile. Ponteira para clareamento que ilumina as 2 arcadas simultaneamente. Potncia: 300 mW, apresenta 3 diodos Laser que distribuem a energia em doses teraputicas. Comprimento de Onda: 660 nm no espectro vermelho. Para a correta interao foi utilizado o gel verde, que apresenta o seu espectro de absoro coincidente com a faixa de emisso do laser vermelho (Figura 1). Aps a fotografia inicial, aplicou-se na paciente protetor labial para proteo do lbio, para no sofrer rachaduras devido ao tempo de tratamento. Logo aps, colocou-se o afastador bucal com abaixador de lngua para afastamento do tecido mole (Figura 2). Foi feita a tomada de cor inicial A3 (escala Vitapan Plus). Foi feita a secagem da mucosa, isolamento relativo com rolete de algodo e proteo do tecido mole e da dentina exposta com a barreira gengival (Figura 3). Com todas as reas protegidas, o gel (Figura 4) foi manipulado na proporo determinada pelo fabricante e foi aplicado sobre a superfcie dental (Figura 5). O gel foi ativado com o laser vermelho, com tempo determinado pelo fabricante. Mexer o gel com uma ponta plstica para remover as bolhas. Ao trmino da aplicao, o gel foi removido com sugador, a superfcie dental foi limpa e todo o processo foi repetido por mais duas vezes. Observa-se que aps a primeira passagem do gel, h uma alterao cromtica do dente (Figura 6). Quando as trs aplicaes de gel forem feitas, limpou-se a superfcie dental e aplicou flor gel incolor (Figura 7) para proteo da estrutura dental. Aps a aplicao do flor, foram removidos o isolamento relativo, a barreira gengival e o afastador bucal e o resultado foi registrado com a fotografia final (Figura 8) onde se notou um timo resultado imediatamente aps o clareamento.
Discusso A tcnica do clareamento dental de consultrio permite que o cirurgio-dentista controle todas as fases do procedimento. Tem como meta ser um procedimento eficiente, sem causar prejuzos ao esmalte, tanto quimicamente como morfologicamente(14). O clareamento dental fotoassistido executado hoje por vrios cirurgies-dentistas, e seus resultados so influenciados por diversos fatores. A morfologia da estrutura dental influi diretamente sobre o resultado do clareamento dental porque, como o esmalte dental composto de 95% de matria mineral e 5% de matria orgnica, e sobre essa estrutura existem poros por onde o agente clareador penetra, se houver uma camada de esmalte aprismtico que no apresenta porosidade, a penetrao do perxido torna-se difcil. Essa dificuldade em penetrar no esmalte causa um grau de clareamento menor (1). A espessura do esmalte e da dentina tambm influencia o resultado. Por isso dentes que possuem mais dentina, como o canino, so mais difceis de serem clareados. Com o passar do tempo, os dentes apresentam uma dentina reacional mais escurecida. Esse escurecimento natural dos dentes dificulta o tratamento, pois com uma maior deposio de dentina reparativa, com mais pigmentos, a penetrao do gel fica mais difcil e, portanto, o grau de clareamento menor. A sade periodontal tambm pode interferir no clareamento. Como o perxido de hidrognio tem uma alta capacidade de penetrao, reas de dentina exposta, restauraes infiltradas e dentes trincados no esmalte podem oferecer uma passagem mais fcil para o gel clareador, que pode causar uma estimulao nas terminaes nervosas do dente, causando a hipersensibilidade dentinria, por alterao da presso hidrosttica dentro dos tbulos dentinrios. O processo do clareamento dental se d pela ao do gel clareador que passa pelo esmalte dental e age no pigmento que est na parte orgnica da dentina escurecida. Numa sequncia de 3 etapas de ativao e pausa na mesma sesso importante saber que as diversas fontes ativadoras do gel no so responsveis pelo clareamento dental, elas apenas aceleram a reao. Quem realmente faz todo o processo o agente ativo: o perxido de hidrognio que est no gel clareador. A cor no clareamento conquistada atravs da anlise de cor do sistema RBG (red, blue e green ). No dente escuro, molculas gigantes de pigmentos que se situam na dentina, absorvem os trs componentes da luz ambiente (RBG); como a mistura de cores absorvidas resultam no negro, o visual do dente fica escuro. No clareamento, as molculas complexas so quebradas em pores menores (5,6,13). As ligaes duplas dos compostos de carbono, que na maioria das vezes se apresentam pigmentadas, so quebradas em grupos hidroxilas geralmente desprovidos de cor. Elas perdem a capacidade de absorver o espectro azul da luz ambiente e assim a refletem, proporcionando ao dente um efeito de clareamento. O clareamento dental proposto na tcnica feito utilizando-se um gel clareador de perxido de hidrognio a 35%. O perxido de hidrognio um agente oxidante, que se quebra em gua e em um radical livre de oxignio. Esse oxignio reduz, por um processo de oxirreduo, a cadeia carbnica complexa do pigmento em molculas menores, que refletem a luz azul e do o aspecto mais claro ao dente (5,7,13). O perxido de hidrognio no apresenta absoro em um espectro de luz visvel. Por isso so adicionados corantes ao gel. O pigmento verde oferece ao gel o grau de absoro ideal para a luz vermelha. Dessa forma, se consegue aproveitar o mximo de luz fornecida pelo aparelho, catalisando a reao de oxirreduo do perxido. Uma das consequncias do clareamento dental pode ser a sensibilidade dentinria ps-clareamento. Essa sensibilidade pode estar relacionada penetrao do gel clareador, que no deve tocar a dentina exposta ou variao de temperatura pulpar. A energia do laser vermelho em doses teraputicas absorvida na camada de gel verde na superfcie do dente - o que funciona como um filtro, que diminui a penetrao da luz em direo polpa. A luz que incide nos tecidos dentais vai agir superficialmente na dentina exposta minimizando a sensibilidade (15) que pode ocorrer quando no vedamos adequadamente os tecidos vivos como a gengiva e dentina. Por isso, recomendamos o protocolo que inclui o vedamento destas reas com a colocao da barreira gengival sobre as reas de maior facilidade de penetrao do gel (incisal, dentina exposta, trincas sobre o esmalte), este cuidado, junto aplicao do laser teraputico vermelho, diminui a chance da ocorrncia de episdios de dor.
Concluso Atualmente, a procura de novas tcnicas que visam melhores resultados, segurana e maior conforto ao paciente justifica a busca por novas tecnologias. O laser vermelho utilizado no caso clnico apresentado, associado ao gel verde, obteve excelentes resultados, em pouco tempo sem causar dor ao paciente.
Referncias 1. Brugnera Jnior A, Pinheiro ALB, Zanin F. Aplicao do laser na odontologia. So Paulo: Ed. Santos; 2010:203-243. 2. Baik JW, Rueggberg F, Liewehr FR. Effect of light-enhanced bleaching on in vitro surface and intrapulpal temperature rise. J Esthet Rest Dent 2002; 13:370-8. 3. Dostalov T, Jelinkova H, Housova D, Sulc J, Nemec M, Miyagi M, Brugnera Jnior A, Zanin F. Diode laser-activated bleaching. Bras Dent J 2004; 15:13-8. 4. Zanin F, Brugnera Jnior A, Bassoukou IH, Zanin T. O diferencial do uso dos lasers e LEDs no clareamento dental. In: Saba-Chujfi, Cicareli e Zanin. Odontologia: resultados e integrao. So Paulo: Ed. Santos e Artes Mdicas 2008;145-164. 5. Albers H. Lightening natural teeth. ADEPT Report 1991; 2(1):1- 24. 6. Haywood VB, Heymann HO. Nightguard vital bleaching. Quintessense Int 1989; 20:173- 6. 7. Zanin F, Brugnera Jnior A. Clareamento dental com luz laser. 1a ed. Editora Informao e Didtica Ltda; 2002. 8. Calmon WJ, Brugnera Jnior A, Munin E, Lobo PC, Pcora JD, Barbin E, Espan JE. Estudo do aumento da temperatura intrapulpar gerado pelo clareamento dental. RGO 2004; 1:19- 24. 9. Cohen SC. Human pulpar response to bleaching procedures on vital teeth. J Endod 1979; 5:138-147. 10. Brugnera Junior A, Pinheiro ALB, Zanin F. Dosimetria na laserterapia de baixa intensidade na odontologia. Jornal Brasileiro de Laser em Medicina e Cirurgia 2007; 1(2):30-32. 11. Zanin F, Brugnera Jnior A, Bassoukou IH. Novo protocolo com LEDs verdes para o clareamento dental. Revista Gacha de Odontologia 2006; 54(4): 340-344. 12. Zanin F, Brugnera Jnior A, Marchesan M, Pcora JD. Laser and LED external teeth bleaching. Lasers in Dentistry X. 2004; 5313:68-71. 13. Frysh H, Bowles W, Baker F, Rivera-Hidalgo G, Guillen G. Effect of pH on bleaching efficiency [abstract 2248]. J Dent Res 1993; 72:384. 14. White JM, Pelino JE, Rodrigues RO, Zwhalen BJ. Surface and pulpal temperature comparison of tooth whitening using lasers and curing lights. Laser in Dentistry VI, Spie 3910. Washington, 2000; 95-101 15. Aun CA, Brugnera Jnior A, Villa RG. Raio laser hipersensibilidade dentinria. Rev Assoc Paul Cirur Dent 1989; v. 43, n. 2.
Legendas das imagens:
Figura 1 Espectro de absoro da Luz.
Figura 2 Fotografia inicial com abridor e afastador labial e lingual.
Figura 3 - isolamento relativo com roletes de algodo nas arcadas superior e inferior. Aplicao do protetor gengival na gengiva, estendendo-o at o rolete de algodo, incluindo as ameias interproximais e reas de dentina exposta.
Figura 3 Kit Gel Quick Smile (Quick Smile, Taubat SP/Brasil).
Figura 4 Preparao do Gel Quick Smile.
Figura 4.1 Aplicando o Gel Quick Smile no paciente.
Figura 5 Aplicao do gel clareador para interagir com a luz vermelha do laser.
Figura 5.1 Ativao do clareamento com o Laser Smile.
Figura 5.2 Ativao do clareamento com o Laser Smile.
Figura 6 Aps a primeira passagem j se observa diferena de tonalidade.
Figura 7 Aplicao de flor ao trmino das trs aplicaes de gel.
Figura 8 Fotografia final do procedimento.
Informaes sobre os autores Profa. Dra. Ftima Zanin Doutora em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, Especialista (CFO) e Mestre em Dentistica Unicastelo, Country Representative da WFLD World Federation for Lasers in Dentistry , Profa do curso de Doutorado em Laser da UFBA, Autora de Livros e Captulos sobre uso do Laser na Odontologia, com 70 artigos completos publicados no Brasil e exterior. Endereo: Institut Brugnera e Zanin. Rua Groenlndia , 183 - Jardim Paulista CEP:01434-000 So Paulo, SP Brasil. Telefone: (11) 38854636 Fax: (11) 38874327.
Prof. Dr. Aldo Brugnera Jnior Professor Emrito da Universidade Camilo Castelo Branco, Doutor em Odontologia Univ. Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, Prof do curso de Doutorado em Laser da UFBA e do Mestrado e Doutorado da Universidade Camilo Castelo Branco- So Jose do Campos-SP, Especialista em Laser pela Associao Mdica de Roma Itlia, Snior Editor da Revista Photomedicine and Laser Surgery USA. Endereo: Instituto Brugnera e Zanin. Rua Groenlndia , 183 - Jardim Paulista CEP:01434-000 - So Paulo, SP Brasil. Telefone: (11) 38854636 Fax: (11) 38874327.
Dr. Mateus Cstola Windlin Graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo (FOUSP - 2009), com ps- graduao em Periodontia (APCD/Jundia) e estagirio do Laboratrio Especial de Laser em Odontologia LELO (FOUSP) entre 2007 e 2011. Endereo: Rua Ablio Figueiredo 92 Sala 155 Anhangaba CEP:13208140 Jundia, SP - Brasil. Telefone: (11) 45212043.