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Tema: Jung
Universidade Católica de Goias
Média: 4,21
JUNG
Este trabalho tem como objetivo abordar a teoria junguiana levando em
consideração seu nascimento, suas influências, principais conceitos, processo
terapêutico, contribuição e relevância da mesma para a Psicologia.
Vida e Obra
Carl Gustav Jung nasceu em Kesswyl, uma cidade no Lago Constance, no Cantão de
Thurgau, Suíça, em 26 de Julho de 1875, e cresceu na Basiléia. Seu pai era pastor
protestante da Igreja Reformada Suíça, assim como outros parentes da mesma
religião, o que explica, em parte, o interesse dele pela Filosofia, pelas questões
espirituais e pelo papel da religião no processo de maturação psíquica das pessoas,
povos e civilizações.
Ele foi extremamente influenciado por sua mãe a ler Fausto de Goethe durante sua
adolescência. Desse modo ao chegar à Universidade detinha razoável conhecimento
de filosofia, com interesse especial em Kant e Goethe e ainda em Schpenhauer e
Nietche.
Ao ingressar na Universidade em 1895, passou a se interessar mais intensamente
pelos fenômenos psíquicos e investigou várias mensagens hipoteticamente recebidas
por um Médium local, o que acabou sendo o material de sua tese de graduação,
"Psicologia e Patologia dos Assim Chamados Fenômenos Psíquicos".
Para ele a análise era uma busca espiritual. Entrar em acordo consigo mesmo. Jung
era profundamente religioso e também heterodoxo e chocou os teólogos,
protestantes e católicos. Seu ponto de vista individual foi atingido a duras penas e
através de dolorosa e profunda confusão mental.
Depois de obter seu diploma médico na Universidade da Basiléia, em 1900, ele se
tornou assistente no Burghölzli Mental Hospital, em Zurique, e na Clínica Psiquiátrica
de Zurique, iniciando, assim sua carreira na psiquiatria. Ele foi assistente e mais
tarde colaborador de Eugen Bleuler, o eminente psiquiatra que desenvolveu o
conceito de esquizofrenia, no Hospital Psiquiátrico. Em 1902, na Clínica Psiquiátrica,
estudou com Pierre Janet, onde, em 1904, montou um laboratório experimental em
que criou seu célebre teste de associação de palavras para o diagnóstico psiquiátrico.
Estes estudos lhe proporcionaram alguma reputação, o que o levou, em 1905 aos 30
anos, a assumir a cátedra de professor de psiquiatria na Universidade de Zurique.
Em 1907 Jung visitou Freud em sua Sociedade das Quartas-Feiras em Viena, e os
dois ficaram ligados por fortes laços de amizade, que se desfizeram em 1912,
quando concordaram em interromper sua correspondência pessoal.
Em 1909, Jung desistiu de seu trabalho no Burghölzli, em 1913, de sua docência em
psiquiatria na Universidade de Zurique a fim de dedicar-se inteiramente à prática
privada, à sua formação, à pesquisa, a viagens e a escritos. E em 1914 ele retirou-se
completamente da Associação Psicanalítica, na qual era presidente, fundando uma
Nova Escola chamada Psicologia Analítica.
Se tornou Vice- presidente da Sociedade Médica Geral para Psicoterapia em 1930,
passando em 1934 a presidente da mesma Sociedade. Em 1935, fundou a Sociedade
Suíça de Psicologia Aplicada.
Em 1944 foi fundada uma cadeira de Psicologia Médica especialmente para Jung na
Universidade da Basiléia, mas sua saúde enfraquecida o obrigou a renunciar à
cadeira depois de um ano. Em 1948 foi inaugurado o Instituto C. G. Jung em
Zurique. Em no dia 6 de junho de 1961 morre, aos 85 anos de idade, em Zurique.
Início da Teoria
Anterior ao período em que Freud e Jung estavam juntos, Jung começou a
desenvolver um sistema teórico que chamou, originalmente, de "Psicologia dos
Complexos". Ele introduziu o termo complexo sintonizado com o sentimento, mais
tarde abreviado para o complexo, para designar o que julgou ser um agrupamento
de idéias no inconsciente, caracterizado por uma qualidade peculiar de sentimento,
talvez dolorosa, que gerava o tempo de reação retardado. Numerosos resultados de
testes justificaram essa conclusão, e o complexo, com suas características
associadas, com os efeitos emocionais, e a qualidade individual, converteu-se na
característica central do pensamento de Jung.
O complexo comporta-se como uma personalidade parcial; atua por conta própria e,
com frequência, de modo diametralmente oposto aos nossos desejos conscientes.
Disse Jung: "Está agora firmemente estabelecido que o complexo possui notável
grau de autonomia; que, sem fundamento orgânico, as chamadas dores ‘imaginárias’
magoam tanto quanto as legítimas; e que uma fobia de doença não tem a menor
tendência a desaparecer, mesmo que o próprio paciente, seu médico e o uso da fala
comum se unam todos para asseverar que tudo não passa de ‘imaginação’."
Em 1911–1913 Jung e Adler começaram a caminhar por outro lado da Psicanálise e
rapidamente obtiveram grande número de adeptos. Jung tentou dar aos fatos da
análise uma nova interpretação de natureza abstrata, impessoal e não histórica.
Esperava escapar da necessidade de reconhecer a importância da sexualidade
infantil e do complexo edipiano, bem como da necessidade de qualquer análise na
infância. Esperava tornar a psicanálise mais científica, mas viu que não era possível
e então voltou para o estudo da mitologia e da arte.
Mais tarde, a teoria de Jung de "Psicologia dos Complexos" passou a chamar
"Psicologia Analítica", como resultado direto de seu contato prático com seus
pacientes. Ela difere da psicanálise em muitos pontos, mas ele mesmo não descarta
a importância desta para alguns tipos específicos de terapia. A psicologia de Jung
incentiva o indivíduo a descer os degraus escuros do inconsciente e, uma vez lá,
reconhecer o que ele na verdade é e integrar esses conteúdos à consciência.
Freud e Jung
Na primeira Assembléia da nova Associação Psicanalítica Internacional, Freud insistiu
para que fosse eleito presidente.
Pouco depois, as relações entre Jung e Freud começaram a enfraquecer. Jung
diminuía a importância do sexo em suas conferências e análises terapêuticas, e
alterou por sua conta o conceito de libido. No final de 1912 concordaram em
interromper sua correspondência pessoal. Em 1914, Jung retira-se completamente
do movimento, nunca relatou a sua anterior amizade com Freud e logo fundou uma
nova escola, o que deu o nome de psicologia analítica.
Jung enfatizou a importância do presente, e também considerou necessário
compreender o futuro, as potencialidades do homem. As metas e intenções do
homem eram para Jung tão importante para dirigir o comportamento do homem
quanto a sua história. Declarou a tendência de Freud para estudar exclusivamente
em função do passado e considerou a teoria freudiana excessivamente redutiva e
mecanística.
No começo Jung esteve interessado em anular a divergência entre a psicologia
acadêmica e a psicanálise, através do experimento de associação. Mais tarde, perdeu
interesse em "provar" a análise através de experimentos tradicionalmente
planejados. Ele e seus seguidores voltaram-se então para o estudo da mitologia e da
arte como métodos mais proveitosos para revelar a forma do inconsciente.
Jung considerava a libido uma energia vital e biológica geral, não uma energia que
fosse necessária, de caráter sexual. Enquanto Freud via a energia sexual
concentrada em diferentes zonas corporais, durante sucessivas fases diferentes.
Jung considerava que a energia vital se manifestava na forma que de movimento,
fosse a mais importante para o organismo, por exemplo, em relação à alimentação,
eliminação e sexo. Ele não concordava quando Freud agrupava todas as sensações
agradáveis sob a designação de sexuais.
O conflito edipal foi reinterpretado, tal como já acontecera com Adler. As funções
nutritivas, tornaram-se importantes na atitude da criança em relação à mãe. A essas
funções sobrepuseram-se sentimentos sexuais combinando-se estes com aquelas à
medida que a criança se desenvolve em seu funcionamento sexual. Certas
predisposições inconscientes primitivas conjugaram-se com esses sentimentos para
reagir em relação à mãe. Portanto, a relação edipal não se baseia, como Freud
pensava, quase exclusivamente na sexualidade.
Jung acreditava que a energia psíquica era tanto ou mais indestrutível que a energia
física. Se a energia desaparece de algum sistema psíquico, reaparecerá num outro.
Este ponto de vista não é muito distinto do de Freud. O sistema tende para realizar
um estado de equilíbrio, embora esta tendência nunca chegue a ser plenamente
realizada. Mesmo que o equilíbrio fosse alcançado logo seria perturbado pelas
permuta entre sistema psíquico e o mundo exterior.
Teoria Junguiana
De acordo com C. S. Hall e Lindzey sobre a posição de Jung em relação as estruturas
psíquicas temos:
"A personalidade total ou psique, como Jung lhe chamou, consiste num certo número
de sistemas distintos mas interatuantes. Os princípios são o ego, o inconsciente
pessoal e seus complexos, o inconsciente coletivo e seus arquétipos, a persona, a
anima ou o animus e a sombra. Além destes sistemas interdependentes, existem
ainda as atitudes de introversão e extroversão e as funções de pensamento,
sentimento, sensação e intuição. Finalmente, existe um eu que é a personalidade
plenamente desenvolvida e plenamente unificada."
Dentro da teoria da personalidade de Carl Gustav Jung temos alguns conceitos-
chave, como a idéia de inconsciente. Para Jung era óbvia a idéia de inconsciente,
isso nos fica claro quando ele diz: "... são justamente os processos psíquicos
anormais que demonstram mais claramente a existência de um inconsciente. Por
esta razão, foram exatamente médicos e sobretudo especialistas no campo das
doenças psíquicas que aceitaram e defenderam com mais veemência a hipótese do
inconsciente...".
Para Jung o homem como ser civilizado não pode vivenciar uma série de instintos e
desejos, simplesmente porque são incompatíveis com a lei e com a moral, para
adaptar-se a sociedade o homem se vê obrigado a reprimir tais desejos. Em casos
individuais, e em consequência da repressão, os desejos tornam-se inconscientes.
Ele é esquecido e em seu lugar surge uma justificativa mais ou menos racional. Jung
chamou este processo onde um desejo incompatível se torna inconsciente de
repressão e de recalque quando o desejo continua consciente. Diante disso, o
conceito de inconsciente pode ser descrito por Jung como "... a soma total dos
desejos incompatíveis e reprimidos, incluindo todas as recordações penosas e por
isso reprimidas."
Autor: Thais Renata Santana
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Tema: Jung
Universidade Católica de Goias
Média: 4,21