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INSTITUTO DE SAÚDE E EDUCAÇÃO

CURSO DE AUXILIAR DE SAÚDE BUCAL

MATERIAIS DENTÁRIOS
RESTAURADORES E ESTÉTICOS
Prof. Me. Vinícius Franklin Ramos
Os materiais dentários cumprem um papel importante na forma como
a odontologia é transmitida atualmente. A seleção do material dentário
apropriado para o procedimento dependerá de diversas variáveis:
• A extensão da lesão de cárie;
• O tipo de defeito no dente;
• A condição de toda a boca;
• A localização da restauração;
• E os fatores de custo.
Os materiais dentários restauradores e estéticos utilizados mais
frequentemente na odontologia atual são os seguintes:
• Amálgama
• Resina composta
• Ionômero de vidro
• Materiais restauradores temporários
• Produtos de clareamento dentário
• Liga de ouro
• Fundições de cerâmica
Restauração é um termo em odontologia que descreve a habilidade de
remoção da lesão de cárie ou doença e de devolução das funções
adequadas de um dente. Estética é um termo que se refere à recriação
de um ou mais dentes com uma aparência agradável artisticamente.
Padronização dos Materiais Dentários
Quando um novo material dentário é desenvolvido, o produto deve ser
submetido a uma rigorosa avaliação e apreciação antes de ser
comercializado para o profissional. O Conselho sobre Materiais
Dentários, Instrumentos e Equipamentos é formado pela Associação
Odontológica Americana (ADA) em união com organizações federais
para assegurar que os rígidos padrões e especificações sejam seguidos
pelas indústrias de fabricação de materiais dentários quando novos
materiais odontológicos são desenvolvidos.
Critérios para um Novo Material
Odontológico
• Não deve ser tóxico, nocivo ou irritante aos tecidos da cavidade
bucal.
• Deve ajudar a proteger o dente e os tecidos da cavidade bucal.
• Deve se parecer o máximo possível com a dentição natural para que
seja agradável esteticamente.
• Deve ser facilmente modelado e inserido na boca para restabelecer o
contorno natural da boca.
• Deve adaptar-se e funcionar independentemente do acesso limitado,
da umidade e da visibilidade deficiente.
Propriedades Mecânicas
A força média de mordida e da mastigação na área posterior da boca
de pessoas com dentição natural é de aproximadamente 77kg. Os
materiais utilizados para restaurar os dentes posteriores devem ter
resistência suficiente para suportar tal força. Uma força é qualquer
impulso ou pressão na matéria. Por sua vez, a força pode criar um
estresse e uma tensão. Estresse é a reação no interior do material que
pode causar distorção. Tensão é a mudança produzida no interior do
material que ocorre como resultado do estresse.
Tipos de Estresse e Tensão
• Estresse de tração é aquele que puxa e estica o material. Um cabo de
guerra é um exemplo de estresse de tração (Fig. 24-1, A).
• Estresse de compressão é aquele que empurra em conjunto o
material. A mastigação é um exemplo de estresse compressivo (Fig. 24-
1, B).
• Estresse de cisalhamento é aquele que quebra do material como
resultado do movimento de deslizamento entre duas áreas. Cortar com
uma tesoura é um exemplo de estresse de cisalhamento (Fig. 24-1, C).
Variações de Temperatura
Quando uma pessoa toma café quente e imediatamente come um
sorvete, a temperatura na boca pode mudar de 66 °C a 38 °C em
segundos. Essas variações de temperatura causam grande preocupação
por duas razões: (1) contração e expansão, (2) e a necessidade de
proteger a polpa de choques térmicos de diferenças extremas de
temperatura.
Contração e Expansão
Quando ocorre uma variação de temperatura, cada tipo de material
dentário irá contrair e expandir em seu ritmo próprio. É essencial que a
estrutura do dente e o material restaurador tenham, tanto quanto
possível, a mesma taxa de contração e expansão. Taxas
significativamente diferentes de contração e expansão podem resultar
na separação entre o material e o dente, o que pode causar
microinfiltração ou uma falha na restauração. Esta separação mínima
entre o material e o dente pode permitir a entrada de fluidos, detritos
e micro-organismos entre a restauração e a parede do preparo
cavitário.
Propriedades Elétricas
Uma corrente elétrica (também referida como ação galvânica) pode
acontecer na cavidade oral quando dois metais diferentes ou distintos
estão presentes (Fig. 24-2). As condições que permitem estas correntes
elétricas são as seguintes:
• A saliva contém sal, que é um bom condutor de eletricidade.
• Dois componentes metálicos de diferentes composições (duas
restaurações ou um objeto de metal como um garfo inserido na boca)
podem agir como bateria.
• A ação galvânica, ou o choque, é a união de todas estas condições.
Propriedades Corrosivas
Corrosão é a reação dos metais que ocorre no interior do metal quando
ele fica exposto a fatores corrosivos, como temperatura, umidade e
soluções salinas. Certos alimentos contêm formulações metálicas que
causam corrosão do material dentário (Fig. 24-3). A maioria das
corrosões, entretanto, implica descoloração da superfície e pode ser
facilmente removida com o uso de agentes de polimentos.
Solubilidade
A solubilidade é uma situação na qual uma substância se dissolverá em
uma determinada quantidade de outra substância. Por exemplo, a areia
tem baixa solubilidade porque não se dissolve facilmente; o açúcar tem
alta solubilidade porque se dissolve facilmente. A solubilidade de um
material inserido na boca é uma questão preocupante (Fig. 24-4). Um
material que se dissolve facilmente no ambiente oral é de uso limitado
porque ele será removido e deixará a estrutura do dente exposta.
Escoamento
Quando a lesão de cárie é removida e a estrutura dentária sadia é
preparada para receber um material de preenchimento permanente, o
material dentário deve ser maleável o bastante para ser inserido no
preparo. Os materiais dentários são concebidos para ter certa
quantidade de escoamento para inserção, isto permite que o material
preencha o preparo dentário.
Adesão
A adesão é a resistência que leva distintos materiais a se aderirem uns
com os outros. A adesão entre um material dentário e uma estrutura
dentária é uma grande preocupação. Sem a adesão apropriada, a
microinfiltração pode ocorrer, e a restauração pode cair. As
características dos materiais dentários que podem afetar o processo de
adesão são molhamento, viscosidade, características de superfície e
espessura de filme. O molhamento é a capacidade de um líquido de
escoar sobre a superfície e entrar em contato com as pequenas
irregularidades que podem estar presentes. Por exemplo, a água tem
alta capacidade de molhamento porque escoa facilmente.
Adesão
A viscosidade é a propriedade de um líquido que faz com que ele não
escoe facilmente. As características da superfície influenciam a
habilidade de molhamento do material. Um líquido escoa mais
facilmente em uma superfície rugosa que numa superfície muito lisa.
Para a adesão acontecer e manter-se estável, o material dentário
selecionado que irá unir o dente e a restauração necessita ter uma
película de espessura fina. É importante lembrar que, quanto mais fina
a espessura da película, mais forte é a união adesiva.
Retenção
Retenção é a habilidade de se segurar duas coisas juntas com firmeza
quando estas não se aderem uma à outra naturalmente. Por exemplo,
o amálgama (obturação de prata) e os metais fundidos não se aderem
diretamente à estrutura dentária.
Presa
A presa é o processo de solidificação de um material dentário que se
inicia por uma reação química ou por uma luz em um espectro de onda
azul.
Um material autopolimerizável ou de polimerização própria endurece
como resultado de uma reação química dos materiais, uma vez que são
misturados. A reação de presa segue do início ao fim por si só. Devido à
urgência, o material deve ser manipulado e inserido no tempo de
trabalho e de endurecimento para tal material.
Presa
Um material fotopolimerizável não endurece até ser exposto a uma luz
de polimerização (Fig. 24-5). Isto permite um tempo de trabalho mais
flexível.
Materiais Diretos
Restauradores e Estéticos
Os materiais diretos restauradores e estéticos são utilizados em um
dente ou nos dentes quando o material é flexível e pode ainda ser
adaptado, esculpido e submetido a acabamento. Os materiais
utilizados nestes tipos de procedimentos estéticos e restauradores são
amálgama, resinas compostas, ionômeros de vidro, materiais
restauradores temporários e produtos de clareamento dentário.
AMÁLGAMA
Amálgama
Por mais de 150 anos, bilhões de restaurações dentárias de amálgama
foram utilizadas para restaurar dentes cariados. O amálgama é o nome
técnico para “obturação de prata”. Atualmente, o amálgama consiste
de alguns metais diferentes, sendo a prata o metal predominante.
O amálgama dentário é um material seguro, acessível e durável,
utilizado predominantemente para restaurar molares e pré-molares.
Indicações de Uso
do Amálgama Dentário
• Dentes decíduos e permanentes
• Áreas bucais que sofrem estresse
• Cavidades pequenas a médias nos dentes posteriores
• Grande destruição da estrutura dentária
• Como uma base para restaurações de metais fundidos, metalocerâmicas e
cerâmicas
• Quando o comprometimento do paciente com a higiene oral pessoal é
ruim
• Quando o controle da umidade é difícil
• Quando o custo é uma preocupação primordial do paciente
Contraindicações da Utilização
do Amálgama Dentário
• Quando a estética é particularmente importante, tal como nos dentes
anteriores ou nas superfícies vestibulares que podem ser vistas
• Em pacientes que tenham histórico de alergia ao mercúrio ou a
outros componentes do amálgama
• Quando é necessário realizar uma restauração grande e o custo dos
outros materiais restauradores não é um fator significativo na decisão
pelo tratamento
A Utilização do Amálgama Dentário
Preparo
O amálgama é fornecido pelo fabricante em cápsulas vedadas de uso
único com proporção adequada da liga em pó de um lado da cápsula e
mercúrio no outro lado, separados por uma fina membrana.
As cápsulas estão disponíveis com 600 mg de liga, que é a quantidade
apropriada de material para uma restauração pequena ou de superfície
única, ou 800mg de liga, que é usada para restaurações maiores (Fig.
24-10).
Trituração
Também conhecida como amalgamação, a trituração é um processo
pelo qual o mercúrio e a liga em pó são misturados para formar a
massa de amálgama necessária para restaurar o dente. A cápsula pré-
carregada de liga de amálgama e de mercúrio contém um pistão que
auxilia o processo de mistura. Antes de a cápsula ser posicionada no
amalgamador, muitos tipos de cápsulas necessitam do uso de um
ativador, o qual quebra a membrana separadora (Fig. 24-11). A cápsula
ativada é colocada no amalgamador, e a tampa é fechada para prevenir
que os vapores de mercúrio escapem durante a trituração.
Etapas do procedimento
1 Ative a cápsula de amálgama utilizando o ativador, se necessário para
um tipo específico de amálgama. Propósito: Isto quebra a membrana
de separação para permitir que o mercúrio e a liga em pó se misturem.
2 Coloque a cápsula no amalgamador.
3 Ajuste a configuração no amalgamador de acordo com o tipo de
amálgama.
4 Feche a tampa do amalgamador e comece a trituração.
5 Remova a cápsula, torça para abrir e coloque o amálgama no pote ou
pano para amálgama.
6 Preencha a ponta pequena do porta-amálgama primeiro; depois,
transfira o porta-amálgama tendo certeza que a ponta do porta-
amálgama está posicionada diretamente para o preparo.
7 Transfira o porta-amálgama para o operador com a pequena ponta
abastecida direcionada para o dente a ser restaurado
8 Continue este procedimento até que o dente esteja preenchido
completamente.
Condensação
O amálgama é transportado para o dente pelo porta-amálgama e é
colocado em incrementos no interior do dente preparado, e cada
incremento é condensado imediatamente com o uso do condensador
de amálgama. O objetivo da condensação é comprimir o amálgama
fortemente em todas as áreas da cavidade preparada e ajudar na
remoção de qualquer excesso de mercúrio na mistura de amálgama
(Fig. 24-12).
Escultura e acabamento
Com o uso de um instrumento esculpidor manual, o dentista é capaz de
esculpir o material de amálgama para que o dente volte à sua anatomia
normal, que foi removida durante a preparação cavitária (Fig. 24-13).
Uma vez que a escultura está completa, o paciente é instruído para
morder levemente no papel de articulação. Isto permite ao dentista
verificar como a nova restauração oclui com o dente antagonista, e
então a escultura final pode ser realizada.
RESINAS COMPOSTAS
Resinas Compostas
As resinas compostas estão se tornando o material de escolha mais
amplamente aceitável pelos dentistas e pacientes (Fig. 24-14). As
resinas compostas têm sido inseridas principalmente nos dentes
anteriores devido às suas qualidades estéticas; mas, com os novos
avanços em sua composição, elas cada vez mais vêm sendo utilizadas
em dentes posteriores também.
As resinas compostas não são tão fortes quanto as restaurações de
amálgamas ou de ligas de ouro, mas elas são designadas para satisfazer
as necessidades de uma área específica do dente ou da boca. Este
material com cor de dente é versátil e tem muitas indicações.
Indicações para a Utilização de Resinas
Compostas
• Restabelecimento com restaurações de classes I, II, III, IV, V e IV;
•Restabelecimento de defeitos de superfície tais como hipocalcificação,
atrição, abrasão e anormalidades congênitas;
• Fechamento de diastema ;
• Recontorno estético dos dentes tal como laterais conoides.
Contraindicações para a
Utilização de Resinas Compostas
• Quando a estética não é um fator importante
• Em pacientes que não têm hábitos diários de higiene oral apropriada,
especialmente na região posterior
• Quando o custo do material restaurador é um fator significativo na
decisão do tratamento
Utilização dos Compósitos
As grandes diferenças entre a utilização ou técnica de uma restauração de
amálgama e uma restauração de compósito são as seguintes:
• O preparo cavitário para uma resina composta é projetado para reter o
material de resina por meio de um sistema adesivo em vez de pela retenção
adicionada no interior do preparo.
• Alguns materiais dentários não podem ser usados com resinas compostas.
• O sistema da matriz varia com a resina composta.
• A inserção da resina composta é realizada em incrementos; a
fotopolimerização é realizada antes de os incrementos adicionais serem
inseridos.
Seleção de cor
A semelhança de cor é um dos aspectos mais fundamentais quando se
trabalha com resina composta. Se a cor correta não for selecionada,
isto se tornará aparente para o paciente após a restauração ser
inserida. Um guia de cores deve ser sempre usado para determinar a
cor correta para indicação (Fig. 24-17). O kit de compósitos deve incluir
seu guia próprio de cor; muitos fabricantes correspondem suas cores
com aquelas do Guia de Cores VITA, o qual é um guia de cor
universalmente adotado.
Dicas para Quando Escolher a Cor
• Determine a cor do dente se possível na luz do dia ou com lâmpadas
padrão de luz do dia, e não sob luz ambiente normal;
• Todo o ambiente deve ser mantido livre de cores vivas. Se necessário,
peça ao paciente para remover batom;
• Faça sua escolha rapidamente; sempre aceite a primeira decisão
porque os olhos começam a ficar cansados em aproximadamente 5 a 7
segundos.
Utilização
As resinas compostas são fornecidas em uma pasta única, em uma
seringa à prova de luz. As resinas fotoativadas não necessitam de
mistura e são usadas diretamente da seringa com o auxílio de uma
ponta de seringa. O material é fornecido em um kit que inclui cores
variadas da resina composta juntamente com um condicionante e um
sistema adesivo que funcionam especificamente para o processo de
utilização deste material.
Polimerização
A polimerização é o processo pelo qual o material resinoso muda do estado flexível
(no qual ele pode ser moldado ou modelado) para uma restauração endurecida. A
polimerização ocorre tanto por autopolimerização quanto por fotopolimerização.
O processo de fotopolimerização utiliza uma fonte de luz azul de alta intensidade
que fornece uma polimerização efetiva das resinas. A fonte de luz azul é uma
combinação de tungstênio e um sistema de luz halógena. O tempo exato de
polimerização depende do seguinte:
• Instruções do fabricante de resina (mais frequentemente de 20 a 60 segundos)
• Espessura e tamanho da restauração (quando grandes quantidades do material
são inseridas, cada incremento é polimerizado antes do próximo ser inserido)
• Cor do material restaurador utilizado (quanto mais escura a cor, maior é o tempo
de polimerização necessário)
Acabamento e Polimento
O acabamento e o polimento das resinas compostas são muito
diferentes das etapas de acabamento em um procedimento com
amálgama. Devido aos materiais compósitos irem de um estado macio
e flexível para se tornarem completamente endurecidos pela
polimerização, o dentista não é capaz de realizar esculturas ou fazer
ajustes com instrumentos manuais. Brocas de acabamento e materiais
abrasivos são utilizados pra contornar e polir uma resina composta
finalizada.
Etapas de acabamento de uma resina
composta
• A redução do material é finalizada pelo uso de uma pedra branca ou
um diamante de acabamento.
• O acabamento fino é feito com brocas carbides de acabamento.
• O polimento da resina começa com discos médios e termina com
discos superfinos.
• Tiras de acabamento auxiliam no polimento das superfícies
interproximais.
• Pastas polidoras aplicadas em taças de borracha completam a etapa.
Preparo de Materiais de Resina Composta
Equipamentos e matérias
Guia de cor
Material de resina composta
Ponta de seringa
Instrumento para compósito
Compressas de gaze com álcool 5×5 cm
Fotopolimerizador
Etapas do procedimento
1 Selecione a cor do dente Propósito: Compósitos vêm com cores
variadas; com o uso de um guia de cor, você pode selecionar aquela
que mais se assemelha à cor dos dentes naturais do paciente Nota:
Tenha certeza que está usando luz natural para esta decisão. Luz
fluorescente pode mudar a aparência natural.
2 Uma vez a cor selecionada, prepare a seringa com uma nova ponta
para aplicação. Nota: Se utilizar uma pasta, descarte uma quantidade
mínima em um bloco de papel ou pano.
3 Transfira o instrumento para compósito e o material para zona de
transferência do dentista.
Etapas do procedimento
4 O dentista poderá pedir que o líquido do adesivo de resina ou a gaze
com álcool fique disponível durante a inserção dos incrementos de
material. Propósito: Estes irão auxiliar na viscosidade do material.
5 Tenha o fotopolimerizador pronto durante a inserção do material. É
melhor quando o material pode ser fotopolimerizado enquanto os
incrementos são inseridos. Propósito: Isto completa a solidificação final
do material.
Ionômeros de Vidro
Ionômeros de Vidro
Os ionômeros de vidro representam um dos mais versáteis materiais
odontológicos disponíveis. Este material tem demonstrado ter uma
biocompatibilidade excelente no ambiente oral. A adaptabilidade dos
ionômeros de vidro para alterar propriedades químicas permite que
eles sejam usados com propósitos diferentes na boca.
Ionômeros de Vidro
Devido aos ionômeros de vidro terem a habilidade de se aderir
quimicamente (não mecanicamente) aos dentes, a necessidade de
preparar a estrutura dentária não é tão extensiva quanto no preparo de
um amálgama ou uma resina composta. A característica mais
marcante dos ionômeros de vidro é a liberação de flúor após presa
final. Isto proporciona a vantagem adicional de inibir a cárie. Este tipo
de material é desejável especialmente para as seguintes aplicações:
Ionômeros de Vidro
• Dentes decíduos: Devido à liberação de flúor e à necessidade de
mínimo preparo cavitário, ionômeros de vidro são os materiais de
escolha para a restauração de dentes decíduos cariados.
• Restaurações finais em áreas sem estresse, tal como classe V e
superfícies radiculares: Este material é amplamente utilizado para
restaurar estrutura dentária perdida, tal como a que ocorre como
consequência de lesões de cárie ou abrasão cervical.
Ionômeros de Vidro
• Selantes: O material é misturado com uma consistência mais fluida
para permitir o escoamente no interior das profundidades das fóssulas
e fissuras dos dentes posteriores.
• Material de núcleo para construções: Alguns dentistas defendem
ionômeros de vidro sob amálgama devido à facilidade de inserção,
adesão, liberação de flúor e qualidades térmicas.
• Restaurações provisórias (temporária de longo prazo).
Fabricação e Utilização
Quando fornecidos como um pó e um líquido para cimento, os
ionômeros de vidro são manipulados juntos em um bloco de papel
tratado, com o pó incorporado no líquido em alguns incrementos (Fig.
24-19). O material deve ser completamente misturado em menos que
45 segundos.
Para fins restauradores, os ionômeros de vidro são fornecidos em tubos
protegidos de luz, cartuchos, tubos, ou cápsulas pré-proporcionadas
(Fig. 24-20). O material pode ser tanto manipulado com uma espátula e
colocado em um aplicador; ou triturado e depois colocado no
aplicador, e aplicado ao dente e fotopolimerizado.
Cuidados para a Inserção
dos Ionômeros de Vidro
• Evite contato de contaminação de água no material.
• Tenha cuidado quando a aparência polida do material tiver
desaparecido, pois o estágio de presa terá começado.
• Proteja a banda da matriz do material; o material irá aderir à banda
de metal.
Materiais Restauradores
Temporários
Materiais Restauradores Temporários
Os materiais restauradores temporários são utilizados em várias
situações odontológicas. O tipo de material selecionado para as
restaurações temporárias é planejado para manter ou restaurar a
função ou manter o paciente confortável por um tempo limitado. Os
materiais restauradores temporários são utilizados com os seguintes
objetivos:
Materiais Restauradores Temporários
• Reduzir a sensibilidade e o desconforto de um dente para determinar
seu diagnóstico;
• Manter a função e a estética do dente até a restauração permanente
poder ser inserida;
• Proteger as margens do dente preparado que irá receber uma peça
de fundição em uma etapa posterior;
• Prevenir o deslocamento dos dentes adjacentes ou antagonistas
causado pelo espaço livre.
Materiais Restauradores Intermediários
Uma restauração intermediária é frequentemente recomendada pelo
dentista como uma restauração de curto prazo. Um material muito
frequentemente selecionado para este procedimento é o material
restaurador intermediário ou IRM (Fig. 24-21). O IRM é uma
composição reforçada de óxido de zinco-eugenol. O eugenol tem um
efeito sedativo na polpa, e cargas são adicionadas para melhorar a
resistência e a durabilidade do material.
Os usos comuns do IRM são os seguintes:
• Restauração dos dentes decíduos (quando os dentes permanentes
estão há 2 anos ou menos da erupção);
• Emergências restauradoras;
• Programas de controle de cárie

O IRM é fornecido como um pó e um líquido, o qual são misturados


manualmente em um bloco de papel tratado, ou como cápsulas pré-
mensuradas que são ativadas e depois trituradas.
Manipulação de Materiais Restauradores
Intermediários (IRM)
Equipamentos e materiais
Bloco de papel tratado
Espátula (aço inoxidável flexível)
Pó de IRM e dispensador
Líquido de IRM e conta-gotas
Gaze de álcool 5×5 cm
Etapas do procedimento
1 Sacuda o pó antes de dispensar; depois, meça o pó no bloco de
mistura. Propósito: Quando o pó é agitado, ele não ficará comprimido,
criando assim uma mistura seca.
2 Faça uma divisão na metade do pó; depois, dispense o líquido no
interior da mistura. Tampe de novo os recipientes. Nota: O IRM é
dispensado em taxas iguais, significando uma colher de pó para uma
gota de líquido.
3 Incorpore o pó remanescente à mistura em dois ou três incrementos,
e misture completamente com a espátula. A mistura será bastante
rígida neste estágio
4 Movimente a mistura para trás e para frente no bloco de mistura por
5 a 10 segundos. O resultado da mistura deve ser liso e adaptável. A
mistura deve ser finalizada em 1 minuto.
5 Limpe e desinfete o equipamento imediatamente.
Materiais Restauradores Provisórios
O material restaurador provisório é planejado para cobrir a porção
principal, se não toda a porção clínica, de um dente ou alguns dentes
por um período maior. Devido a isto, estes materiais devem suportar
forças mastigatórias, e o desgaste e a dilaceração das condições orais
(Fig. 24-22).
As resinas acrílicas são fornecidas em várias formas: como um
pó/líquido, em tubos pré-mensurados, e em cartuchos automisturáveis
(Fig. 24-23). O material é posicionado num molde de alginato ou num
guia confeccionado a vácuo, é assentado sobre o dente preparado e é
deixado polimerizar. A oclusão é ajustada, e o provisório é polido e
cimentado em seu lugar com um cimento temporário.
Manipulação de Resina Acrílica
para Cobertura Provisória
Equipamentos e materiais
Resina acrílica autopolimerizável (líquido e pó);
Conta-gotas;
Espátula (metal pequeno);
Pote dappen ou pote descartável disponível com o material .
Etapas do procedimento
1 Utilizando o conta-gotas fornecido, derrame o líquido do monômero
no recipiente de mistura. A quantidade recomendada é de 10 gotas de
líquido por dente. Nota: Cubra o recipiente com monômero
imediatamente. Este material é volátil.
2 Coloque rapidamente a cor selecionada do pó autopolimerizável
(polímero) no líquido até que o líquido esteja todo preenchido.
Rapidamente, vire o pote sobre uma toalha de papel removendo o
excesso de pó que não foi absorvido pelo líquido.
Etapas do procedimento
3 Utilize uma espátula pequena para misturar o pó e o líquido em uma
mistura homogênea.
4 Permita que o material se assente intacto até a mistura perder todo
seu brilho e mudar para o estado de massa.
5 O material está pronto para ser colocado sobre o molde ou a
moldeira.
Materiais para Clareamento
Dentário
O clareamento dentário, também chamado de branqueamento, é uma
das formas mais populares e com boa relação custo / benefício para
restaurar a aparência estética dos dentes. Os produtos clareadores
podem ser encontrados em vários itens de uso diário, tais como pastas
de dente, flúor, enxaguantes bucais e até mesmo em gomas de mascar.
Composição dos Materiais de Clareamento
Muitos dos produtos de clareamento dentário são feitos de um ingrediente à
base de peróxido. Os produtos clareadores à base de peróxido trabalham
profundamente dentro do esmalte para remover manchas e descolorações
que vêm de anos de acúmulo de manchas e envelhecimento. O dente se
torna descolorido e manchado por muitas razões. As mais frequentes são
envelhecimento; consumo de substâncias manchadoras como café, chá,
colas e tabaco; trauma; uso de tetraciclina (antibiótico); flúor excessivo;
degeneração nervosa; e envelhecimento das restaurações.
Quando os produtos à base de peróxido entram em contato com o dente,
isto permite que o oxigênio entre no esmalte e na dentina, deste modo
clareando as substâncias coloridas. A estrutura dentária não é alterada; o
dente fica simplesmente mais claro e branco (Fig. 24-24).
Materiais Restauradores
Indiretos
Materiais Restauradores Indiretos
Uma restauração indireta é aquela que é fabricada fora da boca pelo
técnico de laboratório odontológico. Estas restaurações, também
chamadas como fundidas, envolvem uma sequência de procedimentos
que incluem preparo do dente, realização da moldagem final,
enceramento de um padrão, inclusão do padrão, fundição da
restauração, acabamento e polimento da peça fundida, e cimentação
da restauração em seu lugar. Os materiais restauradores indiretos
incluem ligas áuricas e materiais cerâmicos. As peças fundidas
finalizadas destes materiais são unidas ou cimentadas em seu lugar
Ligas Nobres Metálicas de Ouro
O ouro, em sua forma mais pura, tem a capacidade de resistir ao
manchamento e ao condicionamento quando exposto a condições
severas na boca, mas ele é muito mais macio para a utilização em
restaurações odontológicas fundidas. Entretanto, o ouro pode ser
combinado com outros metais para formar uma liga; este material
proporciona as características e a dureza necessárias para uma
restauração indireta (Fig. 24-25).
Cerâmicas Fundidas
A cerâmica é um tipo de material que é similar àquele usado em pratos
ou olaria em sua casa. As cerâmicas são compostos, o que é uma
combinação de elementos metálicos e não metálicos. Como os pratos e
a olaria, as cerâmicas fundidas são feitas com um material tipo argila
com um glaze que tem componentes metálicos para torna-se durável e
capaz de suportar mudança de temperatura. Um material cerâmico
pode ser aderido ao metal fundido, criando o “melhor em ambos os
mundos” em resistência e estética.
Porcelana
O tipo de cerâmica mais utilizado em odontologia é a porcelana. Este
tipo de cerâmica combina resistência, translucidez, e habilidade de se
assemelhar à cor dos dentes naturais. Devido às técnicas laboratoriais
de fabricação unirem calor e pressão, estas restaurações são mais
resistentes que as restaurações diretas, tais como resinas compostas,
que são confeccionadas na boca. A cerâmica de porcelana é fundida a
uma cápsula metálica de suporte; depois, ela é glazeada e sinterizada
para produzir uma superfície altamente lisa que é extremamente dura
e semelhante ao esmalte.
Porcelana
Os materiais de porcelana são escolhidos pelas seguintes razões:

• As tonalidades das cores assemelham-se bem às cores dos dentes;


• A porcelana melhora a aparência estética dos dentes anteriores;
• O material tem a resistência do metal;
• A porcelana é uma boa isoladora;
• O material tem baixo coeficiente de expansão térmica.
DÚVIDAS?
(32) 98811-3630
@viniciusfranklinramos

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