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Endodontia I
Aula 1 • Injeção de borracha líquida seguida da
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já foi relatada a presença de um incisivo central Dens Invaginatus, Cúspide Talão, e Radicular
superior com duas raízes (LEONARDO, 1991) e Grooves (depressão radicular).
com dois canais distintos (LOPESS, 2004).
CANINO SUPERIOR
INCISIVO LATERAL SUPERIOR
Os caninos superiores geralmente são
Os incisivos laterais superiores dentes de fácil acesso, porém apresentam raiz
apresentam-se com diâmetro do canal menor com comprimento maior do que a dos demais
que dos incisivos centrais superiores, dentes. Na maioria dos casos, as raízes
apresentando curvatura na maioria das vezes, apresentam curvatura no terço apical.
que pode ser acentuada ou não, o que requer Durante a execução do tratamento,
uma atenção especial no tratamento deve-se ter o cuidado da remoção de todo o
endodôntico. ombro palatino, permitindo um acesso
Durante a execução do tratamento, completo ao canal radicular.
deve-se ter o cuidado da remoção de todo o O dente apresenta uma inclinação
ombro palatino, permitindo um acesso média de 6º para distal, e 17º para palatina.
completo ao canal radicular.
O dente apresenta uma inclinação • Comprimento médio: 26,4mm;
média de 5º para distal, e 20º para palatina, e a • Comprimento máximo: 33,5mm;
cavidade pulpar acompanha a forma exterior • Comprimento mínimo: 20mm.
do dente.
Apresenta geralmente dois ou três
divertículos no teto, segundo a borda oclusal
tenha apresentado os dois ou três mamelões.
O diâmetro vestíbulo-palatino do canal
é maior que o mesio-distal.
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Aula 2
Alterações na Anatomia
Alguns tipos de variação anatômica O Dens Invaginatus do tipo I não
encontradas nos dentes podem causar oferece dificuldade ao tratamento
alteração na anatomia interna do sistema de endodôntico, uma vez que a invaginação é
canais radiculares, gerando algumas vezes pequena e está situada na coroa dental. O do
complicações na execução do tratamento tipo II oferece certa dificuldade ao tratamento
endodôntico, dependendo do grau de endodôntico, uma vez que se faz necessária a
alteração. Seguem abaixo variações remoção da invaginação do esmalte do interior
anatômicas que podem ser encontradas, e a do canal radicular. O Dens Invaginatus tipo III
influência que podem causar na execução do oferece dificuldade ao tratamento
tratamento endodôntico: endodôntico, pois deve ser complementado
com retro-obturação.
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• DEPRESSÃO RADICULAR
O incisivo lateral
superior pode apresentar uma
anomalia de difícil diagnóstico,
que é a presença da depressão
radicular (radicular grooves).
Essa depressão normalmente • GEMINAÇÃO
está presente na lingual dos Resulta da tentativa de um único
incisivos laterais, na área de gérmen dentário de dividir-se, com a
cíngulo e se estende para a raiz, podendo resultante formação de um dente com
cessar em diferentes pontos da região coroa bífida, e geralmente, uma raiz e um
radicular. A presença da depressão radicular canal radicular em comum, não gerando
constitui uma via de penetração de alteração significativa na morfologia
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casos, pode passar a falsa impressão de que o Depois estabelecemos uma forma de contorno
longo eixo do dente segue a direção observada inicial que será paralela à forma de contorno
na coroa. É importante sempre observar estes mais comum encontrada nos mesmos tipos de
detalhes comparando com o exame dentes acessados, e define-se por último a
radiográfico. direção de trepanação que busca geralmente o
caminho para atingir a porção mais volumosa
4. Palpação da gengiva inserida e mucosa da câmara pulpar.
vestibular: o exame radiográfico nos fornece o
grau de inclinação no sentido mesio-distal. Para 2. Preparo da câmara pulpar
observar a inclinação aproximada no sentido
vestíbulo-palatino, ou vestíbulo-lingual, é Estabelecemos a forma de contorno
importante fazer a palpação na mucosa, na final do preparo cavitário, seguindo a direção
região correspondente à raiz do dente. real encontrada nas paredes da câmara pulpar
do dente, removendo sempre todo o teto da
5. Em intervenções ou em tratamentos câmara pulpar.
previamente iniciados por outro profissional,
observar a situação do canal: observar 3. Configuração final da cavidade
materiais obturadores utilizados, presença de intracoronária (forma de conveniência)
retentores intra-radiculares, se há algum tipo
de perfuração, desvio, instrumento obstruindo Fazemos um refinamento do acesso,
o canal etc. com desgaste adicional em algumas paredes,
quando necessário, de forma a permitir o
6. Remoção de toda cárie: não temos como melhor acesso direto dos instrumentos ao
trabalhar a desinfecção do sistema de canais interior dos canais radiculares.
radiculares deixando a câmara pulpar e coroa Existem vários tipos de instrumentos
repletas de bactérias não removidas rotatórios que podem ser utilizadas para a
mecanicamente. realização do acesso cirúrgico dos dentes,
entre elas podemos citar pontas diamantadas
7. Remoção total da restauração permanente: ou carbide, esféricas, tronco-cônicas com ou
ideal para que se tenha a garantia de que não sem corte na ponta, brocas específicas para
há presença de tecido cariado por baixo do acesso como a Endo-Z ou brocas de Mueller
remanescente restaurador. para baixa rotação. É importante sempre
definir a melhor escolha dentro da etapa do
Em alguns casos, as paredes do dente podem
acesso cirúrgico que estiver realizando,
ser reconstruídas para facilitar o isolamento,
dificultando a penetração de saliva no campo adequando também o comprimento ideal para
de trabalho, e permitir criar um reservatório de cada situação.
hipoclorito durante a irrigação.
ACESSO CIRÚRGICO DOS DENTES SUPERIORES
MANOBRAS OPERATÓRIAS
INCISIVOS SUPERIORES
1. Acesso a câmara pulpar
• Ponto de eleição: parte mais central da face
Escolhemos um ponto ou área de palatina.
eleição, correspondente geralmente a uma
posição que direcione ao centro da câmara • Forma de contorno inicial: forma triangular,
pulpar seguindo-se o longo eixo do dente. com base voltada para a borda incisal.
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Estende-se de 2 a 3mm da borda incisal, e dente, até que todo o teto tenha sido
aproximadamente a 2mm do tubérculo removido.
palatino. A broca corta perpendicularmente
à superfície do esmalte. • Configuração final da cavidade
intracoronária: desgaste compensatório
• Direção de trepanação: paralela ao longo pela remoção do ombro lingual.
eixo do dente até penetrar na cavidade
pulpar.
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• 006: rosa
• 008: cinza especiais
• 010: roxa
• 015: branca
• 020: amarela
• 025: vermelha
1ª série
• 060: azul
• 070: verde
• 080: preta
• 090: branca
a) Rotação alternada
• 100: amarela
• 110: vermelha
3ª série
1. Avanço;
• 120: azul 2. Rotação à direita;
• 130: verde 3. Rotação à esquerda;
• 140: preta 4. Retrocesso de 1 a 1,5mm;
5. Avanço.
c) Quanto ao comprimento
• 21mm
• 25mm
• 28mm Figura 2. Movimento de rotação alternada.
• 31mm
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- Tempo de exposição;
Figura 3. Movimento de limagem. - Filme;
- Processamento;
As limas K, Flexofile e Hedstroen são usadas no
- Angulação e posicionamento adequados.
movimento de limagem.
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Aula 6
Obs: Picote sempre voltado para oclusal ou
incisal.
PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO DO
• Método de Clark
Deslocamento horizontal do tubo de
SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
raios-x para dissociação de imagens
O preparo químico-mecânico de um
sobrepostas em radiografias ortorradial. Se
canal radicular é realizado por meio do
deslocarmos para a mesial, a palatina
emprego de instrumentos endodônticos, de
acompanha o deslocamento ficando mais
substâncias ou soluções químicas auxiliares e
próxima e a vestibular desloca-se no sentido
da irrigação-aspiração. Na realização do
contrário. Se deslocarmos para distal ocorre o
preparo não se pode separar procedimentos
mesmo.
mecânicos de químicos, visto que o resultado
final do preparo de um canal radicular decorre
da interação dos instrumentos endodônticos
com as substâncias químicas auxiliares e com a
irrigação-aspiração que se completam.
O objetivo do preparo químico-
mecânico é limpar, ampliar, e dar forma
definida ao canal radicular (modelagem) para
que ele possa receber o material obturador.
Figura 6. Método radiográfico de Clark
para dissociação de canais.
LIMPEZA E DESINFECÇÃO
• Método de Le Master
A limpeza e desinfecção do sistema de
Utilizado quando ocorre sobreposição canais radiculares visam à eliminação de
de estrutura anatômica, ajustando o ângulo irritantes como microrganismos, seus produtos
vertical, mudando a posição do filme e tecido pulpar vivo ou necrosado, criando um
radiográfico, através da colocação de um rolete ambiente propício para a reparação dos tecidos
de algodão adjacente ao filme, fixando-o com perirradiculares. É importante lembrar que o
uma fita melhorando as condições do objetivo da desinfecção se aplica somente aos
paralelismo entre o longo eixo do filme e o casos de necrose e de retratamento, nos quais
longo eixo do dente a ser radiografado. geralmente há infecção do sistema de canais
radiculares.
• Técnicas Extrabucais As substâncias utilizadas durante o
preparo químico-mecânico devem possuir
- Técnica periapical extraoral propriedades solventes de matéria orgânica e
de atividade antimicrobiana, além de
Utilizada em casos com dificuldade de apresentar baixa tensão superficial e baixa
fazer a técnica periapical intraoral, como em viscosidade (grande molhabilidade).
pacientes com assoalho de boca raso e
pacientes com muita ânsia de vômito. O filme é
posicionado externamente à boca do paciente, AMPLIAÇÃO E MODELAGEM
que deve permanecer com a boca aberta.
A ampliação e modelagem visam, por
meio da instrumentação, à confecção de um
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- Finalização do PQM:
Figura 8. Obs: em 24mm, a lima correta é a
K30, e não a K35 como descrito na imagem. • Batente apical: ombro apical confeccionado
no CT;
Obs: a recapitulação com a lima especial é feita
• Patência: limpeza do milímetro final do canal
para evitar a obstrução do canal.
radicular.
Após definir o comprimento de
trabalho, com a lima que ficou justa (K30),
deve-se fazer movimento de alargamento e
limagem até que a lima fique frouxa no canal,
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3. Atividade antibacteriana;
7. Umectante (molhamento).
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B) CLOREXIDINA
Figura 9. Fotomicrografias da dentina mostrando sua superfície
- Atividade antibacteriana (bacteriostático ou antes e após a remoção da smear layer. Na segunda imagem
bactericida); pode ser observada a superfície dentinária sem a smear layer e
- Substantividade (efeito prolongado após o com os túbulos dentinários expostos.
uso);
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Aula 8
Técnica de Condensação lateral
Obturação endodôntica • MATERIAL NECESSÁRIO:
- Cone principal;
O propósito da obturação é selar toda a
- Espaçadores;
extensão da cavidade endodôntica, desde a sua
- Cones acessórios;
abertura coronária até o seu término apical, ou
- Cimento endodôntico;
seja, o material obturador deve preencher todo
- Placa de vidro (estéril);
o espaço ocupado anteriormente pela polpa,
- Espátula nº 24 (flexível);
proporcionando um selamento tridimensional.
- Calcadores endodônticos;
- Lamparina.
Quando fazer?
- Preparo químico-mecânico completo;
- Ausência de exsudação;
- Ausência de sinais e sintomas;
- Restauração provisória intacta.
• CONES DE GUTA-PERCHA
- Biocompatibilidade;
- Ação antimicrobiana; ➳ Composição:
- Fácil manipulação e aplicação no canal;
- Radiopacidade; - Guta-Percha (19 a 20%);
- Bom escoamento; - Óxido de Zinco (60 a 75%);
- Fácil remoção parcial ou total; - Radiopacificadores (sulfato de bário – 1,5 a
- Estabilidade dimensional; 17%);
- Impermeabilidade; - Resinas, ceras e corantes (1 a 4%).
- Aderência;
- Tempo de trabalho adequado.
Técnicas de obturação
- Técnica de Condensação Lateral; Figura 11. Cones de Guta-
Figura 12. Cones de Guta-
- Técnica de Condensação Vertical; Percha principais. Percha acessórios.
- Técnica da Guta-percha Termoplastificada;
- Técnica Híbrida; ➳ Propriedades:
- Técnica da Compressão Hidráulica.
- São biocompatíveis;
- São radiopacos;
- Possuem estabilidade dimensional;
- Não alteram a cor do dente;
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- Cimento de Grossman;
- Procosol;
- Fill Canal;
- Endofill;
- Endométhasone;
- Cimento de Rickert. Figura 13. Inspeção visual.
- AH 26;
- Sealer 26;
- AH Plus;
- Sealer Plus.
Figura 14. Inspeção tátil.
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Deve-se injetar EDTA dentro do canal com uma • Cone principal: deve-se passar o cone no
seringa até encher completamente e aguardar cimento e introduzir no canal até a marcação.
3min.
A secagem é feita com cânulas finas de Figura 21. Introdução do cone acessório
com auxílio do espaçador.
aspiração e cones de papel absorvente, até que
os cones saiam secos. • Raio-x de controle de qualidade: feita para
verificar se o canal está totalmente
preenchido.
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Como proceder em cada caso Recado para você que adquiriu essa apostila:
• Danos nos olhos do paciente Caso tenha alguma dúvida, entre em contato
comigo ou tire essa dúvida com algum
- Irrigação abundante com água ou solução professor. Talvez possa ter coisas diferentes da
salina e nos casos mais severos encaminhar forma que você aprendeu, mas isso não quer
para o oftalmologista. dizer necessariamente que eu ou você
estejamos errados. Professores e autores têm
• Lesões na mucosa oral diferentes pontos de vista as vezes.
Essa apostila não pode ser vendida por
- Lavar abundantemente com água; terceiros e nem plagiada. Plágio é crime de
- Se for visível algum dano recomenda-se o uso violação aos direitos autorais no Art. 184.
de antibiótico para reduzir o risco de uma Obrigado e bons estudos! :)
infecção secundária;
- Se existiu alguma possibilidade de ingestão ou E-mail p/ contato:
inalação o paciente deve ser encaminhado para hurianmachado@hotmail.com
o hospital.
Ah, se por acaso você postar algum story no
• Danos provocados pela inoculação do Instagram estudando por essa apostila, me
hipoclorito de sódio marca para que eu reposte :)
- Aplicação de gelo na zona com edema durante
as primeiras 24h; Instagram: @DOUTOR_SORRISO
- Analgésicos para diminuir a dor;
- Antibiótico para reduzir o risco de uma
infecção secundária;
- Encaminhar para o hospital.
Referências bibliográficas:
• Material de apoio cedido pelos professores
da disciplina;
• LOPES, Hélio Pereira; SIQUEIRA JUNIOR, José
Freitas. Endodontia: biologia e técnica.
In: Endodontia: biologia e técnica. 2004;
• COHEN, Stephen; HARGREAVES, Kenneth
M. Caminhos da polpa. Elsevier Brasil, 2007;
• NOITES, Rita; DE CARVALHO, Manuel Fontes;
VAZ, Irene Pina. Complicações que podem
surgir durante o Uso do Hipoclorito de Sódio
no Tratamento Endodôntico. Revista
Portuguesa de Estomatologia, Medicina
Dentária e Cirurgia Maxilofacial, 2009, 50.1:
53-56.
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