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O canal deve ser sempre mais Então as limas acompanham esse es-
estreito apicalmente e ter o diâmetro treitamento.
transversal mais estreito no seu térmi-
ESPAÇADORES DIGITAIS
no.
Os espaçadores auxiliam na ob-
INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS
turação dos canais radiculares e seguem
LIMAS MANUAIS (aço inoxidável) os mesmos parâmetros de conicidade,
porém eles são instrumentos que não
Série especial: 06, 08, 10;
tem corte.
1ª série: 15, 20, 25, 30, 35, 40;
2ª série: 45, 50, 55, 60, 70, 80; BROCAS GATES-GLIDDEN
3ª série: 90, 100, 110, 120, 130,
As brocas Gates-Glidden são
140.
usadas nos 2/3 cervicais dos canais para
O número da lima corresponde alargar essa porção.
ao seu diâmetro na ponta do instru-
A haste dessas brocas também
mento (Do). A parte ativa de todas as
apresenta conicidade, mas ao contrário
limas medem 16mm, independente do
das limas, ela é mais fina na haste, para
seu comprimento total.
facilitar a retirada do instrumento em
As limas podem ter secção caso de fratura dentro do canal.
transversal quadrada (limas K) ou re-
LIMAS ROTATÓRIAS
donda (limas H).
As limas rotatórias são fabrica-
As limas K são mais versáteis e
das em liga de níquel-titânio e esse ma-
mais usadas, pois permitem vários tipos
terial permite que elas sejam acionadas
de movimentos. Já as limas H só permi-
por motor. Elas são usinadas.
tem movimentos de limagem das pare-
des (raspar). Elas facilitam a instrumentação
do canal radicular.
CONICIDADE (taper)
FORMATAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS
A ponta da lima é mais fina e na
RADICULARES
medida em que vai caminhando para a
haste o diâmetro vai aumentando. Um dos grandes objetivos da
instrumentação do canal radicular é
A conicidade para os instrumen-
promover um desgaste da dentina para
tos manuais tem um fator numérico de
obtermos uma ampliação desse canal,
0,02mm a cada mm. O aumento é pro-
mas sempre procurando respeitar a
gressivo.
anatomia da raiz.
OBS: a conicidade existe, pois o canal é
A ampliação é necessária para
sempre mais estreito na região apical.
possibilitar uma irrigação mais eficiente,
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para que a solução penetre mais pro- No terço apical faz-se o movi-
fundamente para ter acesso às possíveis mento de exploração (cateterismo),
ramificações. mas é necessário SEMPRE curvar a lima
antes, caso o canal seja curvo.
FINALIDADES DO PREPARO MECÂNICO
OBS: nesse movimento a lima é levada
Remover a polpa coronária e ra-
até o final do canal.
dicular e sangue;
Criar espaço para a obturação Durante esse movimento, caso a
do SCR; lima encontre resistência (sensação de
Proporcionar forma cônico- batida), significa que você está fora da
progressiva ao canal, respeitan- direção correta do canal. Isso pode o-
do a anatomia da raiz. correr caso a lima não seja curvada,
dessa forma, você pode acabar criando
MOVIMENTOS DOS INSTRUMENTOS degraus ou até mesmo perfurar a raiz.
Para cada seguimento do canal Quando o instrumento volta para a di-
radicular, um tipo de movimento será reção correta, você tem a sensação de
necessário (seguimento cervical, médio apreensão.
e apical). Para iniciar o tratamento é ne-
Nos terços cervical e médio de cessária uma boa radiografia. Ela deve
um CR mais reto é possível fazer movi- ser recente (ter no máximo 1 mês).
mentos de rotação com (lima K) e mo- Nessa radiografia iremos medir o
vimentos de limagem (lima K e H). CDR ou CTP (comprimento do dente na
MOVIMENTO DE ROTAÇÃO radiografia – medida virtual). É a medi-
da do ponto mais externo até o ponto
1. Avanço até a resistência; mais apical. Esse ponto externo deve
2. Giro à direita (1 ou 2 vezes); ser de fácil domínio visual.
3. Tração (retirada do instrumen-
to). É chamada de medida virutal,
pois a radiografia pode estar com algu-
MOVIMENTO DE LIMAGEM ma distorção (alongamento ou encur-
tamento).
1. Avanço até a resistência (coloca-
ção da lima);
2. Tração com pressão lateral.
ODONTOMETRIA
Depois, para saber a medida exata, faz-se a odontometria. É um processo que visa
obter com a máxima exatidão possível o comprimento do dente da sua porção mais exter-
na até a sua porção mais interna.
Por fim, faz a recapitulação com Para finalizar essa fase, faz a
a lima K #10 em 2/3 do canal (sempre irrigação e a recapitulação com a lima K
com o objetivo de eliminar detritos). #10 no CPC (lima de memória 1 – M1).
Por fim, utiliza-se a lima K #25 Isso é feito para fazer a transição
(M2) na medida do CT. Irrigação e reca- entre a porção apical e cervical. Para
pitulação com a lima M1 no CPC. dar uma conicidade adequada.
Liberação de cloro: sabe-se que ele vai perdendo sua concentração mais
a formação de compostos con- rápido, ou seja, vai se tornando menos
tendo cloro ativo, como o ácido eficaz. O aumento de temperatura para
hipocloroso, é a principal res- maior eficácia antimicrobiana é somen-
ponsável pela excelente ativida- te na hora da irrigação.
de antimicrobiana;
Matéria orgânica: retarda a ação
Formação de cloraminas: têm a
do hipoclorito, por isso ele deve
função de inibição enzimática.
ser constantemente renovado
FATORES QUE INTERFEREM NA ATIVI- dentro do canal radicular.
DADE ANTIBACTERIANA DO NaOCl
O hipoclorito de sódio tem um
pH: as soluções cloradas terão efeito citotóxico. Se injetado nos tecidos
ação antimicrobiana em meio ele produz edema, hematoma, necrose
ácido, quando então liberam á- e abscesso. Para evitar que o hipoclorito
cido hipocloroso. tome contato com os tecidos do pacien-
te, deve-se usar o isolamento absoluto.
OBS: o ácido hipocloroso tem ação mi-
crobicida só em sua forma não dissocia- Além disso, para que o hipoclori-
da. Ele se encontra não dissociado (não to não extravaze para além do forame
ionizado) em pH ácido. apical, não se deve prender a agulha
dentro do canal. Ao injetar é importante
O NaOCl é um composto alcalino deixá-la solta.
e isso mantém sua estabilidade. Ele de-
ve chegar à condição de acidez unica- SMEAR LAYER
mente no momento do uso. A própria
A smear layer tem duas porções:
acidez tecidual é suficiente para atingir
essas condições, ou seja, abaixar o pH, Porção orgânica: tecido pulpar,
formar ácido hipocloroso e liberar o remanescentes de processos
cloro. odontoblásticos, proteínas coa-
guladas, células sanguíneas, sali-
Concentração: soluções mais
va e bactérias;
concentradas apresentam maior
Porção inorgânica: raspas de
atividade antimicrobiana.
dentina e materiais inorgânicos
Temperatura: o aumento da
inespecíficos oriundos de tecido
temperatura proporciona uma
dentário calcificado.
maior eficácia da solução de hi-
poclorito de sódio quanto à sua Após a intervenção endodôntica
ação solvente e antimicrobiana. a smear layer que oblitera os túbulos
dentinários deve ser removida através
OBS: o NaOCl não deve ser guardado
de uma solução específica, para que o
em local quente e muito iluminado, pois
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Anamnese; PERCUSSÃO
Ficha clínica;
Exame clínico; A percussão avalia clinicamente
as condições inflamatórias dos tecidos
Radiografias;
perirradiculares, lembrando sempre de
Tomografias;
comparar com o homólogo.
Vivência clínica.
OBS: dente algógeno é o dente que está
EXAME CLÍNICO
produzindo a dor e o dente sinálgico é o
História dental: dente que tem o efeito da dor.
OBS: a primeira lima que o cursor che- tratamento. Por isso, quanto menos
gar no CTP é a usada para a radiografia espaço for deixado, melhor.
(vai variar de acordo com o canal).
OBS: o tampão é opcional.
4ª FASE
OBTURAÇÃO
Preparo radicular.
É feita com a técnica de conden-
Limas até K #80. Usar uma se- sação lateral e usam-se cones padroni-
quência de lima de cada vez. Elas deve- zados (números correspondentes à úl-
rão ser usadas no CT com MO, sem s- tima lima que foi trabalhada no CT).
troke, sem pressão e sem pré-curvatura.
OREGON X MOVIMENTOS OSCILATÓRIOS
São usadas até dilatar o CT na medida
da lima #45 e #50. Sentido de instrumentação: co-
roa-ápice x ápice-coroa;
OBS: se você radiografou com a lima
#30, você deve começar com a sequên- Campo de ação: classe I x qual-
cia a partir dela. quer tipo de canal;
Última lima no CT: pelo menos a
5ª FASE #45 x #25;
Recapitulação: não tem x tem
Limpeza do forame apical.
com a #10;
Usa-se a lima K #15 no CPC com Limpeza do forame: #15 ou #20 x
movimento oscilatórios para limpar as #10;
paredes ao redor do forame e eventu- Obturação: técnica de conden-
almente retirar alguma bactéria que sação lateral x compressão hi-
esteja por lá. dráulica;
oferece nutrição para a dentina. Por to: BMP (se transforma em osso), fosfa-
outro lado, a dentina é rígida e, nos ca- tase alcalina (odontoblastos), MMP
sos de inflamação, ela limita a expansão (cementoblasto).
da polpa quando há edema, causando
Dependendo do fator de cresci-
grandes danos, pois a inflamação se
mento que estiver em contato com a
torna irreversível.
célula tronco vai servir de estímulo para
ZONAS DA POLPA ela se diferenciar em diferentes tecidos.
Dentina; CÉLULAS
Pré-dentina (camada de fibras
1. Fibroblastos: células achatadas
colágenas que irá se minerali-
de núcleo hiperdenso, secreto-
zar);
ras de colágeno I e II e substân-
Odontoblastos;
cia fundamental;
Zona acelular (contém muitas fi-
2. Células de defesa (macrófagos,
bras nervosas);
linfócitos T e células dendríticas;
Zona rica em celular (muitos fi-
3. Células mesenquimais indiferen-
broblastos);
ciadas (células-tronco);
Zona central.
4. Odontoblastos: células colunares
A polpa é composta por uma sintetizadoras e secretoras que
matriz extracelular, diversas células, formam complexos juncionais
vasos sanguíneos e nervos. umas com as outras. Possuem
prolongamentos/processos o-
MATRIZ EXTRACELULAR dontoblásticos.
Composta por uma substância Os odontoblastos secretam fi-
fundamental que contém mucopolissa- bras colágenas tipo I (pré-dentina) e
carídeos (ácido hialurônico) e glicosa- íons cálcio e fosfato (hidroxiapatita).
minoglicans. Esses íons vão levar à mineralização da
dentina (globular, interglobular, peritu-
OBS: algumas bactérias produzem hialu-
bular e intertubular).
ronidase e conseguem invadir e coloni-
zar muito bem a polpa dental (strepto- OBS: as células (odontoblastos) justa-
cocos). postas dificultam a passagem de bacté-
rias.
Além disso, a matriz possui fibras
colágenas e proteínas não colagenosas TÚBULOS DENTINÁRIOS
(fatores de crescimento – moléculas
sinalizadoras para células). Os túbulos deixam a dentina
permeável a fluidos, moléculas e bacté-
As células-tronco da polpa são rias. Eles aumentam de número e de
trabalhadas pelos fatores de crescimen- diâmetro na medida em que se aproxi-
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ENDODONTIA REGENERATIVA