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Anatomia e Acesso Coronário

Na endodontia deve-se ter o conhecimento das variações da anatomia endodôntica,


quando relacionado a endodontia não chamar de canal radicular e sim de sistemas de canais
radiculares, pois além do que se vê nas radiografias existem uma rede maior de canais que são
invisíveis a imagens radiográficas, e que são responsáveis pelo sucesso ou por lesões endodônticas.
90% dos procedimentos endodônticos tem sucesso e os outros 10% de insucesso pode ser
correlacionado com os microrganismos (principais responsáveis pelas infecções endodônticas),
inabilidade do profissional que não é conhecedor das técnicas, dos materiais adequados e isso faz
com que se cometa erro básicos, e a anatomia (isso ao insucesso). Quando não se conhece técnica e
materiais não se faz um bom acesso e boa instrumentação. Pode ocorrer acumulo de erros, erro no
acesso pode dificultar a instrumentação e pode piorar a obturação.
Deve saber o que a literatura diz e quais as variações dessa anatomia e tem que ter sempre
o exame radiográfico de qualidade, pois ela dá muitas das vezes as variações, como por ex., quando a
imagem do canal some no meio da película e aparece lá no final do ápice, isso indica que se têm dois
canais em uma raiz, e através de sondas exploradoras e através do microscópio.
Deve conhecer a normalidade anatômica para depois entender suas variações e
modificações como dilacerações e modificações que ocorrem com a idade como diminuição da
câmara pulpar.
O dente é formado por coroa e raiz, internamente na coroa se tem a câmara pulpar e na raiz
tem o canal radicular. Os componentes da cavidade pulpar: dentina que vai envolver todo o canal
radicular , câmara pulpar, teto da câmara pulpar, divertículos (cornos pulpares), soalho da câmara
pulpar, as entradas dos canais e o forame.
Características gerias da cavidade pulpar: sempre localizada na porção central dos dentes,
forma similar a externa e sofre modificação com a idade.
A câmara pulpar tem uma divisão funcional, de acordo com as faces externas dos dentes:
paredes mesiais, paredes distais, vestibular, lingual ou palatina, oclusal e cervical.
O canal radicular tem uma divisão funcional em terços, e esta relacionado à amplitude
desses terços, terço cervical é o mais amplo e o mais contaminado, terço médio e terço apical.
Classificação das ramificações:
Canal principal: canal mais amplo começa na câmara pulpar e vai até o forame;
Canal colateral: começa no principal e pode terminar em forames separados;
Canal Lateral: sai do principal e termina no terço médio no periodonto;
Canal Secundário: que também sai do principal, mas fica na porção apical;
Canal acessório: que sai do canal secundário e termina no periodonto;
Interconduto: que liga o principal ao colateral.
Muitas são responsáveis pelo insucesso ou pelas lesões endodônticas, lesão endopério.
Outras ramificações: Interconduto, Inter recorrente que sai do principal e volta para o
principal, reticular que une Inter conduto ao principal e o Delta apical que é uma ramificação do
forame chamado de foraminas, o dente não termina em um único forame, termina em várias. Outro
canal bastante importante, tbm invisível, é o cavo interrdicular. Ele acontece no assoalho da câmara
pulpar de molares superiores e inferiores ele pode ser único ou pode ter ramificação.
Histologia do canal radicular: o canal principal, parte envolvida por dentina, é classificado
como canal dentinário, a porção do canal envolvida por cemento é chamado de canal cementário a
união dos dois canais chama canal dentinocementário, essa porção é mais contrita, estreita e que o
cone vai ser assentado na hora da obturação. Deve ter esse conhecimento, pois existe outro forame,
chamado forame maior no ápice que se vê na radiografia e com o passar do tempo varia muito no
tamanho dele e muitas das vezes se obtura no zero e extravasa material obturador, e o material
obturador que não pode ficar fora do dente é o cone de Budapeste, que só deve ficar na posição
apical, o cimento pode ficar fora. O forame apical na maioria das vezes, pela deposição constante de
cemento, ele fica parapical para distal.
As variações comuns são: número de canais, quanto a direção das raízes, quanto ao calibre
desse canal. Deve ter em mente que uma raiz pode ter um, dois ou três canais.
Fatores que alteram a anatomia: modificações relacionada a idade, desgaste dentais,
reabsorções, reposição anormal de cemento, calcificações e trauma. Pacientes jovens a câmara
pulpar é bastante ampla, canais amplos. Com o passar do tempo mesmo sem cárie há continua
deposição de dentina e faz com que a câmara pulpar diminua e o ápice também. Outro fato é a cárie
dental, na presença de cárie forma-se dentina terciária como a dentina patológica na tentativa de
proteger a polpa. Desgaste dental, paciente com bruxismo, atrição faz com que haja uma diminuição
da câmara pulpar e canal radicular que pode impedir a visualização radiograficamente. Reabsorção
interna e externa. Deposição anormal de cemento quando um dente sofre força mastigatória inteira
sobre ele. Calcificações, que é uma defesa do organismo mas é facilmente removido para pode fazer
o canal. Traumas tbm alteram que levam a fratura da raiz ou reabsorção dependendo do trauma.
Variações anatômicas menos comuns: desidente, quando um dente nasce dentro do outro,
isso acontece nos incisivos laterais, dilaceração de raiz, e quantidade anormal de canais.

Abertura Coronária
É um meio de acesso ao dente e consequentemente ao conduto radicular através da
remoção do teto pulpar.
Quando se faz o acesso correto a lima entra sem estar sobre pressão e quando tá sobre
pressão ela não consegue tocar todas as paredes, por isso a forma de contorno deve ser muitas vezes
... para lima entrar livre dentro do canal.
O acesso correto melhora o controle dos instrumentos e se tem uma obturação de
qualidade e reduz erros de procedimento como fratura de lima, desvio de canal, perfuração de raiz.
Portanto, conhecer a anatomia externa dentária, a inclinação do dente, anatomia interna e
analise radiográfica.
Etapas do acesso:
Expor a polpa: sempre terá ponto de eleição. Dentes anteriores, sempre face lingual ou
palatina; pré-molares e molares, oclusal. Brocas iniciais são as esféricas diamantadas de vários
tamanhos de preferência extralonga.
Forma de contorno: remoção do teto da câmara pulpar. Utilizar broca 3082 e sonda
exploradora pra ver onde tem retenção (remover os cornos pulpares para que não escureça os
dentes).
Forma de conveniência: utilizar brocas de Largo removendo projeções de dentina que
impede a instrumentação das paredes.
Princípios Fundamentais:
Dentes anteriores acesso pela palatina\lingual, remover os cornos pulpares, paredes sem
retenções, lisa. Dentes posteriores, oclusal.
Não desgastar o assoalho;
Usar radiografias, quantas forem necessárias;
Iniciar o acesso sem isolamento absoluto (não é regra);
Levar em consideração volume da câmara pulpar, a forma e o número de canais radiculares.
Grupos anteriores: Incisivos e Caninos
As raízes são cônicas piramidais, coroa trapezoidal, um canal com variações, comprimento
médio 22mm, anatomia interna acompanha a externa. O maior índice de insucesso é em laterais
superiores pela curvatura que tem da raiz para apical e para distal. Acesso: fazer jogo da velha na face
lingual do dente e fazer o acesso no quadrado central, o desenho final é um triangulo com a base
voltada para incisal. A broca esférica é colocada a 45º na direção da raiz, até cair num vazio e vai
mudar a conformação da broca para ficar ao longo eixo do dente, ter auxílio da sonda e
alisamento da parede com a 3082. Pessoas com câmara pulpar atrésica não é preciso dar
esse formato triangular fazer acesso elipsoidal. Não aproveitar a cárie para fazer o acesso. Os
caninos tem um canal, comprimento 23mm, acesso elipsoidal vestíbulolingual.

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