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1 ANATOMIA DENTAL

CAVIDADE PULPAR
É a cavidade onde aloja o tecdio pulpar. É dividido didaticamente em duas porções, uma coronária (camara pulpar) e
outra radicular (canal radicular).

A anatomia dental sofre modificações morfológicas por toda a vida. Tanto a camara quando o canal são amplos no ini-
cio, contudo com o passar dos anos, tornam-se gradualmente menores em razão da deposição continuada de dentina se-
cundária.

Câmara Pulpar
Parte interna da coroa e apresenta forma semelhante a da superficie externa. Em dentes unirradiculares, existem cinco
paredes assim denominadas: vestibular, lingual ou palatina, mesial, distal, oclusal/incisal ou teto e nos multirradiculares
existem seis paredes, incluindo como sexta parede o assoalho da camara.

Fatores que alteram a câmara pulpar


- Fisiológicos: Estas alterações estão relacionadas a idade ou pela incidência de traumatismos físicos. Após a erupção
dentária, o processo de desenvolvimento estrutural continua com a conclusão da formação radicular. Depois, com a de-
posição constante da dentina ocasionada pelos odontoblastos durante toda a vida. Desta forma, é observada redução do
volume da camara e do canal.

-Patológico: A polpa submetida a estimulos anormal reage depositando dentina reacional, ocorrendo al alguns casos sua
obliteração total. Os fatores incidentes podem estar relacionados a: habitos, problemas oclusais, cáries, doenças perio-
dontais, preparos cavitários, restaurações profundas e traumatismos.

Características Radiculares
A anatomia interna segue a anatomia externa. Dessa forma, numa raiz achatada, o canal também pode se apresentar
achatada. É importante salientar, que existe a tendencia a circularidade apical, mesmo numa raiz achatada, o canal tende
a se apresentar circular a medida que seguiimos em direção apical.

Histologicamente, podemos dividir o canal em dois cones truuncados unidos pelo seu vértice menor. Um deles é longo,
com seu diametro maior voltado para a camara pulpar (canal dentinário). O outro é curto e mede de 0,5 a 3mm, abrindo-
se para região apical (cone cementário). A união dos dois cones justapostos recebe o nome limite Cemento-Dentina-Ca-
nal (CDC) e encontra-se de 0,5 a 0,75mm do ápice.

O canal dentinário representa quase a totalidade do ducto, é onde o endodontista trabalha. Seu diametro tende a diminu-
ir com a idade. Já o canal cementário por conta da continua deposição de novas camadas, aumenta de diametro com o
passar do tempo.

No tratamento endodontico o profissional não deve intervir no canal cementário, pois é a partir do tecido que preenche
este espaço que teremos o incio da tão almejada reparação fisiológica pós-tratamento endodontico, que é constada mi-
croscopicamente por medio da deposição de cemento em torno do forame apical.

Didadicamente o canal radicular se divide em cervical, médio e apical.

O canal pode apresentar ramificções que são vias de comunicação entre polpa e ligamento periodontal. Dependendo da
localização, essas ramificações recebem denominações diferentes.

Canal principal - Aloja a polpa radicular desde o terço cervical até o terço apical

Canal lateral - Ramificações que vai do canal principal até a superficie externa do dente

Canal Secundário - Sai diretamente do canal principal em direção ao periodonto apical e sua localização é sempre no
terço apical.

Interconduto - Pequeno canal que comunica canais principais entre si, ou um principal e um bifurcado, e não atingem o
cemento radicular.

Cavo - Ramificações no nível do assoalho pulpar em direção ao periodonto da furca.

Recorrente - Sai do canal principal, segue um trajeto independente e volta a desembocar no canal principal antes de
atingir o terço apical.
Acessório - Deriva do canal secundário e atinge o cemento radicular.

Colateral ou bifurcado - Corre paralelo ao canal principal, podendo alcançar independentemente o ápice

Delta Apical - Múltiplas terminações do canal principal determinando o aparecimento de diversas forminas em substitu-
ição ao forame único. Essas ramificações são mais frequentes no terço apical.

ANATOMIA INTERNA E EXTERNA DOS DIFERENTES GRUPOS

ARCADA SUPERIOR

Incisivos centrais superiores


A câmara pulpar destes dentes é menor no sentido vestibulopalatino e maior no sentido mesiodistal, podendo apresentar
dois ou três cornos pulpares. A forma da camara coronária é triangular com base para incisal, a medida que se direciona
para o ápice torna-se circular.

Apresenta uma raiz de forma cônica, com canal radicular único, amplo, central e reto. A inclinação média desse dente
na arcada é de 3° no sentido mesiodistal e 15° do sentido vestibulolingual. O seu compriemnto médio é de 22mm.

Incisivos Laterais superiores


Semelhante ao central, porém com diametros menores. A câmara é triangular (mais aguda). Apresenta raiz cônica ligei-
ramente achatada no sentido mesiodistal, com canal único. Sua secção transversal é ovoide e a medida que caminha pro
apice torna-se circular.

A porção apical da raiz é normalmente cuva no sentido distopalatino. Essa curvatura pode ser bastante acentuada e,
muitas vezes, não visivel na radiografia.

RARO: pode sofrer alterações e possuir um segundo canal. Um pela vestibular e outro pela palatina.

RARO: Variação anatomica desse grupo é uma maior incidencia de dens in dente ou presenção de um sulco na porção
palatina da raiz.

A inclinação média desse dente na arcada é de 5° no sentido mesiodistal e 20° no sentido vestibulolingual. Seu compri-
mento média é de 22,5mm.
Caninos superiores
É o mais longo da arcada superior. Camara volumosa, com forma de chama de vela, possui seu maior diametro no senti-
do vestibulolingual, é maior no colo dentinário e afunila-se em direção incisal.

Raíz conica com canal único, amplo e reto, sendo que a porção final da raíz é fina e alongada, podendo apresentar cur-
vatura do terço apical para distal ou vestibulodistal. Possui secção ovoide e circular ao se aproximar do apice.

A inclinação média desse dente é 6° no sentido mesiodistal e 17°no sentido vestibulolingual, sendo seu comprimento
médio de 27mm.

Primeito pré-molar superior


A câmara acompanha a forma externa da coroa com grande achatamento no sentido mesiodistal. Possui dois cornos pul-
pares, um vestibular e outro palatino.

Apresenta normalmente, duas raízes de forma conica e dois canais, possuindo secção circular. Pode ainda ter uma raiz
achatada no sentido mesiodistal, com dois canais arredondados ou ainda um único canal.

A localização do assoalho pode ser nos três níveis: cervical, médio ou apical. Esses dentes podem sofrer variações ana-
tomicas, como presença de três raízes, sendo duas vestibulares e uma palatina.

A inclinação média é de 7° no sentido mesiodistal e 11° no vestibulopalatino. Seu comprimento médio é 21mm.

Segundo pré-molar superior


Semelhante ao primeiro. Com grande frequência de apresentar raíz única, podendo ter um ou dois canais. Quando a pre-
sença de dois canais, esses podem terminar totalmente independentes ou podem convergir e acabar em um ínico forame.

A inclinação é de 7° no sentido mesiodistal e 7° no vestibulolingual. Seu comprimento médio é de 21,5mm.


Primeiro molar supeior
Possui três raízes, sendo duas vestibulares e uma palatina. A raíz palatina é a maior e mais volumosa, podendo ser reta
ou curva. A raiz mesiovestibular é achatada e pode possuir um outro canal, sendo essa condição muito frequente. Quan-
da presença de dois canais mesiovestibulares, um se apresenta pra vestibular e outro (mv2) no caminho pro palatino.

A inclinação média desse dente é 0° no sentido mesiodistal e 15° no sentido vestibulopalatino. O comprimento médio
das suas raízes vestiulares é 19mm e 21 na palatina.
Segundo molar superior
Semelhante ao primeiro porem com dimensões menores. Suas raízes são proximas umas das outras, podendo apresentar
fusão entre elas (mesiovestibular e palatina ou entre as três).

A inclinação média é de 5° no sentido mesiodistal e 11° no sentido vestibulopalatino. Seu comprimento médio é de
20mm.

Terceiro molar superior


Não existe padrão, pode apresentar de uma a cinza raízes e canais. Sua inclinação é de 11° no sentido mesiodistal e 17°
no vestibulolingual. Comprimento médio é de 18mm.

ARCADA INFERIOR

Incisivos inferiores
Possui camara semelhante ao seu homologo superior mas em dimensões menores. Todavia a camara é achata no sentido
proximoproximal. Geralmente possui uma raiz com um canal fortemente achatado no sentido mesiodistal. Por isso pode
apresentar bifurcação (tendo dois canais), mas quase sempre termina em um unico forame. Sua secção é achatada no
terço cervical mas ligeiramente circular ao caminhar para o ápice.

Sua inclinação na arcada é 0° no sentido mesiodistal e 15° no vestibulolingual. Com comprimento médio de 20,5mm.

No caso dos incisivos laterias, a incidencia de dois canais é menor. Sua inclinação é 0°no sentido mesiodistal e 10°no
vestibulolingual. Seu comprimento médio é 21mm.
Caninos inferiores
Parecido com o superior porem com menores dimensões. A secção é ovoide no terço cervical e circular a medida que
caminha para o apice.

A inclinação na arcada é de 3° no sentido mesiodistal e 2°no vestibulo lingual. Comprimento médio de 25mm.

Primeiro pré-molar inferior


Geralmente, apresenta uma raiz com um canal amplo. O canal varia de ovoide a circular. Porém, pode apresentar duas
raizes (vestibular e lingual).

Sua inclinação na arcada é de 5°no sentido mesiodistal e 3°no sentido vestibulopalatino. Seu compriemnto é de
21,5mm.

Segundo pré-molar inferior


É muito semelhante ao primeiro mas com menos chances de possuírem mais de uma raíz. Sua inclinação na arcada é
5°no sentido mesiodistal e 9°no sentido vestibulo. Seu comprimento médio é de 22mm.

Cuidado: a coroa e a raiz não possuem o mesmo eixo, necessitando de atenção quanto a inclinação para evitar desvios e
perfuração

Primeiro molar inferior


Geralmente apresenta duas raízes, uma mesial e outra distal. Na maioria das vezes tem três canais (mesiovestibular, me-
siolingual e distal), mas também pode ter quatro canais.

A secção normalmente é achatada e o canal distal mais amplo.

A inclinação desse dente é 10°no sentido mesiodistal e 13°no vestibulo lingual. Com comprimento médio de 21mm.
Segundo molar inferior
Anatomia semelhante a do primeiro molar, podendo ter fusão parcial ou total de suas raízes. Sua inclinação é 15°no sen-
tido mesiodistal e 12°no vestibulolingual. Comprimento médio é de 20mm.
Terceiro molar inferior
Na maioria dos casos apresentaa duas raízes diferenciadas ou fusionadas com dois canais. Contudo, possui anatomia
bastante variável, podendo ter tres ou quatro raízes.
Sua inclinação na arcada é de 20° no sentido mesiodistal e 25°no vestibulolingual. Seu comprimento médio é de 19mm.

VARIAÇÕES NA ANATOMIA RADICULAR

Dens Invaginatus - Dens in dente


Dobradura interna do órgão do esmalte durante a proliferação. É uma anomalia morfodiferencial

Dens Envaginatus
Proeminência pequena aberta na superficie oclusal

Sulco Lingual
É uma prega interna superficial de dentina orientada na região cervical em direção apical. Ocorrem principalmente em
incisivos laterais superiores

Dilaceração Radicular
Curvatura radicular complexa ou severa resultante da deflexão do diafragma epitelial provocada pela cortical óseea do
seio maxilar ou do canal mandibular ou da fossa nasal.
Canais em forma de C
É a denominação dada as raízes e aos canais que apresentma secção transversal em forma de C. Em vez de a câmara co-
ronária apresentar os tres ou quatro orificios, apresenta uma entrada que caminha em arco de 180° da mesiolingual para
distal, passando pela vestibular.

Fusão
É a união de dois germes dentários, caracteristicamente há a presença de duas câmaras pulpares.

Geminação
É a união de dois germes dentários. Caracteristicamente há presença de uma única câmara pulpar.

Calcificação
As calcificações podem ser didáticamente divididas em verdadeiras e falsas.
Verdadeira: ação dos odontoblastos que por algum estímulo (cárie, abrasões e atrições), passam a depositar dentina, di-
minuindo ou modificando a forma e o volume da cavidade.
Falsa: Na radiografia há dificuldade para visualizar a luz do canal, contudo, não é calcificação. É uma deposição de sais
de cálcio em áreas de microabscessos intrapulpares. Formam se falsos nódulos, pois não estão aderidos na parede. Esses
nódulos estão relacionados a processos crônicos como doenças periapicais, cáries crônicas e até mesmo alteraçoes vas-
culares sistêmicas.

Reabsorção interna
Alteram a forma da câmara pulpar e do canal radicular, aumentando o seu volume. O seu mecanismo de formação não
é ainda bem conhecdio, mas acredita-se que em razão de um processo infllamatório crônico, a polpa dental aumenta de
de volume e esse aumento faz com que ocorra a reabsorção. Para que ele ocorra, é necessário que tenhamos a polpa
com vitalidade e seu tratamento consiste de extirpação desse tecido e no preenchimento total do canal.

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