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• Descrever a anatomia de todos os grupos

• Incisivo central:
- Incisivo cental superior apresenta raiz única com pouco ou nenhum grau de curvatura, e como
reflexo da anatomia externa, apresenta um único canal levemente achatado no sentido
mesiodistal, que se torna mais arredondado à medida que se aproxima do forame apical. A
forma de contorno externo do acesso à câmara pulpar é de um triângulo com base voltada para
a incisal. O comprimento médio (mm) é de 22,6 mm. A altura da coroa é de 10,90 mm. O
número de raízes é de 1 e o número de canais de 1. O forame apical encontra-se lateralmente na
raiz maioria dos casos, sendo o diâmetro médio do canal a 1mm do forame apical de 0,34 no
sentido vestibulolingual e de 0,30 no sentido mesiodistal.
- Contudo, os incisivos inferiores são os menores dentes da dentadura humana. Em geral,
apresentam raiz única e um único canal. A raiz apresenta-se achatada no sentido mesiodistal, e
uma perceptível concavidade que percorre o longo eixo da raiz pode dividir o canal principal
em uma porção vestibular e outra lingual, ou em dois canais distintos e separados. A literatura
evidencia que a prevalência reportada de dois canais nos incisivos inferiores tem sido de 11,5%
a 44,1%. Esse segundo canal lingual frequentemente escondido abaixo do cíngulo, representa
um desafio quando do acesso endodôntico e da localização e limpeza dos incisivos inferiores.
Assim, o ombro lingual deve ser removido de maneira criteriosa durante a cirurgia de acesso
para possibilitar melhor acesso e desbridamento do segundo canal lingual, favorecendo o
sucesso do tratamento endodôntico.

1.2) Incisivo lateral:


- O formato da raiz e da cavidade pulpar assemelha-se ao do incisivo central, porém é menor e
com a curvatura apical bem mais acentuada e comumente voltada para distal. Em geral, o
incisivo lateral superior apresenta apenas uma raiz e um canal, porém há relatos na literatura
mostrando uma ou duas raízes com dois, três ou quatro canais.
- Esse grupo dental pode apresentar anomalias com frequência, como fusão, germinação,
cúspide Talon e radicular grooves (anomalia morfológica encontrada nas raízes dos dentes
anterossuperiores), sendo ainda o grupo dental mais acometido por dens invaginatus (dens in
dente). prevalência de canais laterais varia de 4% a 26%, e os deltas apicais foram relatados em
3% dos casos. O forame apical encontra-se lateral-sendo o diâmetro médio (em mm) do canal a
1mm do forame apical de 0,45 no sentido vestibulolingual e de 0,33 no sentido mesiodistal.
- Muitos estudos na literatura mostraram não haver diferença na anatomia de incisivos centrais
e laterais inferiores. Por isso, já foi abordado no tópico acima sobre sua estrutura.

• Canino:
Os caninos constituem o grupo de dentes com raízes mais longas da arcada dentária humana.
Sua raíz é cônica e robusta, com tendência a curvatura distal. A forma de contorno externo do
acesso à câmara pulpar é oval ou em formato de chama. O ombro palatino está presente e deve
ser removido para permitir adequado acesso e preparo biomecânico do canal em toda a sua
extensão. Normalmente apresenta apenas 1 canal radicular refletindo a anatomia externa,
porém há relatos na literatura da presença do segundo canal.
- A prevalência de canais laterais foi observada em 3% a 30% e a de deltas apicais em 3% dos
casos. O forame apical encontra-se lateralmente na raiz na maioria dos casos, sendo o diâmetro
médio do canal a 1mm do forame apical de 0,31 mm no sentido vestibulolingual e de 0,29 no
sentido mesiodistal.

1.4) Primeiro pré-molar:


- A maioria dos primeiros pré-molares superiores apresenta dois canais, mesmo quando há
apenas uma raiz, com variação de 49,4% a 90,2%. Esse dente pode apresentar uma, duas ou três
raízes e/ou canais. Em dentes com duas raízes (mais de 50%), a raiz vestibular tem formato
mais oval e achatado no sentido vestibulolingual, podendo apresentar um sulco radicular na
face palatina como característica anatômica. Já a raiz palatina tem formato com tendência
circular. Essas características são importantes porque a anatomia interna segue a morfologia
externa e a presença do sulco de bifurcação reflete na espessura de dentina, maior
probabilidade de desenvolvimento de problemas periodontais e bi ou trifurcação das raízes.
- A forma de contorno do acesso à câmara pulpar para o pré-molar superior é oval com maior
diâmetro no sentido vestibulolingual, porém, quando está presente o terceiro canal, a forma se
torna mais triangular com base para vestibular. Canais laterais foram observados em torno de
20% a 50% e deltas apicais foram relatados em 3,2% dos casos raiz na maioria dos casos
- O forame apical encontra-se lateralmente na Os pré-molares superiores, de modo geral
(primeiros e segundos), apresentam diâmetro médio do canal a 1mm do forame apical de 0,37
no sentido vestibulolingual e de 0,26 no sentido mesiodistal, quando apresenta canal único; de
0,30mm no sentido vestibulolingual e de 0,23mm no sentido mesiodistal para a raiz vestibular; e
de 0,23mm no sentido vestibulolingual e de 0,17mm no sentido mesiodistal para a raiz palatina,
quando da presença de dois canais.

1.5) Segundo pré-molar:


- Esse dente pode apresentar uma, duas e/ou três raízes e canais, porém a presença de apenas
uma raiz é mais prevalente, em torno de 94,6%, podendo haver a ocorrência de dois canais com
istmos. Essa raiz única pode apresentar sulcos de bifurcação, principalmente nas faces
proximais. Canais laterais foram observados em torno de 12% a 60% e deltas apicais foram
relatados em 15,1% dos casos. O forame apical encontra-se lateralmente na raiz na maioria dos
casos.

1.6) Primeiro Molar:


O primeiro molar apresenta três raízes geralmente diferenciadas, sendo rara a presença de fusão
total dessas raízes. A raiz palatina é cônica, enquanto a raiz mesiovestibular é mais achatada no
sentido mesiodistal. A literatura mostra que a raiz distovestibular pode apresentar um ou dois
canais e as raízes mesiovestibular e palatina, de um a três canais. A prevalência do segundo
canal na raiz mesiovestibular é significativa, sendo relatada em até 88,2% dos casos. Esse canal
pode ter sua localização dificultada pela presença de dentina secundária cobrindo o orifício e
pela posição variável do orifício de entrada. Nesses casos, a utilização do ultrassom acoplado
com pontas diamantadas é ferramenta importante. O acesso aos canais tem forma de contorno
triangular com base para distal ou com tendência trapezoidal com base maior para distal,
quando o canal MV-2 está presente.
- Canais laterais foram observados nas raízes mesiovestibular, distovestibular e palatina em
51%, 36% e 48% dos casos, respectivamente. Os forames em todas as raízes encontram-se, em
sua maioria, localizados lateralmente. Nos molares superiores, de modo geral (primeiros e
segundos), o diâmetro médio do canal a 1mm do forame apical é de 0,43mm no sentido
vestibulolingual e de 0,22mm no sentido mesiodistal para o canal MV quando único; de 0,19mm
no sentido vestibulolingual e de 0,13mm no sentido mesiodistal para o canal MV-1; de 0,19mm
no sentido vestibulolingual e de 0,6mm no sentido mesiodistal para o canal MV-2; de 0,22 no
sentido vestibulolingual e de 0,17mm no sentido mesiodistal para o canal DV; e de 0,29mm no
senti-do vestibulolingual e de 0,33mm no sentido mesiodistal para o canal palatino.

1.7) Segundo molar:


- O segundo molar superior tem anatomia radicular e do canal semelhante à do primeiro molar,
porém em menor dimensão. Suas raízes se apresentam quase sempre muito próximas ou
fusionadas. Os dentes com raízes fusionadas têm apenas dois canais; em raros casos, têm
apenas um. A frequência de mais de um canal por raiz é menor do que a do primeiro molar; no
entanto, podem ser observados dois ou três canais mesiovestibulares e um ou dois canais
distovestibulares e palatinos. A forma de contorno do acesso à câmara pulpar é triangular com a
base voltada para distal ou oval, quando há a presença de raízes fusionadas e, portanto, apenas
dois canais. Os canais laterais são observados nas raízes mesiovestibular, distovestibular e
palatina em 50%, 29% e 42% dos casos, respectivamente. Os forames em todas as raízes
encontram-se, em sua maioria, localizados lateralmente.
- Uma variação anatômica que ocorre em 0,4% a 1,4% dos segundos molares superiores consiste
na presença da segunda raiz palatina. A análise quantitativa dos canais a 1mm do forame apical
mostrou que a circularidade variou de 0,55mm a 0,64mm, demonstrando canais de formato
mais circular. As médias, em milímetros, do menor e maior diâmetro foram, respectivamente,
de 0,41mm e 0,27mm no canal mesiovestibular, de 0,37mm e 0,25mm no canal mesiopalatino, de
0,39mm e 0,25mm no canal distovestibular e de 0,36 e 0,27 no canal distopalatino. O SMI variou
de 2,25mm a 2,83mm, demonstrando uma tendência à geometria tridimensional cilíndrica.

3) Descrever e ilustrar a anatomia (trajeto) dos condutos radiculares


Incisivo central superior:

Triangular regular, com a base voltada para incisal e o vértice voltado para o cíngulo. A forma de
contorno inicial estende-se 2 a 3 mm da borda incisal e aproximadamente 2 mm em direção ao cíngulo.
Nos caninos superiores, particularmente, pode ser necessária maior extensão no sentido cervicoincisal,
por causa da presença do divertículo central, o qual é voltado em direção à cúspide. Essa característica
anatômica pode conferir aos caninos superiores uma forma lanceolada ou de chama de vela. Em
seguida, com a broca posicionada e mantida paralela ao longo do dente, realiza-se a trepanação.

Pré-molar superior:
Forma cônico-ovoide, achatada no sentido mesiodistal, com extensões maiores de preparo no sentido
vestibulopalatino. Remove-se toda a dentina cariada restante, se ainda existente, de acordo com as
normas gerais descritas. Logo a seguir, com a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente,
realiza-se a trepanação do teto da câmara pulpar, no sentido do canal palatino. No caso da presença de
um único canal, o local será central, ligeiramente inclinado em direção ao corno pulpar palatino.

Molares superiores:

Triangular, com a base voltada para vestibular e o vértice voltado para a palatina. A forma de contorno
inicia-se no centro da fossa mesial, próximo à cúspide mesiovestibular. Desse ponto, segue em direção
distal, até ultrapassar o sulco oclusovestibular. Posteriormente, continua em direção palatina, atravessa a
fossa central, para se unir novamente ao ponto inicial junto à cúspide mesiovestibular. Assim, obtém-se
uma forma triangular irregular ampla. A seguir, aprofunda-se a penetração da broca, operada
paralelamente ao longo eixo do dente. No momento da trepanação, a broca deverá mudar um pouco sua
posição e ser colocada com ligeira inclinação na direção do canal palatino.

Incisivos e caninos inferiores:

Triangular, irregular ou trapezoidal, por causa da presença de dois canais na raiz distal. Utiliza-se a broca
operando paralelamente ao longo eixo do dente para penetrar na câmara pulpar. Remove-se toda a
dentina cariada restante, se ainda existente. Em seguida, aprofunda-se a broca, sempre paralela ao longo
do eixo do dente, e caminha-se em direção ao teto, para facilitar o seu rompimento. A penetração inicial
deve ser dirigida preferencialmente para o orifício de entrada do canal ou canais distais.

Pré-molares inferiores:

Forma cônico-ovoide, que deve ser iniciada pelo alargamento da área do ponto de eleição,
aprofundamento da broca em direção à câmara pulpar, com maior dimensão no sentido vestibulolingual,
para favorecer a eliminação das angulações do teto. Remove-se toda a dentina cariada restante, se ainda
existente, de acordo com as normas gerais descritas. Logo a seguir, com a broca operando paralelamente
ao longo do eixo do dente, realiza-se a trepanação do teto da câmara pulpar. No caso da presença de um
único canal, a forma de contorno poderá assumir um aspecto mais circular. No entanto, diante das
possíveis variações anatômicas, podem existir dois ou três canais. Nesses casos, a forma de contorno
poderá se apresentar ligeiramente achatada no sentido mesiodistal ou mesmo no sentido
vestibulolingual, com um aspecto mais elíptico. Entretanto, essas mudanças estarão diretamente
relacionadas com a anatomia interna dos canais, a localização e o número de raízes.

Molares inferiores:

Triangular, irregular ou trapezoidal, por causa da presença de dois canais na raiz distal. Utiliza-se a broca
operando paralelamente ao longo eixo do dente para penetrar na câmara pulpar. Remove-se toda a
dentina cariada restante, se ainda existente. Em seguida, aprofunda-se a broca, sempre paralela ao longo
do eixo do dente, e caminha-se em direção ao teto, para facilitar o seu rompimento. A penetração inicial
deve ser dirigida preferencialmente para o orifício de entrada do canal ou canais distais.

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