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RESUMO ENDODONTIA I E II

SUMÁRIO
1. ANATOMIA INTERNA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES................................. 2
1.1. O ENDODONTO.............................................................................................................. 2
1.2. ANATOMIA DENTAL....................................................................................................... 3

2. ACESSO AO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES............................................................... 6


2.1. DEFINIÇÃO, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS............................................................................ 6
2.2. PREPARO DE ACESSO..................................................................................................... 7

3. INTRUMENTOS ENDODÔNTICOS..................................................................................... 9
3.1. INTRUMENTAL CLÍNICO..................................................................................................9
3.2. ANESTESIA.................................................................................................................... 10
3.3. ISOLAMENTO................................................................................................................ 10
3.4. CIRURGIA DE ACESSO................................................................................................... 10
3.5. PREPARO DA EMBOCADURA........................................................................................ 11
3.6. LIMAS ENDODÔNTICAS................................................................................................ 11
3.7. SISTEMAS ROTATÓRIOS............................................................................................... 16
3.8. ODONTOMETRIA.......................................................................................................... 17
3.9. IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO............................................................................................. 17
3.10. MEDICAÇÃO INTRACANAL.......................................................................................... 18
3.11. OBTURAÇÃO............................................................................................................... 19
3.12. RESTAURAÇÃO TEMPORÁRIA..................................................................................... 19
3.13. INSTRUMENTAL COMPLEMENTAL.............................................................................. 20

4. PREPARO QUÍMICO NO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES.......................................... 21


4.1. SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS AUXILIARES EMPREGADAS NO PREPARO QUÍMICO............ 22
4.2. SISTEMA DE IRRIGAÇÃO............................................................................................... 25

5. LIMPEZA E MODELAGEM DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES.................................. 28


5.1. INSTRUMENTAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES....................................... 31

6. LIMPEZA E MODELAGEM DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES................................. 34


6.1. INSTRUMENTAÇÃO PROTAPER MANUAL................................................................... 35

7. OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES................................................... 37


7.1. MATERIAIS.................................................................................................................. 38
7.2. CIMENTOS ENDODÔNTICOS....................................................................................... 40
7.3. TÉCNICA DA CONDENSAÇÃO LATERAL....................................................................... 44

DR PETTER BROCKER
ANATOMIA INTERNA DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES

O ENDODONTO
A cavidade pulpar é o espaço interior do dente, ocupado pela polpa dental, limitado em toda a
sua extensão pela dentina, exceto no nível do forame apical.
A cavidade pulpar está dividida em:
• Porção coronária (câmara pulpar)
• Porção radicular (canal radicular)

CÂMARA PULPAR
A composição da câmara pulpar consiste em:
• Divertículos
• Paredes: mesial, distal, vestibular e lingual/palatina.
• Teto
• Soalho

CANAL RADICULAR
O canal radicular tem sua dimensão desde o soalho da câmara
pulpar até o ápice radicular.
Uma parte é revestida por dentina e uma parte por cemento (na sua parte mais apical).
Limite CDC (Cemento-dentina-canal) é a região onde é o “encontro” da região do canal
radicular revestida por cemento e a região revestida por dentina.
O canal radicular possui algumas ramificações, tais como:
A- Canal principal
B- Canal colateral
C- Canal lateral
D- Canal secundário
E- Canal acessório
F- Interconduto
G- Canal recorrente
H- Canis reticulares
I- Delta-apical
J- Canal cavO-interradicular
São ramificações importantes o canal colateral e o canal lateral.

DIVISÃO ANATÔMICA DO CANAL RADICULAR


O canal radicular é divido em 3 terços, sendo eles:
• Terço cervical- é a embocadura do canal radicular, tem um comprimento de 3 a 4 mm,
é a região de maior riso após o desgaste da instrumentação na presença de furca.
• Terço médio- é o corpo do canal e a região com maior número de túbulos dentinários
e ramificações do canal principal, possui um comprimento de 4 a 5 mm e é a porção
mais reta do canal radicular.

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• Terço apical: zona crítica apical, é a região onde se situa a saída foraminal e o delta
apical, é uma região mais sinuosa e curva. Final do canal dentinário e início do canal
cementário (Limite CDC).

ANATOMIA DA REGIÃO APICAL


A- Ápice radicular
B- Limite CDC
C- Canal dentinário
D- Cemento
E- Dentina
F- Saída foraminal (canal cementário)
O menor diâmetro do canal se dá: 42% Dentina e 32 %
CDC.
A distância da junção do CDC ao vértice em média é 0,7mm, porém na prática clínica essa
medida torna-se 1mm.

ANATOMIA DENTAL

INCISIVO CENTRAL SUPERIOR


Apresenta uma raiz e um canal, tem um comprimento médio igual a 22,5mm.
A câmara pulpar é mais larga no sentido mesiodistal em relação ao sentido vestíbulolingual.

INCISIVO LATERAL SUPERIOR


O formato é similar ao incisivo central superior, porém menor. Apresenta uma raiz e um canal.
Possui um comprimento médio igual a 22mm.
É mais largo no sentido mesiodistal do que no sentido vestíbulolingual.
Tem uma curvatura apical disto-lingual.

CANINO SUPERIOR
Tem um comprimento médio igual a 26,5mm. Apresenta uma raiz e um canal.
É mais largo o sentido vestibulolingual em relação ao sentido mesiodistal.
Não possui cornos pulpares e apresenta uma única cúspide.
Presença de ombro lingual.

INCISIVOS E CANINOS

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PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR
Possui um comprimento médio igual a 20,6mm. Pode ter um, dois ou três canais.
A câmara pulpar deste dente é mais larga no sentido vestibulolingual do que no mesiodistal.
Apresenta cornos pulpares vestibular e palatino, sendo maior o corno pulpar vestibular.
O orifício palatino é maior que o vestibular.

SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR


Possui um comprimento médio igual a 21,5mm e geralmente tem uma raiz.
A câmara pulpar é mais larga no sentido vestíbulo lingual do que no mesiodistal.
Há presença de cornos pulpares vestibular e palatino, sendo o corno pulpar vestibular mais
largo.

PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR


É o dente com câmara pulpar de maior volume.
Possui um comprimento médio igual a 20,8mm.
A câmara pulpar é maior no sentido mesiovestibular e este dente apresenta quatro cornos
pulpares.
Possui 3 raízes separadas:
• MV (Mesiovestibular)- possui um achatamento mésiodistal e pode ter um, dois ou três
canais.
• DV (Distovestibular)- é cônica e pode ter um ou dois canais.
• P (Palatina)- é a mais longa e se curva para vestibular no terço apical.

SEGUNDO MOLAR SUPERIOR


Tem um comprimento médio igual a 20mm.
Possui três raízes agrupadas muito próximas, em alguns casos fusionadas.
Geralmente tem um canal em cada raiz, mas pode ter dois ou três canis mesiovestibulares, um
ou dois distovestibulares.

TERCEIRO MOLAR SUPERIOR


A anatomia deste elemento é imprevisível.
Esse dente pode ter uma ou quatro raízes e um ou seis canais.
Possui um comprimento médio igual a 17mmm.

INCISIVO CENTRAL E LATERAL INFEREIOR


Possui um comprimento médio igual a 22,7mm.
Tem um achatamento mésiodistal acentuado dividindo a raiz em 2 canais.
Os canais podem convergir para um único forame ou apresentar duas saídas foraminais
independentes.
Possui ombro cervical lingual que pode ocultar um segundo canal.

CANINO INFERIOR
Muito semelhante ao canino superior, porém suas dimensões são menores e é mais estreito
no sentido mesiodistal.
Possui um comprimento médio igual a 25,6mm.

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Ocasionalmente possui duas raízes e dois canais.

PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR


Tem um comprimento médio igual a 21,6mm.
Esse elemento é o mais largo no sentido vestibulolingual do que no sentido mesiodistal.
Há presença de dois cornos pulpares, um vestibular e um língua.
Normalmente uma raiz e um canal, mas ocasionalmente podem aparecer dois ou mais canais.

SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR


Comprimento médio igual a 22,3mm.
Dente semelhante ao primeiro pré-molar inferior, mas com as seguintes diferenças: corno
lingual é maior, a câmara pulpar é mais larga no sentido vestíbulo lingual. Apresenta um canal,
sendo menor a incidência de múltiplos canais.

PRIMEIRO MOLAR INFERIOR


Tem um comprimento médio igual a 21mm.
Geralmente tem duas raízes, mas pode ter três ou quatro canais.
Os canais na raiz mesial são MV e ML e um canal mesiomedial pode estar entre os dois canais
mesiais.

SEGUNDO MOLAR INFERIOR


Tem um comprimento médio igual a 19.8mm.
Tem a coroa um pouco menor que o primeiro molar inferior.
Possui duas raízes com curvaturas para a distal.
Pode ter dois, três ou quatro canais radiculares.

C-SHAPED CANAL
Conduto apresentando a forma de “C” ou “C-Shaped”, devido à fusão dos condutos.
Incidência 5% segundo á média dos autores- Hess, 1924; Pineda e Kuttler, 1972;

TERCEIRO MOLAR INFERIOR


Dente com anatomia imprevisível.
Pode ter múltiplos canais.
Tem um comprimento médio igual a 18,5mm.

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ACESSO AO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES

DEFINIÇÃO
“O acesso é a chave que abre a porta do sucesso na limpeza, modelagem e obturação
do sistema de canais radiculares.” Walton e Torabinejad (1996).

OBJETIVO
Consiste em obter um acesso livre e direto, até a região apical, evitando assim
dificuldades em todas as faces do tratamento endodôntico.

PRINCÍPIOS DA ABERTURA DA CAVIDADE DE ACESSO


• Remoção de todo o teto da câmara pulpar;
• Obtenção de acesso reto e livre até a primeira curvatura do canal;
• Preservação do assoalho da câmara pulpar;
• Conservação da estrutura dentária;
• Prover formas de resistência para permanência total do selamento provisório.

CUIDADOS PRÉ-OPERTÓRIOS
• Avaliação clínica: inclinação do dente, posição da cúspide e anatomia externa.
• Avaliação radiográfica: visualização e localização da câmara pulpar, orifícios dos
canais, angulação radicular e calcificações pulpares.

ACESSO E LOCALIZAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES


• Cuidados pré-operatórios: longo eixo e remoção da cárie.
• Materiais e instrumentos necessários:
-Brocas (AR): esféricas diamantadas 1012/1013/1015 e Tronco cônica 3083/3195,
170L/701 e Endo Z- Transmetal.
-Brocas (BR): esférica carbide 2/4/6, 28mm 2/4 e Gates 1,2,3,4,5,6.
-Sonda exploradora n°5
-Pontas de Rhein
• Acesso á câmara pulpar
- Ponto ou área de eleição
- Forma de contorno inicial
- Direção de trepanação
• Preparo da câmara pulpar
• Forma de conveniência

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PREPARO DE ACESSO

Preparo de acesso em incisivos superiores e inferiores


Ponto de eleição: parte mais central da face lingual.
Forma de contorno: triangular.
Direção da trepanação: perpendicular ao longo eixo.
Seqüência técnica:
1- O acesso é sempre feito pela superfície lingual dos dentes. A penetração inicial
é feita exatamente no centro da face lingual, 1 mm abaixo do cíngulo, com a
broca posicionada no ponto de eleição.
2- O acesso inicial é feito com broca esférica em alta rotação, posicionada
perpendicular ao longo eixo do dente.
3- Após atingir a câmara pulpar (sensação de cair no vazio), remover o teto da
câmara dando forma à cavidade, que é ditada pela anatomia interna da câmara
pulpar. É a fase que dará a forma de contorno do acesso. A forma final da
cavidade, nos incisivos é triangular com base voltada para incisal. Verificar com
a sonda exploradora se houve total remoção do teto da câmara pulpar.
4- Após toda remoção do teto, fazer a forma de conveniência e alisar as paredes
laterais da cavidade com brocas tronco-cônicas diamantadas ou de aço sem
ponta ativa (Endo Z). Verificar com a sonda exploradora se as paredes estão
lisas.
5- Uma vez concluída a abertura da cavidade, realizar a limpeza passiva com as
limas da primeira série.

Preparo de acesso em caninos superiores e inferiores


Ponto de eleição: parte mais central da face lingual.
Forma de contorno: base terminando em ponta de lança (superior) ou ovalada
(inferior).
Direção de trepanação: paralela ao longo eixo
Seqüência técnica:
1- O acesso é sempre feito pela superfície lingual dos dentes. A penetração inicial
é feita exatamente no centro da face lingual, 1 mm abaixo do cíngulo, com a
broca posicionada no ponto de eleição.
2- O acesso inicial é feito com broca esférica em alta rotação, posicionada paralela
ao longo eixo do dente.
3- Após atingir a câmara pulpar (sensação de cair no vazio), remover o teto da
câmara dando forma à cavidade, que é ditada pela anatomia interna da câmara
pulpar. É a fase que dará a forma de contorno do acesso. A forma final da
cavidade, nos caninos é ovalada. Verificar com a sonda exploradora se houve
total remoção do teto da câmara pulpar.

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4- Após toda remoção do teto, fazer a forma de conveniência e alisar as paredes
laterais da cavidade com brocas tronco-cônicas diamantadas ou de aço sem
ponta ativa (Endo Z). Verificar com a sonda exploradora se as paredes estão
lisas.
5- Uma vez concluída a abertura da cavidade, realizar a limpeza passiva com as
limas da primeira série.

Preparo de acesso em pré-molares superiores


Ponto de eleição: área central da face oclusal.
Forma de contorno: ovóide.
Direção de trepanação: perpendicular ao plano oclusal.

Preparo de acesso em pré-molares inferiores


Ponto de eleição: fosseta mesial da face oclusal.
Forma de contorno: circular/ovóide.
Direção de trepanação: perpendicular ao plano oclusal.

Preparo de acesso em molares superiores


Ponto de eleição: face oclusal no centro da fossa mesial.
Forma de contorno: triangula com a base voltada para a vestibular.
Direção de trepanação: perpendicular ao plano oclusal.

Preparo de acesso em molares inferiores


Ponto de eleição: face oclusal, fossa central.
Forma de contorno: trapezoidal/retangular.
Direção de trepanação: perpendicular ao plano oclusal.

Desgaste compensatório
Remoção dentinária em pontos estratégicos da câmara pulpar e/ou na entrada do
canal, com intuito de livrar os instrumentos endodônticos de sofrer tensões induzidas
por fatores anatômicos.
Ex: remoção do ombro cervical lingual.

Erros no preparo do acesso coronário


- Área de eleição.
-Formação de degrau ou perfuração de uma fase proximal.
-Perfuração vestibular ou cervical.
-Perfuração por broca no soalho da câmara pulpar.
-Forma de conveniência inadequada.

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INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS
“O conhecimento dos aspectos morfológicos e dinâmica de uso possibilitará o emprego
correto, e o máximo aproveitamento do instrumento”. Conhecer para usar bem! Soares
e Goldberz 2002.
Essa aula visa entender quais os matérias em endodontia e quais etapas do tratamento
vão ser utilizadas.

INSTRUMENTAL CLÍNICO
• Espelho clínico
• Pinça clínica
• Escavadores de dentina- pescoço longo:
remover polpa. As de pescoço longo remove
cárie coronária.
• Sonda exploradora n°5: ver se removeu todo o
teto na cirurgia de acesso.
• Sonda reta: localizar a embocadura do canal.
• Espátula n°1
• Sonda milimetrada: auxiliar no diagnóstico. Às vezes pode ser que o problema
do paciente seja periodontal.
• Tesoura
• Carpule

DIAGNÓSTICO
Obter a história e a sintomatologia paciente vai obter também uma radiografia.
Precisa fazer um teste de vitalidade pulpar e o teste de percussão. Para fazer o teste
de percussão utiliza o cabo espelho, e para a realização do teste de vitalidade usa um
gás refrigerante, não se usa o gelo, pois ele pode derreter e ir para o dente do lado
dando um resultado falso-positivo ou pode usar bastão de guta percha.
Técnica:
• Teste de percussão: fazer uma percussão vertical com o cabo
de espelho no dente.
• Teste de vitalidade:
Sensibilidade ao frio: secar o dente, colocar o gás refrigerante
em uma bolinha de algodão, pegar a bolinha com a pinça e
levar no meio do dente.
Sensibilidade ao calor: aquece o bastão de guta percha e
coloca em contato com a cora do dente. Não é muito indicado pois as vezes
pode exacerbar um processo.
Às vezes o paciente tem uma parúlide. Isso ajuda no diagnóstico, pois se introduzir um
bastão de guta percha e radiografar irá indicar o dente que está com problema.

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É importante fazer a radiografia com o posicionador que vai fornecer uma radiografia
mais padronizada.
A radiografia deve ser muito bem revelada e fixada, por que a radiografia é uma
documentação.

ANESTESIA
• Anestésico local- com ou sem vaso.
• Anestésico tópico
• Seringa carpule
• Agulha curta/longa

ISOLAMENTO
Em endodontia será isolado apenas o dente a ser
tratado.
• Arco: Ostby pode ser fixo ou dobrável.
A vantagem do dobrável é que não precisa tirar o
arco para fazer a radiografia, é só dobrar.
• Lençol de borracha: espessura média
(0,000pol.), armazenado em refrigerado e
observar data de vencimento.
• Grampo: os componentes do grampo são o arco, a asa, a garra, a aleta e o
orifício para colocar e remover. Os grampos utilizados são 00, 14, W8A, 8A,
205, 206, 208, 209, 211, 212.
• Perfurador: Ainsworth ou de Ivory
• Pinça porta grampo: Palmer ou de Ivory
• Caneta marcadora
• Fio dental
• Ky
• Espátula n°1

CIRURGIA DE ACESSO
As brocas esféricas sempre são as que vão começar o acesso. A
broca vai ser proporcional ao dente.
• Brocas esféricas carbides: n° 2, 4, 6.
• Brocas esféricas diamantadas: 1011-16 / 1012HL, 1014HL
e 1016HL.
• Broca Troco cônica: 3083/ Endo Z: ela não corta, mas
queima, então não pode forçar ela para queimar o dente.
• Broca Transmetal: poder de corte maior remove a restauração anterior.

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Técnica: entrar com a broca esférica em angulação de 45°até fazer a trepanação,
quando chegar á câmara pulpar tem que remover o teto, então com a sonda explorado
vai entrando até ela parar de agarrar. Com uma broca de ponta inativa vai entrar e
remover o teto.

PREPARO DA EMBOCADURA
• Broca Largo
-Preparo do terço cervical.
-Cinemática: penetração e retrocesso, sempre entrar com o
motor ligado.
-Ponta inativa
-Forma cilíndrica
-N° 1 a 6
-Aço Inox e NiTi
-Comprimento de 28mm e 32mm.
• Gates-Glidden
-Preparo do terço médio e cervical.
-Remoção de material obturador.
-Ponta inativa.
-Forma de pêra.
-N° 1 a 6 (2, 3, 4, 5, 6)
-Aço Inox e NiTi
-Comprimento de 28mm e 32mm.
-Cinemática: penetração e retrocesso
- 500 a80 rpm.

• La Axxess
-Material de NiTi.

DIAMETRO EM MM DAS BROCAS GG E LARGO


Gates-Glidden 1 2 3 4 5 6
Largo - 1 2 3 4 5
Diâmetro (mm) 0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50

LIMAS ENDODÔNTICAS
Evolução das limas:
• MAYNARD (1838)- O primeiro instrumento a ser utilizado como instrumento
endodôntico foi uma mola de relógio, ela introduzido dentro do canal para
remover polpa.

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• MAYNARD E ARTHUR (1875): começou a fabricar instrumentos em escala
industrial, possui produção empírica. Diferenças entre fabricantes e não
apresentavam padrão.
• AUGUSTE MAILLEFER (1889): primeiro instrumento produzido foi extirpa-nervo
(remover o nervo), não são eficientes para ampliação, não possuem ação de
corte. Canais amplos e retos. Na sua parte ativa possuem farpas, tem baixa
resistência á fratura.
Técnica: introduz, rotação de 1 a 2 voltas de modo que agarre no nervo e
remove.
• INDÚSTRIA KERR MANUFACTURING Co. (1915): primeira lima útil na remoção
de dentina (capacidade de alargar a cavidade).
-Limas tipo K ou tipo Kerr.
-1/4 de volta e tração.
• INGLE E LEVINE (1958): várias empresas começaram a produzir vários
instrumentos, e cada empresa produzia instrumentos da forma que ele queria.
–Normas de Estandardização dos instrumentos.
• ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE ENDODONTIA (1962):em uma reunião foi
aprovada a norma que diz que todos os instrumentos tem que ser fabricados
da mesma maneira.
• APROVADA A ESPECIFICAÇÃO N°28 ANSI/ADA (1976): grande avanço para
aprimoramento e simplificação da instrumentação.

Padronização dos instrumentos:


Todo instrumento tem um caba, um intermediário e a parte ativa.
• CABO: varia a cor, cada número corresponde á uma cor.
• INTERMEDIÁRIO: região que muda o tamanho da lima. Tendo então limas de
21, 25 e 31 mm.
• PARTE ATIVA: mede 16mm.

Ingle Levine- Padrão ISO:


Tem –se quatro séries de limas, as limas são numeradas de 10 a 140. Avança de 5 em 5
até 60 e de 10 em 10 até 140:
1. 1° Série: vai do instrumento 15 ao 40. Na seqüência branca, amarela, vermelha,
azul, verde e preta.
2. 2° Série: vai do instrumento 45 ao 80. Na seqüência branca, amarela, vermelha,
azul, verde e preta.

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3. 3° Série: vai do instrumento 90 ao 150. Na seqüência branca, amarela,
vermelha, azul, verde e preta.
4. Série especial: possui os instrumentos 6, 8 e 10. Na seqüência de cores rosa,
cinza e roxa.
____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____
1° SÉRIE 15 20 25 30 35 40 - - -
2° SÉRIE 45 50 55 60 70 80 - - -
3° SÉRIE 90 100 110 120 130 140 - - -
SÉRIE ESPECIAL - - - - - - 6 8 10

O n° do cabo representa em centésimos de milímetros, o diâmetro da ponta da lima


(D0). A ponta do instrumento é o número do instrumento divido por 100.
Ex: Lima 30.
D0: n° lima/100
D0: 30/100= 0,30mm
A parte ativa do instrumento sempre vai medir 16mm, e vai ter uma conicidade
constante/aumento progressivo de 0,02 a cada milímetro. Dara saber o Dx da lima
deve multiplicar o Dx que deseja saber pela conicidade (0,02) e em seguida somar ao
D0.
Ex: Lima 30
Dx=Comp x Conicidade+ D0
D16= 16x0,02+0,30
D16= 0,32+ 0,30
D16= 0,62mm

Limas Tipo Kerr


• Possuem a 1°, 2°, 3° Sério ISO e a série especial.
• É fabricada em Torção em Aço Inox.
• Quadrado vazio no cabo
• Tem uma seção quadrangular; como é quadrangular, tem ângulo de
90°, para conseguir cortar um circulo precisa dar ¼ volta.
• Utilizadas para exploração do canal.
• Utilizadas em movimentos de alargamento e no movimento de limagem
(raspagem de encontro com as paredes).
• Tem um ângulo de transição de 45°.
• Ângulo helicoidal de 45° com longo eixo.

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Limas Flexo File
São mais flexíveis (possuem menos massa), ela é 37,5% menor (menor metal)
que uma lima tipo Kerr. Sua vantagem é que tem mais flexibilidade com o
instrumento e a desvantagem é que possui mais fáceis de fraturar.
• É encontrada na 1° série ISO.
• Fabricada por torção de Aço Inox.
• Quadrado cheio no cabo
• Seção é triangular: como é triangular, para conseguir cortar um circulo precisa
dar 1/3 de volta.
• É utilizada em movimentos de alargamento e de limagem.

Limas Hedstroem
• É encontrada na 1°, 2° e 3° série ISO.
• É fabricada em usinagem em Aço Inox.
• Seção em forma de vírgula.
• Cabo com círculo.
• Não girar, sempre utilizada em movimento de limagem.
• Limagem do canal.
• Alto poder de corte.
• Tem um ângulo helicoidal de 60°.
• Sua ponta é inativa.

Série Golden Medium


São instrumentos existentes para que o profissional não precise cortar a lima, não são
da série ISSO.
• N° 12, N°17, N°22, N°27, N°32 e N°37.
• São limas intermediárias.
• Marcação dourada no cabo.
• Alta flexibilidade
• Facilita a troca de limas em canais atresiados.

Limas C+
• Taper variado.
• Mais resistentes.
• Canais calcificados.

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Evolução das limas:
• SCHILDER (1974): Os primeiros instrumentos eram fabricados em aço inox,
então eles enferrujavam e depois quebravam.
-Cleaning and Shaping
-Incluiu uso de Gates-Glidden.
• SENIA E WILLEY (1989):
-Sistemas Lightspeed
-Parte ativa com 2mm
- Ponta inativa.
-Haste longa e flexível.
• WALIA (1988):
-Liga de Níquel Titânio
-Naval /ordenance Laboratory, EUA
- 50 a 55% de Níquel e 45 a 50% de Titânio.

Evolução das Limas:


AÇO CARBONO AÇO INOXIDÁVEL NÍQUEL-TITÂNEO
Sofre Oxidação Não oxida Não oxida
Pouco flexível Flexibilidade limitada Compatibilidade biológica
Mais suscetível á fratura Elasticidade limitada Superelasticidade
- Memória elástica

Diferentes conicidades:
Uma lima Tem vários Taper ao longo da sua ponta ativa, vai subindo gradadivamente
0,02mm. De acordo que foi evoluindo as limas começaram a ter formas diferente,
tapers diferentes. Sendo assim os instrumentos de Níquel-Titânio pode aparecer em
forma ISO, mas também em outras formas, para ampliar a idéia que existem
instrumentos de conicidades e formas diferentes.
Pode ter lima:

• 2% TAPER: Diâmetro que aumenta em 0,02mm a cada mm. Faz preparo


segmentar.
• 4% TAPER: Diâmetro que aumenta em 0,04mm a cada mm.
• 6% TAPER: Diâmetro que aumenta em 0,06mm a cada mm.

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Protaper Manual
Cinemática de rotação alterada e contínua.
Avanço em direção ao ápice.
• PROTEPER SHAPING: é denominado de
instrumento modelador auxilar e deve
trabalhar nos terços médio e cervical do
canal para melhorar o acesso radicular após o uso da Gates, quando
houver necessidade. Comprimento de 19mm com 14mm de parte
ativa, onde D0=0,19 e D14=1,2mm. Possui 9 conicidades crescentes
entre D0 e D9 (3,5; 4,5; 5,5; 6,5; 8; 11; 14; 17; 19) e do D10 ao D14
possui conicidade constante (1,11; 1,13; 1,15; 1,17 e 1,19mm).
Possuem diâmetros em D6, D7, D8 e D9 (0,58mm; 0,73mm; 0,90mm e
1,09mm), semelhantes aos diâmetros das Gates Glidden 1,2,3 e 4.
• PROTAPER SHAPING 1 E 2:
-S1: desenhada para trabalha no terço coronário do canário radicular.
Seu D0=0,18mm e seu D16=1,2mm
-S2: alarga e prepara o terço médio. Seu D0=0,20mm e seu D16=1,2.
Embora a S1 e a S2 preparam os terços cervical e médio, elas podem
progressivamente alargar o terço apical.
• Finishing Files:
F1: D0=0,20mm e D16=1,125mm
F2: D0=0,25mm e D16=1,120mm
F3:D0=0,30mm e D16= 1,20mm
• Finishing F4 e F5: indicados para realizar o preparo.
-F4: D0= 0,40mm e D16=1,14mm
-F5: D0=0,50mm e D16=1,13mm

SISTEMAS ROTATÓRIOS
Sistema Protaper universal
• Composta por Shaping files ( SX, S1 e S2) e Finishing Files (F1, F2, F3, F4
E F5).
• Conicidades variáveis
• Ponta inativa
• Coroa/ápice
• 250/300 r.p.m
• Ponta sem ângulo de transição, sua ponta é arredondada, diminuindo a
possibilidade de desvios.
• Possui duas seção:
-Triangular convexo: maior resistência. S1, S2, SX, F1, F2.
-Triangular côncavo: maior flexibilidade. F3, F4 e F5.

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Sistema Protaper Retreatment
• 500-700 r.p.m
• D1: 16mm e tem uma ponta ativa #30, para facilitar a
penetração no material restaurador.
• D2: 18mm e ponta inativa #25 para evitar desvio do canal.
• D3: 22mm e ponta inativa #20 para evitar desvio do canal.

Mtwo
• Secção transversal em forma de S.
• Instrumentos Tip 10-40.
• Conicidade de 04 a 07.
• Ponta inativa
• Ângulo de corte positivo.

ODONTOMETRIA
Verificar o tamanho do tempo.
• Lupa
• Régua milimetrada
Percentual de precisão dos localizadores apical: alargamento cervical prévio,
instrumento justo, em geral não existe diferença entre as marcas, superiores aos
métodos radiográficos. Sua importância é que o localizador elimina a possibilidade de
extravasar material por distorção da radiografia.

IRRIGAÇÃO/ASPIRAÇÃO
• Seringas hipodérmicas de 3 a 5ml
• Agulhas hipodérmicas 20x5,5 mm
• Cuba metálica
• Cânula de aspiração
• Irrigantes
Manter detritos em suspensão. Vai haver a
movimentação de fluidos devidos á diferença de
pressão dentro e fora do canal.
-Bomba vácuo- unidade auxiliar: um litro de solução
durante 1min e meio.

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-Driven Microbrushes- microbrush para conseguir limpar melhor o canal.
-Endo Activator: agitar o irrigante.

-Ultrassom: agitar o irrigante, remoção de fragmento, instrumentação, irrigação,


remoção de material obturador, cirurgia parendodôntica.
• Elements Ultrasonic:
RS-1: Remover cimento ao redor de pinos, ampliar canais calcificados, remover
tecidos de istmos.
RS-2: Remover nódulos pulpares e limpar o assoalho da câmara.

MEDICAÇÃO INTRA-CANAL
Em alguns casos precisa colocar medicação dentro do canal, que serve de barreira
física (caso a obturação caia, o canal não seja contaminado tão rápido) e uma barreira
química (tem ação antimicrobiana).
• Lentulo: usado para inserir medicação intra-canal, movimento horário,
acionado no contra ângulo
-Disponíveis nas cores vermelho, azul, verde e preto.
-Na placa de vidro coloca a medicação e com o instrumento introduz no canal.

• Aplicador de Calen: aplicar a pasta Calen com o aplicador e a agulha dentro do


canal.

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OBTURAÇÃO
• Placa de vidro: sempre estéril
• Lamparina com álcool
• Fósforo/isqueiro
• Espátula para cimento endodôntico/ espátula 24 flexível: tem que ser flexível
para conseguir manipular melhor o cimento.
• Calcadores de Guta-Percha: modelo Paiva n/1,2,3 e 4. Tem função de
condensar a guta-percha verticalmente na embocadura dos canais radiculares.
Colocar os cones de guta-percha e depois vai aquecer na embocadura e usar
os condensadores para fazer uma compreensão.
• Espaçador Digital: usado para auxiliar a inserção dos cones acessórios, ele vai
abrir espaço para entrada desses cones acessórios. É fabricado em aço inox e
NiTi. Nas cores amarelo (A), vermelho (B), azul (C) e verde (D).
• System B: cortar a guta-percha e condensar. Substitui a lamparina e o álcool,
pois chega em uma temperatura de 200°.

• Compactadores de MC SPADDEN: usado para a obturação, pode


ser utilizado em qualquer técnica, mas quando utilizado com a
técnica de condensação lateral é chamada de técnica hibrida de
tagger que permite que plastifique a guta do terço médio-
cervical. Esses compactadores ajudam a amolecer a guta e entrar
nas reentrâncias do canal.

RESTAURAÇÃO TEMPORÁRIA
• Pode utilizar o Coltosol ou o IRM.
• Espátula 1
• Espátula 24
• Conta gota
• Placa de vidro
Usado entre os intervalos de uma consulta e outra, após feito todo o tratamento de
canal, fazer restauração definitiva.

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INSTRUMENTAL COMPLEMENTAR
• Porta algodão/ porta dentrito
• Bandejas
• Stops de silicone: 1 a 2mm. Delimita o comprimento de trabalho. Curvatura do
canal é guiada pela marcação.
• Régua calibradoras
• Pré curvadores de lima
• Porta lima (Tamborel) – facilita a limpeza do instrumento. O instrumento sujo
reduz a eficiência de corte e aumenta o stress do instrumento

DEFEITOS NA PARTE ATIVA


• Reduz a eficiência do corte
• Aumenta o stress
• Interfere na qualidade do preparo
• Pode causar fratura

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PREPARO QUÍMICO NO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES

POR QUE UTILIZAR?


• Fator físico: por causa da anatomia do SCR, é uma rede de canais, possui
ramificações, istmos e reentrâncias.
• Fator microbiológico: mais de 900 espécies já foram isoladas de canais
radiculares infectados. Dentes com lesão periapical apresentam um maior
número de bactérias. As bactérias são encontradas profundamente na dentina
em dentes com lesão perirradicular.

REQUISITOS
-Soluções irrigadoras: toda solução capaz de exercer fluxo/refluxo dentro do canal
(líquido).
-Ex: soro fisiológico, água destilada, soluções anestésicas.
-Substâncias químicas auxiliares: toda substância que exerce atividade química dentro
do canal (líquido ou gel).
Seus requisitos são:
• Suspensão de detritos: movimentação de fluidos que se dá devido á diferença
de pressão dentro e fora do canal radicular. A irrigação é o aumento da pressão
dentro do canal radicular e a aspiração diminui a pressão na embocadura do
canal.
• Atividade lubrificante: substâncias químicas atuam como lubrificantes,
reduzindo a força de atrito. Diminuição do desgaste e preservação da
capacidade de corte.
• Baixa tensão superficial: molhamento Fsólido> F líquido.
• Viscosidade: descreve a resistência interna para fluir de um fluido e deve ser
pensada como a medida do atrito do fluido. Quanto maior a viscosidade menor
vai ser o escoamento.
• Atividade antimicrobiana: eliminação ou máxima redução de microorganismos.
• Dissolução tecidual: relação entre volume de solução e massa do tecido, área
de contato, tempo de ação, temperatura, agitação mecânica, concentração e
freqüência das renovações.
• Biocompatibilidade: tem que ter compatibilidade biológica e dissolução
tecidual.
• Substantividade: capacidade de adsorver-se aos tecidos dentais e mucosos com
liberação gradual prolongada em níveis terapêuticos.
• Remoção de smear layer: smear layer é a camada formada pela ação dos
instrumentos endodônticos sobre a parede dentinária dos canais radiculares, é
composta de raspas de dentina, remanescentes de tecido pulpar e processos
odontoblásticos e algumas vezes por bactérias.
Ao MEV: aspecto amorfo, irregular e granular.

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Pode conter bactérias, dificulta a ação do irrigante e da medicação intra-canal
nos microorganismos presentes no interior dos túbulos dentinários.
A permanência da smear layer está associada a um aumento nos níveis de
microinfiltração coronária e está relacionada a uma diminuição nos níveis de
resistência de união.

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS AUXILIARES EMPREGADAS NO PREPARO QUÍMICO

Hipoclorito de sódio
• Produção industrial (1792)- água de Javele
• Labarraque (1820)- NaCl 2,5% para limpeza de feridas.
• Dakin (1915)- NaCl 0,5%+ ácido bórico 0,4% para limpeza de feridas.
• Walker (1936)- irrigação dos canais radiculares.
• Grossman e Meiman (1941)- efeito solvente do NaCl
• Grossman (1943)- uso alternado do NaCl5% com H²O² 3%.
O hipoclorito de sódio pode se apresentar de várias formas, entre elas:
- Soda clorada (NaOCl 4-6%)
-Água sanitária (NaOCl 2-2,5%)
-NaOCl 1%
-NaOCl 0,5%
-Líquido de Dakin: NaOCl 0,5% neutralizada com ácido bórico.
-Líquido de Dausfrene: NaOCl 0,5% neutralizada com bicarbonato de sódio.
-Solução de Milton: NaOCl 1% estabilizada por 16% de cloreto de sódio.

Mecanismo de ação:

Dissolução tecidual: NaOCl 5,25% após 40 minutos.


- Relação entre volume de solução e massa do tecido
- Área de contato
-Tempo de ação
- Temperatura:
• Quanto maior a temperatura:
-Atividade antimicrobiana- uma elevação de 10/ reduz de 50 a 60% do tempo
necessário para destruir microorganismos.
-Atividade solvente.
• Quanto menor a temperatura:
-Estabilidade.
-Agitação mecânica

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-Concentração:
• Maior - atividade antimicrobiana: 1%, 2,5% e 5,25%.
• Maior - capacidade solvente: 2,5% e 5%.
Baixas concentrações, maior necessidade de renovação.
-Freqüência das renovações.
Propriedades: atividade antimicrobiana, solvente de matéria orgânica, desodorizante,
clareadora, lubrificante e baixa tensão superficial.
Desvantagens: Remoção deficiente de Smear Layer, agressivo aos tecidos periapicais
(dor severa, edema, hematoma, necrose e abscessos), instável ao armazenamento,
instável ao aumento da temperatura, instável a exposição á luz e ao ar, forte odor,
alergias e descora tecido. Outra desvantagem é que o hipoclorito de sódio altera
negativamente as propriedades mecânicas da dentina, reduzindo a resistência flexural,
o módulo de elasticidade e a micro dureza. Altera negativamente a resistência de
união de materiais obturadores resinosos (cimentos endodônticos, cimentos resinosos
e resinas compostas) á dentina.

Clorexidina
Histórico:
-Década de 80: primeiros estudos com solução irrigadora.
-Década de 90: primeiros estudos com irrigante utilizador na forma de gel.
• Uso em Periodontia
• Amplo espectro antimicrobiano.
• Adsorção á mucosa e estruturas dentais (substantividade).
• Biocompatibilidade
• Baixa toxidade
Digluconato de Clorexidina

Em endodontia se apresenta de duas formas:


• Clorexidina 2% líquida
• Clorexidina 2% gel: a base gel Natrosol.
-Lubrificação
-Maior tempo de contato do princípio ativo as paredes dentinárias.
- pH 6-9
-Solúvel em água e álcool.
Por que usar a Clorexidina no preparo?
Tem uma atividade antimicrobiana de amplo espectro. Age em Gram-positivos, Gram-
negativos, Aeróbicos, Anaeróbicos facultativos, leveduras e vírus.

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Molécula x Complexo bacteriano aniônico

Aderência á parede celular, alteração da parede celular e desequilíbrio osmótico da


célula.
• Substantividade: o efeito residual antimicrobiano depende do número de
moléculas de clorexidina disponíveis para interagir com a dentina.
• Difusibilidade: a clorexidina quando empregada no preparo-químico-mecânico
tem capacidade de se difundir em túbulos dentinários.
• Biocompatibilidade: a clorexidina pode ser considerada como tendo uma
biocompatibilidade aceitável diante das concentrações utilizadas clinicamente.
Devido ao fato da clorexidina ser carregada positivamente, esta se liga a sítios
negativos o que pode vir a reduzir seu potencial citotóxico.
De maneira geral, a dermatite de contato revela uma taxa de sensibilização de
cerca de 2%.
A clorexidina não altera a estrutura colágena da dentina.

Porque não utilizar a clorexidina no preparo?


A clorexidina não tem capacidade de dissolução tecidual.

A clorexidina como irrigante prolonga a recontaminação no SCR, inibe MMP, preserva


a camada híbrida.

EDTA (Ácido Etilenodiamino Tetracético Dissódico)


Propriedades:
• Sal derivado de um ácido fraco
• Promove quelação de íons de cálcio.
• Poder de descalcificação
• Ação autolimitante.
• pH 7,4.

Indicações:
• Remoção da smear layer.
• Canais atrésicos e calcificados.

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Independente da técnica de preparo utilizada, o EDTA 17% é fundamental para
obtenção de uma superfície livre de smear layer.
Possui capacidade de solubilizar componentes orgânicos.
Avaliou que a remoção da smear layer após os tempos de 3, 10 e 15 minutos. Foi
efetivo em remover smear layer no período mais curto (3 minutos), não havendo
melhora no efeito com tempos mais longos.

Ácido cítrico
• Utilizado para a remoção de smear layer.
• Não há diferença entre 10, 25 e 50% quanto a limpeza das paredes do canal.
• As concentrações mais elevadas (50%) apresentam atividade antimicrobiana.
• Soluções menos concentradas são recomendadas devido a toxidade.

MTAD
• Tem atividade antimicrobiana
• É efetivo na remoção da smear layer.

QMix
Antimicrobiano e remove a smear layer.

SISTEMA DE IRRIGAÇÃO
A irrigação é representada por uma corrente líquida no interior da cavidade pulpar.
A aspiração é a ação de atrair por sucção, fluidos e partículas sólidas de uma cavidade.
O mecanismo irrigação-aspiração ocorre pelo fluxo de fluidos, ocasionando pela
diferença de pressão no interior (maior) e na embocadura do canal radicular (menor).
A aspiração tem o objetivo de renovar a substância química no interior de um canal
radicular e de tomar a limpeza do canal radicular mais efetiva. Possui outros objetivos,
tais como, remoção de detritos, redução do número de microorganismos.

Pressão positiva
Irrigação convencional:
• Seringa: hipodérmica.
• Agulha: finas e hipodérmicas. As pretas 0,70x 25 (22G 1)/ 0,70x30 (22G 1 ¼) e
as violetas 0,55x20 (24G ¾). As agulhas são de NiTi.
- Agulhas NaviTip Ultradent: pontas arredondadas e com saída lateral.
-Agulha Endo- Eze Irrigator Tip Ultradente: ponta arredondada e saída lateral.
• Cânula + pontas de aspiração.
Como irrigar:
-Soluções: introduzir a agulha no canal e quando sentir ela presa, vai recuar um pouco
e irrigar abundantemente, a aspiração deve está associada, a ponta de aspiração da
cânula deve esta na estrada do canal.

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-Gel: introduzir a agulha no canal, quando sentir ela presa , recuar um pouco, aplicar o
gel, com um instrumento mexer a solução dentro do canal, irrigar com água/soro
fisiológico e aspira.
-Vapor lock: bolha de ar na região apical do canal que impede durante a irrigação que a
solução irrigadora chegue até o final do canal.

Pressão negativa
De forma a inserir e remover o irrigante simultaneamente foi introduzida a irrigação
por pressão negativa.
O sistema de irrigação por pressão negativa mais conhecido é o EndoVac (Discus
Dental, Culver City, CA, USA). O dispositivo consiste numa ponta de entrega/evacuação
que está ligada a uma seringa contendo a irrigação e sucção de alta velocidade da
cadeira dentária. Usando uma macro ou micro-cânula ligada ao dispositivo de
aspiração, a irrigação é introduzida na câmara pulpar que é então puxada por pressão
negativa pelo canal da ponta da cânula e removida através de uma mangueira de
sucção.
A ponta de entrega/evacuação coloca o irrigante na câmara e previne o
extravasamento. A macro-cânula é de plástico com uma extremidade aberta. A micro-
cânula é de aço inoxidável e tem 12 orifícios pequenos, posicionados lateralmente,
com uma extremidade. Como estas cânulas são colocadas no canal, a pressão
negativa puxa o líquido irrigador da câmara, pelo canal até à ponta da cânula, dentro
da cânula, e através da mangueira de aspiração. A micro-cânula pode ser usada com o
comprimento de trabalho.

Irrigação ultrassônica passiva


A irrigação agitada com ultrassom aumenta a capacidade de limpeza e ação
antibacteriana da solução irrigadora.
A utilização do ultrasom após o preparo dos canais radiculares com instrumentos
manuais e rotatórios melhorou significativamente a limpeza na região de istmos.

Irrigação sônica
Os instrumentos sónicos utilizam uma frequência baixa (1000-6000 Hz) em
comparação com instrumentos ultrassónicos (25000 Hz). Em ambos os tipos de
instrumentos, a lima está conectada a um ângulo de 60-90 graus com o eixo
longitudinal da peça de mão. No entanto, o padrão de vibração de limas ultrassónica é
diferente dos instrumentos sônicos. As limas ativadas por ultrassons têm vários nós e
anti-nós por todo o comprimento do instrumento, enquanto as limas sónicas têm um
único nó perto da conexão da lima e um anti-nó na ponta do instrumento. Os
instrumentos sónicos produzem um movimento elíptico, lateral, semelhante ao das
limas ultrassónicas.

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Quando o movimento da lima sónica é limitado, a oscilação marginalizada desaparece.
Isto resulta numa oscilação da lima longitudinal pura. Este modo de vibração tem sido
demonstrado como particularmente eficaz no desbridamento do canal, porque não
é afetado pela carga e apresenta grandes amplitudes de deslocamento.
O EndoActivator (Advanced Endodontics, Santa Barbara CA) é um dos sistemas que
usa energia sónica para irrigar os sistemas de canais radiculares. Tem dois
componentes, uma peça de mão e pontas ativadoras. A peça de mão tem uma bateria
e ativada faz cerca de 2.000 a 10.000 ciclos/min. O fabricante recomenda a utilização
deste dispositivo após a conclusão da limpeza e corte e irrigação do canal com uma
seringa manual e uma agulha de irrigação endodôntica.

Dispositivos acessórios
• Microbrush: limpar melhor o canal.
-Adaptadas em contra ângulo 300rpm
-Adaptados a ultrasson.
• Easy Clean.

No que concerne às soluções irrigadoras muitas coisas ainda podem e devem ser
investigadas, pois a ciência só avança diante de pontos de vistas divergentes. As
concordâncias unânimes correspondem à estagnações e retrocessos.

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LIMPEZA E MODELAGEM DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES

TRINÔMIO
• Limpeza: é realizada para não entupir o canal, sempre será feita a irrigação e a
aspiração para remover o detrito.
• Modelagem: instrumentação para preparar o espaço que esta situado no interior da
raiz do dente, no qual o profissional irá trabalhar no sistema de canais radiculares.
• Desinfecção: deve dar tempo de ação para a solução irrigadora, a desinfecção vai gerar
o sucesso do trabalho. É realizada após todo o preparo.
A principal causa de um tratamento endodôntico é a infecção, contém bactérias, para poder
trabalhar com bactérias o profissional deve “limpar”, por este motivo é chamado não somente
de instrumentação, mas sim de limpeza e modelagem, ou preparo biomecânico, ou preparo
químico cirúrgico dos sistemas de canais radiculares, essa associação se dar pelo fato do dente
possuir bactérias no interior do canal radicular, não só no canal principal (canal que será
modelado), porém em uma rede de canais (somente solução química irá trabalhar).
A função da instrumentação não é somente dar forma ao preparo, mas também remover
dentina contaminada.

PRINCÍPIOS
Deve ser princípios mecânicos que foram estipulados por Herbert Schilder, desde 1964-1794,
Schilder montou todos os postulados de uma instrumentação tridimensional, pois não sôo
pensa em comprimento e largura, pensa também em profundidade (dada por canais laterais,
acessórios, redes de canais). Deve seguir princípios para ter essa tridimensional, para facilitar a
penetração do instrumento, o acesso ao canal radicular, acesso ao forame apical, ao limite da
instrumentação (CDC).
• Acesso: deve ter um ótimo acesso. Deve ser um acesso conservador, sem destruir
parede em excesso, mas que permitam que o instrumento entre o mais reto possível
em direção ao canal radicular.
• Forma apical: forma apical calculada, não destrutiva.
• Forma do corpo do canal
• Conicidade em direção ao ápice: forma cônica, parte superior maior, mais larga, e a
parte que vai se situar na parte apical é mais afilado. Tem o objetivo não de apenas
seguir a estrutura do canal, mas também facilitar o momento da obturação, a entrada
e saída de solução irrigadora.
• Patência do forame: trajeto de limpeza que deve manter o forame limpo. Limpar o
forame com um instrumento fino que não venha destruir/alargar/alterar o forame.
Seu intuito é remover raspas de dentinas que podem vir a ficar acumuladas no interior
do canal e também o instrumento fino serve para levara a solução irrigadora para mais
apicalmente.
• Irrigação: abundamente.

MOVIMENTOS DE INSTRUMENTAÇÃO
• Oscilatórios: movimento de oscilar para um lado e para o outro, ou seja, sentido
horário e sentido anti-horário. É o movimento utilizado hoje em dia com as limas tipo
K.

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-Lima tipo K de secção quadrangular / Lima tipo K normal: movimentos oscilatórios na
faixa de 90° para sentido horário e 90° para sentido anti-horário, então a ciclagem desta
lima para movimentar essa parede no mínimo vai ser 2 vezes para cada lado.
-Lima tipo K de secção triangular/ Lima tipo K flexofile: movimentos oscilatórios na faixa
de 60° para sentido horário e 60° para sentido anti-horário, então para completar uma
volta (360°), a ciclagem desta lima para movimentar essa parede vai ser no mínimo 3 vezes
para cada lado.
• Limagem: movimento de entrada e saída do instrumento. É um movimento que não é
mais utilizado hoje em dia.

OBJETIVOS MECÂNICOS DE SCHILDER


São postulados que permitem conseguir, não só geometricamente, não só morfologicamente o
SCR, mas com princípios de desinfecção. Seguir esses princípios gera o sucesso do tratamento.
• Forma cônica progressiva no preparo do canal: região cervical do canal mais ampla que
a região foraminal.
• Canal mais estreito apicalmente: para que não haja extravasamento de material
obturador, é uma barreira mecânica.
• Preparo em múltiplos planos: tem que sentir o instrumento tocando todas as paredes
que circundam o canal no momento de instrumentação.
• Nunca transportar o forame.
• Forame apical tão pequeno quanto prático: vai está constricto que vai favorecer a
obturação.
Deve seguir o princípio coroa-ápice, ou seja, a mecânica de instrumentação sempre vai ir da
região cervical para a região apical, pois se for ao contrário, o instrumento vai sofrer muita
tensão.

É importante saber em nível de medida, para que o instrumento não fique travado o D16 das
limas.
O numero da lima determina o D0, então uma lima 25, por exemplo, tem em seu D0 0,25 de
diâmetro, para saber quanto de diâmetro terá o D16 dessa lima tem que ir subindo 2 números.
Podendo também fazer uma conta onde multiplica 2x16 e soma ao número da lima pra saber o
quanto equivale o D16 desta lima, sendo assim:
Ex: 2x16=32
32+25= 57.
Limite de segurança oscilatório: trabalhar com instrumentos que trave até 4 mm. Deve colocar
material de diâmetros do maior para o menor em direção ao ápice. Ao colocar o instrumento

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vai dar uns ‘tapinhas’ até travar o instrumento fazer os movimentos, sendo assim cortando em
múltiplos planos (em toda parede circundante do canal).
Ou seja, o movimento oscilatório vai ser dar pelo instrumento preso mais ou menos 4mm
dentro do canal.

O VISUAL
O visual que temos que ter após a instrumentação é o mesmo visual do canal
radicular inicial, só que mais cônico progressivo, ou seja, deve ter a mesma
curvatura e estrutura do canal anterior, porém com o diâmetro maior.

LIMPEZA E MODELAGEM
• Canais complexos: todos os canais são complexos, pois o
profissional está trabalhando em uma rede de canais.
• Diversos foramina apical: várias formaminas, quase todos os dentes possui
foraminas acessórias, por isso o isso de uma solução química.
• Canais atrésicos: quanto maior o idoso maior o número de atresia.

RADIOGRAFIAS
Tem que ter 6 radiografias por elemento dentário.
• Raiox inicial: para diagnóstico, montagem de um plano de tratamento, ver
características do dente, do periápice e do osso adjacente.Vai obter o
comprimento aparente do dente (CAD): medir o dente com uma régua
milimetrada da ponta da cúspide/incisal até o ápice.Porém como essa
radiografia não dar muita segurança, pois mudanças na angulação vertical e
horizontal podem distorcer a imagem. Então usa-se o posicionador radiográfico
que dar em média de 0,5 a 1mm de distorção. Por este motivo depois de medir
na radiografia sempre vai diminuir 1 mm a 2 mm dependendo da imagem
radiográfica, para que na hora da obtenção do comprimento de trabalho (CT).
• Raiox de comprimento de trabalho: obtenção do comprimento de trabalho,
colocar uma lima fina de 1 a 2mm a menos do CAD e radiografar para visualizar
o comprimento de trabalho. Com intuito de saber o quanto de comprimento de
trabalho tem naquela raiz, para saber o quanto o profissional vai ter que
preparar/modelar no interior do canal.
• Raiox de lima de memória: Depois da instrumentação de fazer toda a
instrumentação, faz-se uma radiografia com o instrumento final da
instrumentação, chamado de lima de memória, para saber lembrar o diâmetro
final.
• Raiox de seleção de cone de obturação: depois uma radiografia selecionando o
cone.
• Raiox de visualização de compactação lateral.
• Raiox final: mostrando como terminou o caso.

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IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO
Tem que fazer com que á agulha chegue até 3mm do ápice do CT. Para a realização da
irrigação será necessário ter os seguintes materiais: seringa, solução irrigadora, agulha
fina e cânula de aspiração calibrosa.

COMPRIMENTO DE TRABALHO (CT)


Vai ser localizado no limite CDC, em média será marcado 1mm aquém do limite
radiográfico, com intuito de trabalhar só no canal dentinário, pois se ultrapassar pode
gerar dor durante e após o tratamento.
O CT vai ser dado de maneira tátil (medir com a réqua o CAD e depois diminuir 1mm) e
de maneira radiográfica (usa um instrumento fino, geralmente usa um lima tipo k
10mm, e entrar com o instrumento 1mm aquém do CAD) para evitar distorções.
TÉCNICA
Material necessário para a realização do tratamento endodôntico:
• Kit de acesso: brocas 1012,1014,1016, Endo Z ...
• Kit acadêmico
• Bandeja (kit clínico): espelho, sonda exploradora, pinça para algodão, sonda
milimetrada, colher de dentina.
• Isolamento absoluto: pinça porta grampo, perfurador de lençol de borracha,
grampos para isolamento, caneta marcadora, Ky, fio dental, espátula n°1,
lençol de borracha e arco. Isola apenas um dente.
• Tamborel
• Brocas de Gates Glidden
• Jogo Limas
• Material para irrigação e aspiração: seringa, agulha fina, cânula de aspiração,
solução irrigadora.
• Material para radiografia: filme radiográfico, posicionador, colgadura.

INSTRUMENTAÇÃO DO SCR (SISTEMA DE CANAIS RADCULARES):

TÉCNICA
Na instrumentação manual LIMAS TIPO K:
-Brocas Gates
-Limas: serão usadas as de 1° e 2° sério e as flexofile.

RAIOX INCIAL
Determinar o CAD. Diminuir 1-2mm (1mm da contorção do posicionador e 1 mm para
não ultrapassar o dente).

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LIMPEZA PASSIVA
-Determinar o quanto equivale cada terço do dente: após obter o CAD divide o dente
em 3 para saber a medica de cada terço, após multiplicar por dois para saber até onde
vai o terço médio e cervical.
Deve colocar instrumentos que não ultrapassem o terço médio, para isso deve medir a
lima em uma régua e encaixar um cursor na medida em que equivale aos dois terços.
-Limpeza passiva: Nessa etapa usa limas da 1°série (geralmente limas 15, 20 e 25), para
que não corte e sim carregue e movimente a solução irrigadora pelo canal e comece a
trabalhar sobre as bactérias. Usará limas de menor diâmetro para o maior. A limpeza
será feita em movimentos oscilatórios nos dois terços.
Intuito: levar a solução irrigadora e começar a desorganizar tecido pulpar e necrótico.

PRÉ-ALARGAMENTO CERVICAL
Realizada nos terços médio e cervical. Começar a alargar em nível médio e cervical
para facilitar a entrada de hipoclorito de sódio, facilitar a entrada em direção ao ápice
de um instrumento menos calibroso, começar a tirar as irregularidades do terço
cervical e médio. Utiliza-se as brocas de Gates Glidden, coloca elas girando e tira
girando, deve colocar e tirar a broca, em três números diferentes. Usa de forma
decrescente (da maior para a menor) com um cursor nela (não pode ultrapassar os
dois terços iniciais).
• Gates Glidden 6,5,4: Incisivos superiores, caninos superiores.
• Gates Glidden 4,3,2: pré-molares superiores e inferiores, molares superiores e
inferiores, incisivos inferiores.
Ao trocar cada broca de GG deve irrigar e aspirar bastante.
Após essa etapa tem o terço médio e cervical alargado cônico progressivamente.

COMPRIMENTO DE TRABALHO (CT)


Utiliza a série especial. Colocar um instrumento que se situe 1-2 mm aquém do CAD.
Vai pegar uma lima k 10, e colocar um cursor na medida que se dá 1-2mm aquém do
CAD, colocar o instrumento na incisal e radiografar.

AVANÇO PROGRESSIVO
Após determinar o CT, vai colocar o cursor na lima da medida do CT.
Caminhar gradativamente ao ápice/ ao forame apical/ ao comprimento de trabalho
total.
Vai usar instrumentos do mais calibroso para o menos calibroso. Depois de usar a
Gates Glidden, vai usar um material menos calibroso que esta broca.
-Escolha da lima de patência: aumentar 1mm do CT, pois pode ter raspa de dentina
mais em baixo.
Na ordem, vai colocar a lima, dar a “batidinha”, oscilar, irrigar abundamente, aspirar,
lima de patência, pegar um instrumento menos calibroso, oscilar, irrigar, aspirar, lima

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de patência. E assim sucessivamente até chegar a lima que entre até chegar no
comprimento de trabalho que é chamada lima DA (lima que determina o diâmetro de
anatômico, o diâmetro real do meu do terço pical).
O ideal é que a determinação da DA ampliemos a região apical em pelo menos 3
instrumentos mais calibrosos. Sendo assim determinando a lima de memória. Ex: 20k
(DA) – 25k- 30k-35k.
Clinicamente, se após utilizar a lima 35k e sair raspa de dentina escura, vai aumentar
mais um número até que sai raspa de dentina branca.
Para que aumente a região apical, tem que aumentar em cima no início (pois tem que
ser progressivo). Então tem que usar, por exemplo, as limas 50k-45k-40k-35k-30k-25k,
em seguida 55k-50k-45k-40k- 35k-30k e por ultimo 60k-55k-50k-45k-40k- 35k.
Após determinar a lima de memória faz um RaioX.
Não fazer refinamento*

OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES


Preparar o dente para a obturação.

O Da de um incisivo não pode ser a lima 15, pois sabe-se que a abertura foraminal de
um incisivo está na faixa de 0.40 a 0.48.

Se após achar o DA ainda estiver saindo raspa de dentina escura, deve-se ampliar mais,
até sair raspa de dentina branca.

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LIMPEZA E MODELAGEM DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
(PROTAPER)

Os materiais de Níquel-Titânino são feitos movimentos rotatórios e não oscilatórios.


• Vantagem: trabalhar em canais atrésicos.
• Canais mais atrésicos e com curvaturas: diminui a quantidade de atrogenia

IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO
É uma técnica conjunta, ou seja, irriga e aspira ao mesmo tempo. Para a realização da
técnica em sim deve-se fazer com que á agulha(mais fina possível) chegue até 3mm do
ápice do CT.
Irriga, aspira, lima de patência, irriga e aspira.

COMPRIMENTO DE TRABALHO (CT)


Vai ser localizado no limite CDC, em média será marcado 1mm aquém do limite
radiográfico, com intuito de trabalhar só no canal dentinário.
O CT vai ser dado de maneira tátil (medir com a réqua o CAD e depois diminuir 1mm) e
de maneira radiográfica (usa um instrumento fino, geralmente usa um lima tipo k
10mm, e entrar com o instrumento 1mm aquém do CAD) para evitar distorções.

TÉCNICA
Protaper
O sistema Protaper é um sistema diferenciado de níquel-titânio, os instrumentos
usinados possuem conicidades diferentes, com, 0.04, 0.06, 0.08, 0.10 e 0.12, para
facilitar a forma cônica progressivo, vieram com o conceito de coroa-ápice.
Os instrumentos com conicidade variada nunca ficará preso dentro do canal.
Os materiais de níquel titânio são usinado e não podem ser torcidos, pois não
possuem memória elástica.
Todo material protaper está preso apenas 30% dentro do canal.

INSTRUMENTOS

PROTAPER MANUAL PROTAPER ROTATÓRIO


Menos instrumentos Em caso de contra indicação para rotação
contínua
Sem transportar o canal Ex: ganchos apicais juntam o canal.
Menor extrusão de dentina
Excelente alargamento apical

• PROTEPER SHAPING (S): é denominado de instrumento modelador auxiliar e


deve trabalhar nos terços médio e cervical do canal para melhorar o acesso
radicular após o uso da Gates.

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Comprimento: 21, 25 e 31 mm. Com exceção do SX que
possui 18mm de comprimento. Os traços correspondem
ao comprimento médio de quase todos os canais,
correspondendo a 18, 19, 20 e 22 mm.
-S1 (roxa): Terço cervical. D0= 18 e possui o intermediário
marcado.
-S2 (branca):Terço médio. D0= 20 e possui o intermediário marcado.
-SX (laranja): Terço cervical. D0= 19 e possui um comprimento de 18mm.
Embora a S1 e a S2 preparam os terços cervical e médio, elas podem progressivamente
alargar o terço apical.

• FINISHING (F): utilizados para acabamento, e será usado somente no terço


apical.
-F1 (amarelo): D0=0,20mm. Possui uma conicidade constante de 7% nos 3 mm da
ponta ativa.
-F2 (vermelho): D0=0,25mm. Possui uma conicidade constante de 8% nos 3 mm da
ponta ativa.
-F3 (azul): D0=0,30mm. Possui uma conicidade constante de 9% nos 3 mm da ponta
ativa.
-F4 (preto): D0= 0,40mm. Possui uma conicidade constante de 6% nos 3 mm da ponta
ativa.
-F5 (amarelo): D0=0,50mm. Possui uma conicidade constante de nos 5% 3 mm da
ponta ativa.

As brocas de GG são utilizadas á níveis de ajudar na troca dos instrumentos.


O movimento da GG vai ser uma entrada e uma saída. Vai entrar com ela até ode
parar, não força sua entrada e nem repete o movimento.

INSTRUMENTAÇÃO PROTAPER MANUAL

TÉCNICA
Passo a passo.
1. RX INCIAL: obter o CAD.
2. ISOLAMENTO: só no dente a ser tratado.
3. ACESSO
4. IRRIGAÇÃO COM HIPOCLORITO DE SÓDIO
5. LIMPEZA PASSIVA: realizada no terço médio e cervical.
-Lima S1
-Lima SX
A limpeza passiva leva a solução irrigadora para dentro do canal e prepara a
embocadura para o pré-alargamento cervical.

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6. PRÉ-ALARGAMENTO CERVICAL
-Gates Glidden 4 , lima S1 e lima SX.
-Gates Glidden 3, lima S1 e lima SX.
-Gates Glidden 2, lima s1 e lima SX.
7. COMPRIMENTO DE TRABALHO: utilizada uma lima k 10, introduz 1 mm aquém
do CAD e radiografa.
8. INTRUMENTAÇÃO
-Gates Glidden 3 (no terço médio e cervical, até onde parar), lima S1 (CT) e lima SX (até
parar). A SX vai retificar a entrada da GG.
-Gates Glidden 2 (no terço médio e cervical), lima S1 (CT) e lima S2 (CT). A S2 prepara o
canal para a F1.
-F1, F2 e F3 (CT). F3 será usada dependendo do caso.
A lima de memória nunca vai ser F1, pois um instrumento com diâmetro 0,20 é
insuficiente em nível de limpeza, pois se preparou com a S2 que é 0,20 a F1 vai entrar
frouxo.
• Canais curvos: F2 ou F3
• Canais extremamente curvos: F2
Se chegar na F3 e ainda o instrumento estiver frouxo, deverá ampliar o canal.

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OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
Aspectos fisiológicos e conceitos
Técnica da condensação lateral

TRATAMENTO ENDODÔNTICO
• Diagnóstico: a polpa pode se encontrar em duas formas
-Vitalidade: pulpite irreversível. Inflamação que chega a um ponto que mesmo tirando
a causa não se reverte mais. Deve ser removida para evitar contaminação.
-Não vital: necrose pulpar. Polpa já contaminada deve ser removida com lesão ou não
perirradicular (quando os microorganismos chegam à região apical podem causar lesão
perirradicular).
• Abertura coronária
• Preparo químico-mecânico: protocolo de instrumentação e irrigação e aspiração,
criando um espaço no interior do canal radicular.
• Medicação intra-canal: quando não a tempo de terminar o tratamento ou quando a
situação exige que complemente o trabalho com uma medicação pra ajudar na
desinfecção.
• Obturação do SCR: fechamento do espaço criado durante o preparo químico
mecânico.
• Acompanhamento periódico: para ver se o processo evolui ou se a lesão regrediu. Para
ver se houve sucesso no tratamento.

Os objetivos da obturação são promover selamento tanto apical para não ter penetração de
nada via forame, um selamento lateral para evitar canais laterais expostos (as vezes ouve
rompimento de cemento) e que haja penetração de fluidos lateralmente e coronário.
Após deve ser feito uma boa restauração: selamento coronário.

MOMENTO DA OBTURAÇÃO
• Sessão única: quando não precisa de medicação intra-canal, em casos de pulpite
irreversível, só o preparo químico-mecânico é suficiente por não haver contaminação.
Faz em um dia para evitar que o curativo cai e corra risco de contaminação.
• Múltiplas sessões: quando precisa medicação intra-canal, em caso de necrose pulpar.
Tentar sempre o menor número de sessões para evitar a quebra da cadeia asséptica.

PRÉ-REQUISITOS PARA A FASE DE OBTURAÇÃO


• Preparo químico-mecânico completo: terminar instrumentação, definição de lima de
memória.
• Ausência de exudação persistente: acontece muito em abscesso, o abscesso drena
exudado via forame pelo canal, e se tiver exudato significa que tem microorganismo
na região. O canal precisa está totalmente seco.
• Ausência de sintomatologia dolorosa: indica que possui uma reação inflamatória e
provavelmente presença de microorganismo.
• Ausência de odor fétido: o cheiro é característico de dente com exudato, sinal que tem
bactérias.

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• Obtenção de culturas negativas: antigamente observa se existia bactéria através de
cones de papel absorvente.

O limite apical de obturação é o mesmo do comprimento de trabalho.


O CT é estabelecido 1mm aquém do CAD, para evitar de tocar a região perirradicular.
O limite cervical é exatamente na embocadura do canal, na junção cemento esmalte, por que
não pode ter material obturador na região coronária.

Deve evitar que o material fique:


-Extravase via forame: material precisa ficar confinado ao canal radicular.
-Extremamente aquém do CT: o espaço vazio de canal permite com que bactérias se
proliferem.

A obturação vai eliminar o espaço vazio criado na instrumentação.

MATERIAIS

REQUISITOS DE UM MATERIAL OBTURADOR


• Ser de fácil manipulação e inserção: deve ser fácil pois o canal já é um local difícil de
trabalhar.
• Não agredir os tecidos perirradiculares: não podem ser citotóxicos (para não gerar
reação inflamatória). Além de não causar dando, estimule o reparo (auxilie na reversão
da lesão perirradicular).
• Ter atividade antimicrobiana: caso tenha resido tecidual.
• Ser radiopaco: para saber se obturou ou não, se a obturação está no comprimento
adequado.
• Estabilidade dimensional: conseguir levar o material até o CT e fique na forma
desejada para preencher o espaço vazio.
• Não pode manchar a cor do dente.
• o material deve ser muito bom dentro do canal, mas também se precisar deve ter
como ser removido, pois alguns pacientes precisa de um retratamento endodôntico.
• Insolúvel
Não existe material que preencha todos os requisitos, por este motivo a obturação é mista,
usa um pouco de vantagem de um material e associa com a vantagem de outro material, com
isso a obturação mista ela vai conter cone de guta-percha associado com cimento
endodôntico.

CONES DE GUTA-PERCHA
1. CONES PADRONIZADOS: (principais)cones coloridos que corresponde a cor da lima,
branco, amarelo, vermelho, azul, verde e preto. São encontrados cones de 1° série, 2°
série e 3°série. Padrão ISO.
2. CONES NÃO PADRONIZADOS: (acessórios), XF, FF, MF, F, FM, M, ML, L, XL.
São cones que apresentam conicidades para preencher o interior do canal radicular.
Composição:
-Guta-Percha: 19% a 20%.
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-Óxido de zinco: 60 a 75%.
-Radiopacificadores: 1,5 a 17%
-Resinas (dar resiliência), Ceras, corantes(para diferenciar da resina): 1 a 4 %.
Vantagens:
• Adaptam-se as irregularidades do canal radicular
• São bem toleradas pelos tecidos perirradiculares
• São radiopacos: muito boa radiopacididade.
• Podem ser plastificados pelo calor e solventes orgânicos
• Possuem estabilidade dimensional
• Não alteram a cor do dente: caso fique fora do canal na coroa, vai manchar,
pois junto com o cone de guta-percha vai cimento.
• Podem ser facilmente removidos do canal radicular
Desvantagem:
• Pequena resistência mecânica dificultando seu uso em canais curvos e
atresiados.
• Pouca adesividade, o que exige a complementação da obturação com cimentos
endodôntico.
• Podem ser deslocados pela pressão provocando sobreobturação.

O cone de guta-percha pode se apresentar em duas fases:


• Alfacristalina:
Quebradiça á temperatura ambiente.
Quando aquecida: pegajosa, aderente e alto escoamento.
Precisa de equipamento específico utilizado por especialistas.
• Betacristalina: mais fácil de trabalhar, não precisa de equipamento específico.
Estável e flexível á temperatura ambiente.
Baixa adesividade: desvantagem.
Pouco escoamento quando aquecida: é ruim, pois não garante que vai até a região
apical e é bom que garante que o material não extravase via forame.

CONES DE PAPEL ABSORVENTE ESTERELIZADO


Padronizados ou não padronizados.
Usados no canal antes de preencher com o cone de guta-percha.
São usados para secar o canal.

ESPAÇADORES DIGITAIS
Usado na técnica de condensação lateral.
Disponíveis nos tamanhos de 21 e 25mm de comprimento. E existem do amarelo ao
verde, indicados no cabo com letras A, B, C e D, correspondente as limas 20, 25, 30 e
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O espaçador digital não tem parte ativa de trabalho, não corta. Ao contrário das limas.

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O espaçador vai entrar no canal para abrir espaço para os cones de guta-percha.

CALCADORES DE PAIVA
Utilizados para condensar a Guta-percha na condensação vertical.
Geralmente vem um kit com 4 ou 5 instrumentos. Eles vêm em diâmetros variados.
São utilizados para condensar o cone de guta-percha no canal.

CIMENTOS ENDODÔNTICOS

Objetivo: Redução da interface entre guta e a parede de dentina.


Propriedades ideais:
• Biocompatibilidade: vai tocar na região perirradicular.
• Atividade antimicrobiana
• Adesividade: fornece união deixando o cone estável.
• Estabilidade dimensional
• Selamento
• Escoamento
• Radiopacidade
Não existe cimento ideal, então escolhe o que as propriedades atendem melhor para o
momento.
Todo cimento endodôntico por ser um material químico, apresenta toxidade, porém
após a sua presa tem-se uma redução da toxidade (eliminada por completo), mas até o
cimento tomar presa o paciente pode ter alguma reação inflamatória. Até atingir o
tempo de presa, o material vai fornecer algum tipo de toxidade.
É ideal que o material tenha incapacidade de induzir ou perpetuar uma lesão
perirradicular e promova o reparo da região ou induzir formação de tecido
mineralizado.

CIMENTO Á BASE DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL


-Pó: óxido de zinco
-Líquido: eugenol
-Tempo de trabalho: 3h
-Tempo de presa: 20h
-Baixa adesão e baixo escoamento.
Um cimento com pouco escoamento precisa utilizar mais dentro do canal para poder
preenchê-lo. Já um cimento com um bom escoamento, usa-se pouco para poder
preencher.

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CIMENTO DE GROSSMAN
São cimentos á base de óxido de zinco e eugenol.
-Apresentação: Endofill, Fill Canal, Intrafill e Pulp Fill.
-Boa capacidade seladora.
-Baixa permeabilidade.
-Estabilidade dimensional.
-Adesividade adequada.
-Baixa solubilidade.
• Manipulação: ele precisa forma o ponto de fio, ou seja depois de manipular o
cimento na placa de vidro deve puxar com a espátula e ver se formou o ponto
de fio, se o ponto de fio formar e se desfazer rápido significa que tem muito
eugenol (está muito líquido) e se formou o ponto de fio e esse fio não se desfaz
significa que possui muito óxido de zinco ( muito pó). O ideal então seria
formar o ponto de fio e ele permanecer alguns segundos e se desfazer.

CIMENTO DE RICKERT
Pulp Canal Sealer Ewt- (EWT: tem um tempo de presa elevado)
-Ótima radiopacidade
Pó:
-Prata precipitada- 30g
-Óxido de zinco- 41,2g
-Timol iodado- 12,8g
-Resina branca- 16g
Líquido:
-Óleo de cravo-78ml
-Bálsamo do Canadá- 22ml

CIMENTO CONTENDO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO


-Sealapex, Sealer 26, Apexit, Acroseal, CRCS
-Não é radiopaco
- Antimicrobiano
-PH muito elevado: microorganismo dificilmente vive dentro do canal.
-Pouco escoamento
-Solubilizado com o tempo
-Efeitos biológicos benéficos
-Associação a veículos e outras substâncias
-Apresentado em pó e líquido.

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CIMENTOS RESINOSOS
-AH Plus
-Boa radiopacidade
-Atividade antimicrobiana satisfatória: se ainda ficou algum microorganismo dentro
esse cimento talvez possa ajudar.
-Bom selamento apical
-Bom escoamento: se lambuzar o cone vai extravasar material via forame, para evitar
isso se usa pouco cimento.
-Boa adesividade

MTA
-Pó branco ou cinza
-ProRoot- MTA ou MTA-Angelus
-Composição similar ao cimento Portland (cimento de construção)
-Radiopacificador: óxido de bismuto
-Expansão tardia
-Boa adaptação marginal
-Pouco solúvel
-Pode ser usado na presença de umidade
-Perfurações, reabsorções, cirurgia perirradicular (trata o canal, não dar certo, retrata
e a lesão não regride, cureta a lesão via cirúrgica e corta o ápice da raiz e sela para não
ter penetração de fluido), tampão apical.
-Estimula a neoformação dentinária
-Atividade antimicrobiana satisfatória
-Excelente selamento
-Padrão ouro na endodontia.
-Manipula com água destilada ( já vem com o pó)

O extravasamento de cimento é aceitável, não pode ser desejável.

É nítido um dente com e sem tratamento por causa da radiopacidade do material.

Para saber se uma raiz tem mais de um canal, deve ver na radiografia se a luz do canal
se perde , tem falhas, tem mais de um canal. E se observar um canal do início ao fim
sem falha é sinal que só tem um canal naquela raiz.

Ao acabar a obturação deve colocar um material selador por cima.

Geralmente em molares superiores a raiz mésio-vestibular tem um quarto canal,


mésio-palatino, que fica entre o canal mésio-vestibular e o canal palatino. Esse canal é
muito atrésico.

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REMOÇÃO DA SEAR LAYER
Após o preparo químico mecânico deve remover a smear layer , por que a raspa de
dentina que fica na parede do canal obstrui a entrada dos túbulos dentinários, e se
tiver bactéria dentro do tubo ela deve ser eliminada, e para a substância chegar nos
túbulos essa camada deve ser removida.
Ou seja, antes de realizar a obturação é necessária a remoção da smear layer, para isso
deverá usar o EDTA 17 de 3 a 5 minutos (se deixar menos de 3 minutos ou mais de 5
não tem efeito, pois o EDTA tem atividade autolimitante).
Efeito mediato; precisa de 3 minutos para começar á atuar.

ACOMPANHAMENTO
Deve ter um acompanhamento clínico e radiográfico periódico de 6 meses até 2 anos.
• Radiográfico: radiografia periapical.
• Clínico: ver se tem alguma sintomatologia, dor ou fístula.

DESCONTAMINAÇÃO DO CONE DE GUTA-PERCHA


Os cones de guta-percha não vêm esterilizados e não tem como esterilizar, e para
poder utilizar ele dentro do canal durante a obturação, deve prosseguir a
descontaminação dos mesmos, para isso deve colocar o cone de guta-percha imerso
no Hipoclorito de sódio a 5,25% por 1 minuto.
Não podendo ser utilizado o etanol a 70% e nem a clorexidina a 2%, pois o etanol a
70% é ineficaz em eliminar esporos sobre os cones de guta-percha e a clorexidina a 2%
não descontamina cones de guta-percha mesmo após 10 minutos de contato.

Radiografia da prova do cone: ver se a instrumentação está correta (se o cone chega
ode a lima trabalhou) e se o comprimento de trabalho está correto.

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TÉCNICA DA CONDENSAÇÃO LATERAL
Técnica segura, eficaz e aceita mundialmente.
Pode ser usada praticamente em todos os casos.
1. Seleção do cone principal: cone que vai ser calibrado na régua calibradora de
acordo com a lima de memória.
Insere o cone no numero da lima indicado até não entrara mais, vira a régua ver o
que passou e com uma lâmina de bisturi n15 corta o excesso.
2. Prova do cone principal: visual, tátil e radiográfico (radiografia da prova do cone)
Levar o cone calibrado dentro do canal.
• Visual: remove e ver se o cone está íntegro.
• Tátil: sentir o cone travado, não pode está frouxo se não pode passar a via
forame.
• Radiográfico: verificar se está tudo correto, no comprimento de trabalho.
A prova do cone é feito com o canal molhado, pois às vezes á radiografia mostra que
não está adequada a medida e precisa reinstrumentar o canal.
3. Secagem do canal
Feita com cone de papel absorvente estéril.
Deve pegar um cone e inserir dentro do canal.
4. Manipular o cimento
5. Condensação lateral:
Colocar o cimento no cone calibrado e inseri-lo dentro do canal no comprimento
de trabalho.
Inserir cones acessórios lateralmente ao cone principal para preencher o canal:
inserir o espaçador digital, remover o espaçador girando e insere um cone. E assim
sucessivamente até quantos cones couberem. Quanto mais conseguir colocar,
melhor será o selamento.
6. Radiografia de qualidade
Verificar se os cones laterais preencheram bem o canal ou se tem espaço para
preencher com mais alguns cone.
7. Condensação vertical
Aquecer um instrumento (instrumento de Lucas, colher de dentina ou espátula
numero 1) na lamparina ou maçarico e corta os cones de guta-perca na
embocadura do canal.
Com um instrumento a frio (calcador de Paiva) condensar a guta no canal, isso faz
com que a guta preencha todo espaço vazio criado na instrumentação.

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