Você está na página 1de 9

Prótese Parcial Removível

MCGIVNEY, G.P. & CASTLEBERRY, D.J. Prótese Parcial Removível de MacCraken. 12ª ed. São
Paulo: Artes Médicas, 2012

VOLPATO, C.A.M.; GARBELOTTO, L.G.D.’A.; ZANI, I.M.; VASCONCELLOS, D.K. Próteses


odontológicas- uma visão contemporânea: fundamentos e procedimentos. 1ª Ed. São Paulo:
Santos, 2012

PPR (Prótese Parcial Removível): É um aparelho odontológico que repõe dentes faltantes da
arcada, devolvendo a função e estética para o paciente. Também é conhecida por Ponte Móvel,
aparelho a grampo, aparelho de Roach.

Objetivos

 Função Mastigatória e Fonética: Quando se instala a PPR, as funções são


reestabelecidas, ocorrendo principalmente a função de estabilização da relação
maxilomandibular. No entanto, por ser um trabalho móvel, só ocorrerá preservação dos
tecidos remanescentes se tiver um comportamento considerável em função.
 Função Estética: Ocorre a reposição mesmo de dentes com perda extensa, quanto de
tecidos moles, o que eleva a autoestima do paciente, melhorando sua vida social.

Indicações

 Pacientes edentulos posteriores bi ou unilateral: A ausência de dentes pilares


posteriores justifica a necessidade de uma PPR.
 Pacientes com espações protéticos intercalares amplos: Devido aos espaços grandes,
se apoiar uma prótese fixa em cima, os dentes pilares podem não resistirem as forças
aplicadas, desta forma viabilizando as PPR’s ou implantes.
 Pacientes com espações múltiplos: Reabilitação de todos ao mesmo tempo, tornando
mais vantajoso financeiramente.
 Necessidade de recolocação imediata de dentes: Menor tempo do que outras
modalidades protéticas.
 Próteses temporárias e orientadoras para grandes reabilitações: Permite que o
paciente realize o teste de uma prótese provisória antes de confeccionar a definitiva,
estabelecendo os ajustes antes do trabalho final.
 Economia: Comparado com implantes dentários por exemplo, os pacientes carentes
terão maior facilidade de acesso às PPR.

Contraindicações

 Pacientes com problemas motores: Precisa ser sempre removida e higienizada


 Deficiência na higienização: Probabiliza o maior surgimento de problemas periodontias,
caries, problemas com saúde do tecido mole, causando menor longevidade da prótese
e dos tecidos remanescentes.

Classificação de Kennedy

Baseada na presença de espaços edentulos em relação aos remanescentes na arcada.

PETTER BROCKER
 Classe I: Edêntulo Posterior Bilateral

o Modificação 1 da Classe I: Além da ausência bilateral de dentes posteriores,


percebe-se a ausência de um novo elemento.

o Modificação 2 da Classe I: Além da ausência bilateral de dentes posteriores,


percebe-se a ausência de dois novos elemento em espaços distintos.

 Classe II: Edêntulo Posterior Unilateral

o Modificação 1 da Classe II: Além da ausência unilateral de dentes posteriores,


percebe-se a ausência de um novo elemento.

PETTER BROCKER
o Modificação 2 da Classe II: Além da ausência unilateral de dentes posteriores,
percebe-se a ausência de dois novos elemento.

 Classe III: Edêntulo lateral Intercalar (Pilares dos 2 lados)

o Modificação 1 da Classe III – Além da ausência caracterizada pela classe III,


apresenta uma nova ausência intercalar.

o Modificação 2 da Classe III – Além da ausência caracterizada pela classe III,


apresenta duas novas ausências intercalares.

 Classe IV: Edêntulo Anterior cruzando a linha média

PETTER BROCKER
*Classe sempre será em algarismos Romanos (Ex.: I, II, III...)

*Modificação sempre será em algarismos Arábicos (Ex.: 1, 2, 3...)

Foi estabelecido as regras de Applegate para aprimorar as classificações de Kennedy:

 Classificado apenas após as exodontias necessárias


 3º molar ausentes não entram na classificação
 3º molar como pilar contabiliza na classificação
 2º molar ausente e que não será reposto não contabiliza
 A extensão da modificação não contabiliza
 O segmento de edentulos mais posterior determinam a classificação
 Classe IV não possui modificações
 Só é classe IV se cruzar a linha média (Envolver Centrais)

Classificação funcional de Rumpel

 Mucossuportada: Cargas em cima da mucosa, como prótese total.


 Mucodentossuportada: Quando a força é maior em mucosa que em dente, devido ao
grande espaço livre. (Classe I e II)
 Dentomucossuportada: Transmissão de cargas maior nos dentes que em mucosa
(Classe III).
 Dentossuportada: Cargas sobre os dentes (Próteses fixas e parciais com dentes
adjacentes aos espaços edentulos)

Retentores

 Apoios: sua função principal é a transmissão adequada das cargas mastigatórias aos
dentes-suportes, além de impedirem o deslocamento da prótese no sentido
oclusogengival (Batente). Geralmente, encontram-se associados aos grampos e alojam-
se sobre os nichos preparados nas superfícies dentais.

 Grampos: São os principais retentores das PPR’s, evitando deslocamentos durante a


função. São compostos por um braço do oposição e outro de retenção. Podem ser
circunferenciais ou de ação de ponta.

PETTER BROCKER
o Circunferenciais:
1. Simples:

Corpo e apoio estão próximos ao espaço protético. É o grampo mais


utilizado em próteses dentomucossuportadas. Indicações: molares e
pré-molares, caninos sem limitações estéticas.

2. Reverso

Corpo e apoio distantes do espaço protético. Braço de oposição e


retenção voltados para espaço protético. Mais estético. Indicações:
molares superiores e inferiores posteriores ao espaço protético com
inclinação mesial.

3. Gêmeo
Junção de 2 grampos simples, unidos pelo apoio ou pelo braço de
oposição. Indicações: Molares e pré-molares em classes II e III sem
modificações e classe IV de Kennedy.
4. Anel
Possui dois conectores menores e dois apoios oclusais interligados por
um braço de oposição. Proporciona estabilidade ao dente. Exige
preparo de dois nichos oclusais. Indicações: Pré-molares e molares
isolados entre 2 espaços protéticos. Molares posteriores ao espaço
protético, com inclinação mesiovestibular para os superiores e
mesiolingual para os inferiores.
5. Contínuo de Kennedy

Retenção feita por grampos de ação de ponta nos caninos, que se unem
a uma barra lingual dentária anterior continua ou barra lingual dupla.
Elemento de estabilização para extremidades livres Localiza- se
preferencialmente sobre os cíngulos das faces linguais dos dentes
anteriores. Indicação: Classe I, canino a canino.

o Ação de Ponta:
1. Grampo T
É o grampo mais indicado dos grampos de ação de ponta. Bastante
flexível. Facilidade de obtenção de retenção. Indicações: Incisivos,
caninos e pré-molares.
2. Grampo L
Grampo mais flexível da categoria. Retenção boa mas menor que o
grampo em T. Indicações: Pré-molares e molares, caninos inferiores em
classes I e II.
3. Grampo I
Mais estético dos retentores, pouco flexível, com grande capacidade de
retenção. Indicações: Caninos e pré-molares superiores quando possui
dente posteriores, Contraindicado nos casos de espaços livres (Classe I)
4. Grampo PPI
Apoio na mesial com conector menor, placa proximal distal e grampo
em I na face vestibular. Indicações: Dentes contíguos ao espaço
protético em casos de extremidade livres uni ou bilateral.

PETTER BROCKER
 Conectores
o Conector Maior: Elementos que unem os elementos localizados de um lado ao
outro na PPR.
1. Barra palatina simples: É uma barra única, que une os componentes da
PPR de um lado a outro da hemi-arcada. Pode ser localizado na região
anterior, sobre as rugosidades palatinas (barra palatina anterior). Após
as rugosidades palatinas (barra palatina média). Na região posterior dos
palatos duro e mole (barra palatina posterior) Indicação: Classes: I, II, III
e IV de Kennedy. A barra palatina anterior pode oferecer incomodo ao
paciente por compressão do forame incisivo.
2. Barra palatina dupla: Essa barra possui duas secções: uma anterior e
outra posterior. Indicação: Quando o espaço protético entre os dentes
anteriores e posteriores é amplo. No preparo de dentes muito
separados entre si.
3. Barra palatina em U: É uma barra que possui formato final de U, pra
liberar o tórus palatino. Indicações: ausência de dentes anteriores.
Presença de tórus palatino Profundidade muito acentuada do palato.
4. Barra Palatina Total: barra que recobre totalmente o palato duro por
meio de um chapeado metálico, associado ou não a resina. Indicação:
em função de uma equilibrada distribuição de cargas, é indicada para
espaços edentulos amplos, em geral com grandes perdas de dentes
anteriores. Dentes com suporte ósseo reduzido
5. Barra lingual: barra mais utilizada. Situa-se 3 a 4 mm do assoalho da
boca e da gengiva marginal livre. Indicação: Indicada em todas as
situações e que há espaço suficiente. Deve ser evitada no caso onde
existe tórus lingual, pra que não ocorra compressão.
6. Barra lingual dupla: é a barra composta pela barra lingual e pelo
grampo contínuo de Kennedy. Indicação: Quando existe apenas dentes
anteriores (Classe I) ou quando o rebordo é muito absorvido ou
descendentes distais.
7. Placa Dentária: Barra total em forma de chapeado, sendo formada pela
união da parte superior da barra lingual com o grampo continuo de
Kennedy. Indicação: Indicação: Muito utilizada quando não existe
espaço para a barra lingual. Quando tem tórus lingual e freio lingual
alto.

o Conector Menor: Realizam a união dos grampos a sela ou conector maior.

 Sela: É a parte da prótese que serve como base para montagem dos dentes, que possui
função de transferência de forças mastigatórias ao rebordo residual.
o Sela metálica: Recebem apenas dentes artificiais, sem gengiva, indicado para
reposição de espaços pequenos e intercalar.
o Sela metaloplástica: Recebem dentes e gengiva artificial, indicado para
reposição de espaços protéticos médios e intercalar
o Sela plástica: Casos de extremos livres e espaços protéticos extensos, mais
utilizada por permitir melhor adaptação, transmissão de cargas a mucosa e
permite reembasamento futuro.

PETTER BROCKER
 Dentes Artificiais: Elementos artificiais que tem o papel de reestabelecer a estética e
função dos dentes perdidos. Geralmente de resina acrílica.

Delineador

Utilizado para planejamento de PPR. Seu uso determina o paralelismo relativo entre 2
ou mais superfícies dentais.

Funções:

1. Determinar o eixo de inserção


2. Determinar faces paralelas ao eixo de inserção
3. Preparar no modelo de estudo os desgastes necessários, afim de eliminar
interferências, assim como auxiliar na redução dos contornos dentais
excessivos.
4. Localizar e medir as zonas dentais utilizadas para retenção da prótese
5. Auxiliar no melhor posicionamento dos grampos de retenção.

Determinação do eixo de inserção

Método de Roach

 Plano perpendicular a trajetória de inserção


 3 pontos no arco dentário irão formar um triangulo equilátero. Os três pontos devem
ser localizados nos seguintes pontos:
o Arco dental superior: fossetas do primeiros molares direitos e esquerdos, entre
os incisivos centrais na região palatina, onde os incisivos inferior fazem contato
o Arco dental inferior: fossetas dos primeiros molares esquerdos e direitos, e na
superfície incisal dos incisivos centrais
o Posteriormente, com o modelo estabilizado em paralelo ao plano oclusal,
realiza-se o traçado do equador protético de cada dente.

Método de Applegate

Nesse método, o eixo de inserção mais conveniente é investigado por tentativas, levando em
consideração a estética e a presença de retenções em áreas de tecido mole ou duro.

PETTER BROCKER
Desenho da PPR

Essa é uma etapa fundamental no planejamento da prótese parcial removível, pois, por meio do
desenho da futura prótese, será possível identificarmos as áreas que devem ser preparadas para
a confecção da armação metálica fundida.

Passo a Passo

1. Definição de Retentores Diretos


2. Definição de Retentores Indiretos
3. Definição dos Nichos oclusais e de cíngulo
4. Desenhos dos grampos de retenção e oposição
5. Definição de largura do conector maior
6. Definição de largura do conector menor
7. Desenho das selas

Planejamento da PPR

 Planos Guias: Áreas preparadas verticalmente paralelas, com objetivo de


reduzir retenção na hora da inserção e remoção da PPR
 Equalizações: Áreas preparadas para remoção de retenções que impossibilitam
a confecção dos grampos
 Nichos: Áreas de apoio, localizadas nas áreas oclusais e cíngulos.

Passo a passo confecção

1. Anamnese
2. Exame clinico e radiográfico
3. Adequação de clínica geral
4. Moldagem de estudo
5. Desenhos de planejamento no modelo (Delineador)
6. Remoção de Retenções e equalizações
7. Preparo dos nichos
8. Moldagem de trabalho (Novo modelo de estudos)
9. Confecção de moldeira individual (Alívio com cera nas áreas retentivas)
10. Moldagem com Silicone de condensação
11. Envia para o laboratório construir a armação metálica
12. Teste armação em boca
13. Moldagem funcional com a armação (Ou prova dos rodetes de cera)
14. Escolhe cor dos dentes
15. Envia para montagem de dentes em cera
16. Prova dos dentes em boca
17. Acrilização Laboratório
18. Instalação, Ajustes e Recomendações

PETTER BROCKER
Princípios Biomecânicos

1. Retenção: É a resistência às forças que atuam sobre uma Prótese no sentido


cérvico-oclusal, durante a mastigação de alimentos pegajosos.

2. Estabilidade: É a resistência às forças que atuam sobre uma prótese no plano


horizontal, decorrentes de contatos oclusais em planos inclinados. (Porção
rígida dos grampos e apoios)
 Número de dentes remanescentes
 Distribuição
 Mobilidade
 Quantidade de rebordo
 Tipo de rebordo
 Grau de resiliência da mucosa
 Sela x Musculatura
 Relação Interoclusal

3. Suporte
É a resistência às forças que atuam sobre uma prótese no sentido ocluso-
cervical, durante a mastigação de alimentos duros. (Impede o movimento de
intrusão – Apoios, Encaixes, Sela e Conectores Maiores Maxila).

PETTER BROCKER

Você também pode gostar