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TAÍS ALBANO

PRÓTESE FIXA
Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV

Prótese fixa são restaurações unitárias ou pontes fixas destinas a substituir anatômica, estética e
funcionalmente a estrutura ou os dentes ausentes com proteção das partes remanescentes e relacionadas. Tem
como objetivo reestabelecer a função e a estética.

COMO SABER SE O CASO SERÁ ENCAMINHADO PARA DENTÍSTICA OU PRÓTESE:

➢ Em dentes anteriores, quando o defeito incluir de terço médio a terço cervical, é indicado fazer uma
prótese – colocação de coroa;
➢ Em dentes anteriores, quando o defeito ocorrer apenas no terço médio, é indicado fazer um tratamento
de dentística;
➢ Em dentes posteriores, quando a destruição englobar dois terços da distância vestíbulo-palatal (lingual),
é indicada a colocação de uma prótese.

• Finalidade terapêutica: ocorre quando é necessário fazer um procedimento para reestabelecer a função
do dente. Feito por “obrigação”.
• Finalidade protética: quando o paciente procura o atendimento por estética. Prepara os dentes ao lado
para colocar a ponte fixa.

CONSTITUINTES DA PRÓTESE FIXA

➢ Pilar: dente que sustenta a prótese/dente preparado;


➢ Espaço protético: é o espaço ou vão resultante da perda do dente – onde será colocado o dente artificial;
➢ Conectores: correspondem às uniões soldadas, ou seja, às partes que unem o pôntico aos retentores;
➢ Pôntico: substitui anatômica, estética e funcionalmente o dente perdido. Apresenta uma ligeira
modificação em relação ao rebordo alveolar para facilitar a higienização;
➢ Retentor: é o elemento que será encaixado sobre o pilar, responsável pela retenção da ponte nos
elementos de suporte;
➢ Coping: é a infraestrutura metálica de uma da prótese fixa. Sobre ele, será colocada a porcelana.

As próteses fixas estão divididas em dois grupos: próteses unitárias, que são destinadas a substituir parte
das estruturas dentárias perdidas ou apenas a coroa. São os diversos tipos de coroas. Já as próteses/pontes fixas
substituem anatômica e funcionalmente os dentes ausentes, presas nos dentes vizinhos no espaço protético.
Uma ponte fixa convencional é constituída dos seguintes elementos:

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➢ ELEMENTOS DE SUPORTE PRINCIPAL: dentes que suportam a ponte e que ficam em suas extremidades.
Ex.: ponte com 3 elementos – os dois elementos da extremidade são os de suporte principal.
➢ ELEMENTOS DE SUPORTE SECUNDÁRIOS: são os dentes ou raízes que ocupam as posições intermediárias
entre os elementos de suporte principais. A raiz é um elemento intermediário.

CLASSIFICAÇÃO

SEGUNDO O NÚMERO DE RETENTORES:

➢ Simples: quando possuem dois retentores nas extremidades da ponte – 3 elementos;


➢ Compostas: quando tem, além dos retentores nas extremidades, um ou mais retentores intermediários;
➢ Com extensão ou cantiléver: quando tem uma extremidade apoiada em um ou mais suportes e outra
livre. Também chamada de ponte com extremidade livre ou em balanço/suspensa. Ex.: em vez de
preparar 2º PMS e 2º MS para colocar uma prótese no 1ºMS, faz-se preparo do 1º e 2º PMS. Em 99%
dos casos de prótese do tipo cantiléver, a proporção sempre será de dois pilares para uma ponte.
Quando existir a ausência de um lateral, pode fazer o pilar apenas no canino (proporção 1/1).

SEGUNDO O SISTEMA DE CONEXÃO:

➢ Rígidas: quando o pôntico é soldado rigidamente nos retentores. Será feita na clínica da Unifenas.
➢ Semirrígidas: quando uma das conexões é rígida e a outra é articulada, como, por exemplo, um
“attachment”. Isso alivia a transmissão das forças mastigatórias no dente com encaixe, tornando-o
independente durante o ato mastigatório. É usado quando o referido dente possui estrutura de suporte
ósseo deficiente. Não é realizada pelos alunos na clínica. Possui um sistema de encaixe.

PPF (PRÓTESES PARCIAIS FIXAS)

TIPOS DE PRÓTESES

➢ Com preparos parciais: sobre eles, deverão ser fabricados próteses do tipo 4/5 (devem estar situadas
na região de dentes posteriores – quer dizer que das cinco faces do dente, quatro serão preparadas; são
próteses mais antigas e que, antes, eram fabricadas totalmente em metal), ¾ (devem estar situadas na
região de dentes anteriores – das quatro faces do dente, três serão preparadas – está em desuso) e
M.O.D. (inlay, onlay e overlay). Podem ser feitas em metal, cerâmica (porcelana) ou cerômero. Nesses
preparos, a coroa não é completamente desgastada: sempre sobra alguma face sadia.
➢ Com preparos totais: aqui, todas as faces serão preparadas. Podem ser feitas em metal (usada mais para
dentes posteriores graças à estética), metalo-plástica, metalo-cerâmica, metalo-cerômero, cerâmica e
cerômero.

PREPAROS PARCIAIS

➢ Preparo tipo Inlay ou M.O.D.: está, obrigatoriamente, localizado no centro do dente.

Paredes para prótese divergem, diferentemente para o amálgama (devem convergir)


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➢ Preparo tipo Onlay ou 4/5: não há envolvimento de todas as paredes no preparo. Pode ser construída
em metal ou em material estético.

➢ Preparo tipo Overlay: sobra remanescente de estrutura sadia, porém, há desgaste em todas as
cúspides.

PREPAROS TOTAIS

Há o envolvimento de todas as cúspides até a margem gengival ou subgengival.

COROA TOTAL METALOPLÁSTICA (COROA VENEER)

Apresenta metal + resina (geralmente aplicada na vestibular por estética).

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COROA TOTAL METALOCERÂMICA

Apresenta metal + cerâmica. Podem apresentar um prolongamento chamado de batoque, que é usado
para prender com a pinça hemostática durante a colocação da cerâmica, já que esse material não pode ser
tocado durante o processo de montagem do dente. Na última queima, esse material é cortado e apenas a sua
ponta ficará visível.

PRÓTESE FIXA (METAL FREE)

IMPLANTE UNITÁRIO

Na maioria das vezes, após a colocação da raiz artificial (implante), é colocada uma coroa metalo-cerâmica.
Não existe nenhum procedimento implantodôntico que não será finalizado com a prótese.

VANTAGENS DAS PONTES FIXAS

➢ Não apresentam aumento de volume coronário, facilitando a adaptação por parte do paciente;
➢ Transmitem aos dentes de suporte forças funcionais que estimulam favoravelmente o periodonto de
suporte;
➢ Não há deslocamento durante o ato mastigatório.

DESVANTAGENS

➢ Desgaste acentuado dos dentes suportes;


➢ Elevado custo entre material empregado e trabalho artesanal;
➢ Técnica de execução delicada;
➢ Higienização mais trabalhosa, feita a partir do uso de fios com passa fio, que será introduzido na região
das ameias, realizando a limpeza. Escovas unitufos também podem ser utilizadas.

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PREPAROS DENTAIS

É um processo de desgaste seletivo de estrutura dental em quantidade e áreas pré-determinadas, dentro


de uma sequência de passos ordenados, empregando instrumentais selecionados e específicos, com a finalidade
de criar espaço para uma prótese individual ou para um retentor de prótese fixa ou removível. Para cada tipo
de coroa, muda-se o tamanho do desgaste.

PACIENTES SUSCEPTÍVEIS À PERIODONTIA:

Nos dentes posteriores, o término cervical (ponto de união da coroa com o remanescente dentário) deve
ser supragengival, com 2mm aquém da margem gengival. Já nos dentes anteriores, o término cervical deve ficar
subgengival pela estética, cumprindo os requisitos para proteção do periodonto.

TRÍADE PARA AVALIAR UMA BOA COROA:

➢ Saúde periodontal e pulpar;


➢ Longevidade;
➢ Satisfação do paciente.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UM PREPARO:

➢ Máxima preservação da estrutura dentária;


➢ Retenção e estabilidade;
➢ Rigidez;
➢ Selamento marginal adequado – liso, uniforme e visível.

REQUISITOS MECÂNICOS:

➢ Forças: é necessário que a prótese resista às forças durante o cumprimento de sua função. O preparo
deve ser convergente no sentido cérvico-oclusal/incisal. Essa primeira inclinação que se localiza entre o
terço cervical e o terço médio deve ser em torno de dois a cinco graus. Já a segunda inclinação, que vai
do terço médio até a oclusal/incisal, pode ser de cinco a dez graus.

Caso o dente esteja inclinado, deve-se avisar o paciente que é possível gerar uma exposição pulpar durante o preparo.

O que faz o dente ficar seguro sobre o preparo é essa angulação do terço médio para a cervical. A
retenção friccional é o contato que é dado entre as paredes internas da coroa contra as paredes externas do
preparo, localizado entre terço médio à cervical.

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Ao preparar um dente isolado, deve-se seguir todas as necessidades mecânicas para impedir o
deslocamento e/ou a deformação individual somente. Porém, frente às PPF’s (com dois dentes ou mais), é
necessário prestar mais atenção ainda, pois as pressões de movimento são distribuídas uniformemente sobre o
conjunto, além de serem mantidas as características de direção e amplitude de movimento de cada dente
suporte de acordo com sua localização no arco dental. Portanto, as forças que as PPF’s precisam resistir é muito
maior do que as próteses unitárias.

➢ Retenção: é a qualidade de um preparo em impedir o deslocamento da prótese no sentido contrário à


sua via de inserção. É a resistência à força de tração exercida pelos alimentos mais pegajosos. Sempre
acontece no sentido vertical. É determinada por duas superfícies opostas e depende do grau de
paralelismo, da área da superfície preparada e da obtenção de uma única via de inserção. Portanto,
quanto maior o paralelismo e a intimidade de contato entre o preparo e a coroa, maior será a sua
retenção. Fatores determinantes:
o Área preparada: um dente maior sempre terá uma melhor retenção;
o Altura das coroas clínicas: quanto menor a coroa, mais difícil a retenção;
o Paralelismo: quanto mais curta a coroa, mais paralelas deverão ficar as paredes;
o Sulcos, caixas e orifícios: são chamadas de retenções adicionais. Orifícios podem ser feitos a
partir da perfuração com a broca 1014 ou com outra broca esférica no centro do preparo. É
possível, também, fazer caixas com as brocas troncocônicas nas laterais das paredes e essa
canaleta acompanhará o longo eixo do dente no sentido ocluso-cervical, criando os chamados
sulcos ou canaletas, que melhoram a retenção da coroa. São usadas frente a preparos curtos.
Também pode ser feito um aumento de coroa clínica, porém, esse procedimento é bem mais
traumático.
o Única via de inserção.

PREPARO CURTO

Toda vez que for medida a distância entre a parede palatina e a parede vestibular e essa distância for
mais curta do que a distância cérvico-olcusal/incisal, esse preparo é de tamanho normal. Porém, se a distância
vestíbulo-palatal ou mésio-distal for maior do que a distância cérvico-oclusal/incisal, o preparo apresenta
tamanho curto, sendo necessário lançar mão das retenções adicionais para melhorar o fator de retenção.

➢ Estabilidade: é dada a partir da possibilidade de manter a coroa na boca após a realização de


movimentos horizontais. Qualidade do preparo em evitar o deslocamento da prótese frente às forças
oblíquas desenvolvidas durante a função. A área que impede a rotação da peça contra forças oblíquas
é denominada como “zona Z”, que é dada pela configuração inadequada entre o ângulo da parede
oclusal e a parede axial do preparo. A estabilidade é dependente da retenção e vice versa.

Ao perder esse ângulo, é necessário fazer um núcleo metálico fundido que reestabeleça essa angulação.
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➢ Rigidez: a prótese deve conter uma espessura mínima de material, suficiente par que não haja deflexão
(entortamento). Especial atenção deve ser dada às cúspides de contenção cêntrica (VIPS), onde há maior
concentração de esforços.

➢ Selamento marginal ou término cervical: como os cimentos apresentam solubilidade, o selamento


marginal deve ser correto, com linha de cimento reduzida. Quanto menor a linha de cimento, maiores
as expectativas de longevidade da prótese. Quanto maior a linha de cimento, maior a desadaptação da
peça. Essa linha de cimento depende diretamente da configuração do término cervical. É o ponto de
união entre a coroa e o remanescente de dente.

REQUISITOS BIOLÓGICOS:

➢ Pulpares: diretamente relacionado com a preservação da estrutura dentária. Dentes endodonticamente


tratados são mais friáveis (perda da unidade dentinária), aumentando o risco de fraturas. Recomenda-
se a instalação de um pino/núcleo metálico fundido para reforçar o dente, para que o dente não se
frature futuramente. O dente preparado deve ser, sempre, uma miniatura do original (a morfologia da
polpa acompanha os contornos coronários externos).

➢ Periodontais: manter o espaço biológico (0,5mm dentro do sulco), polir bem a coroa, espessura do
desgaste que permita o estabelecimento de contornos adequados à restauração, resistência para
suportar cargas oclusais sem deformar, localização que permita higienização, etc. Caso a redução
tecidual seja insuficiente, a peça fica com sobrecontorno. Entretanto, se a redução tecidual for
exagerada, causará problemas pulpares e invasão da área de furca.

TÉRMINOS CERVICAIS

TIPOS DE TÉRMINO CERVICAL:

➢ Ombro ou degrau: tem como características uma parede axial em noventa graus com a parede cervical,
assim como representado no desenho. O azul é a coroa e o verde é o dente. Deve ser usado no grupo
das cerâmicas feldispáticas (as primeiras fabricadas). Indicado para uso de jaqueta. Tem como
desvantagem o difícil escoamento do cimento. As porcelanas de vidro fundido utilizam término em
chanfrado amplo. Determina uma espessura maior, mais larga, aumentando a resistência desse material
que é muito frágil.

Verde (dente)
Azul (coroa)

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➢ Ombro ou degrau biselado: parede axial em noventa graus com a parede cervical, e nessa parede
cervical deve ser feito o biselamento da aresta do ângulo cavo-superficial. “Quebra” a aresta do ângulo
cavo-superficial. Indicado para coroas tipo MOD, face V de coroas metalo-cerâmicas com ligas áureas
(foi usado ouro para fazer o coping). Esse degrau é indicado para aumentar a espessura da liga áurea e
impedir que ela amoleça e perca a forma ao entrar em contato com a cerâmica altamente aquecida.
Tem como desvantagem um acentuado desgaste do dente e bisel com inclinação mínima de 45°.

➢ Chanfrado: tipo de término mais utilizado, pois os materiais mais modernos permitem esse tipo de
término. Junção entre a parede axial e gengival feita por um segmento de círculo (suficiente para
acomodar metal + faceta). Apresenta uma espessura que permite acomodar os materiais metalo-x.
Indicado para CMC (coroas metalo-cerâmicas com ligas básicas – microcromo), CMC plástica e coroas
MOD com proteção de cúspides. Sua desvantagem é inexistente, pois permite espessura adequada,
apresentando fácil adaptação e escoamento do cimento.

➢ Chanferete: junção entre parede axial e gengival feito por um segmento de círculo (metade do
chanfrado) para acomodar só o metal. Indicado para CTM (coroa total metálica), face L de CMC (coroa
metalo-cerâmica – apenas alguns casos em que o término está supra por palatina em que nada
aparecerá) e coroas parciais. Sua desvantagem é estética por suportar apenas materiais metálicos.

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➢ Término em “zero”: pouquíssimo utilizado. Muito apreciado pelos periodontistas. Não deixa linha
marginal nítida. É indicado para qualquer tipo de coroa. Suas desvantagens são: espaço inadequado para
metal + faceta, gerando sobrecontorno; na cimentação, promove exposição do cimento e da dentina
preparada não recoberta. É de difícil moldagem e visualização.

LOCALIZAÇÃO DO TÉRMINO CERVICAL:

➢ Subgengival: é a mais utilizada.


➢ Supragengival: muito utilizada na região palatina. Toda coroa protética deve terminar em material
remanescente sadio – não pode ficar por cima de material restaurador.
➢ Nível da margem gengival: lentes de contato são feitas dessa maneira.

FINALIDADES DO TÉRMINO:

➢ Preservar a saúde e integridade do periodonto;


➢ Facilitar a moldagem;
➢ Permitir adaptação;
➢ Propiciar estética;
➢ Permitir higienização.

CUIDADOS DURANTE O PREPARO:

➢ Profundidade do preparo (sempre 0,5mm);


➢ Extensão do preparo;
➢ Pressão de broca não exagerada para não agredir tecido periodontal.
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CONDIÇÕES DO DENTE PARA O PREPARO:

Quanto ao dente “ideal” para o preparo: dente hígido X dente restaurado – verificar se debaixo da
restauração há cárie; se não houver, deve-se considerar como uma estrutura dentária sadia, mesmo com a
restauração. Entretanto, caso haja uma cárie pequena e fique uma cavidade após o preparo, pode-se colocar
material restaurador (ionômero de vidro na parede axial é o material mais indicado por apresentar uma boa
adesão e biocompatibilidade).

Quanto à idade do dente: dente adulto X dente jovem – dentes de pacientes de até 18 anos não devem ser
preparados, pois é necessário esperar o fechamento apical da raiz. Caso seja necessário, coloca-se uma coroa
provisória até o fechamento total do ápice, para que, após o fechamento, seja feito o procedimento definitivo
da coroa. Dente jovem – polpa com maior volume, ou seja, está mais próxima do esmalte, então, é necessário
tomar cuidado para não agredir a polpa e causar exposição pulpar.

Quanto às condições do paralelismo: dente inclinado – o ideal é que o paciente consulte um ortodontista
para posicionar corretamente os seus dentes antes de consultar um protesista. Outra saída é: caso a inclinação
não seja acentuada, pode-se fazer um preparo de tal maneira que, ao desgastar o dente, ele fique paralelo ao
dente adjacente, gerando um equilíbrio. Caso aconteça exposição pulpar, é necessário fazer um tratamento
endodôntico com finalidade protética. Nessas condições, é preciso conversar com o paciente antes para explicar
os riscos corridos ao fazer esse tipo de procedimento.

FATORES QUE INFLUENCIAM O PREPARO:

➢ Comprimento de coroa clínica: utilização de canaletas de retenção.


➢ Posição do dente no arco: vestibularizado, lingualizado, extrusão e giroversão

MARGEM DA RESTAURAÇÃO – REQUISITOS BÁSICOS

➢ Resistência para suportar os esforços mastigatórios;


➢ Bem ajustada (sem sub ou sobrecontorno);
➢ Posicionada onde o paciente consiga higienizar corretamente.

PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR

Caso for trabalhar com um dente que não foi tratado endodonticamente, é necessário criar métodos para
protegê-lo. Alguns procedimentos comumente usados na prática odontológica comprometem a saúde do dente
mais do que os processos patológicos que eles tentam corrigir. Por isso, é preciso conhecer maneiras de proteger
o complexo dentinho-pulpar, como:

➢ Brocas: não é recomendado utilizar brocas antigas;


➢ Refrigeração: é necessário sempre utilizar a refrigeração para evitar o aumento da temperatura;
➢ Desgaste: sempre será feito no tamanho exato indicado;
➢ Limpeza: solução de Otosporin é recomendada para o momento da limpeza;
➢ Secagem: deve ser cuidadosa, visto que os prolongamentos de odontoblastos expostos podem ser
agredidos neste momento;
➢ Aplicação do agente protetor: utilização de soluções como Otosporin (anti-inflamatório) e/ou água de
cal antes de realizar a cimentação da coroa).

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PREPARO PROTÉTICO – TÉCNICA DA SILHUETA – SEQUÊNCIA LABORATORIAL

TÉCNICA DE PREPARO:

1) Sulco marginal cervical: para CMC (coroas metalo-cerâmicas), é necessário ter 1,5mm de redução
na parede vestibular, 1,5mm de redução na lingual e 2mm de redução na oclusal. É importante fazer
uma marcação na cervical numa região supragengival inicialmente, pois caso seja cometido algum
erro, é possível corrigir quando estiver na região subgengival. Esse sulco deverá ser feito nas faces
livres. Deve-se usar a broca 1014, penetrando metade do diâmetro da broca com inclinação de
quarenta e cinco graus, fazendo um semicírculo.

2) Sulcos de orientação – V: faz-se utilizando a broca 3216 ou 2215 Ogivais que têm 1,2mm de
diâmetro. Essa broca será penetrada completamente para gerar uma profundidade de 1,2mm, que
será aumentada para 1,5mm ao final do preparo quando for feito o acabamento. A broca será
posicionada em relação ao sulco marginal cervical, de terço médio para cervical (inclinação mais
reta) e de terço médio para oclusal (inclinação mais “tortinha”).

Essa etapa tem como função evitar desgastes desnecessários ou insuficientes (que geram risco à integridade pulpar) e ajuda a obter
espaço suficiente para a porção estética da peça. A quantidade de sulcos de orientação será dada de acordo com a necessidade do
profissional no momento de execução do procedimento.

➢ Sulcos de orientação – O: na oclusal, é necessário 2mm de redução. Por isso, é necessário entrar uma
broca e meia (coloca todo o diâmetro da broca dentro da coroa do dente e aprofunda um pouco mais).

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➢ Sulcos de orientação – L/P: a broca 2215 tem o mesmo diâmetro da 3216, porém, sua haste é menor,
tendo seu uso indicado para dentes posteriores

Primeira Inclinação

Segunda Inclinação

Feitos os sulcos de orientação, tem-se:

Assim, na face V ou P será desgastado o que sobrou no meio entre os sulcos, deixando toda a superfície
com a mesma profundidade, assim como na oclusal.

3) Desgastes proximais: serão feitos com a broca cônica longa 3203, também chamada de ponta de
lápis pois é fina, e atuará em um espaço crítico. Sempre que atuar nessa área, é necessário utilizar
uma fita matriz para proteger o dente vizinho. O movimento feito será pendular, trabalhando de
vestibular para lingual e aprofundando na região cervical. É necessário aplicar uma força no punho
em direção ao centro do dente que está sendo preparado, para não correr risco de perfurar a matriz
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e ferir o dente adjacente. Quanto mais espessa a broca, mais fácil de alisar a superfície. Quanto mais
fina a broca, maior a chance de promover irregularidades. Essa broca só é usada com o objetivo de
romper o contato com o dente vizinho.

4) União dos sulcos de orientação e preparo da face proximal: voltar com a broca 3216 ou 2215 para
fazer a união de terço médio para cervical e terço médio para incisal, acompanhando a inclinação
do dente. Nos dentes anteriores, por palatina existe o cíngulo e a concavidade palatina do dente,
então, nessa região é necessário utilizar a broca 3118 que tem forma de pera para ajudar no
esculpimento desse preparo.

Ao ir em direção à proximal, é necessário acompanhar a arquitetura da papila.

5) Preparo intra-sulcular: agora, com a broca 3216 – 2215 (fazem término em chaferete), leva-se o
preparo para a região intra-sulcular até término cervical (0,5mm). Para aumentar a espessura de
desgaste, usa-se a broca 4138 (faz término em chanfrado). O término cervical indicado para esse
tipo de coroa (metalo-cerâmica) é o chanfrado.

CARACTERÍSTICAS DE PREPARO CMC: término cervical em chanfrado em toda a sua extensão, reduzir
2mm na oclusal e 1,5mm nas faces livres, preparo com inclinação de 2 a 5 graus em terço cervical para terço
médio e de terço médio para oclusal/incisal a inclinação é de 5 a 10 graus.

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6) Acabamento: deve-se utilizar a broca 4138, e a metade de sua ponta promove um término
chanfrado. É necessário 1,5mm de desgaste para ter espaço 0,3mm pro Coping (parte metálica),
0,2mm de espaço para passar o Opaquer (substância que neutraliza a cor metálica) e 1mm para a
futura porcelana. Se reduzir menos, a coroa ficará mais espessa, deixando a forma do dente

7) Alisamento do término cervical: a broca 4138 pode ser usada em baixa rotação. Já a broca 284 é
usada em alta rotação com objetivo de promover alisamento.

A reabilitação deve ser feita sempre em MIH.


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NÚCLEO METÁLICO FUNDIDO

Os núcleos intrarradiculares, núcleos de preenchimento e os sobre núcleos são indicados para dentes
que se apresentam:

➢ Sem a coroa clínica;


➢ Coroa com certo grau de destruição;
➢ Um núcleo antigo mal posicionado que necessita de tratamento com prótese.

O QUE FAZER COM RAIZES OU REMANESCENTE DENTAL SE LOCALIZAM ABAIXO DA CRISTA ÓSSEA?

R: Deve-se fazer exame radiográfico. Caso a radiografia mostre uma fratura no limite ósseo, ainda é possível
fazer uma prótese. Porém, caso a fratura esteja localizada infra-ósseo, ou seja, mais pra baixo do osso, não é
possível fazer uma prótese, pois o térmico cervical deve ficar para fora do osso, no mínimo de 1,5 a 2mm distante
do mesmo. Pode-se fazer uma conquista de espaço com aumento de coroa clínica para dar continuidade ao
procedimento protético.

DENTE ASSINTOMÁTICO COM REMANESCENTE DE TETO PULPAR – O QUE FAZER?

R: Nesse caso, é possível fazer uma restauração resina composta, ionômero de vidro ou compômero.

CONSTITUIÇÃO DO NÚCLEO METÁLICO FUNDIDO

VANTAGENS:

➢ Remoção da coroa sem prejuízo da porção radicular: caso faça o núcleo primeiro e depois a coroa,
mesmo que a coroa apresente problemas, é possível aproveitar o núcleo e fazer a coroa. Antigamente,
havia uma técnica em que se fazia o núcleo junto à coroa.
➢ Facilidade de se conseguir paralelismo entre vários dentes suportes
Na hora momento da preparação do remanescente, é preciso que sobre ao menos 1mm de parede circundante – o preparo não
pode ser muito exagerado, largo e grande, para que a raiz não frature com facilidade.

Para que o núcleo funcione, pare e fique um bom tempo retido na boca, é preciso que haja uma retenção
adequada. Assim, é necessário que:

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➢ Comprimento: deve ser adequado;
➢ Inclinação: a inclinação das paredes do conduto esteja mais paralela o possível uma em relação à outra
– é aceito uma ligeira convergência natural das paredes que é suficiente para segurar o núcleo. Não é
permitido aumentar muito a convergência para apical, senão haverá perda em relação à retenção.
Fazendo a desobturação parcial do tratamento endodôntico e trabalhando um pouco com as paredes
circundantes internas, é possível proporcionar uma boa retenção.
➢ Diâmetro do pino: não pode ser muito fino, pois isso diminui o poder de retenção (menor área de
retenção). A ponta apical do pino não deve ter menor diâmetro que 1mm.
➢ Características superficiais: após o procedimento de fundição, o ideal é que o núcleo sofra um
condicionamento com óxido de alumínio para ficar mais áspero, para que possa parar.
Será
desobturado
É necessário desobturar dois terços do comprimento da
raiz. Toda a parte que está dentro da raiz é chamada de
braço de resistência e o que está para fora é chamado de
braço de alavanca, pois é a porção de fora que tentará
tirar o núcleo de posição durante os movimentos
fisiológicos. Por isso, essa região deve ocupar dois terços
do comprimento, com finalidade de reter o pino. Ao
mesmo tempo, é necessário que sobre de 3 a 5mm de
material obturador. Esse remanescente é chamado de
rolha apical, pois ele evita que haja processos infecciosos,
tanto de fora para dentro quanto de dentro para fora.

Rolha apical
Quando houver perda óssea acentuada, é necessário medir o comprimento da raiz que está envolvida
por osso, medindo da inserção no osso até o ápice e desobturar pelo menos metade da raiz que está envolta
por remanescente ósseo.

CASO CLÍNICO: paciente reclama que coroa está caindo com facilidade – ao instrumentar, vê-se que
menos da metade do braço de resistência está inserida no alvéolo (tamanho menor do que o indicado). Isso
significa que o preparo não ficou adequado.
O ideal é que, somado a coroa mais o núcleo, o comprimento não fique maior que o braço de resistência.
Aceita-se que eles fiquem do mesmo tamanho.

COMPRIMENTO DO PINO:

➢ O mínimo comprimento do pino deve ser igual ao comprimento da coroa;


➢ Deve ter dois terços do comprimento total do remanescente;
➢ O comprimento ideal do pino deve ser igual a três quartos do comprimento da raiz;
➢ Deve ter metade do comprimento da raiz (em casos de perda de inserção);
➢ Material obturador remanescente deve ter de três a cinco mm (depende do comprimento da raiz);
➢ O comprimento correto do pino é sinônimo de longevidade da prótese.

Ao realizar um trabalho em conjunto com um endodontista, é possível pedir a ele que, ao tratar o dente
endodonticamente, ele já faça o processo de desobturação dos dois terços da raiz. Os endodontistas costumam afirmar
que o pré requisito para ter sucesso em um tratamento protesista com tratamento endodôntico prévio é se fazer o

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núcleo metálico fundido ou procedimento definitivo o mais breve possível após a finalização da endodontia. Deve-se que
esperar, pelo menos, 24h após o término da endodontia para iniciar o tratamento protético. Ex.: ao fazer endodontia, já
cortar previamente 2/3 do material obturador para facilitar tratamento protético.

INCLINAÇÃO DAS PAREDES DO CONDUTO:

➢ Paredes paralelas proporcionam maior retenção do que as paredes inclinadas, porém, proporcionar essa
condição é difícil. Por isso, recomenda-se seguir a inclinação do conduto.
➢ Caso o canal ainda fique atrésico mesmo após o tratamento endodôntico, com a mesma broca que foi
feita a desobturação, pode-se forçar lateralmente e alargar o interior do conduto.

DIÂMETRO DO PINO:

➢ Deve-se preparar o canal com 1/3 do diâmetro do dente;


➢ Deve existir, pelo menos, 1mm de tecido radicular entre as paredes do canal preparado e a superfície
externa da raiz;
➢ Para que o metal apresente resistência satisfatória, ele deve ter, pelo menos, 1mm de diâmetro em sua
extremidade apical.
Em dentes tratados endodonticamente, é necessário avaliar se há bom selamento apical, ausência de sensibilidade à
pressão, ausência de exsudato inflamatório, ausência de fístula e ausência de processo inflamatório.

PREPARO DO CONDUTO – REMOÇÃO DO MATERIAL OBTURADOR

Para a realização desse procedimento, podem ser usadas brocas de Peeso, brocas de Gates-Glidden, brocas
de Batt e brocas de Largo. Nas na clínica da Unifenas, serão utilizadas brocas de Largo. As brocas de Gattes não
são indicadas, pois ao pressioná-las contra as paredes circundantes, promove-se irregularidades, dificultando o
processo de moldagem.

Os núcleos simples podem ser feitos em dentes unirradiculares ou multirradiculares com raízes paralelas.
Quando se tem dentes multirradiculares com raízes divergentes, faz-se o uso de núcleos divididos.

A confecção dos núcleos metálicos fundidos (NMF) pode se dar através da técnica direta e da técnica
indireta. Na técnica direta, subentende-se que a moldagem e o preparo do núcleo serão feitos diretamente na
boca. Já na técnica indireta, será usado um material de moldagem à base de elastômero. Após a obtenção do
molde, será feito o vazamento do gesso, e o protético fará a confecção do pino sobre o modelo de gesso. Até a
região de pré-molar, é possível fazer esse tipo de núcleo.

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TAÍS ALBANO

TÉCNICA DIRETA

Para fazer a desobturação, é necessário mensurar qual o comprimento dos dois terços do remanescente
radicular. Para isso, em primeiro lugar, mede-se o comprimento total da obturação e, posteriormente, divide o
resultado por três. Depois, esse resultado deverá ser multiplicado por dois; assim, você terá a medida dos dois
terços do remanescente radicular.

Esse é o comprimento que deverá ser desobturado para usar no núcleo, que funcionará como núcleo de
resistência. Ex.: caso o remanescente radicular tenha 21mm, divide por 3 = 7mm, 7mm x 2 = 14mm que serão
desobturados. Os 7mm é o que sobrarem representarão a região da rolha apical. Quanto maior o comprimento
que sobrar para a rolha apical, melhor.

Caso tenha desobturar 14mm, é indicado introduzir, primeiro, apenas 12mm da broca. Então, faz-se
radiografia de segurança para ver se será possível entrar mais 2mm com a broca, totalizando 14mm. Caso no
momento de entrar com a broca seja percebido uma resistência, faz-se uma nova radiografia para ver se não
está quase perfurando o ápice.

Caso o CD não tenha segurança em utilizar as brocas de Largo, pode-se utilizar os calcadores de Paiva pré-
aquecidos na lamparina para remover os cones de Guta Percha (a obturação). Se não for possível chegar no
comprimento total (2/3 da obturação) utilizando os calcadores, finaliza-se com as brocas.

É necessário arquivar a primeira e a última radiografia – antes da desobturação

e após a finalização da desobturação para mostrar para o professor.

Feita a desobturação, é preciso moldar. Para isso, deve-se isolar o dente e fazer a lubrificação do conduto
com vaselina. Posteriormente, deve-se selecionar o bastão Pinget que será utilizado (existem diversas cores).
Assim, será despejada a resina dentro do conduto.

No início, a resina se apresentará bem brilhante. No momento em que ela começar a perder seu brilho,
deve-se começar a remover todo esse conjunto. Essa ação é feita neste momento visando a não adesão da resina
no interior do conduto. Mesmo vaselinando o interior do conduto, caso a resina polimerize, ela não sairá.

Deve-se selecionar um bastão que se aproxime o máximo possível do tamanho do preparo feito para que a resina o abrace e na
hora da remoção ela ocorra de forma uniforme.

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TAÍS ALBANO
Todo esse processo será feito, primeiramente, na região radicular. Após isso, deve-se fazer na região
coronária, dando a forma de um preparo dental de acordo com a coroa vendida para o paciente.

O acabamento pode ser realizado com brocas de alta ou baixa rotação. Esse acabamento também pode ser
feito com o dente posicionado na boca do paciente ou fora. Na Clínica da Unifenas, esse procedimento será feito
com fora da boca do paciente com a broca 717 (esse procedimento é mais prático).

Depois desses procedimentos, deve-se mandar todo o conjunto

para o protético para que ele possa fundir o pino na liga desejada.

Para dentes posteriores superiores, como molar superior que apresenta três raízes, a raiz de eleição para a
confecção do pino é a palatina, pois ela é, geralmente, a mais espessa e comprida. Essa raiz terá 2/3
desobturados, e uma outra raiz deverá ter 1mm desobturado para impedir que o núcleo gire em torno de seu
próprio eixo.

Para dentes inferiores, a raiz de eleição será a distal, visto que ela apresenta maior volume e maior
comprimento. Caso outra raiz seja maior e mais larga, escolhe-se essa raiz.

CONFECÇÃO DE NÚCLEOS RADICULARES – TÉCNICA INDIRETA

➢ Preparo da coroa remanescente com o intuito de remover cáries que possam existir;
➢ Remoção da parte do material obturador;
➢ Preparo do canal com brocas;
➢ Seleção do suporte intracanal;
➢ Moldagem com a técnica de eleição;
➢ Confecção laboratorial.

Os batões servem para adaptar o material de moldagem no interior do conduto contra as paredes para fazer
uma moldagem precisa do interior do conduto. Oferece uma réplica em modelo de gesso após o vazamento em
cima dessa peça confeccionada com o material pesado.

TÉCNICA DIRETA RAAQ

Núcleo dividio ou bipartido (raízes divergentes): indicados em situações que é necessário usar mais de uma
raiz por elas serem curtas e divergentes.

➢ Preparo do remanescente;
➢ Desobturação dos condutos;
➢ Preparo dos condutos;
➢ Prova dos pinos;
➢ Vedamento dos condutos paralelos – dente superior, deixa aberto conduto palatino que é o mais
divergente e veda os condutos MV e DV. Se for inferior, veda os mesiais e deixa o distal que é mais
amplo;
➢ Lubrificação;
➢ Preenchimento do conduto divergente – primeiro do maior;
➢ Colocação do pino no conduto divergente;
➢ Remoção do conjunto;
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TAÍS ALBANO
➢ Confecção de metade da porção coronária (sobre o conduto divergente)
➢ Confecção do encaixe;
➢ Acabamento;
➢ Lubrificação do dente e da outra metade previamente confeccionada;
➢ Preenchimento dos condutos paralelos;
➢ Colocação dos pinos;
➢ Remoção do conjunto;
➢ Confecção da outra metade da porção coronária (com encaixe na outra metade);
➢ Acabamento das duas partes e refinamento do término cervical.

Vedamento sempre fazer nos condutos paralelos. Fechar com um algodãozinho apenas para não entrar
resina.

A primeira peça confeccionada – encaixe de resina é chamada de fêmea, formato de cauda de andorinha
(inferiores, faz primeiro a distal, manda fundir e depois que volta do laboratório que confecciona a parte mesial).
Depois faz a parte macho para encaixar. Depois dos dois fundidos, faz-se a cimentação. Coroa provisória para
mandar para casa o paciente.

EXAME DO PACIENTE

1- Introdução;
2- Anamnese – Análise do paciente;
3- Exame extraoral;
4- Exame intraoral;
5- Exame radiográfico;
6- Modelos de estudo em ASA.

OCLUSÃO

No tratamento com PPF ou R. oral, é fundamental a realização de um exame oclusal apropriado para
definir a posição terapêutica para a confecção da PPF. Além disso, também ajuda a detectar a presença de
patologias musculares ou intra-articulares. A grande maioria das PPF devem ser feitas em MIH.

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TAÍS ALBANO
SITUAÇÕES DE CANTLEVER

PRIMEIRA LEI DE ROI DEVE SER APLICADA EM CASOS EM QUE HÁ REABSORÇÃO ÓSSEA, MAS NÃO TEM
MOBILIDADE, OU SEJA, É POSSÍVEL TRABALHAR NESSE DENTE DO PACIENTE. O dente tem um sentido mais
favorável de movimentação. Considera três planos básicos: posterior, lateral e frontal (dentes anteriores), lateral
apenas caninos etc.

POLÍGONO DE ROY

Indica a utilização de pilares situados nos diferentes planos do arco dental para compor a prótese em
questão e reduzir o efeito da mobilidade indesejada através da estabilização da prótese proporcionada por esta
união. A disposição dos dentes é mais importante do que a quantidade. Esse polígono tem como objetivo a
ferulização, ou seja, a neutralização das forças.

o Canino: modifica o sentido de movimentação vestíbulo-palatal. Paciente com grau de


reabsorção acentuada, é necessário englobar pelo menos dois planos (existe o plano posterior
– de primeiro pré a segundo molar, plano lateral – canino e lateral e frontal – centrais).

LEI DE ANTE

A soma das áreas peridentárias dos pilares deve ser maior ou igual à soma da área peridentáirias que
teriam os dentes ausentes. Aplicável em paciente normal com nível de inserção de 1 a 2mm.

Valores dos dentes superiores

Valores dos dentes inferiores

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➢ VALORES DETERMINADOS: ICI vale 1; ILI vale 2; LS vale 3; ICS vale 4; caninos valem 5; prés valem 4; 1º
e 2º M vale 6; 3º M vale 4.

LEI CANTILÉVER: Esta técnica pode ser feita para suprir a ausência de 1º pré molar (superior ou inferior) e
incisivo lateral (superior ou inferior) e consiste em fixar um pôntico somente por um lado: “Deixar em cantiléver”
significa deixar um pôntico em “balance”, “preso por um lado só”.
➢ O dente pilar neste caso deve estar em boas condições periodontais para suportar a carga que lhe
será aplicada;
➢ Durante a mastigação, os dentes em cantiléver não podem participar muito da oclusão para que não
haja rotação do dente pilar;
➢ Nunca se pode usar um dente cantiléver para distal.

Problemas periodontais devem sempre ser bem avaliados antes de fazer qualquer procedimento de
instalação de prótese fixa, visando melhor resultado e maior duração da peça. O envolvimento da furca é de
difícil tratamento, sendo, muitas vezes, mais recomendada a extração com colocação posterior de implante.

COROAS PROVISÓRIAS

Existem várias técnicas para fazer a confecção de coroas provisórias. Elas cumprem as funções protéticas
primárias e ajudam a promover a saúde. Os provisórios têm a capacidade de tirar dúvidas, além de servirem
como elemento de diagnóstico e também são um tratamento de higiene oral. Em longo período de uso, podem
apresentar fraturas, promover inflamação gengival e gerar cáries. Podem haver falhas de deslocamento,
desajustes ou fraturas marginais, contatos proximais inadequados e falta de estética.

Antes de cimentar um provisório, é bom passar água de cal ou verniz para fazer proteção pulpar. Além
disso, é conveniente fazer irrigação durante a polimerização. A adaptação marginal deve ser boa, para evitar a
ocorrência de infiltração.

PERFIL DE EMERGÊNCIA: maneira que o dente emerge no interior do sulco (geralmente, emerge de
maneira plana – não fazer volume aumentado, ou seja, sobrecontorno).

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TÉCNICAS DE CONFECÇÃO:

➢ Direta: moldagem prévia, faceta pré-fabricada, técnica da bolinha, técnica da casca de ovo e uso de
dentes de estoque. Provisório é feito diretamente na boca do paciente – paciente já sai com o provisório.
Tem como vantagens facilidade de fabricação, tempo clínico curto, facilidade de preparo e permitem
fácil modificação dos contornos, das formas e da cor. Desvantagens: alteração de cor a curto prazo, alta
porosidade, durabilidade limitada, passíveis de provocar reação pulpar pela exotermia da polimerização,
favorecem irritação gengival pela ação do monômero livre presente na autopolimerização e menor
resistência fixa.
➢ Indireta: prensados (com ou sem estrutura metálico). Deve moldar e mandar para o protético fazer, ou
seja, o provisório não fica pronto na mesma sessão, então, de qualquer forma, deve ser feito de forma
direta também, pois não pode mandar o paciente sem dente para casa. A durabilidade da técnica
indireta é maior. Tem como vantagens maior durabilidade, integridade marginal, maior resistência,
melhor estética, manutenção da saúde periodontal e tempo de ajuste clínico. Desvantagens: custo mais
alto, maior tempo de confecção, necessidade de uso prévio de provisórios pelas técnicas ou híbridas.

TÉCNICA DA FACETA PRÉ-FABRICADA

Usa plaquinha de dentes. Escolher dente que tem cor que mais aproxima da situação de necessidade.
Desgasta os dentes da plaquinha (dente de estoque) por palatina e coloca resina por palatina. Deve-se espatular
a resina acrílica na cor mais adequada e colocá-la por palatina. Durante toda a espatulação é preciso ir colocando
e tirando o dente de lugar, para que a resina não polimerize.

A região cervical deve estar lisa para não agredir o periodonto e para que esse periodonto acomode.
Isso vai favorecer o processo cicatricial e também vai dificultar a paralisação de sujidades de alimentos, ou seja,
facilita o processo de limpeza por parte do paciente. É necessário que as ameias fiquem meio abertas, não
podendo deixá-las apertadas nessas papilas, para que o paciente possa entrar com o passa-fio. Todos os
pacientes portadores de prótese fixa devem fazer ao menos uma higienização com esse fio ao dia. A questão
dessa ameia ficar aberta também é importante para a papila respirar.

Nas próteses fixas, mesmo na definitiva, o pôntico deve apresentar uma forma chamada de ponta de
bala. Não tem a palatina, não podendo ficar encaixado na gengiva, pois caso contrário o paciente não vai
conseguir higienizar e consequentemente vai inflamar.

TÉCNICA DA MOLDAGEM PRÉVIA 1. Moldagem prévia ao preparo

Como o próprio nome diz, é preciso fazer uma moldagem 2. Seleção de cor
prévia da situação, ou seja, do dente que vai fazer o preparo.
3. Confecção do preparo
Usada mais em dentes posteriores nos casos em que o dente não
sofreu preparo. 4. Preenchimento do molde com RAAQ fluída e sem bolhas

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RAAQ: resina acrílica ativada quimicamente. 9. Remoção do molde e anatomização da coroa provisória

5. Lubrificação do dente preparado 10. Reembasamento do término cervical

7. Inserção do molde à boca quando a resina estiver sem 11. Ajuste oclusal
brilho
12. Polimento
8. Remoção e inserção do molde na fase plástica da resina
13. Cimentação
(tira e coloca).

➢ Indicação: Provisórias imediatas;


➢ Vantagens: Confecção rápida e baixo custo;
➢ Material: Alginato, silicone.

Quando faz o molde, copia a forma do dente que seria substituído. Atenção: o molde não é vazado com
gesso. Por prudência, no momento de isolar o elemento preparado, é necessário passar vaselina nos elementos
adjacentes, principalmente se eles forem de resina acrílica, pois apresentam uma facilidade de união muito
grande e consequentemente é difícil de eliminar.

MATERIAIS DE MOLDAGEM

➢ Tempo de trabalho: é o tempo disponível para a manipulação do material, antes que este modifique
suas propriedades elásticas.
➢ Tempo de presa: é o tempo necessário para que se processem as reações químicas que modificam as
propriedades físicas dos materiais, suficiente para permitir a remoção do molde com distorções
mínimas.

MATERIAIS HIDRÓFILOS: poliéter, alginatos, silicona de adição;

MATERIAIS HIDRÓFOBOS: polissulfetos, mercatanas e silicona de compensação.


DO MELHOR PARA O MENOS PIOR: ADIÇÃO, POLIÉTER, MERCATANAS E CONDENSAÇÃO.

AFASTAMENTO GENGIVAL: é necessário fazer a exposição do término cervical para fazer uma cópia
fidedigna, pois os materiais elásticos não conseguem afastar a gengiva. As fibras gengivais ao redor do dente,
uma vez afastadas, voltam à sua posição normal. O afasto horizontal deve gerar volume suficiente para o
material de moldagem. Já o afastamento vertical dos tecidos deve expor as margens. O afastamento deve
eliminar toda hemorragia, e os tecidos duros e moles devem estar secos e limpos no momento da moldagem.

➢ Para fazer o afastamento gengival, é melhor usar o fio ou casquete? R: O casquete copia melhor o
término cervical.

SILICONA DE CONDENSAÇÃO

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Pode-se resfriar a placa de vidro para aumentar o tempo de polimerização.

➢ Levar uma pequena porção sobre os dentes. ➢ Nunca vazar o molde com excesso de água.
➢ Vazar preferencialmente 10 a 20min após e ➢ Dosificar água/pó adequadamente (gesso).
não mais que 30min de moldar. ➢ Dosificar adequadamente as pastas.

POLIÉTER

Por ser um material hidrofílico, ele vai ter uma capacidade de cópia melhor.

➢ Duas pastas (Base e catalisadora);


➢ Adesivo;
➢ Propriedades elásticas;
➢ Tempo de polimerização: esperar 8 minutos na boca quando estiver usando o casquete.
➢ Excelente estabilidade dimensional: Vazamento tardio (7dias) e 2o vazamento.
➢ Hidrofílico;
➢ Marcas comerciais: Impregum, Polygel e Permadine.

Utiliza-se uma pasta base e uma pasta catalisadora, necessário colocar comprimentos iguais, espatular até
tornar essa mistura homogênea, para ficar apto para realizar a moldagem.

TEMPO DE TRABALHO

MERCAPTANA POLIÉTER
Mistura 1,0 min Mistura 45 s
Trabalho 2,0 min Trabalho 2,5 min
Presa 6,0 min Presa 3,0 mim
Total 9,0 min Total 6,0 min

Nessa tabela, a mercaptana está presente, pois na literatura ela é sinônimo de material de moldagem para ser
utilizado com casquete. Porém, o poliéter também pode ser utilizado. Padrão: qualquer casquete que o profissional deixar
na boca, independente de utilizar o poliéter ou a mercaptana, o padrão será de 8min. Portanto, o tempo de permanência
na boca, com qualquer um desses dois materiais, deve ser de 8 minutos. No interior do casquete só são permitidos três
materiais, sendo eles: poliéter, mercaptana e silicona de adição.

POLIETER(IMPREGUM) ⤷ Antigamente, o poliéter era o material de eleição em casos


Em quais situações usar? de moldagem para implantes. Hoje em dia, sabe-se que na
implantodontia qualquer material de moldagem tem
1 Em Prótese fixa
desempenho bom.
- Modelo para trabalho no interior dos casquetes.
- Modelo de trabalho
- Com moldeira dupla face para onlay, inlay.
3 Em Prótese total
⤷ Moldeira parcial, ao final saia o molde da arcada superior
- Moldagem corretiva na moldeira individual.
e da arcada inferior.

2 Em Prótese sobre implantes

DICAS PARA OBTER UMA BOA MOLDAGEM COM POLIÉTER

➢ Propriedades elásticas - Resfriar a placa de vidro: Ao fazer isto, terá o retardo do tempo de trabalho/
mais tempo para trabalhar.
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➢ Usar moldeira Individual, pois usando moldeira individual, a qualidade da moldagem será superior.
➢ Levar uma pequena porção sobre os dentes com seringa de moldagem;
➢ Usar o adesivo indicado: Se estiver usando a moldeira individual e se esta for em resina acrílica, há
necessidade de aplicação desse adesivo interno na moldeira, para que tenha uma boa aderência do
material de moldagem na base de resina.
➢ Nunca vazar o molde com excesso de água;
➢ Dosificar água/pó adequadamente (gesso);
➢ Dosificar adequadamente as pastas;
➢ Se armazenado na geladeira tirar 20min, antes de usar, pois é um material muito duro.
➢ Lembrando: os materiais hidrofílicos apresentam uma maior facilidade de vazar o molde, pois quando
colocar no gesso e na água essa mistura se comporta melhor.

POLISSULFETO (MERCAPTANA)

➢ Duas pastas (Base e catalisadora); ➢ Vazamento imediato (máx 1h) - Mas deve-se
➢ Adesivo; esperar pelo menos 15 minutos, para a
➢ Odor desagradável; recuperação da memória elástica;
➢ 3 consistências (Pesada, regular e leve); ➢ Memória elástica;
➢ Hidrófobo;

⤷ Na hora que estiver vazando o molde que foi obtido a partir de uma mercaptana, deve-se tomar mais cuidado
na hora de colocar no vibrador/de colocar o gesso, pois a probabilidade do aparecimento de bolhas será maior.

- Marcas comerciais: Coe-Flex, Perm-Lastic, Unilastic, Rubergel

EM QUAIS SITUAÇÕES USAR?


1- Moldagens de P.P.F Obs: não esquecer do adesivo, odor desagradável.

Técnica: ⤷ Passar o adesivo no interior do casquete na moldeira individual,


para que tenha uma boa aderência. Se esquecer do adesivo, o
Com uso de casquete. material de moldagem fica na boca, e o profissional tira somente
Com moldeira de estoque, ou moldeira individual. a moldeira.

2- Moldagem corretiva de PT (prótese total).

SILICONE DE ADIÇÃO

➢ Base + catalisador; ⤷ Frente a esse material, não pode manipular com luva de
➢ Adesivo opcional; latéx, pois inibe a polimerização do material.
➢ Propriedades físicas ótimas;
➢ Alto custo; ⤷ Somente frente ao silicone de adição, de condensação não
➢ Vazamento tardio e 2o vazamento: Assim como o precisa.
poliéter, pode vazar até 7 dias depois. E também pode - Marcas comerciais:
fazer um segundo vazamento.
➢ Hidrofílico; ⤷ Extrude, Express, Provil, Acquasil, Elite H-D, Panasil, President.
➢ Latéx altera a polimerização;

TEMPO DE TRABALHO

24º C MANIPULAÇÃO TRABALHO PRESA


densa 30 seg 1 min 2 min
Pesada 1 min 1,5 min 4 min
média 1 min 1,5 min 4 min
leve 1 min 1,5 min 4 min
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TÉCNICA DO REEMBASAMENTO OU DUPLA MOLDAGEM

Tanto o silicone de condensação, quanto o silicone de adição pode fazer técnica de dupla mistura ou
dupla mistura em tempo único. Técnica: espatular o material pesado primeiro, colocar na boca, esperar
polimerizar e tirar. Depois, coloca-se o material leve no segundo momento.

Dupla mistura em tempo único: espatular o material pesado e pedir para o auxiliar espatular o material
leve. O profissional carrega a moldeira com os dois materiais, e leva os dois ao mesmo tempo à boca.

➢ Moldagem inicial (pesada) + alívio (espaço para o material e eliminação das retenções) +
reembasamento (leve). Quando se faz dupla mistura, o alívio é feito com broca.

CASQUETE INDIVIDUAL

➢ Vantagens: afastamento gengival mecânico sem trauma aos tecidos (devido à pressão nas proximidades
dos tecidos, não gera trauma), bom para pacientes de risco, permite moldagens múltiplas, sem estresse,
bom para pacientes que têm pouca gengiva inserida, uso de pequena quantidade de material e permite
o diagnóstico do término cervical.

CONFECÇÃO DO CASQUETE PELA TÉCNICA INDIRETA

A técnica indireta produz o casquete através do modelo de gesso. Essa maneira é a mais utilizada. Quando
confecciona o casquete a partir das coroas provisórias, a técnica utilizada é a técnica direta.

Na técnica indireta, antes de mais nada, é preciso fazer a moldagem parcial, podendo utilizar mercaptana,
poliéter ou silicona de adição. Depois, faz-se o vazamento do gesso. É preciso delimitar o término cervical e
isolar com vaselina. Posteriormente, deve ser gotejada cera 7mm vermelha 1mm aquém do término cervical.
Depois, faz-se a adição da resina incolor por cima da cera, indo até o nível da margem cervical. Fazer acabamento
com broca depois da polimerização para dar acabamento. É preciso ir tirando o casquete do lugar para não
grudar. Quando a polimerização terminar, deve-se puxar todo o conjunto (cera + resina). Deve-se criar um
mecanismo de retenção acima do casquete para removê-lo bem com o material de moldagem.

Delimitação da margem cervical Adição da cera 7 1mm aquém Adição da resina até o término

Polimerização da resina acrílica Adição do mecanismo de retenção

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CONFECÇÃO DO CASQUETE PELA TÉCNICA DIRETA

Supondo que, por algum motivo, o profissional esqueça de moldar no primeiro atendimento, no próximo
atendimento, deve ser feita a remoção dos provisórios, adicionando alginato dentro dos mesmos. No pote
dappen, coloca-se o provisório de tal maneira que não dê bolha. Inclui-se o provisório, de maneira que o
provisório fique com o bordo incisal para cima. Após a geleificação, remove-se o provisório com a pinça clínica.
Feito isso, coloca-se resina incolor em todo esse espaço, o que gerará o casquete.

É necessário provar os casquetes na boca juntos, para verificar se o mecanismo de retenção não está
interferindo no dente vizinho. É prudente marcar o número do dente e onde está a vestibular. Na técnica
indireta, a cera tem como objetivo criar espaço para o material de moldagem.

REEMBASE COM DURALAY

Nas duas técnicas é preciso fazer o reembase com duralay, que é o ajuste cervical diretamente na boca.
Porém, na técnica indireta, o casquete apresentará a cera 7 por dentro. O ideal é levar a resina duralay em toda
a parte cervical, colocando-a em todo o contorno. Esperar perder o brilho e pressionar com o casquete. Um dos
sinais de que o reembasamento está ficando efetivo é a isquemia periférica. Espera-se que a resina fique entre
o término cervical e a gengiva e afaste a gengiva. Faz esse processo de levar a resina duralay em toda a parte
cervical quantas vezes for necessário, até enxergar o término cervical copiado internamente no casquete. A
espátula é muito boa para afastar a gengiva de maneira efetiva. Passar a lapiseira perpendicular ao casquete, a
ponta do grafite vai pegar na parte mais proeminente, que é a área do término cervical, ou seja, vai sinalizar a
área do término cervical. Tudo que estiver para fora externamente, está autorizado a ser removido com broca.

Com a broca pode cortar não só o que estiver para fora, mas dentro também. Utiliza a broca esférica,
internamente na faixa próxima ao término cervical uma espessura de aproximadamente 1 mm. Retira a resina
que extravasou para dentro. Se tiver feito por técnica indireta, até nesse momento a cera permanece, já que ela

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TAÍS ALBANO
vai evitar o escoamento da resina para dentro. Se tiver feito por técnica direta vai grudar um pouquinho, mas é
só tirar com a broca.

➢ Aplicação do agente adesivo: para que tenha uma boa união com o material de moldagem no interior
do casquete. O adesivo deve ser aplicado internamente e aproximadamente 3 mm por fora.

TROQUELIZAÇÃO COM PINO E COM FORM-GLASS E MONTAGEM NO ASA

Depois de moldar, recomenda-se vazar o gesso tipo IV para a posterior confecção protética. Para os
pacientes desdentados, que apresentam grandes áreas edêntulas, são feitas chapinhas de prova antes de
realizar o registro. Os troqueis individuais são feitos com material duro e resistente, e deve ser feito o
assentamento preciso no modelo mestre. Esses troqueis geram a reprodução precisa do preparo, incluindo as
margens, e devem ser removidos e assentados com facilidade. Basicamente, o objetivo do troquel é facilitar o
acesso às margens do preparo.

TROQUELIZAÇÃO COM PINO: Com o molde pronto, ser mais fácil. Deve-se passar vaselina em todo o
faz-se marcações para alinhar os pinos de acordo form glass, abrindo as haletas laterais que atuam
com os dentes. Vaza-se a primeira parte do gesso prendendo o modelo à base. Coloca-se gesso tipo IV
(com gesso tipo IV), que cobre apenas a região dos no interior do form glass, vibrando bem, e
dentes, deixando os pinos para fora. Depois de o posteriormente, com o modelo molhado, deve
gesso tomar presa, devem ser colocadas bolinhas de adicioná-lo ao form glass. Não deixar o gesso vazar
cera em cima do pino que servirão como para a face oclusal do modelo. Para remoção,
localizadores, visto que mais gesso será colocado abrem-se as haletas e bate com a espátula. Agora,
sobre os pinos, tampando-os (a cera serve para já se tem as guias de orientação.
quando for cortar com o cortador de gesso, no
momento que achar a cera, é o momento de parar
o corte).

TROQUELIZAÇÃO COM FORM GLASS: o form


glass é como se fosse uma moldeira que
apresentam saliências que substituem os pinos, já
que são as guias que orientam a remoção e inserção
do troquel da base preparada. Depois de moldar, é
preciso preparar o modelo para que ele entre na
moldeira do form glass. Para maxila, quando for
vazar o gesso, recomenda-se vazar sem o palato, em
forma de ferradura, para a adaptação no form glass

PARA PACIENTES DESDENTADOS PARCIALMENTE: fazer chapa de prova com resina. Após a resina
polimerizar e dar o acabamento à peça, serão colocados roletes de cera que devem ficar ligeiramente acima do
plano oclusal. O registro será feito em MIH, pois será a posição de trabalho.

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TAÍS ALBANO
Feito isso, essa peça será colocada na boca do paciente, pedindo para que ele morda, para que seja fácil
engrenar o modelo inferior – é possível saber o ponto de máxima intercuspidação do paciente dessa forma.
Antes de fazer todo esse processo, deve-se pedir para o paciente morder e observar os pontos de referência
existentes na oclusão do paciente.

TRANSFERÊNCIA DO A.F. PARA O A.S.A.: será utilizada a técnica dos três pontos com godiva. Para fazer
o registro em RC, usa-se o dispositivo JIG. Confecção do JIG nas imagens abaixo, podendo ser feito com resina
de qualquer cor (preferência por uma resina vermelha, de marca Duralay).

Ao colocar a resina na região anterior, colocam-se dois discos de lixa na superfície oclusal entre os dentes
e manda o paciente morder, pois a espessura de 1 mm (+/-), não permitirá que os dentes tenham contato,
ficando marcado na frente, que é o que se precisa.

Depois, será posicionado o modelo inferior no articulador, que deverá ser virado de cabeça para baixo.
O pino incisal ficará com +2mm, que corresponde à média da espessura da cera. Depois que o modelo inferior
tomar presa e tirar a cera e o JIG, espera-se que pino caia em zero e o modelo entre em oclusão contra o
superior.

Para o form glass, a montagem também será levada ao articulador. Une o modelo inferior ao superior com cera
quente (podendo usar palitinho de dente para reforçar a união), e ajusta o pino incisal, fazendo a montagem.
Deve haver uma incilinação de aproximadamente 45° no sentido antero-posterior no momento da montagem
dos modelos. Quando não tem cera entre os dentes, o pino deve ficar em 0. A união na placa deve ser feita com

A troquelização é feita para que seja possível a remoção do dente do modelo para a confecção da coroa.
Em mãos, é possível ter melhor acesso às áreas proximais cervicais. Portanto, a função do troquel é possibilitar
um livre acesso de enceramento pelo protético ou pelo laboratório às áreas cervicais, principalmente proximais.
O corte deve sempre ser convergente no sentido dente-base.

FUNDIÇÃO

➢ Etapas: inclusão, evaporação da cera e fundição.


1) Inclusão: o interior do anel será preenchido por um material refratário que é chamado de revestimento.
O revestimento é um material refratário, porque ele resiste a altas temperaturas de forno.

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TAÍS ALBANO
Em cinza pontilhado: imagina-se que foi esculpida uma peça em um dente MOD e foi posicionado um
conduto (uma cera em fio), que pode ser chamar de Sprue ou conduto de alimentação (conduto em azul), que
deve ser posicionado em uma ponta de cúspide, em uma angulação de aproximadamente 45° em relação a toda
peça. O Sprue ou conduto de alimentação nunca deve estar posicionado em 90°, pois isso gera problemas no
momento da fundição, gerando falhas principalmente nos bordos. Lembrando que o sprue deve ser posicionado
em uma angulação de 45° para que não haja dificuldade para a penetração da liga líquida.

No interior do anel será posicionado uma tira de amianto, que vai funcionar como se fosse um
acolchoado. A tira de amianto deve ser colocada enquanto molhada. No momento em que o revestimento
começa a tomar presa dentro do anel, ele aperta o interior desse anel contra as paredes laterais. Esse fenômeno
é necessário para que ocorra a expansão térmica do revestimento, que gera o aumento do anel. A tira de
amianto permite essa expansão livre do revestimento.

Quando o padrão de cera é removido do modelo, inicia-se um processo de contração (peça diminui de
tamanho). Ao ser fundida, a liga metálica inicia esse fenômeno de contração. Portanto, se a cera contrai e o
metal contrai, é preciso que a expansão compense essa contração. Então, a tira de amianto permitirá a expansão
livre do revestimento, sendo necessária para a compensação da liga metálica e da cera.

Ao incluir a peça, o bordo (que apresenta a parte mais alta), deve manter uma distância ótima para o
bordo superior do anel. A literatura preconiza que essa seja de 6 a 8 mm. Caso não chegue nessa medida, o
bordo/a espessura de revestimento ficará frágil durante o processo de fundição, e, dessa forma, quando a liga
metálica for injetada, ela poderá estourar e o material extravasará. Também não é recomendável que fique mais
espessa do que isso, pois esse tamanho exagerado pode fazer com que os gases que são liberados pela cera não
consigam sair através dos microporos do revestimento, gerando uma falha na restauração graças à pressão de
retorno.

Normalmente, após o processo de inclusão do anel, deve-se esperar, em média, 2 horas para que o
conjunto (revestimento) possa ir ao forno, que será aquecido a uma temperatura acima de 800°, principalmente
se for uma fundição de alta fusão, para poder realizar o processo de fundição propriamente dita.

Caso o protético queira evitar de uma maneira mais eficiente o aparecimento de bolhas, deve-se colcoar
o conjunto (após ter colocado o revestimento no interior do anel) em uma polimerizadora termo-penumo-
hidráulica à vácuo. É injetado ar nessa máquina, e esse ar elimina quase que 100% das possíveis bolhas que
foram geradas durante o processo de inclusão.

Após todo o processo de revestimento, esse conjunto é levado ao forno onde sua temperatura é
aumentada gradativamente, e depois que atingir os 200°, eleva-se essa temperatura até chegar a 400° que é a
chave média. Em seguida, é necessário aumentar ainda mais a temperatura até os 700°.

As ligas de cobre, alumínio, ouro e prata são colocadas no forno em uma temperatura aproximada de
700°. Quando é cobalto cromo, níquel cromo ou titânio (ligas de alta fusão), deve-se deixar o forno perto dos
900°. Depois que chegam nessas temperaturas, é que será realizado o processo de fundição propriamente dita.

Para fundir a liga de baixa fusão, é preciso de basicamente de um maçarico e uma mistura de gás e ar
comprimido. Para fazer as fundições de alta fusão, há a necessidade de se ter uma mistura de gás oxigênio.
Existe um ponto ideal em que o protético faz a fundição para que não queime a liga. Lima queimada faz com
que as restaurações saiam do processo de fundição e se oxidem na boca com maior facilidade. No momento da
fundição, é fundamental que o protético deixe o braço da centrífuga em um ângulo de 90° para que não ocorram
falhas.

Os “carocinhos” presentes após o processo de desinclusão dão segurança para que o material estético
se prenda na boca do paciente e não saia com facilidade. Quando a peça estiver adaptada nos modelos, o
protético manda para o dentista para seja feita a prova da infraestrutura metálica na boca do paciente.

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TAÍS ALBANO

PROVA DA INFRA ESTRUTURA

➢ Adaptação marginal;
➢ Evidenciador de contato interno;
➢ Película de silicone;
➢ Radiografias;
➢ Sonda exploradora.

Faz-se a checagem da qualidade de adaptação marginal com a sonda exploradora e através de


radiografias. Deve-se passar a sonda no sentido cérvico-oclusal ou ocluso-cervical, ou até mesmo inciso-cervical/
cérvico-incisal (depende de cada dente), verificando se no ponto de união do dente (no término cervical e na
coroa) não tem espeço/gap. Esse exame pode ser completado com a radiografia interproximal. Quando não
há adaptação, mas faltou pouco para adaptar, pode-se tentar melhorar a qualidade de adaptação ou verificar o
que está interferindo por meio de evidenciador de contato interno (tinta), que será passado no interior do
Copping, levando ao preparo, tirando e observando. Com broca, deve-se desgastar o ponto que ficou brilhante.
É possível testar a qualidade de adaptação marginal das coroas através da radiografia e do uso das sondas. A
película de silicone e o evidenciador de contato interno são apenas capazes de melhorar uma possível deficiência
de adaptação.

DESAJUSTE MARGINAL

Degrau negativo

➢ Evidência: Metal aquém da margem Degrau positivo


preparada (metal faltando);
➢ Evidência: Metal além da margem preparada;
➢ Correção: Desgaste do dente (difícil);
➢ Correção: Desgaste da infraestrutura.
➢ Repetição da moldagem e troquel.

Espaço cervical (“gap”)

➢ Evidência: Metal acima da margem preparada, não atinge as bordas preparadas;


➢ Correção: Repetição da moldagem e troquel.

➢ Ponte fixa com 3 elementos unidos: chamada de monobloco (pode ser com mais elementos);
➢ Ponte fixa de 5 elementos: se fala que a peça veio segmentada (é o mais correto/protocolo).

SOLDAGEM

É um procedimento usual na elaboração de estruturas protéticas como a união de duas ou mais partes
fundidas separadamente para melhor resolução de adaptação isolada e de todo o conjunto. O ideal é que a
distância na boca seja de 0,2 a 0,3 entre um dente e outro.

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TAÍS ALBANO
A SOLDA EM DEGRAU É MAIS INDICADA PARA AS REGIÕES POSTERIORES.

A SOLDA DIAGONAL, OBRIGATORIAMENTE, SÓ PODE SER FEITA NA ÁREA DE PÔNTICO.

MOLDAGEM DE TRANSFERÊNCIA

A moldagem de transferência é feita para conseguir um segundo modelo, pois se houve necessidade de
fazer a união, é porque a peça feita no primeiro modelo não conferiu/bateu com a boca. Portanto, é necessário
conseguir um outro modelo, por meio da moldagem de transferência. O vazamento do molde é feito com gesso,
porém nos elementos pilares o vazamento será feito com resina acrílica.

CIMENTAÇÃO E HIGIENIZAÇÃO

Como a prótese é muito diferente dos dentes naturais, é necessário que o profissional ensine o paciente
a ter cuidados redobrados. O tempo de uso da prótese, segundo a literatura, deve ser em torno de 10 a 15 anos.
Entretanto, geralmente os pacientes usam por muito mais tempo.

➢ Prótese unitária: toda a higienização é igual a do dente natural, visto que o fio dental vai entrar tanto
para a mesial, quanto para a distal sem nenhum problema.
➢ Ponte fixa: apresenta o problema do pôntico que estar unido aos dois pilares, não passando o fio dental
entre eles. Com isso, é preciso utilizar aparelhos diferentes, como por exemplo a escova interdental ou
escova unitufo.
➢ O dentista deve fornecer ao paciente com prótese fixa o passa fio, que são aquelas agulhinhas (plástico)
onde passa o fio dental que será utilizado de vestibular para palatina. É necessário orientar o paciente
a realizar essas manobras pelo menos 3 vezes ao dia.

➢ Pilar muito curto, próximo da polpa: colocar cimento resinoso, porque o cimento de óxido de fosfato de
zinco líquido usa ácido, então não é recomendado usar por ser mais agressivo pela presença do ácido
fosfórico. Usar cimentos à base de ionômero.
➢ CIMENTAÇÃO PROVISÓRIA: geralmente são usados cimentos à base de oxido de zinco e eugenol:
o Hidróxido de cálcio: faz proteção, mas pode ser usado como cimento provisório;
o Hidróxido de cálcio + óxido de zinco;
o Cimentos resinosos temporários.

EUGENOL inibe a polimerização das resinas

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