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Prostodontia III

A Prostodontia está relacionada com a reabilitação da função oral e restabelecimento da estética,


saúde e função através de restauração de dentes naturais, substituição de tecidos orais e maxilofaciais
e de dentes ausentes. Tem 3 ramos fundamentais: Prostodontia fixa, Prostodontia maxilofacial e
Prostodontia removível.

Tipos de prótese fixa (restaurações indiretas:


1. Restaurações extracoronárias
 Coroas totais/ de recobrimento completo – restauração extracoronária cimentada,
que recobre toda a superfície externa da coroa clínica
 Coroas de recobrimento parcial – restauração extracoronária cimentada, que
recobre apenas algumas partes da superfície externa da coroa clínica.
 Facetas – restauração da face vestibular dos dentes anteriores, é uma fina
capa de porcelana ou cerâmica colada que se adapta à superfície vestibular
do dente mediante uma resina apropriada.
 Prótese fixa adesiva

2. Restaurações intracoronárias (que se adaptam aos contornos anatómicos da coroa clínica de um


dente)
 Inlay – igual à onlay mas restaura partes do dente de menor extensão
 Onlay - Recobrimento oclusal, util para reconstruir dentes posteriores
com lesão mais extensa e requerem restaurações MOD amplas.
Recobre parcialmente as cuspides.
 Overlay – Restauração que cobre totalmete a porção superior do dente.

3. Prótese parcial fixa

Um dispositivo protético permanentemente unido aos dentes remanescentes que irá


substituir 1 ou mais dentes ausentes (antes chamavamos de ponte). O dente que serve como
elemente de união chama-se pilar, o dente artificial que se sustenta nos pilares é um pôntico, o
pôntico está conetado com os retentores da protese, os conetores entre o pontico e os retentores
podem ser rigidos ou não rígidos, as restaurações intracoronárias carecem de retenção e
resistencia necessárias para poderem ser utilizadas como retentores de próteses parciais fixas.
Tipo de material que pode ser usado para reabilitação com próteses fixas é:

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Os dentes ausentes podem ser substituídos através da prótese fixa que irá melhorar a comodidade e
capacidade mastigatória do paciente, conservar a saúde e integridade das arcadas assim como
aumentar a autoestima do paciente.

A prótese fixa tem como indicações:


a. Reposição de função e saúde
b. Estética (no grupo anterior, dentes muito reconstruídos, com alteração de forma, cor,
diastemas ou malformações)
c. Perda parcial de dentes (quando há pilares suficientes e que tenham indicação para poderem
ser talhados)
d. Pacientes adultos
e. Ferulização de dentes com perda de suporte periodontal

E tem como contraindicações:


a. Falta de higiene (é a primeira causa de fracassos neste tipo de reabilitação (
b. Crianças e adolescentes (ainda não completaram o crescimento)
c. Dentes pilares não viáveis
d. Doença periodontal não tratada
e. Dentes pilares totalmente íntegros
f. Ausência de dentes pilares
g. Condicionantes psíquicas e físicas

A sequência clínica de um tratamento com prótese fixa é: Diagnostico e plano de tratamento,


Preparação dentária, Restaurações provisórias, Impressões definitivas, Registos intermaxilares e
montagem em articulador semi-ajustável, Prova de estrutura metálica, Prova de cerâmica,
Cimentação e acabamento.

No entanto, também existe uma sequência laboratorial: Enceramento de diagnóstico, Preparação de


modelos de trabalho, Confeção da estrutura metálica/cerâmica e Colocação de cerâmica de
recobrimento.

PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS DA PREPARAÇÃO DE DENTES PILARES

Para a colocação de coroas de recobrimento total, temos de criar um espaço no dente a cobrir,
seguindo alguns princípios mecânicos e biológicos para a coroa ficar adaptada de forma a evitar
sobrecontorno, volume e a altura em excesso e evitar que se torne uma fonte de acumulação de placa.

Mas que princípios são esses?


Princípios mecânicos
Proporção coroa-raiz  o ideal é 1:2, mas é aceitável uma proporção 1:1. Alguns fatores a ter em
conta são a dentição antagonista (natural, placa), a configuração radicular (mais desfavorável quando
tem forma expulsiva pois não tem tanta ancoragem), a mobilidade (pilares podem ter mobilidade

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residual grau I que não há problema), e a parafunção (musculatura hipertrófica, contraturas,


desgastes por atrição – parafunções não são favoráveis para a reabilitação).

Retenção e resistência  A retenção é a capacidade de resistir ao deslocamento da prótese no


sentido vertical. Vai depender do cimento, paralelismo entre paredes no preparo, superfície/altura do
dente e a textura do preparo.

 O cimento necessita de uma espessura mínima pois a resistência que proporciona depende
diretamente da sua viscosidade (quanto mais fluido, menos carga vai ter).
 As paredes do preparo não podem ser totalmente paralelas, cria problema de fricção em
excesso e dificulta a inserção da peça. Idealmente, deve haver paralelismo entre as paredes
axiais de 6º (3º por parede) – aceitável até um máximo de 10º por parede.
 Quanto à superfície/altura, quanto mais comprido for o dente depois de preparado, mais
cónica deve ser a preparação. A altura mínima do dente para uma retenção adequada é de
4mm.
 No que diz respeito à textura do preparo, deve ser liso e polido pois as impressões não são
precisas no que toca à rugosidade, ou seja, a coroa vai estar mais desajustada sobre um
preparo rugoso do que sobre um totalmente liso (linhas de acabamento polidas e com ângulos
arredondados.

A resistência é a capacidade de resistir ao deslocamento no sentido horizontal. Vai depende da


largura, Intensidade estrutural e superfície/altura do dente.
A largura vai depender do dente em questão, um molar oferece mais resistência do que um incisivo.
Outro aspeto importante é tentar que a superfície marginal onde a coroa vai apoiar, termine em
tecido dentário são (por vezes é necessário terminar em material restaurador).

Eixo de inserção/paralelismo  O eixo de inserção é a linha imaginária ao longo da qual a


restauração será inserida ou removida da preparação. É necessário haver sempre um ligeira
conicidade, quando realizamos uma ponte que assenta em vários dentes, temos de observar essa
conicidade ligeira/eixo de inserção de cada dente e entre eles estabelecer um grau de paralelismo –
caso contrário, não há via de inserção. Deve ser observado em duas perspetivas, por vestibular e por
oclusal. No limite, devemos conseguir ver sempre todas as linhas de acabamento em simultâneo,
numa perspetiva oclusal.

Durabilidade estrutural  A restauração deve ter uma espessura mínima para superar as forças
oclusais, que estará limitada pelo espaço criado pela preparação. Por normal, os valores médios e
máximos são 1,5 a 2mm de espaço em oclusal e incisal, 1,5mm de espaço por vestibular no terço
médio do dente anterior. Se for menos, provavelmente o material vai resistir, mas não vai ser
possível reproduzir as propriedades de cor do dente natural.

Linhas de terminação – margem protética  A linha de terminação é a zona mais crítica porque é a
zona de transição entre o dente natural e a restauração. É o único ponto onde vai ficar exposto o
cimento e tudo o que forem fatores externos vão entrar e agredir por este ponto.
As características das linhas de terminação são o seu selamento perante a penetração bacteriana, o
facto de impedir a dissolução do cimento e de restituir o perfil de emergência correto.
O perfil de emergência é a forma como o dente natural emerge a partir da sua margem gengival (isto
condiciona a capacidade de higienização do paciente).

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Na zona de transição da prótese para o dente pretende-se ter o mínimo espaço possível, que irá ser
ocupado pelo cimento. Clinicamente o espaço ideal é não mais que 50-40micra, mas é aceitável até
100micra.

Princípios que devemos obedecer para a margem do dente preparado (linha de terminação)  Nítida
e linear, para que o técnico consigo uma ajuste perfeito, localizado em tecido são, conservador (com
mínima espessura necessária), simples em termos de trajeto e que permita espessura para a
restauração.

Há vários tipos de linhas de terminação:


Margem sem terminar

Ponta de faca  Angulo entre parede axial e parede radicular é menor de 180º, costuma ser 160-
150º. É uma linha de acabamento muito fina que proporciona pouco espaço para a cerâmica, mas que
permite evitar uma preparação muito agressiva da zona coronária (ideal na margem mesial de um
molar mesializado que servirá de pilar para uma ponte). Indicações para esta linha: dentes com
diâmetro radicular muito reduzido, coroas clínicas longas (doentes periodontais), carência de
paralelismo entre pilares, preparação dentária intra-cirurgica).

NOTA: os dentes que vão receber uma prótese fixa, não têm de ser endodonciados. Na verdade
quando são endodonciados, há diminuição da resistência a longo prazo.

Chanfro superficial  Tem como características ter um angulo interno concavo pouco pronunciado e
o facto de dever terminar em metal. É indicada para faces palatinas de coroas de metalo-ceramica,
em dentes com diâmetro radicular muito reduzido, em coroas clínicas longas (doentes periodontais).

Chanfro profundo  tem como características ter um angulo interno concavo muito pronunciado
(não é angulo reto pois ângulos retos criam zona de difícil adaptação da coroa) e uma concentração
de stress oclusal reduzida e uniforme. É a linha mais utilizada, em conjunto com o ombro redondo,
para restaurações metalo-ceramicas.
Vantagens: nítido e linear, garante espaço para o material restaurador (metalo-ceramica, cerâmica) e
tem distribuição uniforme de forças, portanto menor risco de fratura da cerâmica a nível gengival
(em cervical, há menor suscetibilidade de fratura do material).
Desvantagens: Requer brocas grandes e de difícil manuseio, a sua execução clínica de forma correto
é um tanto complicada e requer um bom laboratório.

Ombro redondo Já não são muito utilizados pois requeriam um


Ombro reto desgaste da superfície dentária muito grande

Podem ocorrer vários erros:


1. Erro de margem – pode ser vertical ou horizontal.
2. Erro de ajuste – sobrextensão ou subextensão
3. Erro de contorno – Pode ser subcontorno (falta de extensão da margem da restauração até à
margem do dente preparado- há maior suscetibilidade à infeção bacteriana) OU pode ser
sobrecontorno (excesso de extensão da margem da restauração à margem do dente preparado
- resulta num maior acumulo de bactérias e provoca uma maior inflamação, logo, maior
suscetbilidade à cárie dentária).

Princípios biológicos

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Integração no espaço biológico  O espaço biológico é a distância da crista alveolar até à base do
sulco gengival. É uma dimensão que é individualizada de cada paciente e geneticamente
determinada, mas em média ocupa 2mm. O problema que temos na prótese fixa é a variação do
espaço biológico, sendo mais grave quando a crista óssea está mais próxima da base do sulco, ou
seja, a erupção passiva encontra-se alterada, não se dá de todo a erupção passiva (isto é comum de
biótipos grossos).

Quando agredimos o espaço biológico pode ocorrer inflamação ou retração dos tecidos. E essa
resposta à agressão também depende do biótipo gengival. Um biótipo fino é delicado pois qualquer
agressão (fio dentário, escovagem agressiva) provoca remodelação com retração gengival.
Enquanto um biótipo gengival grosso é tão fibroso que quando é agredido acaba por inflamar
(retrair é muito difícil de acontecer neste biótipo).

Selamento dentinário imediato  Quando vamos fazer um prótese fixa, em que o preparo deixou a
dentina exposta, e vamos realizar uma técnica de adesão à dentina, utilizamos um adesivo
autocondicionador que dissolve a smear layer e incorpora-a numa camada de adesivo, misturando-se
com a estrutura própria da dentina e formando a camada híbrida. O passo a passo com a técnica self-
etch é Aplicação do primer 30 segundos, aspirar o excesso, aplicação do adesivo 20 segundos, jato
de ar e fotopolimerização durante 10 segundos. Aplicar gel de glicerina (que inativa o adesivo) e
fotopolimerizar 10 segundos, lavar e secar.

Antes de realizar uma prótese fixa, devemos definir o objetivo final, através de um enceramento de
diagnóstico. É uma técnica que serve para testar antes de fazer o tratamento e guiar o profissional
durante o processo de substituição das coroas. Depois, serão confecionadas as chaves de silicone a
partir desse enceramento de diagnóstico, para sabermos o espaço que está a ser deixado e que é
necessário criar para as futuras restaurações. A preparação deve ser em função da futura restauração,
mas sempre com máxima preservação da estrutura dentária.

Desta forma, é comum procurarmos alternativas às coroas de recobrimento total, pois o desgaste
dentário neste tipo de reabilitação é muito grande (se o dente fosse integro, o desgaste seria de 60%).
Podemos usar como alternativa as facetas de cerâmica (obrigam a um desgaste de apenas 20-25% da
estrutura dentária mantendo o esmalte na maioria das vezes).

A dúvida “coroa vs faceta” não reside no facto de qual deles tem maior duração, reside no facto da
estrutura dentária subjacente a estes tipos de reabilitação durar mais ou menos, um dente com faceta
dura provavelmente muitos mais anos que um dente recoberto por uma coroa total.

Todas as coroas, por norma, são cimentadas. Essa cimentação pode ocorrer de 2 formas:
1. Cimentação convencional  Colocamos entre o dente e a restauração um material fluido
que vai polimerizar, mas que não vai ter ligações químicas ou físicas nem ao dente, nem à
coroa.
2. Cimentação adesiva  O cimento une-se de forma química ou física tanto ao substrato
dente como ao substrato coroa. Nas coroas totais não é obrigatória porque a própria forma do
preparo é retentiva, mas no caso de restaurações parciais, como facetas, a cimentação adesiva
é obrigatória (os preparos são expulsivos e por isso precisamos de outro meio de união).

Preparação de dentes anteriores e posteriores com instrumentos rotatórios


Quando vamos fazer uma preparação precisamos de turbina, multiplicador (CA que leva brocas de
turbina e permite corte muito mais limpo e controlado com menor rotação e mais torque que a

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turbina), um contra ângulo para polir a preparação com taças de borracha e discos de polimento, um
boqueiro e discos de polimento.

As brocas tem 3 linhas de referencia:


Ex: Modelo da broca 6856  6 indica o tipo de grão (neste caso grão grosso
broca verde); 856 corresponde ao formato da broca Longitude
total da broca 314  significa que a broca tem 19 mm
Maior diâmetro da parte ativa 018  tem 1,8mm na parte ativa
Numa primeira fase devemos começar o preparo com broca verde ou broca sem aro (grão grosso),
depois usar uma broca vermelha nº8 e por último utilizar os discos de polimento.

Sequência para uma coroa de recobrimento total em posteriores


Por norma, utilizamos chaves de silicone no preparo, para controlar o desgaste realizado.
1. vestibular - eliminando a zona do equador dentário com broca de grão grosso (verde ou sem
aro) com linha de terminação em chanfro profundo (profundidade de 1,2-1,5 mm de desgaste)
2. interproximal - eliminando os pontos de contacto interproximais com broca mais fina
possível de forma a não atingir o adjacente (chanfro profundo, com profundidade de 1mm de
desgaste)
3. palatino - da mesma forma que em vestibular, mas com profundidade de 0,8-1mm de
desgaste e podemos usar os dois tipos de chanfro.
4. Oclusal - fazer um corte que siga os planos inclinados originais do dente (nunca um corte
plano, pois a forma da polpa segue a forma oclusal) – 2mm de desgaste.
5. a dupla inclinação - já obtivemos uma ligeira inclinação, mas vamos fazer mais convergência
para oclusal, de forma a facilitar o eixo de inserção.
6. Polimento - repassar as mesmas brocas pelo preparo, mas em grão fino e no fim, passar
sempre o disco de polimento.

Sequência para uma coroa


de
recobrimento total em
anteriores
1. Interproximal  Usar broca fina, remover pontos de contacto interproximal (chanfro
profundo, com uma profundidade de 1mm de desgaste)
2. Incisal  Desgastar seguindo a mesma inclinação do bordo incisal original, ou seja, ligeira
inclinação da broca para palatino (2mm de desgaste)

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3. Vestibular  Desgastar seguindo o maior eixo do dente (chanfro profundo e 1,2-1,5mm de


desgaste em profundidade).
4. Palatino  Preparar a zona cervical que tem a mesma orientação paralela à face vestibular.
Desgastar também na concavidade palatina – a broca vai permitir talha a concavidade,
mantendo a anatomia original (chanfro/chanfro profundo com profundidade de 1mm de
desgaste).
5. Cíngulo  Não deve ser eliminado e sim reduzido, é a zona mais importante dos anteriores,
do ponto de vista estrutural, funciona como um pilar estrutural.
6. Dupla inclinação
7. Polimento  primeiro com brocas mais finas e depois com discos de polimento.

RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS EM PRÓTESE FIXA


A restauração provisória deve ser um protótipo da prótese definitiva e que permite testar a estética e
função assim como modelar os tecidos moles. Esta fase é a mais importante da reabilitação.
Enceramento  Vai simular o que pretendemos obter no final. Tem como objetivos estudar e
planificar o caso inicialmente (parâmetros estéticos e funcionais), avaliar necessidades cirúrgicas,
ortodônticas, periodontais, implantes, etc; comunicar com o paciente, ser a chave para a preparação e
mock-up; guia para a confeção das restaurações provisórias pois vão ser uma réplica do desenho
inicial.

Provisórios  Um provisório ideal deve proporcionar boa adaptação ao dente preparado, adaptação
marginal adequada, resistência ao deslocamento durante a função, resistência suficiente durante o
tempo de função que vão ter, não toxico, com estabilidade tridimensional e na cor, facilidade de
reparo, proteção pulpar, recobrimento e proteção dos dentes preparados, estabilidade posicional do
dente preparado, facilidade em confecionar e limpar, ter resistência e retenção, ter integridade
marginal, ser estético, modelar os tecidos moles (um pôntico ovoide por exemplo, tem como
vantagens boa estética, limpeza adequada, não irritar os tecidos e repor a função do dente perdido) e
servir de desenho para a prótese definitiva.

Muitas vezes, as coroas provisórias vão definir o perfil de emergência.

Tipos de materiais para provisórios

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1. Resina acrílica de metacrilato  têm a mesma base daquelas utilizadas para próteses
removíveis (cor do dente).
2. Resina acrílica PMMA (polimetilmetacrilato)  mais resistência e estabilidade de cor. É o
gold standart, é mais estético e resistente para fazer provisórios e proporcionam uma grande
facilidade de criarmos anatomia. Pode ser usada em laboratório e em boca.
3. Resina acrílica PEMA (polietilmetacrilato)  menor reação exotérmica e maior ajuste
marginal por menor contração de polimerização. É quimicamente compatível com PMMA e é
usado para pequenos volumes de material como rebasamentos, reconstrução de 1 ou 2 dentes.
As grandes desvantagens são o polimento, disponibilidade de cores, estética e resistência
inferiores ao PMMA.
4. Resina acrílica PVEMA (poliviniletilmetacrilato)  é um pó+líquido, é um acrílico mais
estético que tem uma variedade de cores que permite estratificação entre dentina, zonas de
esmalte e de esmalte a nível incisal.
5. Resina Bis-GMA  Resinas compostas que possuem matriz orgânica e componente
inorgânica, tal como os compósitos de restauração direta, só que autopolimerizáveis – mistura
de base e catalisador com pistola própria.
Uretano dimetacrilato, etilenglicol-dimetacrilato e monómeros mais flexíveis aumentam a dureza e
flexibilidade desta resina.

Os compósitos bis-acryl utilizam matrizes que podem ser de bis GMA, como o compósito
convencional, ou utilizam matrizes orgânicas mais moles, leves e flexíveis. Em termos de
acabamento e resistência são piores que os anteriormente ditos, no entanto são muito práticos porque
são autopolimerizáveis e criam uma forma e um polimento bastante aceitáveis. É o material de
eleição para uma série de provisórios que fazemos diretamente em boca.

Propriedades dos materiais para provisórios:


Biológicas: Ajuste marginal e polimento
Mecânicas: Dureza,
Contração de polimerização Resina acrílica com 7% e resina Bis-acryl com 3%. Deste modo, as
resinas acrílicas são mais flexíveis e as resinas Bis-acryl mais rígidas (a sua vantagem é de facto não
ter uma contração de polimerização muito grande).

Reação exotérmica  A resina bis-acryl não possui reação exotérmica, ao contrário da resina
acrílica.
Resistência à flexão/rigidez  Resina acrílica com 3000MPa (mais flexível) e a resina bis-acryl com
1200 MPa (mais rígida). O facto da bis-acryl ser mais rígida torna-se um problema quando fazemos
estruturas muito extensas pois não é suficientemente resistente (é um ótimo material para
restaurações rápidas e de curta duração). Por outro lado, o PMMA é o material mais elástico e por
isso dissipa melhor as forças para
uma função de curto prazo (6 meses no máximo).

Estéticas: Disponibilidade de cores, estabilidade de cor, polimento


Outros: Reparação, custo, manipulação

Existem também os provisórios reforçados, que são provisórios, mas de longa duração, indicados
para zonas edêntula extensas ou bruxómanos devido à sua maior resistência à fratura e ao desgaste.

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Podem ser de reforço metálico (malhas metálicas, arames metálicos, anéis metálicos) ou de fibra
reforçada (fibra de vidro, fibra aramid, fibra de carbono e fibra de polietileno).

Técnica para a confeção de provisórios – Fase em clínica e fase em laboratório

Técnica direta

Coroas preformadas  O provisório será confecionado diretamente em boca utilizando-se as coroas


preformadas (boa opção nos casos de emergência e em odontopediatria com as coroas metálicas
preformadas em molares). Apresenta uma anatomia standart, têm as formas dos dentes a substituir e
são adaptadas a esses dentes. As coroas podem ser de policarbonato, acetato ou metálicas. Numa
coroa de policarbonato ou acetato, primeiro fazemos adaptação, recortando a zona cervical, depois
preenchemos o interior com compósito ou acrílico. Se for uma coroa de policarbonato, a coroa vai
fazer parte do provisório, isto é, vai manter-se em boca. Se for uma coroa de acetato, vai ser
preenchida com material restaurador, fotopolimerizamos e no fim é recortada e removida.

Para coroas preformadas unitárias para dentes anteriores e pré-molares, devemos usar policarbonato
ou acetato. Nos dentes posteriores, as coroas preformadas devem ser metálicas Cr-Ni.

Técnicas de impressão

 Da zona antes de talhar  silicone, materiais termoplásticos, hidrocolóides reversíveis. É


realizada a chave de silicone sobre a coroa, que pode ser feita num modelo ou diretamente em
boca. Depois a coroa é retirada e com o material direto, preenche-se e leva-se a chave de
silicone à boca e obtemos o provisório direto.

 Sobre o enceramento  Silicone, materiais termoplásticos, hidrocoloides reversíveis A chave


de silicone é feita sobre o enceramento para depois ser levado à boca, obtendo-se a estrutura
provisório que será polida posteriormente.

 Do duplicada do enceramento  fazemos uma moldeira de vácuo, ou seja, moldeira


transparente que permite o uso de materiais fotopolimerizáveis.

Técnica indireta

Realizamos uma chave de silicone sobre o enceramento de diagnóstico. Essa chave de silicone vai
ser colocada na panela de pressão por 5min e no fim obtemos toda a anatomia em dentina. Depois,

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realiza-se a técnica de cut-back (parte do volume é retirado – tudo o que não corresponder à dentina
na anatomia real do dente deve ser retirada). Utilizamos pigmentação interna, isto é, colocamos
pigmento entre a dentina e o esmalte e os pigmentos vão permitir criar uma maior naturalidade em
certas zonas (ex: castanho em interproximal, acinzentados/azulados para as zonas mais translucidas).
Por fim, utiliza-se um esmalte de alto valor, ou seja, muito branco e temos obtida a nossa restauração
provisória por técnica indireta.

Técnica combinada
O cascarete é feito pelo laboratório, em PMMA, pois tem maior resistência e maior estabilidade de
cor e a rebase é feita em boca pelo médico dentista, em PEMA, pois tem menor reação exotérmica e
melhor ajuste marginal por menor contração de polimerização.

Em suma: A técnica direta tem incompleta polimerização do acrílico, exige tempo em clínica, tem
reação exotérmica e pior ajuste marginal de 1 a 3-4 unidades. A técnica indireta é mais estética,
melhor resistência e polimento devido a polimerização da resina com pressão hidráulica, menor
tempo em clínica, melhor ajuste das margens e conseguimos fazer mais de 5 elementos provisórios
de uma vez.

A cimentação dos provisórios deve ser feita com cimentos provisórios que:
 Não interfiram com a cimentação
 Não sejam tóxicos para os dentes pilares
 Tenham propriedades mecânicas adequadas
 Permitam retirar o provisório facilmente

Os cimentos de hidróxido de cálcio usam-se para cimentação provisória média.


Os cimentos de óxido de zinco têm como problema o facto de terem eugenol na sua composição pois
irá interferir com a adesão à dentina.
Os cimentos temporários de resina são fáceis de limpar e possuem uma retenção média.
Algumas marcas: Dycal, Life, Tembond Ne.

Assim, se pretendermos realizar um provisório que o objetivo principal seja a resistência, devemos
optar por usar resina reforçada com técnica indireta. Se a preferência for a estética, então optar por
resina acrílica com técnica indireta.

IMPRESSÕES EM PROSTODONTIA FIXA


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O material de impressão ideal é o material que copia com precisão os detalhes das estruturas bucais,
conseguimos remover da boca sem distorção e permanece dimensionalmente estável sobre a bancada
e/ou quando é vazado gesso sobre ele.

Uma impressão é a copia em negativo dos dentes. É o ato para obtermos um molde. Através do
preenchimento de um molde com gesso obtemos um modelo, que é a reprodução idêntica dos
elementos desejados, em positivo.

A tixotropia é a capacidade de um material fluir quando se aplica pressão. Nas impressões utilizamos
material muito fluido para poder criar uma molhabilidade sobre a superfície dentária que estamos a
tentar reproduzir.

A hidrofilia é a capacidade de uma superfície sólida ser melhor ou pior molhada quando entra em
contacto com um líquido. Em prótese fixa utilizamos matérias altamente hidrofóbicos, ou seja, se o
dente tiver molhado, o material não adere.

A molhabilidade (capacidade de um líquido molhar um sólido) é medida pelo angulo de contacto e o


seu valor dá-nos o grau de hidrofilia e molhabilidade do material. Para prótese fixa, o campo deve
estar totalmente seco como já dito anteriormente (no caso do alginato, é ao contrário, até convém que
exista alguma humidade).

As impressões devem ser um duplicado exato dos dentes preparados, reproduzir os dentes e tecidos
adjacentes, estar livre de bolhas de ar, especialmente na linha de acabamento e superfícies oclusais
de dentes adjacentes. Numa impressão para prótese fixa NÃO É NECESSÁRIO realizar impressão
de palato, freios e fundo do vestíbulo.

Requisitos de um material de moldagem:


1. Ser fluido o bastante para se adaptar aos tecidos e viscoso o suficiente para manter-se na
moldeira.
2. Impressão não deve distorcer ou lacerar quando removemos da boca.
3. Facilmente desinfetado sem perda de fiabilidade e precisão dos detalhes imprimidos.
4. 4. Manter-se estável até à obtenção do modelo.
5. Compatibilidade com os materiais de confeção de modelos.
6. Tempo de armazenamento adequado.
7. Consistência e textura satisfatórias.
8. Não tóxicos e não irritantes.
9. Fácil manuseamento.
10. Facilidade de cópia.

O material de moldagem pode ser:


Elástico – hidrocoloides reversíveis e irreversíveis ou elastómeros (polissulfitos, poliéter,
sílice de condensação, silicone de adição).

Estes materiais podem ser deformáveis com forças, mas ao cessar a força, voltam à forma inicial (ao
contrário dos materiais plásticos, estes não voltam).
Em prótese fixa utilizamos materiais mais resistentes, mas igualmente elastómeros – antes de
polimerizarem são materiais plásticos, mas que depois se tornam elásticos.
Os matérias quando deformados ou voltam à sua posição inicial ou não aguentam e rompem. A
recuperação elástica é fundamental para as impressões, para que ao retirar da boca o material seja

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capaz de não se deformar e romper, no entanto, quando maior for a resistência do material (como é o
caso do poliéter) mais difícil é também a sua remoção.

Os elastómeros de impressão não aquosa são os polissulfitos, polieteres e silicones de adição e


condensação.

Os silicones de condensação têm uma reação de condensação na sua polimerização, que ocorre pela
eliminação de álcool etílico ou metílico. Essa evaporação do álcool é responsável pela contração do
material e consequentemente pela sua pequena estabilidade dimensional.
Os moldes devem ser vazados assim que retirados da cavidade oral.
Vantagens: alta resistência a deformação, boa reprodução de detalhes, adequada resistência a
rasgamento, tempos de trabalho e presa adequados.
Desvantagens: estabilidade dimensional, vazamento imediato, custo elevado.
Tempo de mistura: 20/40 segundos
Tempo de trabalho: 2/3min
Tempo de presa: 5/6min
Vazamento do gesso: imediato

Os silicones de adição ou Polivinilsiloxano são sistemas de 2 pastas ou 2 potes: são misturadas em


quantidades iguais – a reação de adição ocorre entre os grupos vinil e hidrogénio, não há formação
de subprodutos.
Vantagens: excelente reprodução de detalhes, resistência elevada à deformação, ótima estabilidade
dimensional, discreta resistência ao desgaste, fácil de remover da cavidade oral, possibilidade de
positivar a impressão após uma semana, características de molhabilidade melhoradas.
Desvantagens: leitura marginal crítica em meio húmido e alterações com luvas de latex.

O poliéter foi o 1º material desenvolvido com a função específica de material de impressão em MD.
Vantagens: excelente reprodução de detalhes, resistência elevada à deformação, ótima estabilidade
dimensional, discreta resistência ao desgaste, possibilidade de positivar impressão após 1 semana,
fácil remoção do modelo de gesso.
Desvantagens: rigidez excessiva, difícil de remover da cavidade oral, possível fratura dos munhões
de gesso e interação com IDS.
Tempo de mistura: 45 seg
Tempo de trabalho: 2/3min
Tempo de presa: 3min
Vazagem do gesso: até 1 semana

Rígido - podem ser termoplásticos (godivas e ceras), gesso (fora de uso) e pasta de óxido de
zindo e eugenol.
Quanto ao mecanismo de presa podem ser irreversíveis, quando implica a ocorrência de reações
químicas que impedem que o material se reverta ao seu estado antes da presa OU reversíveis, quando
o material amolece sob calor e solidifica quando arreferico, sem reação química e apenas reação
térmica.

Aquoso (coloides) – hidrocoilde à base de agar/reversíveis OU hidrocoloide à base de


alginato/irreversíveis.

Técnicas de retração gengival:

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Fabiana Portela
Prostodontia III

A retração gengival é o afastamento da gengiva marginal da superfície do dente. Os requisitos


inerentes ao sucesso da retração estão relacionados com a linha de acabamento, hemorragia durante a
impressão e a saúde periodontal do paciente (se gengivite, passado algum tempo a gengiva
desinflama e vai haver exposição da transposição da coroa para a raiz – é um fracasso estético).

Objetivos da retração gengival  Ampliar sulco gengival, controlar fluido gengival e hemorragia,
não provocar danos irreversíveis, retrair gengiva sã, expor o término do preparo, facilitar a remoção
do cimento, tornar a prótese fixa um procedimento atraumático e atóxico.

A retração gengival está indicada para exposição da linha de terminação para impressões, cimentação
de restaurações (IA tbm é possível), realização de preparações, restaurações classes II e V.

Nas técnicas de retração gengival é necessária uma largura sulcular de 0,2mm, para suportar a
espessura do material de impressão. Quando tiramos o fio, devemos colocar o material de impressão
1º na zona interproximal.

Método mecânico  Os fios de retração podem ser unidos, trançados ou entrelaçados. Este último é
o mais eficaz pois tem melhor organização das fibras e permite que o adstringente fique no seu
interior. No geral, os fios de traçam têm baixo custo, graus variados de retração e possibilidade de
utilização com componentes químicos. No entanto, tem como desvantagens o risco de trauma da
aderência epitelial, ausência de hemóstase, ser uma técnica dolorosa, haver um colapso rápido do
sulco após a sua remoção, técnica ser morosa e haver risco de contaminação do sulco.
O fio de retração deve ser associado a um hemostático pois caso não o utilizarmos o sulco, que é
bastante seco, vai sangrar quando puxarmos o fio uma vez que todas as células da parte interna do
sulco aderem-se ao fio.
Existe risco de contaminar o sulco pois existem fios com pigmentos, que se soltam com o passar do
tempo.

Método químico mecânico  Fios de retração impregnados com substâncias químicas como
epinefrina, cloreto de alumínio, sulfato de alumínio e sulfato de potássio e alumínio, sulfato férrico.

A epinefrina causa vasoconstrição, diminuindo o sangramento, no entanto, 33% de efeitos laterais


como crises vasovagais mas principalmente em cardiovasculares descontrolados que provoca
alterações no batimento cardíaco. Faz uma recessão de 0,2mm em média e 0,01% é a concentração
ideal.

O cloreto de alumínio é o adstringente que mais utilizamos em MD pois é o melhor. Vantagens:


composto menos irritante de todos, ausência de efeitos sistémicos, apresenta pequeno colapso do
sulco após a remoção do fio e promove hemóstase.
Desvantagens: menor vasoconstrição do que a epi, risco de contaminação do sulco, modificação da
reprodução do detalhe da superfície e inibição de polimerização do PVS e Poliéter.

Apesar de provocar menor vasoconstrição que a epi, acaba por ser suficiente para controlar a
hemorragia. Apos a remoção do fio, devemos lavar muito bem a margem gengival porque o cloreto
de alumínio inibe a polimerização do PVS e poliéter.

O sulfato férrico tem como vantagem o seu efeito hemostático, no entanto, apresenta enumeras
desvantagens como paladar ácido para o paciente, risco de contaminar o sulco, inibição da
polimerização do PVS e poliéter. Após a sua aplicação há coagulação na margem gengival, que

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Fabiana Portela
Prostodontia III

pigmenta o sulco e o dente, ao lavar, volta a sangrar logo o seu potencial de vasoconstrição depois da
limpeza deixa de ter efeito.

Substâncias químicas numa matriz injetável  tem como vantagens o mínimo dano físico, efeito
hidrófilo, fácil manipulação, ausência de efeitos secundários, técnica simples e redução da dor do
paciente. Apesar das vantagens, não é eficiente para retração gengival.

Matriz inerte  Polímero de PVS, há produção de hidrogénio e necessita de pressão. Existem 2


técnicas possíveis, um rolo de algodão OU impressão com putty.
Vantagens: pouca contração de polimerização, estabilidade dimensional, sem necessidade de
anestesia local, sem sangramento e efeitos laterais, fácil de remover, não alérgico e atóxico, sem
necessidade de hemostático.
Desvantagens: pior método de todos, menos eficaz.

Segundo a literatura:
Fio de retração impregnado + Cloreto de alumínio vs. Pasta de retração com cloreto de alumínio 15%
(EXPASYL)  O EXPASYL promove uma boa hemóstase, é menos invasivo e é uma técnica mais rápida;
mas não produz uma boa retração gengival Se for feita muita retração gengival, que, por norma, estão
associadas a linhas de terminação profundas, o material mais indicado é o fio de retração com cloreto de
alumínio. As pastas de retração são utilizadas quando não queremos tanta retração porque são menos
invasivas e mais rápidas.

Método cirúrgico  Por laser (existe o laser Er Yag – penetram minimamente nos tecidos e a hemostasia
obtido é pouco eficaz – e existe o laser de dióxido de carbono – são muito invasivo e a hemostasia é eficaz. Os
lasers são muito caros e nenhuma das duas formas possui força ideal nem consegue ser minimamente
invasiva.).
Por eletrocirurgia (com eletrobisturi, controla bem a hemóstase, mas provoca recessão gengival. É eficaz,
pode ser usado com inflamação e tem esterilização imediata, no entanto, é difícil de controlar hemorragia,
necessita de campo húmido e não utilizável com sedação com óxido nitroso.).
Por curetagem rotatória (com uma turbina de alta rotação, é uma técnica rápida, capaz de reduzir o tecido
em excesso e com capacidade para refazer contorno gengival, no entanto, provoca hemorragia considerável e
tem risco elevado de traumatizar a aderência epitelial).
Protocolo da técnica química-mecânica da retração gengival com 1 só fio:
1. Realizar exploração para avaliar profundidade e tonicidade do sulco
2. Selecionar fio de tamanho e tipo adequado
 Sulco de 2mm – fio mais estreito
 Sulco de 3mm – fio mais largo
 A seleção do fio é feita após determinação da profundidade de sondagem
 Inserir fio no sulco
 Comprovar se foi produzida uma ligeira apicalização das margens gengivais
 Realizar impressão com o fio colocado
NÃO ESQUECER de aplicar adstringente e antes de colocar o material de impressão lavar muito
bem para o remover.

Protocolo da técnica química-mecânica da retração gengival com 2 fios:


1. Realizar exploração para avaliar profundidade e tonicidade do sulco
2. Selecionar fio de tamanho e tipo adequado
3. Inserir o 1º fio não impregnado no sulco (tem menor diâmetro que o 2ºfio)
4. Repreparar as margens, se necessário
5. Inserir o 2º fio impregnado com hemostático

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6. Se houver + que um dente preparado, inserir o 2º fio nas áreas distais, comprimindo um
pouco mais
7. Esperar 4/5 min antes de tomar a impressão
8. Não prolongar mais que 10/15 min a presença de fios impregnados para evitar contaminação
9. Retirar o 2ºfio impregnado no momento da impressão
10. Injetar material de baixa viscosidade com seringa ou ponta nas áreas marginais
11. Aplicar ar e aplicar outra camada de material
12. Tomar a impressão

NOTA: o 1º fio provoca a tração, o 2º vai abrir logo não tem de entrar todo dentro do sulco, caso
contrário podemos estar a causar um trauma. O 1º fio não é impregnado porque quando este é
colocado, ainda vamos repreparar a linha de terminação, colocar o 2º fio e esperar 4/5 minutos. todo
este tempo ultrapassa o tempo limite que um fio impregnado pode estar no sulco (10/15 min).

Técnicas de impressão
Impressão definitiva  Uso de moldeiras individuais não é obrigatório na moldagem para prótese
fixa. Pode ser de um passo, é uma técnica mais simples, economiza tempo, tem fiabilidade e exige
destreza da equipa. Pode ser de dois passos, é uma técnica mais complexa, fiável, exige alívio quase
perfeito e ocupa mais tempo de trabalho.

NOTA: quando introduzimos um putty, não deve ir até ao fundo do vestíbulo porque senão vai
expulsar o light e na zona de terminação ficará o light e não o putty como é suposto. O light tem
bastante precisão, mas pouca resistência mecânica.
Scanners intraorais  Estão indicados para coroas e pontes, facetas, inlays, onlays, coroas
temporárias e enceramentos de diagnóstico, post and core, PPR, abutments impand bridges and bars.
Vantagens: diminuição do tempo de cadeira, procedimento mais limpo, comunicação mais rápida com o
laboratório, diminuição de erros acumulados de processos, maior comodidade para o paciente e médico e
próprio controlo de qualidade.
Desvantagens: limitação a 6 elementos e o investimento inicial muito elevado.

Conseguem avaliar o espaço que se está a deixar para a futura coroa, regista a cor dos dentes
necessária a realizar registos intermaxilares e pode ser enviado imediatamente para o laboratório.

Tem de respeitar os princípios básicos de qualquer impressão. A zona marginal das linhas de
acabamento é a zona mais delicada pois tendemos a deixar as linhas justa ou infragengivais e porque
essa zona é húmida pela presença do fluido crevicular e a humidade é o pior para uma impressão.
Assim, ao fazer uma impressão, devemos retrair e afastar o sulco gengival e criar alguma hemóstase
para diminuir a produção do fluido crevicular e o potencial de hemorragia que possa existir (o
scanner intraoral não resolve esta última parte).

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Fabiana Portela

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