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Aula de materiais dentários e prótese (Prof. Alex) - 27.08.

2021

RESTAURAÇÕES MOD INLAY E ONLAY

As restaurações inlay / onlay - de cerâmica, normalmente - vem sendo cada vez mais feitas, por conta da
associação entre saúde e beleza, ou seja, um sorriso bonito refletindo uma boa saúde bucal. Diante disso, os
materiais em resina e cerâmica são os mais utilizados, uma vez que, conseguem aliar resistência e estética
de uma só vez.

Cerâmicas

Vantagens: estética (características ópticas do esmalte e dentina), baixa condutibilidade térmica e elétrica
(menos sensibilidade ao tecido dental do paciente), resistência a degradação e desgaste (material inerte que
não sofre ação dos fluidos bucais), biocompatibilidade tecidual (devido as suas características, como a lisura
superficial, dificilmente o biofilme se adere às cerâmicas, proporcionando então uma excelente adaptação dos
tecidos bucais).

Fases da cerâmica: A cerâmica durante seu processo de queima vai passar por duas fases, a vítrea e a
cristalina. A fase vítrea é a fase de melhores propriedades ópticas, as melhores características estéticas
daquele material, então quanto maior essa fase, melhor a sua estética. A fase cristalina é o momento das
propriedades de resistência, então quanto maior, mais resistente esse material será.

Na linha abaixo, existem alguns materiais ao longo da diferença dessas fases, então quanto mais perto de
uma (vítrea ou cristalina), mais semelhança suas propriedades serão (vítrea - estética / cristalina -
resistência). Por exemplo, um material (feldspática) com maior fase vítrea nos dentes posteriores, não daria
certo, por se tratar de algo com propriedades mais estéticas que mecânicas.

Restaurações indiretas

Indicações

 Istmo (cavidade) oclusal maior que a ½ da distância intercuspídea (entre cúspides);


 Substituição de restaurações amplas (resina composta ou amálgama);

 Dentes com extensa destruição coronária;


 Fratura de cúspides;
 Dentes extruídos ou em infra-oclusão;
 Defeitos estruturais.

Vantagens

 Restaurar aspectos mecânicos, biológicos e estéticos de maneira conservadora;


 Melhor contorno, anatomia oclusal, contato interproximal, adaptação marginal, acabamento e polimento;
 Melhores propriedades físicas e mecânicas;
 Reforço do remanescente dental.

Pré-requisitos

 Presença de esmalte no ângulo cavossuperficial;


 Contatos oclusais fora das margens (ou totalmente no dente ou totalmente na restauração);
 Pacientes com bons hábitos de higiene bucal;
 Altura de coroa dentária suficiente para procedimento adesivo.

Limitações

 Cavidades pequenas;
 Hábitos parafuncionais não controlados;
 Cavidades subgengivais: isolamento;
 Maior tempo e custo.

Tipos de preparos
Parcial intracoronário: inlay

Esse tipo de preparo parcial envolve o recobrimento coronário sem o envolvimento de cúspides, é um preparo
MOD que pega paredes proximais e oclusais, mas sem afetar as cúspides, ficando condicionado a ficar
internamente na estrutura coronária.

Parcial extracoronário: onlay

É um preparo MOD que envolve também as estruturas de cúspides, podendo ser uma ou mais. Normalmente,
nesse tipo de preparo, ocorre a manutenção do terço cervical, recobrindo apenas os terços médio e oclusal,
já que ao envolver o terço cervical, esse preparo já se torna destinado à coroa total e não mais uma
restauração onlay.

Geralmente, esse tipo de preparo ocorre em unidades dentárias que possuem pouca dentina, sendo
necessário o seu recobrimento para que não haja risco de fraturas, então se a cúspide está socavada, esta
precisará ser recoberta.

Indicações: dentes com restaurações amplas (pouca estrutura de remanescente dental e cúspides socavadas
- com pouca dentina); preparo que envolve mais de uma cúspide; abertura maior que a metade da distância
intercuspídea.

Técnicas de preparo

Inlay - cerâmica ou resina indireta (cerômero, que é uma resina composta com partículas de minerais
conferindo maior resistência)
Passo 1: Delimitação da forma de contorno - é uma preparo MOD, indo no sulco principal e fazendo a
delimitação desses sulcos principais e caixas oclusais.

Se o preparo precisa ser expulsivo, é necessário utilizar brocas que dêem expulsividade, como as 2136, 3203
e 4238 (ponta arredonda e parede da ponta ativa cônica).

Características da caixa oclusal: precisa ter de ¼ a ½ da distância intercuspídea; os ângulos diedros


(internos) devem ser arredondados para melhor adaptação, assentamento e dissipação de forças (ângulos
vivos podem incidir risco de fratura na região); paredes circundantes expulsivas (entre 6 a 10º); parede pulpar
plana com profundidade de 2mm (espessura que garante resistência da restauração totalmente cerâmica);
ângulo cavossuperficial (ângulo que delimita toda a caixa oclusal) precisa ser nítido e sem bisel (relembrando
que em restaurações totalmente cerâmicas não há biselamento).

Características da caixa proximal: paredes circundantes divergentes (preparo expulsivo); ângulos internos
arredondados (para não ter forças excessivas, não é ideal ter ângulos retos/vivos); a parede gengival deve
ser plana (profundidade de 1,5mm); o ângulo cavossuperficial deve ser nítido e sem bisel (como na caixa
oclusal); as paredes axiais (setas laranjas - figura 2) convergentes para oclusal (expulsivas); os ângulos
axiopulpar (ângulo determinado pela parede axial e pulpar - círculo azul na figura 2) devem ser arredondados;
o espaço interdental precisa ser de 0,5 a 0,8mm, então o ponto de contato deve ser rompido para manter
esse contato quando finalizar a restauração de cerâmica.

Obs.: Em algumas situações, como as cavidades de extensão média, é melhor optar pela restauração direta
em resina composta, já que haverá uma maior preservação do remanescente dentário e as resinas
compostas, hoje em dia, são materiais que grande estética e resistência.
Inlay - metálica fundida

Esse material só é utilizado em casos de opção do paciente, questões econômicas que não permitem a
colocação de um material cerâmico.

As diferenças do preparo anterior para esse são: menor espessura mínima (0.5mm) de material restaurador;
necessidade de biselamento total do ângulo cavossuperficial; ângulos diedros internos devem ser vivos e
obtusos (o ângulo axiopulpar também).

Como semelhança, as paredes precisam ter certa expulsividade, uma vez que, independente do material,
ocorrerá cimentação e para melhor assentamento, precisa ter as paredes expulsivas. E as paredes gengivais
e pulpares também precisam ser planas.

Onlay - cerâmica ou resina indireta

 É necessário que os ângulos internos sejam arredondados


 Paredes com expulsividade de cerca de 10º e profundidade mínima de 1.5mm, sendo 2mm o ideal.
 O término deve arredondado, o desgaste da cúspide funcional deve de 2mm, não funcional, deve ser de
1.5mm a 2mm.
 A parede gengival deve ser de 1.2mm de espessura.
 As caixas proximais devem ser 1.5mm a 2mm de espessura e de largura.
Passo 1: Redução oclusal das cúspides envolvidas (antes disso, analisar o remanescente dentário para ver a
possibilidade de recobrimento ou não).

Deve marcar o inicio meio e fim das cúspides vestibulares (funcionais) para fazer o os sulcos de orientação e
em seguida uni-los pressionando a ponta ativa da broca, com isso já se consegue a redução de 1.5mm, caso
não seja uma cúspide funcional.

Passo 2: Confecção da caixa oclusal e caixa proximal - feitas da mesma forma na técnica inlay.

Passo 3: Preparo da face vestibular ou palatina das cúspides

Caso clínico de restauração onlay:


PROTEÇÃO DE CÚSPIDES EM PREPAROS PARCIAIS

Critérios para realização do preparo com envolvimento de cúspide

 Espessura de dentina sob a cúspide: se for menor que 2mm, o recobrimento é indicado, principalmente
em casos de cúspides de contenção cêntrica (funcionais - vestibulares posteriores e palatinas anteriores);

 Qualidade do esmalte que reveste a cúspide: se estiver com trincas e/ou defeitos, deve-se considerar
envolvimento, pois é uma estrutura comprometida, esteticamente ou mecanicamente;

 Local do contato oclusal: ao fazer o preparo, devem-se evitar os contatos oclusais sobre a borda (limite
- círculo azul) da restauração, caso o paciente faça isso, indica-se o recobrimento da cúspide, para que o
paciente toque na cerâmica e não na borda da restauração;

 Estética: em caso de alterações visuais significativas na região vestibular, é indicado o recobrimento da


cúspide;
 Tratamento endodôntico: quando se faz o tratamento endodôntica, pode haver um aumento acentuado
da altura da cúspide, o que cresce a chance o risco de fratura, devendo ser recoberta para que isso não
aconteça.

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