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Dentística Restauradora (10/07)

(De início ela falou um pouco da matéria)


Objetivo da aula: Apresentar a principal nomenclatura da dentística. Uma aula expositiva.
.
 Nomenclatura e Classificação das cavidades;
A classificação usada é a proposta por Black, havendo algumas alterações durante o
tempo.
A nomenclatura vem da necessidade de comunicação, esses termos técnicos facilita a
comunicação entre os profissionais da área.
Black foi o primeiro a agrupar o preparo da cavidade, a classificação, uma maneira de se
comunicar mais fácil. Permitindo a comunicação entre todos os profissionais.
- Cavidade: É uma lesão ou condição do dente causado pela destruição do tecido duro
(esmalte, semente e dentina). Não pode chamar de buraquinho.
A cavidade pode ser de dois tipos:
Patológica: Forma e dimensões irregulares causadas pela destruição do tecido do dente
(ausência do tecido duro causado por cárie, lesões, erosão, por traumas/fraturas).
Terapêutica: Resulta do procedimento cirúrgico, por isso é chamada de dentística
operatória. O profissional corta o tecido, prepara o dente para receber a restauração (direta
ou indireta). A intenção é tratar a cavidade. Quando eu fiz a cavidade terapêutica eu fiz um
preparo cavitário (atividade terapêutica). O preparo cavitário é uma cavidade terapêutica,
pois foi feita para tratar uma cavidade patológica.
O fundo da cavidade ideal não aparece parte sombreada, no entanto, deve-se tomar cuidado para
não confundir com a sombra da polpa. ??????? (dúvida a partir do minuto 13)
OBJETIVOS DE UM PREPARO CAVITÁRIO
 Remover tecido cariado: não se pode restaurar tendo cárie.
 Obter formas precisas: só serão necessárias formas precisas para restaurações tipo prótese
e amálgama, ao contrário de restaurações feitas de material adesivo, resina composta e
cimento de ionômero de vidro. Esses materiais aderem ao dente ao contrário do amálgama,
que necessita de uma cavidade para que o dente retenha o material.
 Impedir fratura do dente e do material restaurador: obter resistência.
 Impedir instalação de lesão de cárie: “cáries secundárias” são cáries que adjacentes a uma
restauração. Esse termo está em desuso, pois essa cárie não foi originada a partir de uma
anterior. Assim, a tendência é usar “cárie adjacente à restauração”.
PARTES CONSTITUINTES DE UMA CAVIDADE
Paredes: podemos imaginar a construção de uma casa. As paredes são os limites internos da
cavidade (sem o teto, já que com o acesso não se tem mais essa estrutura)
 Circundantes: contornam a cavidade fazendo seu limite.
As paredes circundantes receberão os nomes das faces
onde elas se localizam e elas compreendem toda a
extensão de parede que está naquela face. Não é o
contorno da cavidade que diz respeito sobre sua
nomeação. Por exemplo, toda a extensão que se
encontra na parede vestibular será chamada de parede
vestibular.
o V: parede vestibular

o L: parede lingual

o G: parede gengival

o C: parede cervical

 Fundo: corresponde ao assoalho da cavidade. Pode ser:


o Parede pulpar (P): parede que apresenta-se
perpendicular ao longo eixo do dente ou paralela
à face oclusal
o Parede axial (A): parede que apresenta-se paralela
ao longo eixo dente

Partes constituintes da cavidade, a gente viu as


paredes e ângulos. Paredes circundantes
bolinha vermelha e parede de fundo a bolinha
azul. Se vocês quiserem escrever apenas M
para significar parede mesial por exemplo pode
fazer isso. E assim sucessivamente: parede
distal como D. Não tem problema.
Aqui novamente, vocês estão vendo a
nomenclatura lá na frente de classificação,
paredes circundantes, então né tem aqui nessa
parte vermelha para vestibular, gengival ou
cervical. E outra vez parede gengival ou cervical.
Vocês vejam que ela se repete. Aqui eu tenho
na caixa proximal eu tenho vestibular e lingual
em três aumentos mas se eu olhar o conjunto
inteiro eu vou contar com aquela parede mesial. Novamente eu tenho aqui 4 paredes
circundantes porque aqui eu tenho duas caixas e considero um preparo só.
Paredes de fundo nesse aqui eu tenho a parede pulpar e nesse outro a parede axial.
Os ângulos são a linha ou ponto resultante da junção de duas ou mais paredes adjacentes. Eu
posso ter ângulos diedros (duas paredes consecutivas), triedros (3 paredes consecutivas) e o
cavo-superficial.
Os ângulos diedros a gente viu que eles são formados por duas paredes e eles recebem o
nome das paredes que os formam. Então se eu tenho parede mesial e parede lingual eu tenho
o ângulo mesio-lingual (ou línguo-mesial, tanto faz; na verdade a gente usa a forma mais fácil
de falar). Esses ângulos diedros são divididos em 3 grupos: 1° grupo, 2° grupo e 3° grupo.

O primeiro grupo é composto por ângulos que são formados por duas paredes circundantes.
Ângulo vestíbulo-distal, ângulo gengivo-lingual. Esses são exemplo de ângulos diedros de
primeiro grupo. Não precisa gravar todos os ângulos. É só se localizar na cavidade e nomear o
ângulo.

No segundo grupo eu vou ter ângulos formados por uma parede circundante e uma parede de
fundo. Ângulo vestíbulo-pulpar é um exemplo desse grupo.
É importante notar que o ângulo pode ser agudo (nítido) ou arredondado. Então nessa segunda
situação a gente pode localizar más não vai existir um ponto preciso. Mas naquela região vai
estar o ângulo.

No terceiro grupo eu vou ter ângulos diedros formados por duas paredes de fundo. Eu vou ter
isso quando dois preparados cavitários se encontram. Um na oclusal e outro na proximal, ou
oclusal e vestibular, ou oclusal com lingual. Para esse grupo eu só tenho duas combinações
possíveis: o axio-pulpar e o axio-axial. Nesse último o preparo da cavidade faria duas caixas
consecutivas em duas paredes circundantes.
É importante que vocês entendam que axial está sempre nas paredes circundantes (mesial
vestibular, lingual, gengival e distal). Se eu tiver uma caixa nessas paredes o fundo vai ser
axial. Se eu tiver caixa na oclusal o fundo é pulpar.
Os ângulos triedros são formados pelo encontro de 3 paredes (normalmente duas circundantes
e uma de fundo). Então esse ângulo como todos os outros vai receber o nome das paredes
que o formaram. Nós vemos na imagem o encontro das paredes vestibular, axial e cervical (ou
gengival) desse encontro nós temos o ângulo triedro vestíbulo-gengivo-axial (VGA); também o
ângulo triedro disto-linguo-pulpar (DLP).

ÂNGULO TRIEDRO INCISAL = único ângulo de todos que não recebe o nome
das paredes envolvidas, formado pela parede palatina, vestibular e parede

ÂNGULO TRIEDRO INCISAL


axial (na imagem), recebe o nome de ângulo triedro incisal, todas às vezes receberá esse nome, é a
única exceção. Acontece de canino a canino (não há superfície oclusal).

Ângulo biselado

ÂNGULO CAVO-SUPERFICIAL= é a junção da parede


circundante com a superfície externa do dente, é a margem externa, a
borda dessa cavidade. Só existe um ângulo cavo-superficial por cavidade
(mesmo com duas cavidades unidas ele é único), no entanto, deve-se
explicar onde vai fazer o tratamento X, “no cavo superficial da face
vestibular/distal..” É um ângulo único, mas pode-se localizar um ponto
mais específico. Pode se dizer “o ângulo cavo-superficial da ÂNGULO CAVO-SUPERFICIAL parede
gengival é nítido (inteiro), mas o ângulo cavo superficial da parede
vestibular e lingual deve ser biselado” (corte de modo que não termine em aresta).

CLASIFICAÇÃO DAS CAVIDADES


1-ETIOLÓGICA 5-QUANTO À FORMA E EXTENSÃO
2-QUANTO À FINALIDADE 6-CLASSIFICAÇÃO DE BLACK
3-DE ACORDO COM O Nº DE 7-CLASSIFICAÇÃO MODERNA
FACES
4-DE ACORDO COM A FACE 8- CLASSIFICAÇÃO DE MOUNT &
ENVOLVIDA HUME
*Classificação de ICDAS- classificação internacional (BR não utiliza)
1. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA: é baseada nas áreas do dente que apresentam
suscetibilidade à cárie. Existem áreas mais sensíveis como as fóssulas, fissuras e cicatrícula,
quanto as áreas lisas, são menos suscetíveis. Depende da etiologia, de onde essa lesão
cariosa se encontra, onde você irá fazer o seu preparo,
Ela divide-se em:
1.1 Cavidade de Cicatrículas e Fissuras 1.2 Cavidade em Superfície Lisa

Lembrando que em algumas partes, pode-se ter sulcos e algumas fóssulas, por ex. na
vestibular do molar inferior, (um sulco de que vem da oclusal e termina na fosseta). A má
higienização dos dentes aumenta essa suscetibilidade.

2. QUANTO À FINALIDADE: divide-se em


2.1 Finalidade Terapêutica- em caso de cárie, fatura e outras lesões de tecido duro, com a
intenção de restaurar, será uma cavidade terapêutica.
2.2 Finalidade Protética- quando se vai fazer um preparo num dente hígido, para que ele sirva
de apoio numa prótese, no caso de uma ponte fixa, por exemplo.
3. DE ACORDO COM O Nº DE FACES: Há três opções. Quando envolve apenas uma face, é
considerada simples. Quando envolve duas faces, é considerada composta. E acima de três
faces, é considerada complexa.
4. DE ACORDO COM A FACE ENVOLVIDA: vai receber o nome da face em que ela está
localizada. Exemplos: uma cavidade oclusal também pode ser chamada de simples; uma
cavidade mésio-oclusal (MO) é composta; uma cavidade mésio-ocluso-distal é complexa. Duas
classificações podem ser combinadas para se expressar melhor, pois fica mais fácil para a
outra pessoa imaginar a extensão da cavidade.

5. QUANTO À FORMA E EXTENSÃO: há duas classificações: intracoronárias (dentro da


coroa) e extracoronárias (envolve a parte externa da coroa). As intracoronárias podem ser
diretas, que são realizadas no consultório. E também podem ser indiretas, que são aquelas em
que pode haver o auxílio do protético. A intracoronária quando é feita de modo indireto é
chamada de inlay, já a intracoronária direta é chamada de onlay. As extracoronárias vão cobrir
uma ou mais cúspides, ou todas as cúspides. Quando é coberta uma ou mais cúspides e não
todas as cúspides, é chamada de extracoronária parcial. A extracoronária total é quando todas
as cúspides são cobertas.
A extracoronária parcial é dividida em dois grupos: onlay e overlay. A onlay cobre uma
ou mais cúspides, mas não cobre todas. A overlay cobre todas as cúspides, mas não cobre
toda a coroa. Já a extracoronária total recobre todas as cúspides e toda coroa.
*Inlay, onlay e overlay para as indiretas; *Intracoronária a inlay; *Extracoronária parcial:
onlay e overlay.
6. CLASSIFICAÇÃO DE BLACK: é denominada de classificação artificial. Black agrupou pela
maneira de instrumentação das cavidades, pela maneira que elas ocorrem, a maior freqüência,
pelo grupo de dentes que estão envolvidos. Ele fez 5 classes. Na classe I são regiões de má
coalescência do esmalte, regiões que possuem cicatrículas e fissuras. Toda região com
cicatrícula e fissura é classe I pela classificação de Black. Se cicatrículas e fissuras ocorrem na
face oclusal de pré-molares e molares é classe I. Se acontece nos 2/3 oclusais da face
vestibular do molar inferior, em que há um sulco que vai de oclusal para vestibular e termina
numa fosseta, é classe I de Black. Os 2/3 da face palatina do molar superior em que há um
sulco ocluso-palatino, terminando também em uma fosseta, é classe I de Black. E também na
palatina de incisivos e caninos superiores, pois os seus acidentes anatômicos são mais bem
definidos quando comparados aos respectivos dentes inferiores.

 Onde for área de cicatrícula e fissura é CLASSE I.


 A CLASSE II está em faces proximais somente de molares e pré-molares. Qualquer
cavidade no pré-molar e molar é classificada como classe II de Black.
 A CLASSE III também está na proximal, porém de dentes anteriores. Se estiver na
proximal de caninos-incisivos e não tiver envolvimento do ângulo incisal, ela é classe III.
Deve estar restrita à proximal, se descer e envolver o ângulo passa a ser classe IV.

 A CLASSE IV vai estar na mesma posição, só que agora tem comprometimento do


ângulo incisal. Pode comprometer só um ou os dois ângulos. Ela varia bastante,
podendo ser bem extensa ou pequena, desde que haja o envolvimento do ângulo incisal
é classificada como classe IV.

 A CLASSE V é no terço gengival ou cervical


das faces vestibulares e linguais de todos os
dentes.

Repassando...
 Classe I de Black: área de cicatrícula e fissura (palatina de incisivos e caninos
superiores, 2/3 da face vestibular dos molares inferiores, 2/3 oclusais da palatina dos
molares superiores).
 Classe II: proximais de molares e pré-molares.
 Classe III: proximais dos anteriores (incisivos e caninos) sem o envolvimento do ângulo
incisal.
 Classe IV: proximais dos anteriores com o comprometimento do ângulo incisal.
 Classe V: terço gengival ou cervical das faces vestibulares e linguais de todos os
dentes.
OBS: Usa-se muito uma combinação das classificações. Ex: restauração no 36 – classe II
composta MO. Em prova, normalmente ela pede a classificação por Black ou pelo número de
faces envolvidas (simples, composta ou complexa).

Classificação Complementar:
 CLASSE I DE SOCKWELL – acontece na região de cicatrículas e fissuras da face
vestibular de dentes anteriores, em formato de “um ponto” (Black não classificou, pois
isso não é o padrão. Quando isso acontece? Na época dos mamelos - do
desenvolvimento – o esmalte não fecha completamente e fica uma falha, uma região de
cicatrícula, levando a uma cavidade do tipo “ponto” numa face vestibular, fora da região
de classe V. Isso acontece com pouca frequência e por isso Black não incluiu).

 CLASSE VI (HOWARD E SIMON) – acontece nas bordas iniciais e nas pontas de


cúspides. Quando acontece isso? Primeiro você tem um atrito e desgasta a ponta da
cúspide dos caninos ou dos molares, expondo a dentina. Nessa dentina exposta,
acontece um orifício. Borda ou ponta de cúspide não são lugares fáceis de cárie, pois
nessas regiões há um esmalte espesso e uma área limpa por conta do atrito da
mastigação.
Classificação Moderna:
 A classe I acontece do mesmo jeito (oclusal de pré-molar e molar), porém agora há uma
divisão: com envolvimento ou sem envolvimento de cúspides. Sem envolvimento seria
uma cavidade apenas no sulco.

 Classe II tem proximal de molares e pré-molares, só que com a divisão: com ou sem
envolvimento da crista marginal.

 Classe III e IV permanecem iguais.


 Classe V eles não usam a determinação “cervical de vestibular e lingual”, e sim toda
face, qualquer área ali é considerada como classe V.

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