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Hurian Machado – Odontologia UNIG - @DOUTOR_SORRISO

DENTÍSTICA I
Aula 1
NOMENCLATURA E
CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES
Relaciona-se com as partes que constituem as
cavidades preparadas.

Toda a cavidade será formada por paredes, ângulos A parede gengival se enquadra na classe das
diedros e triedros e ângulos cavo-superficial ou circundantes. Só aparece quando não há alguma
margem cavo-superficial. parede da cavidade.
B) ÂNGULOS DIEDROS
A) PAREDES
São formados pela união de duas paredes de uma
São os limites internos das cavidades. As paredes cavidade e denominados combinando-se com os
que constituem as cavidades podem ser seus respectivos nomes. Segundo Black, podem ser
circundantes ou de fundo. do 1º, 2º e 3º grupos.

• Circundantes: recebem o nome das faces • 1º Grupo


dos dentes.
Encontro de duas paredes circundantes.
• De fundo: correspondem ao assoalho da Ex: línguo-gengival, vestíbulo-gengival, etc.
cavidade e podem ser chamadas de axial e
pulpar.

a) Axial: quando se apresenta paralela ao


longo eixo do dente.

b) Pulpar: quando se apresenta perpendicular


ao longo eixo do dente.

• 2º Grupo

Encontro de uma parede circundante com uma de


fundo. Ex: vestíbulo-pulpar.

C: paredes circundantes.
A: parede de fundo axial.
P: parede de fundo pulpar.

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• 3º Grupo → CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O NÚMERO


DE FACES ENVOLVIDAS E NOME DAS FACES
Encontro de duas paredes de fundo. Ex: pulpo- ENVOLIDAS
axial.
• De acordo com o nome das faces

Recebe o. nome das faces envolvidas.

Exemplos:

- Cavidades preparadas na face oclusal: cavidade


oclusal (O).

- Cavidade que se estende da face oclusal à face


mesial: cavidade mesio-oclusal (M-O).
C) ÂNGULOS TRIEDROS
- Cavidade que se estende às faces mesial, oclusal
Ângulo formado pelo encontro de 3 paredes. e distal: cavidade mesio-ocluso-distal (M-O-D).
Ex: linguo-gengivo-axial (L-G-A) e vestíbulo-pulpar-
axial (V-P-A). - Cavidade que envolve as faces mesial, oclusal e
lingual: cavidade mesio-ocluso-lingual (M-O-L).

• De acordo com o número de faces

Pode ser simples, composta ou complexa.

a) Simples: uma face.

D) ÂNGULO OU MARGEM CAVO-SUPERFICIAL

Encontro da superfície externa do dente com a


parede circundante. Pode ser definido ou biselado.

Cavidade simples oclusal (A) e mesial (B).

b) Composta: duas faces.

a) Definido b) Biselado

Cavidades compostas mesio-oclusais (M-O).


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c) Complexa: mais de duas faces. → CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A


FINALIDADE

A) Terapêutica

Visam a reconstrução morfológica,


funcional ou estética de tudo que foi
perdido devido à cárie ou fratura.

B) Protéticas
Cavidades complexas M-O-D (A) e M-O-L (B).
Servem como retentores ou apoio para
→ CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM próteses fixas e removíveis.
A FORMA E EXTENSÃO DA CAVIDADE

a) Inlay: intracoronária. Confinada no interior da


coroa, como uma caixa de cúspides sem protege-
las.

Ex: Ponte
fixa

b) Onlay: extracoronária parcial. Apresentam → CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A


cobertura de cúspide e/ou outras faces dos dentes. PROFUNDIDADE

a) Rasa: 0,5 mm à 1 mm além da junção-amelo-


dentária.

b) Média: 1 mm à 2 mm além da junção-amelo-


dentária.

c) Profunda: pouco + de 0,5 mm de dentina


remanescente.

c) Overlay: extracoronária total. Todas as faces d) Bastante profunda: 0,5 mm de dentina


estão recobertas pelo material restaurador (coroa remanescente.
total).

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→ CLASSIFICAÇÃO DE BLACK • Classe II

a) Cavidade etiológicas: cavidade de cicatrículas e - Cavidades preparadas nas faces proximais dos
fissuras e de superfícies lisas. pré-molares e molares.

- Slot horizontal: somente na face proximal.

Cavidade de cicatrículas e fissuras.

- Slot vertical: envolve a crista marginal.

Cavidade de superfícies lisas.

b) Artificial: Black classificou em classe I, II, III, IV e


V. • Classe III
• Classe I
- Cavidades preparadas nas proximais dos incisivos
- Cavidades em regiões susceptíveis à cárie, como e caninos sem envolver/ remover o ângulo incisal.
zonas de cicatrículas e fissuras na oclusal de
molares e pré-molares;

- 2/3 oclusais da face vestibular dos molares;

- Face lingual/ palatina dos incisivos;

- Região de cíngulo e tubérculo de Carabelli.

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• Classe IV → CLASSIFICAÇÃO DE SOCKWELL

- Cavidades preparadas nas faces proximais dos Sockwell considera ainda como cavidades de Classe
incisivos e caninos, com remoção e restauração do I aquelas preparadas em cicatrículas e fissuras
ângulo incisal. incipientes (de ponto), na face vestibular dos
dentes anteriores.

.
• Classe V
→ CLASSIFICAÇÃO DE FORTUNATO
Cavidades preparadas no terço gengival, não de
cicatrículas, das faces vestibular e lingual de todos • Classe I
os dentes.
✓ Tipo ponto: pré-molares e molares – quando
apenas um ponto do sulco principal foi atingido
pela cárie.

→ CLASSIFICAÇÃO DE HOWARD E SIMON

Howard e Simon acrescentaram cavidades de


Classe VI à classificação de Black. Cavidades ✓ Tipo risco: pré-molares e molares – quando
preparadas nas bordas incisais ou ponta de apenas o sulco principal foi atingido pela cárie.
cúspide.

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✓ Tipo olho de cobra (snake eye): pré-molares e Aula 2


molares – quando a lesão não atingiu as estruturas
de reforço do esmalte, ponte de esmalte e cristais INSTRUMENTOS OPERATÓRIOS
marginais.
→ INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS

• Turbina de alta rotação

• Micromotor
✓ Tipo shot gun (tiro de espingarda): molares
inferiores – minicavidades nas superfícies oclusais
dos molares.
• Contra-ângulo/ baixa rotação

• Peça reta.

• Classe II

✓ Slot (ver página anterior) a) Instrumentos rotatórios para corte

✓ Tipo túnel Os instrumentos rotatórios de corte são as brocas.

As brocas para peça reta, alta rotação e contra-


ângulo se diferenciam pela haste.

• Contra-ângulo: haste curta com encaixe.

encaixe

• Alta rotação: haste curta sem encaixe.

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• Peça reta: haste longa sem encaixe. ✓ Outros tipos de brocas

• Brocas transmetal

✓ Material das brocas - Utilizadas para cortar metal.

• Aço (liga de ferro + carbono): somente para


baixa rotação.

• Carbide (carbeto de tungstênio): alta ou


baixa rotação. Ex: 329, 330, 245.
• Brocas endodônticas
✓ Funções das brocas
- Utilizadas dentro dos canais radiculares.
Corte e acabamento.
- Usadas somente em contra-ângulo.
- Brocas para acabamento:

a) 12 lâminas: acabamento em amálgama.

b) 30 a 40 lâminas: acabamento em resina. a) Instrumentos rotatórios para


desgaste

Os instrumentais rotatórios de desgaste são as


pontas diamantadas, pedras montadas e não
✓ Forma de ponta ativa montadas, discos abrasivos e rodas abrasivas.

- Esférica • Pontas diamantadas


- Cilíndrica
- Tronco-cônica As pontas diamantadas são feitas de cristais de
- Cone invertida diamante e são utilizadas para o desgaste da
- Roda estrutura dentária.

As brocas podem ter a extremidade Possuem diferentes granulometrias:


arredondada e plana.
• Grossa
• Média
• Fina
• Extrafina

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• Pedras montadas - Quando maior a granulação, maior o desgaste


(acabamento); quanto menor a granulação, menor
- Já se encontram montadas. o desgaste (polimento).

- Utilizadas em acabamentos e polimento,


remoção de excessos mais grosseiros.

- Possui várias formas, graus de abrasividade e


materiais (carborundo e óxido de alumínio).

• Borrachas montadas
→ Cortantes manuais

São usados para cortar, planificar, clivar, e alisar a


- São semelhantes as pedras.
estrutura dentária.
- Granulometria que varia de grossa a fina.
Complementa a ação dos instrumentos rotatórios.
- Cores variadas.
Podem ser simples (1 ponta ativa) ou duplo (duas
pontas ativas).

Os mais utilizados são os recortadores de margem


gengival e as curetas (colher de dentina).

• Pedras não-montadas • Recortadores de margem gengival

- Precisam ser montadas utilizando um mandril. Planificar o ângulo cavo-superficial gengival e


arredondar o ângulo axiopulpar.
- Discos de lixa, discos de carborundo, rodas de
desgaste para porcelana. • Cureta/ colher de dentina

Remover tecido cariado.

Todo instrumento de corte perde o corte. Pode-se


usar a pedra de arkansa para afiar ou discos
montados em mandril.

- Menos utilizados:

• Discos/rodas abrasivas • Cinzéis

- Utilizados para dar refinamento na restauração. Pode ser reto, monoangulado, biangulado.

- Possuem diferentes abrasividades e granulações. Usado para planificar o esmalte.

• Enxadas

Alisar as paredes internas da cavidade.


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Pode ser monoangulado, biangulado ou 5. Dique de borracha


triangulado.
- Folha de látex natural;
Usado para preparos de amálgama. - Várias cores;
- Várias espessuras (0,15 a 0,35mm);
• Machados - Impermeável.

Planificar as paredes V e L das caixas proximais.

Pode ser biangulado, triangulado e com duplo


bisel.

Aula 3 6. Porta dique


ISOLAMENTO DO - Sua função é manter a borracha esticada e em
CAMPO OPERATÓRIO posição;

Compreende o conjunto de procedimentos • Arco de Young (mais usado na dentística);


realizados na cavidade bucal com a finalidade de
eliminar a umidade, proporcionar condições
assépticas para o tratamento e restauração dos
dentes conforme a indicação dos materiais a serem
empregados. Na dentística, o isolamento pode ser
relativo ou absoluto.

Objetivos do isolamento do campo operatório: • Arco de Ostby (mais usado na endodontia).


eliminar a umidade e proporcionar assepsia.

→ Vantagens

- Retração e proteção dos tecidos moles;


- Melhor acesso e visibilidade;
- Condições adequadas para a inserção dos
materiais;
- Auxilia no controle da infecção;
7. Perfurador de borracha (Ainsworth)
- Redução do tempo de trabalho;
- Trabalho em condições assépticas;
- Êmbolo cônico;
- Proteção para o paciente e profissional.
- Plataforma giratória;
- Cabo.
A) ISOLAMENTO ABSOLUTO DO CAMPO
OPERATÓRIO

→ Materiais utilizados

1. Pinça clínica;
2. Espelho clínico;
Kit clínico
3. Sonda exploradora;
4. Espátula nº 1;

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1º furo: é o maior; usado para dentes com grampo. b) 206 a 209: pré-molares.
2º furo: molares superiores e inferiores.
3º furo: caninos e pré-molares inferiores e
superiores.
4º furo: incisivos superiores.
5º furo: incisivos inferiores.

Obs: fazer a limpeza e a lubrificação do c) 210 e 211: dentes anteriores.


perfurador sempre antes de utilizar.

8. Pinça porta grampo (tipo palmer)

- Sua função é abrir e posicionar o grampo.

Obs: utilizar com a palma da


mão para voltada para cima. • Grampos especiais:

a) W8A: indicado para molares parcialmente


erupcionados.

9. Grampos
b) 26 e 28: indicado para molares com pouca
- Dispositivo metálico que se ajusta ao colo do retenção.
dente, com a finalidade de manter o lençol de
borracha em posição.

- Tipos de grampo: com asa e especiais (sem asa).

• Numeração dos grampos com asa:

a) 200 a 205: molares. c) 212: retração gengival e classe V.

Obs: 212 modificado

- Encurvamento da garra vestibular para a


apical;
- Encurvamento da garra lingual para a incisal;
- Permite a restauração simultânea de
cavidades de classe V em dentes adjacentes.

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10. Fio dental → Procedimentos prévios para todos os


isolamentos
- Verificar a existência de bordas cortantes;
- Auxiliar a passagem do lençol de borracha; 1. Profilaxia;
- Facilitar a inversão da borracha no sulco gengival; 2. Testes de contatos proximais;
- Realizar amarrias ao redor do colo do dente; 3. Remoção de arestas cortantes;
- Enlaçar o grampo como medida de segurança. 4. Lubrificação dos lábios.

11. Lubrificante → Sequência para colocação do dique de borracha

- São substâncias utilizadas para lubrificar o lençol 1. Montar a bancada com instrumentais que serão
de borracha facilitando seu deslizamento; utilizados;
- Aplicação do lado gengival do dique. 2. Colocar o fio dental no grampo como medida de
segurança para fazer seleção de qual grampo se
12. Godiva adapta melhor ao dente;
3. Verificar pontos de contato com fio dental e usar
- Material anelástico indicado para estabilização lixas interdentais para desgaste se necessário;
adicional dos grampos. 4. Preparar o lençol de borracha (fazendo
quadrantes);
→ Métodos de marcação para perfuração do dique 5. Colocar o lençol no arco;
de borracha 6. Realizar as marcações levando à boca do
paciente o arco + lençol de borracha, marcando o
a) Divisão em quadrantes; oclusal dos dentes posteriores e incisal dos dentes
b) Carimbo; anteriores;
d) Mordida em cera 7. Perfurar as marcações no lençol;
e) Marcação na boca. 8. Lubrificar o lençol de borracha no lado que ficará
voltado para a gengiva assim como o lábio do
→ Regras para perfuração do dique de borracha paciente;
9. Levar conjunto a boca;
- Quanto maior o número de dentes incluídos no 10. Inverter a borracha no grampo;
isolamento, melhor será o acesso e visibilidade; 11. Deslizar o lençol pelos espaços interproximais
com o auxilio do fio dental, e invaginar a borracha
- Dentes posteriores: no mínimo um dente para a no sulco gengival também com o auxilio do fio
distal até o canino do lado oposto; dental e da espátula nº 1;
12. Colocar o stop de borracha no último dente do
- Dentes anteriores: de pré-molar a pré-molar. lado oposto onde está o grampo;
13. Colocar as amarrias;
→ Técnicas de colocação do dique de borracha 14. Realizar o procedimento;
15. Remover o conjunto.
a) Coloca-se o conjunto: grampo com asa +
arco + lençol de borracha ao mesmo A sequência de colocação do conjunto grampo
tempo; + arco + lençol de borracha varia de acordo
com a técnica escolhida.
b) Coloca-se o grampo + lençol de borracha e
depois o arco (técnica de Ingraham); Sempre realizar os procedimentos prévios:
teste dos contatos proximais, remover as
c) Coloca-se o lençol de borracha + arco e arestas cortantes (se existirem), profilaxia e
depois o grampo. lubrificar os lábios do paciente.

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→ Indicações

- Intervenções de curta duração;


- Aplicação tópica de flúor;
- Alguns tipos de moldagem;
- Restaurações provisórias;
- Colagem de braquetes;
- Cimentação de peças protéticas;
- Erupção parcial de dentes;
- Pacientes com dificuldade respiratória.
→ Estabilização do dique de borracha
→ Materiais e instrumentais
• Amarria;
• Anel elástico; - Rolos de algodão;
• Wedjets; - Pinça, sonda e espelho bucal;
• Stop de borracha. - Suctores de saliva;
- Mantenedores de rolos de algodão.
→ Em que momento devo colocar o isolamento
absoluto? → No arco superior

• Antes de iniciar a remoção da cárie se - Dentes posteriores: no ducto salivar;


houver risco de exposição pulpar ou - Dentes anteriores: um de cada lado.
remoção de amálgama.
→ No arco inferior
• Depois da remoção de cárie e antes do
procedimento restaurador sem risco de - Dentes posteriores: um na região lingual e outro
exposição pulpar. na região vestibular;
- Dentes anteriores: em toda a bateria labial e na
B) ISOLAMENTO RELATIVO região lingual.

- Controla a umidade do campo operatório por → Controle da umidade do sulco gengival


meio da absorção e eliminação dos fluídos
salivares. • Fios retratores (classe V, moldagens);
- Deve ser utilizado na impraticabilidade do
isolamento absoluto;
- Requer atendimento a 4 mãos;
- Requer uso sistemático do sugador de saliva.

• Resina bloqueadora.

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→ Drogas sialopressoras

- São substâncias químicas de uso sistêmico que


diminuem além do fluxo salivar, os fluxos gástrico,
lacrimal e sudoríparo.
- Indicado para casos de salivação intensa.
- Contra-indicado em caso de doenças cardíacas,
glaucoma, síndrome de Down e lactantes.
A) Preparo cavitário com paredes
Aula 4 circundantes paralelas entre si e
perpendiculares à parede pulpar.
PRINCÍPIOS GERAIS DO
PREPARO CAVITÁRIO B) Preparo cavitário com paredes
convergentes, que proporciona bordas
É o tratamento biomecânico da estrutura dental adequadas para o material restaurador
com o objetivo de proteger a estrutura (amálgama).
remanescente e prevenir a reincidência de cárie.

→ Sequência de procedimentos

a) Forma de contorno

É a área do dente a ser incluída no preparo


cavitário. Segundo Black, deveria ser englobado
todo o tecido cariado e áreas susceptíveis à cárie.

Deve ser feita a planificação da parede pulpar e


axial com base proterora.

c) Forma de retenção

Forma dada à cavidade para torna-la capaz de reter


a restauração, evitando seu deslocamento.

b) Forma de resistência - Retenções adicionais (canaletas);


- Conformação do preparo cavitário;
São características dadas a cavidade para que as - Adesão química dos materiais restauradores.
estruturas remanescentes e a restauração sejam
capazes de resistir às forças mastigatórias. • Cavidade simples

- As paredes circundantes devem estar paralelas - Autoretentiva: profundidade igual ou maior que
entre si; sua largura vestíbulo-lingual.
- Os ângulos internos devem estar arredondados;
- As paredes gengival e pulpar devem estar planas,
paralelas e perpendicular ao longo eixo do dente;
- Todas as paredes convergentes para a oclusal;
- Planificação das paredes com bases protetoras;
- Ângulo áxiopulpar arredondado.

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- Retenções adicionais: profundidade menor, • Restauração de dentes anteriores


largura maior. Paredes vestibular e lingual
convergentes para oclusal. - Isolamento absoluto do campo operatório;
- Separação de dentes;
• Cavidades compostas e complexas - Retração gengival;
- Acesso pela lingual (Classe III).
- Sulcos proximais: confeccionados nas paredes
vestibular e lingual da caixa proximal • Cavidade de classe II – slot
(confeccionados com brocas troncocônicas). Seu
objetivo é evitar o deslizamento lateral da - Acesso a caixa proximal (faces oclusal e
restauração. vestibular).

Obs: aumenta 10x a retenção.

- Inclinação das paredes vestibular e lingual da


caixa proximal: paredes convergentes para oclusal A) Acesso oclusal.
(amálgama). B) Acesso à lesão proximal sem
comprometimento a crista marginal.

• Pré-molares e molares inferiores

- Parede pulpar inclinada para vestibular e lingual.

- Pinos metálicos: feito em cavidades muito


extensas.

A) Pinos em dentina.
B) Pinos nos condutos
radiculares.

d) Forma de conveniência Inclinação da parede pulpar em pré-molar


inferior.
Etapa que visa proporcionar acesso adequado à
cavidade, possibilitando a instrumentação e a
inserção do material restaurador.

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• Cavidade de classe V rotatórios, como brocas multilaminadas, pontas


diamantadas, discos e pedras montadas para
- Parede axial convexa para evitar a exposição acabamento.
pulpar.
g) Limpeza da cavidade

Faz-se remoção de detritos (smear layer) deixados


durante o preparo cavitário.

• Smear layer

- Raspas de dentina e esmalte;


- Óleo;
Parede axial convexa em - Bactérias;
preparo cavitário de Classe V. - Pequenos fragmentos abrasivos.
e) Remoção da dentina cariada remanescente
A smear layer oblitera os túbulos dentinários
• Cárie incipiente impedindo a adesão.
A limpeza pode ser feita com jato de ar, ácido
Remoção da dentina cariada concomitante com as fosfórico 37%, ácido poliacrílico 10%, solução de
fases do preparo. hidróxido de cálcio (se a cavidade for muito
profunda).
• Cárie permanente após o preparo prévio
→ Preparos cavitários para restaurações
Somente a cárie deve ser removida. Quando causa diretas
uma depressão durante a remoção da cárie, deve-
se fazer o preenchimento com base protetora. - O preparo cavitário é limitado a remoção do
tecido cariado;
• Cárie extensa e profunda - Forma de contorno: em função do tamanho da
lesão;
Remoção antes da delimitação da forma de - Forma de retenção: adesão do material
contorno. restaurador;
- Forma de resistência: ângulos internos
f) Acabamento da parede de esmalte arredondados, preservação da estrutura de
reforço.
Remoção das irregularidades e prismas de esmalte - Situações sem preparo cavitário prévio: lesões
desapontados deixados pela instrumentação não cariosas, dentes com alterações de forma
inicial, de forma a proporcionar o melhor (conóides) e dentes fraturados.
vedamento marginal possível entre o material
restaurador e a estrutura dental.

As paredes de esmalte são alisadas e o ângulo


cavossuperficial recebe um tratamento de acordo
com o material restaurador a ser empregado. Ele
poderá ser biselado ou vivo, porém, deverá ser liso
e uniforme.

Esse acabamento pode ser realizado com


instrumentos manuais cortantes, ou instrumentos
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Aula 5 canaleta cuja profundidade deve ser igual a ponta


ativa da broca 330;
CAVIDADE DE CLASSE I – PREPARO
3. A extensão vestíbulo-lingual deve ser ¼ da
E RESTAURAÇÃO COM AMÁLGAMA distancia entre os vértices das cúspides vestibular
DE PRATA e lingual;

→ Instrumental 4. Envolvimento do sulco lingual e vestibular;

• Broca carbide nº 330 5. Movimento pendular nas paredes proximais;

6. Com a broca nº 245, deve-se fazer o acabamento


das paredes e ângulos internos (devido ao fato de
a ponta ativa dessa broca ser maior que a 330,
• Broca carbide nº 245 deve-se se basear pela metade dela).

→ Acabamento final

- Enxada monoangulada (nº 8-9);


• Enxada monoangulada nº 8-9 - Alisamento das paredes circundantes e de fundo.

→ Forma de contorno

- Área a ser incluída no preparo;


- Preservação das vertentes das cúspides e cristas
→ Características da cavidade
marginais.
• Abertura vestíbulo-lingual do istuo com ¼
→ Técnica
de distância entre os vértices das cúspides
correspondentes;
1. Na fossa central, coloca-se a broca nº 330
inclinada para a distal;
• A parede pulpar deve ser plana e
perpendicular ao eixo;

• Paredes vestibular, lingual/palatina,


mesial e distal devem estar convergentes
para a oclusal;

• Ângulos diedros arredondados;

• Ângulo cavosuperficial nítido e sem bisel.


2. A seguir, a broca é posicionada paralela ao longo
eixo do dente, e com movimentos para distal e
mesial ao longo do sulco central, forma-se uma

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Aula 6

PREPARO E RESTAURAÇÕES COM


RESINA COMPOSTA: CLASSE I, II, III,
IV E V

→ Restauração → Instrumental

• Instrumentos • Para preparo da cavidade

- Clevident; - Pontas diamantadas (desgaste);


- Brunidor; - Brocas carbide (corte);
- Hollemback; - Brocas de aço;
- Condensadores; - Cortantes manuais (colher de dentina).
- Pote Dapen;
- Cápsulas de amálgama; • Para restauração
- Porta amálgama.
- Ácido fosfórico a 37%;
• Roteiro cínico - Adesivo dentinário;
- Resina composta;
1. Seleção da liga; - Espátulas para inserção;
2. Trituração; - Fotopolimerizador.
3. Inserção;
4. Condensação; → Preparo de classe I
5. Brunidura pré-escultura;
6. Escultura; 1. Fazer isolamento do campo operatório
7. Brunidura pós-escultura; (sempre que possível, fazer com dique de
8. Ajuste oclusal; borracha);
9. Acabamento e polimento. 2. O preparo deve ser restrito a área da lesão
cariosa;
Acabamento: feito após 24-48h com brocas 3. Iniciar o preparo com broca esférica lisa
multilaminadas; para corte (alta ou baixa rotação);
4. Pode-se utilizar também as pontas
Polimento: feito com pontas montadas (taças diamantadas esféricas para desgaste
de borracha, ogivas etc). (1011,1012,1013,1014,1015). O tamanho
da ponta ativa deve ser escolhido de acordo
com o tamanho da lesão cariosa;
5. Após a remoção do tecido cariado, utilizar
a colher de dentina para remover o tecido
cariado remanescente (em algumas
situações clinicas, a colher de dentina pode
ser utilizada antes da broca);
6. O ângulo cavosuperficial deve ser nítido e
sem bisel;
7. Com o preparo feito, deve-se fazer o
condicionamento ácido com ácido fosfórico
a 37% por 15s;
8. Lavar por 30s e secar levemente;
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9. Aplicar o sistema adesivo (pode ser com - Deve-se diminuir o fator de contração de
pincel ou microbrush) e fotopolimerizar por polimerização, inserindo os incrementos de
aproximadamente 20s; forma que fique pouca resina presa no
10. Inserir a resina composta na cavidade em dente, e com uma maior área livre de resina.
pequenos incrementos para minimizar a Quanto maior o fator C, melhor.
contração de polimerização e
fotopolimerizar incremento por - As duas formas de diminuir a contração de
incremento por 40s. A inserção da resina polimerização são: inserir em pequenos
deve ser feita de forma que devolva a incrementos e diminuir o fator C.
estrutura anatômica do dente (sulcos,
focetas, etc); → Preparo para classe II
11. Fazer a escultura na última camada,
utilizando a sonda exploradora;
1. Fazer isolamento do campo operatório
12. Utilizar o pincel pelo de Marta para alisar a
(sempre que possível, fazer com dique de
superfície;
borracha);
13. Fotopolimerizar por 40s;
2. O preparo deve ser restrito a área da lesão
14. Aplicar algum lubrificante (ex: KY) na última
cariosa;
camada e fotopolimerizar novamente por
3. Colocar a matriz de aço para proteger o
20s;
dente vizinho;
15. Após a inserção, remover o isolamento;
4. Estabilizar a matriz com cunha de madeira
16. Fazer o ajuste oclusal com carbono;
(tanto na face vestibular, quanto na
17. Fazer o acabamento e polimento.
palatina/lingual) ou porta matriz;
5. Iniciar o preparo com broca esférica lisa
para corte (alta ou baixa rotação);
6. Pode-se utilizar também as pontas
diamantadas esféricas para desgaste
(1011,1012,1013,1014,1015). O tamanho
da ponta ativa deve ser escolhido de acordo
com o tamanho da lesão cariosa;
7. Após a remoção do tecido cariado, utilizar
a colher de dentina para remover o tecido
cariado remanescente (em algumas
situações clinicas, a colher de dentina pode
POR QUE USAR O LUBRIFICANTE? ser utilizada antes da broca).
8. O ângulo cavosuperficial deve ser nítido e
O lubrificante impede a oxidação da sem bisel;
última camada de resina. 9. Com o preparo feito, deve-se fazer o
condicionamento ácido com ácido fosfórico
- Não se deve secar muito a cavidade pois a 37% por 15s;
quando seca excessivamente, as fibras 10. Lavar por 30s e secar levemente;
colágenas desidratam, impedindo a 11. Aplicar o sistema adesivo (pode ser com
penetração do adesivo, não formando os pincel ou microbrush) e fotopolimerizar por
TAGs e nem a camada híbrida. A dentina deve aproximadamente 20s;
estar úmida. 12. A inserção da resina deve ser iniciada pela
caixa proximal, transformando a classe II
- Para fazer a inserção da resina, deve-se numa classe I. Transformada numa classe I,
colocar num pote dappen a quantidade pode-se retirar a matriz de aço e a
necessária para evitar contaminação cruzada. cunha/porta matriz;

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13. Inserir a resina composta na cavidade em 6. Após a remoção do tecido cariado, utilizar
pequenos incrementos para minimizar a a colher de dentina para remover o tecido
contração de polimerização e cariado remanescente;
fotopolimerizar incremento por 7. O ângulo cavosuperficial deve estar
incremento por 40s. A inserção da resina biselado;
deve ser feita de forma que devolva a 8. Deve-se preservar ao máximo a face
estrutura anatômica do dente (sulcos, vestibular;
focetas, etc); 9. Com o preparo feito, deve-se fazer o
14. Fazer a escultura na última camada, condicionamento ácido com ácido fosfórico
utilizando a sonda exploradora; a 37% por 15s;
15. Utilizar o pincel pelo de Marta para alisar a 10. Lavar por 30s e secar levemente;
superfície; 11. Aplicar o sistema adesivo (pode ser com
16. Fotopolimerizar por 40s; pincel ou microbrush) e fotopolimerizar por
17. Aplicar algum lubrificante (ex: KY) na última aproximadamente 20s;
camada e fotopolimerizar novamentepor 12. Colocar a matriz de poliéster para realizar a
20s; restauração.
18. Após a inserção, remover o isolamento; 13. Inserir a resina composta na cavidade em
19. Fazer o ajuste oclusal com carbono; pequenos incrementos para minimizar a
20. Fazer o acabamento e polimento. contração de polimerização e
fotopolimerizar incremento por
incremento por 40s. A inserção da resina
deve ser feita de forma que devolva a
estrutura anatômica do dente;
14. Utilizar o pincel pelo de Marta para alisar a
superfície;
15. Fotopolimerizar por 40s;
16. Aplicar algum lubrificante (ex: KY) na última
camada e fotopolimerizar novamente por
20s;
→ Preparo para classe III
17. Após a inserção, remover o isolamento;
18. Fazer o ajuste oclusal com carbono;
1. Fazer isolamento do campo operatório 19. Fazer o acabamento e polimento.
(sempre que possível, fazer com dique de
borracha);
2. O preparo deve ser restrito a área da lesão
cariosa;
3. Antes de iniciar o preparo, deve-se colocar
a matriz de aço para proteger o dente
vizinho;
4. Iniciar o preparo com broca esférica lisa
para corte (alta ou baixa rotação), fazendo
o acesso pela face vestibular ou
lingual/palatina;
5. Pode-se utilizar também as pontas
diamantadas esféricas para desgaste
(1011,1012,1013,1014,1015) e a ponta em
forma de chama (nº 1111, 3118) para fazer
o bisel. O tamanho da ponta ativa deve ser
escolhido de acordo com o tamanho da
lesão cariosa;
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→ Preparo para classe IV 16. Após a inserção, remover o isolamento;


17. Fazer o ajuste oclusal com carbono;
1. Fazer isolamento do campo operatório 18. Fazer o acabamento e polimento.
(sempre que possível, fazer com dique de
Deve-se sempre utilizar resina de
borracha);
dentina e esmalte em dentes anteriores.
2. O preparo deve ser restrito a área da lesão
cariosa;
3. Em casos de acidentes (fraturas), se não
tiver lesão cariosa, deve-se fazer o bisel
com a ponta diamantada em forma de
chama;
4. Antes de iniciar o preparo, deve-se colocar
a matriz de aço para proteger o dente
vizinho;
5. Iniciar o preparo com broca esférica lisa
para corte (alta ou baixa rotação), fazendo
o acesso pela face vestibular ou
→ Preparo para classe V
lingual/palatina;
6. Pode-se utilizar também as pontas
diamantadas esféricas para desgaste 1. Fazer isolamento do campo operatório
(1111,1012,1013,1014,1015) e a ponta em (sempre que possível, fazer com dique de
forma de chama (nº 1111, 3118) para fazer borracha);
o bisel. O tamanho da ponta ativa deve ser 2. O preparo deve ser restrito a área da lesão
escolhido de acordo com o tamanho da cariosa;
lesão cariosa; 3. Iniciar o preparo com broca esférica lisa
7. O ângulo cavosuperficial deve estar para corte (alta ou baixa rotação;
biselado; 4. Pode-se utilizar também as pontas
8. Com o preparo feito, deve-se fazer o diamantadas esféricas para desgaste
condicionamento ácido com ácido fosfórico (1111,1012,1013,1014,1015) e a ponta em
a 37% por 15s; forma de chama (nº 1111, 3118) para fazer
9. Lavar por 30s e secar levemente; o bisel. O tamanho da ponta ativa deve ser
10. Aplicar o sistema adesivo (pode ser com escolhido de acordo com o tamanho da
pincel ou microbrush) e fotopolimerizar por lesão cariosa;
aproximadamente 20s; 5. O ângulo cavosuperficial deve estar
11. Colocar a matriz de poliéster para realizar a biselado;
restauração; 6. Com o preparo feito, deve-se fazer o
12. Inserir a resina composta na cavidade em condicionamento ácido com ácido fosfórico
pequenos incrementos para minimizar a a 37% por 15s;
contração de polimerização e 7. Lavar por 30s e secar levemente;
fotopolimerizar incremento por 8. Aplicar o sistema adesivo (pode ser com
incremento por 40s. A inserção da resina pincel ou microbrush) e fotopolimerizar por
deve ser feita de forma que devolva a aproximadamente 20s;
estrutura anatômica do dente. 9. Inserir a resina composta na cavidade em
13. Utilizar o pincel pelo de Marta para alisar a pequenos incrementos para minimizar a
superfície; contração de polimerização e
14. Fotopolimerizar por 40s; fotopolimerizar incremento por
15. Aplicar algum lubrificante (ex: KY) na última incremento por 40s. A inserção da resina
camada e fotopolimerizar novamente por deve ser feita de forma que devolva a
20s; estrutura anatômica do dente.

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10. Utilizar o pincel pelo de Marta para alisar a


superfície;
11. Fotopolimerizar por 40s;
12. Aplicar algum lubrificante (ex: KY) na última
camada e fotopolimerizar novamente por
20s;
13. Após a inserção, remover o isolamento;
14. Fazer o ajuste oclusal com carbono;
15. Fazer o acabamento e polimento.

FIM
Referências

- Material de apoio cedido pelos professores da


disciplina;
- Livro: Dentística: Procedimentos Pré-Clínicos –
José Mondelli;
- Livro: Odontologia Restauradora: Fundamentos e
Técnicas – Luiz Narciso Baratieri.

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Caso tenha alguma dúvida, entre em contato


comigo ou tire essa dúvida com algum professor.
Talvez possa ter coisas diferentes da forma que
você aprendeu, mas isso não quer dizer
necessariamente que eu ou você estejamos
errados. Professores e autores têm diferentes
pontos de vista as vezes.
Essa apostila não pode ser vendida por terceiros
e nem plagiada. Plágio é crime de violação aos
direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons
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