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Odontologia

dentística

@resumosemdupla
Dentística
Nomenclatura e classificação
de lesões e das cavidades

Dentística é a parte da odontologia restauradora que nos Nomenclatura das partes constituintes das
convém a restaurar diretamente sobre a boca, ou seja,
utilizando um material restaurador direto. Atualmente o cavidades
material mais utilizado para restauração direta é a resina Em linhas gerais, as cavidades são constituídas de paredes
composta. circundantes, paredes de fundo, ângulos internos diedros,
A nomenclatura dental indica de forma simples e precisa o ângulos internos triedros e ângulos cavossuperficiais.
elemento dental, suas partes constituintes e seu Paredes circundantes: são as paredes que chegam até a
posicionamento na arcada. Existe dois tipos de superfície externa das cavidades, definindo seu contorno.
nomenclatura: descritiva e numérica.
Paredes de fundo: são paredes internas que nunca atingem
• Nomenclatura descritiva: é definida por característica de a superfície.
classe, tipo, conjunto, arcada e posição em relação ao plano
sagital mediano. As características de classe dividem os
dentes em quatro grandes grupos: molares, pré-molares,
caninos e incisivos. As características de tipo, por sua vez,
diferenciam os dentes dentro de cada uma das classes:
incisivo central ou lateral; 1º, 2º ou 3º molar; 1º ou 2º pré-
molar. As características de conjunto dividem os dentes em
permanentes e decíduos. Para uma descrição precisa do
dente em questão, ainda devem ser consideradas a arcada
(superior ou inferior) e a posição do dente em relação ao Ângulos diedros: localizados na região de transição entre
plano sagital mediano (direito ou esquerdo. duas paredes.
Ângulos triedros: são os ângulos localizados na junção de
três paredes.
Ângulos cavossuperficiais: localizados na margem entre a
superfície externa do dente e o preparo.

• Nomenclatura numérica: indica de maneira simples, rápida


e prática, os elementos dentários, utilizando números.
Classificação das cavidades quanto à • Classe I do tipo risco: em pré-
molares e molares, quando apenas o sulco
complexidade principal foi atingido pela cárie.
De acordo com o número das faces envolvidas, as cavidades
podem ser denominadas simples (1 face), composta (2
faces) ou complexas (3 ou mais faces). • Classe I do tipo shot gun: molares
inferiores com minicavidades na superfície
Quanto à face envolvida oclusal.

• Classe II do tipo slot vertical: pré-molares e


molares, quando apenas a face proximal
cariada foi incluída na preparação, com
acesso pela crista marginal.

• Classe II do tipo slot horizontal: pré-molares


e molares, quando apenas a face proximal
Quanto à forma e extensão cariada foi incluída na preparação, com
acesso pelas superfícies vestibular ou
Intracoronárias (inlay): cavidades confinadas no interior da lingual/palatina.
coroa dentária.
Extracoronárias parciais (onlay): cavidades que apresentam
• Classe VI: proposta por Howard e Simon,
cobertura de cúspide e/ou de outras faces dos dentes.
inclui as cavidades atípicas preparadas nas bordas
Extracoronárias totais: cavidades que apresentam incisais e nas pontas de cúspides.
cobertura de todas as faces (axial e oclusal ou incisal).

Quanto à finalidade
Terapêuticas: nos casos em que a estrutura dentária
coronária foi acometida parcial ou totalmente por lesão
cariosa, abrasão, erosão, abfração, fratura ou outras
lesões.
Protéticas: cavidades preparadas para servir como
retentores ou apoio para prótese fixa ou removível.

Classificação das cavidades


Essa classificação complementa a classificação de black.
• Classe I do tipo ponto: pré-molares
e molares, quando apenas um ponto do sulco
principal foi atingido pela cárie.
Princípios gerais do preparo cavitário
O preparo cavitário é o tratamento biomecânico da estrutura Remoção de dentina cariada: é a fase que visa
dental que objetiva proporcionar melhor desempenho para o
remover toda a dentina cariada que houver permanecido após as
conjunto dente-material restaurador.
fases prévias de preparo.
Sequência Lógica de Black Cárie em dentina é retirada com cureta ou com brocas multi-
laminadas em baixa rotação. Se for utilizada uma ponta
Forma de contorno: é a área da superfície do dente que
diamantada em alta rotação na dentina cariada, a broca gira em
deve ser incluída no preparo cavitário uma restauração. Quando alta rotação derrapando na cárie e a carie não irá sair. Quando é
realizado para amálgama em classe I todo o sulco principal era colocada uma broca multi-laminada em baixa rotação na dentina a
desgastado mesmo que a cárie não abrangesse toda a área, isso cárie vai descamando, ou seja, saindo em formato de “cascas”,
era chamado de extensão preventiva. não desgastando a dentina e preservando tecido saudável.
Forma de resistência: são as características da cavidade Observação: tratamento que visa a remoção da cárie com
para que as estruturas remanescentes e a restauração sejam curetas e utiliza um material restaurado intermediário (como o
capazes de resistir às forças mastigatórias. Dois pontos ionômero de vidro, pois libera flúor) para interromper o
importantes a serem destacados: crescimento da cárie é denominado tratamento restaurador
atraumático (TRA).
 Existem estruturas nos dentes formadas por uma
quantidade de esmalte muito grande que fazem parte Acabamento das paredes de esmalte: visa a
da resistência do elemento dental. Por exemplo: cristas remoção das irregularidades e dos primas de esmalte sem
marginais e pontes de esmalte são áreas de grande suporte deixados pela instrumentação inicial, mediante o
concentração de esmalte. alisamento das paredes do preparo. O acabamento mais
 Sabe-se que o esmalte tem vantagem de fornecer apropriado para alisar as paredes dos dentes são os de alta
resistência, porém, todo material que possui grande rotação, com mão leve para não gerar desgaste em excesso.
resistência também se torna friável. Ou seja, é a
capacidade do material de se modificar sem distorção. Limpeza da cavidade: é a remoção de partículas
remanescentes do preparo cavitário, o que possibilita a inserção
No esmalte a cárie apresenta progressão lenta devido à alta do material restaurador sobre uma superfície limpa.
mineralização, crescendo de forma maior na dentina por
apresentar material orgânico. Antigamente quando era feito restaurações com amálgama as
cavidades eram limpas com soluções detergentes. Hoje em dia
Forma de retenção: é a forma dada à cavidade para quando se faz restaurações com resina composta é feito o
torna-la capaz de reter a restauração e evitar seu condicionamento ácido onde irá remover as impurezas do esmalte
deslocamento. Essa forma não é mais utilizada, pois atualmente e da dentina. Utilizando adesivos alto condicionantes é dispensada
se têm adesão. Esse método foi utilizado apenas para a utilização de ácido.
restauração em amálgama visto a incapacidade de aderência na
cavidade oral. Em tese a clorhexidina mata as bactérias evitando uma infiltração
da cárie. Alguns artigos contrariam o uso de clorhexidina
Forma de conveniência: é a etapa do preparo cavitário afirmando que ela não faz diferença ou que podem atrapalhar no
que visa proporcionar acesso adequado à cavidade, possibilitando processo de adesão.
uma boa instrumentação e inserção do material restaurador.
CASOS Específicos
A face distal de dentes posteriores, por exemplo, são de difícil
acesso, uma forma de conveniência seria tornar a forma do
preparo cavitário conveniente de certa maneira que facilite a
inserção do material restaurador.
Na imagem acima é possível observar um tipo de lesão abfração preceitos básicos: máxima conservação de estrutura dental sadia
(não cariosa) gerada por vários fatores. É uma lesão clássica de e bom senso.
estresse mastigatório, trauma oclusal e excesso de força
durante a mastigação. O esmalte sem suporte deve ser retirado Cada lesão e cada dente apresentam características únicas e
e a limpeza da cavidade precisa ser feita. Não é possível verificar devem, portanto, ser tratados de maneira individualizada. A
a olho nu se ouve extensão ou não da lesão, portanto é máxima conservação da estrutura dental é a filosofia
importante o preparo antes de inserir o material restaurador. restauradora moderna.

Na imagem acima é possível observar que o elemento 21 sofreu


uma lesão cervical não cariosa classificada de um trauma,
podendo ter acometimento endodôntico ou não. Nesse caso o
clareamento não será tão eficaz, sendo que a opção mais
adequada para o paciente ter um sorriso mais harmônico é
desgastando o dente e colocando um material restaurador. O
desgaste de tecido sadio só se justifica em casos específicos. Por
exemplo: estética, casos de abfração e forma de conveniência.

Na imagem acima é possível observar sem analises radiográficas


uma lesão cariosa, porém, sem saber a profundidade dessa cárie.
Na primeira imagem tem-se a impressão que a cárie é pequena,
apesar do manchamento escurecido na face oclusal indicando que
a lesão é muito maior em dentina do que em esmalte. Na segunda
imagem foi removida a ponte de esmalte. Na terceira imagem é
possível observar que a extensão da cárie é muito maior,
precisando ser removido com cureta ou com brocas multi-
laminadas em baixa rotação.

Os princípios atuais de preparo cavitário


O conhecimento dos fatores etiológicos da doença cárie e o
abandono da filosofia de extensão preventiva, por si só, resultam
em cavidades mais conservadoras. Entretanto, só com o
desenvolvimento dos materiais adesivos, capazes de reforçar a
estrutura dental debilitada, tornou-se possível a manutenção do
esmalte sem suporte dentinário, peça chave para colocar os
princípios clássicos propostos por Black. Em uma análise simplista,
as cavidades atuais devem ser preparadas com base em dois
Compreende o conjunto de procedimentos que viabiliza a eliminação Lençol ou dique de borracha: é a
ou a diminuição da umidade na região a ser trabalhada. folha (dique) de borracha
responsável por separar o campo
Um adequado controle da umidade inclui evitar a presença de saliva,
operatório da cavidade bucal. É
de fluidos ou de sangue. O acesso ao campo operatório envolve a
impermeável, disponibilizado em
manutenção da boca do paciente aberta, a retração da língua, dos
espessuras e cores variadas. O ideal é que sejam utilizados diques
lábios e do tecido gengival.
que apresentem bom contraste com a cor dos elementos dentais.
O isolamento pode ser absoluto ou relativo. O isolamento executado
Arco de Young: é um dispositivo metálico em formato de U, utilizado
com o dique de borracha é chamado de isolamento absoluto,
para esticar e apreender o lençol de borracha. Também pode se
enquanto o que não envolve o uso de dique é chamada de isolamento
utilizar o arco de Ostby.
relativo.

Arco de Young Arco de Ostby.

Perfurador de borracha: é utilizado para perfurar o lençol de


borracha na área correspondente ao dente que será isolado. Os
furos devem ser de acordo com o tamanho dos dentes que vão
ser isolados.
Algumas das situações mais comuns em que o uso do dique de
borracha é recomendado:
→ Durante a remoção do tecido cariado, em especial em
cavidades profundas;
→ Durante a remoção de restauração insatisfatórias;
→ Em todos os procedimentos que envolvam amálgama, para
reduzir a aspiração e/ou deglutição de mercúrio pelo paciente;
→ Durante todo os procedimentos adesivos, sejam eles, diretos
ou indiretos, uma vez que a ausência de contaminação e o
controle da umidade são aspectos críticos para o sucesso da
adesão;
→ Em situação em que o acesso à lesão ou cavidade depende do
afastamento gengival promovido por grampos retratores;
→ Em pacientes com necessidades especiais e/ou dificuldades
Pinça porta-grampos: tem as funções de aprender e abrir o
motoras para reduzir a possibilidade de aspiração ou
grampo, a fim de permitir seu posicionamento no dente. Ao final
deglutição de instrumentos e objetos;
do procedimento, também é empregada na apreensão e remoção
As vantagens desse isolamento são: campo limpo e seco, boa do grampo.
visualização e proteção do paciente. Já as desvantagens são:
Sugadores: responsáveis pela sucção da saliva e da água presente
dificuldade técnica, desconforto e intolerância.
na cavidade bucal.
Materiais e instrumentos
Grampos: é utilizado para estabilizar o lençol de borracha em torno
do dente. O último dente, ou seja, o dente mais distal, sempre vai
levar o grampo, pois é ele que vai fazer a estabilização e segurar
todo o sistema de isolamento dentro da boca o paciente.
2) Seleção do grampo: de
acordo com o dente e
com a técnica de
colocação do lençol. É
preciso testar o grampo
antes, para isso vai
colocar uma amarilha de fio dental para impedir a deglutição do
grampo e em seguida vai testar a adaptação cervical do grampo.
3) Seleção e preparo do lençol de borracha: deve se observar
tamanho, cor e espessura. Para fazer o preparo do lençol é
preciso fazer os seguintes passos:
• Divisão em quadrantes: traçar duas linhas, uma horizontal
e outra vertical, dividindo em 4 quadrantes;
• Em seguida, por cima do lençol vai posicionar o arco e
Técnica de isolamento prender o lençol nas garras desse arco;
• Fazer a marcação dos orifícios e perfuração do lençol;
Existe várias técnicas na ordem de colocação dos dispositivos. A • Por último, é bom fazer uma lubrificação do lençol, com
escolha da técnica depende do caso e da preferencia de cada um gel a base de água ou a base de glicerina.
profissional.
1) Colocação do grampo (com asa) na borracha perfurada, seguida
da instalação do arco e leva a boca do paciente.

2) Colocação do grampo (sem asa) e em seguida o lençol preso ao


arco.

4) Colocação do isolamento: uma vez que o último elemento está


com grampo, o isolamento está estabilizado, em seguida faz o
isolamento dos outros elementos. É preciso fazer a passagem da
3) Colocação do lençol e arco e depois o grampo (com ou sem asa).
borracha nas interproximais dos dentes.
5) Invaginação da borracha na gengiva: utilizando fio dental,
espátula supra fio ou espátula para inserção de fio retrator
número 1.
Passo a passo 6)Amarrias: devem sem
realizados quando o lençol não
1) Procedimentos prévios: realizar a profilaxia dos dentes, pois a permanecer estável na região
presença de biofilme atrapalha o isolamento. Em seguida passar o cervical dos dentes isolados.
fio dental para verificar o espaço interdental. Caso o fio dental não
passe entre os dentes, é preciso utilizar uma tira de lixa de aço e Remoção
passar entre os dentes para abrir espaço.
1) Corta as amarrias uma por uma.
2) Esticar o lençol para vestibular e vai cortando as áreas
proximais.
3) Remove todo o isolamento.
Fatores que determinam o espaço e a relação
entre os orifícios a serem perfurados

Tamanho e contorno dos dentes; Altura da gengiva interdental;


Espaço entre os dentes ou ausência de dentes; Má posição dos
dentes no arco dental; Posição da cavidade no dente.

É utilizado em procedimentos de curta duração. Sua utilização


restringe-se aos casos de impossibilidade de uso do isolamento. Ex.:
clareamento dental, restaurações temporárias.
Materiais e instrumentais

Rolos de algodão, gaze, sugador, afastador, pinça, sonda e espelho.


Dispositivos auxiliares

Fios retratores: além de retrair


a gengiva, colaboram no controle
da umidade.
Afastador bucal: são capazes de retrair os lábios e as bochechas,
mantendo-os afastados durante todo o procedimento.
Barreira gengival: utilizado para proteger a gengiva.
Absorvente salivar: colocado na região sublingual. Tem o poder de
absorção melhor do que o rolo de algodão.
Substancias químicas: indicadas em casos muito específicos, em
que o paciente apresente fluxo salivar intenso e impossibilidade de
controle salivar pelos métodos convencionais.
Técnica

Consiste basicamente na colocação de rolos de algodão nas regiões


que existe uma grande quantidade de salivação e de sugador de
saliva. Os rolos de algodão devem ser colocados no sulco vestibular
e nas faces linguais dos dentes.

O fluxo salivar existente na cavidade bucal é proveniente das


glândulas parótidas, sublingual e submandibular.
Isolamento rasgado
Os sistemas adesivos são substâncias capazes de unir o material
restaurador à estrutura dentária, possibilitando restaurações mais
estéticas e conservadoras.
O sistema adesivo é utilizado em: restaurações em lesões cariosas
e em lesões não cariosas; restaurações indiretas em resina
composta ou cerâmica; selamento preventivo de defeitos
estruturais; colagem de bráquetes e bandas ortodônticas; reparo
de RC, cerâmica ou amálgama; reconstrução de núcleos para
coroas; colagem de fragmentos em dentes fraturados; Na dentina o percentual inorgânico cai. Comparado ao esmalte, na
desensibilizar raízes expostas. dentina terá muito mais água, material orgânico. Portanto, como a
composição da dentina é diferente do esmalte, consequentemente,
a adesão na dentina vai ser diferente da adesão no esmalte.
Em esmalte
A maneira de realizar a adesão na dentina é através da formação
de uma zona de interdifusão, chamada camada híbrida, nessa
camada tem: água, fibras colágenas, adesivo.
Na dentina tem muita água, os sistemas de adesivos são
hidrofóbicos, com isso criou um componente de adesão hidrofílico,
chamado de primer.

É um tecido altamente mineralizado,capaz de sofrer


condicionamento ácido. O condicionamento tem como principais
funções o aumento do molhamento e da energia de superfície.
O mecanismo de união do adesivo ao esmalte é explicado pelo
aumento de energia superficial do esmalte. A superfície do esmalte
é bem lisa, tem baixa energia de superfície, o sistema adesivo não Existem dois tipos de dentina:
consegue penetrar. Com isso, é preciso aumentar a energia de
superfície, passando o ácido fosfórico 37%, que vai desmineralizar → Dentina intertubular: está localizada entre os túbulos
essa superfície, criando micro retenções, e, consequentemente, dentinários. É mais mineralizada e possui uma melhor
aumenta a área de contato. qualidade de adesão.
→ Dentina peritubular: está localizada em volta dos túbulos
dentinários. É pouco mineralizada e não possui muita
adesão.
Próximo do esmalte tem uma quantidade grande de dentina
intertubular, já em direção a polpa é encontrado mais a dentina
peritubular. Ao passar ácido na dentina, ela fica extremamente
porosa, com pouca quantidade de dentina intertubular.

Em dentina Na dentina, embora tenha muita micro retenção é uma superfície


com uma baixa energia, então ao aplicar o sistema adesivo
(hidrofóbico), ele não vai conseguir penetrar nessas micro
retenções. Para solucionar esse problema, foi desenvolvido um
componente adesivo hidrofílico, chamado de primer.
O primer aumenta a energia de superfície, e tem afinidade a água. Quanto ao condicionamento ácido prévio:
Ao passar o primer na dentina, ele consegue aumentar a energia (condicionamento ácido convencional)
de superfície, penetrando nessas micro retenções, e molhando
toda a superfície. Esse primer também é compatível com o adesivo Apresenta duas formas:
(hidrofóbico-bond).
→ Convencionais: usa o ácido fosfórico para fazer o
Cuidados: condicionamento acido prévio.
→ Autocondicionantes: elimina a necessidade de condicionamento
→ Ao fazer a adesão a dentina, não se deve secar a dentina, ácido, pelo uso do primer ácido.
caso seque a dentina e ocorra a evaporação de toda a água
presente ali, vai sobrar então apenas fibras colágenas. Essas
fibras colágenas vão colabar (colar), impedindo a adesão da
dentina.
→ Ao remover cárie, misturado as fibras colágenas, a água,
encontra-se muita bactéria, restos de dentina, e isso forma
uma lama que tampa os túbulos dentinários, chamado de
smear layer. Dentro dos túbulos dentinários também fica um
pouco dessa lama camada, chamada smear plug. O Convencional
condicionamento ácido serve para limpar essas camadas de Auto condicionante
lama, expondo as fibras colágenas e os túbulos dentinárias. Em esmalte: usar o ácido fosfórico 37% de 30 a 60 segundos.
Realizando isso, é possível aplicar uma camada do componente
hidrofílico, e depois uma camada do componente hidrofóbico, Na dentina usar o ácido fosfórico no máximo 15 segundos.
por difusão isso entre nas micro retenções, formando a Quanto a afinidade aos fluidos dentinários:
camada hibrida.
→ Hidrofóbico: adesivo propriamente dito (bond).
Composição dos adesivos → Hidrofílico: primer utilizado em dentina.

Basicamente é composto por uma matriz resinosa orgânica, sendo Quanto a forma de polimerização:
a mais comum o bisfenol glicidil dimetacrilato (bis-GMA). Outros tipos
Apresenta diferentes tipos e polimerização:
de monômeros são:
→ Polimerização química (auto polimerizáveis): mistura o adesivo
→ Hidroxietil metacrilato (HEMA);
com o catalizador e por reação química, esse material vai se
→ Dipentaeritritol pentacrilato éster fosfato (PENTA);
polimerizar.
→ Uretano etileno glicol dimetacrilato (EG-DMA);
→ Polimerização física (foto polimerizáveis): ocorre através de
→ Bisfenil dimetacrilato (BPDM);
onda de luz.
→ Uretano dimetacrilato (UDMA);
→ Polimerização dual: mistura as duas polimerizações, inicia-se a
→ Trietileno glicol dimetacrilato (TEGDMA).
auto polimerização, porém se jogar luz ao mesmo tempo,
Os monômeros são misturados em solventes (etanol e a acetona). acelera a polimerização.
Após infiltrar o sistema adesivo na dentina, esse solvente vai se
Para polimerizar tem que aplicar o primer, depois o bond e depois
misturar a água, com isso o solvente vai evaporar e levar com sigo
polimerizar. Quando o primer e bond são juntas, deve usar um
o excesso de água. Fazendo isso, a camada hibrida fica basicamente
ativador de primer bond.
com fibras colágenas e sistema adesivo, permitindo uma boa
adesão. Obs.: Na dentística, se utiliza a polimerização física.
Quanto ao número de passos:
Classificação
Só observar quantos componentes estão sendo utilizados.
Podemos classificar os adesivos dentais: quanto ao
condicionamento ácido prévio; quanto a afinidade aos fluidos Convencionais Autocondicionantes
dentinários, quanto a forma de polimerização e quanto ao número N° de 3 (ácido+primer+bond) 2(ácido/primer+bond)
de passos. passos
2(ácido+primer/bond) 1(ácido, primer e bon)
Tem o sistema hibrido: vai fazer um condicionamento convencional
com o ácido no esmalte, e aplicar o sistema auto condicionante na
dentina.

Fatores clínicos que interferem na


adesão
→ Tempo de condicionamento ácido.
→ A dentina deve ser mantida levemente umedecida.
→ Evaporação do solvente.
Podemos descrever as resinas compostas atuais como uma matriz Além da sua composição, podem variar de forma e tamanho,
orgânica que contêm inibidores e ativadores de polimerização, alterando características como: resistência a fratura, fadiga,
saturada com partículas de carga previamente sinalizadas. desgaste, consistência de fluidez e lisura de superfície.
As propriedades favoráveis são: adesão ao esmalte e dentina,
preparos conservadores, e promove estética (cor, textura,
Limitações
opacidade e translucidez). → Extensão da cavidade (mais de 3 parades, normalmente tem
As propriedades desfavoráveis são: contração de polimerização, que fazer restauração indireta). Se a extensão da cavidade
sorção de água e pigmentos (capacidade que o material tem de for no sentindo vestíbulo lingual for mais que 1/3 dessa
aderir água e pigmento na superfície), envelhecimento da matriz distância é considerada grande.
orgânica, degradação em meio ácido e álcool, manchamento → Alto índice de cárie à má higienização.
(instabilidade de cor por conta do envelhecimento da matriz → Dificuldade técnica (isolamento).
orgânica).
Histórico
São indicadas para: restaurações estéticas, selamento de fissuras
e fóssulas, reparo em restaurações diretas e indiretas, núcleo de Na década de 40/50 os materiais restauradores eram metálicos,
preenchimento como o amálgama. O problema principal desses materiais eram a
estética.
Como o próprio nome indica, as resinas compostas têm sua
estrutura formada por vários componentes. Há quatro Os primeiros materiais restauradores diretos estéticos foram o
componentes principais, sendo as características e os percentuais cimento de silicato (baixa resistência, com desgaste muito grande)
de cada um deles variáveis de um material para o outro. e resinas acrílicas – PMMA (ainda se usa bastante em prótese,
apresenta uma contração elevada).
Matriz orgânica: geralmente um dimetacrilato com o Bis-GMA ou o
UDMA, associado a outros monômeros de menor peso molecular, Em 1953: invés de se ter só matéria orgânica começaram a
como o TEGD-MA – necessários para regular a viscosidade. adicionar carga. A carga é uma estrutura mineral. Perceberam que
essa resina falhava muito, isso era porque existia uma incapacidade
Carga inorgânica: são partículas microscópicas de natureza
dessa matriz orgânica se aderir a essa carga mineral. Essas
inorgânica que melhoram as propriedades físico-químicas da matriz.
resinas eram chamadas de resina pseudo-composta.
É formada por partículas de vidro, quartzo e/ou sílica, presentes
em diferentes tamanhos, formas e quantidades. Em 1962: foi desenvolvida a matriz resinosa de BISGMA, com a
utilização de um agente de ligação chamado de silano orgânico, unido
Agente de união: exemplo o silano, uma molécula bifuncional, capaz
as partículas de carga e a matriz resinosa.
de se unir tanto à carga inorgânica como à matriz polimérica.
Sistema acelerador-iniciador: envolve os componentes Vantagens da BISGMA
responsáveis pela reação de polimerização. Além disso, também
tem os inibidores de polimerização, para que não ocorra Apresenta baixa contração de polimerização; resistência mecânica;
espontaneamente. menor volatilidade; estabilidade dimensional e de cor, sendo um
material que manchava e desgastava menos.
Ex..: Canforoquinona, ela é sensível a luz, quando a luz bate nela ela
consegue iniciar o processo de polimerização da resina. O problema Porém esse material não era moldável, por isso foi acrescentado
dela, é a cor amarela. Outros exemplos são: bafo e TPO. alguns diluentes: Bisma (bisfenol dimetacrilato), DEGMA (dieleno do
ester do glicidil dimetacrilato), TEGDMA (trietileno do ester do glicidil
A canforoquinona é muito utilizada pela capacidade de iniciação da dimetacrilato) e Te-EGMA (tetraetileno do ester de glicidil
polimerização. Os outros se mostram com um déficit grande de dimetacrilato).
polimerização. O bapo e TPO não conseguem um grau de conversão
de monômeros em polímero grande como a canforoquinona. O mais utilizado atualmente é o TEGDMA. Os diluentes apresentam
a função de tornar o material mais moldável, diluindo o BISGMA,
levando a formação de uma pasta moldável.

Classificação Micro-híbridas: partículas inorgânicas que variam de 0,2
e 1 micrometro. Mais indicada para dentes anteriores.
As resinas compostas podem ser classificadas de acordo com o • Nano-híbridas: mistura de nanopartículas com partículas
tamanho da partícula, de acordo com a fluidez e de acordo com o de tamanho variados.
sistema de polimerização. As resinas micro-híbridas e nano-híbridas têm uso universal e
De acordo com o tamanho das partículas podem ser utilizadas em restaurações de dentes anteriores e
posteriores.
A quantidade de carga de uma resina composta é o principal fator
De acordo com a com a fluidez (viscosidade)
determinante de suas propriedades físico-mecânicas. Quanto
maior o percentual de carga inorgânica, maior a resistência, maior Regulares ou convencionais: para restaurações direta.
o modulo de estabilidade e menor a contração de polimerização.
De baixa viscosidade (flow): bem fluida. São utilizadas para
Macropartículas: consideradas grandes, com até 40 micrometros, selamento de cicatrículas e fossas, preenchimento de
podendo variar entre 1 e 100 micrometros. Apresentam como irregularidades de cavidade, e como cimento resino de faceta.
grandes desvantagens a dificuldade de obtenção de um bom
polimento e, principalmente, a dificuldade de manutenção da lisura Alta viscosidade: apresentam características de menor
superficial ao longo do tempo, escoamento, devido ao aumento de proporção carga-matriz.
Facilidade de inserção, porém apresentam difícil adaptação e
Era um material duro e extremamente resistente, só sirva para entraram em desuso.
fazer restaurações de dentes posteriores. Caiu em desuso.
De acordo com o sistema de polimerização
Micropartículas: apresentam partículas com tamanho médio de
0,04 micrometros o que resulta em superfícies que, além de A polimerização transforma a resina composta, inicialmente
extremamente fáceis de polir, mantêm o brilho e a lisura plástica, manipulável e facilmente esculpível, em um material rígido,
superficiais por mais tempo. Não apresenta resistência mecânica devolvendo estética e função aos elementos dentais.
do material. E tem a função de restaurações de áreas estéticas
que não requer esforço oclusal (face vestibular de dentes O processo de polimerização ocorre em três fases: Iniciação ou
anteriores). indução, propagação e terminação:

São indicadas para as restaurações em áreas que necessitam de Grau de conversão de polimerização
alto polimento sem a necessidade de alta resistência – facetas,
restaurações classe III e V, facetas estritamente vestibulares ou Grau de conversão dos monômeros presentes nos cimentos
somente para a camada mais vestibular de restaurações resinosos é a capacidade que o material tem de sintetizar a partir
anteriores. de tais monômeros, cadeias complexas de oligômeros, também
chamados de polímeros.
Apresenta pequena incorporação de carga, sendo contraindicadas
em restaurações submetidas a grandes esforços. Nenhum material resinoso tem capacidade de grau de conversão
de 100%. O grau de conversão de polimerização está diretamente
Nanopartículas: partículas que variam de 0,02 a 0,075 ligado as propriedades físicas do material. Quanto pior o grau de
micrometros. A maior vantagem vantagem desses compósitos, polimerização das resinas, pior as características biomecânicas da
especialmente em comparação às resinas de micropartículas, é resina.
que o método de fabricação permite agregar um maior volume de
carga à matriz, permitindo combinar boas propriedades físico- Ativação: fisicamente ativadas ou fotoativas; quimicamente
mecânicas, em virtude da alta quantidade de carga, e um bom ativas ou auto polimerizáveis, e química e fisicamente ativadas
polimento, uma vez que as partículas são extremamente pequenas. (dual). A polimerização dual assim como as auto polimerizáveis, são
acondicionadas em diferentes recipientes, e embora foto
São obtidas por processo químico sintético. Associam excelentes
polimerizáveis, contam também com a polimerização química (locais
propriedades mecânicas (resistência) com elevado polimento.
onde a luz não é suficiente).
Utilizadas para todos os casos.
Híbridas: mistura de micropartículas com partículas maiores. Tem o Contração de polimerização
objetivo de melhorar as propriedades mecânicas sem perder o
polimento e o brilho superficial. Essas resinas hibridas, podem ser Normalmente é onde a resina falha.
divididas em:
O fator C é o fator de configuração cavitário, é relacionado com
a geometria do preparo cavitário e representado pela relação
entra as áreas de superfície aderidas e não-aderidas.
É importante pois quanto maior o número de superfície aderidas
na resina composta maior a possibilidade de falha. Quanto maior o
número de paredes maior o fator C.
Para diminuir os problemas causados pelo fato C alto utiliza-se a
técnica restauradora incremental, que precisa colocar quantidades
reduzidas de resina composta que não devem ultrapassar 2mm,
na menor quantidade de paredes possíveis, de preferência uma ou
duas paredes.

Resinas de incrementação única (bulk


fill)
os fabricantes modificaram a matriz orgânica para que contração
de polimerização seja tão pequena ao ponto de ser desconsiderada.
Ela se contrai tão pouco que permite a colocação de camadas de
4 a 5mm sem que haja descolamento nas paredes. Essa resina
apresenta alguns problemas como: sofre desgaste acentuado,
adaptação menor do que é dita por aí, e é uma resina muito
translúcida.
Instrumentos Operatórios
Dentro do kit básico de dentística têm-se as escovas e taças de
Instrumentos rotatórios borracha para remoção de biofilme. É utilizado na limpeza da
São utilizados rotineiramente no consultório odontológico para estrutura dentária, o que auxilia na prevenção de lesões e
diagnóstico, visualização e acesso. O jogo clínico básico é permitem melhor visualização e diagnóstico de imperfeições e
composto por uma sonda n° 5, pinça e espelho. Atualmente lesões na estrutura dental.
recomenda-se que seja acrescentada uma sonda milimetrada
periodontal, pois faz parte do jogo cínico em uma abordagem
periodontal inicial seja para qualquer especialidade.

Espelho clínico: pode ser de Fio dental: útil na limpeza e diagnóstico de lesões, cálculos,
vários tipos (simples ou irregularidades e desadaptação de restaurações nas superfícies
aumentado), e apresenta proximais, além de amarrilhos.
função de visão indireta
oferecendo uma visualização do Obs: todos os materiais anteriores devem estar na mesa clínica
campo operatório, iluminação e afastamento dos tecidos. durante a consulta

Instrumentos rotatórios
Pinça clínica: utilizada para
preensão e deslocamento de Turbina de alta rotação ou caneta de alta rotação possuem dois
objetos pequenos, como tipos de motores, sendo eles:
gazes, roletes e bolinhas de
algodão, além de diversos resíduos.

Sonda exploratória:
apresenta função tátil,
permitindo diagnosticar
irregularidades nas As canetas de saca broca necessitam de
superfícies, aonde há algum tipo de fenda de Gap, amolecimento um aparato que possui funcionalidade de
da estrutura dentária e desadaptação de restaurações, além de colocar a broca e remover a broca.
função restauradora.

Antigamente utilizava a sonda exploradora para detectar cárie,


porém, atualmente não se opta pela sonda para detecção de As canetas de pus button são mais versáteis, porém de custo
cárie, visto que há possibilidade de desmineralização de tecido mais elevado. Não necessitando de aparatos para colocar e
saudável, além de contaminar a ponta da sonda que pode passar retirar broca.
por outra região posteriormente. A alta rotação gira em alta velocidade, sendo necessário destacar
Sonda milimetrada: mais que esse material vem acompanhado de calor quando realizado os
utilizada na periodontia procedimentos, por este motivo a caneta apresenta furos que
para avaliar e sondar a liberam água para amenizar o calor criado pela alta rotação,
bolsa periodontal. Na evitando assim que haja necrose pulpar por um aumento
odontologia restauradora serve para mensurar aspectos excessivo da temperatura do dente. A alta rotação aplica-se em
dentários, como, largura de dentes, espaços interdentários e esmalte, dentina saudável e em materiais restauradores.
dimensões de preparo.
Micromotores: os micromotores podem ser encaixados em alguns As brocas podem apresentar diferentes números de lâmina na
tipos de acessórios, como contra-ângulo, peça reta e contra ponta ativa, variando de 8 a 12 lâminas. As brocas que
ângulos redutores. Ao contrário da alta rotação, o micromotor apresentam 12 lâminas são utilizadas para acabamento da
não necessita de utilizar água. Para remoção de cárie se utiliza cavidade e não para corte, apresentam haste dourada.
micromotor acoplado ao contra-ângulo e para desgastar dente
usa-se ponta diamantada em alta rotação.

Pontas diamantadas: apresentam função de desgaste e por esse


motivo possuem diferentes tipos de formatos, pois dependendo
da forma em que a cavidade será produzida necessitará de uma
específica ponta diamantada.

Corte e desgaste
Brocas ou fresas: instrumentos de corte constituído de um único
material, normalmente o aço (liga ferro-carbono) ou o carboneto
de tungstênio (carbide). As brocas apresentam: ponta ativa,
parte intermediária, e haste.

Em alta rotação se opta pelas brocas carbide, pois é resistente a As pontas diamantadas podem apresentar diferentes tipos de
altas temperaturas sem perder o corte da lâmina, em baixa granulação, variando desde granulações extra-grossas e grossas
rotação podem-se usar brocas de aço, pois são mais baratas e para confecção de desgaste (haste preta, azul ou verde)
não apresentam problemas com o aquecimento. granulação normal (haste prateada) e as que são utilizadas pra
acabamento sendo as granulações finas (haste vermelha) e
As brocas são divididas em três partes que são: haste,
extra-finas (haste amarelas).
intermediário e ponta ativa.
Pedras montadas: é uma pedra abrasiva que realiza desgaste,
mas servem basicamente para acabamento de restaurações
apresentando granulação finas. São de óxido de alumínio, mas
podem ser de outros tipos.

As brocas são diferentes para turbina de alta rotação (mais


finas e lisas) e para contra-ângulo (mais larga e encaixe em Borrachas montadas: podem ser siliconadas ou impregnadas por
forma de T no final). Além disso, podem apresentar diferentes diamante e servem para fazer polimento de qualquer material
formatos de ponta-ativa (cilíndricas, cônicas e entre outras). restaurador, não se faz acabamento.
Mandris: não apresentam ponta ativa, são formadas por haste e
porção intermediária. Nela podem ser acoplados discos, pontas de
feltro, rodas de algodão e entre outros.

Esculpidores: são utilizados para inserção e acomodação de


Cada fabricante produz os mandris de um jeito diferente diversos materiais.
apresentando especificidade de encaixe.

Cortantes manuais
São instrumentos empregados para cortar, clivar, e planificar a
estrutura dentária ou complementar a ação dos rotatórios
durante o preparo cavitário.

Porta amálgama: utilizado para a preensão do amálgama após a


trituração, além de servir para inserir materiais como hidróxido
Apresentam numerações que indica o comprimento da haste, de cálcio PA e o MTA.
largura da haste e comprimento da ponta ativa. Esses materiais
durante o uso devem estar sempre afiados, deve-se afiar com,
por exemplo, discos/pedras.

Espátula de manipulação: utilizada para manipulação de diversos


materiais, tanto convencionas como resinosos.

Instrumentos restauradores Normalmente as mais utilizadas são as de número 7, 70, 24, 36.
Condensadores: inicialmente utilizado para adaptar e condensar o
amálgama a cavidade. Atualmente, é utilizado para inserção e Matrizes
adaptação de diversos materiais.
São utilizados para restabelecer os contornos proximais das
restaurações. Quando de poliéster, são mais indicadas em dentes
anteriores, e quando metálicas, para restaurações de dentes
posteriores. Na imagem abaixo se tem a unimatrix:

Brunidores: utilizados para brunidura em restaurações de


amálgama e para inserção, acomodação e escultura em
restaurações de resina composta.
Utilizadas em caso de perda do ponto de contato ou quando a Aplicadores descartáveis (microbrush): possuem diversos
cavidade entrar na face proximal. tamanhos e são utilizados para aplicação e acomodação dos
materiais.
Matriz e porta matriz: algumas matrizes se associam com porta-
matrizes. O mais comum deles é o porta-matriz que é utilizado
principalmente em restaurações de AAG. (amálgama). Servem
para proteger dente vizinho durante o desgaste.

Pinça de miller: permite a preensão de papel articular ou de


carbono durante os ajustes oclusais.

Cunha: são pequenos dispositivos de formato piramidal,


geralmente constituído de madeira ou plástico, são utilizadas para
adaptar bem a matriz na região interproximal.

Materiais para acabamento


Lâmina de bisturi: em odontologia restauradora, têm a função de
remover pequenos excessos de adesivo ou material restaurador.
As lâminas do tipo 11, 12 e 15 são excelentes para remover
Coloca-se em região interproximal entre o dente a ser pequenos excessos tanto de resina composta quanto de adesivos
restaurado e o dente vizinho, permitindo que a matriz fique bem sem a preocupação de desgastar o dente.
adaptada no contorno próximal, estabilizando para que a matriz
não solte durante a restauração.

Espátulas de resina
Apresentam-se com diferentes angulações, tamanhos,
espessura e flexibilidade, para o uso em diferentes situações.

Tiras de lixa: são para acabamento da região interproximal,


podem ser tanto em metal (para acabamento grosseiro) como
em poliéster para polimento (podem ser finas ou extrafinas).

Pincéis: auxiliam as espátulas na acomodação de resina composta,


definição de forma, lisura de superfícies e pigmentação de resina
composta.
Discos abrasivos apresentam função principal de acabamento e
polimento (dependendo da granulação) de restaurações em faces
lisas.

Escovas, taças e feltros: servem para o polimento de


restaurações juntamente com pastas para esse fim.

Instrumentos alternativos
Instrumentação ultrassônica, laser de alta potência, microabrasão
a ar e soluções químicas são alternativas aos instrumentos
rotatórios convencionais e têm como principal objetivo diminuir a
sintomatologia dolorosa e diminuir o desconforto sonoro
proveniente dos instrumentos rotatórios convencionais. O
problema desses materiais é o seu alto custo, não sendo muito
acessíveis financeiramente.
As resinas compostas apresentam uma matriz orgânica formada
por moléculas muito pequenas, conhecidas como monômeros. Os
Mecanismo de fotopolimerização
monômeros são as unidades estruturais básicas da matriz. Ao se Indução
unirem quimicamente em longas cadeias, por meio de um processo
conhecido como polimerização (reação química que dá origem aos R-C-O-O-R + ATIVADOR R-C-O*
polímeros), os monômeros formam macromoléculas conhecidas Iniciador Radical livre
como polímeros.
Inicia com a quebra das moléculas de iniciador por ação do ativador,
A matriz orgânica das resinas compostas é a parte quimicamente
gerando radicais livres.
ativa do material, responsável por sua transformação de uma
massa plástica em um sólido rígido. Essa reação química ocorre por Propagação
meio da ativação de um sistema acelerador-iniciador que, em uma
análise simplista, gera radicais livre, que quebram as duplas ligações
(C-C), dos monômeros e, em seguida, geram novos radicais livres,
R-C-O* + C=C R-C-O-C-C*
que promovem a união dos monômeros em polímeros. Dupla Radical livre
Radical
Dentre as matrizes orgânicas, as mais utilizadas são o UDMA e, livre ligação
em especial, o Bis-GMA.
Existem 3 tipos de polimerização:

Polimerização química R-C-O-C-C-C-C* + C=C R-C-O-C-C-C-C-C-C*


Radical Dupla Radical livre
livre ligação
• Base + Catalisador;
• Iniciador: peróxido de benzoíla; A presença dos radicais livres dá início à propagação, uma reação
• Ativador: amina terciária; em cadeia caracterizada pela quebra das ligações duplas presentes
nos monômeros. A liberação de radicais livres, faz com que as
duplas ligações sejam quebradas, liberando mais radicais livres, que
proporcionam a propagação do processo de polimerização.
Polimerização física
Formando cadeias maiores de carbono.

• Pasta única; Terminação


• Sistema iniciador: fotoativador + amina ativadora
• Ativados por luz R-C-O-C-C* + *0-C-R R-C-0-C-C-0-C-R
Radical Radical Polímero
livre livre

Polimerização dual R-C-0-C-C* + *C-C-0-C-R R-C-0-C-C-C-C-O-C-R


Radical Radical Polímero
livre livre
• Dois sistemas de ativação: químico +
físico No momento em que a ligação dupla é quebrada, o monômero é
ativado e passa a agir como um radical livre, fazendo com que a
reação prossiga até duas moléculas ativas se unam, trocando
energia e fechando a cadeia de polímero. Ou seja, à medida que o
material vai se tornando mais rígido, dificulta a ocorrência de
reações químicas responsáveis pela polimerização e a terminação
acaba por finalizar este processo.
Quanto mais polimerizar a resina melhor é a resina, em vários
3ª • Densidade de potência a partir de
fatores: dureza, rugosidade de superfície, estabilidade cromática,
geração 1.100 mW/cm2
resistência a fratura, resistência ao desgaste.
• Espectro: entre 375 a 510nm.
Fotoiniciador
O mais utilizado é a canforquinona, encontrada na maioria dos A 1ª geração consegue sensibilizar a canforquinona, porém com
compósitos contemporâneos. Ela é excitada pela luz visível de cor uma potência muito baixa, e não apresenta uma boa efetividade
azul, entre 400nm e 550nm, com o pico de absorção em torno para polimerizar o material.
de 470nm. Uma desvantagem importante é sua coloração A 2ª geração, chamado Mono whey, são os LEDs mais vendidos,
excessivamente amarelada, que faz com que alguns fabricantes pois apresentam um preço acessível. São bons para polimerização
evitem empregá-la em compósitos de cor clara, como os de compósitos que tem como iniciador a canforquinona, porém se
desenvolvimentos para restauração de dentes clareados. Uma tiver um iniciador que exige um espectro de onde diferente, ele
alternativa é utilizar os fotoiniciadores alternativos, como o bafo e não vai conseguir.
CPO. Esses não apresentam a coloração amarela, porém seu pico
de absorção de luz situa-se em uma faixa do espectro inferior à A 3ª geração chamada Poly whey, tem
da canforquinona – em geral entre 400 e 450 nm – exigindo mais de um comprimento de onda no
alguns cuidados na seleção da unidade de fotoativação. seu espectro de luz, ou seja, além de
excitar a canforquinona, consegue
Unidades de fotoativação excitar também os fotoiniciadores
alternativos. O problema é que esses LEDs são extremamente
Existem diversos tipos de unidades, que emitem luz com diferentes caros
características e comprimentos de onda. Exemplo:
Vantagens: vida útil maior (10.000h); não provoca aquecimento;
• Lâmpadas halógenas de quartzo e tungstênio; baixo consumo de energia; equipamentos compactos (sem filtros
• Diodos emissores de luz (LED); ou sistema de ventilação).
• Arco de plasma;
Desvantagens: estreito intervalo de emissão espectral (440 a 490
• Laser de argônio.
nm), só tem essa desvantagem nos LEDs de segunda geração.
Atualmente se usa basicamente só os diodos emissores de luz
(LED). Intensidade de luz ou densidade de potência
Lâmpadas halógenas: Para que os compósitos fotoativados sejam polimerizados de
apresentava um espectro amplo de forma adequada e, consequentemente, desfrutem de suas
onda 350 e 700nm, então consegui melhores propriedades físico-mecânicas, é essencial contar com
polimerizar bastante a resina composta. uma unidade de fotoativação que ofereça intensidade de luz
Operam em uma faixa de 400 a 500 suficiente.
mW/cm2, sendo que alguns podem chegar a 1.100 mW/cm2.
A intensidade de luz é medida em quantidade de energia por área
Vantagens: boa efetividade e baixo custo. de superfície - mW/cm2.
Desvantagens: altas temperaturas e alto nível de ruído – sistema Fonte de luz – 1.000 mW/cm2 – 470nm
de ventilação; vida útil pequena (50h a 10h) – queimava muito;
espectro contínuo e largo – necessidades de filtros. Fótons com a
Diodos emissores de luz (LED): mesma energia

1ª • Densidade de potência entre 100 e Fonte de luz – 100 mW/cm2 – 470nm


geração 150 mW/cm2
• Espectro: entre 450 a 490 nm; Quanto maior for a intensidade de luz, melhor a polimerização.
No exemplo 1) apresenta um fotopolimerizador com 1.000
2ª • Densidade de potência entre 300 mW/cm2, ou seja, a cada cm2 de área ele consegue lançar uma
geração a 1.100 mW/cm2 densidade de energia de 1.000 mW.
• Espectro: entre 450 a 490 nm;
No exemplo 2) apresenta um fotopolimerizador com 100 • Redução do volume de cada incremento de resina: quando tem
mW/cm2, ou seja, a cada cm2 de área ele consegue lançar uma uma cavidade no dente e precisa restaurar, é preciso colocar
densidade de energia de 100 mW. um incremento de no máximo 2mm, se passar dos 2mm a
resina vai polimerizar tanto, podendo descolar do dente.
Densidade de energia (J/CM2) • Modulação da polimerização nas fases pré-gel e pós-gel:
durante a fase pré-gel da resina composta existe pouco ou
É a intensidade de luz (ou densidade de potência – mW/cm2) X
nenhum incidência de tensões que levam a ruptura dessa
tempo de exposição (segundos). É a energia total resultante da
polimerização, então quanto mais a resina ficar na fase pré-
exposição.
gel maior vai ser o grau de conversão de polimerização e
Não basta ter só a potência do aparelho, deve se também calcular menor a chance de se ter uma tensão de contração de
o tempo de exposição, ou seja, a quantidade de tempo que deixa polimerização gerado na interface resina e dente. Para deixar
aquela luz atingindo, com isso você obtém a energia total de a resina na fase pré-gel por mais tempo é preciso colocar
aplicação na sua exposição. uma baixa densidade de potência de luz, ou seja, no início da
polimerização se coloca uma baixa densidade de potência,
Energia ideal para polimerização adequada deixando a resina no estado pré-gel e depois aplicar uma alta
densidade de potência.
Se uma resina necessita de 8J/cm2 (8.000 mJ/cm2) como Se logo de início for aplicada uma alta densidade de potência
energia para sua ativação, podem ser feitas várias combinações a resina vai sair do estado pré-gel para estado pós-gel muto
como: rápido, prejudicando o grau de conversão dos monômeros em
Aparelhos com Polimerização de 8.000 mJ/cm2 polímeros, menos resina vai se polimerizar, e além disso a
400mW/cm2 20s contração de polimerização vai ser tão acelerada que pode
Aparelhos com Polimerização de 8.000 mJ/cm2 gerar algum tipo de ruptura na interface resina e dente.
200mW/cm2 40s • Colocar uma luz indireta.
Aparelhos com Polimerização de 8.000 mJ/cm2
Se o seu
800mW/cm2 10s
Aparelhos com Polimerização de 8.000 mJ/cm2 fotopolimeriazdor
1000mW/cm2 8s não apresenta uma
Obs.: vai ser sempre energia/tempo. regulagem de
potência, deve se
A cada centímetro que se afasta a lâmpada polimerizadora da pegar um incremento menor, colocar em menor quantidade de
resina composta, perda cerca de 40% da potência. Então se seu paredes para evitar o problema do fato C e colocar a luz de forma
polimerizador for de 1000mJ e você o afasta 1 centímetro do indireta.
dente você perde cerca de 40% da sua potência, ou seja, o seu
fotopolimerizador que é de 1000mJ só vai entregar 600mJ. Então Se o fotopolimerizador apresenta a regulagem de potência, pode
quando mais longe do dente, mais tempo você tem que deixar a luz colocar a luz de maneira direta na resina, desde que jogue com
polimerizando. poca potência. Quando a restaurações tiver pronta, aumenta a
potência (coloca em potência máxima) e chega o mais próximo
Grau de conversão possível, fazendo isso a resina sai do estado pré-gel para pós-gel.

O grau de conversão pode variar: 50% a 90%. Baixo grau de Sabe se que nenhuma resina composta é capaz de se polimerizar
conversão resulta em falhas. na presença de O2, então quando acaba a polimerização a camada
superficial da resina não vai polimerizar, com isso a resina pode
Quanto maior for a intensidade de luz, maior vai ser o grau de sofrer desgaste, pigmentação, infiltração entre outros. Para
conversão. evitar esse problema, elimina o O2 da superfície aplicando um gel
a base de glicerina e
Contração de polimerização fotopolimeriza
novamente, com isso
A reação de polimerização é caracterizada pela aproximação das
a última camada da
moléculas de monômeros e, consequentemente, por uma redução
resina composta
no volume do material. Tem relação direta com a quantidade de
também se polimeriza.
matriz orgânica do compósito: quanto maior o volume de matriz,
maior a contração e vice-versa.
Algumas estratégias utilizadas são:
A luz nada mais é que uma forma de energia ou radiação. O que
diferencia a luz de outros tipos de radiação, permitindo que seja
captada por nossos olhos, é o comprimento de onda – a luz visível
ocupa uma faixa de espectro eletromagnético conhecida como
espectro visível, com comprimento de onda entre 400nm e 700
nm – e o fato do olho humano contar com estruturas
especializadas, sensíveis a estes comprimentos de onda. A cor branca: é a soma de todos os comprimentos e onda.
A cor preta (ausência de luz): elimina todos os comprimentos de
onda.

Interação da luz com a matéria


Reflexão: é quando uma fonte de luz primária joga uma onda
eletromagnética, essa onda vai incidir sobre uma superfície e vai
voltar para o olho humano e possibilitar que o humano enxergue.
De acordo com o comprimento de onda captado, diferentes cores Observa-se reflexão quando um raio de luz incide sobre a
são interpretadas pelo cérebro. Ondas curtas são interpretadas superfície de um objeto e é refletido, podendo ou não ter sua
como azul, ondas médias como verde e ondas longas com vermelho, direção alterada dependendo da regularidade da superfície.
todas as demais cores resultam da combinação dessas três cores
No dente a reflexão é muito importante, pois quanto mais luz bate
primárias.
no dente e reflete em direção ao olho, mais visível, mais brilho,
As ondas propriamente ditas não têm cor, na realidade, a cor nada mais sensação de plano é aquele dente. Porém sabemos que um
mais é do que uma resposta cerebral aos estímulos luminosos. A dente natural, principalmente um dente muito jovem, tem
cor só existe na presença dos seguintes elementos: luz, objeto ou irregularidades, que é chamado de textura do dente. Então, muita
corpo submetido à ação da luz, observador, capaz de captar (na daquela luz que incide sobre o dente, reflete em direção ao seu
retina) e interpretar (no cérebro) os estímulos luminosos recebidos olho, porém muitas dessas ondas trocam de direção, ela bate e
após a interação da luz com o objeto observado. reflete em outras direções, e isso cria um efeito de textura no
dente.
Para a percepção da cor é necessário que a luz encontre um
objeto, ou matéria, interaja com ele e chegue até a retina, para Absorção: é a incapacidade que o objeto tem da onda bate nele
que as informações sejam captadas e enviadas ao cérebro. e ele refletir. Ocorre absorção quando parte da luz é absorvida. A
A diferença de uma cor de um dente para outra cor de outro superfície preta absorve todos os comprimentos de onda do
dente é chamada de DELTA E. Se tiver uma variação desse DELTA espectro luminoso. As demais cores promovem uma absorção
E até 3,5, o olho humano tem dificuldade de identificar essa seletiva.
diferença. Transmissão: é a capacidade de alguns materiais tem de deixar
a luz passar por eles. Trata-se de um efeito no qual a luz atravessa
um corpo transparente e/ou translúcido. Se toda a porção da luz
atravessa o objeto, dizemos que ele é transparente. Se apenas
parte da luz atravessa o objeto e parte é refletida, dizemos que
o objeto é translúcido. Se um objeto é incapaz de transmitir luz
Outro aspecto crucial para uma adequada percepção das cores é através dele, dizemos que o objeto é opaco.
a qualidade da fonte de luz. A literatura indica que a iluminação ideal Refração: observada quando os raios luminosos passam de um
é proveniente da luz solar natural. Entretanto, não pode só contar
meio para outro, alterando sua direção.
com a luz natural, com isso existem lâmpadas que emitem luz com
características ideais, próprias para uso em ambientes em que há Dimensões da cor
necessidade de alta fidelidade de cor.
Tridimensionalidade da cor: matiz, croma e valor.
Matiz: é a dimensão que distingue uma família de cor de outra. O grau de translucidez dos tecidos dentais modifica se ao longo da
Assim, pode se dizer que matiz é o nome da cor. É a primeira vida, levando a uma alteração na expressão cromática dos dentes.
dimensão de cor, cada matiz é determinado por um comprimento Via de regra, a translucidez do esmalte aumenta com o passar dos
de onda específico dentro do espectro de luz visível. anos, em virtude, especialmente, da redução de sua espessura e
da perda da textura superficial, efeitos decorrentes do desgaste
Na odontologia existem 4 tipos de matiz: fisiológicos. A dentina também sofre modificações cromáticas ao
longa da vida – que resulta em maior saturação da cor – e do
aumento da mineralização – que leva ao aumento da translucidez
Fluorescência: capacidade de absorver luz de um determinado
comprimento de onda e, em resposta, emitir luz com comprimento
de onda diferente.
Croma ou saturação: magnitude do matiz, é a quantidade de Embora seja difícil identificar a fluorescência sob condições
pigmento que uma certa cor pode ser. Nos dentes naturais, podem normais de iluminação – a desrespeito da luz solar ser
ser observadas variações de croma entre dentes de um mesmo extremamente rica em radiação ultravioleta – é possível
individuo e até mesmo entre regiões distintas de um mesmo dente. evidenciar artificialmente seus efeitos, através da simples
Dentro da dentição humano, é encontrado 5 escalas de saturação: exposição dos dentes naturais a uma luz artificial rica em radiação
ultravioleta, como a “luz negra” empregada na iluminação de casas
noturnas, por exemplo. A ausência de fluorescência em uma
restauração pode resultar em um aspecto bastante desagradável.
Existem uma escala para dentes clareados: Opalescência: relacionada à capacidade do esmalte de refletir
as ondas curtas e, simultaneamente, transmitir as ondas longas do
espectro visível. É no terço incisal que esses efeitos óptico é
percebido com maior intensidade.
Como exemplo o esmalte dental poderá mostrar se azul diante da
Valor ou luminosidade: características que distingue cores luz refletida e alaranjada na luz transmitida. Quando o dente é
claras de cores escuras. É acromático e diz respeito à quantidade observado sob luz refletida, as áreas mais translúcidas
de luz que cor é capaz de refletir. Vai desde o preto até o branco, apresentam uma coloração azulada, enquanto sob luz transmitida
passando por várias gradações de cinza. Independe da cor do as mesmas áreas assumem uma coloração alaranjada.
dente, é a capacidade de transmitir luz branca.
A cor nas diferentes regiões do dente
Terço cervical: apresenta grande espessura de dentina e
esmalte delgado, normalmente nessa região se tem uma opacidade
alta e saturação da cor também alta. A pequena influência do
Efeitos ópticos nos dentes naturais esmalte torna essa região com alta saturação, sendo ideal para a
tomada de cor da dentina.
Translucidez: propriedade apresentada por certas
Terço médio: existe um equilíbrio entre dentina e esmalte, nessa
substâncias que permite que a luz seja absorvida, refletida e
transmitida de forma simultânea. O grau de translucidez altera a região a luminosidade é aumentada, com isso dá para escolher
percepção de cor. melhor a matiz.

Em essência, a dentina é geralmente caracterizada por baixa Terço incisal ou oclusal: existe pouca ou nenhuma quantidade de
translucidez e alta saturação, sendo a principal responsável pelo dentina, tornando essa região altamente translúcida. Nessa região
matiz e croma básicos dos dentes. O esmalte, por sua vez, é um precisa se determinar qual o grau de translucidez que vai ter nesse
tecido altamente translúcido e pouco saturado, que atua como um dente e selecionar a resina de acordo com a translucidez.
filtro que permite a visualização da cor dentinária – graças a esse Quando a luz atravessa o esmalte e não encontra a dentina ele
comportamento, o esmalte é o principal responsável pelo valor dos perde-se e não retorna aos olhos do observador. Por isso, essa
dentes naturais. região pode apresentar baixa luminosidade.
Métodos para avaliação e registro de cor
Método instrumental: aparelhos que realizam
eletronicamente o processo de avaliação das cores. Esses
aparelhos (colorímetros e espectrofotômetros) agem emitindo luz
e analisando o espectro refletido pelos dentes, de forma identificar
as cores presentes. Vai determinar a matiz e croma. Apresenta
um custo elevado, e o principal problema é a padronização da luz.
Método da comparação visual: Vai pegar duas resinas de
cores diferentes e vai colocar em cima do dente e vai fazer uma
comparação, pode se fazer essa comparação nos diferentes
terços do dente, porém normalmente se usa o terço médio para
determinar a cor do dente.
Pode se ainda comparar o dente natural com padrões previamente
confeccionados em resina ou cerâmicas, ou ainda utilizar um padrão
de cor indicado por determinado fabricante, ou seja, uma escala
de cores.
Em seguida, realiza a limpeza da
Sequencia para preparação da restauração cavidade com clorexidina ou um
detergente cavitário. Feito isso a
1) Checar os pontos de contato – pincipalmente dos dentes cavidade esta pronta.
vizinhos. Quando terminar a restauração, vai checar os pontos
de contato novamente, se a restauração tiver em excesso, Obs.: sempre que for trabalhar em tecido duro utiliza se alta
vai remover esse excesso até o ponto onde se tenha os rotação com água. Tecido duro utiliza se baixa rotação sem água.
pontos de contato dos dentes vizinhos tocando novamente.
Fazendo isso todos os dentes vão estar em oclusão. Depois que a cavidade estiver
2) Profilaxia – deve ser feito por causa do biofilme. O biofilme pronta, deve realizar o
dificulta o procedimento de isolamento absoluto e o sistema condicionamento ácido, o
de adesão do sistema de adesivo. condicionamento ácido é feito com o
3) Preparar a mesa clínica. ácido fosfórico 37%. Primeiro passa o ácido no esmalte por 15
segundos, depois na dentina por 15 segundos, totalizando 30
segundos em esmalte e 15 segundos em dentina.
Princípios gerais do preparo cavitário
Após o tempo de condicionamento, a cavidade deve ser lavada por
O preparo cavitário é o tratamento biomecânico da estrutura
1 minuto. A seguir, os excessos de umidade devem ser
dental que objetiva proporcionar melhor desempenho para o
cuidadosamente removidos, para que os componentes do sistema
conjunto dente-material restaurador.
adesivo não sejam diluídos. É importante lembrar que não se deve
secar a dentina totalmente, caso seque a dentina e ocorra a
1- Forma de contorno
evaporação de toda a água presente ali, vai sobrar então apenas
2- Forma de resistência
fibras colágenas. Essas fibras colágenas vão colabar (colar),
3- Forma de retenção
impedindo a adesão da dentina. Portanto, em cavidades que
4- Forma de conveniência
envolvam esmalte e dentina, o ideal é que os excessos de água
5- Remoção da dentina cariada
sejam removidos por meio de associações de jatos de ar no
6- Acabamento das paredes de esmalte
esmalte e bolinhas de algodão na dentina.
7- Limpeza da cavidade
Em seguida faz a aplicação do sistema adesivo, depois
Depois que o paciente estiver
fotopolimeriza. O tempo de fotopolimerização deve ser de acordo
isolado e anestesiado, vai
com o fabricante.
começar com a forma de
contorno. Sempre em alta
Feito a aplicação do sistema adesivo, é
rotação com refrigeração a
realizado a inserção incremental da
água, com isso vai fazendo a abertura inicial da cavidade.
resina, ou seja, colocando um pouco de
resina de cada vez, sempre na posição
Uma vez feito a abertura inicial,
da cúspide. Cada incremento deve ter no
começa a remover o excesso de
máximo 2mm, e a cada incremento deve realizar a
tecido cariado. É um tecido bem
fotopolimerização por 5 segundos. Utiliza se essa tecnica para
amolecido que sai fácil com a cureta.
reduzir estresse de contração de polimerização e reduzir os
problemas causados pelo fator C.
Depois utiliza se a broca esférica em
baixa rotação e vai removendo a
Quando a restaurações tiver pronta, aumenta a potência (coloca
cárie. Por ultimo faz o acabamento:
em potência máxima) e chega o mais próximo possível, fazendo
removendo esmalte sem suporte e
isso a resina sai do estado pré-gel para pós-gel.
realizando o acabamento das paredes.
Sabe se que nenhuma resina composta é capaz de se polimerizar
na presença de O2, então quando acaba a polimerização a camada
superficial da resina não vai polimerizar, com isso a resina pode 3) Remover a matriz de aço, Depois remover os excessos
sofrer desgaste, pigmentação, infiltração entre outros. Para interproximais com lixa de aço.
evitar esse problema, elimina o O2 da superfície aplicando um gel
a base de glicerina e fotopolimeriza novamente, com isso a última
camada da resina composta também se polimeriza. Restauração classe I I
Por fim, realiza o acabamento e o polimento.

Restauração Classe I
1) Faz o condicionamento ácido – 30 segundos em esmalte, 15
segundos em dentina;
A matriz é transparente. Quando dobrar a matriz por cima do
2) Após o tempo de condicionamento, a cavidade deve ser lavada dente, vai ter a anatomização daquela resina composta. Aí depois
por 1 minuto; é só fotopolimerizar.

3) A seguir, os excessos de umidade devem ser cuidadosamente 1) Proteção do dente vizinho – Teflon;
removidos. Na dentina seca cuidadosamente com bolinhas de
algodão e no esmalte utiliza se jatos de ar. 2) Condicionamento ácido – 30 segundos em esmalte;

4) Em seguida faz a aplicação do sistema adesivo, depois 3) Lavar;


fotopolimeriza. Normalmente o tempo de fotopolimerização é 20
segundos; 4) Secar totalmente o esmalte;

5) Depois faz a técnica incremental, ou seja, colocando um pouco 5) Fazer a aplicação do sistema de adesivo;
de resina de cada vez, sempre na posição da cúspide, e cada
incremento deve ter no máximo 2mm. A cada incremento deve 6) Colocar a matriz de poliéster, e vai colocando e adaptando a
realizar a fotopolimerização por 5 segundos. resina. Após dobrar a matriz por cima da restauração,
fotopolimeriza por 20 segundos.
6) Aplicar a resina Flow – para selar possíveis fissuras que
tenham ficado da resina composta. Faz a fotopolimerização por 7) Acabamento – tiras de lixa. E polimento.
20 segundos.
6) A última fotopolimerização precisa aplicar um gel a base de Restauração classe IV
glicerina e fotopolimeriza novamente por 20 segundos, com isso a
última camada da resina composta também se polimeriza. Existe várias formar de fazer. Uma delas é uma base a partir de
enceramento e diagnóstico – técnica da barreira.
7) Lavar;
8) Checar ponto de contato, fazer o acabamento e polimento.

Restauração classe I
Molda o paciente com alginato, vaza com gesso e aí coloca uma
Nessa restauração utiliza se uma matriz de aço. Vai colocar a resina no local sem ataque ácido, só para o paciente ir para casa.
matriz entre o dente no lado que vai reconstruir a crista marginal.
Para estabilizar essa matriz, utiliza se uma cunha de madeira. No outro dia, realiza o enceramento e diagnóstico, reconstruir no
modelo de gesso a cera, e vai moldar a face lingual – técnica da
1) Recontruir a crista marginal. A última fotopolimerização da crista barreira.
marginal deve ser de 20 segundos.
1) Protege o dente vizinho;
2) Após a rescontrução da crista marginal vira uma classe I, então
vai repetir todos os pasos da classe 1. 2) Faz o condicionamento ácido.
3) Lava e seca;

4) Aplicação do sistema de adesivo. Fotopolimeriza por 20


segundos.

5) Pega uma resina bem translucida e adapta na barreira.

6) Quando tirar a barreira, vai ter um gabarito do formato do


dente. Em seguida, vai preencher as camadas. As camadas mais
internas do dente utiliza se resina mais opaca, nas camadas mais
superficiais utiliza se resinas mais translucidas.

7) Aplicar o gel bloqueador de oxigênio. Fotopolimeriza.

Restauração classe V
Pode fazer com um ou dois incrementos no máximo.

Obs.: buscar o condicionamento ácido e adesão no terço médio


oclusal, para que parte da resina fique aderida no esmalte.

Acabamento e polimento
Toda restauração precisa receber acabamento e polimento.

Acabamento: redução grosseira da restauração. É feito para da


forma a restauração trabalhar a forma do dente de forma
grosseira, utilizando ponta diamantadas, brocas multilaminadas,
lâmina de bisturi, lixas de aço.

Polimento: é a redução das ranhuras causadas pelo acabamento.


Nesse processo ganha brilho, pode ser feito com pontas de silicone
abrasivas entre outros.
Consiste na aplicação de um ou mais materiais de proteção à polpa, lesões cariosas extensas, exposição pulpar e alterações
a fim de manter sua vitalidade. periapicais. Dessa forma, a condição pulpar é fator determinante
na escolha do tratamento restaurador.
O elemento dental sadio possui proteção própria. Suas estruturas
mineralizadas, esmalte e dentina, protegem-se mutuamente, ao Qualidade e quantidade do remanescente
mesmo tempo em que fornecem proteção à polpa. O esmalte é dental: devido à grande diversidade morfológica das estruturas
uma estrutura altamente mineralizada e, por ser duro, pouco
que compõem o dente, a profundidade da cavidade exerce papel
permeável, resistente ao desgaste e bom isolante elétrico, protege
preponderante na adoção do protocolo do tratamento restaurador.
a dentina, que é permeável e pouco resistente ao desgaste. Por
Por isso, é de suma importância entender as diferentes estruturas
outro lado, a dentina, graças a sua resiliência, protege o esmalte,
que compõem o dente.
que é friável. O conjunto mineralizado esmalte-dentina protege a
polpa, que, por sua vez, forma dentina e mantém a vitalidade Esmalte: formado basicamente por mineral, não tem contato
pulpar, proporcionando ao elemento dental nutrição, sensibilidade e efetivo com a polpa. Assim, restaurações que estejam limitadas ao
defesa. esmalte não requerem preocupação no que tange à proteção
pulpar.
Espera se que, quando houver perda de estrutura dental, o
material ou o conjunto de materiais restauradores será capaz de Dentina: íntima relação com a polpa e, dependendo da qualidade e
manter vivo o órgão pulpar e de restabelecer a homeostasia do da quantidade de dentina remanescente entre o fundo da cavidade
conjunto esmalte-dentina-polpa. e a polpa, o material restaurador influenciará no estado de saúde
pulpar. A dentina superficial localizada próximo à junção
A restauração dos elementos dentais pode ser feita com o objetiv o
amelodentinária apresenta-se com poucos túbulos dentinários,
puramente estético, para devolver harmonia a dentes que não
menor permeabilidade e menor interação com o tecido pulpar. À
foram acometidos por injúrias, como no caso de reanatomização
medida que se aproxima da polpa, ocorre aumento do calibre e da
de dentes conoides e fechamento de diastemas, ou ocorrer em
quantidade de túbulos, com isso a dentina profunda apresenta
dentes acometidos por cárie e fratura, entre outras lesões. No
maior permeabilidade e maior interação com a polpa. Pode ser
primeiro caso, o processo restaurador não demandaria cuidados
observada, ainda, dentina com conteúdo mineral aumentado
extras no que tange à proteção do complexo dentinopulpar.
(dentina esclerótica), o que diminui a permeabilidade dela. Essa
Em dentes com perda de estrutura dentária, cuidados devem ser alteração pode ocorrer devido à idade, como defesa à lesão de
tomados para que o elemento dental em questão possa readquirir cárie, trauma, preparos cavitários ou por exposição direta na
estética e função com o mínimo de dano ao sistema dentina-polpa, cavidade bucal, como acontece nas lesões cervicais não cariosas.
mantendo sua vitalidade, eliminando o processo infeccioso e/ou Isso tudo pode influenciar na escolha do protocolo de proteção
inflamatório e, ainda, em caso de exposição pulpar, promovendo a pulpar.
cura pela formação de dentina reparadora. Nesse contexto,
Polpa: é um tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e
quanto menor a quantidade de remanescente dentinário entre a
inervado, que se origina de células ectomesenquimais da papila
polpa e a cavidade, maior deve ser a preocupação em relação aos
dentária, e diferenciam-se em odontoblastos e começam a
procedimentos que visem à manutenção da vitalidade pulpar.
produzir dentina. Os odontoblastos dispõem-se perifericamente em
Quando se tem um elemento dental com exposição pulpar é preciso íntimo contato com a matriz dentinária e conduzem os elementos
realizar alguns tipos de avaliação para saber se vale a pena manter nutritivos encontrados no líquido tecidual pulpar para toda a dentina.
aquele dente vital ou se faz um tratamento endodôntico. É preciso A função sensitiva da polpa gera estímulos quando algo está errado.
avaliar: A função defensiva dá-se toda a vez que a polpa é sujeita a
agressões físicas, químicas ou bacterianas e desencadeia uma
• Condição pulpar; reação efetiva de defesa, cuja principal característica é a
• Quantidade e qualidade do remanescente dental; formação de dentina reparadora. Além disso, a polpa produz
Condição pulpar: o primeiro fator a ser avaliado para o dentina secundária durante todo o tempo em que o dente
permanece vital. Essa capacidade pode ser considerada o principal
sucesso do tratamento restaurador é a condição pulpar pré-
mecanismo de defesa da polpa, pois lhe confere a habilidade de
operatória do elemento dental. A avaliação deve ser feita levando-
compensação da perda de estrutura dental mineralizada ou de
se em consideração a dor espontânea ou de regressão lenta,
aumentar o volume de dentina. Dessa forma, a interação da polpa
com a dentina é benéfica para ambas, e nada melhor para a polpa • Proteção piulpar direta: quando existe exposição da
que estar em contato com a dentina e somente com dentina. Sendo polpa;
assim, sempre que houver exposição de tecido pulpar, o ideal é que • Proteção pulpar indireta: quando não há exposição da
seja restabelecido o equilíbrio pulpar pela formação de uma nova polpa;
dentina na área exposta.
Proteção pulpar direta: caracteriza-se pela aplicação de
Agressores do tecido pulpar um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto.
Tem a finalidade de manter sua vitalidade e, consequentemente,
Podem ser de origem: física, química e microbiana. de promover o restabelecimento da polpa, estimular o
Origem física desenvolvimento de nova dentina e proteger a polpa de irritações
adicionais posteriores. Esse material protetor tem que se capaz de
Fatores como trauma dental acidental ou trauma dental associado estimular a polpa na formação de uma nova dentina, ou seja, esse
ao preparo cavitário e mudanças térmicas exageradas (frio e material vai estimula os odontoblastos a formar uma nova dentina.
calor) podem provocar alterações pulpares reversíveis ou
Fazem parte dessa modalidade o capeamento pulpar, a curetagem
irreversíveis.
pulpar e a pulpotomia.
O trauma dental pode romper o feixe vasculonervoso no ápice
dental ou provocar trincas e fraturas no esmalte e na dentina,
podendo chegar à polpa e provocar desde inflamações reversíveis
a necrose pulpar. O esmalte e a dentina servem como isolantes
térmicos, portanto, quando existir pouca espessura de dentina
entre o fundo da cavidade e a polpa, um material que tenha Proteção pulpar indireta: são utilizados materiais com
propriedade de isolante térmico e elétrico deve ser utilizado para
o intuito de proteger a polpa dos diferentes tipos de agressões,
proteger a polpa de eletricidade e de temperaturas extremas.
manter a vitalidade pulpar, inibir o processo carioso, reduzir a
Origem química microinfiltração e estimular a formação de dentina esclerosada,
reacional e/ou reparadora. Caracteriza-se pela utilização de
Os agentes tóxicos provenientes dos microrganismos e materiais materiais restauradores, agentes seladores, forradores e/ou
restauradores podem agredir o tecido pulpar e causar reação bases sobre a dentina. Esse material tem que estimular a
inflamatória de intensidade variada. Essas toxinas podem chegar remineralização do dente, ou pode ser um adesivo que não estimula
até a polpa, dependendo da quantidade e da qualidade de dentina a remineralização mas veda os túbulos dentinários.
que a recobre especialmente quando há exposições pulpares, o que
causará danos à polpa.
Origem microbiana

A contaminação do tecido pulpar por micro-organismos é


considerada o principal irritante pulpar. Eles podem chegar até a
polpa por anacorese, isto é, penetrar na cavidade pulpar pelo
forame apical, porém, na maioria das vezes, a contaminação pulpar
Materiais protetores
dá-se por meio da doença cárie, por exposição pulpar, por trauma O conjunto de materiais utilizados para restaurar o dente deve:
ou fendas (gaps) formadas entre o material restaurador e a
parede da cavidade. • Proteger o complexo dentinopulpar de choques térmicos
e elétricos;
A contaminação da polpa por micro-organismos pode levar a • Ter ação bactericida e bacteriostática;
pulpites e necrose. Isso contribui para reafirmarmos a importância • Ter adesão às estruturas dentárias;
da obliteração dos túbulos dentinários sempre que eles forem • Remineralizar a dentina descalcificada e hipermineralizar
expostos e, principalmente, da necessidade de formação de a dentina sadia subjacente;
barreira dentinária em caso de exposição pulpar.
• Estimular a formação de dentina terciária ou reparadora
nas lesões profundas;
Modalidades da proteção pulpar
Normalmente em casos de exposição pulpar os dois materiais
Existem dois grandes grupos: utilizados com capacidade de estimular a formação de uma nova
dentina terciária é o MTA (muito utilizado na endodontia, é muito
acinzentado) e o hidróxido de cálcio PA (muito utilizado na temos a falta de adesão e sua sensibilidade ao condicionamento
dentística). Os sistemas adesivos, cimento de hidróxido de cálcio e ácido nos procedimentos adesivos, com exceção do hidróxido de
o ionômero de vidro são utilizados apenas para forramento e cálcio fotoativado. Além disso, o contato do hidróxido de cálcio com
preenchimento, pois não apresentam capacidade de formar o ácido fosfórico neutraliza a ação benéfica de ambos, pois ocorre
dentina terciária. a diminuição na capacidade protetora do hidróxido de cálcio e a
diminuição da capacidade de desmineralização do ácido. Sendo assim,
MTA: constituído principalmente de cálcio e íons de fósforo, seu
quando o hidróxido de cálcio for utilizado em cavidades que serão
pH inicial é de 10,2, o qual aumenta para 12,5 três horas após a condicionadas com ácido fosfórico, necessitam uma sobrebase de
mistura. É radiopaco, tem boa resistência à compressão e baixa outro material.
solubilidade após a presa. De acordo com suas especificações
técnicas, está indicado para retrobturação, apicificação radicular, Na tabela abaixo, observa-se as opções em restaurações com
reparação de perfuração radicular, reabsorções internas e como resina composta:
material capeador direto. Segundo alguns estudos, seu uso como Cavidades 1º opção 2º opção
protetor pulpar direto tem sido encorajador do ponto de vista
biológico e tem mostrado grande potencial de indução para a Cavidades rasa Sistema adesivo
formação de barreira dentinária. Um fator negativo é que o MTA ou média
ocasiona forte escurecimento nos elementos dentais com ele Cimento de
capeados. Cavidade Sistema adesivo ionômero de vidro
profunda + sistema adesivo
Hidróxido de cálcio pró-análise (PA): o hidróxido de
cálcio PA ou em pó pode ser utilizado diretamente sobre o tecido Cimento de
pulpar ou diluído em água ou soro fisiológico, dando origem a solução, hidróxido de cálcio
pasta ou suspensão de hidróxido de cálcio. + cimento de
Sistemas adesivos: por muito tempo, foram vistos como Cavidade muito Sistema adesivo ionômero de vidro
irritantes do tecido pulpar, mas atualmente podem ser profunda + sistema adesivo
considerados como protetores dele, dependendo do caso. Esse OU cimento de
fato dá-se graças à capacidade dos novos sistemas em unir -se à ionômero de vidro
dentina, o que a impermeabiliza, evita o fluxo de fluidos e impede a + sistema adesivo
invasão de microrganismos para dentro dos túbulos dentinários e,
consequentemente, para dentro da polpa. Com isso, podem servir Pó de hidróxido de cálcio (PA) +
como base protetora/ forradora para diferentes materiais.
cimento de hidróxido de cálcio +
Podem, ainda, obliterar os túbulos dentinários em casos de Exposição pulpar
sensibilidade dentinária e após preparos protéticos.
cimento de ionômero de vidro +
sistema adesivo
Cimento de ionômero de vidro: possui diversas
indicações, podendo ser utilizado, entre outros, como material
restaurador, material cimentante e material protetor pulpar. Tem Uma cavidade rasa é aquela que está apenas no esmalte. A
como vantagens sua adesão ao esmalte e à dentina, sua ação cavidade média é aquela que tem mais de 3 mm de dentina entre
anticariogênica, seu coeficiente de expansão térmica semelhante a cavidade e a polpa. A cavidade profunda é aquela que tem 2 a 3
ao das estruturas dentais e sua boa compatibilidade biológica. mm de dentina entre a cavidade e a polpa. Uma cavidade muito
Devido a suas propriedades físicas, mecânicas, biocompatibilidade profunda é aquela que tem menos de 1 mm de dentina entre a
e capacidade de liberação de flúor, os cimentos de ionômero de cavidade e a polpa.
vidro são largamente utilizados para proteção pulpar indireta.
Obs.: remineralização é diferente de formação de dentina
Hidróxido de cálcio: são bastante difundidos, pois possuem, reparadora.
entre outras características, comprovada capacidade de estimular
a formação de dentina reacional e hipermineralizar a dentina Tratamento expectante
remanescente, além de, dependendo de sua formulação, induzir a
E um tipo de proteção pulpar indireta para dentes sem
diferenciação das células mesenquimais da polpa em odontoblastos,
sintomatologia que indique alteração pulpar reversível e com
para haver formação de nova camada de dentina em locais onde
preparos muito profundos onde existe risco de exposição pulpar
ocorreu exposição pulpar. Como desvantagens desses materiais
durante a remoção de toda a dentina cariada.
Indicação: cavidades profundas, quando a remoção de cárie da
parede pulpar ou axial implica grandes riscos de exposição pulpar,
especialmente em lesões de cáries agudas ou mistas.
Objetivo: possibilitar um tratamento mais conservador, permitindo
a formação de dentina reacional, o que pode favorecer a
manutenção da vitalidade pulpar.
A técnica consiste na remineralização da dentina desmineralizada
e não infectada e no estímulo da formação de dentina reparadora
para que, futuramente, seja possível a remoção de todo o tecido
cariado, sem riscos de exposição. O tratamento é realizado em
duas sessões.
Na primeira, fazem- -se anamnese, exames clínicos, radiográficos
e teste de vitalidade. Constatadas a vitalidade e a ausência de
alterações periapicais, faz-se a anestesia (quando necessário),
realiza o acesso a lesão de cárie e remoção parcial de esmalte sem
suporte, para facilitar a ação dos instrumentos. A remoção do
tecido cariado deve ser iniciada próximo da junção amelodentinária.
A remoção parcial da cárie na zona de maior proximidade pulpar
deve ser realizada preferencialmente com broca esférica de
maior diâmetro, removendo o tecido cariado superficialmente e
sem exercer pressão excessiva. Nesta fase, o uso de curetas
aumenta o risco de exposição, uma vez que com este instrumento
o corte é realizado na base da cárie. Nota a presença de tecido
cariado apenas na área de maior proximidade pulpar. Quando se
aproxima da polpa a cavidade deve ser higienizada com a clorexidina
e em seguida realizar a aplicação do cimento de hidróxido de cálcio.
Preenche a cavidade com ionômero de vidro, não é necessário
restaurar com resina composta, apenas protege a cavidade com
o sistema adesivo.
O paciente é liberado e instruído a retornar após 45 a 60 dias, ou
antes, caso haja sintomatologia dolorosa. Na segunda sessão,
decorrido o tempo recomendado, fazem-se o exame clínico, o
teste de vitalidade e o exame radiográfico. Neste retorno, o
material restaurador e o restante do tecido cariado devem ser
removidos para a restauração definitiva. O êxito do tratamento
está relacionado à ausência de sensibilidade e de imagem
radiográfica sugestiva de lesão periapical, além disso o dente deve
responder positivamente ao teste de sensibilidade pulpar. O
insucesso do tratamento expectante pode indicar a necessidade
de proteção pulpar direta ou mesmo de tratamento endodôntico
do elemento em questão.
Ergonomia e posição de trabalho
Ergonomia odontológica
Em relação ao local de trabalho, a
adequação consiste num arranjo
equilibrado dos componentes do
consultório. Normalmente o dentista
trabalha sempre na posição de 8h ou
12h.

Sempre que o CD for se posicionar em relação ao paciente é


Regras básicas importante seguir as seguintes regras: posição de 8h ou 12h,
coluna reta, ombros abaixado, cotovelo colado no corpo e espelho
 Escolher a melhor postura para trabalhar;
como visão indireta para não ficar abaixando.
 Trabalhar com o corpo em “torque zero”;
 Trabalhar com o corpo na vertical, sem curvatura do Acesso à superfície oclusal do hemiarco
tronco e sem elevações dos membros superiores; inferior esquerdo:
 Eliminar os esforços estáticos.

Preensão dos instrumentos


Assim como as posições do dentista e do paciente contribuem
para a eficiência do trabalho, a maneira correta de empunhar os
instrumentos pode auxiliar na execução dos diferentes
procedimentos.
Acesso à superfície vestibular do hemiarco
inferior esquerdo

E necessário ter cuidado com a forma que se aperta o


instrumento contra os dentes do paciente, pois isso pode causar
lesão por repetição na mão do cirurgião dentista (CD). É muito
comum que o CD desenvolva problemas no ligamento e
Acesso à superfície oclusal do hemiarco
musculatura das mãos devido ao excesso de força.
inferior direito

Tipos de posição
Quando se utiliza canetas de alta rotação e de baixa rotação do
tipo contra-ângulo a posição correta é posição de escrita, posição
de escrita invertida ou quando se utiliza para prótese em peça
reta em posição digitopalmar.
Acesso à superfície vestibular do hemiarco Acesso palatino à região anterossuperior
inferior direito

Acesso palatino à região anterossuperior


Acesso à superfície oclusal do hemiarco esquerda
superior direito

Acesso vestibular à região anterossuperior


Acesso à superfície vestibular do hemiarco
superior direito

Acesso vestibular à região anterossuperior


esquerda
Acesso à superfície oclusal do hemiarco
superior esquerdo

Acesso vestibular à região anterossuperior

Acesso à superfície vestibular do hemiarco direita

superior esquerdo
Referências bibliográficas
al., BARATIERI, Luiz Narciso E. Odontologia Restauradora - Fundamentos & Técnicas. Grupo GEN, 2010.

MASIOLI, Marco Antonio. Odontología restauradora de a A a a Z. Ponto, 2013. Capítulo 8

BUSATO, A.L.S. et al – Dentística, restauração de dentes anteriores, São Paulo, Artes Médicas, 1997.

MONDELLI, J. et al – Dentística, procedimentos pré-clínicos. São Paulo, Santos 2002.

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