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A camara pulpar é uma cavidade única com projeções – cornos pulpares – nas cúspides.
Com a idade há redução do seu tamanho devido à formação de dentina secundária pelos
odontoblastos. A entrada para os canais radiculares está no assoalho da camara pulpar.
Canais em forma de C → Mais frequente em 2ºMI, raça asiática. Pode ser um só canal ou 3
ou mais canais distintos.
Cavidade de acesso
A polpa vai desde a polpa coronal até ao forâmen apical. A cavidade de acesso tem
como objetivos criar um acesso livre e direto (sem interferências) até à máxima extensão
possível do canal radicular (idealmente até ao forâmen ideal), localizar todos os canais
radiculares e conservar a estrutura dentária sadia.
A cavidade de acesso deve ser feita em oclusal nos dentes posteriores e em palatino/lingual
nos dentes anteriores.
Fabiana Portela
Endodontia II
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A perfuração do teto da camara é feito com broca esférica – 0,14mm ou 0,16mm – com
movimentos de vaivém e refrigeração em dentina. Começa-se por retirar o esmalte e a
dentina até chegar à camara pulpar. Quando atingimos a polpa há uma sensação de
queda pois a densidade dos tecidos mineralizados (esmalte e dentina) é completamente
diferente da densidade da polpa.
Sequência de brocas:
1- Perfuração da câmara com broca esférica, 45º nos monocanalares e 90º nos
multicanalares em relação ao plano oclusal.
2- Quando atingir a polpa usar a broca endo-z, de ponta inativa para desgaste
compensatório e alisar as paredes e dar a forma final à cavidade de acesso sem
perfurar.
O teto da camara deve ser todo removido, incluindo os cornos pulpares, caso contrário não
vamos conseguir ter visão direta do chão da camara nem localizar a entrada de todos os
canais, levando ao insucesso do tratamento. Se ficar polpa coronal por remover pode dar
origem ao escurecimento do dente devido à degeneração tecidular.
O desgaste compensatório deve ser feito numa fase terminal (após a retirada do teto da
camara e a entrada dos canais já ter sido localizada) e é feito ao nível da entrada dos
canais com a broca endo-z. Serve para obtermos um acesso direto ao sistema de canais,
na sua máxima extensão: permite boa técnica de instrumentação e obturação (limas
depois do desgaste entram paralelas e não cruzadas, se estiverem cruzadas significa que o
desgaste compensatório não está terminado), acesso direto ao terço apical com posição
não forçada das limas e permite melhor controlo dos movimentos do instrumento.
Nos molares é muito comum a formação do colarinho de dentina que deve ser totalmente
removido pois se não for as limas vão entrar forçadas.
O alisamento das paredes é com a broca endo-z, movimento vaivém de dentro para fora.
No fim, a cavidade deve ter forma expulsiva e permitir a visualização da entrada dos canais
e a entrada não forçada das limas.
Resumo: no fim da cavidade de acesso o grande objetivo é obter um acesso livre e direto
na máxima extensão possível dos canais radiculares, remover a totalidade de lesões
cariosas ou restaurações infiltradas, proporcionar referencia anatómica estável, criar
condições para reconstrução coronária, conferir condições para colocação de isolamento
absoluto e conservar a maior quantidade de estrutura coronária sã.
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Endodontia II
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Os molares inferiores têm 2 raizes M e D e 2 canais na raiz M (MV e ML) e 1 canal na raiz D
(D). Podem haver variações como a presença de 4 canais (MV, ML, DV, DL). O ponto de
eleição é a fossa principal da face oclusal, a broca paralela ao eixo oclusal do dente e
perperdicular à face oclusal. A forma da cavidade é triangular em 3 canais e retangular
em 4 canais e situa-se mais para mesial e vestibular.
Os molares superiores tem a raiz MV com 2 canais e a raiz P com curvatura no sentido VP.
Tem o canal MV,DV,P e pode ter um quarto canal MV2 ou MP. O ponto de eleição é a fossa
principal da face oclusal, com a broca paralela ao longo eixo do dente e perpendicular à
face oclusal, a forma da cavidade é trapezoidal. A cavidade situa-se sempre mais próxima
de mesial do dente. Sempre que possível NÃO destruir a ponte de esmalte (resistência à
fratura).
Depois da limpeza da cárie o dente tem um risco de fratura relacionado com a quantidade
de tecido perdido e a configuração da cavidade. Assim, devemos preservar dentro do
possível a máxima estrutura sã, mantendo quatro paredes do dente.
Quando há uma grande destruição deve fazer-se uma restauração de prova ou pré-
endodôntica (reconstrução das paredes que faltam) de forma a obter um aumento da
resistência à fratura, melhor ação dos irrigantes e melhor adaptação. Se não houver
reconstrução os irrigantes vão-se perder com maior facilidade.
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Endodontia II
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Nos pré-molares os principais erros são: não remoção da totalidade do teto da camara,
deixando intacto um dos cornos pulpares e falha na identificação do 2º canal num 2º PMS.
Os canais calcificados são acompanhados muitas vezes por camaras pulpares atresiadas
(diminuídas) que é um grande problema pois não vai haver a sensação de queda.
Erros de instrumentação
O objetivo do crown-down e step-back é dar conicidade ao canal de modo a que ocorram
menos acidentes (transporte e formação de degraus), a que o canal continue sempre
fluido, não haja alteração da anatomia radicular e permite que a desinfeção química faça
extrusão de matérias orgânicas e inorgânicas infetadas.
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A constrição apical não está no mesmo local do forâmen apical, normalmente o forâmen
situa-se entre 0,3 e 0,5 mm da constrição apical, é por este motivo que utilizamos a regra
de Ingle.
Como evitar e resolver a perda do valor do CT → o primeiro passo é realizar um bom acesso
endodôntico (4 paredes estáveis e boa visualização da entrada do canal). Depois devemos
ter boas referências anatómicas e apontar as medidas devidamente.
O bloqueio do canal é a sua obstrução, que antes estava permeável, por detritos de
dentina e de outra natureza, que impede o acesso ao limite cementodentinário do canal.
Este rolhão forma-se durante a preparação mecânica do canal. Uma das formas de
prevenir rolhões é fazer permeabilização do canal com lima k10 marcada com CT+1mm.
Outra das causas para o bloqueio do canal são os materiais restauradores que caem para
o interior dos canais no decorrer da abertura da cavidade de acesso ou entre sessões. Os
restos de medicação intracanalar também podem bloquear o canal e também restos de
algodão. Mas o mais frequente é de facto a falta de verificação frequente da
permeabilidade apical com K10 CT+1mm.
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Respeitar as regras de instrumentação é fazer uma sequência gradual das limas – NUNCA
saltar limas porque isto provoca degraus e possíveis fraturas do instrumento.
Quanto à irrigação, deve ser abundante durante todas as fases da limpeza e conformação
dos canais – nunca usar instrumentos em canais secos. Depois de terem sido usados no
canal, devemos limpar sempre os instrumentos com gaze embebida em álcool.
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Como resolver degraus → muita irrigação com hipoclorito, quelantes, correção do acesso,
voltar as limas K08 K10 K15 com movimento ¼ volta para passar o degrau e irrigar,
movimento de impulsão tração depois de passarmos o acidente, radiografia com lima k
para reconfirmar o valor do CT, continuação da instrumentação garantindo a
permeabilidade apical entre cada lima.
Bloqueio de canal devido a fratura de lima → usar limas K08 K10 K15 e tentar fazer um
bypass. Existem 2 tipos de fratura: por torção e por fadiga cíclica. Quanto maior o grau de
curvatura, maior a probabilidade de ocorrência de acidentes. Quanto mais pequeno o
fragmento e mais próximo da constrição apical mais difícil de remover.
Remover o instrumento fraturado: obter acesso direto ao terço apical, estudar a anatomia
canalar e formação do fragmento, pontas ultrassónicas para endodontia e tentar fazer
bypass.
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1- Seleção e calibragem do cone principal – se lima que trava é K25 pegamos cone
inferior 20 e calibramos na régua para calibre 25. O cone deve travar na constrição
apical tugback
4. Remoção de excessos – com instrumento de bola cortar a guta pela entrada dos
canais
5. Condensação vertical – serve para que não fique qualquer material obturador
dentro da camara pulpar e para que a guta se adapte bem nas paredes do canal.
Erros de obturação:
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Soluções irrigantes
O objetivo primordial do tratamento endodôntico é fazer a desinfeção do canal e o que
causa o seu insucesso é justamente a falha de desinfeção.
E tem ainda fatores de sobrevivência como: características que lhe permite resistir e persistir
no sistema de canais e túbulos dentinários como polimorfismos genéticos generalizados,
capacidade de usar o soro do osso alveolar e do LP como fonte de nutrientes e possuir
serina e proteáses que auxiliam na ligação à dentina radicular.
Desinfeção
A desinfeção é alcançada através da instrumentação (cria morfologia dos canais que nos
permite fazer uma desinfeção), irrigação (os irrigantes é que promovem a verdadeira
desinfeção), medicação entre sessões e obturação (é um meio de manter a assepsia e de
enclausuramento de bactérias remanescentes).
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Existem substâncias auxiliares à ação dos agentes de desinfeção → EDTA, ácido cítrico,
álcool.
As substâncias auxiliares não são utilizadas pelo seu efeito de desinfeção, mas sim por um
efeito secundário que potencia o efeito dos primeiros irrigantes. O EDTA e o ácido cítrico
são os com capacidade de destruir e remover a matéria inorgânica, ou seja, restos de
dentina, de mineralização, de calcificações que caso ficassem iam impedir a entrada do
irrigante direto (hipoclorito). Por isso nestes casos instrumentamos e usamos substâncias
auxiliares para abrirem o caminho para as substâncias principais.
Hipoclorito de sódio → utilizado em concentrações que variam entre 0,5 e 5,25% (está
desaconselhada a utilização da concentração de 0,5% porque é muito fraca. Utiliza-se a
partir de 2,5% 3% sendo o ideal a concentração de 5,25%.
Tem duas funções fundamentais → capacidade de dissolução da matéria orgânica (tecido
pulpar) e capacidade antimicrobiana (largo espetro de ação). Desvantagem: possui alta
toxicidade para os tecidos periapicais.
Ácido cítrico → Concentração frequente de 10 a 15% e tal como EDTA tem capacidade
de dissolução de matéria inorgânica e remoção de smear layer e ausência de capacidade
antimicrobiana. O acido cítrico possui uma menor reação anti-inflamatória do que o EDTA
e é também mais biocompatível que EDTA.
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3- Álcool – para secar o canal e permitir uma melhor adesão e penetração do cimento
pois baixa a tensão superficial
4- Obturação
Não podemos juntar clorhexidina com hipoclorito pois quimicamente não é permitido pois
forma um precipitado PCA paracloroanaline que é difícil de remover dos dentes, bloqueia
o caminho mas mais importante é cancerígeno.
Mas atenção, podemos usar ambos na mesma sessão, desde que quando usarmos um
deles devemos de nos certificar de que o outro foi completamente removido.
Materiais para irrigação → podemos utilizar qualquer seringa, desde que seja luer lock pois
aumenta a segurança porque a agulha não sai. Em termos de agulha pode ser qualquer
uma, existem várias (dispersão frontal, dispersão lateral ou bilateral e multiperfuradas).
Somente a de dispersão frontal não pode ser colocada até ao CT pois o hipoclorito vai sair
mais 1 ou 2mm à frente da agulha.
Diagnóstico em Endodontia
Há duas contraindicações absolutas para a realização do TENC:
1- Avaliação da restaurabilidade do dente → se o dente não tiver condições para ser
restaurado, não fazemos TENC.
2- Avaliação da condição periodontal → se o dente não tiver qualquer tipo de suporte
ósseo, não fazemos TENC porque o dente não vai ter condições para permanecer
em boca.
Sobre o suporte periodontal, devemos fazer sondagem para perceber se o dente tem
espaço biológico saudável e se consegue aguentar um TENC.
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Pulpar
A polpa comunica com o exterior através dos túbulos dentinários, forâmen apical e canais
acessórios – como TENC é possível criar uma patologia periapical de origem endodôntica.
Assim, é sempre necessária a realização de um diagnostico pulpar e um periapical.
O diagnostico nem sempre é fácil porque o principal motivo da consulta é a dor. A dor
decorre de uma resposta inflamatória, mas é muito subjetiva.
FIBRAS A delta → estão mais na periferia da polpa a nível mais superficial, causam dor
rápida, de curta duração, lancinante, + intensa e momentânea, mais suportável. Baixo
limiar de estimulação.
FIBRAS C → têm camada revestida por mielina e estão mais no centro da polpa próximas
dos vasos sanguíneos, causam dor pulsátil, de menor intensidade, mais persistente e
demorada (em moedeira), menos suportável. Muito resistentes à hipoxia. Alto limiar de
estimulação.
A teoria hidrodinâmica diz que o fluido de dentro dos túbulos dentinários sobre uma pressão
que o movimenta. Este movimento do fluido provoca estimulação das fibras nervosas do
plexo de Rashkow situado na periferia da polpa dentária. Quanto maior o estímulo, maior a
contração e expansão do líquido dentário e por isso mais suscetível de resposta.
A polpa tem função nutritiva, sensitiva nervosa, defensiva e formativa (sem polpa, o dente
não cresce mais).
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Os estímulos pequenos vão cada vez mais criar uma resposta e com o prolongar do tempo
essa resposta vai ser cada vez mais intensa – alodínia. Isto acontece porque a polpa vai
perdendo a sua capacidade de defesa – hiperalgesia
Para realizar um diagnostico em endodontia precisamos de:
EXAME SUBJETIVO + EXAME OBJETIVO
História médica e dentária Testes de diagnóstico
Anamnese da dor Exames auxiliares de diagnóstico
No exame subjetivo vamos conversar com o paciente e recolher dados da sua história
clínica:
- motivo da consulta
- antecedentes médicos de interesse
- sinais e sintomas atuais
- cronologia do processo (se sintomas tiveram evolução)
- anamnese da dor
Localização → localizada ou irradiada/referida
Origem → provocada ou espontânea
Frequência → intermitente ou contínua
Tipo → aguda ou crónica
Intensidade → leve modera ou severa
Duração
Estímulos
Alívio
Espontaneidade
Testes pulpares:
Testes de vitalidade – conseguem avaliar o fluxo sanguíneo da polpa. Ex: fluxometria de
laser Doppler (medição de eritrócitos do fluxo sanguíneo no tecido através da reflexão da
luz laser) e pulse oximetria (determinação do grau de saturação da hemoglobina em
oxigénio arterial e de pulso sanguíneo através da sonda colocada no dente).
As provas de vitalidade pulpar implicam que haja suplemento sanguíneo (não são mt
utilizados). O que vamos realmente usar muito são as provas de sensibilidade pulpar, que
avaliam se a polpa perante um estímulo tem capacidade de responder (sem quantificar
nem a doença nem a saúde pulpar atenção).
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Testes térmicos:
Frio → diminuição brusca de temperatura, abaixo dos 0ºC com neve carbónica, spray DDM
ou TFE, cloreto de etilo ou bastão de gelo (este último não é recomendado). Para realizar o
teste de frio precisamos de bola de algodão, pinça e agente estimulador. A bola de
algodão embebida no spray deve ser aplicada na zona mais próxima da polpa, zona
cervical. Não fazer bolas grandes para não estimular mais do que 1 dente ao mesmo
tempo, não tocar na gengiva para não estimular diferentes tipos de tecidos e não aplicar
pressão pois é um agressor mecânico e apenas queremos avaliar a diferença de
temperatura.
Caracteristicas do teste do quente: aumento da pressão intrapulpar, polpa normal tem uma
resposta tardia, polpa muito inflamada tem uma resposta imediata, uma continua
aplicação de calor estimula a condução de fibras lentas C, que resulta numa dor em
moedeira de maior duração.
Fazemos isto em vários dentes e não apenas no dente com o problema para percebermos
qual é a quantidade de estímulo necessário para desencadear resposta.
Limites dos testes de sensibilidade: Dentes traumatizados, com ápices abertos, grandes
restaurações, tratamento ortodôntico, canais calcificados, toma de tranquilizantes e álcool,
necrobiose.
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Testes periapicais/perirradiculares
Para avaliarmos os tecidos periapicais devemos fazer palpação dos tecidos moles e avaliar
a mobilidade dentária.
Depois fazemos o teste de percussão (vertical) – com a ponta do cabo do espelho vamos
estimular vários dentes e anotar a resposta: estes testes são muito sugestivos da presença
ou ausência de inflamação do LP e das estruturas de suporte periapicais (as fibras
propriocetivas do LP inflamado ajudam à identificação da fonte de dor, como do grau da
inflamação).
Exame radiográfico → é elemento auxiliar para o correto diagnóstico, mas não fornece
informação sobre a vitalidade pulpar.
Apenas quando uma das corticais está afetada é que se consegue detetar
radiograficamente.
Para além da patologia periapical e de todas as infos sobre a cavidade de acesso, também
nos dá informações de outras patologias que só radiograficamente seriam detetáveis.
Se o problema estiver na parte periodontal, a polpa não foi atingida, o periodonto está
afetado e por isso quando fizermos o teste de sensibilidade, os dentes vão responder
positivamente.
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Testes elétricos → São um teste complementar, mas não é comum a sua pratica em
Portugal. Os pulpómetros só medem a presença ou ausência de inervação no sistema de
canais.
Resumo:
Historia clinica e anamnese da dor → exame intraoral (avaliação do estado pulpar e
periapical)→ testes comparativos (avaliação periodontal) → exames complementares
(restaurabilidade).
Diagnóstico pulpar
A polpa tem capacidade de defesa, sendo que a resposta inflamatória é a primeira linha
de resposta. Se esta agressão persistir, a polpa acaba por perder a capacidade de defesa
e entra num processo de necrose pulpar – situação de infeção pulpar.
Testes térmicos
Polpa normal Pulpite reversível Pulpite irreversível Necrose pulpar
Sensação de frio Dor (dente sensível) Dor severa Sem resposta
que passa rápido que passa rápido que persiste depois
de tirar o estímulo
Dor: + +++
Percussão: - -
Imagem radiográfica: Nada indica
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Diagnóstico: calor intensifica a resposta, se a dor perdurar mais de 10s é irreversível, frio alivia
em casos avançados (falta de viabilidade de fibras A delta) e ligeria inflamação do LP
radiograficamente.
Pulpite irreversível assintomática → a polpa pode progredir de vitalidade para necrose sem
sintomas e resulta da ação de irritantes de intensidade moderada, incapazes de produzir
rapidamente a morte pulpar (cárie, exposição pulpar, trauma). É típica de cáries
interproximais e de restaurações infiltradas (fator agressor de baixa intensidade, polpa fica
exposta a este fator durante vários meses).
Se não tratarmos com TENC a polpa vai acabar por necrosar e pode levar a uma lesão
periapical.
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Pulpite irreversível sintomática → os principais sinais e sintomas são: limiar doloroso diminuído
(alodínia térmica), dor principia ou agrava com o calor e com o frio, dor permanece apos
remoção do estímulo, dor espontânea pode existir em situações em que o dente não está
exposto a uma agressão, dor aumenta com o decúbito e com o esforço físico, RX normal
com deteção do fator etiológico e espessamento do LP apenas, pode ser localizada (mais
no inicio do processo) ou referida/irradiada.
Zonas de irradiação:
1- A dor dos incisivos não irradia para os dentes posteriores nem vice-versa
2- A dor irradiada pode ser da arcada antagonista, mas nunca da contralateral (nunca
atravessa a linha média)
3- A dor que irradia para a arcada oposta só pode ser originária dos dentes posteriores.
O tratamento para a PIS é o TENC para alívio da sintomatologia e para evitar evolução para
necrose pulpar.
Pulpite irreversível aguda → A pulpite aguda é uma situação única em termos de dor
• Grande intensidade porque estão a estimular as fibras C (intensa e aguda)
• Dor pulsátil (palpitante)
• Grande grau de inflamação
• Surge de emergência
• Há alívio com o frio, mas com o calor sente mais dor (devido ao aumento da pressão
intrapulpar)
• Sem mobilidade, palpação dos tecidos moles normal, resposta normal à percussão
• Imagem radiográfica com tecidos periapicais não afetados
• Dor pode irradiar para outros dentes/regiões
É uma consulta de emergência por isso o ideal é conseguir fazer a pulpotomia – com a
abertura da cavidade a pressão intrapulpar diminui e alivia os sintomas e favorece a cura.
Pode haver grande dificuldade em anestesiar nestes casos pois são tecidos muito
inflamados, o anestésico não penetra nestes tecidos.
Na falta de tempo, não entrar nos canais, tapar a entrada com teflon ou bola de algodão
+ restauração provisória. Continuar o TENC e finalizar na consulta seguinte.
Pulpite crónica hiperplásica → ocorre em dentes com ápice imaturo. É constituído por um
pólipo que parece crescer fora do dente. Pacientes jovens não se queixam de dor, apenas
sentem sangue na boca. Esta pulpite é resultante de irritante crónico de baixo grau e no RX
encontramos uma lesão cariosa profunda e ápice infundibuliforme. O ideal é tentar salvar
o dente com TENC mas por vezes é necessário exodontia.
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Um dente só necrosa em caso de trauma, em caso de pulpite reversível que não foi tratada
e as fibras A delta e C morreram.
Diagnostico periapical
Periodontite Abcesso
Apical crónica Apical aguda Apical crónico Apical agudo
(assintomática) (sintomática)
Uma periodontite é patologia dos tecidos periapicais e que está confinada dentro do osso
na zona periapical da raiz.
Contrariamente, o abcesso tem sempre envolvimento dos tecidos moles.
Pode haver mobilidade e pode surgir pós tratamento endodôntico por erros de obturação.
Para tratamento da periodontite apical cronica procedemos ao TENC para remover fator
etiológico e assim a lesão curar. Se apos 1 ano de TENC a lesão não tiver regredido, em vez
de exodontia, podemos optar por microcirurgia apical.
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No caso de haver PAA pode ser causada por oclusal alta, pelo trauma, em que o dente
fica com reação inflamatória aguda dos tecidos periapicais. O tratamento passa pelo alivio
da oclusão.
Também pode ser causada por lesão de cárie e polpa necrosada, havendo
extravasamento para os tecidos periapicais e inflamação aguda. Neste caso o tratamento
é a pulpotomia (remoção da polpa coronal apenas) e na consulta seguinte o TENC
(pulpectomia).
O abcesso envolve sempre os tecidos moles (fístula), sendo esta a grande diferença para a
periodontite. Neste caso o diagnóstico é sempre necrose pulpar.
Abcesso apical agudo → Temos de fazer diagnostico diferencial entre origem periodontal
e endodôntica. Vamos perceber se é um ou outro consoante a resposta ao teste de
sensibilidade:
- se a polpa ainda não estiver afetada e o problema está apenas nos tecidos circundantes,
a resposta vai ser positiva dentro dos limites de normalidade – origem periodontal.
- se houver resposta negativa, diagnostico de necrose pulpar, então é – origem
endodôntica.
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Devemos parar quando começar a sair sangue vivo – é sinal que o canal está limpo e
conseguimos estimular a circulação na zona apical.
Em alguns casos justifica-se o uso de medicação intracanalar, mas devemos sempre
procurar deixar o dente fechado.
Principais características:
Com drenagem espontânea, intermitente, de pus para o exterior
A fistula aparece na mucosa vestibular, por norma
Pode ter localização por palatino no caso de incisivos laterais superiores e raízes
palatinas de molares superiores
Assintomático, sem sinais agudos
Pode haver ligeiro mal-estar à percussão, palpação e ligeira mobilidade
Radiograficamente semelhante à PAC
Quando há uma fistula, é mais fácil diagnosticar porque sabemos que há necrose pulpar e
abcesso apical crónico. A dificuldade é perceber de onde vem esta via de drenagem.
Para tratar, fazemos TENC para remoção do fator etiológico. Como há uma via de
drenagem, a cobertura antibiótica não está aconselhada. O paciente só toma anti-
inflamatório ou analgésico em casos SOS.
Não → PAS
PAA
Dor → Edema/inchaço
Percussão Sim → AAA
Sem antibiótico → Pulpite irreversível, necrose pulpar, periodontite apical aguda, abcesso
apical crónico, abcesso apical agudo localizado.
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Diagnóstico diferencial
Nas lesões de origem endodôntica que condições podem ser identificadas e descritas
relativamente ao periodonto?
- normal
- PAA
- PAC → assintomática ou sintomática
- AAA
- AAC
- outras entidades → Granuloma, quisto, osteíte condensante.
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