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Endodontia

23/03/2018 – Fundamentos da Endodontia


A polpa é um tecido conjuntivo frouxo.

O molar inferior tem 2 raízes (uma na mesial e outra na distal) e 3 canais (um
vestibular e um lingual na raiz mesial e um – ou dois, um vestibular e um lingual - na
raiz distal).

A endodontia cuida da polpa.

 Cárie de esmalte e de dentina.


 Cárie de dentina com evolução lenta.

A dor por estímulo indica inflamação reversível na polpa.

 Cárie de dentina profunda com evolução rápida.

A necrose pulpar pode levar a uma fístula (processo crônico de infecção que rompe o
canal e o osso), sem dor.

A remoção da dentina cariada não faz barulho; quando se chega à saudável, faz.

Agente Agressor

 Sensibilidade.
 Dor intermitente.
 Dor espontânea (mais grave): pode-se fazer pulpotomia se a polpa estiver
vermelha e com sangramento.
 Sintomático.
 Assintomático.

Reversível: hidróxido de cálcio.

Irreversível: tratamento de canal.

Anatomia Dental Interna


Topografia Interna

 Raíz:
- Ápice.
- Canal radicular.
 Coroa:
- Câmara pulpar: parte da polpa que ocupa a parte coronária do dente.
- Teto.
- Corno.

Canal Principal e Ramificações

 Canal colateral: sai do principal e corre lateralmente a ele até sua saída no
ápice.
 Canal recorrente: sai do canal principal e retorna a ele.
 Canal secundário: sai do canal principal e vai até a área periapical.
 Canal acessório: sai do canal secundário.
 Canal lateral: sai do principal e vai até o terço médio ou cervical.

A raíz é dividida em terços apical, médio e cervical.

 Canal interconduto: vai de um canal a outro.


Delta Apical

Comum em pré-molares inferiores e raiz distal de molares. É uma ramificação de


canais na região apical. Usa-se a lima no canal principal, e nas ramificações usa-se a
solução de hipoclorito de sódio, pois é bactericida.

Canais Reticulares

Formam uma rede de canais intercondutos.

Limite Cones Dentinário e Cementário (C. D. C.)

A distância do vértice (final do dente em cemento) ao C. D. C. tem em média 0,7mm.

Obtura-se o canal 1mm aquém do vértice.

Pelo forame apical, penetra o feixe vásculo-nervoso.

A polpa é responsável pela formação da pré-dentina, através dos odontoblastos, que


se torna dentina posteriormente.

A polpa vai até onde acaba a dentina do dente. Na região do cemento, há muitas
células mesenquimais diferenciadas, que cicatrizam o forame apical. O limite C. D. C. é
uma constrição na área entre o cone cementário e o cone dentinário. É onde se ancora
o cone obturador.

Quando se raspa o cone dentinário, saem raspas de dentina, que podem causar
infecção. Deve-se usar uma lima muito fina, chamada lima de cateterismo, para
desentupir o limite C. D. C.

Zona crítica apical: região do forame; não deve ser deformada para que não sobre
espaço na ancoragem da lima, que permitiria a chegada de umidade e nutrientes que
facilitariam a sobrevivência das bactérias.
Incisivo Central Superior

 Tamanho médio: 22mm. O forame apical geralmente está voltado para distal.
Ele possui apenas uma raiz e um conduto radicular.

Sempre remover 2mm a menos do tamanho que o conduto aparenta possuir pela
radiografia, devido ao alongamento que pode ocorrer na radiografia. Colocar uma lima
de cateterismo no dente e radiografar novamente. Aí sim, trabalhar no 1mm a menos
do tamanho total do dente, e colocar a lima de cateterismo em todo o comprimento
dentário.

O stop (borracha que fica no início da lima) chega até a oclusal do dente.

Comprimento de trabalho (CT): 1mm a menos do que o dente.

Comprimento de patência (CP): comprimento total do dente.

 Assoalho virtual (não tem assoalho físico).


 Câmara coronária é achatada no sentido vestíbulo-lingual.
 Conduto: circular ou oval.

Todos os dentes são circulares na porção apical.

 Terço apical: forma circular.


 Terço médio: forma ovalada, com o lado maior para vestibular.
 Terço cervical: forma cônica triangular, com base para vestibular.

Endo Z: broca que remove o teto da câmara pulpar sem tocar o assoalho; corta
lateralmente apenas.

 Direção da raiz: reta.

Incisivo Lateral Superior

 Paredes mais equidistantes.


 Predomínio das partes vestibular e lingual.
 Raiz mais afilada, podendo ter curvatura distal ou lingual.
 Conduto circular ou oval (quando há predomínio vestíbulo-lingual).
 É um pouco maior que o incisivo central superior.
 Tamanho: 23mm.
 É o dente em que mais acontece dens-in-dente, fusão (2 câmaras pulpares) e
geminação (uma câmara pulpar).
Incisivo Central e Lateral Inferior

 Predomínio do diâmetro vestíbulo-lingual.


 Conduto em forma elíptica.
 Devido ao achatamento mésio-distal, o conduto pode dividir-se em 2 canais,
que podem terminar em 1 ou 2 forames.
 O incisivo central inferior geralmente termina em apenas um forame. Colocar
duas limas ao mesmo tempo para ver a quantidade de forames (se uma parar
antes de penetrar totalmente, há um forame apenas; se as duas penetrarem,
há 2). Média: 21mm.
 O incisivo lateral inferior geralmente tem um canal, dois condutos e um forame
(não costuma ter 2 condutos e 2 forames). Média: 22mm.

Canino Superior

 Raiz longa e volumosa desviada para distal.


 Dente de maior comprimento na arcada (usa-se a lima 31mm).
 Presença de uma cúspide que implica num amplo corno pulpar = teto.
 Conduto ovóide.
 O acesso é pela lingual. Ombro lingual: área de maior volume vestíbulo-lingual
na câmara pulpar, trabalhar com a broca bem para lingual, puxando-a de
dentro para fora.
 Tamanho: 26mm.

Acotovelamento: canal com curva acentuada no ápice.

Baioneta: canal que faz mais de uma curva.

Canino Inferior

 Diâmetro vestíbulo-lingual maior.


 Geralmente reto, podendo ter 2 condutos, terminando comumente em 2
forames. Média: 25mm.

Abertura Coronária

É a fase operatória inicial do tratamento endodôntico.

Depende de:

 Anatomia interna e externa.


 Número e posição dos canais.
 Posição do dente no arco.

Objetivos
 Acesso mais direto possível.
 Remoção completa do teto.
 Respeito ao assoalho.

Instrumental para Abertura Coronária de Dentes Anteriores

Brocas para alta rotação (haste longa):

 Esféricas diamantadas: 1011, 1013, 1015, 3083 (parece com a Endo Z), 3195.
Usadas em esmalte, resina e porcelana.
 Esféricas carbide: ½, 1, 2 e 3 (haste longa). Usadas para remoção de cárie,
amálgama, restauração metálica e dentina.
 Endo Z: só corta lateralmente, de dentro para fora. É laminada.
 Sonda número 5 (serve para ver se tem teto) e sonda ponta reta (entra no
conduto).

Raio-X Inicial

Verificar

 Cárie.
 Restaurações.
 Aparelho ortodôntico.
 Placa bacteriana/tártaro.
 Pino intrarradicular.
 Coroa total.
 Hipertrofia gengival.

Etapas Operatórias

 Ponto de eleição: ponto do início do acesso.


 Direção de trepanação: direção do conduto radicular.
 Forma de contorno.
 Forma de conveniência.

Ponto de Eleição

O ponto de eleição localiza-se nas proximidades do cíngulo nos dentes anteriores.

Direção de Trepanação

Direção para atingir o conduto.

Forma de Contorno
É a forma da câmara pulpar.

Forma de Conveniência

Desgaste compensatório que proporcionará expulsividade às paredes para melhor


visualização do conduto.

Anatomia dos Pré-Molares

Primeiro Pré-Molar Superior

 Pode ter 1, 2 (mais comum) ou 3 raízes, com 1, 2 (mais comum) ou 3 canais.


 O acesso é no sulco principal.
 Tamanho médio: 21mm.

Ao se instrumentar o canal, é criada uma smear layer, que é removida com o EDTA.
Depois, coloca-se a medicação (hidróxido de cálcio, paramonoclorofenol e glicerina –
HPG) e obtura-se.

 Direção da raiz vestibular: curva palatina.

Segundo Pré-Molar Superior

 Pode ter 1 (mais comum), 2 ou 3 raízes e 1 (mais comum), 2 ou 3 (um na


palatina e 2 na vestibular) canais.
 Tamanho médio: 21mm.
 Direção da raiz: geralmente reta.

Primeiro Pré-Molar Inferior

 Ponto de eleição: no centro do sulco central.


 Tamanho médio: 22mm.
 Pode ter 1 (mais comum) ou 2 raízes; 1, 2 ou 3 canais com 1, 2 ou 3 forames.
 Direção da raiz: geralmente reta.

Segundo Pré-Molar Inferior

 Tamanho médio: 22mm.


 Pode ter 1 (mais comum) ou 2 raízes; 1 (mais comum), 2 ou 3 canais e 1, 2 ou 3
forames.
 Direção da raiz: reta ou curva.

Instrumental Utilizado para Abertura Coronária de Pré-Molares


Brocas para alta-rotação (haste longa):

 Esféricas: 1011, 1013, 1015, 3083, 3195.


 Carbide: 1, 2, 3, 4.
 Endo Z.
 Sondas número 5 e ponta reta.

Ponto de Eleição

 Centro da face oclusal: quadrante central.

Direção de Trepanação

Perpendicular à face oclusal, seguindo o longo-eixo do dente.

Forma de Conveniência

Desgaste compensatório que vai dar expulsividade.

06/03/2018 – Anatomia e Acesso Molar Superior


Primeiro Molar Superior

3 raízes. A palatina é mais larga que as vestibulares. A mésio-vestibular é achatada e


tende a ter 2 canais (canal mésio-vestibular e mésio-lingual ou MV1 e MV2). Pode
terminar em um ou dois forames.

30% - 3 canais.

70% - 4 canais.

37,2% - terminam em um forame e dois canais.

32,8% - tem um canal e dois forames ou 2 canais e 2 forames.

Os canais estão geralmente mesializados à ponte de esmalte.

Raíz mésio-vestibular:

 Reta: 21%.
 Curvatura distal: 78%.

Raíz mésio-distal:

 Reta: 54%.

Raíz palatina:

 Curvatura vestibular.

Média: 21mm.

Segundo Molar Superior


55% - 3 raízes separadas.

10% - raízes função parcial.

10% - raízes totalmente fusionadas.

50% - 3 canais.

50% - 4 canais.

A raíz mésio-vestibular é ovalada, pode ter 1 ou 2 canais, terminando em 1 ou 2


forames.

Média: 21mm.

Os canais estão sempre debaixo das cúspides.

Acesso Molar Superior

Definição

É a fase operatória inicial do tratamento endodôntico.

Importância

Permitir acesso ao interior da cavidade pulpar através da remoção do teto da câmara


pulpar, e a realização de desgastes compensatórios que permitam um acesso direto,
amplo e sem obstáculos ao forame apical.

Abertura Coronária

 Anatomia interna copia a externa.


 Número (3 ou 4) e posição das raízes (disto-vestibular, mésio-vestibular e
palatina).
 Posição dos dentes.

Objetivo

 Acesso mais direto possível.


 Remoção completa do teto.
 Respeito ao assoalho.

Instrumental Utilizado
Brocas para alta rotação:

 Diamantadas esféricas: números 1011, 1013, 1015, 3083, 3195.


 Carbide esféricas: números ½, 1, 2, 3, 4, 5, 6 (haste longa).
 Endo Z.

Verificar a Presença de

 Cáries.
 Restaurações deficientes.
 Aparelhos ortodônticos.
 Placa bacteriana/tártaro.
 Pinos intrarradiculares.
 Coroas totais (podem ser removidas ou não).
 Hipertrofias gengivais.

Etapas Operatórias

 Ponto de eleição.
 Direção de trepanação.
 Forma de contorno triangular.
 Forma de conveniência.

Ponto de Eleição

Centro da face central: quadrante central (fossa central) mesialmente à ponte de


esmalte.

Direção de Trepanação

Perpendicular à face oclusal, seguindo o longo eixo do dente em direção ao canal mais
calibroso (palatino).

Forma de Contorno

Formato triangular com vértice voltado para palatina.

Forma de Conveniência

Desgaste compensatório que proporcionará expulsividade às paredes.

Abertura Coronária
 O limite deverá incluir: cornos pulpares, saliências e retenções.
 O assoalho da câmara não deverá ser tocado.
 Oferecer acesso direto ao canal.

Anatomia Molares Inferiores

A raíz mais achatada é a mesial, que tende a ter 2 canais.

94% - 2 raízes.

6% - 3 raízes.

Primeiro Molar Inferior

A raíz distal também pode ter 2 canais, mas é menos achatada que a mesial e a
distância dos canais da mesial é maior. Se tem 2 canais na distal, tem 2 na mesial.

56% - 3 canais (2 mesiais e 1 distal). 33% 2 forames, 23% 1 forame.

8% - 2 canais (o distal fica exatamente na frente do mesial).

36% - 4 canais.

Geralmente, se há 3 canais, os 2 mesiais são equidistantes a uma linha que sai do


distal.

Primeira lei de simetria: exceto molares superiores, os orifícios de entrada dos


condutos são equidistantes à linha média imaginária que atravessa o dente no sentido
mésio-distal.

Segunda lei de simetria: exceto molares superiores, os orifícios de entrada estão


alinhados sobre a reta que passa perpendicularmente à linha média mésio-distal da
primeira lei.

Mapa para Localização dos Canais


Primeira lei de localização dos orifícios: os orifícios de entrada dos canais estão sempre
localizados na junção entre paredes e soalho.

Segunda lei de localização dos orifícios: os orifícios de entrada dos canais estão sempre
localizados nos ângulos da junção soalho-parede.

Terceira lei de localização dos orifícios: os orifícios de entrada dos canais estão sempre
localizados no término das linhas de fusão do desenvolvimento radicular.

Primeiro Molar Inferior

Terço cervical: condutos com forma elíptica.

Canais: mésio-vestibular, disto-vestibular, mésio-lingual e disto-lingual.

Média: 22mm.

A Gates entra 2/3 do canal.

Segundo Molar Inferior

84% - 2 raízes.

16% - raízes fusionadas.

Pode ter de 2 a 4 canais, a raíz mesial é mais achatada.

23% - 2 canais.

66% - 3 canais.

11% - 4 canais.

Pode ter canal em C (é o único dente que tem), chamado Shape C.

Raíz mesial curva para distal.

Raíz distal: reta.

Média: 22mm.

Acesso Molar Inferior

Radiografia Inicial
Ponto de eleição: está localizado no centro da face oclusal, no quadrante central.

Direção de trepanação: perpendicular à face oclusal seguindo o longo eixo do dente


em direção ao canal mais calibroso (distal).

Forma de contorno: triangular com o vértice voltado para distal (quando tiver 3
canais), trapezoidal ou retangular (quando tiver 4 canais).

Forma de conveniência: usar Endo-Z ou 3083, para tornar o mais lisa possível a
câmara, permitindo melhor visualização ds canais. O desgaste compensatório permite
que a lima não entre com muitos pontos de tensão no canal, o que facilita a
instrumentação e a obturação.

Erros mais Frequentes

 Ponto de eleição incorreto.


 Perfuração vestibular ou cervical.
 Formação de degrau.
 Abertura insuficiente.
 Perfuração da câmara pulpar.
 Broca pressionada incorretamente.
 Preparo muito extenso e profundo.

Ponto de Eleição e Direção de Trepanação

Área central da superfície oclusal.

Broca paralela ao longo eixo do dente em direção ao canal mais calibroso.

Forma de Contorno

Forma de contorno: triangular, trapezoidal ou retangular.

18/03/2018 – Instrumentos Endodônticos


Instrumentos para Acesso

 Carpule.
 Espelho.
 Sonda (nº 3 – ver canais - e nº 5 – ver teto da câmara pulpar).
 Pinça.
 Colher de dentina.
 Esféricas diamantadas: nº 1011, 1013, 1015, 3083, 3195.
 Esféricas carbide: nº ½, 1, 2, 3 (haste longa).
 Broca endo Z ou broca tronco-conica de ponta inativa 3083.

Instrumentos para Isolamento do Campo Operatório

 Arco de Otsby (plástico para facilitar visualização de radiografias).


 Dique ou lençol de borracha.
 Pinça porta-grampo.
 Alicate de Ainsworth (pinça perfuradora).
 Grampo para isolamento.

Isolar depois de acessar pode levar a contaminação, mas não dá muito prejuízo, e pode
facilitar a visualização do dente em relação aos vizinhos. Só isola o dente que será
acessado.

Preparo do Dente para o Isolamento Absoluto

Profilaxia, raspagem, anestesia, teste do grampo.

Instrumentais Utilizados na Fase de Instrumentação

 Limas.
 Gates Glidden.
 Largo.
 Clean stand ou tamborel.
 Régua milimetrada.
 Material para irrigação.

Limas Manuais
Série especial: 06 (rosa), 08 (cinza) e 10 (roxa) – possuem calibre mais fino.

1ª série: 15 (branca), 20 (amarela), 25 (vermelha), 30 (azul), 35 (verde) e 40 (preta).

O número é o diâmetro da ponta da lima (0,06mm).

2ª série: 45 (branca), 50 (amarela), 55 (vermelha), 60 (azul), 70 (verde), 80 (preta).

3ª série: 90 (branca), 100 (amarela), 110 (vermelha), 120 (azul), 130 (verde), 140
(preta).

Limas Tipo Kerr

Cinemática: limagem e ¼ de volta para direita e esquerda.

Fabricada nos calibres de 06 a 140.

Tem secção quadrada e torção.

Lima Flexofile

Secção triangular (mais flexível) e torção; usar em canais curvos, tem menor chance de
desviar o canal.

Cinemática: limagem (entrar e sair com amplitude reduzida – 2 a 3mm) e ¼ de volta.

Fabricada nos calibres de 15 a 40 (1ª série).

Limas Tipo Hedstroen

Cinemática: somente limagem, para não fraturar.

Fabricada nos calibres de 10 a 140.

Componentes da Lima

a) Cabo (cor).
b) Intermediário (entre cabo e ponta ativa).
c) Lâmina ou parte ativa (sempre com 16mm).
d) Guia de penetração.

O comprimento da lima pode ser de 21, 25 ou 31mm.

Stop ou cursor: define o comprimento do dente (comprimento total menos 2mm).

Conicidade
É o quanto aumenta em diâmetro a cada milímetro da lima.

Para cada milímetro da ponta ativa, a conicidade aumenta em 0,02mm.

Gates Glidden

Instrumentação do terço cervical e do terço médio do canal radicular.

1. Lima calibre 50.


2. Lima calibre 70.
3. Lima calibre 90.
4. Lima calibre 110.
5. Lima calibre 130.
6. Lima calibre 150.

Largo

1 – 6, numeração igual à Gates Glidden, mas a parte ativa é maior.

Clean Stand ou Tamborel

Apoio das limas durante a instrumentação.

Régua Milimetrada

Função: medir os instrumentos, algumas também possuem a função de calibrar os


cones de guta percha.

Instrumentos Utilizados nas Fases de Medicação Intracanal e Obturação

 Lentulo.
 Espaçadores.
 Condensadores.
 Espátula 24.
 Espátula 1.
 Lamparina.

Lentulo

Função: introduzir a medicação no interior dos canais radiculares.

Espaçadores

Função: auxiliar na obturação dos canais radiculares, na condensação lateral (insere-se


um cone principal, coloca-se o espaçador digital para inserir o cone acessório).

Condensadores de Paiva
Função: auxilia na obturação do canal radicular, realizando a condensação vertical
(apertar os cones de guta-percha após corte). O corte pode ser com espátula nº 1,
colher de dentina ou consensador aquecidos.

11/05/2018 – Tratamento Endodôntico


Sempre obtura-se o canal com presença de microorganismos, o que fazemos é
diminuir essa quantidade.

O material obturador pode extravazar um pouco porque é biocompatível.

Objetivo

 Limpeza.
 Ampliação.
 Modelagem.

Terapia Endodôntica

 Domínio da anatomia.
 Controle microbiano.

Antes de colocar o primeiro instrumento, colocar hipoclorito no dente para que ele já
chegue com hipoclorito atuando no canal.

Desinfecção

 Instrumentação.
 Substância química auxiliar: molha-se o canal e trabalha-se dentro da
substância.
 Irrigação/aspiração: ocorre ao mesmo tempo. A ponta de aspiração é a grossa,
e a fina é para auxiliar na secagem, junto com o cone de papel.

Movimento de Cateterismo

1. Pequenos avanços.
2. Giro à esquerda e à direita.
3. Pequenos retrocessos.

Instrumento:

 Aço inoxidável.
 Comprimento mais curto (21mm).
o Diâmetro mais fino.
 Não pré-curvar o instrumento.

Movimento de Limagem
1. Avanço.
2. Tração e pressão lateral.

Instrumento:

 Tipo K ou H (aço inoxidável).


 Rígido.
 Não pré-curvado.
 Diâmetro maior que o do canal.

Indicação:

 Achatamento do canal.

Desvantagem:

 Deslocamento apical.
 Forma não circular do canal.

Movimento de Alargamento

 Aço inoxidável ou Níquel-Titânio.

Indicação:

 Canais radiculares retos.


 Movimento de rotação (alternada ou mecanicamente).
 Canais ou segmentos de canais curvos.

Vantagem: permite o aumento do diâmetro de um canal curvo ou reto, mantendo sua


trajetória original. Movimento oscilatório. Instrumento precisa entrar justo no canal.
Rotação alternada. No retrocesso não se remove toda a lima; tira-se um pouco apenas.

Preparo centrado e seção reta transversal circular.

Alargamento Parcial Alternado

1. Avanço.
2. Giro à direita.
3. Giro à esquerda.
4. Retrocesso de 1 a 2mm.
5. Avanço.

Alargamento Contínuo
1. Giro contínuo à direita.
2. Avanço.
3. Retrocesso.

Cateterismo

Limas 08, 10 e 15.

Instrumentação dos Canais Radiculares

Cervical, médio e apical.

Corpo do canal: cervical + médio.

Instrumentação do Segmento Cervical

Começa com uma lima mais grossa ou motor (Gates ou Largo). Depois, vamos para o
segmento médio.

Durante toda a instrumentação, usa-se a lima de patência foraminal para se


desorganizar a massa de microorganismos, e limpa-se a lima na gaze cheia de
hipoclorito, e a coloca no tamborel. Depois, se irriga e aspira o canal.

A lima que chega ao comprimento de trabalho não termina a instrumentação, ainda se


leva limas mais largas para alargar o segmento apical para ampliar o batente.

Pré-alargamento Cervical

Usa-se brocas e limas.

Desgaste anticurvatura.

Alargamento do Restante do Corpo

Alargamento do Segmento Apical

Patência Foraminal

Limpeza Foraminal

Substância química auxiliar.

Princípios da Instrumentação
 Instrumentação coroa-ápice.
 Preparo cônico.
 Patência do forame e túbulos dentinários desobstruídos.
 Calibre do instrumento (quanto maior, mais limpeza).
 Substância química auxiliar precisa ter boa concentração.
 Sistema de irrigação (importante que a agulha seja fina e penetre até pelo
menos 2/3 do comprimento de trabalho, e a ponta aspiradora seja calibrosa).

Agudização: empurrar os microorganismos para a região periapical, leva a inchaço.

Alargamento do Segmento Cervical

2/3 do comprimento total do dente. Entrar com a lima ou Gates. Se começar com a
Gates 1, ir com a 2, depois com a Largo 1 e 2.

Para saber qual broca vamos usar, se insere manualmente a broca para ver se ela
entra.

Alargamento do Restante do Corpo do Canal

Limas em ordem decrescente no sentido coroa-ápice até o comprimento de trabalho.

Alargamento do Segmento Apical/Confecção do Batente Apical

Colocar limas de calibre mais largo do que a que chegou ao comprimento de trabalho,
até não entrar mais.

Refinamento

Hedstroen: movimento de limagem.

2 números acima da lima memória.

Movimento de limagem circundante.

2mm aquém do comprimento de trabalho.


18/05/2018 – Substâncias Químicas Auxiliares, Irrigação e
Aspiração
Substâncias Químicas Empregadas no Preparo do Canal Radicular

Radiografia inicial, anestesia, isolamento absoluto, acesso, preparo químico-mecânico.

Preparo químico-mecânico: - modelagem do canal radicular.

- limpeza do canal radicular.

Substâncias Químicas Auxiliares

 Auxiliares da instrumentação.
 Soluções irrigadoras: soro (deve ser usado caso use-se Clorexidina porque ela
mancha em contato com o EDTA), anestésico.
 Promover a dissolução de tecidos orgânicos vivos ou necrosados.
 Suspensão de detritos oriundos da instrumentação.
 Facilitar a ação da instrumentação.
 Limpar a parede do canal.
 Combater possíveis microorganismos.
 Quelação de íons cálcio (EDTA).

Flare-up: agudização do quadro crônico provocado pelo dentista porque empurrou


microorganismos para o periápice.

Abcesso fênix: foi resolvido mas não obturou, e apareceu de novo.

Podem ser empregadas:

 Soluções líquidas: hipoclorito.


 Cremes: difícil remoção, bom para remover lima fraturada.
 Gel.

Requisitos

1. Tensão superficial: deve ser baixa para ter maior penetração.


2. Viscosidade: baixa para maior penetração.
3. Atividade de solvente de tecido: dissolver resto da polpa.
4. Atividade antimicrobiana.
5. Atividade quelante: EDTA.
6. Atividade lubrificante.
7. Suspensão dos detritos.
Quelantes

São substâncias orgânicas que removem íons cálcio da dentina, fixando-os


quimicamente.

Substância: - ações físicas.

- ações químicas.

Desempenham durante instrumentação.

Ações Físicas

 Suspensão de fragmentos.
 Lubrificantes.

Ações Químicas

 Solvente de tecido.
 Atividade antibacteriana.
 Quelante.

Biocompatibilidade

Todo tecido pulpar, mesmo vivo e não infectado, deve ser eliminado durante o
tratamento endodôntico para não servir de substrato a uma proliferação bacteriana:
para evitar que ele já esteja contaminado.

Propriedades Físicas que Devemos Analisar das Soluções Irrigadoras

Tensão superficial e viscosidade.

Capacidade de umectação/penetração.

Efetividade no interior do canal.


Soluções Empregadas na Endodontia

 Hipoclorito de sódio a 2%: instrumentação.


 Clorexidina (quando o paciente tem alergia a hipoclorito): instrumentação.
 EDTA: usa-se no final.
 Outras soluções: usa-se no final.

Hipoclorito:

 Atividade desodorizante.
 Atividade solvente.
 Atividade antibacteriana.
 Clareadora.
 Lubrificante.
 Baixa tensão superficial.
 Detergente.

Alguns Fatores que Podem Interferir nas Atividades do Hipoclorito

 pH.
 Temperatura.
 Matéria orgânica.
 Concentração.

Clorexidina

 Atividade antibacteriana de amplo espectro (concentrações altas).


 Apresenta substantividade (se liga à hidroxiapatita do esmalte ou da dentina,
sendo lenta/liberada, à medida que a sua concentração no meio descresce).
 Tem sido preconizada como medicação ou no preparo químico-mecânico dos
canais, mas tem que lavar com soro fisiológico.
 Não possui atividade solvente.
 Não possui atividade clareadora.
EDTA – Ácido Etilenodiamino Tetracético Dissódico

Utilizado para remover smear layer para preparar para receber substância obturadora
ou medicação. É usado após o preparo químico-mecânico, combinado com o
hipoclorito.

Indicações:

 Canais calcificados.
 Canais atresiados.
 Remoção de smear layer.

O EDTA deve ser manipulado dentro do canal com a lima memória ou lentulo por 3 a
5min; depois irriga-se com hipoclorito, aspira-se e seca-se com cone de papel, e
coloca-se medicação ou obtura-se o canal.

A Hedstroen vai a menos 2mm do comprimento de trabalho porque ela só possui


movimento de limagem, que não pode ser usado no terço apical porque o deforma. É
2 números acima da lima memória.

Outras Soluções

 Água destilada: auxiliadoras.


 Soluções anestésicas: auxiliadoras.
 Soro fisiológico (lavar clorexidina e hipoclorito): auxiliadora.

Irrigação e Aspiração

Objetivos

 Remoção dos detritos.


 Redução do número de microorganismos.

Fatores Importantes

 Propriedades da solução irrigadora: baixa tensão superficial, baixa viscosidade,


bactericida.
 Renovação constante da solução irrigadora.
 Anatomia do canal radicular.
 Calibre da cânula irrigadora.
 Técnica de preparo do canal radicular.
Medicação Intracanal

Na biopulpectomia, o melhor é instrumentar e obturar. Na necropulpectomia, colocar


medicação.

Emprego de medicações no canal ou câmara.

Objetivos:

 Promover a eliminação de bactérias que sobreviveram ao preparo químico-


mecânico.
 Impedir a proliferação de bactérias que sobreviveram.
 Atuar como barreira físico-química contra reinfecção por bactérias da saliva.
 Reduzir a inflamação periradicular.
 Neutralizar produtos tóxicos.
 Em caso de exsudação persistente, coloca-se pasta para controlar exsudato.

Classificações dos químicos: derivados fenólicos, derivados aldeídicos, halógenos,


corticoesteróides, bases ou hidróxidos (hidróxido de cálcio).

Derivados Fenólicos

Agentes antimicrobianos, seus efeitos se dão por contato direto e através da liberação
de vapores.

Paramonoclorofenol.

Paramonoclorofenol canforado: usado em endodontia; a cânfora ameniza a toxicidade


do paramonoclorofenol.

Aldeídos

São fixadores teciduais, antimicrobianos, seus efeitos se dão por contato, é mais
bactericida que o paramono.

Tricresol formalina.

Formocresol.

Halógenos

Compostos que contém cloro ou iodo.

Hipoclorito de sódio: usado em necropulpectomia.


Corticoesteróides

Atuam sobre o processo inflamatório. Possui efeito inibitório sobre a exsudação e a


vasodilatação. Otosporin: usado em biopulpectomia e sobreinstrumentação (fica
muito dolorido).

Hidrocortisona.

Prednisolona.

Dexametasona.

Bases ou Hidróxidos

São compostos inorgânicos que possuem radicais oxidrila ou hidroxila. Agregados ao


veículo para formar uma pasta e instroduzir com uma lentulo no interior do canal.

Hidróxido de cálcio.

Medicamentos Utilizados

Paramonoclorofenol Canforado (PMCC)

 Possui ação antimicrobiana satisfatória.


 Aplica-se o medicamento embebido em uma mecha de algodão na câmara
pulpar.
 Cânfora reduz o potencial irritante do paramonoclorofenol.

Coloca-se uma bolinha de algodão com PMCC e uma pura por cima, e fazer selamento.
Se exagerar, pode dar pericementite medicamentosa. Seus efeitos no canal duram até
7 dias.

Tricresol Formalina

 Ou formocresol/preparado contendo formaldeído.


 Atividade antimicrobiana boa.
 Propriedades de fixação tecidual.
 Seus efeitos no canal duram até 7 dias.
Corticoesteróides

 Atuam sobre o processo inflamatório, inibindo a ação da enzima fosfolipase A2,


envolvida na síntese dos derivados do ácido aracdônico – mediador químico da
inflamação.
 Periodontite apical aguda (química: exagerou na medicação; ou traumática:
sobreinstrumentação).

A solução de corticoesteróide/antibiótico pode ser acondicionada em tubetes


anestésicos vazios, facilitando assim a injeção no interior do canal.

Hidróxido de Cálcio

É a substância mais utilizada na endodontia como medicação intracanal. Pó do


hidróxido de cálcio P. A.

Atividade antimicrobiana por contato e efeito de estímulo à formação de uma barreira


mineralizada.

Principais Veículos Utilizados

Veículos aquosos: soro fisiológico, água destilada, soluções anestésicas.

Veículos viscosos: glicerinas, polietilenoglicol e propilenoglicol.

Veículos oleosos: óleo de oliva, PMCC.

Importante

A substância para servir de veículo para o hidróxido de cálcio não deve interferir no
seu pH. O PMCC potencializa o efeito do hidróxido de cálcio, penetra onde o hidróxido
de cálcio não penetraria sozinho, ajuda em relação a certos tipos de bactérias que o
hidróxido de cálcio não consegue matar.

Pasta de hidróxido de cálcio com PMCC apresenta excelente atividade antibacteriana.


Pasta HPG

1. A pasta é preparada sobre uma placa de vidro/espátula flexível 24.


2. Volumes iguais de PMCC e glicerina.
3. Agrega-se o pó do hidróxido de cálcio e do Pulpo-San até que se tenha uma
consistência cremosa. Pó, 1 gota de PMCC, 1 gota de glicerina. Se quiser dar
radiopacidade à pasta, agrega-se o pó do Pulpo-san. Se for muito fluida, há
risco de extravazamento.
4. Levada ao interior do canal, de preferência por meio de espirais de lentulo.
Usar uma lentulo abaixo da lima memória. A lentulo está sempre virada para a
direita, para a esquerda ela tira o material. Usar 2mm aquém do comprimento
de trabalho.

Biopulpectomia

Casos em que o canal não foi totalmente instrumentado (isolou-se, fez-se o acesso,
fez-se patência, usou-se Gates e Largo, mas não deu tempo de usar a lima memória;
irrigar, aspirar e colocar uma bolinha estéril de algodão compatível com a câmara
pulpar na entrada do canal, colocar uma bolinha pura por cima e Pulpo-San):

 PMCC.

Casos em que o canal foi totalmente instrumentado (o ideal é obturar, mas se não der
tempo):

 Hidróxido de cálcio/glicerina. O PMCC é usado em casos de dentes com


necrose.

EDTA: usar após o preparo químico-mecânico, colocar com a seringa e manipular de 3


a 5min com a lima memória ou a lentulo, tirar e irrigar com hipoclorito, secar com cone
de papel (número igual ao da lima memória, vai até o comprimento de trabalho, pois
ele poderia ir até a patência e extravazar o material).

Antes do selamento, radiografar.


Necropulpectomia

Casos em que o canal não foi totalmente instrumentado:

 Hipoclorito de sódio.
 Tricresol formalina.

Colocar uma bolinha e outra seca por cima, e selar.

Casos em que o canal foi totalmente instrumentado:

Remoção da smear layer, secagem.

Pasta HPG.

Radiografar, limpar com álcool 70º e fazer o selamento coronário. Quando remover o
isolamento, ver se o curativo não está alto; pedir paciente para ocluir com carbono. Se
ficar alto pode ter pericementite traumática.

A pasta deve permanecer no canal por um período de 3 a 7 dias.

Pulpo-san: óxido de zinco e eugenol de presa rápida.

Pasta L&C como obturação definitiva (azeite de oliva, usada quando o cone não cabe
no dente, raiz reabsorvida). Troca a pasta quando está com odor e exsudato,
reinstrumenta-se, faz-se a patência novamente, usa-se lima memória, EDTA e coloca-
se a pasta novamente). Se não der certo novamente, o problema pode ser no
selamento coronário.

Tira-se a pasta lavando com hipoclorito e com a lima memória.

Biopulpectomia: a polpa ainda está vital, tem sangramento, responde a testes, não
tem muitas bactérias, previnir. Necropulpectomia não tem sangramento, só quando
chegar à patência às vezes; presença de bactérias, remover.
22/06/2018 – Obturação dos Canais Radiculares
A Gates e a Largo entram 2/3 do comprimento de patência do dente. Sobe-se 2 limas
acima do comprimento de trabalho para criar um batente apical. O movimento do
refinamento deve ser pequeno para não empurrar muito detrito para a região
periapical. A lima de refinamento deve ser 2 números acima da de memória, porque se
for do mesmo tamanho, ela pode ultrapassar o comprimento de trabalho e levar
detritos para o periápice ou agarrar no comprimento de trabalho.

Tópicos a Serem Abordados

 Objetivo.
 Qual o momento ideal?
- Fatores a serem considerados.
 Materiais obturadores: cones de guta e cimentos endodônticos.
- Requisitos.
- Características.
 Sequência clínica.

Etapas do Tratamento Endodôntico

 Acesso.
 Instrumentação.
 Obturação.
 Selamento coronário.

A gente renova a substância auxiliar a cada instrumentação para que ela não fique
saturada e atue o máximo possível.

Objetivo

Selar toda a extensão do canal radicular, desde sua abertura coronária até o seu
término apical, ocupando todo o espaço outrora ocupado pelo tecido pulpar,
promovendo um selamento adequado nos sentidos apical, lateral e coronário.

Tridimensionalidade

 Evita estagnação de líquidos.


 Invibializa sobrevivência de microrganismos. Sucesso
 Oferece condições para o reparo.

Evitar deixar espaços vazios.


Momento Ideal de Obturação

 Preparo químico-mecânico completo: após instrumentação do canal.


 Ausência de exsudação persistente: fica com espaço morto e pode ocorrer
proliferação de microrganismos, não pode obturar, colocar medicação.
 Ausência de sintomatologia: se tiver, colocar medicação.

Em caso de necropulpectomia, coloca-se pasta HPG como medicação. Em


biopulpectomia, pasta HG. Se não instrumentou todo o canal em necropulpectomia,
colocar tricresol formalina; em biopulpectomia, paramonoclorofenol.

 Ausência de odor.

Materiais Obturadores: Requisitos

Propriedades Biológicas Ideais

 Boa tolerância tecidual (não causar reação alérgica ou inflamatória).


 Material ser reabsorvível.
 Estimular ou permitir a reparação da região periapical.
 Ação bactericida ou bacteriostática.

Propriedades Físico-Químicas Ideais

 Facilidade de inserção e remoção quando necessário.


 Bom tempo de trabalho.
 Propiciar bom selamento.
 Estabilidade dimensional.
 Possuir bom escoamento.
 Possuir boa viscosidade.
 Radiopacidade.
 Ser estéril ou passível de esterilização.

Constituintes: Cones de Guta-Percha

 Guta-percha (19 a 20%) nas formas alfa e beta.


 Óxido de Zinco (60 a 75%): confere rigidez e atividade antibacteriana aos cones.
 Resinas, ceras e corantes (1 a 4%).
 Sulfato de bário (1,5 a 17%): opacificador.
Características do Cone de Guta

Positivas:

 Biocompatibilidade.
 Radiopaco.
 Pode ser facilmente plastificado por ondas de calor.
 Fácil remoção.
 Inerte aos tecidos periapicais.
 Não ser suscetível ao crescimento e à proliferação bacteriana.
 Simples descontaminação.

Negativas:

 Não possui adesividade.


 Escoamento ruim.
 Viscosidade ruim.
 Pequena resistência mecânica.
 Selamento inadequado.

Por isso usamos um cimento endodôntico associado ao cone para suprir as


características negativas.

Características: Cimento Endodôntico

 Pegajoso ao ser misturado, fornecendo boa adesão entre os cones e as paredes


do canal radicular.
 Deve proporcionar uma vedação hermética (sem espaço morto).
 Deve ser radiopaco.
 As partículas de pó devem ser pequenas para serem facilmente misturadas com
o líquido.
 Não deve contrair após inserido no interior do canal.
 Deve ser bacteriostático ou pelo menos impróprio ao crescimento bacteriano.
 Não deve manchar as estruturas dentais.
 Deve ser insolúvel nos líquidos teciduais.
 Deve ser bem tolerado pelos tecidos perirradiculares.
 Deve ser de fácil remoção, se necessário.

Função dos Cimentos Endodônticos

 Eliminar a interface entre guta e paredes do canal.


 Eliminar a interface entre os cones e as paredes do canal, na técnica de
condensação lateral.

Tipos de Cimento Endodôntico


 Cimentos à base de óxido de zinco e eugenol.
 Cimentos resinosos.
 Cimentos à base de hidróxido de cálcio.

Cimentos à Base de Óxido de Zinco e Eugenol

Composição:

 Pó: óxido de zinco, resina hidrogenada, sulfato de bário, subcarbonato de


bismuto e borato de sódio.
 Líquido: eugenol e óleo de amêndoas doces.

Cimentos à Base de Hidróxido de Cálcio

Composição:

 Pó: hidróxido de cálcio, óxido de bismuto, hexametilenotetramina, dióxido de


titânio.
 Resina: éter de bisfenol A diglicidil.

Sequência Clínica: Obturação dos Canais Radiculares

Remoção da Medicação Intracanal

Uso da substância irrigadora e lima memória.

Descontaminação dos Cones de Guta-Percha

Hipoclorito de sódio a 2,5% na placa de Petri.

1 minuto.

Secar os cones com gaze estéril.

Seleção do Cone Principal

O mesmo número da lima memória usada.

 Inspeção visual.
 Critério tátil: tem que sentir que ele está travado.
 Critério radiográfico (4ª radiografia: confirmação do cone).

Calibração do Cone Acessório


Usar na régua de endodontia para cortar no tamanho da lima. O cone acessório é mais
cônico que o calibrado, e precisa de menos cones acessórios no canal, gerando menos
gaps. Apesar disso, ele pode travar antes de chegar ao comprimento de trabalho, e
não descer todo.

Seleção do Cone Principal

Medir tamanho com régua endodôntica.

Situações clínicas:

 O cone alcança o comprimento de trabalho e trava.


 O cone alcança o comprimento de trabalho e não trava: aumentar o número do
cone.
 O cone ultrapassa o comprimento de trabalho: ver o quanto está
ultrapassando, recuar 1mm do comprimento de trabalho e criar um batente
apical.
 O cone trava antes de alcançar o comprimento de trabalho: reinstrumentar.

Smear Layer

 É composta de restos de dentina, matéria orgânica, microrganismos, resíduos


de substâncias químicas que podem aderir às paredes do canal radicular, bem
como obstruir as aberturas.

Remoção da Smear Layer

EDTA 17% 5 minutos, movimentar com lima fina, irrigar com hipoclorito para remover.

Tipos de Ponta de Papel

Secar o canal após remover a smear layer. Mesmo tamanho da lima memória. Se for
menor que a lima memória, ele pode ultrapassar o comprimento de trabalho e chegar
a tecidos periapicais, podendo estimular sangramento.

Secagem do Canal

Cânulas de aspiração e cones de papel.

Cimento Endodôntico – Manipulação

Consistência de fio ao subir a espátula que não se rompe por 5 a 10 segundos.

O refinamento serve para que não hajam degraus entre o uso das limas.

Inserção do cone principal. Passa o cimento no cone e o insere no canal.

Inserção do Cone Acessório


Usar espaçador digital para abrir espaços para o cone acessório. Pode colocar cimento
nos cones acessórios. Usar os espaçadores vermelho e azul. O cone acessório depende
da amplitude do canal. Colocar até o espaçador não entrar mais. Fazer outro raio-X
após a condensação lateral antes de cortar o cone para que se possa removê-los em
caso de falha.

Condensação Vertical

Após cortar cones de guta com espátula número 1 ou colher de dentina de haste longa
aquecida. Cortar na altura da junção amelo-cementária ou 1mm mais apical do que ela
para ter espaço para o selamento, evitar que deixe material obturador e colora o
dente.

Usar calcador de Paiva frio, pressionar no sentido apical, calcador compatível com a
entrada do canal.

Limpeza da Cavidade

Bolinha de algodão com hipoclorito ou álcool.

Selamento Coronário

Remover o grampo e raio-X final.

O selamento da região apical é o selamento coronário para evitar a infiltração.

Microinfiltração Coronária

Consiste na infiltração de filtros bucais entre sessões ou posteriormente à obturação


do sistema de canais radiculares, resultando na recontaminação bacteriana, e
consequentemente, diminuindo as chances de um sucesso terapêutico.

Recontaminação do Canal Radicular

 Infiltração pelo material permanente ou temporário.


 Dissolução do selamento pela saliva.
 Infiltração da saliva na interface material selador e parede do canal e/ou pelo
material selador e guta-percha.
 Fratura de restauração temporária/permanente.
 Demora em se restaurar permanentemente o dente.

Quanto Tempo é Muito Tempo

Depende de vários fatores.

Prevenindo Infiltração Coronária


 Preparação pré-endodôntica.
 Técnica de obturação do canal radicular.
 Selamento temporário – durante e após.
 Escolha e integridade da restauração final.

Preparação Pré-Endodôntica

 Remoção de cáries e restaurações defeituosas antes do acesso.


 Margens dentais ilesas com tecido sadio e estrutura ilesa suficiente –
isolamento.
 Pesquisa de trincas ou fraturas.

Técnica de Obturação do Canal Radicular

Fatores que favorecem infiltração:

 Cimentação imprópria ou deficiente.


 Obturações curtas ou incompletas.

Selamento Temporário – Durante e Após

Maiores causas de falhas:

 Espessura inadequada de material.


 Colocação imprópria.
 Falha na avaliação da oclusão.

Materiais Restauradores Temporários

Tipos de selamento.

Provisório:

 Realizado entre sessões. Previamente à restauração definitiva.

Definitivo:

 Realizado após conclusão da terapia endodôntica.

Requisitos Básicos da Restauração Temporária


 Fácil manipulação e inserção na cavidade dentária.
 Resistência à compressão e à abrasão.
 Endurecimento rápido.
 Selamento.
 Não sofrer alteração dimensional e promover selamento marginal.
 Não sofrer solubilidade e nem se desintegrar no meio bucal.

Requisitos do Material Provisório Utilizado em Endodontia

 Impedir a contaminação dos canais radiculares.


 Evitar que os medicamentos intracanais passem para a cavidade oral.
 Proteger o canal radicular obturado até que o dente seja restaurado
definitivamente.

Tipos de Materiais Restauradores Temporários

Fotopolimerizáveis:

 Bioplic (capacidade seladora ótima mas resistência ruim, custo alto).

Presa química:

 Coltosol/Citodur/Tempore/Cavit: óxido de zinco/sulfato de zinco/sulfato de


cálcio. Capacidade seladora excelente, resistência maior que a do bioplic mas
menor que a do cimento de ionômero de vidro.
 Pulpo-San/IRM/Interin: óxido de zinco e eugenol. Selamento não é tão bom.

Guta-percha:

 Óxido de zinco/sulfato de zinco. Só é bom para fazer teste de vitalidade, e


vaselinar.

Ionoméricos:

 Bioglass/Vitro Fill/Vitro Molar/Vidrion R: alta resistência mas selamento não é


tão bom quanto Coltosol.

Entre Sessões

 Bolinha de algodão.
 Colstosol (selar adequadamente).
 Cimento de ionômero de vidro (dar resistência).

Ao Final da Obturação
Selamento duplo:

 Cimento de ionômero de vidro.


 Coltosol.

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