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APOSTILA DE ENDODONTIA

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APOSTILA DE ENDODONTIA

FICHA CATALOGRÁFICA E EQUIPE DA UNIVALI


VALDIR CECHINEL FILHO
Reitor da UNIVALI
RODRIGO DE CARVALHO
Procurador Geral da Fundação UNIVALI
LUCIANA MERLIN BERVIAN
Secretária Executiva da Fundação UNIVALI
ROGÉRIO CORRÊA
Vice-Presidente da Fundação UNIVALI
Vice-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão
JOSÉ EVERTON DA SILVA
Vice-Reitor de Graduação
LUÍS CARLOS MARTINS
Diretor de Assuntos Institucionais
PAULO MÁRCIO DA CRUZ
Diretor de Internacionalização
DJEISON SIEDSCHLAG
Diretor de Planejamento e Finanças da Fundação UNIVALI
FRANCINE SIMAS NEVES
Tesoureira da Fundação UNIVALI

EDITORA UNIVALI
ROSEMERY GOULART ALVES AMORIM
Responsável
ANDREIA DALLA COLLETTA
Revisão
BERNARDO HENRIQUE NAJDZION SCHMIDT
LARYSSA SILVA RODRIGUES DE SOUZA
Projeto Gráfico

CONSELHO EDITORIAL UNIVALI


PROF. MARCELO JUNCHEM
PROF. DR. FRANCISCO ANTÔNIO DOS ANJOS
PROF. DR. RIVALDO NIERO
PROF.ª DRª TATIANA MEZADRI
PROF.ª DRª LUCIANA DE CARVALHO PAULO COELHO
PROF. DR. TARCISIO VILTON MENEGHETTI
PROF.ª ANA CLAUDIA DELFINI CAPISTRANO DE OLIVEIRA
PROF. PAULO ROGERIO MELO DE OLIVEIRA
PROF. GUSTAVO BEHLING
PROF. DR. AYRTON SANTOS DE QUEIROZ
PROF.ª DRª ANITA MARIA DA ROCHA FERNANDES
PROF. DR. JOSÉ GUSTAVO NATORF DE ABREU
APOSTILA DE ENDODONTIA

SUMÁRIO
Anatomia interna de interesse endodôntico.....4

Introdução à endodontia.........................................14

Instrumentos endodônticos...................................17

Irrigação dos canais radiculares..........................20

Isolamento do campo operatório........................24

Preparo do canal........................................................28

Curativo demora.........................................................35

Obturação do canal radicular...............................40

Endodontia no SUS .................................................44

Referências...................................................................47
APOSTILA DE ENDODONTIA

ANATOMIA INTERNA DE
INTERESSE ENDODÔNTICO
Por que devemos conhecer a
anatomia? Conhecer a anato-
mia e tentar eliminar o máximo
de microrganismos.

Padrão; diferenciar normal e


anormal; facilitar a técnica;
menor tempo operatório; melho-
res resultados e prognósticos.

Anatomia dental

A)Canal principal;
B)Canal colateral;
C)Canal lateral (canal cervical
e médio);
D)Canal secundário;
Componentes: Esmalte; Coroa;
E)Canal acessório;
Dentina; Câmara pulpar; Polpa
coronária; Cemento; Raiz; Canal F)Intercondutor;
radicular; Forame apical; Polpa; G)Canal recorrente;
Polpa radicular. H)Canais reticulares;
I)Canal cavo interradicular (sai
Anatomia dos do assoalho da câmara pulpar
até o ligamento periodontal na
canais radiculares região de furca);
Sistema de canais radiculares. J)Delta apical: (1) forame apical,
(2) foraminal, (3) conductos aces-
sórios, (4) conductos principais.

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conicidade
Evolução da
cavidade pulpar e *a câmara pulpar pode ficar
reduzida como passar do tempo
da região apical por diversos fatores. O limite
Após a complementação CDC vai diminuindo com a pas-
radicular, ocorre a deposição sar da idade pela deposição de
de cemento. Composição no dentina. O canal cementário vai
canal (CDC)*. O forame cria aumentando peladeposição de
forma definida de dois cones. cemento (KUTTLER, 1955).

Região periapical
Composta pelo: canal dentiná-
rio; constrição apical (forame
menor – CDC); canal cemen-
tário; forame apical (forame
maior); ápice anatômico*.

*Ápice anatômico: distância


constrição- forame 0,5 mm a
1,0 mm; tamanho forame apical
0,21 mm a 0,39 mm; distância
ápice-forame 0,2 mm a 3,8 mm;
*CDC: limite dentina-cemento. o forame lateral até 3 mm do
O limite CDC é a área mais ápice radicular (anatômico)**.
constrita do canal radicular.
**o forame, geralmente, não
está no ápice anatômico do
Ápice radicular dente (ou no vértice radicular).
Despolpado: polpa morta Geralmente, está em 0,2 mm a
(necrosada), com muita 3 mm lateral, ou seja, está na
bactéria. lateral da raiz.
Polpa viva: dente vivo, com
chancesmaiores de sucesso no
tratamento.
Jovem: forame menor (CDC)
ficamenor com a idade.

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sempre, acompanha a forma


Características do dente (parece um dente
gerais da cavidade menor).
pulpar A presença de ramifica-
A cavidade pulpar é o espaço ções dificulta o tratamento
existente no interior do dente endodôntico.
ocupado pela polpa dental.
É limitada em toda extensão Os incisivos superiores são os
por dentina, exceto ao nível do dentes que apresentam o
forame(s) apical(is) – Que é o menor número de ramificações
cemento. (deve-se ter um grande cuidado
no acesso).
*Cavidade pulpar se divide em
As ramificações ocorrem, princi-
câmara pulpar e canal radicu-
palmente, nas raízes achatadas
lar. Já o canal radicular se divide
no sentido mésio-distal.
em canal dentinário (dentina) e
o canal cementário (cemento)
Os canais podem apresentar
separados pelo limite CDC.
variações quanto ao número,
forma, direção e tipo de
ramificações.

Estudo anatômico
do canal radicular –
conclusões de Yuri
Nomenclatura da Kuttler (1955)
cavidade pulpar 1. A radiografia periapical não
dá uma imagem bem dife-
Câmara pulpar; Canal radicu-
renciada do terço apical
lar; Divertículos; Teto; Assoalho;
da raiz. Apenas em 5,6% dos
Forame apical; Infundíbulo. casos a parte terminal da
raiz é nítida.
Características da 2. O canal radicular não é um
cone uniforme com o menor
cavidade pulpar diâmetro em sua termina-
ção, mas, sim, apresenta
A cavidade pulpar, quase
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dois cones: um comprido, o um plano perpendicular


dentinário, e outro menor, o ao canal cementário, mas,
cementário. sim, em um plano inclinado,
3. O ápice radicular com- que é mais pronunciado na
preende 2 mm a 3 mm finais velhice.
da raiz. 11. O forame apical aumenta
4. O vértice radicular é o ponto com a idade e, portanto, é
final do ápice. menor nos jovens que nos
5. O forame é a circunferên- adultos.
cia ou borda arredondada
que separa a terminação do Abertura coronária
canal superficial externo da
raiz. Procedimentos que permitam
6. Em 68% dos dentes jovens, e a localização, o preparo da
em 80% dos dentes senis, a entrada e o tratamento den-
parte cementário não segue tro de padrões aceitáveis de
a direção da dentinária, dificuldades.
nem acaba no vértice api-
cal. O forame fica localizado *objetivo principal é chegar na
lateralmente, e essa laterali- câmara pulpar. Canal não se
dade chega a alcançar, às encontra com broca, e sim com
vezes, até 3 mm. a lima e sonda!
7. Em 96% dos casos é fran-
camente visível e diferen- Condições para a
ciado, microscopicamente,
o ponto de união cemento- abertura coronária
-dentina-canal (CDC).
• Conhecer forma, tamanho
8. Existe uma constrição do
e disposição da câmara
canal na linha de união
pulpar.
cemento-dentinário, ou
• Conhecer as alterações
muito próximo dela, que é
decorrentes da idade do
maior nos jovens (224 micra)
dente.
e menor nos senis (210 micra).
• Cuidadoso estudo da radio-
9. O forame apresenta um diâ-
grafia inicial.
metro maiorque o dobro do
diâmetro cemento- dentiná-
rio nos jovens, e maior que o Objetivos da
triplo em idade avançada.
10. O forame, em sua maio- abertura coronária
ria, não se encontra em
• Boa luminosidade e visão da
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câmara pulpar;
• Possibilidade de acesso à
câmara pulpar;
• Aproximação direta dos
canais radiculares (se pos-
sível, uma visão direta, mas
que preserve ao máximo a
estrutura dental);
• Facilitar o uso de instrumen-
tos endodônticos.

*limite do padrão de abertura


é o teto (todo), porque se dei- Formato: trapezoidal - 10,9 mm
xar um pouco pode escurecer Raízes: 1
o dente, deixar polpa e sujeira, Canais: 1 a 4
necrose, insucesso no trata- Forma de conveniência: triân-
mento. E não tirar a mesial ou gulo com base maior voltada
distal, porque pode enfraque- para incisal.
cer o dente. Remoção do teto
nos posteriores e remoção da Incisivo lateral
parede palatal ou lingual nos superior
anteriores.

O que avaliar antes


da abertura?
Inclinação (para saber o
acesso); cárie (remover antes);
bordas cortantes (geralmente,
onde está o teto da câmara
pulpar ou palatal/lingual); res-
taurações; formas convencio-
nais, ponto de eleição.
Formato: trapezoidal - 10,2 mm
Incisivo central Raízes: 1
Canais: 1 (97%) a 2 (3%)
superior Forma de conveniência: triân-
gulo com base maior voltada

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para incisal. Formato: trapezoidal - 22,3 mm


Raízes: 1
Incisivo central Canais: 1 (65,6%) a 2 (34,4%)
Forma de conveniência: triân-
inferior gulo com base maior voltada
para incisal.

Sequência clínica

Escolha do ponto de eleição


(PE) (ponto inicial onde se faz o
acesso);

Penetração inicial – direção de


abertura (DA) (da broca);

Formato: trapezoidal - 8,90 mm Forma de conveniência (FC)


Raízes: 1 – é o formato que fica (figura
Canais: 1 (68%) a 2 (32%) geométrica).
Forma de conveniência: triân-
gulo com base maior voltada Ponto de eleição: face palatal
para incisal. oulingual; 2 mm do cíngulo, dire-
ção bordo incisal.
Incisivo lateral
inferior

Direção de abertura: ponta dia-


mantada esférica #1012, ângulo
de 45˚ em relação ao longo
do dente. Perfurar até “cair
no vazio” (chega na câmara
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pulpar e remove o teto).

Broca adequada ao tamanho


da cavidade, alto rotação
*cuidado especial em dentes #1012 e baixa rotação #2 ou
com câmara pulpar atresiada, #4 e em movimentos de tração
já que NÃO se tem a sensação (a remoção é feita por meio
de “cair no vazio”. de tração de dentro para fora
com a broca até remover todo
Forma de conveniência: triân- o teto).
gulo com base para incisal e
Estabilidade lateralmente, pró-
vértice no ponto inicial.
ximo longo eixo do dente de 45˚
vai até 10˚ a 15˚ (ela começa
em 45˚ e vai tirando quando fica
ao longo eixodo dente).

Remoção de todas as interfe-


rências de dentina ou esmalte
que impeçam o acesso livre e
direto ao canal radicular.

Proximidade paredes vestibular


e palatal, verificar presença de
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teto e remover tecido pulpar Forma ovoide (dimensões


para evitar escurecimento. reduzidas).

Esvaziamento da câmara pul-


par: com a cureta de tamanho
adequado; irrigação e aspira-
ção soro; desinfeção com clo-
rexidina gel 2%; seca bolinha de
algodão estéril.

Acesso coronário
dentes íntegros
Ponto de referência: preser-
vando estruturas nobres, acesso
entre cíngulo e borda incisal.

Forma de conveniência: com


a sonda exploradora número
5, verificar retenções dentiná-
rias que deverão ser removidas.
Utilize brocas com ponta ina-
tiva (#3082). Brocas sem corte
na ponta, movimentos de vai- Localização e preparo da
-e-vem contra as paredes de entrada do canal: limpar e
dentina. Remoção dos rema- secar, canal continuidade da
nescentes de dentina no perí- câmarapulpar, sonda reta (#6)
metro da câmara pulpar. desliza pelas paredes.

a. FC DO INCISIVO LATERAL Raiz achatada M-D, pode existir


SUPERIOR: curvatura api- dois canais e dois forames, lima
cal; estendida para o lado k-10 e 15.
oposto; facilitar acesso à
curvatura para distal.
b. FC DO INCISIVO INFERIOR:
forma triangular dimen-
sões de câmara pulpar.

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Formato: pentagonal - 10,5 mm


Raízes: 1
Canais: 1 a 2
Forma de conveniência: lanceo-
lado (losango).

Canino inferior

Acesso de dentes anteriores


(acesso por vestibular): Cáries
vestibulares, deve-se remover e
usar o acesso da cárie; restaura-
ções vestibulares; preservar cín-
gulo e cristas marginais (preser-
var estruturas); indicados para
facetasestéticas.

*incisivos e caninos possuem


o MESMO pontode eleição Formato: pentagonal - 11,0 mm
e a direção de abertura, e Raízes: 1 (94%); 2 (6%)
DIFEREM apenas na forma Canais: 1 (88,2%); 2 (11,8%); 3
de conveniência,aquele (achatamento MD gera um
triângulo, esse pentágono. canal para V e outro para L ou
um canal ovoide)
Canino superior Forma de conveniência: lanceo-
lado (losango).

Ponto de eleição: face palatal


ou lingual, 2 mm do cíngulo em
direção à borda incisal.

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APOSTILA DE ENDODONTIA

*esvaziamento igual aos incisi-


Direção de abertura: broca dia- vos.Localização da entrada de
mantada #1012, ponto inicial, canais.
45˚ ao longo do eixo do dente.
Primeiro pré-molar
superior

Forma de conveniência: alta Formato: oval - 8,00 mm (mais


rotação 1012 ou 1014, baixa circular,devido a ter 1 raiz).
rotação #2 ou #4; movimentos Raízes: 1 (35,5%); 2 (61%); 3
de tração (dentro para fora), (3,5%).
Canais: 1 (8,3%); 2(84,2%); 3 (7,5%).
inclinação de 45˚ para 10˚ ou
Forma de conveniência:
15˚. elipsóide.

*coroa parecida com a do


canino.

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Direção de abertura: brocas


Segundo pré-molar diamantadas esféricas #1012;
superior suave (leve) inclinação (da
parte ativa – cabeça da broca
– da broca para direção pala-
tal) para que possa atingir a
parte mais volumosa da câmara
pulpar que está sobre entrada
do canal palatal.

*tem que tentar chegar na


parte mais volumosa da CP que,
geralmente, é na entrada do
canal palatal.
Formato: oval - 7,30 mm
Raízes: 1 (94,5%); 2 (5,4%); 3.
Canais: 1 (53,7%); 2(46,3%); 3.
Forma de conveniência:
elipsoide.

Acesso coronário
ao pré-molar
superior
Ponto de eleição: face oclusal,
terço médio, no meio do sulco Forma de conveniência: elipse,
mésio-distal. longo do eixo sentido V-P. Alta
rotação 1012; baixa rotação #2
e #4; ponta diamantada 3082;
movimentos de tração.

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APOSTILA DE ENDODONTIA

*Rostrum – Canali: linha preta Forma de conveniência: circular.


entre dois canais.
Segundo pré-molar
Acesso coronário inferior
dentes íntegros:
Ponto de eleição: preservando
estruturas nobre forma de con-
torno da cavidade de acesso;
vertente da cúspide V; metade
da cúspide P e as cristas
marginais.

Esvaziamento da câmara pul-


par: presença de assoalho da Formato: oval - 8,10 mm
câmara pulpar, cureta ade- Raízes: 1 (92%); 2 (8%)
quada; irrigação e aspiração. Canais: 1 (89,3%); 2 (10,3%); 3 e 4
Forma de conveniência: circular.

Primeiro pré-molar Acesso coronário


inferior ao pré-molar
inferior
Ponto de eleição: fossa central
(ponte de esmalte; quando pos-
sível tentar preservar a ponte
de esmalte); face oclusal; meio
do sulco principal; mésio-distal.
Fossa central.

Formato: oval - 8,60 mm


Raízes: 1 (82%); 2(18%); 3
Canais: 1 (66,6%); 2 (31,3%); 3
(2,1%)
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*área de risco durante a aber-


tura de dentes multirradiculares:
assoalho da C, paredes laterais
e inclinação da broca; entradas
dos canais.

Direção de abertura: broca dia-


mantada esférica #1012;
1˚PM: ligeira inclinação da haste
da broca para lingual, para atin-
gir parte mais volumosa da CP.
2˚MS: ao longo do eixo do
dente.
*erros comuns: deixar a abertura
muitopequena ou grande.
*1MS e 2MS são os dentes per-
manentes que romperiam antes
na boca e, por isso, tem mais
cáries e atritos.

Esvaziamento e localização:
curetas; irrigação e aspiração
com soro fisiológico; parte reta
da sonda exploradora.

Acesso coronário
dentes íntegros:
Face oclusal; preservando estru-
turas nobres;preservar cúspides
Forma de conveniência: cín- L e cristas marginais.
gulo; broca esférica #2 ou #4;
movimentos de tração; ponta
diamantada #3082. Remanes-
cente do teto; divertículos V e L.

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Formato: tri cuspidado ou tetra


Primeiro molar cuspidado
superior Raízes: 2 (25%); 3(75%) 3 a 4
fusionadas ouindividuais
Canais: 3 (50%); 4 (50%); 1 a 4
por raiz
Forma de conveniência: trape-
zoidal com abase maior virada
para a V.

Acesso coronário
aos molares
superiores
Formato: tetra cuspidado - 7,2
Ponto de eleição: face oclusal;
mm
na fosseta central.
Raízes: 3
Canais: 3 (30%); 4 (70%); 1 a 3
por raiz
Forma de conveniência: trape-
zoidal com a base maior virada
para a V.

Segundo molar
superior

Direção de abertura: canal


palatino. Broca esférica #1012,
#1014. Com suave inclinação
da parte ativa da broca, para
que possa atingir a parte mais
volumosa da polpa, entrada do
canal palatal.

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Localização canais: sonda reta


exploradora; desgaste com-
pensatório; ponta diamantada
#3082.

Acesso coronário
dentes íntegros:
Perfuração na face oclusal;
preservando estruturas nobres;
forma de contorno da abertura
Forma de conveniência: trapé- coronária.
zio; base > V (base maior sempre
no lado que tem mais canais) Remoção do teto da câmara
e base < P (base menor para pulpar: ponta diamantada
palatal); ângulos próximos cús- #3082; remoção do teto da
pides MV, DV e P. Alta rotação câmara pulpar.
1012. Baixa rotação #2 ou #4.
Movimento de tração (SEMPRE Primeiro molar
deve-se remover o teto com os
movimentos de tração). Remo- inferior
ver teto da câmara pulpar.
Ponta diamantada #3082.

Esvaziamento da câmara pul-


par: curetas; irrigação e aspira-
ção soro fisiológico.

Formato: penta cuspidado


Raízes: 2 (97,5%);3 (2,5%)
Canais: 2 (8%); 3 (56%); 4 (36%)
Forma de conveniência: trape-
zoidal com abase maior virada
para a M.
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Direção de abertura: ponta


Segundo molar diamantada esférica #1012 ou
inferior #1014; inclinação para distal
da parte ativa da broca, para
atingir parte mais volumosa da
cavidade pulpar, que fica na
entrada do canal distal.

Formato: tetra cuspidado - 7,85 mm


Raízes: 2 (98,5%); 3(1,5%)
Canais: 2 (16,2%); 3 (72,5%); 4
(11,3%)
Forma de conveniência: trape-
zoidal com a base maior virada
para a M.

Penetração inicial: (câmara


Acesso coronário pulpar atrésica) escolher borda
aos molares inferior de referência no RX; medir dis-
tância do bordo ao assoalho da
Ponto de eleição: face oclusal; CP; inserir um cursor na broca,
na fosseta central (bem no meio calibrando-a no comprimento
do dente); medido; esta será a medida
de máxima penetração da
broca.

*forma de contorno será trapé-


zio com a base maior voltada
para a mesial. Parte mais volu-
mosa geralmente na entrada
do canal distal; leve inclina-
ção da broca para chegar na
entrada do canal distal (para a

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APOSTILA DE ENDODONTIA

parte ativa da broca).

Forma de conveniência: trapé-


zio; base > M e base < D; remo-
ção do teto da câmara. Alta
rotação #1012 ou #1014. Baixa
rotação #2 ou #4. Movimento
de tração. Ponta diamantada
#3082.
Verificar remanescentes do teto
da câmara pulpar.

Esvaziamento da CP: curetar;


irrigar e aspirar soro fisiológico.

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APOSTILA DE ENDODONTIA

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APOSTILA DE ENDODONTIA

INTRODUÇÃO À ENDODONTIA
reduzidíssimas dimensões, a cavi-
Aproximadamente 85% das dade pulpar (+- 20 mm).
dores da cavidade bucal são
de origem endodôntica. Impor- A cavidade pulpar dificulta uma
tante para todo diagnóstico em visualização direta (iluminação).
odontologia. O alicerce para as
demais disciplinas como pró- A cavidade pulpar apresenta
tese; dentística; periodontia; as mais variadas conformações
implantodontia, e ortodontia. (anatomia varia muito, feito da
Possui um mercado de traba- melhor forma possível e utilizar
lho promissor devido à procura toda a tecnologia).
imensa por quem faz endodon-
tia, setor privado ou público.
Objetivos
É a parte da odontologia que
trata da etiologia, prevenção e Salvar o maior número de den-
tratamento das enfermidades tes, mediante a prevenção e/
do endodonto e de suas reper- ou cura das enfermidades da
cussões sobre os tecidos da polpa dental e de suas reper-
região periapical. cussões peridentais. Preservar
o dente devolvendo a saúde e
É um campo da odontologia suas funções.
que trata da morfologia,
fisiologia e patologia da polpa O cumprimento do objetivo
dental humana e dos tecidos requer:
periapicais.
• O máximo de habilidade
(cria-se com a repetição);
• O máximo de sensibilidade
tátil (devido às caracte-
rísticas complicadas dos
dentes);
• O máximo de conheci-
mento da morfologia da
Características cavidade pulpar;
• O máximo de delicadeza
A endodontia é realizada (cuidado e precisão);
em um campo operatório de • O máximo de paciência
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APOSTILA DE ENDODONTIA

(para conquistar a patência dores de dentes;


– chegar ao final do canal).
6000 a 5000 a.C.= Tábua no Vale
*pode ser dividida em CONSER- do Eufrates,conselhos para alívio
VADORA e RADICAL. A conser- de dores de dentes;
vadora pode ser total e parcial;
já a radical consiste em trata- 5000 a.C.= Milas cita que os chi-
mento de canal e cirurgia. A nesesempregavam arsênico em
endodontia em relação ao odontalgias;
dente sempre é conservadora;
em relação à polpa pode ser 3700-1500 a.C.= papiro de Ebers,
conservadora ou radical. Luxor (Egito), “as dores em seu
ombro, cabeça e pés provêm
Importância de seus dentes. Não recobra-
rás a saúde, antes de deixá-los
A endodontia contribui para extirpar.”
que a odontologia cumpra
melhor seu dever para com o 3000 a.C.= primeiro homem
paciente e para com a socie- conhecido como tratador de
dade, evitando mutilações dentes e médico, foi Hesi-Ré,
e conservando, ao máximo, Chefe Oficial do Palácio dos
os dentes e a saúde do ser Práticos Dentários e Médicos.
humano.
Histórico 2700 a.C.= chineses usavam
acupuntura e japoneses mas-
Época da endodontia empírica sagem, para aliviar odontalgias.
até 1910 (dor);
Época empírica
Época da teoria da infeção
focal até 1928 (era germicida); (objetivo exclusivamente de
passar a dor)
Época científica até nossos dias
(era biológica). 460-370 a.C.= Hipócrates: cau-
terização da cavidade de cárie;
Alguns dados 98-117 d.C.= Archigenes: abria
significantes o dente;

20000 a.C.= murais do Período 1514= Vesalius:descobre a cavi-


Cró-Magnon, referências às dadepulpar;
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APOSTILA DE ENDODONTIA

antissepsia;
1517-1592= Ambroise Paré:
paralisação da circulação 1890= Miller: teoria acidogênica
como anestesia. “A dor de da cárie(inicia a Era Gremicida);
dente é a dor mais terrível que
o homem pode suportar sem 1891=Walkhoff: PMCF
morrer”; (paramonoclorofenol);

1530= médico alemão: 1º livro 1895= Roentgen: raio-X;


de odontologia;
1901= Price: importância do
1597= Guillemaux: óleos raio-X na endodontia;
aromáticos;
1904= Buckley: tricresol
1728-1746= Pierre Fouchard: livro formalina;
“O cirurgião dentista”. 1º instru-
mento endodôntico (corda de 1910= William Hunter: séps oral;
piano);
1912= Billings: teoria da infeção
1756= Pfaff: proteção da polpa focal;
com ouro;
1914= Rosenow: localização
1836= Spooner: desvitalização seletiva. A odontologia conser-
com arsênico; vadora cai em descrédito;

1838= Edward Maynard: mola


Época da teoria da
de relógio; infeção focal
1844= Horace Wells: anestesia • Grupo radical:
óxidonitroso;
Abandonaram a prática da
1864= Standford Barnum: dique endodontia;
de borracha;
Eliminaram das escolas o
1867= Bowman: guta percha p/ ensino deendodontia;
obturar canal;
Realizavam extrações sem justa
1867-1880= Luiz Pasteur, Robert causa;
Kock, Lister: microrganismo,
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APOSTILA DE ENDODONTIA

Extraíam todos os dentes etiologia infeciosa, nem sem-


desvitalizados ou com cárie pre os microrganismos estão ali
profunda; presentes;

Assustavam os pacientes que Com o correto tratamento de


não queriamextrair; canal eliminamos a infeção
dele e do periápice;
Faziam exodontia em crianças
como medidaprofilática.
A polpa e os tecidos periapicais
• Grupo conservador: podem reparar como qualquer
outro tecido.
Nem a favor nem contra a teo-
ria da infeção focal; Época científica
• Grupos científicos: 1928-1936 = Ressurgimento da
endodontia (divulgação dos
Estudos: radiográficos, bacterio- resultados dos estudos);
lógicos e histológicos;
1936-1960 = Afirmação e
Callahan, Rhein, Grove, generalização da endodontia
Buckley, Coolidge, Sommer, (biologia apical, mecanismo
Ostby, Gottlieb, Grossmann e
da inflamação, terapêutica,
outros.
instrumentos);
Conclusões dos
estudos 1960...= Simplificação da
endodontia.
Constatou-se a péssima endo-
dontia que se praticava e a “A tendência é a de revisar e
necessidade de radiografias; comparar as técnicas, com
a finalidade de escolher as
Dentes com polpa morta, melhores e as mais simples, supri-
sem lesão periapical, não há mindo da prática endodôntica
infeção. o supérfluo e o desnecessário
para a sua realização, e para
Nem todas as rarefações ósseas que seja mais rápida, menos
periapicais se devem à infec- complicada e mais acessível
ção, podem resultar de reações para o profissional e para o
químicas e/ou mecânicas; paciente” (KUTTLER).

Mesmo nos casos de lesão de Endodontia atual


26
APOSTILA DE ENDODONTIA

Baseada em fundamentos
científicos;
Endodontia passo a
passo
Alicerçada no paradigma da
limpeza, modelagem e obtu-
ração do sistema de canais Anamnese; Diagnóstico: exame
radiculares; físico e radiográfico; Planeja-
mento: tipo de dente (anato-
Beneficiado por inúmeros recur- mia) e tratamento; Anestesia;
sos tecnológicos. Preparo coronário; Preparo ini-
cial do dente: tártaro, placa,
Avanços: teste elétrico; Odon- cárie, arestas. Operações pré-
tometria eletrônica; Instrumen- vias:verificação e obtenção de
taçãomecanizada; Clorexidina; espaço, seleção do grampo.
Ultrassom; Obturação termo- Acesso a CP, lubrificação do
plastificada; Radiografia digital; dente, isolamento absoluto;
MTA; Laser; Ozônio; Tomografia Abertura coronária, esvazia-
cone Beam; Microscópio... mento da CP, localização e
Diagnóstico; Radiografia digital; preparo da entrada do canal;
Anatomia apical (ápice despol- Preparo do corpo do canal:
pado e polpa viva). ampliação progressiva anatô-
mica do canal radicular coroa-
-ápice, sem pressão; Preparo da
Manutenção da região apical: esvaziamento,
cadeia asséptica ampliação foraminal, patência,
escalonamento; Preparo para
• Preparo inicial do dente; obturação do canal: confirmar
• Isolamento absoluto; esvaziamento, EDTA; Obtura-
• Contaminação cruzada. ção do canal; Preparo para
restauração: cimpat, limpeza
Instrumentos da CP; Restauração definitiva;
Controle.
estandardizados

27
APOSTILA DE ENDODONTIA

28
APOSTILA DE ENDODONTIA

INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS
O tratamento endodôntico tem fixa; define as características do
sucesso quando segue os qua- instrumento (TIPO); realiza o tra-
tro pilares: balho de corte e remoção de
tecido duros (dentina) e moles
1. A s s e p s i a e m t o d o o (polpa); forma da haste; ângulo
tratamento; de corte; diâmetro de corte
2. Abertura; transversal; número de voltas;
3. Preparo do canal; ângulo helicoidal.
4. Obturação.

Conhecimento anatômico prin-


cipalmente das raízes; preparo
químico e mecânico.

Constituição do
instrumental
Forma da haste
É a mais variável possível.

Quanto menor o ângulo mais


CABO: Geralmente de plástico; afiado; pode ser quadrangular,
cilíndrico com bordas arredon- triangular, circular, losangular e
dadas; superfície estriada para em “s”.
melhor apreensão; a cor iden-
tifica o número do instrumento. Ângulo de corte
Quanto menor o ângulo de
INTERMEDIÁRIO: Segmento da corte mais afiada a lâmina.
haste entre o cabo e a parte
ativa; define o comprimento do
instrumento.

*é variável, quanto maior o inter-


mediário = maior o comprimento.

PARTE ATIVA: É a lâmina; a parte

29
APOSTILA DE ENDODONTIA

aço carbono; 1ª série: 1 a 6; 2ª


Diâmetro de corte série: 7 a 12.
transversal
É o círculo descrito quando o Instrumentos
instrumento (lima) é girado em endodônticos
torno de seu próprio eixo.
*que é o diâmetro que ela vai estandardizados
cortar. Númerode voltas.
II conferência internacional de
Ângulo helicoidal endodontia, Filadélfia EUA –
Ingle & Levine, 1958; em 1862,
a AAE aceitou as sugestões;
equipe de trabalho: especi-
ficações; dando origem ao
International Standards Organi-
É o ângulo formado entre o zatio (ISO); 1981 especificação
longo eixo do instrumento e suas número 28 da ANSI/ADA.
lâminas.
• Constituídos em aço
inoxidável;
Guia de penetração • Cabo plástico colorido (faci-
litar a identificação);
É a extremidade da parte ativa • Sob as normas de estandar-
(serve de guia para a parte dização (padronização dos
ativa), tem uma forma carac- instrumentos).
terística para cada tipo de ins-
trumento. Ângulo de 75 +- 15˚.
Normas de
Instrumentos estandardização
endodônticos para fabricação dos
convencionais (antigos) instrumentos
endodônticos
Sem padronização entre os
fabricantes; ausência de unifor-
1. Os instrumentos devem ser
midade de calibre, conicidade,
numerados de 10 a 140 com
comprimento da parte ativa e
numeração avançando de 5
características; fabricados com

30
APOSTILA DE ENDODONTIA

em 5 até 60 e de 10 em 10 até de 0,32 mm, o que estabelece


140. uma conicidade de 0,02 mm de
comprimento.
*a cada mm aumenta a
conicidade.

D16 – D0 = 0,32 mm

ØD16 – ØD0 / D0 =

2. Cada número deve represen-


tar, em centésimos de milíme-
tros, o diâmetro do instrumento
no início da parte laminada Conicidade
(diâmetro – D0).
0,32 / 16 = 0,02 mm
*número e cor definem o diâme-
tro, o D0 começa na parte ativa 0,64 / 16 = 0,04 mm
– final da guia de penetração).
0,96 / 16 = 0,06 mm

Ex: instrumento n.40 (cabo


preto) tem diâmetro Do= 0,40
mm.

3. A parte laminar deve ter 16


milímetros.

4. A diferença entre o maior diâ- Classificação por


metro (D16) e o menor diâmetro
(D0) da parte laminar deve ser série
31
APOSTILA DE ENDODONTIA

• Extras série: 06; 08; 10.


• 1ª série: 15 a 40.
• 2ª série: 45 a 80.
• 3ª série: 90 a 140.

32
APOSTILA DE ENDODONTIA

33
APOSTILA DE ENDODONTIA

IRRIGAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES


O mais importante na terapêu-
tica dos canais radiculares é o
Irrigação em
que se retira do seu interior e endodontia
não o que nele se coloca (irrigar
+ substânciaque limpa). Sucesso → Endogel + soro
fisiológico.

Conceito O uso de soluções neutras não


demonstra utilidade.
Irrigar é o ato de limpar o campo
operatório, pela movimentação Fluxo e refluxo - não
e renovação frequente de um tem função química
líquido em sua superfície.

Preparo Umectação
biomecânico do Lubrificação; capacidade de
sistema de canais molhamento.
radiculares
• MEIOS MECÂNICOS:
Limpeza
instrumentos; Remover detritos gerados pela
• MEIOS FÍSICOS: irrigação e instrumentação; remover/elimi-
aspiração; + aspiração nar bactérias.
• MEIOS QUÍMICOS: substân-
ciasquímicas auxiliares.
Desinfecção
Por que irrigar o Neutralizar o conteúdo tóxico;
canal radicular? eliminar bactérias (soro e
água destilada não eliminam
40% áreas das não tocadas bactérias).
(chegar em toda a anatomia *clorexidina – lubrifica e elimina
do canal radicular). bactérias, não dissolve tecido
35% das paredes a lima não
orgânico.
encosta.

33
APOSTILA DE ENDODONTIA

Momentos da Baixo coeficiente


irrigação de viscosidade
Antes ↔ durante ↔ após. Viscosidade é o resultado da
força de coesão entre as molé-
*quanto mais irrigar; menor vai ser culas de um líquido.
a dor no pós-operatório.
*Menor a viscosidade = maior
a fluidez e molhamento (ideal).
Propriedades de
substâncias Baixa tensão
irrigadoras e superficial
substâncias
Tensão superficial é o resultado
químicas auxiliares da força de coesão entre as
Propriedades ideais de uma moléculas na superfície de um
solução irrigadora. líquido.

*Menor a tensão superficial


Irrigação endodôntica = maior o molhamento e a
penetração.
Limpar: remover os detritos;

Desinfetar: reduzir número da Poder dissolvente


bactéria;
Capacidade de fragmentar ou
dispersar resíduos. Tamanho da
Lubrificar: facilitar a
partícula; agitação mecânica;
instrumentação;
temperatura.
Substância química: ação anti-
IDEAL: Neutralizar produtos
microbiana, detergência;
tóxicos; ação antisséptica;
favorecer a ação de medica-
Ação mecânica: esfregar, des-
mentos; favorecer o reparo;
locar resíduos;
biocompatibilidade
Fluxo: remoção dos resíduos.

34
APOSTILA DE ENDODONTIA

Atividade DENOMINAÇÃO CARACTERÍSTICAS

antimicrobiana Líquido
de Dakin
Solução
de hipoclorito
de sódio a 0,5%
Tem que matar bactérias! neutralizada
Anaeróbios estritos – 90% por ácido bórico
Solução Solução
de Milton de hipoclorito de
Atividade lubrificante sódio a 1,0% esta-
bilizada por clo-
• Para não fadigar a lima e a reto de sódio
dentina! (16%)
• Rugosidade instrumentos; Licor de Solução de
• Rugosidade dentinária; Labarraque hipoclorito de
• Atuar como lubrificante. sódio a 2,5%
Soda Solução de hipo-
Clorada clorito de sódio de
Suspensão de detritos concentração
variável entre 4%
Canal preenchido. e 6%
Com coágulos.
Vantagens:
Biocompatibilidade
• Atividade antimicrobiana e
Compatível com o corpo antisséptica;
humano! • Desodorizante;
Não lesar o tecido e não irritar • Clareadora;
o tecido. • Lubrificante;
• Baixo custo;
• Solvente de material orgâ-
Hipoclorito de sódio nico → Volume solução e
(água sanitária) massa tecido orgânico; Área
de contato entre os tecidos;
Substância química auxiliar Tempo de ação; Tempe-
muito utilizada. ratura solução; Agitação
mecânica; Concentração
da solução; Frequência de
renovação.

35
APOSTILA DE ENDODONTIA

Desvantagens: atividade antimicrobiana.

• Instável ao armazenamento; 5,25%> 2,50%> 1,00%> 0,50%


• Corrosivo;
• Irritante para a pele e
mucosa;
Gel de Clorexidina
• Forte odor; 2%
• Descora tecidos;
• Não remove smear layer; res- Substância química auxiliar.
tos de preparo.
• Inatividade em bai- Propriedades
xasconcentrações.
Ação nos túbulos dentinários;
efeito modulador da dentina;
Propriedades do adesão dentinária; não dissolve
NaCl tecido pulpar; medicação intra-
canal; inexistência de reações
Baixa tensão superficial; baixa alérgicas; inexistência de resis-
viscosidade. tência bacteriana.

Saponificação: transformar gor- *Propriedades tixotrópicas


dura em sabão. (ação reológica): líquido/ gel/
líquido.
Não é biocompatível (lesiona
o tecido conjuntivo); não é Substantividade
seletivo.
Adere à dentina e vai ser libe-
Age também no conjuntivo. rada no canal bem lentamente.
Hidroxiapatita da dentina.
Concentração. 48 horas; 72 horas; 4 semanas;
12 semanas.
CUIDADO: prejudica tecidos
– ápice aberto; reabsorções; Adsorção
perfurações e dentes decíduos.
+ catiónicas / - aniônicas.
Concentração e Dentina (negativa) vai ligando
aos poucos.
velocidade
Dissolução de material orgânico

36
APOSTILA DE ENDODONTIA

Amplo espectro Técnica utilizada


antimicrobiano Solução irrigadora
Bactericida; matar bactérias/
MO
Bacteriostática; não deixar se
proliferar.
Gram positivo e gram negativo.

Ação nos túbulos


dentinários
Antibacteriano;
Substantividade; Água oxigenada
500 um, 300 a 450 um.
Peróxido de hidrogênio a 3%
CUIDADO: clorexidina + hipoclo- (10 volumes);
rito causa para-cloroanilina. Esvaziamento da câmara
*não devem ser usadas juntos! pulpar;
Pulpectomia;
Técnica de Favorece a hemostasia;
Discreto poder antisséptico;
irrigação e aspiração Usar apenas na câmara pulpar.
Substância Irrigadora:
Soro fisiológico; NaOCl + H2O2
Seringa descartável 5 ml;
Agulha 20 X 5,5 mm (roxa). Técnica de Grossman (irriga-
ção gasógena) 1943.

Solução efervescente;

Substância química auxiliar: Remoção de sangue infiltrado


Gel de clorexidina 2%; noscanalículos dentinários.
Seringa descartável 3 ml;
Agulha 20 X 5,5 mm (roxa).

37
APOSTILA DE ENDODONTIA

VANTAGENS:
Solução de
hidróxido de cálcio Facilita o preparo mecânico;
Não provoca corrosão de
Água de cal; diminuir e cessar instrumentos;
sangramentos. Não necessita de neutralização;
Produz efeito antisséptico;
Não apresenta feito antimicrobiano; Irritação tecidual pratica-
Cauterizar pequenos vasos; mente nula; (não totalmente
biocompatível);
Hemostasia no tecido pulpar Aumenta permeabilidade
remanescente; nos pequenos dentinária;
casos. Remove smear layer.

Usar em todo canal radicular.


Como usar o EDTA ?
Substâncias Pinça ou agulha de 3 mm.
auxiliares
Quelantes:

EDTA–ácidoetile
nodiamino-tetraácetico.

*abertura de tubos
dentinários, usado EDTA e Easy Clean
finalizado o preparo
e após obturação.

-Cálcio da dentina;
-Desmineralizar;
-Remover smear layer.

EDTA – trissódico de Ostby:

Edta dissódico - 17% Pontos importantes


Solução de NaOH a 20% -9,5 ml;
Água destilada – 100 ml; Magma dentinário; túbulos sujos
Solubilidade a 30% - pH7,3 (pH
neutro).
38
APOSTILA DE ENDODONTIA

Remoção Smear Layer → após o


EDTA (expõe os túbulos dentiná-
rios) e após a instrumentação;
Atividade quelante → antes da
obturação;

Remover substâncias irrigadoras.


Remover e secar com sugador
ou cone de papel

39
APOSTILA DE ENDODONTIA

40
APOSTILA DE ENDODONTIA

ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO


O ato cirúrgico necessita de um
campo adequado.

Endodontia é uma microcirur-


gia realizada emum tecido duro
(esmalte e dentina) para aces-
sar e tratar conforme o indicado
a cavidade pulpar. O exame clí-
nico é sempre soberano; radio-
grafia é exame complementar.

ISOLAMENTO: todos os materiais


requerem campo isolado, seco
e perfeitamente limpo para Isolamento relativo
serem inseridos ou condensados
Roletes de algodão; gaze; afas-
nas cavidades. tador; cânula de aspiração.

Tipos de isolamento Deixar seco o ambiente.

Relativo: ou parcial Indicações para o


isolamento relativo
Exame clínico; feito com os role-
tes e a gaze.
Teste de sensibilidade; (vitali-
dade) teste a frio – coloca no
dente e verifica a intensidade
da dor, resumidamente.

DOR – PULPITE
Absoluto; dente que não
Ñ DÓI – NECROSE
pode ser isolado, não deve ser
tratado. DOR – ALGO ERRADO

Preparo inicial do dente;

41
APOSTILA DE ENDODONTIA

• Profilaxia; aspiração de instrumentos;


• Remoção de cáries; • Proteger o paciente e o
• Restauração provisória. operador.

História do Qual a limitação
isolamento absoluto do isolamento
absoluto?
• Dr.Sanford Christie Barnum,
1864. Cuidado na angulação do
• Pedaço do avental; dente (noção da inclinação).
• Restauração de ouro;
• Molar inferior; 1. Fazer um acesso com o
• Nova York; dente sem isolamento, então
• City Dental Society. “cai no vazio”.
2. Abertura da câmara pulpar;
3. Momento do isolamento.
Segundo Palmer e col → 30,3%
não usam isolamento absoluto
(ruim). Operação prévia ou
manobras prévias
Vantagens da
1. verificação das áreas de
utilização contanto; se o fio passar, o
lençol também passa.
• Manter o campo operatório 2. criação de espaços; se não
seco, limpo e asséptico; tiver vai criar.
• Diminui o cansaço e melhora 3. lubrificação do dente; vase-
o desempenho profissional; lina ou clorexidina para ser
• Facilitar as manobras ope- fácil entrada.
ratórias: melhor acesso e 4. seleção do grampo; provar
visibilidade; o grampo para ele ficar no
• Proteger e retrair os tecidos colo do dente (amarrar o fio
moles; dental).
• Aumentar a eficiência
operatória;
• Impedir a difusão de
medicamentos;
• Evitar a deglutição e

42
APOSTILA DE ENDODONTIA

Partes do grampo
Grampos

Possui a função de manter • 210 a 212: dentes anteriores;


o lençol de borracha em posi- asa bem grande (2 arcos)
ção estável junto aos dentes. garra pequena. O 210 é a
São encontrados em diferentes borboleta.
tamanhos e formas.

De modo geral, a série de gram-


pos é dividida em:

• 200 a 202: para molares;

• W8A: posteriores;
• 26: molares.

• 206 a 209: para pré-molares;


garra um pouco maior;
*obrigatórios na UNIVALI:
grampo 210; 211(universal para
43
APOSTILA DE ENDODONTIA

anteriores); 206 e 14 (molares).dentes inferiores e supe-


riores;
ATENÇÃO: qual a indicação • Palmar: dentes superiores
e os grampos usados na disci-
posteriores;
plina? 206; 210; 14; 211.
• Digital: dentes superiores
posteriores.
Lençol de borracha
É feito de látex natural, descar-
tável, encontrado no comércio
em cores e espessuras variadas.

Alergia ao látex.

Perfurador de
dique de borracha
Deve ter número suficiente de
furos, com diâmetros variados,
para realizar orifícios na bor-
Arcos de isolamento
racha, de modo a acomodar Arco de Osty;
dentes dediferentes tamanhos.
Arco plástico dobrável (pacien-
• Perfurador de Ainsworth; tesclaustrofóbicos);

Mesa do isolamento

Pinça porta grampo


Pinça de Palmer.

• Dígito palmar: todos os


44
APOSTILA DE ENDODONTIA

Verificar antes do
isolamento
Paciente e operador
posicionados;
Todo o material necessário orga- Qual técnica
nizado na mesa de trabalho;
escolher?
Operações prévias realizadas
adequadamente. O tipo de trabalho: endodontia,
dentística, etc.;

Técnicas de Depende do dente e sua


colocação do dique posição;

de borracha Preferência profissional.


Técnica 1: grampo antes do len- *isolamento de qualidade não
çol - grampo sem asa; deve passar saliva!

Passo a passo

Técnica 2: grampo após o len-


çol - grampo com asa;

• FIXAÇÃO NO ARCO
Com apoio na mesa.
Técnica 3: grampo e lençol ao
mesmotempo - só em grampos • MARCAÇÃO DO LENÇOL
com asa (e para anterior). Caneta marca texto, bem no
meio da linha.

45
APOSTILA DE ENDODONTIA

• PERFURAÇÃO COM PERFU- Aumentar a coroa clínica;


RADOR DEAINSWORTH Reconstruir o dente antes de
Até o final e volta. construir;
Dente com ortodontia;
• FIXAÇÃO DO GRAMPO Levantar paredes.
Qualquer uma das três técnicas.

• CONJUNTO LEVADO À BOCA


E SOLTAR O LENÇO DAS
ALETAS
Abrir bem o grampo na boca.

• ADAPTAÇÃO DO GRAMPO
No colo (não gengival).

• USO DO FIO DENTAL


Para o lençol ficar
bem-adaptado.

• PROVA DO GRAMPO
Super Bonder; Top Dam; Bio-
plic; servem para a saliva não
ultrapassar.

• COLOCAR BARREIRA GENGIVAL


Amarrilhos; cinto de borracha
em volta dodente.

• PREPARO DO PACIENTE
Guardanapos abaixo do
isolamento.

• POSIÇÃO DO GRAMPO
Arco sempre voltado para a
distal.
Mordente maior voltado para a
vestibular.

• ISOLAMENTO EM SITUAÇÕES
ESPECIAIS
46
APOSTILA DE ENDODONTIA

47
APOSTILA DE ENDODONTIA

PREPARO DO CANAL
*O tratamento começa na • Presença de canais extras;
anamnese e terminano controle • PMI com bi ou trifurcação;
pós-operatório. • Reintervenção endodôntica;
• Presença de próteses ou
pinos;
Classificação dos • Perfurações ou instrumentos
canais radiculares fraturados;
• Dificuldade de isolamento
de acordo com o e na abertura da boca;
nível de dificuldade • Paciente com alterações sis-
técnica e têmicas graves.

previsibilidade Classe IV – categorias especiais;


Classe I – iniciantes;
• Tratamento de dentes com
traumatismo dentário;
• Amplos;
• Tratamento
• Canais retos;
de dentes com rizogênese
• Média amplitude;
incompleta.
• Canais com leve curvatura.
Classe V – categoria especial;
Classe II – com alguma expe-
riência clínica;
• Tratamento endodôntico de
dentes com anomalias (dens
• Canais constritos retos e/ou
in dente; fusão; geminação;
comleve curvatura;
taurodontismo).

As classes I e II são indicadas
para acadêmicos e para clíni- Objetivos da
cos gerais.
endodontia
Classe III – especialistas; Preservar o dente, devolvendo
a saúde; restabelecer suas
• Canais com curvatura funções.
acentuada;
• Dilatações radiculares; Principal: manter o dente sau-
• Canais com dupla curva- dável na boca (dente com
tura,calcificados; saúde) e devolvendo as suas
48
APOSTILA DE ENDODONTIA

funções (mastigação, fonação, meio restrito. Com essas limita-


estética). ções, o surpreendente é que o
índice de sucesso é bom, não
Conceito de tão alto quanto relatado. É divi-
dido em duas ações: limpeza e
preparo do canal modelagem. São diferentes e
requerem critérios diferentes de
Para devolver os objetivos da
avaliação.
endodontia é necessário fazer
o preparo do canal (limpeza
*dar uma forma (para que con-
correta/ obturação correta).
siga a obturaçãocorreta, cone e
cemento) para esse canal.
É fundamental que os
instrumentos façam a patência
e a limpeza (ampliação) do Descontaminação
forame apical para um sucesso
no tratamento. Coronária;

Conjunto de procedimentos • Tártaro, placa;


mecânicos e químicos que • Cárie, restauração;
usamos para alcançar a desin- • Teto da CP;
feção do canal radicular e/ou • Interferências.
para prepará-lo para ser obtu-
rado → descontaminação e Corpo do canal;
dar uma forma para o canal ser
obturado. Ápice

• Forame.
Por que preparar
o canal radicular? Como preparar o
Quais os objetivos? canal?
Obter a desinfecção do canal;
Ampliação progressiva* anatô-
mica do canal radicular coroa-
Modelar o canal para ser
-ápice, sem pressão**.
obturado.
O preparo* do canal é um pro-
O forame final do canal pre-
cedimento complexo, realizado
parado deve apresentar maior
com substâncias químicas e
ampliação no terço cervical e
instrumentos inadequados num
49
APOSTILA DE ENDODONTIA

médio com afunilamento con- Acesso ao forame apical;


tínuo e acentuado em direção
apical, seguindo a forma origi- ****Momento: polpa viva (não
nal do canal. tem contaminação), despol-
pado (tem contaminação –
*limpando progressivamente o esvaziamento aos poucos, de 2
canal até o forame apical. mm em 2 mm).

**quem colocar pressão vai Medir o comprimento do dente


para o “inferno”: vai causar dor através da radiografia (da
na patência; pode quebrar o borda incisal até o vértice api-
instrumento. cal anteriores). Þ CAD.

Zona crítica apical


Conhecimento da anatomia;
Anatomia formaninal.

Etapas contidas no
preparo do canal –
polpa viva
• Exploração;
• Esvaziamento; Limas #10 ou #15
• Odontometria; CETEx = CAD – 3 mm
• Modelagem.
*3 mm é por margem de segu-
Dente despolpado possui mes- rança, porque a radiografia
mas etapas, porém, com varia- possui distorção.
ções. Um dente despolpado pos-
sui muito mais contaminação. CAD comprimento aparente
do dente (porque a radio
Exploração do distorce).
canal radicular
CTEX comprimento de traba-
Conhecer o canal; lho de exploração.
Número, direção e calibre dos
canais; Irrigar abundantemente com

50
APOSTILA DE ENDODONTIA

o soro (5ml –toda a seringa) ↔


aspirar (tirar todo o conteúdo)
Esvaziamento des-
↔ inundar de clorexidina gel 2% polpados
(na seringa de 3ml).
Momento: durante o preparo
Exploração do canal radicular. coroa – ápice.

¼ de volta para um lado e ¼ de CT = CRC + 1 mm


volta para o outro lado
Odontometria
Entra com movimento oscilató- Objetivos:
rio tocando e sentindo a parede
do canal, ir explorando o canal. Determinar o comprimento real
Instrumental só entra com clo- do canal (0); onde é o forame.
rexidina no canal.
Determinar o limite apical do
Esvaziamento preparo (+1); CT= CRC + 1 mm.

Momento: polpa viva, Determinar o limite apical do


despolpado. cone da obturação (-1); CO=
CRC – 1 mm ou 2 mm.
*polpa viva: esvaziamento
inicial. Odontometria
radiográfica
*despolpados: não pode fazer
a exploração eo esvaziamento Encontra-se o vértice apical
inicial. radiográfico, obtém-se o CRD.

Limas tipo K /FF


Quando usar?
- Polpa viva.

Como usar?
- FF #15; Encurvar a ponta; Rota-
ção; CTEx.

51
APOSTILA DE ENDODONTIA

Odontometria
eletrônica
Localiza-se o forame apical,
obtém- se o CRC.

Modelagem Despolpado
Polpa viva; Além de dar forma do canal,
Nos casos de pulpectomia, a tem que descontaminar.
modelagem visa a criar condi-
SUNDQVIST
ções morfológicas e dimensio-
nais para que o canal possa ser
Na necrose pulpar:
obturado.
12% → anaeróbias facultativas;
Forma semelhante do cone de 88% → anaeróbias estritas;
guta.
Nos abcessos periapicais:
CT = CRC + 1 mm
24% → anaeróbias facultativas;
76% → anaeróbias estritas.
Limas flexíveis.

Observar relação das raízes com Microrganismos em


estruturas anatômicas como o
despolpados
seio maxilar, NAI, se estiver em
íntima relação CT=CRC. • Eubacterium BG+;
• Peptostreptococcus CG+;
Preparo do canal com limas M • Fusubacterium Fusiformes
Easy; G+;
• 15/.10 → cervical • Porphyromonas BG-;
• 15/.08 → médio • Prevotella BG-;
• 15/.05 a 70/.05 → apical • Streptococcus CG+;
• Outras espécies.

52
APOSTILA DE ENDODONTIA

Técnicas coroa – ápice anatômica do canal radicular


coroa – ápice, sem pressão.
(cérvico – apical)
*Começa com os instrumentos
Oregon (Crown-down): Mar-
mais calibrosos onde o canal é
shall & Pappin, 1978; início;
mais calibroso (mais perto da
Step-down: Goerig et al., 1982;
coroa), terço cervical; no terço
Double flared: Fava, 1983;
médio, o canal é mais estreito
Força balanceada: Roane et al.,
(instrumento mais estreito),
1985;
quando o terço é apical os ins-
Ampliação progressiva: Imura &
trumentos são mais finos ainda.
Zuolo,1988;
Step-back: Torabinejad, 1994.
Técnica
Vantagens:

• Respeito à anatomia do
canal;
• Reduz a incidência de
acidentes;
• Aumenta a eficiência da
irrigação, porque está
entrando milímetro a milíme-
tro e porque está tirando a Despolpado ou polpa viva: soro
sujeira. e clorexidinagel 2%.
• Reduz a extrusão de debris;
• Melhora o pós-operatório;
• Qualifica a limpeza e desin-
Técnica coroa – ápice
fecção = pela ação lenta Se o dente for de polpa viva, se
da clorexidina; faz a exploração e o esvazia-
• Odontometria mais precisa; mento inicial. Com o dente des-
• Preparo do terço apical mais polpado não se faz isso, devido
fácil. à contaminação.

Está baseada na redução gra- Calibrar Os M de acordo com


dativa* e progressiva do calibre o CAD; (15/.10 e 15/.08)
do instrumento, à medida que
os instrumentos avançam em Calibrar Os: para dar a forma
sentido apical, sem pressão. do orifícioentrando no canal.
Ou seja, ampliação progressiva

53
APOSTILA DE ENDODONTIA

• 15/.10 CTEx – 3 Possibilitar o diagnóstico da


• 15/.08 CTEx lima anatômica inicial. Para
a segunda fase, e chegar no
Instrumentos usados de terço apical.
acordo com a anatomia do
dente. Parte 1
Pré-alargamento com Os M
*quanto ↑ conicidade = mais 15/.10:
rapidamente se alarga.
• Rotação no sentido horário;
*quanto ↑ conicidade dos ins- para ir descontaminando
trumentos = trabalha mais para aos poucos.
o terço cervical e médio. • Sem pressão, no sentido
apical;
*quanto ↓ conicidade = traba- • Avanços de 2 mm a 3 mm;
lho no terçoapical. • Irrigar → aspirar → inundar.

Primeira fase
Descontaminação progressiva
e preparo do corpo do canal.

*usa 1 mm, irriga, aspira, inunda,


+ 1 mm.
Objetivos
Descontaminação progressiva
do canal.

Preparo dos terços cervicais Parte 2


e médio (pré-alargamento); Pré-alargamento com Os M
dando a forma do canal. 15/.08:
• Já calibrada no CTEx;
Acesso ao terço apical; para
• Rotação no sentido horário;
outro instrumento.
• Sem pressão, no sentido
Preparo para uma odontome- apical;
tria mais segura e mais precisa.
• Avanços de 2 mm a 3 mm;

54
APOSTILA DE ENDODONTIA

no máximo três vezes chega


lá;
• Irrigar → aspirar → inundar;
• Radiografia de
odontometria.

Segunda fase
Modelagem do terço apical.

Objetivos
Obtenção da patência; chegar
com uma lima fina no forame
apical.
Odontometria
radiográfica Odontometria;

Encontra-se o vértice apical Diagnóstico da lima anatômica


radiográfico,obtém-se o CRD. inicial (LAI); é a primeira lima
Ponto de referência (vértice api- que fica justa no forame, sem
cal) para obtero CRD; alargar, sem pressão, calibrada
no CRC, ou seja, é a lima que
De acordo com o CTEx; fica justa no CRC, o forame cali-
CRD = CTEx + ab brado no comprimento real do
canal.
ab= ponta do instrumento
até o ápice vértice apical • Descontaminação (apical);
radiográfico. • Esvaziamento (apical);
• Ampliação foraminal;
*CRD pode coincidir com o • Formatação final
CTEx. (conicidade).

55
APOSTILA DE ENDODONTIA

Continuar com instrumentos M introdução e retirada sem giro.


40/.05 ao15/.05: Puxar e empurrar (2 mm) no
máximo de 3 vezes.
Rotação no sentido horário até
encontrar o CRC e a LAI; Irrigar → aspirar → inundar;

Com suave pressão apical;

Avanços de 1 mm a 2 mm;

Irrigar → aspirar → inundar.

*movimento do instrumento:
suave pressão, como se fosse
apontar um lápis.
Na odontometria eletrônica
localiza-se o forame apical,
obtém-se o CRC.

Ir com a LAI no CT = CRC + 1


mm.
Ampliação foraminal; em torno
CRC → comprimento real do de 0,15 mm (ou 0,20 mm além
canal. da LAI).

Medida que vai do bordo de Rotação e pincelamento nas


referência ao forame apical. paredes: polos e istmos.

LAI → lima anatômica inicial. Irrigar → aspirar → inundar.

Primeira lima que fica justa no Ampliar mais o


CRC. forame: M 35/.05;
40/.05 até CRC + 1 mm
Patência LAF

Se necessário utilizar C Pilot #10; 35/.05


como, por exemplo, em canais
atrésicos (constritos). Rotação;

No movimento de patência Irrigar → aspirar → inundar;


56
APOSTILA DE ENDODONTIA

Ampliar mais o constrição apical.


forame: M 35/.05;
40/.05 até CRC + 1 mm Qualquer irritação causada
LAF pelo cimento resultará em um
fenômeno subclínica, sem
40/.05 consequências importantes
para o sucesso do tratamento
Rotação; endodôntico.

Irrigar → aspirar → inundar; Últimos passos


• EDTA;
• Soro;
• Curativo;
• Selamento.

Lama dentinária
Tabela de orientação
• EDTA trissódico de Ostby:
de diâmetro apical • EDTA dissódico - 17g;
• Solução de Na OH a 20% -
Limite apical 9,25 ml;
• Água destilada - 100 ml (solu-
• Guia de penetração inativa; bilidade 30% - pH 7,3).
• Localizador foraminal (para
menos);
• Forame menor (constrição); Obturação
• Todas as técnicas geram
debris;
• Necessidade de limpar tudo.

Limpando o canal cementário,


criam-se melhores condições
para que o organismodesempe-
nhe o seu papel de promover o
reparo tecidual.
Cones de guta-percha com
O sucesso da obturação da conicidade variada e ponta
região apical incluindo a fina.

57
APOSTILA DE ENDODONTIA

• Não permitir a formação de


Cuidados durante a desvios e penetração;
moldagem • Observar meticulosamente
cada instrumento antes de
• Determinação do CRC; introduzi-lo no canal;
manutenção do CT; • Renovar com frequência os
• Escolha adequada dos instrumentos, especialmente
instrumentos; os mais finos;
• Estabelecer uma forma • Observar as normas de
cônica, respeitando a ana- assepsia durante todo o
tomia original; tratamento;
• Manutenção do forame • Respeitar os tecidos
com sua posição original; periapicai.
• Amplitude apropriada ao
caso: diâmetro de dentina,
curvatura, diâmetro anatô-
mico, técnica de obturação.

Princípios básicos
que reagem à mo-
delagem
• Trabalho com tranquilidade,
paciência e concentração;
• Utilizar instrumentos de tama-
nho adequado ao do dente
a ser tratado;
• Empregar cada instrumento
de acordo com o seu uso
próprio e indicado;
• Utilizar os instrumentos
de maneira ordenada e
gradativa;
• Usar instrumentos calibrados
com exatidão através do
uso de curvatura;
• Não permitir a obturação do
canal, utilizando a irrigação
após cada instrumento;
58
APOSTILA DE ENDODONTIA

59
APOSTILA DE ENDODONTIA

CURATIVO DEMORA
Princípios biológicos; muitas • Exsudação persistente
bactérias no canal. que ainda há bactérias no
organismo;
Diagnóstico; • Abscessos;
• Dor à percussão ou
Condições de vitalidade da palpação;
polpa: biopulpectomia (polpa • Rizogênesse incompleta;
viva) X Necropulpectomia • Fatores anatômicos: cada
(polpa necrosada). canal tem uma anatomia.

Endodontia em Escolha da
sessão única? medicação depende
da fase do
Sempre que possível. tratamento
Do estado patológico da polpa
Sinônimos (viva ou morta);
• Curativo demora
• Medicação intracanal Do tempo em que ela ficará no
• Medicação entre sessões canal (curto ou longo);
• Medicação local
• Curativo entre sessões Da fase em que o tratamento
endodôntico se encontra.

Situações que
podem exigir
Objetivos do
tratamento em mais curativo demora
de uma sessão Eliminar microrganismos que
sobreviveram ao PQM;
• Comportamento do
paciente; • Ação antimicrobiana; como
• Habilidade técnica do tem muitas bactérias lá den-
profissional; tro, coloca para matá-las;
• Urgências – Sem tempo • MO no CR mesmo após o
hábil; preparo químico mecânico;

60
APOSTILA DE ENDODONTIA

• MO em áreas não afetadas > atividade antimicrobiana.


por limas e substância quí-
mica auxiliar; Por outro lado, a saliva pode
• Capacidade de invadir os diluir o medicamento e neutra-
túbulos dentinários. lizar seus efeitos, permitindo a
invasão microbiana no canal.
Impedir a proliferação de m-os
que sobreviveram ao PQM; • Exemplos: tricresol formalina;
PMCC.
• Selamento coronário; Solubilização e permeabilidade
• Atmosfera anaerobiose; do medicamento ou percola-
• Fluxo de fluidos teciduais ção da saliva na interface entre
ou exsudato inflamató- MIC e paredes do CR.
rio ricos em proteínas e
glicoproteínas; Obs.: barreira físico-química
• Crescimento de m-os; pelaação antimicrobiana.
• Medicamento = barreira
física Reduzir inflamação perirradicu-
lar e sintomatologia;
Atuar como barreira físico-quí-
mica contra a infecção ou rein- • Periodontite apical aguda
fecção por m-os da saliva. (polpa morta); Abscesso
perirradicular agudo;
• Cana is i ns trumentados • Sintomatologia devido à
podem ser recontaminados inflamação perirradicular;
entre as sessões: • MIC ¯ intensidade da RI;
• Microinfiltração por meio de • Efeito analgésico; tentar
selador temporário; diminuir a infecção;
• Perda/fratura do mate-
rial selador ou da estrutura Exemplo: MIC que possuem ati-
dentária. vidade antimicrobiana.

Barreira química x Controlar exsudação


persistente:
barreira física
• Ambiente úmido;
Contaminação ou
• Impede selamento ade-
recontaminação;
quado do CR na hora da
obturação;
Número de células microbianas
61
APOSTILA DE ENDODONTIA

• Tratamento não está sendo


eficaz para eliminar causa
Medicamentos
da inflamação; Derivados Fenólicos:
Exemplo: pastas de hidróxido de
• Propriedade antisséptica
cálcio ou HC + CHX.
(íon cloro e fenol);
• Associação com cânfora
Neutralizar produtos tóxicos;
como veículo baixo de toxi-
cidade; matar as bactérias;
Intervenção pouco cautelosa
• Visa a aumentar poder anti-
em meio geralmente bastante
microbiano ediminuir a sua
infectado favorece a projeção
toxicidade;
de MO e de seus produtos tóxi-
• Contato direto ou pelos
cos, presentes no CR, para a
vapores;
região perirradicular.
• Período máximo de 48 horas;
• Efeito letal: destruição da
Neutralização mediata das toxi-
membranacelular.
nas e a redução da população
microbiana.
Aldeídos
Controlar a reabsorção dentária
inflamatóriaexterna; • Fixadores teciduais efeito
bacteriano;
Estimular a reparação por • Altamente irritante aos teci-
dos vivos;
tecidomineralizado. • Potentes agentes
antimicrobianos;
Classificação • Contato à distância;
química dos • Liberação de vapores ativos;
• Bolinha de algodão na
medicamentos câmara pulpar;
• Exemplos: Tricresol formalina
• Derivados Fenólicos; – 90% deformalina; Formocre-
• Aldeídos; sol – 19 a 43% de formalina.
• Halógenos;
• Bases ou Hidróxidos;
• Corticosteróides; Halógenos
• Antibióticos;
• Clorexidina. • Compostos que contém
cloro ou iodo;
62
APOSTILA DE ENDODONTIA

• Efeitos destrutivos contra Com a hidrotação de óxido de


vírus e bactérias; cálcio, chama-se ao hidróxido
• Hipoclorito de Sódio; de cálcio.
• Iodofórmio: liberação de
iodo no estadonascente; As propriedades do Ca(OH)2
• Iodeto de potássio iodetado derivam de uma dissolução
2%. iônica em íons cálcio e íons
hidroxila.
Bases ou Hidróxidos
Propriedades do Ca(OH)2:
• Hidróxido de Cálcio;
• Pó branco, alcalino (pH Indução de reparo por tecido
12,8), inodoro,pouco solúvel mineralizado;
em água;
• Uso isolado ou associado a Inibição da reabsorção radicu-
outrassubstâncias; lar externa;
• Atividade antimicrobiana
por contato; Atividade física.
• Canal deve estar modelado
(preparado);
Ação anti-microbiana:
• Formação de barreira
mineralizada.
Perda da integridade da mem-
branacitoplasmática;
Hidróxido de cálcio: Inativação enzimática;

Nygen, em 1938: fístula-dentária; Dano ao DNA.

Condmam, em 1852: amputa- Resistência microbiana ao hidró-


ção radicular de polpas vivas; xido de cálcio:

Bernhard Hermann, em 1920: • Mecanismos sofisticados por


pastadenominada Calxyl; alguns MO;
• Permitem regular e manter
Pó branco, alcalino (pH 12,8) pH intracitoplasmático em
pouco solúvel em água; níveis compatíveis com a
sobrevivência.
Base forte, obtida a partir da
calcinação (aquecimento) do E. faecalis, C. albicans, A. radi-
carbonato de cálcio (cal viva). cidentis – casos de fracasso da

63
APOSTILA DE ENDODONTIA

terapia endodôntica. inibe funções damembrana


citoplasmática;
Corticosteróides • Atividade antimicrobiana
ótima em pH em torno de
• Inibição da fosfolipase 5,5 a 7;
A2; anti-inflamatório para • Baixa toxicidade;
diminuir a dor. • Substantividade. Efeito que
• Efeito inibitório sobre exsu- a clorexidina fica fazendo
dação e vasodilatação (7 dias – 12 dias) tendo um
associada à inflamação; efeito residual no canal.
• Pulpites;
• Pulpotomias; MECANISMO DE AÇÃO: Molé-
• Exemplos: Hidrocortisona,Pre- cula catiônica da clorexidina
dnisolona e Dexametasona. é rapidamente atraída pela
carga negativa da superfície
Antibióticos bacteriana, e adsorvida à mem-
brana celular por interações
eletrostáticas, provavelmente
• Risco de sensibilização do
por ligações hidrofóbicas ou por
paciente;
pontes de hidrogênio.
• Risco de desenvolvimento
de resistência bacteriana;
SUBSTANTIVIDADE: Em Endodon-
• Revascularização Pulpar.
tia, seu efeito antibacteriano
residual é devido à sua capa-
Pasta triantibiótica:
cidade de se ligar à hidroxia-
patita. Portanto, uma liberação
• Ciprofloxacino;
gradual da clorexidina ligada
• Metronidazol;
poderia manter um nível cons-
• Minociclina.
tante de moléculas que seriam
suficientes para criar um
Clorexidina ambiente bacteriostático no
interior do canal radicular por
• Eficaz contra bactérias G + , um período prolongado.
G- efungos;
• Ação bactericida (alta Ação antimicrobiana imediata;
concentração - 2%): rompi-
mento da parede celular e • Amplo espectro
coagulação do citoplasma; antibacteriano:
• Ação bacteriostática • Gram positivas;
(baixaconcentração - 0,2%):
64
APOSTILA DE ENDODONTIA

• Gram negativas; penetração tecidual, o que per-


• Anaeróbias, facultativas e mite sua mais eficiente atuação,
aeróbias; mas também uma mais rápida
• Levedura e fungos, especial- eliminação;
mente Candida Albicans.
Age por contato; canais ins-
Relativa ausência de toxicidade; trumentais ou parcialmente
modelado;
Substantividade.
Até 7 dias. Após isso perde o
Dentes com polpa viva efeito. Usando uma bolinha de
pulpar-biopulpectomia. algodão intrapulpar ou tubete
Dente com vitalidade pulpar. anestésico.

Qual recomendação de cura-


tivo de demora?
Corticosteroide +
antibiótico
DENTES DE POLPA VIVA Indicações:
– BIOPULPECTOMIA
Polpa viva: canais não instru-
mentados, parcialmente ins-
Otosporin trumentados ou parcialmente
modelados;
Usado quando não con-
Bolinha de algodão embebida
seguiu retirar toda a polpa,
com o medicamento colocada
sangramento.
na câmara pulpar;
Associação corticosteroide-ATB
Acondicionado em tubetes
atenua a intensidade da RI pro-
anestésicos vazios, aplicação
vocada pelo ato cirúrgico, favo-
com carpule e agulha 30G;
recendo a eliminação da dor
pós-operatória;
Ação por contato;
OTOSPORIN® é uma associação
Até 7 dias.
de um anti-inflamatório corticos-
teróide, a hidrocortisona, e dois
antibióticos, a neomicina e a Clorexidina gel 2%
polimixina B;
Remoção do tecido pulpar par-
Possui grande poder de cial ou total;

65
APOSTILA DE ENDODONTIA

Após modelagem dos canais Bolinha de algodão embebida


radiculares; no medicamento, colocado na
câmara (pouca quantidade);
Polpa viva;
Ação por contato e à distância;
Até 15 dias.
Tempo de ação: no máximo
Hidróxido e cálcio 48h;
CA(OH)2 Usado no SUS;
Clorexidina gel 2% como
veículo; Efeito irritante sobre os tecidos;
Canal modelado;
Polpa viva; Não é usado na disciplina de
15 dias ou mais. endodontia;

Como usar? Forma de uso:


• Distância: bolinha de algo-
Espatular HC pó com gel de dão na CP;
CHX2%; • Contato: após PQM; cone
Placa de vidro; de papelabsorvente.
Seringa 5 ml;
Agulha BD 20 X 0,55;
Preencher todo canal radicular;
Tricresol formalina
Selar bolinha de algodão; Indicações:
Restauração provisória CIV.
• Canais não instrumen-
DENTES tados ou parcialmente
instrumentados;
DESPOLPADOS OU • Bolinha de algodão embe-
RETRATAMENTO bida com o medicamento,
colocada na câmara pulpar
Paramonofenol – (pouca quantidade);
• Ação por contato ou à dis-
PMCC tância; tempo de ação: no
Indicações: máximo 48h; Usado no SUS;
• Efeito irritante sobre os teci-
Canais não instrumentados ou dos; bem tóxico;
instrumentados (Cone de papel); • Não é usado na disciplina de

66
APOSTILA DE ENDODONTIA

endodontia.
Canais modelados;

Clorexidina gel 2% Dente despolpado;

Tempo maior de 15 dias.


Substantividade;

Poder antimicrobiano; Selamento


Usado na seringa 3 ml; coronário
Agulha BD 0,20 x 5,5 (encher o Entre as sessões;
canal);
Duplo selamento;
Usado na disciplina de
Endodontia; Bolinha algodão estéril + cavi-
tec ou coltosol + CIV ou resina
Preencher canais até câmara
pulpar; composta.

Canais modeladores e não


modelados;

Dente despolpado;

Até 15 dias.

HC com Clorexidina
gel 2%
Melhor barreira física;

CHX como veículo ativo;

Ótimo efeito antimicrobiano;

Fácil uso;

Usado na disciplina de
Endodontia;

Seringa de 5 ml;

Espátula pó HC com gel


clorexidina;
67
APOSTILA DE ENDODONTIA

68
APOSTILA DE ENDODONTIA

OBTURAÇÃO DO CANAL RADICULAR


Obturação Materiais obturadores
endodôntica Sólidos: cones de prata; não
usados mais;
Preenchimento do sistema
de canais radiculares com Semi-sólidos: cones de
materiais seladores. Mate- guta-percha;
riais que não permitam nova
recontaminação. Cimentos: tomam presa;
cimento obturadores
Objetivos – endodôntico.
Selar o sistema de canais radi- Pastas: não tomam presa.
culares; impedir a entrada de
MO. • Guta-percha;
• Cimentos obturadores
Selar as portas de entrada e
saída e impedir reinfeção;

Possibilitar o reparo periapical.


Em todos os canais.

Momento
Canal corretamente modelado;

Canal seco (livre de exsudato


ou sangramento); Requisitos biológicos
desejáveis
Dente assintomático; não pode
sentir dor; • Boa tolerância tecidual
(biocompatibilidade);
Selamento íntegro. Não pode vir • Propriedades antissépticas;
sem o selamento, porque se vir • Reabsorvível;
sem já está contaminado. • Estimular ou permitir a depo-
sição de cemento. Para que
ocorra selamento.

69
APOSTILA DE ENDODONTIA

Requisitos • Radiopacidade;
• Facilmente plastificadas;
físico-químicos • Não altera a cor do dente
desejáveis (no limiteadequado);
• Passível de remoção dos
• Fácil manipulação e canais.
introdução;
• Plástico; não permitem Propriedades
entrada deágua;
• Boa estabilidade desfavoráveis da
dimensional; guta-percha
• Insolúvel e impermeável;
• Radiopacidade; • Pequena resistência
• Não provoca alteração de mecânica;
cor; • Pouca adesividade;
• Fácil remoção. • Podem ser empurradas por
regiõesperipécias.
Guta-percha
Cimentos
Composição:
endodônticos
Guta-percha: 18-21%....................↑
Empregados para reduzir a inter-
plasticidade;
face existenteentre a guta-per-
cha e as paredes do canal. A
Óxido de zinco: 59-75%. . . . . . . ↑
guta-percha não de adere às
friabilidade,radiopacidade;
paredes dentinárias.
Sulfatos metálicos: 1-17% ............↑
radiopacidade; Cimentos à base
de óxido de zinco e
Cera e resina: 1-4%.......↑ rigidez.
eugenol
Propriedades (medicamentosos)
favoráveis da • Endomethasone;
guta- percha • Pulp canal sealer;
• Target H&D;
• Adaptação aos canais; • N-Rickert;
• Bem tolerada pelos tecidos • Fill canal;
peripécias(inerte); • Endofill;
70
APOSTILA DE ENDODONTIA

• CRCS; • Reação inflamatória.


• Tubliseal.
Cimento à base de
Cimentos à base de CIV
hidróxido de cálcio Nunca foi um bom cimento
(não usado)
• Sealapex;
• Sealer 26; • Ketec-Endo;
• Apexit; • Activ GP sealer.
• Acroseal.
Cimento à base de
Cimentos resinosos
MTA
• AH Plus;
• AH 26; • MTA Fillapex;
• Real seal/epiphany; • Endoseal.
• Endorez;
• Diaket; Cimento à base de
• Top seal. silicone
Propriedades • Roeko Seal Automax.
físico-químicas dos
cimentos Cimento com
nanopartículas
• Boa estabilidade
dimensional; (biocerâmicos)
• Afetividade;
• Bio C Sealer;
• Radiopacidade;
• Endo sequence;
• Baixa solubilidade;
• iRoot SP sealer.
• Boa capacidade seladora;
• Alto escoamento.
Cimentos biocerâ-
Propriedades micos
biológicas Apresentam boas proprieda-
des para uso no tratamento de
• Atividade antibacteriaba
canais radiculares.
satisfatória;
• Biocompatibilidade;
71
APOSTILA DE ENDODONTIA

guta-percha, que, após aque-


Técnicas de cida e sob pressão hidráulica
obturação vertical, será propulsora do
cimento para os espaços livres.
• Técnica de cone único; não
tinha tanta eficácia.
• Compactação (condensa-
Técnica do cone
ção) lateral; utiliza dois cones modelado
(difícil de executar).
• Técnica de compressão *chave do sucesso
hidráulica, cone modelado;
utilizada hoje. Escolha e adaptação do cone:
• Técnica da guta-percha
termoplastificada. a. conicidade (= instrumento);
b. 0,05 mm a 0,10 mm de diâ-
metro acima do diâmetro
• shilder;
(final) do forame;
• mc spadden, hibrída de
c. 1 mm a 2 mm
tagger;
(aquém) do CRC (com-
• ondas de condensação;
primento do cone);
• injetores de guta-percha;
d. Modelagem do cone;
• thermafil, etc.
e. Irrigação, secagem do canal
e inserção do cimento.

*impulsiona o cimento para os


espaços livres dos forames e
canais acessórios.

Inserção e corte da guta-per-


Técnica cha: com condensador aque-
cido na embocadura do canal;
compressão
hidráulica cone Compressão hidráulica da guta-
-percha termo plastificada: com
modelado condensador frio;
A técnica do cone modelado
é uma modificação da técnica Segundo corte da guta-percha:
da compressão hidráulica ver- 2 mm além daembocadura do
tical (De Deus), que consiste canal;
em uma termoplastificação da
72
APOSTILA DE ENDODONTIA

Segunda compressão II. Calibração do cone, de


hidráulica; acordo com o diâmetro do
forame.
*sela e câmara pulpar, blinda-
gem do dente.
Backfill com coltosol;
Restauração.

Escolha do cone, de acordo


com a conicidade da LAF.

Conicidade dos
cones Odous

III. Comprimento do cone 1 mm


– 2 mm aquém do CRC.

IV. Modelagem do canal.

Canal preenchido com clorexi-


dina gel; radiografia de prova
do cone; irrigar, secar o canal
Disponível nos tapers: .03; .04; e o cone; colocar cimento no
.05; .06 cone pincelar as paredes do
canal, posicionar o cone no
canal lateral.

V. Inserir e cortar a guta-percha


com condensador aquecido na
embocadura do canal.

VI. Compressão hidráulica da


guta-percha termo plastifi-
cada: com condensador frio,
por 10 segundos, movimentos
73
APOSTILA DE ENDODONTIA

de rotação para remover o


condensador.

VII. Segundo corte da guta-per-


cha 2 mm além da emboca-
dura do canal.

VIII. Segunda compressão


hidráulica por 10 segundos,
movimentos de rotação para
remover o condensador.

IX. Backfill com coltosol.

X. Restauração (blindagem),
ajuste da oclusão e radiografia
final.

O sucesso da obturação
depende da limpeza da região
apical, incluindo a constrição
apical.

Qualquer irritação causada


pelo cimento resultará em um
fenômeno subclínico, sem
consequências importantes
para o sucesso do tratamento
endodôntico.

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APOSTILA DE ENDODONTIA

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APOSTILA DE ENDODONTIA

ENDODONTIA NO SUS
encaminhamento:
Origem pulpar – 85% das dores.
Ou periapical.
a. Biopulpectomia;
b. Necrose pulpar;
A endodontia possui uma
c. Retratamento de canal.
demanda muito grande, muitos
pacientes e muitos profissionais.
O SUS (não dá conta de toda Responsabilidade
essa demanda) é usado por 70% atenção básica
da população.
*o paciente chega com dor
de dente de origem pulpar e
Atendimento para periapical, vai procurar um ser-
dor de origem viço deatenção primária (UBS);
odontológica no SUS o CD deve resolver a dor e
encaminhar.
De 1 a 3 é a parte da entrada
de pacientes que chegam e são *Pode ser realizado o trata-
atendidos. mento de endo na UBS.

1. UPA 24h – Unidade Básica: deve-se resolver a situa-


de Pronto Atendimento; ção de emergência do usuário
2. UBS – Unidade Básica de e monitorá-lo (medicação e
Saúde; troca de curativos) enquanto
3. Saúde da Família; aguarda agendamento no
4. CEO – Centro de Espe- Centro de Especialidades Odon-
cialidades Odontológicas. tológicas – CEO. O tratamento
endodôntico também poderá
ser realizado na Unidade Básica
Atenção básica e de Saúde, conforme disponi-
secundária bilidade técnica e de equipa-
mento da unidade
Manual de regulação.
As pulpotomias deverão ser
Especialidade clínica: realizadas no âmbito da Aten-
Endodontia. ção Básica, inclusive nos casos
de rizogênese incompleta com
Motivos mais frequentes de vitalidade pulpar. Ou seja, na

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APOSTILA DE ENDODONTIA

urgência, deve-se tirar a dor.


Corticosteróide +
Antes de encaminhar o usuá- antibiótico
rio ao CEO, o dentista da UBS
deverá verificar o potencial de Indicações:
reversão do processo patoló-
gico, realizando proteção pul- Polpa viva: canais não instru-
par direta ou indireta e/ou pul- mentados, parcialmente instru-
pectomia, aguardando período mentados ou modelados;
para acompanhar e avaliar a
vitalidade pulpar. Bolinha de algodão, embebida
com o medicamento, colocada
na câmara pulpar;
O que o colega da
UBS deve fazer? Acondicionado em tubetes
anestésicos vazios, aplicação
• Acolher o paciente, escutar com carpule e agulha 30G;
ver o que vai acontecer;
• Diagnosticar; Ação por contato;
• Resolver a dor;
• Encaminhar o paciente, Polpa viva;
quando necessário, ao CEO;
• Monitorar o paciente Otosporin (Até 7 dias).
quando necessário, no CEO;
• Recebê-lo novamente na
atenção básica após aten- Clorexidina gel 2 %
dimento no CEO.
Remoção do tecido pulpar par-
cial ou total;
Tratamento de
urgência da Após modelagem dos canais
radiculares;
pulpectomia
irreversível Polpa viva;

• Abertura coronária; Até 15 dias.


• Remoção da polpa dental;
• Patência;
• Curativo demora;
• Restauração provisória;
• Verificação de oclusão.
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APOSTILA DE ENDODONTIA

Endodontia;
Hidróxido e cálcio
Ca(OH)2 Preencher canais até câmara
pulpar;
Clorexidina gel 2% como
veículo; Canais modelados e não
modelados;
Canal modelado;
Dente despolpado (até 15 dias).
Polpa viva;

15 dias ou mais.
Paramonofenol –
Pmcc
Tratamento de Indicações:
urgência da necro-
Canais não instrumentados
se pulpar ou instrumentados (Cone de
• Abertura coronária; papel);
• Descontaminação por Bolinha de algodão, embebida
terços; com o medicamento, colo-
• Patência; cada na câmara pulpar (pouca
• Ampliação foraminal; quantidade);
• Curativo demora; Ação por contato e à distância;
• Restauração provisória; Tempo de ação: no máximo
• Verificar oclusão. 48h;
Usado no SUS;
Dipirona sódica 500mg 4/4h; Efeito irritante sobre os tecidos;
Paracetamol 750mg de 6/6h. Não é usado na disciplina de
endodontia.
Forma de uso: distância (bolinha
Clorexidina gel 2% de algodão na CP); contato
(após PQM e cone de papel).
Substantividade;

Poder antimicrobiano; Tricresol formalina


Usado na seringa 3 ml;
Canais não instrumentados ou
Agulha BD 0,20 x 5,5; parcialmente instrumentados;
Bolinha de algodão, embebida
Usado na disciplina de com o medicamento, colocada

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APOSTILA DE ENDODONTIA

na câmara pulpar (pouca chegar à CP, respeitando os


quantidade). limites amelocementários, e
Ação por contato ou à dar a medicação para que
distância; a dor passe.
Tempo de ação: no máximo
48h;
Usado no SUS; Sugestão de
materiais para UBS
Efeito irritante sobre os tecidos;
• Limas PDM;
Não é usado na disciplina de • Limas Flexo file 1 série de 25
endodontia. mm;
• Limas K 2 série;
O que fazer • Lupa;
• Limas extra série 10;
quando o paciente • Brocas de alta e baixa
chega na UBS? rotação;
• Sonda reta;
• Acolher – escutar o paciente; • CHX e soro;
• Preencher as fichas da • Agulha e seringa.
clínica;
• Conferir o diagnóstico; Descarte de
• Avaliar os exames
radiográficos; materiais
• Realizar o tratamento endo-
Descarpack:
dôntico quando possível;
• Agendar o paciente para
• Pérfuro cortante;
reabilitação do dente no
• Limas;
estágio, ou encaminharpara
• Agulhas;
a atenção primária.
• Brocas;
• Anestésicos;
O que fazer quando • Grampos.
o paciente não tiver
Lixo comum:
exame radiográfico
para fazer abertura • Gaze;
• Algodão;
coronária? • Fio dental;
• Guardanapos.
Deve-se tentar fazer até
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APOSTILA DE ENDODONTIA

Referências
Aulas administradas pelos professores Cassiano Neves Almeida e
Ricardo Ferreira, durante o ano letivo de 2021/2.
BRASIL. Saúde bucal. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos
de Atenção Básica, n. 17. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_bucal.pdf.
DEUS, Quintiliano Diniz de; TAINTOR, Jerry F; SILVA, Edgard Carvalho;
INGLE, John Ide. Endodontia. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ: Médica e Cientí-
fica, 1992. 695p ISBN 8571990352:(broch).
ESTRELA, Carlos. Ciência endodôntica. São Paulo, SP: Artes Médicas,
2004. 2v ISBN 8574040983.
ESTRELA, Carlos. Endodontia laboratorial e clínica. São Paulo: Artes
médicas, 2013. p. 1-160.
ESTRELA, Carlos; ESTRELA, Cyntia R. A. Controle de infecção em
odontologia. São Paulo, SP: Artes Médicas, 2003. 169 p. ISBN 8574040835.
LEONARDO, Mario Roberto; LEONARDO, Renato de Toledo. Endo-
dontia: conceitos biológicos e recursos tecnológicos. São Paulo, SP: Artes
Médicas, 2009. xiv, 602 p. ISBN 9788536700939.
LOPES & SIQUEIRA. Endodontia: biologia e técnica. 4. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015. p. 1-1802.
LOPES, Helio Pereira; SIQUEIRA JUNIOR, José Freitas. Endodontia:
biologia e técnica. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. xxviii, 817 p.
ISBN 9788535279672.
LOPES, Helio Pereira; SIQUEIRA JUNIOR, José Freitas. Endodontia:
biologia e técnica. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan,
2010. xiii, 951 p. ISBN 9788527716215.
SOARES & GOLDBERG. Endodontia: Técnica e fundamentos. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2011.
SOARES, Ilson J.; GOLDBERG, Fernando. Endodontia: tecnicas e
fundamentos. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2011. 524 p. (Odontologia)
ISBN 8573076585.
SOARES, Ilson J. Manual prático de endodontia. Florianópolis, SC:
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SOUZA FILHO, Francisco José de (Org.) ENDODONTIA passo a
passo: evidências clínicas. Porto Alegre, RS: Artmed, 2015. 216 p. ISBN
9788536702490.

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