Você está na página 1de 4

Informações da aula: ∙ Sensitiva: A inervação sensorial pulpar funciona

como um sistema de alarme que indica alterações na


Aula 01 – Introdução à endodontia e anatomia
normalidade.
dental interna.
∙ Nutritiva: A vascularização presente na região
Data: 13/02/22 fornece oxigênio e nutrientes que são essenciais para
a formação de dentina e para a sobrevivência
Referências: Endodontia – Lopes & Siqueira. 4°ed. pulpar.
Capítulo: 07
∙ Defensiva: O tecido pulpar, para se proteger, produz
dentina esclerosada e/ou terciária e para resposta
imune.
Introdução:
A endodontia é a especialidade dentro da
odontologia que irá se dedicar ao estudo, prevenção :
e tratamento dos tecidos da polpa e periápice.
Dentro da endodontia para se obter sucesso nos
Endodontia procedimentos é indispensável o conhecimento
anatômico sobre os elementos dentários.
Em outras palavras, o sucesso de um procedimento
endodôntico está ligado diretamente ao
Endo = Dentro |Odontos = Dente | Ia = Ação
conhecimento da anatomia dos grupos dentários
para localizar e conseguir realizar o tratamento nos
canais.

1. Manter o dente funcional. Conhecer o número, posição e orientações dos


canais define como iremos acessá-los.
2. Debelar (vencer, combater) o foco infeccioso.
3. Sanar a dor do paciente.

O campo de trabalho do endodontista será a


cavidade pulpar, no entanto, sua visualização direta
não é possível.
Nesse sentido, além de conhecer a anatomia dos
dentes, se faz necessário ter conhecimento sobre as
variações anatômicas.

O dente é formado por esmalte, dentina e polpa, sendo a


esta última responsável pela vitalidade do dente. A polpa
dentária é formada por tecido conjuntivo frouxo, ela se
encontra na cavidade interna do dente.
1. Composição da polpa dentária: células, vasos,
nervos, fibras e substância intercelular.
2. Funções da polpa dentária:
∙ Formativa: Os odontoblastos que se encontram no
tecido pulpar são responsáveis pela dentinogênese.
Aspectos radiográficos: O teto da câmara pulpar corresponde a lado logo
abaixo da face oclusal ou incisal.
O assoalho diz respeito ao lado oposto ao teto,
lembrando que o assoalho é quem contém as
camadas dos canais, orifícios, aberturas que
conectam a câmara pulpar aos canais radiculares.
Cinza – Esmalte |Amarelo – Dentista| Vermelho – Polpa| Verde –
Obturação Por fim, as embocaduras são as entradas para os
canais.

Para o endodontista obter sucesso durante qualquer Então, quem são as estruturas internas da
procedimento, ele precisa conhecer a cavidade câmara pulpar?
pulpar – que se divide em duas porções – Câmara
pulpar e canal radicular. ∙ Teto da câmara.
∙ Assoalho.
∙ Embocaduras.
∙ Cornos pulpares.

A cavidade pulpar se encontra dentro de cada dente,


ela é formada por duas porções, uma coronária onde A câmara pulpar pode sofrer regressão do volume
fica a câmara pulpar e outras radiculares na qual devido a alguns fatores, como:
encontramos o canal radicular.
∙ Progressão de idade.
∙ Processo carioso ou outras agressões.
∙ Contínua deposição de dentina.
∙ Calcificações distróficas.
∙ Nódulos pulpares.
∙ Problemas degenerativos.

Analisando a imagem:

1. Câmara pulpar: Cavidade única, geralmente Os números 1 e 2 representam os cornos pulpares


volumosa que abriga a polpa coronária e ocupa o ou divertículos.
centro da coroa. Sua forma irá se assemelhar com o Na segunda figura conseguimos ver o instrumental
formato externo do dente. inserido no teto da câmara.
Já na terceira imagem é possível observar o
Dentes anteriores – Câmara contigua (toca apenas assoalho, que é justamente onde o instrumental
um lado) ao canal radicular. toca.
Dentes posteriores – Formato de prisma Rostrum Canallis
quadrangular irregular, possui seis lados: teto da
câmara, assoalho, vestibular, palatina/lingual, distal
e mesial. Linhas presentes no
assoalho que orienta m
o caminho das
embocaduras dos canais
Geralmente a polpa apresenta reentrâncias
radiculares.
(angulações) nas cúspides, tubérculos, mamelões e
outras saliências. Essas reentrâncias chamamos de
cornos pulpares ou divertículos.
2. Canal radicular: Fica localizado na porção
radicular do dente que se afunila progressivamente
em relação ao ápice da raiz.
Pode ser classificado de acordo com os terços e de Consiste em uma rede complexa de canais que são
acordo com o tipo de tecido que reveste o canal. interligados e assim formam o sistema de canais
radiculares (SCR).
Lembrando que o SCR não é formado apenas por
2.1) Classificação de acordo com os terços:
canais únicos, mas sim por um emaranhado de
∙ Terço cervical: canais.
∙ Terço médio:
∙ Terço apical:

2.2) Classificação de acordo com tecido de


revestimento:
∙ Canal dentinário: Revestido por dentina, sendo
rico em odontoblastos e é o campo de atuação da
endo.
∙ Canal cementário: Revestido por cemento,
ausência de odontoblastos, surge de 3- 5 anos
após erupcionar o dente. Sendo os 0,5 mm finais.

Analisando canal por canal:

1) Canal principal: Canal mais importante, passa


normalmente pelo eixo dental e pode alcançar sem
interrupções o ápice radicular.
2) Canal colateral: Esse canal segue paralelo ao canal
principal, podendo alcançar independentemente o
ápice. Normalmente, é menos calibroso que o canal
A – Canal dentinário. B – Canal cementário.
principal.
3) Canal lateral: Canal que liga o canal principal a
3. Limite Cemento-dentina-canal (CDC): parte externa da superfície do dente.
Limite ou junção cemento-dentina-canal é 4) Canal secundário: Ramificação do canal principal
definida como uma zona de transição onde os na porção apical e termina na peri-apical.
canais dentinário e cementário se unem.
5) Canal acessório: Ramo do canal secundário que
Teoricamente é a área de menor constrição, ou seja, termina na superfície externa do dente.
a menor diâmetro do canal radicular onde a polpa
6) Interconduto: Canal que comunica os canais
terminar e o periodonto começa.
principais, sendo localizado na dentina e não atinge
a região de cemento.
Essa constrição ocorre devido a deposição de 7) Canal recorrente: Canal que sai do ramo principal
cemento. e retorna a ele, sendo seu trajeto apenas em dentina.
8) Canais reticulares: Resultado do entrelaçamento
de três ou mais canais que ocorrem quase
paralelamente, por meio de ramificações do
interconduto.
9) Delta apical: São múltiplas derivações que se
encontram próximas do mesmo ápice e saem do
canal principal para terminar na zona apical.

Responda:
a) O canal colateral se insere ou ramifica no
principal?
b) Quais canais terminam ou fazem ligação com a
superfície externa do dente?
c) Qual canal sai do ramo principal e retorna a ele?
d) Qual canal faz a comunicação entre os canais
principais?

Além disso, também tem a cavo-inter-radicular


que é uma ramificação que se origina a partir do
assoalho da câmara pulpar em direção ao
ligamento periodontal na região da furca.

Você também pode gostar