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MOISÉS SANTOS

@EUMOISESANTOS
ODONTOLOGIA UFPE

BOX DE
RESUMOS
PERIODONTIA
Anatomia e histofisiologia do
esse ponto na gengiva, chamado de ranhura
gengival livre), inserida (tem esse nome por conta
periodonto da inserção das fibras, no cemento, conferindo a ela
um aspecto de casca de laranja) e interdental
Entender a anatomia e os principais (preenche as ameias dentais).
componentes presentes e que compõem o OBS.: as fibras que se inserem na gengiva, não constituem o
periodonto. ligamento periodontal; as deste saem do osso alveolar e se ligam ao
cemento.
Peri- redor // odonto
➢ A gengiva inserida tem a função de
– dente, as estruturas que
proteger contra traumas (é um epitélio
compõem o periodonto
escamoso estratificado queratinizado) e
são: gengiva, ligamento
auxilia na imobilidade da margem
periodontal, osso alveolar
gengival (se o paciente não tiver gengiva
e cemento radicular. Ele se
inserida, com a movimentação da
divide em periodonto de
mucosa, a gengiva livre tente a se
proteção (composto pela
mover).
gengiva) e o de
➢ A gengiva interdental tem o seu formato
sustentação (composto pelas demais estruturas).
variado de acordo com: pontos ou
A principal função do periodonto é inserir o superfície de contato, largura da
dente no tecido ósseo da mandíbula e da maxila, e superfície proximal, altura do ponto de
manter a integridade da superfície da mucosa contato à crista óssea (5mm) e anatomia
mastigatória da cavidade oral. da JCE.
OBS.: partindo da embriologia, o folículo dentário vai dar origem ao
periodonto de sustentação. • Papila interdental

Gengiva A papila interdental, varia de acordo com o


formato do ponto de contato, quando em dentes
É parte da anteriores (incisivos), tem-se uma papila piramidal;
mucosa mastigatória quando em dentes posteriores (pré-molares e
que recobre o processo molares), tem-se um achatamento no sentido V-L,
alveolar e circunda a a área de COL é recoberta por epitélio delgado não
porção cervical dos queratinizado.
dentes.
OBS.: a mucosa oral é dividia em mastigatória (gengiva e
revestimento do palato duro), especializada (dorso da língua) e de
revestimento (todo o resto).

OBS.: chamamos o tecido que circunda os implantes de mucosa


peri-implantar.

Segundo a anatomia macroscópica da


gengiva, tem-se os limites dela como: coronário,
que é a margem gengiva, e o limite apical, que é a
junção mucogengival.
A gengiva também é
• Sulco gengival
dividida em livre (vai da
margem gengival até a Região localizada ao
junção amelocementária redor dos dentes delimitada pela
/cementoesmalte, sendo, superfície dental de um lado e

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pelo epitélio que reveste a gengiva marginal do semipermeável (subprodutos
outro, tendo como medida compatível com saúde bacterianos).
periodontal até 3mm. OBS.: a não queratinização se dá por uma irritação local, como a
retenção constante de biofilme.
• Anatomia microscópica
➢ Epitélio juncional (~0,97mm): epitélio
Aqui, o epitélio se
pavimentoso não queratinizado, com as
divide em três tipos: epitélio
camadas: basal e suprabasais. Faz
oral, oral do sulco (sulcular)
aderência epitelial, pelos
e juncional. são um
hemidesmossos, ao esmalte dentário.
revestimento continuo de
epitélio escamoso OBS.: possui neutrófilos (PMNs) e monócitos nos espaços
intercelulares.
estratificado.
OBS.: a presença das cristas
Permite o acesso ao fluido gengival das
epiteliais, favorecem a nutrição de todo células inflamatórias e dos componentes
o epitélio, através das papilas do do sistema imunológico de dessa do
tecido conjuntivo; quanto mais
espesso o epitélio, ainda mais
hospedeiro à gengiva marginal. Essas
necessário as cristas. células são rapidamente renovadas, o
que corrobora para o equilíbrio
O epitélio gengival
hospedeiro-parasita, e permite a rápida
tem a função de proteção
reparação de danos teciduais.
mecânica, química e
antimicrobiana. Nele ➢ Fluido gengival (crevicular): é
podemos observar a representado como transudado ou
presença de células de exsudato, sendo um biomarcador de
Langerhans, de Merkel, diagnóstico ou prognóstico do estado
melanócitos, e, em maior biológico do periodonto na saúde e na
abundancia, queratinócitos. doença. É composto por: componentes
Ele está em constate dos tecidos conjuntivos e epitelial, células
renovação. inflamatórias, soro e micro-organismos
que habitam a margem gengival, sulco
A parte externa, é revestida pelo epitélio oral.
gengival ou bolsa periodontal.
A parte interna, até a JCE, é revestida pelo epitélio
oral do sulco e epitélio juncional (região que é
• Tecido conjuntivo
possível ser destacada com a sonda milimetrada).
Essa região é a região de gengiva livre, que É composto por fibras colágenas (60%),
corresponde ao sulco clínico. fibroblastos (5%) e vasos, nervos e matriz (35%); é
OBS.: o epitélio oral do sulco é uma característica histológica, pois,
conhecido como lâmina própria, e se divide em
diferente do epitélio juncional, ele está destacado da coroa do dente. camada papilar (subjacente ao epitélio) e camada
O juncional está aderido ao esmalte. reticular (contígua com o periósteo do osso
➢ Epitélio oral: epitélio pavimentoso alveolar).
estratificado queratinizado, com as É possível encontrar células inflamatórias,
camadas: basal, espinhosa, granulosa e macrófagos, mastócitos, e, em maior abundância,
queratinizada. os fibroblastos, constituído cerca de 65% da
➢ Epitélio oral do sulco (~0,69mm): epitélio população celular; participa da produção de vários
pavimento estratificado não tipos de fibras encontradas no tecido conjuntivo e
queratinizado, com as camadas: basal e também atua na síntese da matriz do tecido
espinhosa. Age como uma membrana conjuntivo.

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As fibras do tecido conjuntivo, função de manter o dente inserido no osso e
constituem as fibras da gengiva amortecer as forças oclusais.
inserida, que são, OBS.: o espaço do ligamento periodontal forma uma ampulheta,
predominantemente, fibras sendo mais estreito no nível do terço médio.
colágenas, divididas em (1)
O conjunto de fibras do ligamento periodontal
dentogengivais, (2) transeptais, (3)
pode ser dividida de acordo com o seu arranjo:
dentoperiosteais e (4) circulares.
Essas fibras estão inseridas a partir
da JCE, sendo chamada de inserção
conjuntiva (~1,07mm).
OBS.: quando há a perda dessa
inserção, há a caracterização
da periodontite. Essa perda de
inserção ocorre antes da perda
óssea.

OBS.: a junção do epitélio


juncional e da inserção
conjuntiva caracteriza o espaço
biológico/tecidos inseridos supracrestais (~2,04mm).
Ainda, temos as fibras de Sharpey, que são
OBS.: se caso seja necessário fazer alguma restauração ou
reabilitação que precise ultrapassar o epitélio do sulco, nós não
as porções terminais do ligamento periodontal, que
podemos ir até o fim do sulco (3mm), temos apenas 0,5mm (espaço se projetam tanto para o cemento, como para o
do epitélio sulcular) para fazer essa restauração, não invadindo o osso alveolar; são fibras extrínsecas, produzidas
espaço biológico.
pelo fibroblasto.
OBS.: na condição de invasão do espaço biológico, o tecido reage
ou com hiperplasia, ou, mais comumente, com uma recessão dos Cemento radicular
tecidos.

OBS.: a cirurgia de aumento de coroa clínica, é indicada nessas É o tecido mineralizado,


condições; para fazer a readaptação do espaço biológico, para a especializado, que recobre as
restauração do órgão/elemento dentário.
superfícies radiculares dos
Ligamento periodontal dentes e, ocasionalmente,
pequenas porções da coroa.
Constitui o periodonto Sua composição é de 65% do
de sustentação, fornecendo peso de hidroxiapatita. É um
nutrientes para o cemento, tecido que faz aposicionamento
osso e gengiva por meio dos (não faz remodelamento), não
vasos sanguíneos. É contendo vasos, nervos e
abundantemente suprido por células (que não cementócitos e cementoblastos).
fibras nervosas sensoriais, OBS.: assim há uma dificuldade de recuperar o cemento, uma vez
capazes de transmitir que foi perdido. Pois, diferente do tecido ósseo, não há
sensações tatéis, de pressão e remodelamento/reposição. Por isso os dados de uma periodontite
são irreversíveis.
de dor através dos ramos do
nervo trigêmeo. Também é responsável para inserir as fibras
do ligamento periodontal a raiz e participa do reparo
É formado por tecido
quando há dano radicular.
conjuntivo frouxo, inervado,
ricamente vascularizado e Na relação JCE, existe condições (5 a 10%)
celular, que une o cemento em que há um espaço entre o esmalte e o cemento,
radicular ao osso alveolar deixando exposto uma pequena área de dentina
propriamente dito, tendo a (isso pode resultar em sensibilidade constate do

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paciente), há também condições (30%) em que o ligamento periodontal
esmalte e cemento estão em uma relação topo a (fibras de Sharpey).
topo, e, pode ser (em 60 a 65% das vezes) o Difere do cemento por
cemento sobreponha o esmalte. possuir irrigação,
drenagem e inervação,
e, também, pelo
processo de
remodelação tecidual.
Tem a função de absorver e distribuir as
forças geradas pela mastigação e de outros
contatos dentários. Sua morfologia vai ser
determinada pelo tamanho, forma, localização e
O cemento se divide em 4 tipos:
função dos dentes.
OBS.: composto por 2/3 de sub inorgânica: cálcio, fosfato e hidroxilas
Cemento e 1/3 de sub orgânica: 90% do colágeno tipo 1 e proteínas não
colágenas.

O osso alveolar só existe enquanto o dente


Cemento acelular Cemento celular
está em posição, após a remoção, ele é
progressivamente reabsorvido.

Afibrilar (AAC): presente


Estratificado misto A formação de osso alveolar pode sofrer dois
(CMSC): terço apical das
na porção cervical do raízes e nas áreas de defeitos, que não necessariamente são
esmalte; ramificação; contém fibras
extrínsecas e intrínsecas, e
patológicos, são a deiscência e a fenestração.
cementócitos;
• Deiscência óssea: o osso não recobre toda
De fibras extrissecas região, ficando um formato de U (FIG1).
(AEFC): presente na
porção coronal e média da • Fenestração óssea: tem-se um efeito no
De fibras intrínsecas
raiz; contém, (CIFC): lacunas de recobrimento do dente no formato de uma
principalmente, as fibras reabsorção; contém fibras
de sharpey, é parte intrínsecas e cementócitos janela (FIG2).
imporante dos tecidos de
inserção e conecta o dente
ao OAPD.

OBS.: recomenda-se a tomografia para estudar esses casos antes


de um procedimento cirúrgico que irá envolver a região do osso
alveolar.

Uma faixa inadequada de gengiva inserida,


associada a uma lâmina óssea vestibular estreita,
poderá desencadear uma recessão em presença
Osso alveolar de inflamação. A abrasão dentária pela escovação
excessiva resulta em pequenas lacerações,
Também chamado de osso fasciculado ou predispondo a faixa estreita de gengiva inserida à
lâmina dura, é a parte da maxila e da mandíbula que recessão.
forma o alvéolo dentário e da suporte aos dentes –
placa cribiforme. Possui uma elevada taxa de
renovação celular e inserção de fibras colágenas do
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O osso alveolar conjuntivo papilar, entre as cristas epiteliais, em
possui duas camadas de forma de alças terminais de grampos de cabelo.
tecido conjuntivo OBS.: as alças e capilares, por estarem unidas de maneira cruzada,
diferenciado que cobrem servem como vasos reservas, quando a circulação é aumentada em
todas as superfícies ósseas. resposta à irritação.

• Periósteo: TC que Ao longo do epitélio sulcular, os capilares


cobre a parte externa são organizados em um plexo achatado de
do osso; anastomosa e se estende paralelamente ao
• Endósteo: TC que recobre as cavidades esmalte.
ósseas internas. OBS.: a vasculatura da gengiva inflamada exibe um padrão irregular
do plexo vascular, com os microvasos apresentando uma aparência
Vascularização, drenagem e inervação do anelada, dilatada e enrolada.

periodonto O sistema linfático tem função de remoção


dos excessos de fluidos, debris celulares e
A microcirculação, os vasos sanguíneos e proteicos, micro-organismos e outros elementos;
linfáticos desempenham um importante papel na sendo importante no controle da difusão e na
drenagem do fluido tecidual e na disseminação de resolução do processo inflamatório.
inflamação.
Os vasos linfáticos do tecido conjuntivo
Há 3 fontes de suprimento sanguíneo no papilar são responsáveis por drenar a maior parte
periodonto, são: da região sendo drenados pelo grupo
submandibular. Esses vasos linfáticos seguem
• Arteríolas
desde o epitélio juncional até o ligamento
supraperiosteais:
periodontal acompanhando os vasos sanguíneos.
que se dispõem ao
longo das A linfa dos tecidos
superfícies periodontais é drenada para
vestibular e lingual os linfonodos da cabeça e
do osso alveolar e do pescoço. As gengivas
se estendem até o vestibular e lingual da
epitélio sulcular e região dos incisivos
entre as cristas inferiores drenam para os
epiteliais da região externa. linfonodos submentuais. A
OBS.: alguns ramos podem, ocasionalmente, passar através do osso gengiva palatina da maxila
alveolar e alcançar o ligamento periodontal ou percorrerem a crista é drenada para os
do osso alveolar. linfonodos cervicais profundos. A gengiva vestibular
• Vasos do ligamento periodontal: estes se da maxila e as gengivas vestibular e lingual da
estendem para a gengiva e se anastomosam região de pré-molares inferiores drenam para os
com os capilares na área do sulco. linfonodos submandibulares. Os terceiros molares
• Arteríolas: emergem da crista do septo são drenados pelos linfonodos jugulodigástricos
interdental, e se estendem paralelo a crista (jd), e os incisivos inferiores, pelos linfonodos
óssea e se anastomosam com vasos do submentuais.
ligamento periodontal, com capilares nas Os tecidos nervosos dessa região, possui
áreas creviculares gengivais e vasos que fibras que, em sua maioria, são mielinizadas, e
percorrem a crista alveolar. estão intimamente ligadas aos vasos sanguíneos. A
Abaixo do epitélio da superfície gengival inervação é proveniente dos nevos do ligamento
externa, os capilares se estendem para o tecido periodontal, labial, bucal e palatino.

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OBS.: os bulbos terminais de Krause, que são receptores de
temperatura estão ligados ao tecido conjuntivo.

Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

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Etiopatogenia das doenças
OBS.: o tabagismo deve ser extinto do dia a dia do paciente
periodontal, como forma de controle da periodontite, sendo àquele o
principal fator de risco para a instalação da doença.

periodontais Acumulo de
biofilme
Sendo uma doença
inflamatória, a doença Resposta
periodontal é complexa e imune

comum, caracterizada pela


destruição dos tecidos Gengivite Gengivite
periodontais de suporte
dentário moles e duros, como o osso alveolar e o
ligamento periodontal. Periodontite

Instalada a inflamação gengival crônica, por


meio das alterações ambientais, a disbiose do
biofilme se instala que, por sua vez, vai
desencadear uma inflamação excessiva
descontrolada, que dá início a periodontite.
OBS.: a disbiose é caracterizada pelo rompimento da homeostase
microbiológica do biofilme em que atividades funcionais ou
metabólicas passam a sofrer maior influência de certos grupos
O colapso tecidual que ocorre no periodonto, bacterianos patogênicos.
é uma resposta à inflamação instalada a partir da
OBS.: as possíveis bactérias responsáveis pela disbiose são P.
deposição do biofilme subgengival, que em gingivalis e T. denticula que colonizam ambientes mais anaeróbicos.
indivíduos suscetíveis, faz com que a doença
OBS.: a disbiose pode ser desencadeada por outros desequilíbrios
aconteça/avance. Esse colapso acontece devido a sistêmicos, orais e ambientais do indivíduo; ela induz uma resposta
liberação excessiva e desregulada de citocinas pró- imune não eficaz, descontrolada e destrutiva.
inflamatórias em conjunto com enzimas derivadas;
• O que tona o biofilme patogênico
assim como os subprodutos bacterianos como
➢ A sua natureza física: a união de
lipopolissacárides (LPS), a sinalização de
bactérias que são emaranhadas por uma
receptores do tipo Toll (TLR) e complexos de
matriz orgânica polimérica, que as
citocinas; algumas enzimas destruidoras de tecido,
protegem das ações naturais do nosso
como as metaloproteinases da matriz (MMPs) e
corpo ou ações abióticas;
citocinas inflamatórias, são encontradas em alta
➢ Localização: ele se depõe sobre uma
quantidade no fluido gengival e na saliva dos
superfície dura (os dentes); estando
pacientes periodontais.
interior e exterior ao corpo;
OBS.: os fatores que levam ao desenvolvimento da doença ➢ Quantidade: por ser de uma quantidade
periodontal são chamados de fatores etiológicos secundários locais
e gerais.
grande, nunca é possível eliminar todo o
biofilme;
Para o controle da doença periodontal é ➢ Capacidade de invasão tecidual: alguns
imprescindível levar em consideração a condição desses componentes do biofilme tem alta
de risco com paciente, como os genes, capacidade de invasão e degeneração do
biomarcadores inflamatórios, avalição do risco do tecido que se instala;
paciente e o tabagismo, que é o principal fator de ➢ Fatores de virulência: é qualquer
risco externo para a instalação das doenças estrutura que o organismo possui, capaz
periodontais. de produzir virulência; podem ser suas
respostas de ordem direta, sendo
enzimas e ácidos os que levam a
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destruição do tecido, e indiretos citocinas, com a função de diluir isolar e se possível
(interferem na resposta imune), que são eliminar agentes agressores; no entanto, tem sua
LPS, Gingipains e Leucotoxina do AA. eficácia limitada.
OBS.: evita a progressão da gengivite para uma periodontite, desde
• O que leva a formação do biofilme (voltar que haja uma remoção adequada do biofilme.
no resumo de microimuno: microbiologia
• Resposta imune adquirida: é a segunda
oral)
linha de defesa, e é especifica para os
➢ Disposição da película adquirida: é a
patógenos presentes.
deposição de glicoproteínas, que
começam a se depositar logo após a É desencadeada por uma resposta celular ou
higiene oral – do ponto de vista funcional, humoral, estimulada com a penetração de agentes
serve para proteger o dente contra a ação patogênicos no tecido conjuntivo. São responsáveis
de ácidos; por esse tipo de resposta os linfócitos T, B,
➢ Colonização bacteriana inicial: quando as plasmócitos, anticorpos, células apresentadoras de
bactérias, através de suas adesinas, irão antígeno (APC’s), citocinas e mecanismos de
se ligar ao biofilme dental (S. sanguis e A. respostas inespecífica. Tem um grau de proteção
viscosus); não claro, porém se mostra mais marcante na fase
➢ Etapas de acumulação e coagregação: é de destruição do periodonto de sustentação.
quando há proliferação de colonizadores OBS.: o dano mais especifico do tecido periodontal é decorrente da
iniciais, produção de matriz extracelular, resposta imune especifica, por conta dos mediadores produzidos em
agregação de colonizadores excesso.

intermediários tardios, fazendo com que • Agentes de destruição do periodonto


o ambiente se torne cada vez mais
anaeróbico; Quando produzidos em excesso para
debelar a inflamação as citocinas IL-1, IL-6, IL-8,
OBS.: no início dessa fase de acumulação e coagulação, um período
entre 24h e 48h, que o biofilme adquire a capacidade de causar TNF-alfa, IFN-gamma e RANKL, as enzimas
alterações teciduais. proteolíticas, como metaloproteinases e as
prostaglandinas, são os principais agentes de
➢ Dispersão: liberação de
destruição das estruturas periodontais.
bactérias/agregados celulares do
biofilme; que depende do controle • Resolução da inflamação
mecânico, nutricional e genético; sendo
Precisa ocorrer de maneira ativa, com a
considerado como uma estratégia de
atuação do próprio sistema imune do paciente,
sobrevivência e disseminação.
atuando como resposta e sanando a inflamação
O periodonto tem seus mecanismos de através de mediadores, como resolvinas, lipoxinas,
defesa, como a barreira epitelial, mecanismos protectinas e maresinas), tendo como ações a
salivares (ação física e agentes antimicrobianos) e interrupção do recrutamento de neutrófilos,
a resposta imune (voltar ao resumo de microimuno estimulo à retirada de tecido necrótico, ações
sistema imune), que é a principal forma; essa antibacterianas e a promoção do reparo.
resposta, ocorrendo de maneira desregulada, é a
OBS.: como medida terapêutica, e intervenção profissional é a
responsável pela destruição dos tecidos manipulação desses mediadores de maneira sintética para
periodontais. prescrever ao paciente.

• Resposta imune inata: atua no sulco, Gengivite induzida pelo biofilme dental
epitélio juncional e adjacências.
É uma condição inflamatória restrita aos
É a primeira linha de defesa, atuando com tecidos moles que circundam os dentes que
neutrófilos, macrófagos, células resistentes não se desenvolve em resposta ao acúmulo de biofilme
profissionais (PNN), sistema complemento e
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na superfície dentária. É uma doença que é capaz aumento na secreção de fluido gengival e
de, com o tratamento correto, ser regredida. neutrófilos, mas poucos macrófagos; há, ainda, um
OBS.: nem toda gengivite levará
aumento das células inflamatórias; assim o
a uma periodontite. processo inflamatório ocorre de maneira subclínica.
OBS.: o biofilme é considerado a • Lesão precoce (SEMANA2)
causa da gengivite, mas não pode
ser considerado a causa da Tem-se a maior quantidade de biofilme, o
periodontite.
infiltrado ocupa maior área, assim há um aumento
A relação do biofilme dentário e da gengivite do número de macrófagos e predominância de
é estabelecida a partir da suspenção da higiene linfócitos T, os eventos da inflamação aguda
oral; e sua regressão é feita pelo controle da placa continuam atuando. Durante esse processo é
dentária, a partir de uma higiene oral adequada. notório a lesão de colágeno e a proliferação de
cristas epiteliais.
O biofilme associado a gengivite se instala
junto a margem gengival (coronário), tendo uma Temos como sinais clínicos: sangramento à
proporção igual de bactérias GRAM+ e GRAM-, que sondagem, seguido por vermelhidão e edema.
dá origem a uma infecção polibacteriana
• Gengivite estabelecida (SEMANA3)
inespecífica.
Tem-se um aumento do infiltrado e, agora,
Periodontite
temos uma predominância de linfócitos B e
Uma doença plasmócitos com a produção de anticorpos. Com
desencadeada por um isso há um aumento na profundidade do sulco e o
biofilme dental disbiótico biofilme passa a se estender subgengivalmente.
que resulta na inflamação OBS.: a extensão do biofilme ainda não caracteriza uma bolsa
e destruição das periodontal, para isso é necessária uma perda de inserção.

estruturas de suporte do OBS.: até aqui, a inflamação pode ser revertida sem danos.
dente levando a sua perda de inserção progressiva.
Aumento da destruição de colágeno, mas
Com tratamento, é possível debelar a inflamação,
sem perda de inserção ou migração do apical do
no entanto a sequelas serão permanentes.
epitélio juncional.
Toda periodontite é precedida por uma
Os sinais clínicos da inflamação são mais
gengivite, assim é extremamente necessário tratar
exacerbados.
toda a gengivite de maneira adequada, pois não as
sabe qual irá progredir para uma periodontite. • Periodontite (6MESES?)
O biofilme associado a periodontite se instala Tem-se um infiltrado mais extenso, porem
de maneira com a composição similar ao da gengivite
subgengival/radicular, e há um estabelecida. Temos a produção intensa de
aumento significativo de anticorpos e mediadores inflamatórios.
microrganismos anaeróbicos.
A partir de então, temos perda de inserção,
Progressão da doença periodontal (DP) migração apical do epitélio juncional, destruição do
ligamento periodonto e do osso alveolar, assim,
• Lesão inicial (SEMANA1) tem-se a maior entrada de produtos bacterianos.
Clinicamente, temos a bolsa periodontal (c/s
Após a deposição do biofilme na gengiva, as
recessão) e radiograficamente, tem-se a perda
bactérias liberam substâncias capazes de passar
óssea.
pelo tecido, em resposta, o tecido libera mediadores
inflamatórios, fazendo com que haja um aumento O padrão de progressão ocorre da seguinte
da permeabilidade vascular, com isso há um forma: a pessoa adquire a periodontite, e passa por
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um período sem destruição de estruturas, após um ➢ Hipofunção salivar:
certo tempo, há uma agudização da inflamação,
Quando não há uma salivação suficiente (solução
levando a destruição dos tecidos adjacentes,
tampão), tem-se um acumulo de biofilme, sendo
depois há uma redução da atuação, e assim o ciclo
passível de instalação de inflamação, assim é
se repete. Essa agudização pode ser
importante investigar quais as causas da
desencadeada por algum desequilíbrio no sistema
xerostomia do paciente.
imune.
OBS.: clinicamente, não conseguimos dizer quando o indivíduo está
➢ Forças oclusais excessivas:
em período de destruição ativa ou não.
A força oclusal excessiva só é um fator
Fatores contribuintes para o avanço da contribuinte, quando o paciente já tem a doença
periodontal instalada. Como sinal clinico, o dente
DP
vai estar com mobilidade (mesmo sem perda óssea
Pensando na justificativa para algumas que justifique) e o paciente reclama de
pessoas ou sítios serem mais suscetíveis a sensibilidade; como sinal radiográfico, tem-se o
evolução da doença periodontal, temos: espessamento da lâmina dura e o alargamento do
espaço periodontal.
• Fatores locais:
• Fatores gerais ou sistêmicos
Favorecem o acumulo de biofilme por
dificultarem a higienização; a diminuição do fluxo Tem-se as alterações hormonais, uso de
salivar, e as forças oclusais inadequadas. Sobre os medicações, tabagismos, diabetes e doenças
que favorecem o acumulo de biofilme: sistêmicas e outros fatores.

➢ Cálculo dental: Atuam sobre a gengivite:

É o mais frequente, ➢ Alterações hormonais:


temos o biofilme não Presentes na puberdade, gravidez e
mineralizado sempre menopausa; com a atuação dos hormônios como:
presente (esse biofilme é que estrogênio, progesterona e testosterona. Tendo
tem a capacidade de causar a como etiologia o aumento da sensibilidade a
doença periodontal). O cálculo atua apenas como irritantes locais (biofilme) e alteração do perfil
retentor do biofilme, não provoca diretamente a microbiológico intensificando a resposta imune.
inflamação gengival.
Como possíveis manifestações: gengivite
➢ Lesões cariosas severa e granuloma piogênico gravídico.

➢ Fatores anatômicos ➢ Medicamentos:

São outros fatores capazes de fazer com que Tem-se os que provocam crescimentos
a doença periodontal evolua em alguns gengivais, que aumentam a atividade dos
lugares/pessoas diferentes de outros. Como: fibroblastos, como: fenitoína, nifedipina,
apiamentos dentários, concavidades radiculares, ciclosporina;
perolas de esmalte, inserção alta do freio labial e os Tem-se os que agravam a severidade da
sulcos palatinos de desenvolvimento. gengivite: contraceptivos orais, ansiolíticos,
➢ Fatores iatrogênicos antidepressivos, anti-hipertensivos (esses 3 últimos
estão associados a xerostomia.
São condições provocadas pelos próprios
profissionais como: restauração com margens em Atuam sobre a periodontite:
excesso, aparelharem ortodôntica, coroa com ➢ Tabagismo:
sobrecontorno e as violações do espaço biológico.
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O tabagismo é uma das maiores causas da • HIV/AIDS
periodontite; os pacientes tabagistas possuem um
Esses pacientes possuem uma imunidade
risco aumentado para periodontite, e uma
celular reduzida (contagem de linfócitos TCD4); e
suscetibilidade a destruição dos tecidos de maneira
como forma de manifestação oral temos: eritema
mais severa. Também, esses pacientes possuem
gengival linear, periodontite necrosante e
uma resposta menos favorável ao tratamento,
periodontite severa. Essas manifestações estão
mesmo que seja cirúrgico.
associadas ao grau de imunossupressão do
Quando esse paciente cessa a sua atividade paciente.
tabagista, os ricos começam a ser reduzidos.
• Síndrome de Down
OBS.: quando associado a diabetes, esses riscos são ainda mais
agravados. Desordem genética, sendo uma trissomia do
cromossomo 21; esses pacientes possuem uma
Possíveis mecanismos de ação:
função neutrofilica anormal; e, clinicamente,
A redução na resposta do hospedeiro manifestam xerostomia, IP elevado, inflamação
(baterias ficam livres para causar uma maior severa e bolsas profundas.
destruição); alteração do perfil da microflora
Além destes, existem outros fatores que
(nicotina favorecendo a proliferação das bactérias)
podem/contribuem para a instalação e
e alteração do metabolismo ósseo e colágeno
agravamento da doença periodontal, como estresse
(inibição da formação de osso e de colágeno).
crônico, tromobocitopenia, agranlocitose,
• Diabetes neutropenia, osteopenia/osteoporose,
obesidade/síndrome metabólica, hipertensão,
Em casos de pacientes não controlado, tem-
doenças, defeitos e polimorfismos genéticos,
se uma inflamação mais intensa, uma maior
condição socioeconômica e determinantes não
prevalência e severidade da gengivite e
modificáveis.
periodontite; as manifestações dependem do nível
de controle do diabetes.
OBS.: o tipo de diabetes não influencia em o paciente manifestar ou
não a periodontite.

OBS.: é comum observar o surgimento de abcessos periapicais


nesses pacientes.

Possíveis mecanismos de ação:


Esses pacientes, no geral, têm um aumento
na secreção de citocinas pró-inflamatórias,
alterações no metabolismo do colágeno e tecidos
mineralizados e produção de PMNs e anticorpos
defeituosos.
Outras alterações menos comuns associadas:

• Leucemia Referências:
Pacientes com leucemia podem apresentar LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
dois casos: gengivite associada à leucemia, Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
causada por uma trombocitopenia; e um Guanabara Koogan, 2010.
crescimento gengival, que ocorre devido a
infiltração de leucócitos imaturos. NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
OBS.: essas alterações podem acontecer mesmo na ausência do
biofilme; e quando há biofilme, elas são exacerbadas.
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
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Exame clínico, diagnóstico e
que se relacionam com a saúde oral do
paciente. A exemplo: o paciente tem
plano de tratamento em diagnóstico de diabetes melitus – esse
possui uma maior perda óssea alveolar; o
periodontia hábito de fumar – esse paciente tem de 2
– 7 vezes mais chances de desenvolver
O exame clínico é fundamental para o DP (dose dependente); stress – eventos
diagnóstico e o tratamento do paciente, a partir do psicológicos estão relacionados à maior
reconhecimento das doenças; pois quanto mais perda de inserção; pacientes HIV+ - tem
informações tivemos das doenças, mais fácil se o sistema imune comprometido → maior
torna o reconhecimento das doenças e condições propensão a infecção.
do periodonto, e a construção de um tratamento OBS.: pacientes que fazem uso de medicações, como hipertensos,
bem sucedido. idoso, etc; deve-se levar em consideração essas medicações para
que o uso de anestésicos ou a prescrição de outras medicações não
O diagnóstico em periodontia, é baseada na interajam de maneira negativa. Ademais, alguns desses
medicamentos usados podem causar alguma mudança na cavidade
história médica e dental, exame clinico e oral do paciente.
radiográfico do indivíduo e achados laboratoriais.
➢ História dental: importante ter
Para isso é necessário: conhecimento sobre as condições de
a) Anamnese detalhada; doenças orais previas, tratamentos
b) Exame físico; realizados, resultados obtidos e histórico
c) Exame radiográfico; familiar – tudo isso corrobora pra o plano
d) Exames laboratoriais de tratamento.

Exame clínico b) Exame físico


➢ Extrabucal:
É composto pela anamnese detalhada e pelo
exame físico intra e extra oral. Busca por sinais que podem indicar alguma
condição com influencia no periodonto; seguindo
a) Anamnese uma sequência clínica lógica, buscando por
Trata-se de uma entrevista para coletar o possíveis manchas em diabéticos, sinais de
maior número de informações sobre o paciente que síndromes q influenciam no periodonto (síndrome
possam estar relacionadas com a doença. Essa de Cowden; síndrome da papillon-lefèrvre).
entrevista começa com a coleta de dados básicos OBS: as vezes a consulta ao dentista é o diagnóstico inicial para
do paciente; logo após começamos um questionário algumas doenças e síndromes sistêmicas.
com os pontos: ➢ Intrabucal:
➢ Queixa principal: indícios de doença Busca por sinais (alterações em tecidos
relatados pelo paciente - sangramento moles, por meio de avaliação visual e palpação) que
durante a escovação, migração dental e podem indicar alguma condição que possa ter
abertura de espaços entre os dentes influência no periodonto. Como doenças
(perda de inserção dental, e da posição sistêmicas, problemas endodônticos, oclusão
da língua, bochechas ou lábios que traumatogênica e presença de cavidades,
desequilibram a posição dos dentes restaurações defeituosas e raízes residuais.
fazendo com que eles migrem),
exposição radicular e inchaços ➢ Exame periodontal: se inicial pelo exame
associados a abscessos. visual procurando alterações
➢ Histórico médico: é importante considerar inflamatórias (mudança de cor –
que existe hábitos, condições e aspectos vermelhidão/eritema, perda de contorno -

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edema, condição do tecido – friável e deve ser inserida na face distal e deslizada por
brilhante); após isso se inicia os exames dentro do sulco para os outros pontos.
de sondagens.
O sangramento é definido por = Nº de pontos
Sondagem periodontal: marcados x 100/ nº de pontos presentes na boca. O
resultado é expresso em porcentagem. é aceitável
O exame de sondagem tem a função de
o paciente com < 30%.
auxiliar na detecção do biofilme dental – índice de
placa; identificar o estado inflamatório do tecido OBS.: quando há um sangramento repetitivo no mesmo ponto, por
ações diferentes, a progressão da doença é maior.
gengival – índice de sangramento à sondagem;
diagnosticar bolsas periodontais, perda de inserção A ausência do sangramento indica
e defeitos de bifurcação. estabilidade periodontal. Para que o paciente seja
classificado como portador de periodontite ele
Usamos a sonda OMS, para o exame
precisa ter, além da presença do sangramento, o
simplificado; a Carolina do norte ou Wiliams, para o
nível de inserção >3 mm em sítios interproximais ou
detalhado; e a Nabers, pra identificação de lesão de
faces livres com profundidade de sondagem >3 mm
furca.
de dentes não adjacentes.
• Índice de placa: presença de biofilme
• Profundidade à sondagem

Primeiro passo é identificar a qualidade do


controle de placa do paciente, pra isso é necessário A profundidade de sondagem é considerada
o preenchimento de um diagrama, que nos diz normal < 3mm. Ao exame radiográfico, a condição
quantos porcento da das faces dos dentes não de saúde periodontal apresenta a distância da crista
conseguem ser higienizadas corretamente. óssea alveolar a JCE de até 2mm, mostrando que
O para identificar essa placa, usamos não houve reabsorção óssea naquela região.
corantes capazes de corar a placa do paciente, e Na gengivite, também, espera-se encontrar
logo em seguida marcamos no diagrama as faces profundidade de sondagem < 3mm, a menos que
pintadas. exista um edema gengival e a formação de uma
Quando usamos a sonda para metrificar a placa, bolsa falsa. Apesar do sangramento gengival
percorremos as faces (distal, vestibular, também não se espera encontrar sinais de
palatino/lingual e mesial) dos dentes do paciente reabsorção óssea na radiografia.
com a sonda, se a sonda sair suja, marcamos no
diagrama. Na periodontite, a profundidade de
sondagem deve ser >3 mm em pelo menos 2 sítios,
O IP é definido por = Nº de faces coradas x acompanhada também do nível de inserção clínica
100/ nº de faces dos dentes presentes. O resultado >3 mm. Nesses casos, é comum que haja
é expresso em porcentagem. é aceitável o paciente sangramento, sinais de inflamação, e,
com < 30% de IP. principalmente, deve ser observada pelas imagens
• Sangramento à sondagem reabsorção óssea, confirmando o diagnóstico de
perda de inserção.
Quando realizamos a inserção da sonda
OBS.: a sondagem sozinha não é capaz de definir se houve
para avaliar a profundidade, também levamos em
reabsorção óssea, pois, algumas vezes pode ser o caso de
consideração se houve sangramento. Essa pseudobolsas. Nesses casos é observados sangramento e
avaliação é feita em 6 sitos (disto-vestibular, profundidade de sondagem >3 mm. Porém é visto um crescimento
gengival/edema com a ponta da papila atingindo quase a metade da
vestibular, mesio-vestibular, disto-lingual/palatina,
coroa do dente. Nesse caso a profundidade de sondagem fica
palatina/lingual e mesio-palatina/lingual); a sonda aumentada pela falsa bolsa.
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• Recessão gengival sonda fica retida na região de bifurcação, isso indica
que já houve reabsorção óssea entre as raízes
Consiste na
daquele dente, ou seja, temos uma lesão de furca.
identificação da altura das
recessões gengivais, caso A lesão de furca é classificada de acordo
elas existam. A recessão com seu grau em Grau I, II ou III.
consiste na migração da
1. Grau I: não excede 3mm;
margem gengival
2. Grau II: houve uma reabsorção, mas não do
apicalmente, que é a medida da distância da JCE à
osso como um todo, então a sonda não entra
margem gengival. É medida com a sonda Carolina
totalmente;
do Norte ou Willians. Deve ser medida em 6 pontos,
3. Grau III: houve uma reabsorção do osso
da mesma maneira que a sondagem de
alveolar, permitindo que a sonda passe de
sangramento.
um lado ao outro.
• Nível se inserção clínica (NIC)
• Classificação da mobilidade dental
Mede, clinicamente, a perda de inserção, a
perda de tecidos periodontais de um dente. Quando A mobilidade dental reflete a quantidade da
essa medida é feita com a sonda, ela consiste na perda de inserção que o dente sofreu, decorrente
medida da JCE até a base do sulco/bolsa de uma perda severa de inserção.
periodontal. OBS.: existem mobilidades que não são causadas por perda de
inserção, como a mobilidade causada por força oclusal excessiva.
1. Quando não há recessão gengival o valor do
NIC é muito parecido com o valor da 1. Grau I: <1mm no sentido horizontal. É uma
profundidade de sondagem, se não houver mobilidade bastante discreta;
edema. 2. Grau II: > 1mm no sentindo horizontal;
2. Quando há recessão gengival o valor do NIC 3. Grau III: mobilidade nos sentidos horizontal
é medido pela soma da recessão gengival e vertical (intrusão).
com o valor de profundidade de sondagem. OBS.: Esse teste nunca deve ser realizado com os dedos, utiliza-se
3. Quando a JCE não está visível, usamos a o cabo de dois instrumentais.
sensibilidade tátil para identifica-la, isso em
• Exame radiográfico
casos de não recessão. Assim, a distância
entre a margem gengival e a JCE, em Uma vez identificada a presença de bolsas
normalidade, costuma ser de 0,5 a 1mm. periodontais e de NIC > 3 mm, é necessária a
Nessa condição, o NIC é a subtração da solicitação de exames de imagem para
profundidade de sondagem menos a complementar. As mais indicadas são as
distancia da JCE e margem gengival. radiografias periapicais. Elas nos fornecem
OBS.: apenas o NIC não nos diz sobre a saúde periodontal do
informações sobre:
paciente. Pode haver situações nas quais os valores do NIC são os
mesmos, mas a condição de saúde é diferente.
1. Perda de inserção;
2. Presença de lesões de furca e defeitos
ósseos verticais;
3. Presença de lesões endodônticas;
4. Presença de sinais de sobrecarga/trauma
oclusal (aumento do espaço do ligamento
periodontal).
• Avaliação da lesão de furca
Para analisar se existe ou não lesão de furca • Exames laboratoriais
é utilizada a sonda Nabers, que é curva e inserida São solicitados em casos de suspeita de
entre as raízes de dentes multiradiculares. Se essa alguma doença sistêmica não diagnosticada e de
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maneira rotineira para avaliação pré-operatória ➢ Raspagem supragengival (remoção do
(Hemograma, coagulograma, glicemia em jejum). cálculo supragengival);
➢ Remoção de fatores de retenção de placa
A partir da coleta de todos os dados
(Coroas e restaurações mal adaptadas,
necessários, por meio dos exames clínicos, de
Cárie, Lesões endodônticas,
imagem e laboratorial, chegaremos à definição de
Exodontias...)
diagnóstico do paciente.
A necessidade de outros tratamentos que
Plano de tratamento em periodontia
irão permitir um melhor controle de placa para o
paciente é fundamental nesse primeiro momento,
Tem como objetivo:
pois, se for pulado para a raspagem subgengival ou
• Prevenir a progressão da doença periodontal para o tratamento cirúrgico, por exemplo, sem fazer
por meio da eliminação da infecção; a remoção desses fatores, provavelmente não se
• Restabelecer a saúde periodontal; terá um tratamento eficiente, já que o fator
• Prevenir a recorrência da doença etiológico primário da doença periodontal (acumulo
periodontal; de biofilme) não vai ser controlado de maneira
• Redução do nível de sangramento para um adequada a médio e longo prazo.
índice de <25%;
b) Terapia básica
• Redução do número de bolsas periodontais ➢ Raspagem radicular: remoção de placa e
> 5mm; cálculo da superfície radicular.
• Nenhuma bolsa > 5mm de estar presente ➢ Alisamento radicular: técnica de
parar considerar um indivíduo com saúde instrumentação pela qual o cemento
periodontal; amolecido é removido e a superfície
OBS.: Quando não se consegue reduzir a bolsa periodontal a < 5mm radicular fica lisa e dura.
é necessário que o paciente retorne em intervalos menores para a ➢ Debridamento: remoção de placa e/ou
terapia de suporte.
cálculo da superfície radicular sem
• Ausência de lesões de bifurcação classe III; remoção intencional da estrutura dental.
• Ausência de dor; OBS.: na raspagem subgengival nota-se a superfície da raiz rugosa.
• Satisfação do paciente
c) Terapia cirúrgica
OBS.: ocasionalmente o tratamento periodontal pode resultar em
recessão gengival e perda do contorno da papila, devendo ser Após 30 a 45 dias da terapia não-cirúrgica o
avisado ao paciente esse risco; algumas sequelas da periodontite
paciente é reavaliado, e, se houver necessidade, a
podem ser tratadas cirurgicamente e/ou com reabilitação protética.
terapia periodontal cirúrgica é recomendada
(normalmente em casos de periodontite grau III e
IV).
➢ Cirurgias conservadoras: envolvem muito
pouco a remoção/alteração da forma do
osso alveolar: Retalho de Kirkland;
Retalho de Widman modificado; Retalho
de takei;
➢ Cirurgias ressectivas: oferecem nova
a) Terapia inicial morfologia para o osso: gegivectomia;
➢ Oferecer ao paciente informações sobre retalho de Widman; retalho de Neumann;
a doença; retalho de Friedman;
➢ Orientações sobre o autocontrole de ➢ Cirurgias reconstrutivas: correção de
placa; defeitos como lesões de furca e defeitos
verticais.
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➢ Cirurgias regenerativas: substitutos
ósseos; regeneração tecidual
➢ Cirurgias mucogengivais: recobrimento
radicular; defeitos de rebordo; perda de
papila;

d) Terapia periodontal de suporte

O plano de tratamento de um paciente com


periodontite sempre vai incluir o acompanhamento
após a terapia ativa. Ela tem o objetivo de impedir a
recorrência da periodontite.

Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
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Classificação das doenças
c) Estabilidade da doença periodontal: em
um periodonto reduzido (já apresentou
periodontais reabsorção óssea), observa-se inflamação
mínima, ótima resposta terapêutica e
As classificações das doenças periodontais, controle dos fatores modificadores. O
e periimplantares, foram propostas em 2017, para objetivo primordial da terapia.
um diagnóstico e um plano de tratamento assertivo d) Controle/remissão da doença
para os pacientes, e colaborar para etiologia, periodontal: em um periodonto reduzido,
patogênese, história natural e tratamento das observa-se diminuição significante da
doenças e condições. inflamação mínima, melhora dos parâmetros
clínicos e estabilização da progressão da
Doenças e condições periodontais: doença, entretanto sem controle dos fatores
modificadores.

Gengivite induzida pelo biofilme dental

Exibe padrões variáveis de sinais e sintomas


de inflamação que são localizados na gengiva e se
iniciam em decorrência do acúmulo de biofilme
microbiano sobre os dentes.
Doenças e condições periimplantares: saúde
Os sinais e sintomas são limitados a gengiva;
periimplantar, mucosite periimplantar, periimplantite
sendo eles oriundos da presença da placa bacterina
e defeitos nos tecidos periimplantares.
(biofilme). Os sinais clínicos são os da inflamação:
Saúde periodontal e gengival edema (aumento do contorno gengival), eritema
(vermelhidão), sangramento ao estimulo e halitose.
Existem 4 tipos de saúde periodontal
classificadas: Usualmente, não há evidências que o
paciente ao apresentar GIBD irá sofrer uma perda
a) Saúde periodontal plena: quando há total de estruturas de suporte. A gengivite é revertida
ausência de inflamação clinica e vigilância quando há a remoção do fator etiológico; é possível,
imune fisiológica em um periodonto com que o paciente apresente uma perda de inserção
suporte normal (ausência de perda óssea ou clinica no futuro.
de inserção). Não é observada clinicamente
(histologicamente não seria visto a) Associada apenas ao biofilme dental
mediadores e células inflamatórias). bacteriano;
b) Saúde periodontal clínica: ausência ou
níveis mínimos de inflamação clinica em um
periodonto com suporte normal.

Gengivite associada
apenas ao biofilme,
generalizada e severa

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Localizada: 1 dente ou
Localizada: < 30% dos um grupo de dentes
dentes
Extensão
Extensão
Gereralizada: vários
Gereralizada: > 30% dos dentes da boca
dentes

Classificação
Classificação

Leve: mudanças Leve: papilas


discretas de cor e interdentais
textura;

Moderada: área com Moderada: papilas


eritema, edema, Severidade interdentais e margem
aumento gengival e gengival
Severidade
sangramento à
sonsagem;
Severa: papilas
interdentais, margem
Severa: severo eritema gengival e gengiva
e edema e sangramento inserida
ao toque.

Doenças gengivais não induzidas por


b) Com fatores modificadores potenciais; biofilme
Existe diversos fatores e condições, do A gengiva humana pode exibir diversas
próprio paciente, que contribuem para a instalação lesões não induzidas por placa. Estas podem
e agravamento da doença periodontal. representar manifestações de condições
Condições sistêmicas
sistêmicas, bem como mudanças patológicas
• Hormônios Sexuais
limitadas aos tecidos gengivais.
• Puberdade; ciclo menstrual; gravidez e contraceptivos orais.
• Hiperglicemia; O curso clinico das lesões não induzidas por
• Leucemia; placa pode ser impactado pelo seu acúmulo e,
• Tabagismo;
consequente inflamação gengival.
• Má nutrição
Outros fatores que aumentam o acúmulo de placa a) Desordens genéticas/de
• Margem subgengival de restaurações com sobrecontorno; desenvolvimento:
• Hipossalivação
➢ Fibromatose gengiva hereditária: doença
c) Aumento gengival influenciado por gengival rara, relacionada a mutação
drogas genética. Clinicamente caracterizada por
crescimento gengival em graus variados,
Drogas antiepiléticas que independe do controle do biofilme.
• Fenitoína; Os pacientes são, frequentemente,
• Valproato de sódio; submetidos a vários procedimentos
Bloqueadores dos canais de cálcio cirúrgicos para remoção desse tecido
• Nifedipina;
extra, que continuam a se desenvolver
• Verapamil;
• Diltiazem; (alta taxa de remissão).
• Amlodipina;
• Felodipina
Imunossupressores
• Ciclosporina

Contraceptivos orais (altas doses)

b) Infecções especificas;

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O diagnóstico do cirurgião-dentista para o Epúlide fibrosa;
essas infecções, por vezes é primordial para o o Granuloma fobroblástico
tratamento da doença ainda no início do seu calcificante;
desenvolvimento. o Granuloma piogênico (epúlide
vascular);
➢ Origem bacteriana
o Granuloma periférico de células
o Doenças periodontais necrosantes
gigantes (ou central);
(Treponema spp.; Fusobacterium
e) Neoplasias;
ssp; Prevotella intermedia e
➢ Pré-malignas;
outros);
o Leucoplasia;
o Gonórreia (Neisseria
o Eritroplasia;
gonorrhoeae);
➢ Malignas;
o Sífilis (Treponema pallidum);
o Carcinoma de células escamosas;
o Tuberculose (Mycobacterium
o Leucemia;
tuberculosis);
o Linfoma
o Gengivite Ectópica (cepas de
f) Doenças endócrinas, nutricionais e
Streptococcus)
metabólicas;
➢ Origem viral
➢ Deficiências vitamínicas: escorbuto (VIT
o Doença mão-pé-boca (Coxsackie
C);
virus);
o Herpes simples ½ primária ou Possui características muito similares a
recorrente; gengivite por biofilme; contudo, mesmo com a
o Varicella-zoster vírus; remoção do biofilme a gengivite não regride; sendo,
o Molluscum contagiosum vírus; assim, necessário lançar mão de exames
o Papiloma de células escamosas, complementares.
condiloma acumanatum, verga
g) Lesões traumáticas;
vulgaris e hiperplasia epitelial focal
➢ Injurias físicas/mecânicas;
(Human papiloma vírus);
o Queratose friccional;
➢ Origem fúngica
o Úlceras gengivais induzidas por
o Candidose;
escovação;
o Outras micoses
o Injurias falsas (autoinduzida)
c) Condições e lesões inflamatórias e
➢ Injurias químicas (toxicas);
imunes;
o Adesivos;
➢ Reações de hipersensibilidade;
o Clorexidina;
o Alergia por contato;
o AAS;
o Plasma cell gingivitis;
o Cocaína;
o Eritema multiforme;
o H2O2;
➢ Doenças autoimune de pele e mucosas;
o Detergentes dos dentifrícios;
o Pênfigo vulgar;
o Paraformaldeídos ou Ca(OH)2;
o Penfigóide;
➢ Injurias térmicas;
o Líquen plano;
o Queimaduras da mucosa;
o Lupus eritematoso;
h) Pigmentação gengival;
➢ Condições inflamatórias granulomatosas
➢ Pigmentação gengival/melanoplasia;
(granulomatose orofacial);
➢ Melanose do fumante;
o Doenças de Crohn;
➢ Pigmentação induzida por drogas
o Sarcoidose
(antimalária, minociclina);
d) Processos reativos;
➢ Tatuagem por amalgama;
➢ Epúlides;

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Doenças periodontais necrosantes gengival, pseudomembrana, halitose e dor; extra
bucal: febre, linfadenopatia e sialorreia.
Tem uma baixa prevalência, representam as
condições de maior severidade relacionadas ao
biofilme dental, levando a rápida destruição
tecidual; os pacientes relatam um quadro de dor
intensa; e é considerada uma doença aguda.
a) Gengivite necrosante:

Suas principais clinicas principais são:


necrose e ulcera da papila, sangramento gengival, Periodontite
pseudomembrana, halitose e dor; extra bucal:
febre, linfadenopatia e sialorreia. Inflamação associada a microrganismos e
mediada pelo hospedeiro que resulta em perda de
inserção periodontal (reabsorção óssea e migração
do epitélio juncional para uma região mais apical,
formando as bolsas periodontais). É classificada
em:
a) Estágios – baseados na
severidade/gravidade e complexidade de
manejo;
b) Periodontite necrosante
b) Extensão;
Tem como característica clinica principal a c) Graus – evidência ou risco de progressão
necrose e ulcera da papila, sagramento gengival, rápida
pseudomembrana, halitose e dor; como
Os sinais clínicos
característica extra bucal: febre, linfadenopatia e
da periodontite são:
sialorreia. É característica a destruição óssea,
inflamação gengival
perda de inserção e sequestro ósseo.
(alteração na cor e na
OBS.: ocorre nos pacientes que já têm periodontite; e a manifestação textura – coloração
desses casos podem estar associados a indivíduos que estão
passando por um período de um período de imunossupressão, e tem
mais avermelhada e
uma correlação com o estresse. brilhante, com um
tecido mais friável),
sangramento à
sondagem, aumento na
profundidade de
sondagem e perda de inserção clínica. Existe,
ainda, alguns sinais que são variáveis, como a
hiperplasia gengival, recessão gengival, lesão de
furca, mobilidade dentária e migração patológica
c) Estomatite necrosante (quando o dente muda de posição decorrente da
perda de inserção, posição da língua e outros
É assim chamada, quando há exposição
tecidos); estes são sinais que variam de acordo com
óssea ao longo da mucosa alveolar em pacientes
a evolução e gravidade da doença.
sistemicamente comprometidos.
A periodontite pode estar associada ou
As principais características clinicas são:
modificada por fatores sistêmicos e/ou ambientais.
necrose e ulceração da papila, sangramento
Quanto aos sistêmicos se tem diabetes e infecção

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por HIV, e ambientais, tabagismo e estresse ➢ Tumores odontogênicos;
crônico. ➢ Outras neoplasias primárias dos tecidos
periodontais;
Um paciente é diagnósticado com periodontite se ➢ Neoplasias metastáticas secundárias dos
• O NIC interdental é detectável em >2 não adjacentes;
tecidos periodontais;
• NIC >3 mm com bolsa, >3mm é detectável em >2 dentes.
• Outras doenças:
Um paciente não é diagnósticado com periodontite se o NIC
observado for atribuído a causas não periodontais, como: ➢ Granulomatose com poliangite;
• Recessão gengival de origem traumática; ➢ Histiocitose de células de langerhans;
• Cárie dentária que se estende à área cervical do dente;
➢ Granuloma de células gigantes;
• A presença de NIC na face distal de um segundo molar
associada à má posição ou à exodontia de um terceiro molar; ➢ Hiperparatireoidismo;
• Uma fratura radicular vertical; ➢ Esclerose sistêmica;
• Uma lesão endodôntica associada ao periodonto marginal
➢ Doença óssea vanishing
• Classificações da periodontite:
Doenças ou condições sistêmicas que
afetam os tecidos periodontais e de
suporte

Desordens sistêmicas que têm grande


impacto na perda de tecido periodontal:

• Desordens genéticas:
➢ Doenças associadas com desordens
imunológicas;
➢ Doenças que afetam a mucosa oral e o
tecido gengival;
➢ Doenças que afetam o tecido conjuntivo;
➢ Doenças endócrinas e metabólicas
o Diabetes mellitus e hiperglicemia
crônica;
o Obesidade
• Doenças de imunodeficiência adquiridas;
• Doenças inflamatórias;
Periodontite como manifestações de • Estresse emocional;
doenças sistêmicas • Hipertensão;

Há condições que podem causar destruição Abscessos periodontais e lesões


da inserção periodontal independente da endodôntico-periodontais
periodontite induzida por placa, sem condições
incomuns ou muito raras. O diagnóstico costuma a) Abscessos periodontais
ser feito por biópsia e histopatológico. Acumulo de pus localizado dentro das
Dada a natureza destrutiva das condições, paredes gengivais da bolsa periodontal, com o
frequentemente não há reparo (ou estagnação) colapso periodontal ocorrendo em um período de
após o tratamento, e a exodontia costuma ser parte tempo e sintomatologia facilmente detectável.
do tratamento. OBS.: não necessariamente vai precisar de uma intervenção.

• As neoplasias Tem como principal característica clínica: dor


➢ Carcinoma de células escamosas; (de moderada a severa), edema e exsudato
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purulento. Como característica secundárias: bolsas Forças oclusais traumáticas
periodontais, sangramento à sondagem, mobilidade
dental e perda óssea. Como característica clinica a) Força oclusal excessiva
extrabucal: edema facial, temperatura corporal
Força oclusal que excede a capacidade de
elevada, mal-estar e linfadenopatia. reparação do aparato de inserção periodontal, que
resulta em trauma oclusal e/ou desgaste excessivo
da estrutura dental.
b) Trauma oclusal

Injuria resultante das mudanças teciduais no


aparato de inserção, incluindo ligamento
periodontal, osso alveolar de suporte e cemento,
que resulta de forças oclusais.
Ela não inicia uma doença periodontal
induzida por placa; e não parece existir evidencias
de que essas forças causem abfração ou recessão
gengival.
OBS.: quando o abscesso surge decorrente de uma raspagem, é O diagnóstico de trauma oclusal pode incluir:
porque ficou algum resto de calculo dentro da bolsa, promovendo o
seu selamento; nesse caso não há saída do liquido crevicular, ➢ Mobilidade progressiva do dente;
ficando retido, gerando a formação de exsudato purulento. ➢ Frêmito;
b) Lesões endoperiodontais ➢ Discrepâncias oclusais/desarmonias;
➢ Facetas de desgaste;
Condições que envolvem simultaneamente ➢ Migração do dente;
os tecidos pulpares e periodontais e podem ocorrer ➢ Fratura dentária;
nas formas agudas e crônicas. ➢ Sensibilidade térmica;
Tem como principais características: bolsas ➢ Reabsorção radicular;
periodontais profundas próximas ou alcançando o ➢ Espessamento do espaço do ligamento
ápice radicular, resposta negativa ou alterada aos periodontal ao exame radiográfico
testes de vitalidade pulpar; como características O trauma oclusal pode ser dividido em:
secundárias: reabsorção óssea na região de ápice
ou furca, dor espontânea ou à palpação ou ➢ Primário: força oclusal sob um dente que
percussão, exsudato purulento, mobilidade dental e possui todo o aparato de inserção, que
alterações de cor da gengiva e da coroa dental. ainda assim promove alterações no
tecido, como aumento do ligamento
periodontal;
➢ Secundário: forças oclusais sob um dente
que possui um desgaste na estrutura de
sustentação.
OBS.: a força considerada é menor em um dente com perda de
estruturas, essa força é capaz de gerar uma movimentação dos
dentes.

OBS.: mesmo indivíduos que foram tratados da periodontite,


precisam de uma reabilitação para que essas forças não sejam
traumáticas

Moisés Santos|@eumoisesantos Odontologia UFPE – Periodontia – 2021.1


Fatores relacionados a dentes e próteses

Condições gengivais em torno dos dentes naturais:


a) Fenótipo gengival;
b) Recessão gengival ou de tecidos moles;
c) Ausência de gengiva;
d) Profundidade do vestíbulo diminuída;
e) Posição aberrante do freio/muscular;
f) Excesso gengival;
g) Cor anormal;
h) Condição da superfície radicular exposta

Fatores relacionados ao dente que modificam ou


predispõem às doenças gengivais induzidas por
placa/periodontite:

a) Fatores anatômicos dos dentes;


b) Fraturas radiculares;
c) Reabsorção radicular gengival;
d) Proximidade radicular;
e) Erupção passiva alterada

Fatores locais relacionados a próteses:


a) Margem de restauração dentro dos tecidos
de inserção supracrestais;
b) Procedimentos clínicos relacionados a
produção de restaurações indiretas;
c) Reações de hipersensibilidade/toxicidade
aos materiais dentais

Referências:

LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e


Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

Moisés Santos|@eumoisesantos Odontologia UFPE – Periodontia – 2021.1


Terapia periodontal não cirúrgica Estratégias utilizadas para o tratamento da doença periodontal:

•Eliminação de fatores etiológicos;


A doença periodontal é uma patologia •Modulação da resposta imune;
infecciosa, que tem como fator etiológico o acumulo •Estímulo de reparo ou regressão da doença
de biofilme dental associado a resposta inflamatória Procedimentos da terapia não cirúrgica:
desregulada do indivíduo. Ela sofre influencias de
fatores locais e sistêmicos. • Instrumentação não cirurgica;
• Eliminação/controle de fatores secundários;
• Controle pessoal do biofilme;
• Utilização de microbianos;
• Modulação da resposta imune

Instrumentação periodontal

A instrumentação periodontal consiste na


remoção do biofilme de sobre a superfície dentária,
causando a desagregação de maneira mecânica.
A terapia periodontal no geral objetiva: Tem como objetivo a remoção/eliminação do
biofilme e manchas, sendo feita por raspagem e/ou
profilaxia/polimento.
Prevenção, eliminação ou controle da doença;
OBS.: as bactérias do biofilme, por estarem imersas em uma matriz
polimérica, tornam-se menos susceptíveis a ação de uma resposta
imune eficaz e da atuação de antimicrobianos.
Recuperação dos tecidos perdidos (considerado que algumas
das doenças periodontais levam a destruição grave dos tecidos,
a terapia tem algumas limitações); • Raspagem
Tem como objetivo principal a remoção do
Manutenção dos resultados conseguidos; biofilme mineralizado (cálculo), podendo ser
subdividida em: supragengival e subgengival +
alisamento radicular. E como objetivo secundário,
A terapia não cirúrgica é a base do tem-se a eliminação de manchas.
tratamento para a doença periodontal, OBS.: a raspagem subgengival deixa a estrutura irregular, que
independente da necessidade posterior, de terapia facilita a deposição do biofilme; sendo assim é feito um alisamento,
visando reestabelecer a lisura da superfície.
cirúrgica. Em alguns casos, ela pode ser a única
forma de tratamento ativo. É uma etapa pré- OBS.: dividimos em raspagem supragengival; RACR (raspagem sub
e supragengival) e RAR (raspagem e alisamento radicular).
cirúrgica, e tem a capacidade de diminuir/debelar a
inflamação. Ela é essencial para a manutenção dos OBS.: sempre começamos pela raspagem supra e depois sub.

resultados. ➢ Instrumental
OBS.: reduz o sangramento transoperatório, e proporciona um tecido
mais firme para incisões mais precisas.
Se dividem em: manuais ou automatizados,
estes podem ser sônicos (sua ponta vibra até
No plano de tratamento, a terapia não 7000Hz) ou ultrassônicos (22000 – 40000 Hz).
cirúrgica é realizada em:
OBS.: os sônicos são acoplados como uma caneta de alta rotação,
• Urgências/terapia sistêmica; e os ultrassónicos são ligados à tomada.

• Terapia inicial/básica; Ultrassônicos: indicados para cálculo supragengival


• Terapia restauradora; e, com pontas de pequenos diâmetros, podem ser
• Nova OHB; utilizados subgengivalmente em locais de difícil
• Terapia de suporte acesso. Atuam pela vibração da ponta do
instrumento, que gera ondas ultrassônicas, que
removem o biofilme, o cálculo (as ondas
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ultrassônicas fraturam o cálculo) e as bactérias PROTOCOLO ORIGINAL (DBT)
(remoção de bactérias através da água do sistema
• RACR em 24h (dividida 2 sessões)
de refrigeração do instrumento, e pela cavitação, • Irrigação subgengival gel de clorexidina 1% (3x em 10min) -
repetido após 8 dias
que consiste na vibração do equipamento + água,
• Escovação de lingua com gel de cloreidina 1%;
formando bolhas que explodem na superfície do • Bochechos de clorexidina 0,2% durante 14 dias
biofilme e matam as bactérias.);
OBS.: não diferenças significativas entre os protocolos; levamos em
Aparelhos: Piezoelétricos e Magnetorrestritivos; A consideração o custo, o tempo, o conforto e a preferência. O controle
de placa é essencial.
diferença está na forma com que as pontas vibram
em cada um. Piezo- pendular/ magneto- elíptica. • Efeitos da instrumentação
OBS.: quando o calculo é quebrado, as bactérias presentes são
É observado, do ponto de vista
liberadas.
microbiológicos, efeitos quantitativos – redução do
OBS.: os instrumentos manuais e de ultrassom diferem no
numero de bactérias, permitindo que o sistema de
mecanismo de ação, embora os estudos comprovem que sua
efetividade é similar. O ultra exige um esforço menor e é mais rápido, defesa atue de uma forma mais eficaz; quanto aos
mas, tem-se associado a ocorrência de sensibilidade pós operatória efeitos qualitativos – quando as bactérias
após o tratamento.
anaeróbicas são removidas, a população de
• Profilaxia/polimento bactérias aeróbicas tende a se desenvolver, se
associando a saúde periodontal.
É indicado para a remoção do biofilme não
mineralizado manchas e remoção do evidenciador Quanto aos efeitos teciduais, teremos
de placa, pode ser feita de maneira isolada ou após redução da inflamação, do sangramento e da
a raspagem (com a função de deixar a superfície profundidade de sondagem; no tecido ósseo pode
menos rugosa). É realizada com pastas abrasivas haver remodelação, não havendo ganho. Nos
(pastas profiláticas ou pasta de pedra pomes + dentes, é observado a redução da mobilidade.
água) e jato de bicarbonato. OBS.: comumente, não é observada a reversão do quadro de
mobilidade, pois ele deve estar associado a outros fatores, como a
OBS.: ATF (aplicação tópica de flúor), geralmente, é feita após a
presença de contatos oclusais inadequadas e falta de suporte ósseo
raspagem, pois ela desgasta a superfície dentária, sendo capaz de
por doenças passadas.
causar sensibilidade pós-operatória. Deve ser aplicada na região
trabalhada.
• Limitações
• Protocolos de instrumentação A depender da profundidade da bolsa
Organização das sessões de instrumentação, (>5mm), há uma dificuldade na remoção do
dividida em: biofilme; além disso, se tem a possibilidade de
recolonização (se não remover todo biofilme
➢ Convencional: divide-se a boca em presente naquela região). a raspagem não elimina
sextantes ou quadrantes; sendo a as bactérias de dentro da gengiva, e isoladamente
quantidade de sextantes trabalhadas de não garante sucesso; é necessária a colaboração
acordo com a quantidade de cálculo. A do paciente.
cada semana é trabalhada 1 sextante.
➢ Boca toda: é feito em 24h. Leva-se em Eliminação de fatores secundários
consideração que as áreas que foram
raspadas, possam ser recolonizadas Consiste na eliminação de fatores que
pelas áreas ainda com cálculo. Além colaborariam para a reinstalação do biofilme de
disso, a quantidade de bactérias que são maneira patogênica. E deve ser pensando antes,
jogadas na corrente sanguínea poderia durante e após a instrumentação.
provocar uma resposta imune • Fatores de retenção de biofilme
desregulada. (restaurações em excessos; correção de
OBS.: ainda não se sabe ao certo a influência da resposta imune. apinhamentos);
• Forças oclusais traumáticas;
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• Fatores modificadores gerais (tabagismo; limitada. Ex.: pomidronato, aledornato e ácido
diabetes) zoledônico.

Modulação da resposta imune Utilização de laser na periodontia

Sendo a resposta imune desregulada, a • Laser de alta potência


principal responsável pela destruição tecidual, seu ➢ Remoção de cálculo;
controle adequado pode corroborar para a ➢ Aquecimento e ablação: a luz do laser é
progressão do tratamento. absorvida por água e hidroxiapatita
(componentes do cálculo). Há o
A MRI não visa substituir as terapias
aquecimento do cálculo ocasionado sua
tradicionais, e sim, estar associadas a elas; também
fratura;
não é um objetivo a supressão da reposta, o que
➢ Er: YAG – tipo de laser mais preconizado;
levaria uma influência negativa.
➢ Eficácia equivalente a métodos
• Doxiciclina em doses sub- tradicionais;
antimicrobianas ➢ Utilização restrita

É um antibiótico da classe das tetraciclinas,


• Laser de baixa potência
que, na periodontia, são usados em uma dose não
➢ Comumente é utilizado o Laser diodo;
bactericida, nem bacteriostática, mas uma dose
➢ Efeito fotoquímico;
suficiente para inibir as mataloproteinases, além de
➢ Finalidades: Redução carga microbiana;
limitar a inflação, reduzir a perda óssea, aumentar
Redução dor/inflamação; Estimulação de
os níveis de inserção clinica e não induzem a
reparo pós-cirurgia; Redução
resistência das bactérias.
hipersensibilidade dentária.
➢ Periostat (Hiclato de Doxiclina 20mg);
Terapia em desenvolvimento
➢ Indicada para Periodontite refratária
moderada/severa, principalmente nos
• Probióticos;
casos que não responderam ao
• Choque extracorpóreo;
tratamento inicial;
• Campos elétricos;
➢ Uso diário durante 9 meses;
• Polimentos com pó de glinica;
OBS.: não é muito utilizado no BR- custo e adesão ao tratamento.
• Oxigenico hiperbárico;
• AINES • Estatinas;
• Teriparatida;
Os anti-inflamatórios não esteroides
• Comidas, plantas, sementes;
(AINES), são drogas que inibem a produção dos
• Vacinação, engenharia tecidual e terapia
mediadores da inflamação, limitando a progressão
genica;
da doença periodontal. Não são comumente
• Resolvinas
utilizados na terapia periodontal por conta de seus
efeitos adversos potencialmente sérios,
principalmente no trato gastrointestinal e no sist.
Referências:
cardiovascular.
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
• Bisfosfonatos
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Inibem as atividades dos osteclastos e a Guanabara Koogan, 2010.
reabsorção óssea; são usadas no tratamento de
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
osteoporose, doença de paget e tumores
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
odontogênicos; por seu uso estar associado ao
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
desenvolvimento de osteonecrose, sua indicação é
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Antibióticos no tratamento da
remover o cálculo e os resíduos bacterianos, o que
é considerado crucial na terapia periodontal.
doença periodontal OBS.: a remoção do biofilme é um pilar fundamental para o sucesso
das terapias periodontais, e resolução da gengivite ou da mucosite
peri-implantar.
Os antibióticos são medicamentos que
eliminam ou bloqueiam a multiplicação de bactérias É importante considerar que a
em concentrações que são relativamente inócuas instrumentação mecânica sozinha não é capaz de
aos tecidos do hospedeiro e podem ser usados para remover completamente os patógenos periodontais
tratar as infecções causadas por bactérias. São em todos os locais; pois algumas bactérias estão
agentes microbianos, que são compostos por incessíveis aos instrumentais, estando instaladas
antivirais, antifúngicos e antiparasitários. em concavidades, lacunas, túbulos dentinários e,
até mesmo, em tecidos moles invadidos.
A efetividade da terapia vai depender das
células chegarem no local infectado, para atingir as Existe a possibilidade de que, mesmo após a
bactérias-alvo. Ao atingir essas bactérias, o raspagem, a bolsa não regrida como deveria; diante
antimicrobiano pode agir de duas formas: como disso, não se deve insistir na raspagem, visando
bactericida ou como bacteriostático, podendo ser evitar traumas substanciais aos tecidos.
de espectro amplo ou estreito. OBS.: alguns locais podem ser reinfectados após o tratamento, por
outros sítios contaminados.
OBS.: o uso generalizado de antibióticos tem levado ao
desenvolvimento de bactérias super-resistentes.
Características específicas da infecção
Princípios do uso de ATB’s em periodontal
periodontia
É importante entender que os micro-
A não remoção do biofilme de maneira organismos, nos depósitos subgengivais, podem
adequada, leva a instalação de uma infecção, causar danos aos tecidos sem penetra-los; a
manifestando sinais e sintomas das DP. Quando a invasão e a multiplicação das bactérias nos tecidos
placa supragengival não é removida ela alcança um periodontais não são indispensáveis para o
nível qualitativo e quantitativo de complexidade desenvolvimento da doença.
bacteriana incompatível com a saúde gengival,
Para que que a terapia antimicrobiana surta
levando ao desenvolvimento da gengivite.
efeito, o fármaco precisa estar em uma
A placa concentração ideal para agir dentro e fora dos
supragengival é o fator tecidos afetados; dando uma atenção aos fatores
etiológico principal para a locais e sistêmicos que podem interferir na atuação
inflamação gengival. A da terapia.
placa subgengival, que
As bactérias do biofilme dentários, por
deriva da supragengival,
estarem associadas a outras, causando uma
está associada às lesões
resistência antimicrobiana. Assim, patógenos
avançadas das doenças
periodontais como Aa e Pg possuem níveis mais
periodontais.
altos de tolerância a vários agentes antimicrobianos
O reconhecimento da periodontite como uma quando incorporados pelos biofilmes, do que como
infecção causada ou sustentada por bactérias as células planctônicas (isolados).
presentes nos locais doentes é fundamental para OBS.: esses patógenos são extremamente agressivos, e associados
qualquer conceito de tratamento antimicrobiano. ao biofilme, tornam-se mais resistentes.
Esses antibióticos podem eliminar ou suprimir as
As doenças periodontais não devem ser
bactérias residentes, mas não são capazes de
tratadas apenas com agentes antimicrobianos;
sendo considerada uma terapia adjuvante. A
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remoção/debridamento mecânica completa, deve espiramicina, azitromicina e claritromicina),
ser feita sempre, para reduzir e desfazer os compostos do nitroimidazol e combinações
agregados que protegem as bactérias, permitindo a derivadas.
atuação dos antimicrobianos.
Geralmente, em periodontia, usa-se
Vias de administração penicilinas e cefolosporinas, o primeiro em maior
preferência; esses fármacos agem inibindo a
As vias de administração principais, podem síntese da parede celular, e tem um espectro
ser sistêmicas ou locais (inserção direta na bolsa estreito com atividade bactericida.
periodontal).
➢ Amoxicilina: é a penicilina mais escolhida no
COMPARAÇÃO ENTRE AS TERAPIAS tratamento da DP, pois tem uma atividade
QUESTÃO SISTÊMICO LOCAL
DISTRIBUIÇÃO Amplo Estreito alcance
considerável contra vários patógenos
Níveis variáveis em Dose alta no local periodontais, alcançando até o liquido
diferentes tratado, níveis gengival.
CONCENTRAÇÃO
compartimentos do baixos em outros
corpo locais A estrutura molecular das penicilinas possui
Pode alcançar Age melhor
melhor os micro- localmente nas
um anel betalactâmico, que pode ser clivado por
POTENCIAL enzimas bacterianas; algumas betalactamases tem
organismos bactérias
TERAPEUTICO
amplamente associadas ao afinidade pelo ácido clavulânico, que não tem
distribuídos biofilme
atividade antimicrobiana, e foi associado a
Reinfecção a parir
Efeitos colaterais amoxicilina para evitar a inativação da sua ação.
PROBLEMAS dos locais não
sistêmicos
tratados
Requer o bom A infecção precisa ➢ Tetraciclias, clindamicina e macrolídeos: são
LIMITAÇÕES envolvimento do estar limitada ao inibidores da síntese proteica, tem um amplo
paciente sitio tratado.
espectro e são bacteriostáticos; as
Padrão de
distribuição das tetraciclinas inibem a colagenase; possuem
Identificar os
PROBLEMAS patógenos na
lesões e dos também a capacidade de se unir às
patógenos,
DIAGNÓSTICOS escolha do superfícies dentárias, a partir de onde podem
identificações dos
medicamento ser liberadas lentamente com o tempo;
locais a serem
tratados ➢ Nitroimidazois (metronidazol e ornidazol) e
• Local quinolonas (ciprofloxacino): são inibidores da
síntese de DNA; o metronidazol é ativo
Podem estar impregnados em um chip, que
contra a parte anaeróbica obrigatória da
vai ser inserido na bolsa e ficará liberando o
microbiota oral (Pg e outros micro-organismo
antimicrobiano apenas na bolsa; ou em forma de
gram- pigmentados de negro) mas não
gel, que será aplicando diretamente dentro da bolsa
encontra o Aa (anaeróbica facultativa).
por uma seringa com agulha.
OBS.: apenas um antimicrobiano não conseguirá livrar o paciente de
OBS.: podem ser tratados com esses antibióticos, pacientes que não
toda a ação dos micro-organismo, pois estamos lidando com micro-
respondem/possuem restrição a terapia sistêmica, ou pacientes que
organismos de diferentes classificações.
possuem uma periodontite localizada.
• Associação de antimicrobianos

A microbiota subgengival, na periodontite,


abriga várias espécies patológicas para o
periodonto, com diferentes suscetibilidades
• Sistêmicos antimicrobianas. Dessa forma, a combinação de
Os antibióticos mais usados são: tetraciclina, agentes antimicrobianos com atividade de espectro
minociclina, doxiciclina, clindamicina, ampicilina, mais amplo é mais interessante do que um agente
amoxicilina (com ou sem ácido clavulânico), único. Além disso, as superposições nos espectros
metronidazol, ornidazol, macrolídeos (eritromicina,
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antimicrobianos podem reduzir o possível diagnóstico (periodontite estágio III e IV, grau C e
desenvolvimento de resistência bacteriana. lesões com muita supuração ativa), perfil
EFEITOS ADVERSOS DOS ANTIBIÓTICOS USADOS NO
microbiológico (Amoxicilina + metronidazol
TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS possuem capacidade comprovada de suprimir Aa
ANTIBIÓTICOS
EFEITOS EFEITOS NÃO de lesões periodontais e outros locais orais,
FREQUENTES FREQUENTES
portanto, é a primeira escolha para tratamento do
Toxicidade
Hipersensibilidade exemplo acima) e risco de eventos adversos.
hematológica,
(pincipalmente
PENICILINAS encefalopatia, colite
erupções cutâneas), OBS.: O padrão incisivo/molar tem uma característica de associação
pseudomembranosa
náuseas e diarreia com Aa, então diante desses casos deve-se ponderar essa
(ampicilina).
combinação.
Intolerância
gastrointestinal,
O risco de eventos adversos deve ser
candidíase, mancha Fotossensibilidade,
e hipoplasia dentária nefrotoxicidade, considerado, especialmente quando prescrito mais
TETRACICLINAS
na infância, náusea, hipertensão do que um antibiótico.
diarreia, interação intracraniana
com contraceptivos Deve sempre ser levado em consideração a
orais
frequência x consequências dos efeitos. As
Intolerância
gastrointestinal, consequências para a saúde (de não suprimir
Neuropatia
METRONIDAZOL
náusea, efeito
periférica, saburra
rapidamente a infecção periodontal), a
antabuse, diarreia, inconveniência, desconforto e finanças, pela
lingual
gosto metálico
desagradável necessidade de mais terapias. Ainda, devemos
Colite levar em consideração as consequências
Erupções, náusea,
CLINDAMICINA pseudomembranosa, sistêmicas.
diarreia
hepatite
OBS.: RAR e amoxicilina + metronizadol são capazes de diminuir os
sinais clínicos da inflamação e os biomarcadores inflamatórios no
• Evidências clinicas do uso de FCG, mais do que a SRP sozinha.
antimicrobianos sistêmicos na
periodontia: Estratégias para reduzir o risco de
➢ Nas bolsas profundas, um benefício resistência bacteriana aos
específico em termos de mudança do nível
antimicrobianos
de inserção clínica periodontal para a
combinação de amoxicilina + metronidazol; ➢ Para limitar o desenvolvimento da
➢ Antibióticos tem efeito maior nos locais com resistência microbiana antibiótica em geral e
bolsas mais profundas; evitar risco dos efeitos sistêmicos
➢ RAR + amoxicilina + metronidazol traz um
indesejáveis é importante uma atitude
benefício maior em bolsas mais profundas. cautelar e restritiva diante do uso dos ATBs.
OBS.: é recomendado que a terapia antimicrobiana comece ➢ Combinação de agentes pode ser vantajosa.
imediatamente depois da terapia mecânica, ou seja, na noite após a
➢ Preferível fornecer altas doses durante um
última sessão do tratamento cirúrgico; pois a desorganização do
biofilme é fundamental para que essa terapia tenha efeito. menor tempo (7 a 14 dias).
➢ Toda terapia antimicrobiana deve ser
Indicação ao uso de antimicrobiano precedida por debridamento mecânico.
➢ Não prescrever quando o debridamento
Os antibióticos sistêmicos devem ser
mecânico não cirúrgico conseguir solucionar
considerados adjuvantes à RAR em pacientes com:
o problema, como nos casos das
bolsas periodontais profundas, evolução rápida da
periodontites estágios I e II e Grau A e B
periodontite (grau C), em locais “ativos” e em perfis
microbiológicos específicos.
• Associação terapêutica e ação:
Devemos observar os seguintes fatores:
gravidade da doença, envolvimento do paciente,

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OBS.: preferível o uso de metronidazol com amoxi ou ciproflox.

Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
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Terapia periodontal cirúrgica
Quando o paciente é incapaz de manter um
controle de biofilme adequado;
Tem-se como objetivos gerais da terapia • Pacientes fumantes
periodontal: prevenção, eliminação ou controle da Fases cirúrgicas
doença; recuperação dos tecidos perdidos e
manutenção dos resultados obtidos. • Cuidados pré-operatórios
OBS.: a terapia não cirúrgica não tem a capacidade de fornecer ➢ Conferência de assinatura do termo de
regeneração dos tecidos perdidos, assim é necessário lançar mão da consentimento;
terapia cirúrgica.
➢ Analise dos exames: hemograma
A terapia periodontal cirúrgica consiste em (considerar possíveis infecções –
um conjunto de procedimentos executados com apresentadas na série branca; considerar
uma lâmina, bisturi elétrico ou laser, que ressecta possíveis alterações na série vermelha
tecido ou envolve o rebatimento de um retalho para que prejudicasse o processo de
alcançar os seus objetivos terapêuticos. cicatrização), coagulograma e glicemia
em jejum.
OBS.: os objetivos clínicos da terapia periodontal consistem na
eliminação da doença inflamatória pela retirada do biofilme dental e ➢ Profilaxia antibiótica (alguns pacientes
fatores etiológicos secundários e, o estabelecimento de um ambiente que possuem riscos a endocardite
local com anatomia compatível com a manutenção de saúde e
bacteriana);
estética periodontal.
➢ Prevenção de dor e edema;
A terapia cirúrgica irá ser pensada após a ➢ Controle da ansiedade
reavaliação do paciente (45dias após o termino da • Preparação do profissional
terapia não cirúrgica – podendo ser até 8 semanas), • Preparação do instrumental/equipamento
nessa reavaliação devemos considerar o aspecto • Preparação do paciente (extra e intra oral)
de normalidade da gengiva, o sangramento e/ou • Anestesia
supuração a sondagem, a profundidade de ➢ Tópica, infiltrativa, bloqueio e papilar
sondagem, a mobilidade dentária e os índices de ➢ Lido ou mepi com VC
biofilme. • Incisão:
Indicações comuns de terapia cirúrgica periodontal: ➢ Quanto a sua localização: Intrasulcular;
submarginal ou paramarginal (aquém da
• Áreas com contornos ósseos irregulares e margem da gengiva); interdental;
defeitos infraósseos extensos e/ou relaxante (corono-apical)
profundos; ➢ Quanto a inclinação da lâmina: bisel
• Bolsas residuais profundas e/ou de difícil interno (ponta da lâmina voltada para
acesso em que remoção completa do crista óssea – 45º) e bisel externo (ponta
biofilme sem cirurgia não é possível (bolsas da lâmina voltada para coroa).
a cima de 5mm); • Anatomia cirúrgica
• Correção ou prevenção de invasões do
espaço biológico; Desde que nada seja feito com exagero, não
• Áreas com lesão de furca grau II ou III; se tem maiores preocupações em lesionar
• Áreas com crescimento gengival; estruturas vitais. A preocupação maior é quando há
uma cirurgia de enxerto, que é coletada no palato,
• Áreas com problemas mucogengivais
com atenção para não lesionar a artéria e o nervo
Contraindicações: palatino.
• Portadores de doenças sistêmicas sérias • Ressecção de tecido ou rebatimento de
não controladas; retalho
• Quando não for possível acompanhar o pós- ➢ Ressecção: remoção de um tecido
operatório do paciente; cortado, e será descartado.
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➢ Rebatimento/retalho: descolar a gengiva, • Sutura
que se mantém presa ao tecido ósseo. O • Colocação do cimento cirúrgico
retalho é um segmento do tecido gengival
Usado no pós-cirúrgico, tendo ou não feito
que é cirurgicamente separado dos
sutura, sendo mais usado quando não foi feita a
tecidos de suporte coronalmente, mas,
sutura. Tem como objetivo proteger a área
que na região apical, se mantém aderido
cirúrgica. Como desvantagem, funciona como um
através de um pedículo de tecido
fator retentivo.
conjuntivo vascularizado.
o Uso de incisões relaxantes: • Cuidados pós-operatórios
quando é feita – incisões ➢ Controle da dor e edema;
relaxantes; quando não é feita – ➢ Recomendações de dieta;
tipo envelope; ➢ Higiene oral;
o Tecidos separados do osso: ➢ Controle de sangramento;
mucoperiosteo ou espessura total ➢ Atestados
– quando a gente rebate o retalho,
OBS.: a prescrição de AINEs leva a um aumento dos riscos de
o tecido ósseo fica exposto; sangramento pósop.
espessura parcial ou dividido:
OBS.: evitar a escovação na área operada – sendo recomendado o
quando deixamos uma faixa de uso de bochecho de clorexidina a 0,12%.
tecido conjuntivo e periósteo sobre
OBS.: para o controle do sangramento é recomendado fazer uma
o osso. compressa com gaze – caso não for controlado, o paciente deve ser
• Debridamento de tecido fibroso e de encaminhado para um serviço de urgência.
granulação OBS.: quanto ao atestado, um dia é a recomendação mínima, a
depender do trabalho do paciente, que exija um esforço muito
Importante para conseguir readaptar o tecido grande.
e controlar o sangramento durante a cirurgia; são
usados instrumentos comuns na raspagem. • Remoção do cimento e da sutura

• Homeostasia Feita uma semana após.


➢ Compressão com gaze; • Reavaliação
➢ Anestésico local com vasoconstrictor;
➢ Substância adstringentes; Pode ser feita com 30, 45 ou 60 dias,
dependendo da extensão da cirurgia, sendo as
• Raspagem e alisamento radicular reavaliações mais comuns feitas com 7 dias.

Se for encontrado cálculos subgengivais. Técnicas cirúrgicas

• Ressecção óssea ou colocação material Os objetivos específicos para a terapêutica


de enxerto cirúrgica são: instrumentação radicular com visão
• Readaptação do retalho direta, redução ou eliminação de áreas retentoras
➢ Quando os retalhos são colocados na de biofilme, viabilizar procedimentos restauradores,
posição ideal é chamado de promover a regeneração de tecidos perdidos,
reposicionamento; restabelecimento de arquitetura fisiológica e
➢ Quando posicionamos o retalho mais estética dos tecidos periodontais e correção de
apicalmente é chamado de deslocamento outros problemas mucogengivais.
(redução de profundidade de bolsa ou
• Cirurgias conservadoras
aumento de gengiva inserida). São
➢ Retalho de Windman Modificado:
deslocados:
rebatimento de gengiva para raspagem
o Apicalmente
da superfície radicular com visão direta
o Coronalmente
(mais utilizada).
o Lateralmente
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• Cirurgias ressectivas Regeneração tecidual guiada (RTG): utilização de
➢ Gengivectomia/gengivoplastia: remoção membranas reabsorvíveis, ou não reabsorvíveis,
de tecido. Tomia – para remoção de para determinar quem vai popular a região de
bolsa; plastia – quando não há bolsa. epitélio e tecido conjuntivo após a cirurgia. No
o Indicações: eliminações de bolsas processo de cicatrização pós-cirúrgica as células do
supraósseas; correção de tecido conjuntivo e epitelial proliferam mais
crescimento gengival; aumento de rapidamente do que as células presentes no osso
coroa clínica (com necessidades alveolar e ligamento periodontal; dessa forma, após
restauradoras ou estéticas, sem a a cicatrização se observa tecido epitelial ocupando
utilização de osteotomia); um espaço que normalmente seria ocupado pelo
instrumentação radicular por visão ligamento periodontal. Isso ocorre por essa alta
direta. capacidade de proliferação. Nesses casos, o
epitélio é conhecido como epitélio juncional longo,
Aumento de coroa clinica para prevenir ou corrigir
que é considerado satisfatório do ponto de vista
invasões do espaço biológico:
clínico e reflete a redução da profundidade de
• Princípios básicos sondagem.
o Presença de elemento estranho na OBS.: em dentes mais destruídos, com algum grau de mobilidade,
área da estrutura dentária para a esse epitélio juncional longo não resolve a situação, sendo
necessária a utilização da técnica de regeneração tecidual guiada.
união dento-gengival (invasão do EB).
o Remoção óssea que é realizada, No caso de membranas não reabsorvíveis,
deixa quantidade suficiente de nesse caso, será necessário realizar uma segunda
estrutura dental exposta para cirurgia para removê-las. Essa técnica está
reestabelecimento da união dento- indicada para defeitos ósseos de 3 ou 2 paredes e
gengival. lesões de furca grau II.
• Indicações
OBS.: é uma técnica superior ao RWM em termos de ganho de
o Presença de cárie ou restauração que inserção clínica, redução de profundidade de sondagem e ganho de
invade o EB; tecido ósseo (previsível). Pode ser combinada com enxertos ósseos
e fatores de crescimento.
o Necessidade de aumento de retenção
para coroas protéticas; ➢ Proteínas da matriz do esmalte
o Correções estéticas (EMDOGAIN): tem as mesmas
OBS.: as fibras supracrestais de conexão, se estendem desde a indicações do RTG, mas age estimulando
parte mais coronal do epitélio juncional até a inserção conjuntiva. a cementogênese (proteína
Quando esse espaço não é respeitado, um processo inflamatório se amelogenina).
instala, mesmo na ausência de biofilme.
OBS.: a lógica de seu uso consiste em estimular a formação de
OBS.: do ponto de vista clinico, deve haver 3mm de tecido
cemento, e, dessa forma, o ligamento periodontal e o osso alveolar
periodontal sadio adiante da crista óssea.
seriam estimulados em conjunto.

• Cirurgias reconstrutivas OBS.: Vantagem: facilidade de uso (em forma de gel); Desvantagem:
➢ Preenchimento de defeitos com osso ou custo.
substitutos ósseos (pode ser de origem ➢ Cirurgias plásticas periodontais: aumento
autógena, halogênicos) de gengiva inserida;
o Utilizados isoladamente ou com o Em casos de recessão gengival
RTG (regeneração tecidual em progressão; colocação de
guiada); implantes, aparelhos ortodônticos
o Aumentos de níveis ósseos de e restaurações subgengivais em
inserção e redução PS superior a áreas com menos de 1 mm de
RWM. gengiva inserida.

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Técnicas: se não houver recessão Referências:
associada ao caso, é realizado o
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
enxerto gengival livre e retalho
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
deslocado apicalmente.
Guanabara Koogan, 2010.
o Recobrimento de Recessões
Melhora a estética e NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
hipersensibilidade; são efetivas CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
em recessões classe I e II de de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
Miller.
Técnicas: enxerto de Conjuntivo
SubEpitelial (confecção de retalho
parcial, pois a vascularização é
importante para a nutrição do
enxerto que será colocado. O
enxerto também é advindo do
palato do paciente, mas antes
disso removemos a camada
epitelial).
o Eliminação ou Deslocamento de
freios com inserção anômala:
contribuem para recessão
gengival, dificultam higiene,
fechamento de diastemas e
adaptação de próteses.
Técnicas: frenectomia (remoção
total do freio) ou frenotomia.
o Correção Sorriso Gengival:
visibilidade excessiva de gengiva
na região estética. Pode ser
causado por erupção passiva
retardada ou problemas
esqueléticos. Para realizar o
procedimento depende se há
excesso de gengiva e da distância
crista óssea – JCE.
o Aprofundamento de Vestíbulo
o Alteração de morfologia do
Rebordo
o Reconstrução de papilas

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Lesões de furca e defeitos
Região de furca
➢ Região de entrada das raízes
infraósseos ➢ Fórnix
o É o teto da área de furca,
A região de furca é porção mais central e
a região que liga as raízes coronal dessa área;
dos dentes no tronco ➢ Entrada da furca
radicular; essa região é o Entrada entre as raízes,
composta pelo fórnix, que local que inserimos a
é o teto da furca, e as sonda.
entradas da furca (sup – 3 entradas; inf – 2 Anatomia dos molares
entradas).
A furca é um local de morfologia complexa, • Molares superiores
que, por vezes, impossibilita a instrumentação Os molares superiores tem tamanhos
periodontal; a presença de lesões de furca pode variados acompanhando a tendencia 1º>2º>3º,
levar a um diagnóstico de doença periodontal possuindo três raízes, cujo a mesiovestibular é mais
avançada. A lesão pode ser vista verticalizada (em forma de ampulheta, com
radiograficamente, mas a sua extensão é concavidade na superfície distal), a distovestibular
comprovada por meio do exame clinico periodontal, mais distalizada (com formato circular) e a palatina
com a sonda Nabers. Deve-se considerar os (com formato circular).
fatores, associados a deposição de biofilme e
resposta inflamatória, que levaram ao
desenvolvimento da lesão de furca como:

• Morfologia do dente afetado;


• Posição do dente com relação aos dentes
adjacentes;
• Molares inferiores
• Anatomia local do osso alveolar;
• Defeitos ósseos; Os molares inferiores também tem tamanhos
• Alterações dentárias (cárie e necrose variados acompanhando a tendencia 1º>2º>3º,
pulpar) possuindo duas raízes, cujo a mesial é mais
verticalizada (em forma de ampulheta, com
Anatomia básica concavidade na superfície distal), e a distal mais
distalizada (com formato circular).
• Complexo radicular
➢ Tronco radicular (da JCE até o início
da furca)
➢ Cones radiculares (porções
independentemente das raízes);
o O grau de separação é o
ângulo que se forma na
junção de dois cones Sondagem
radiculares
o A divergência é o quanto • Molares superiores
esses cones tendem ao
A furca mesial é de maior interesse na
afastamento entre eles.
sondagem dos molares superiores, deve ser
sondada pela palatina; pois a entrada está mais na

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palatina, por conta da anatomia da raiz, que é mais Diagnóstico
alongada.
A furca vestibular é sondada pelo lado
vestibular do dente, pois está bem centralizada na
vestibular, entre as raízes mesiovestibular e
distovestibular.
As lesões de furca são classificadas em 3 classes:
A furca distal é sondada pelo lado vestibular
ou palatina do dente; entre as raízes distovestibular • Classe I: perda horizontal até 3mm;
e palatina. • Classe II: perda horizontal excedendo
3mm, não abrangendo a largura total;
• Molares inferiores • Classe III: destruição horizontal de um
A furca vestibular deve ser sondada pela lado ao outro.
vestibular do dente e a lingual, deve ser sondada É importante lançar mão de radiografias para
pela lingual. confirmar os achados da sondagem, principalmente
Variações anatômicas em dentes com envolvimento de furca; devem ser
solicitadas radiografias periapicais (para a
• Projeções cervicais de esmalte avaliação do periápice, e avaliar lesões
endodônticas e patologias do periápice) e
Projeções que se estendem na cervical na
interproximais (para avaliar defeitos ósseos).
região da JCE. Na região da junção cemento-
esmalte não é continua, ela apresenta uma • Diagnóstico diferencial
projeção para dentro da furca ➢ Patologia pulpar:

➢ Tem prevalência de 8,6% a 28,6% dos Lesões que levam a necrose da polpa
molares; dentária (o dente responde negativamente ao teste
➢ Atrapalham na remoção de placa; de vitalidade pulpar); quando há uma necrose, esse
➢ Dificultam a RAR; dente deve ser submetido ao tratamento
➢ Fator local para gengivite e endodôntico antes da terapia periodontal (o
periodontite, pois funcionam como tratamento endodôntico, algumas vezes, pode levar
fator retentivo de biofilme; a restauração do tecido do periápice – avaliar 2
➢ Devem ser removidas, para fazer um meses após).
recontorno daquela região OBS.: geralmente o teste de vitalidade é feito por temperatura;
• Pérolas de esmalte tocando sob a coroa do dente materiais muito frios como o endoice.

Estruturas no formato arredondado em locais ➢ Trauma oclusal:


que normalmente não deveria ter deposição de
Forcas que incidem de formas exagerada
esmalte, geralmente na região de furca, retem
sobre o dente, seja em um dente com periodonto
biofilme, por isso deve ser desgastada.
normal e há presença de forcas excessivas, ou
forças normais em um periodonto reduzido. O dente
pode apresentar mobilidade aumentada, a
sondagem não detecta lesão de furca (o trauma não
tem capacidade de levar a uma perda óssea, sim
uma desorganização do tecido). Em casos como
esse, o ajuste oclusal precede a terapia periodontal
(após semanas se tem uma estabilização e os
defeitos desaparecem).

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Tratamento OBS.: na lesão de classe III é muito difícil conseguir uma
regeneração óssea, pois para que isso ocorra é necessária a
presença de paredes remanescentes (servem de arcabouço/fonte
O tratamento das lesões de furca de origem celular, fonte de células progenitoras para a regeneração).
periodontal, tem como objetivo a eliminação da
placa microbiana das superfícies expostas do • Regeneração Tecidual Guiada (RTG):
complexo radicular e o estabelecimento da É um procedimento regenerativo no qual se
anatomia das superfícies afetadas que facilite o utiliza uma membrana sobre o tecido ósseo e
autocontrole da placa. depois é posicionado o retalho por cima dessa
membrana. Ela separa o tecido ósseo do tecido
Tratamento da classe I de furca:
gengival, pois eles possuem tempo de regeneração
•Apenas com raspagem e o alisamento radicular já se consegue
reverter a lesão; pode ser realizada uma plastia de furca. diferente (Em torno de 30 dias temos uma
cicatrização da gengiva e 45-60 dias para o osso).
Tratamento da classe II de furca:
•Plastia de furca, tunelização, regeneração tecidual guiada, OBS.: pode ser utilizado em lesões de furca classe II e defeitos
hemissecção e ressecção radicular. infraósseos.
Tratamento da classe III de furca: OBS.: se não utilizar a membrana, o tecido gengival pode invadir a
•Tunelização, hemissecção e ressecção radicular. região do tecido ósseo durante o seu período de reparação e
atrapalhar sua regeneração.

OBS.: além da terapia com a membrana, o paciente pode receber


• Plastia de furca: biomateriais associados, como o enxerto autógeno, o bovino
liofilizado, ou o EMDOGAIN (proteínas derivadas da matriz do
É indicada a realização da plastia de furca esmalte (amelogeninas), em forma de um gel que também estimula
quando a anatomia da coroa e da região de furca a regeneração na região. Aumenta a redução de defeitos e diminui a
não é favorável à higienização do paciente. Esses dor/edema pós operatório).

casos são normalmente detectados clinicamente OBS.: os casos favoráveis: classe II em molares inferiores, pois eles
com a sonda. possuem 2 raízes, nos quais os defeitos ósseos são mais favoráveis
(em dentes com 3 raízes são mais desfavoráveis para tentar a
➢ Odontoplastia: remoção de esmalte regeneração); e casos que possuam osso interproximal próximo à
JCE, o chamado defeito de “buraco de fechadura”.
da porção coronária do dente;
➢ Osteoplastia: regularizar o osso para OBS.: em alguns casos pode ser utilizado a membrana + material de
enxerto. A membrana nunca pode ficar exposta na boca, para que
que ele fique mais anatômico. não haja contaminação em contato com o meio bucal. A sutura,
OBS.: é muito comum na vestibular dos molares inferiores que o então, é uma fase crítica, pois precisa manter bem o retalho no lugar.
osso alveolar seja mais espesso.
• Hemissecção radicular:
OBS.: reabsorção óssea na periodontia ocorre de forma
desregulada, deixando defeitos ósseos que vão sendo Separação do complexo radicular com
acompanhados pelo tecido gengival. Isso faz com que a anatomia manutenção de todas as raízes. Realizada com
dos tecidos periodontais ao redor do dente dificulte a higienização
pelo paciente. pontas diamantadas.

OBS.: para cicatrização do osso aguarda-se um período de 45 a 60 • Ressecção radicular:


dias.
Separação do complexo radicular com
• Tunelização: remoção de uma ou mais raízes. No entendimento
A tunelização é um procedimento para de que uma raiz já perdeu osso demais. A raiz
facilitar essa higienização pelo paciente, na região remanescente recebe então um preparo para uma
de furca, removendo tecido mole ou ósseo. Permite coroa total.
que a lesão de furca, que já existe, fique exposta OBS.: antes da hemissecção e/ou ressecção o tratamento
para higienização da área (superflox ou escova endodôntico deve ser realizado, para que o paciente não sinta dor.

interdental). OBS.: a indicação para Hemissecção e Ressecção: o comprimento


do tronco radicular precisa ser razoável, mas não muito longo. Pois
OBS.: mais indicada para lesão classe III (pode ser indicada nas
após a hemissecção cada “parte” do dente deve com um tamanho de
lesões de classe II).
raiz adequado, no mínimo na proporção de 1:1 em relação com a
coroa. Contraindicação: avaliar divergência dos cones radiculares:

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quanto maior, melhor; Comprimento e forma; não é interessante que
os cones radiculares estejam fusionados; suporte remanescente;
estabilidade dos cones radiculares; Boahigiene oral do paciente.

Referências:
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

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Urgências em periodontia
Tem-se como fatores predisponentes:
estresse (muito frequente – importante buscar na
anamnese a origem do estresse), tabagismo
Acontecem quando o paciente chega na
(comum em todas as doenças periodontais),
clinica, com alguma condição que pode ser
deficiência nutricional (principalmente em países
considerada um processo agudo do periodonto; que
em desenvolvimento) e imunossupressão.
progridem de maneira diferente das doenças
periodontais. OBS.: existe também os fatores indicadores de risco, que para o
paciente apresentar essa condição tem que ter tido uma gengivite
Os processsos agudos do periodonto são anteriormente; paciente que já teve essas doenças anteriormente,
tem maior chance de recidivas.
condições clinicas que se estabelecem e progridem
rapidamente, envolvendo o periodonto e, as vezes, OBS.: os fatores predisponentes são fundamentais na etiopatogenia
dessas doenças.
estruturas associadas, caracterizadas por dor (que
não é comum nas doenças periodontais), ➢ Gengivite necrosante (GN);
destruição tecidual rápida e infecção com potencial
É limitada aos tecidos moles da gengiva.
de disseminação sistêmica.

• Doenças periodontais necrosantes;


• Abscessos do periodonto;
• Gengivoestomatite herpética;
• Lesões endo-perio;
• Lesões por agentes físicos, químicos ou
térmicos
OBS.: essas condições exigem um tratamento de forma rápida, pois
o paciente está em desconforto, e, se não tratado, vai haver uma Sinais e sintomas:
destruição tecidual acentuada, além do risco de uma infecção
sistêmica. Sempre presentes
• Úlceras gengivais crateriformes na gengiva marginal/interdental
Doenças periodontais necrosantes e inversão papilar;
• Vermelhidão;
São causadas por infecções endógenas • Sangramento fácil ao toque ou espontâneo;
• Dor ou grande desconforto
(bactérias do próprio corpo); as alterações
Possivelmente presentes
sistêmicas predispõem o tecido gengival à invasão
de algumas bactérias da microbiota oral. • Grandes quantidades de biofilme;
• Pseudomenbrana;
• Eritema linear;
Em países desenvolvidos é comum em 5%
• Halito fétido;
da população, entre 15- 30 anos; em países em • Linfoadenopatia;
desenvolvimento tem maior prevalência em • Febre
• Aumento de salivação
crianças (até 10 anos de idade), tem como fator • Gosto metálico
primário as bactérias oportunistas e fatores
OBS.: acomete, na maioria das vezes a região da papila, quando
predisponentes.
ocorre necrose papilar, a papila vestibular e a lingual se separam,
formando, no meio, uma cratera. Dessa forma, a região de papila que
As bactérias associadas a essas doenças,
estava exposta na área bucal, sofre uma inversão no sentido no
são bactérias anaeróbica (espiroquetas e bacilos tecido (dobrando para dentro).
fusiformes), segundo as evidências cientificas
mostram que elas estão presentes nos locais ➢ Periodontite necrosante (PN);
afetados, altos índices de anticorpos contra essas É uma doença
bactérias nos pacientes que manifestam essas periodontal necrosante, em
doenças, e, quando administrado metronidazol, que a necrose se estende
tem-se uma rápida resolução da GN (age também ao periodonto de
principalmente contra bactérias anaeróbicas). sustentação. A GN pode
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evoluir para uma PN, isso é comum quando OBS.: para facilitar o diagnóstico as doenças periodontais
necrosantes foram divididas em duas categorias: pacientes com
houveram episódios recorrentes de GN, ou quando comprometimento severo/permanente e pacientes com
a GN ocorre em sítios com periodontite. comprometimento moderado/temporário.

OBS.: atualmente a gengivite e a periodontite são consideradas Tratamento:


como estágios da mesma doença.

OBS.: é uma condição menos comum que a GN, ocorre com maior • Fase aguda
frequência em indivíduos imunossuprimidos ou mal nutridos o Remoção de debris superficial com
gaze e H2O2 (remove as camadas de
Como sinais e sintomas, os mesmos da GN
células mortas, placa não aderida);
somados a perda, desnudação óssea e, as vezes,
o Raspagem superficial (limitação em
sequestro; e sintomatologia sistêmica é mais
relação a tolerância do paciente à dor,
frequente. O diagnóstico é dado por meio de
não se faz anestesia por ser uma área
sinais/sintomas + história médica (fatores
extensa de infecção);
predisponentes).
o Controlar os fatores predisponente
➢ Estomatite necrosante (EM) (NOMA) – (encaminhamentos para lidar com
comum em crianças e pacientes com esses fatores);
HIV+ o Para casa: bochechos com
clorexidina 0,12% durante 4-5 dias;
Diagnóstico diferencial:
em casos de doença periodontal
• Gengivoestomatite herpética necrosante severa (muito extensa) ou
havendo sinais de disseminação
É causada pelo vírus da herpes simples.
sistêmica fazer uso de metronidazol,
Cujo sinais e sintomas são: vesículas puntiformes
400mg, VO, 3x ao dia, por 4-5 dias;
ou ulcerações; acumulo de placa e inflamação
em caso de dor: paracetamol 500-
gengival; aumento de salivação; febre;
750mg, VO, a cada 4h.
linfoadenopatia.
OBS.: a condição aguda tem duração de 2-3 dias, o objetivo é que o
GN GEH paciente use a medicação por uns dois dias depois da fase aguda.
IDADE 15-30 anos Crianças (até 10 anos)
SITIO DA
Papila e g. marginal Sem predileção • Tratamento da condição residual
GENGIVA
o Após resolver a fase de dor e infecção
Vesículas que se
Protuberantes e extensa, continua-se com plano de
rompem formando
ULCERAS crateriformes.
Sangram facilmente
úlceras arredondadas. tratamento periodontal comum.
Não sangram facilmente.
FEBRE Ausente ou moderada Alta Abscessos do periodonto
DOR Gengiva Boca toda
DURAÇÃO 1-3d c/ tratamento +1 semana c/ tratamento
É uma infecção purulenta circunscrita, no
interior da parede gengival do sulco (quando não há
• Doenças infecciosas e condições doença periodontal prévia), bolsa periodontal ou
mucocutâneas opérculo (ou capuz pericoronário), que pode
progredir para a destruição dos tecidos do
Entre elas estão: penfigóide, pênfigo, periodonto de sustentação.
cândida e hiperplasia associada à leucemia (nesses
OBS.: o abscesso pode progredir para uma destruição; na maioria
casos é comum haver sangramento espontâneo).
das vezes ele vai se limitar aos tecidos moles, caracterizando-se um
abscesso gengival.
• Lesão gengival traumática
O seu processo de formação se dá a partir
Geralmente são causadas por trauma por
de uma agressão aos tecidos gengivais (bacteriana
escovação e lesão por agente químico (ex.:
ou traumática), dai por diante, as células
hipoclorito de sódio).
inflamatórias são atraídas para o local, em resposta
a agressão, assim os neutrófilos liberam enzimas
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que digerem células e outros componentes superfície radicular, seja anatômica, seja
teciduais, formando exsudato purulento; o infiltrado patológica.
encapsula a região afetada para tentar impedir a
Os abscessos periodontais ocorrem de duas
disseminação da infecção (é visto como uma
formas:
tumefação).
• Em pacientes com periodontite pré-
Tem uma prevalência de aproximadamente
existente: quando há uma exacerbação
5 a 15% das urgências odontológicas; os
aguda (periodontite não tratada, periodontite
abscessos do pericoronários se apresentam como
não responsiva ao tratamento e durante a
2º lugar nas urgências odontológicas e os
TPS); e após o tratamento (raspagem,
abscessos periodontais ocupam o 3º lugar.
cirurgia e/ou medicação)
➢ Gengivais; OBS.: quanto ao pós-tratamento - quando ocorre uma melhora da
condição da gengiva coronal, a bolsa acaba se fechando
Tem como fator coronalmente, isso impede que fluidos gengivais sejam secretados;
etiológico a impacção de durante a raspagem, o cálculo também pode ser empurrado para a
corpos estranhos (casca região do fundo da bolsa, funcionando como um corpo estranho;
após medicação, com antimicrobiano sistêmico, principalmente de
de pipoca, pedaço de largo espectro, sem raspagem anterior, ou com a nifedipina.
amendoim, pedaços de fio
dental, unhas e calculo • Em pacientes sem doença periodontal pré-
dentário); são características comuns: tumefação existente: impacção de corpos estranhos,
gengival, sangramento ou supuração a sondagem, hábitos danosos (roer unha, apertamento),
não há perda de inserção (distingue-se do fatores ortodônticos (forças excessivas ou
abscesso periodontal). mordida cruzada), crescimento gengival e
alteração da superfície radicular.
O tratamento é: a remoção do corpo
estranho, drenagem (preferível que seja feita via Os abscessos periodontais têm como
sulco gengival), bochecho com soro aquecido (5-6x características clinicas: tumefação interdental,
nas primeiras 24h), debridamento local (remover o profundidade de sondagem aumentada (que se dá
que sobrou) e bochecho com clorexidina a 0,12% (7 desvio a perda de inserção),
dias, pois o local pode ficar dolorido, dificultando a sangramento/supuração à sondagem, dor irradiada
higienização). moderada, paciente relata dente “crescido” e se
apresenta sensível à percussão, mobilidade
OBS.: quando a drenagem é feita com a sonda, é importante
empurrar a sonda até romper a parede inferior do sulco gengival, dentária (associada a perda óssea e forcas oclusais
permitindo a drenagem do sangue/pus. Quando não é possível fazer inadequadas), pode ter repercussão sistêmica com
essa drenagem, anestesia-se o paciente e faz uma incisão na febre e/ou linfoadenopatia e/ou astenia, e na
gengiva para fazer a drenagem (para a anestesia, devemos dar
preferência a técnica de bloqueio). radiografia, evidência de perda óssea.
OBS.: os abscessos periodontais têm características bastante
➢ Periodontais
parecidas com os abscessos periapicais ou de origem endodôntica.
Os fatores Diagnóstico diferencial:
etiológicos são a
ASPECTO PERIODONTAL PERIAPICAL
invasão de bactérias
TUMEFAÇÃO,
nos tecidos LESÃO,
Interdental,
Apical, celulite mais
raramente forma
periodontais, a RADIOGRÁFICA,
celulite
frequente
impacção de corpos DISSEMINAÇÃO
VITALIDADE +/- -
estranhos, forças Ausente ou
DOR Intensa
oclusais excessivas, a utilização de antibióticos de moderada
amplo espectro na ausência de PS Aumentada Normal
HISTÓRIA Cárie/restauração
raspagem/debridamento mecânico (muitas vezes DENTAL
DP
extensa.
prescritos para problemas médicos) e alteração da
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OBS.: quando o teste de vitalidade é negativo, há a possibilidade de OBS.: tem alto potencial de disseminação, pois ao redor, há varias
ser uma lesão endo-perio. vias para a infecção se disseminar (quando 3º molar), chegando ao
risco de vida.
OBS.: para rastrear e identificar de qual abscesso estamos lidando,
podemos inserir um cone de guta percha na fistula (se presente) ou Sua etiologia está ligada ao acumulo de
na incisão (feita no local de maior protuberância do abscesso); ao
radiografar, deve-se observar que: se o cone permanecer na lateral,
restos alimentares e bactérias sob o opérculo (fator
trata-se de um abscesso periodontal; e quando vai para apical, trata- primário), erupção dentária parcial, higiene oral
se de um abscesso periapical. deficiente, trauma por antagonista e infecções
O tratamento se divide em: respiratórias.

• Fase aguda Tratamento:


o Avaliar o prognóstico do dente; • Fase aguda
o Drenagem do abscesso; o Drenagem por irrigação e
o Debridamento da bolsa; debridamento leve;
o Ajuste oclusal;
OBS.: na drenagem irrigamos a região com soro ou clorexidina.
o Prescrição antimicrobiana (no caso de
infecção sistêmica – amoxicilina o Em caso de dor, uso de AINEs
500mg, VO, a cada 8h, entre 4 e 5 (nimesulida; diclofenaco de sódio);
dias); o Manifestação sistêmica: amoxicilina +
o Bochecho com clorexidina a 0,12% metronidazol;
(2x ao dia durante 7 dias). o Trismo: relaxante muscular
OBS.: se for necessário fazer uma anestesia, devemos lançar mão
o Bochecho com clorexidina 0,12% por
da técnica de bloqueio, para evitar a disseminação da infecção, e ter 7 dias;
sucesso na ação do anestésico. • Condição residual
• Condição residual o Avaliação do prognóstico do dente;
o Caso o paciente não estava fazendo vitalidade de erupção; tipo de tecido
terapia periodontal, deve-se iniciar; se na distal.
já estava passando por um tratamento o Terapia não cirúrgica independente
periodontal, este deve ser parado e da exodontia
passado a fase aguda, retorna-se ao o Extração dentária ou remoção do
tratamento de onde parou. capuz
OBS.: quando se opta por manter o dente, é necessário fazer a
➢ Periconários (pericoronarite) remoção do capuz, de forma que a coroa do dente fique totalmente
exposta. Se tirar só a ponta que recobre a coroa do dente, estaria
É caracterizado por um expondo a coroa do dente, mas deixaria um sulco profundo ou uma
falsa bolsa que não seria higienizada, e acarretaria nova inflamação
abscesso ou inflamação no gengival na área e favoreceria a recorrência do abscesso
capuz pericoronário de um pericoronário. Utiliza-se uma técnica chamada de cunha distal,
dente parcialmente removendo uma faixa de tecido em formato triangular.

erupcionado (mais comum no


3º molar inferior). Se houver
pus, denomina-se abscesso
pericoronário, se for apenas inflamação, denomina- Referências:
se pericoronarite.
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
Tem como sinais e sintomas: tumefação, dor Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
intensa ao toque, exsudato purulento ou Guanabara Koogan, 2010.
sangramento, trismo, manifestações sistêmicas
(febre, linfoadenopatia, astenia). NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

Moisés Santos|@eumoisesantos Odontologia UFPE – Periodontia – 2021.1


Atualidades em medicina
periodontal
A medicina periodontal é uma subárea da
periodontia, que iniciou com muitas teorias em
1996, que apontou a relação da periodontite com
várias outras doenças do corpo.
A periodontite é uma doença que está
presente em todo o mundo, cujo sua prevalência é
de 50% em todo mundo, sendo considerada a 6ª
doença mais prevalente, e destes, 11% são os
casos mais graves.
OBS.: no Brasil, os casos graves de periodontite, são de 18%.
(modelo de emergência polimicrobiana e exacerbação disbiótica
Revisando: a periodontite é uma doença que mediada por inflamação).
leva a perda dos tecidos de suporte, perda dentária,
que prejudica a nutrição, a fala e autoestima,
afetando, assim, a qualidade de vida desses
indivíduos, de maneira negativa.
A periodontite é uma doença crônica
inflamatória multifatorial associada a biofilme
disbiótico, que leva a um comprometimento da
homeostase e progride para a perda de inserção
periodontal e perda óssea. A partir do momento que
a saúde periodontal não é mantida, tem-se a
instalação do biofilme, que leva a gengivite, que se
não tratada, irá resultar em uma periodontite. Baseado nesses conceitos fundamentais da
periodontite, é
importante levar
em consideração
as doenças
crônicas não
transmissíveis
(DCNT) e como
elas interagem
com a
periodontite.
Atualmente, as DCNT que tem maior impacto
na população são câncer, diabetes, infecções
crônicas pulmonares e a doença cardiovascular
ateroesclerótica. Deve-se levar em consideração
que essas doenças, em 2%, se relacionam com
tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e a um estilo
de alimentação inadequada, resultando em um
prognóstico de morte.
Moisés Santos|@eumoisesantos Odontologia UFPE – Periodontia – 2021.1
Os pacientes que apresentam um quadro de pacientes que apresentem comorbidades
periodontite, em sua maioria, apresentam, também relacionadas ao diabetes secundário, como
outras doenças (DCNT), em primeira instância endocrinopatias e doenças pancreáticas, ou com
hipertensão/alergias (25,87%), seguidos por condições frequentemente associadas ao DM,
doenças respiratórias/hipertensão (13,29%), como infecção por HIV, doença periodontal e
diabetes/doenças musculoesqueléticas (10,35%) e estenose hepática.
outras doenças cardiovasculares/endócrinas
Periodontite x diabetes:
(8,11%), levando em consideração o Rio de Janeiro
como referencial.
O conceito de ulceração epitelial na
periodontite é fundamental pra entender a relação
com as doenças sistêmicas. Nos casos iniciais, de
gengivite, observa-se uma inflamação no
periodonto de proteção, com o passar do tempo e
com a evolução para uma periodontite, tem-se uma
inflamação que alcança o tecido de sustentação,
que está associada a um sangramento, e quando
esse sangramento ocorre é porque o tecido epitelial
está ulcerado e o conjuntivo está exposto,
Quando o paciente, que tem diabetes, tem o
permitindo o contato com o restante do corpo pela
diagnóstico da periodontite, é necessário iniciar o
vascularização dos tecidos periodontais, permitindo
tratamento periodontal; e mesmo que o paciente
que as bactérias e mediadores da inflamação atinja
não tenha um diagnóstico de periodontite é
todo o corpo.
necessário os cuidados preventivos e um
OBS.: essa disseminação pode ocorrer por varias vias: a monitoramento regular (periograma).
hematogênica, linfática, orofaríngea e por aspiração.
OBS.: a solicitação da hemoglobina glicada, é um exame mais
Periodontite e diabetes fidedigno, visto que o composto de hemoglobina glicada, quando
formado, permanece estável, até o fim da vida da hemácia, que
Ambas as doenças se impactam quando comparado com a glicemia em jejum, traz uma segurança
maior do resultado da glicose no corpo humano.
mutuamente (alguns autores sugerem que a
periodontite é uma comorbidade do diabetes). Indivíduos com diabetes e com periodontite
apresentam complicações do diabetes mais graves
Quando o diabetes é diagnosticado, o
do que aqueles com pouca ou nenhuma
paciente, segundo a American Diabetes
periodontite.
Association, deve ser encaminhado para o serviço
de odontologia para uma avaliação periodontal OBS.: se o paciente tem periodontite, ele possui uma maior
tendência a desenvolver outras comorbidades do diabetes.
completa.
OBS.: estudos comprovam a redução de HbA1c e glicose plasmática
Segundo o IDF Diabetes Atlas, a prevalência em jejum em 3-4 meses o tratamento periodontal (à medida que o
a incidência e a progressão da periodontite, bem tratamento periodontal reduz a inflamação local, começa a reduzir a
inflamação sistêmica).
como a taxa de perda dentária são maiores em
paciente com diabetes e controle glicêmico Periodontite e gestação
deficiente. Além disso, em crianças e adolescentes,
a gengivite também tem sido reportada. Todas Os riscos mais comuns as pacientes
essas condições podem impactar na redução da gestantes que tem periodontite, são: o parto
qualidade de vida dos pacientes. prematuro (<37 semanas) e o baixo peso do
neonato (<2500g).
A Sociedade Brasileira de Diabetes
recomenda fazer o rastreamento para diabetes nos É importante lembrar que a periodontite
representa um reservatório de bactérias
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anaeróbicas gram-, lipopolissacarídeos e citocinas A partir do momento que se tem um estimulo
pró-inflamatórias. Assim é considerada como uma microbiano e/ou inflamatório (as bactérias da
ameaça para a unidade fetoplacentária. periodontite) nas paredes do endotélio vascular ele
irá expressar moléculas de adesão, daí os
Existe um bloco que citocinas que estão
monócitos podem migrar, porque eles vão se
relacionadas com o parto a termo, que induzem o
conectar com as moléculas de adesão que
rompimento que membranas e iniciam as
permitem a transmigração, e quando chegam
contrações que são IL-1A, IL-1B, IL-6, IL-8, TNF-A
internamente a parede do vaso são chamadas de
e PGE-2, que também estão presentes no parto
macrófagos, assim passam a captar a LDL oxidada,
prematuro levando a rupreme (ruptura prematura
transformando-se em células espumosas que
das membranas) ou contrações uterinas; essas
acumulam lipídeos até a apoptose, dando inicio a
mesmas citocinas estão presentes na periodontite.
formação da placa de ateroma.
O baixo peso está relacionado com o TNF-A
Os patógenos periodontais também
(fator de necrose tumoral), que faz caquexia
estimulam a proliferação do musculo liso, fazendo
(prevenção da captura e utilização de lipídeos).
com que o volume aumente, e junto com a placa de
Complexidade mecanismos propostos: ateroma, reduzindo a luz do vaso.
OBS.: a placa de ateroma pode romper a parede do lumen, e entrar
na corrente sanguínea; isso vai estimular um processo de
coagulação, levando a formação de trombos que podem se soltar e
com isso chegar em outras partes do corpo, levando, ao infarto agudo
do miocárdio (na maioria das vezes), e ao AVC (acidente vascular
cerebral).

A incidência de doença ateroesclerótica é


maior em indivíduos com periodontite. Assim, a
terapia periodontal pode impactar eventos
cardiovasculares pela redução dos múltiplos fatores
de risco.
Alguns estudos apontam que o tratamento
periodontal deve ser recomendado antes da
concepção, isso levando em consideração que
alguns estudos postularam que o tratamento
periodontal deve ser feito durante o segundo
trimestre da gestação, embora já seja considerado
um momento tardio.

Periodontite e doenças cardiovasculares

Medicina periodontal na prática clinica

Segundo Jeffcoat et al., 2014, os pacientes


que mantinham uma rotina de tratamento
periodontal impactavam bem menos os sistemas de
saúde.

• Papel do cirurgião-dentista
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➢ Informar aos pacientes que a periodontite é o Pode estar relacionada, mas são
fator de risco para outras doenças; poucos estudos
➢ Pacientes com DCNTs precisam de
acompanhamento periodontal;
➢ Prática preventiva moderna baseada na Referências:
identificação do risco dos indivíduos;
LINDHE J. Tratado de Periodontia Clínica e
➢ Importância da avaliação nutricional;
Implantologia Oral. 5ed. Rio de Janeiro:
➢ Redução do consumo de açúcar;
Guanabara Koogan, 2010.
➢ Um bom diagnóstico;
➢ Além do tratamento em si, promover NEWMAN MG, TAKEI HH, KLOKKEVOLD PR,
motivação ao abandono do tabagismo, a CARRANZA Jr. FA,. Periodontia clínica. 11ed. Rio
praticar atividade física, assim como a de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
colaboração com as outras áreas da saúde;
➢ Toda vez que identificar fatores de riscos
modificáveis, deve-se discutir isso com o
paciente durante a consulta;
OBS.: para pacientes cardiovasculares: a terapia periodontal não
cirúrgica deve ser realizada em sessões de 30-40min para minimizar
os riscos de inflamações sistêmicas.

OBS.: para pacientes com diabetes, é importante orientar a consulta


médica, analise dos exames laboratoriais, excluir infecções agudas
(tratamento de urgências) e estabelecer a melhor saúde bucal
possível, e limitar cuidados avançados até o diagnóstico e controle
glicêmico.

• O que mais esperar da medperio?


➢ Periodontite e infecções respiratórias
o Pacientes com periodontite podem ter
quadros mais graves caso tenha
COVID-19
o Maiores chances de desenvolver
infecções respiratórias
➢ Periodontite e obesidade
o Todo paciente com obesidade deve
fazer monitoramento periodontal
➢ Periodontite e câncer

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