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ANATOMIA DO PERIODONTO

- É a porção terminal ou borda da gengiva que fica


Perio: ao redor ao redor dos dentes em forma de colarinho nas
Odonto: dente partes vestibular e lingual/palatina dos dentes.
- solta e livre.

SULCO GENGIVAL

- É um espaço raso ou fenda ao redor do dente


delimitado pela superfície dental de um lado e o
epitélio de revestimento da gengiva marginal/livre.
- Tem a forma de V e permite a entrada de uma
sonda periodontal (importante meio para
diagnóstico).
- sondagem: sulco gengival saudável normal de 2-3
mm.

GENGIVA INSERIDA

- Encontra-se entre a ranhura gengival livre ao nível


da junção cemento-esmalte, coronalmente, e a
mucosa alveolar em sentido apical. Sua altura pode
variar bastante, mas, em geral, não ultrapassa 10
mm.
- apresenta-se firme, resiliente e aderida ao processo
alveolar.
*Epitélio juncional: responsável por inserir/ligar a
gengiva marginal inserida à estrutura do dente.

- O periodonto consiste em tecidos de recobrimento GENGIVA INTERDENTAL


(proteção) e suporte do dente (sustentação).
- Gengiva interdental ocupa a ameia gengival, que é
 PROTEÇÃO: gengiva(e suas denominações) e o espaço interproximal abaixo da área de contato
mucosa alveolar dos dentes.
 SUSTENTAÇÃO: ligamento periodontal, - Pode ser piramidal (dentes anteriores) ou em
cemento e osso alveolar formato de col/ mais arredondado/achatado (dentes
posteriores).
- O periodonto tem como função inserir o dente no
tecido ósseo dos maxilares e manter a integridade da MUCOSA ALVEOLAR
superfície da mucosa mastigatória da cavidade oral.
- após a gengiva tem-se a mucosa alveolar, que é
Periodonto de proteção
mais escurecida/arroxeada devido à vascularização,
além de ser mais fina, transparente e com pouca
- A gengiva normal recobre o osso alveolar e a raiz
inserção/flácida e não queratinizada.
dental em um nível coronal à junção cemento-
- entre a mucosa alveolar e gengiva existe a linha
esmalte.
muco gengival, que separa as duas estruturas.
- A estrutura específica dos diferentes tipos de
- A mucosa oral é dividida em:
gengiva reflete a sua eficácia como uma barreira à
penetração de microrganismos e agentes nocivos
 Mucosa mastigatória: gengiva e
nos tecidos mais profundos.
revestimento do palato duro, ou seja, do céu
da boca;
- A gengiva é dividida anatomicamente em:
marginal, inserida e área interdental.  Mucosa especializada: localizada sobre o
dorso da língua;
GENGIVA MARGINAL OU NÃO-INSERIDA  Mucosa de revestimento: recobre as demais
OU LIVRE regiões, como assoalho, palato mole etc.
Periodonto de inserção TAMANHO

LIGAMENTO PERIODONTAL - O tamanho da gengiva corresponde à soma total


da maior parte dos elementos celulares e
- tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras colágenas, intercelulares e seu suprimento vascular.
nervos e vasos sanguíneos. - A alteração no tamanho é uma característica
- se encontra ao redor das raízes dos dentes, unindo- comum da doença gengival (hiperplasia).
os ao osso alveolar pelo cemento. Ex: má higienização, pacientes que fazem uso de
aparelho ortodôntico.
CEMENTO
TEXTURA SUPERFICIAL
- É um tecido conjuntivo calcificado/mineralizado e
especializado que recobre as superfícies radiculares - a gengiva apresenta uma textura superficial
dos dentes. semelhante a uma casca de laranja e é citada como
- avascular e sem inervação. pontilhada. O pontilhado é mais bem visualizado ao
- insere as fibras do ligamento periodontal a raiz e secar a gengiva.
contribui para o processo de reparo após danos à - A gengiva inserida é pontilhada ao passo que a
superfície radicular. gengiva marginal não.
- Não é uma estrutura dentária, pois advém do - o pontilhado é uma forma de adaptação
folículo dentário. especializada ou reforço para a função. É uma
característica da gengiva saudável e a redução ou
OSSO ALVEOLAR perda do pontilhado é um sinal comum de doença
gengival (mas não necessariamente).
- Os processos alveolares são as porções da maxila
e mandíbula que suportam as raízes dentárias. POSIÇÃO
- Osso alveolar propriamente dito (lâmina dura).
- osso esponjoso (mandíbula) e osso compacto/mais - a posição da gengiva se refere ao nível em que a
denso (maxila). margem gengival está aderida ao dente.
- desaparece gradualmente quando os dentes são - Quando o dente irrompe na cavidade oral, a
perdidos. margem e o sulco estão na ponta da coroa, à medida
que a erupção progride, eles podem ser vistos mais
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS próximos da raiz.

COR

- A cor da gengiva marginal e inserida é geralmente


descrita como “rosa coral”, “rosa pálido” e resulta
do suprimento vascular, da espessura, do grau de
queratinização do epitélio e da presença de células
que contém pigmento.
- A cor que aparece é do tecido conjuntivo
subjacente e varia conforme a espessura do epitélio.
 Queratinizada: mais espessa
 Não-queratinizada: menos espessa
- Mucosa alveolar é mais arroxeada, devido à
transparência do epitélio ser menos espessa.
- Ao passo que a gengiva é mais clara, devido à
maior espessura do epitélio.
- A cor parece estar relacionada à pigmentação
cutânea. Sendo mais clara em indivíduos loiros,
pele clara do que indivíduos de pele e cabelos
escuros.
- pigmentação fisiológica (melanina): responsável
pela pigmentação normal da pele, da gengiva e do
restante da mucosa oral. Está presente em todos os
indivíduos, às vezes em quantidade menor ou
ausente, caso dos albinos.
Instrumental em Periodontia  foice Goldman - Fox 21: áreas proximais
de dentes anteriores
Exame clínico: espelho, pinça clínica, sonda  foice Goldmam - Fox 11/12: áreas
exploradora e sonda periodontal proximais de dentes posteriores
 Sonda exploradora: verificar a qualidade
da superfície radicular; ponta fina para que 2. Enxadas: grandes massas de cálculo supra e sub-
o profissional consiga sentir a presença de gengivais; face livre vestibular e palatina/lingual.
cálculo ou rugosidade.
 Sonda periodontal: determina a Raspadores supra e subgengivais:
profundidade do sulco ou da bolsa
periodontal. 1. Curetas universais (Mcall): 90°; cortam dos
- sulco saudável/normal: 3mm dois lados;
- bolsa periodontal: acima de 4mm
**Usa-se na V, P e superfície de contato 13/14: raspagem de todas as faces de dentes
por vestibular e por palatina= 6 pontos de anteriores; pode ser usado levemente em bolsas
sondagem rasas.
17/18: raspagem de todas as faces dos dentes, em
Inserção: sonda mais paralelo possível ao longo especial os posteriores. pode ser usado levemente
eixo do dente; movimento suave percorrendo toda a em bolsas rasas.
superfície do dente.
Curetas específicas (Gracey e mini-fives): 70°-
Tipos de sonda periodontal: raspagem sub-gengival e alisamento radicular.
 Sonda nabers: região de furca de molares
 Sonda OMS 2. Curetas Gracey
 Carolina do Norte
 willians 5-6: todas as faces de dentes anteriores
7-8: todas as faces de dentes anteriores E faces
- angulações: vestibular/palatina dentes posteriores
 Mais angulados: dentes posteriores 11-12: face mesial de dentes posteriores
 Menos angulados: dentes anteriores 13-14: face distal dentes posteriores

RASPAGEM DENTAL 3. Curetas Mini-five: metade da ponta ativa da


gracey; (mesma numeração e indicação) – sítios mais
profundos, pois são mais delicadas.
- É o processo clínico no qual se elimina todo o
cálculo da superfície do dente a partir do epitélio
- Movimentos:
juncional.
- raspagem supragengival: remoção de cálculo
Raspagem: curtos, fortes e sobrepostos, estendidos
acima da margem gengival
para o punho e braços
- raspagem subgengival: remoção de cálculo
Alisamento: leves e longos, menor pressão lateral
abaixo da margem gengival
4. Limas: indicadas para fraturar grandes massas de
ALISAMENTO RADICULAR
cálculos. (movimento de pressão e tração)
- Processo pelo qual o cálculo residual e porções de
Lima de Hirschfield 3-7: raspagem sub-gengivais
cemento ou dentina são removidos, proporcionando
das faces V e L/P de todos os dentes.
uma superfície lisa, resistente e limpa.
Lima de Hirschfield 5-11: raspagem sub-gengival
das faces M e D de todos os dentes.
Classificação dos instrumentos periodontais
5. Cureta Pádua Lima: Regiões de bi e
Raspadores supragengivais:
trifurcações
1. Foices: áreas interproximais (fraturar grandes
6. Ultrassom:
massas de cálculo)
- Quebra de grandes massas de cálculos/ tártaros.
- reta: anteriores
- indicado para região supra-gengival.
- anguladas: posteriores; áreas para remoção de
- contraindicado para pacientes que faze uso de
cálculo supragengivais
marca passo.
Controle mecânico e químico do biofilme oral
4. Técnica de Roll
Métodos de controle mecânico
- as cerdas são colocadas sobre a gengiva
1. Escovas dentais manuais (principal) inserida num ângulo de 45°.
Auxiliares - os lados das cerdas são precionadas sobre o
2. Escovas unitufo tecido, e deslizados para incisal ou oclusal
3. Fio e fitas dentais contra a gengiva e os dentes, num movimento
4. Escovas interdentais de rolamento.
5. Palitos interdentais - este movimento é repetido cerca de 8-12x na
6. Dispositivos de irrigação dental área.
7. Escovas elétricas - as superfícies oclusais são escovadas num
8. Raspadores de língua movimento de “vai e vêm”

Escovas dentais 5. Técnica vibratória (Stillman)

- existem vários modelos no mercado. Variando - a cabeça da escova é posicionada numa


no tamanho, formato do cabo, cerdas, com ou posição oblíqua voltada para o ápice da raiz
sem raspador etc. com as cerdas localizadas parcialmente na
- não existe comprovação de que uma é melhor gengiva e na superfície dentária.
que a outra, desde que as mesmas executem o - uma leve pressão é aplicada ao cabo com
controle mecânico. movimentos vibratórios.
- na escolha deve-se atentar a 3 características
essenciais: 6. Técnica rotatória (Stillman modificada)
 o bom senso aconselha utilizar escovas
com cerdas macias e extramacias devido - cerdas colocadas num ângulo de 45°.
a frequentes traumas gengivais. - realiza-se um movimento vibratório M-D,
 a cabeça deve ser pequena, para facilitar enquanto faz-se um deslocamento para o plano
o acesso a todas as regiões a serem oclusal, sendo este de forma rotacional.
escovadas.
 as cerdas devem ter o tamanho similar, 7. Técnica de Charters
para que atue na higienização de forma
uniforme. - higienização de áreas interproximais.
- Não existe tempo ideal de troca, geralmente - oblíqua para a coroa, escova desliza para
quando há deformação nas cerdas. Geralmente frente e para trás em movimentos vibratórios.
em 3 meses. - boa técnica para casos de recessão de papila
interdental.
Técnicas de escovação
8. Técnica de Bass
1. Técnica de fones
- controle sucular da placa bacteriana.
- técnica da “bolinha” - muito preconizada na periodontia, para casos
- movimentos circulares com a escova apoiada de gengivite e periodontite.
perpendicularmente a face dental - as cerdas são voltadas para a cervical, e suas
- indicada para crianças de até 7 anos pontas pousam sobre a margem livre da
- não higieniza adequadamente os espaços gengiva.
interdental - movimentos curtos e vibratórios.

2. Técnica horizontal (fricção) 9. Técnica modificada de Bass

- movimentos horizontais de vaivém - semelhante à técnica de bass, mas em seguida


a cabeça da escova é girada aplicando um
3. Técnica vertical (Leonard) movimento em direção oclusal.

- movimento de baixo pra cima Escovas unitufo


- possível causa de recessão gengival,
principalmente, com cerdas duras e médias.
- como o próprio nome sugere, é constituído por - capacidade de o produto permanecer retido na
um único tufo de cerdas. cavidade oral e ativo no sítio desejado por um
- bastante indicado para limpeza de: aparelho determinado período de tempo.
ortodôntico, área de furca, próteses fixa com - atividade antimicrobiana e bacteriostática
pônticos, superfícies distais de molares sobre a placa primária.
superiores, dentes apinhados, limpeza de - inocuidade aos tecidos bucais.
implantes dentários. - inibição da calcificação de placa (ação anti-
cálculo)
Fios e fitas dentais
Clorexidina
- utilizados para regiões interproximais - utilizado para higiene oral, profilaxia
- pode ser auxiliado com o uso de passa fio (em profissional, antissepsia cirúrgica
caso de pacientes em uso de aparelho - produtos: periogard
ortodôntico)
Óleos essenciais
Escovas interdentais - teor alcoólico pode ocasionar danos na mucosa
- produtos: listerine
- recomendadas para pacientes com espaços
interdentais. Fluoretos
- pacientes submetidos a tratamentos - prevenção de doença cárie
periodontais, ortodônticos e protéticos.
Pirofosfato
Palitos interdentais - remove íons de cálcio magnésio da saliva,
(NÃO RECOMENDADO) assim, reduzem a deposição de Ca++ na placa e
consequentemente formação de cálculo
- plástico ou madeira - produtos: encontrados em quase todos os
- indicações precisas: grande espaço interdental produtos que propõem ação anti-tártaro
- retirada de resíduos volumosos
- pode ocasionar danos nas papilas Agentes oxidantes
- peróxido de hidrogênio
Irrigadores dentais - maior utilização como agente clareador

- dispositivos elétricos que utilizam Veículos de administração


normalmente jatos de água
- projetados para debridação - dentifrícios
- auxilia no combate a gengivite - colutórios bucais
- recomendado para pacientes com dificuldades
motoras

Escovas elétricas

- indicado para pacientes com distúrbios


motores
- movimentos rotatórios e oscilatórios

Raspadores de língua

- geralmente de materiais plásticos


- indicado para remoção de resíduos depositados
no dorso da língua
- movimento único de trás para frente

Métodos de controle químico

Propriedades dos agentes químicos


Plano de tratamento

- é o projeto pelo qual estabelecemos meios para


reestabelecer a saúde ou interromper a
progressão da doença.

Etapas:

Diagnóstico
Anamnese
Exame clínico
Índice de placa
Índice gengival
Profundidade à sondagem
Nível clínico de inserção
Sangramento à sondagem
Supuração
Lesão de furca
Mobilidade dentária
Exames complementares (radiografia)
 a suscetibilidade à gengivite está mais
Patogênese da doença periodontal provavelmente relacionado à quantidade
de placa e, em alguns casos, aos níveis
- os processos inflamatórios e imunológicos ou alterações nos hormônios
agem nos tecidos gengivais para proteger contra circulantes). ex: gengivite relacionada a
o ataque microbiano e impedem os puberdade ou a gravidez. A placa
microrganismos de se disseminarem ou bacteriana é essencial para o processo
invadirem os tecidos. patológico. A resposta do hospedeiro a
- os processos inflamatórios e imunológicos no essa agressão sofre grandes variações. A
periodonto são respostas a um grande número resposta imune é a fonte mais provável
de microrganismos e seus produtos. de variação, portanto, um fator
- as bolsas periodontais podem conter mais de importante na etiopatogênese da doença
400 espécies diferentes de microorganismos, periodontal.
cada um apresentando potenciais diferentes para
indução de doença. Epidemiologia da doença periodontal
- a doença periodontal é referida como uma
“infecção bacteriana mista”.  Fatores de risco que afetam a prevalência e a
- as diferentes espécies microbianas interagem gravidade da gengivite e periodontite
e, mesmo quando não são patógenos suspeitos,
influenciam o processo da doença através de - idade: a prevalência da doença periodontal
fatores de crescimento ou defesa aumentando o aumenta diretamente com a idade.
potencial de virulência de outros - sexo: em geral, os homens possuem maior
microorganismos. prevalência e gravidade de doença periodontal do
- a microbiota nas bolsas periodontais encontra- que as mulheres.
se em fluxo contínuo: espécies que são - raça: os negros têm prevalência
relevantes em uma fase da doença não são mais consideravelmente maior do que os brancos.
importantes em outra. - educação/renda: é inversamente proporcional ao
- em suma, a destruição periodontal é o aumento dos níveis de educação/níveis de renda.
resultado da combinação de fatores bacterianos - local de residência: são um pouco mais altas nas
que variam com o tempo. áreas rurais do que nas áreas urbanas.
- em um mesmo indivíduo, a gravidade da lesão
do tecido periodontal varia frequentemente de  Fatores etiológicos de risco das doenças
dente para dente e de uma superfície para outra. gengiva e periodontal
- um paciente que é suscetível a apresentar
doença periodontal, não sofre de uma condição - higiene oral: higienização pobre.
homogênea. Cada sítio afetado representa um - nutrição: a evidência para a associação da
microambiente “individualizado” ou deficiência de nutrientes com a doença periodontal
“especifico”. é pouca.
- a ocorrência e a extensão da doença - flúor: não se tem afirmação definitiva a respeito
periodontal aumentam com a idade e com a da relação com a prevalência e a gravidade, no
higiene oral inadequada. entanto, já foi registrado estudos que evidenciaram
- a doença periodontal está relacionada ao menor prevalência e gravidade da doença gengival e
indivíduo. Somente algumas pessoas periodontal em áreas fluoretadas em níveis ótimos.
experimentam destruição avançada que afeta - maus hábitos: qualquer hábito que aumente a
vários dentes. iritação dos tecidos gengivais ou diminuam a sua
- os microrganismos são capazes de produzir resistência é um fator predisponente ou secundário
uma variedade de substâncias que causam danos no desencadeamento da doença periodontal.
ao hospedeiro, direta ou indiretamente. O efeito Ex: fumo, tabaco, álcool.
prejudicial mais importante pode ser da própria - tratamento dental profissional: a incidência e a
resposta imune do hospedeito aos antígenos gravidade de problemas periodontais são menores
apresentados pelos microrganismos. em indivíduos que recebem tratamento dental
 a suscetibilidade à periodontite regular. A prevalência aumenta com a negligência
provavelmente se situa em torno de uma dental.
capacidade ou incapacidade de produzir
anticorpos eficazes contra uma agressão Relação entre doença periodontal e cárie
microbiana específica. dentária
- não há qualquer relação definida, positiva ou
negativa, entre cárie e doença periodontal.
- ambas têm a placa com principal fator etiológico,
mas parecem ser processos independentes.
- perda de dentes é o resultado final tanto de cárie
não tratada como de doença periodontal avançada.

Distribuição da doença nas diferentes áreas da


boca

*saída das glândulas


Arcada superior: região inteproximal e vestibular
Arcada inferior: região lingual dos incisivos
Formação de placa dental e cálculo - Depois dos estudos de Loe.
- Sítios localizados por alguns microorganismos
Biofilme /placa potencialmente patogênicos apresentando maior
destruição periodontal.
- acúmulo de microrganismos (comunidade - importância da composição qualitativa da
micorobiana)// depósitos moles embebidos em uma microbiota residente.
matriz que se forma sobre a estrutura dentária ou - periodontite causada por patógenos específicos.
outras estruturas bucais sólidas como, aparelhos
ortodônticos, próteses, restaurações... Fatores que facilitam a colonização das bactérias
- na maioria das vezes essa estrutura se forma sobre e consequente formação do biofilme
a película adquirida.
- o biofilme é denominado conforme a localização - adesão:
(biofilme dental, biofilme mangueira, biofilme de Adesinas que se encontram localizadas nas
tecidos moles). superfícies externas dos microrganismos encontram
- o biofilme é completamente heterogêneo. receptores específicos nas estruturas dentárias ou
células do hospedeiro.
Localização do biofilme dental
- coagregação:
 Placa supragengival: que se forma acima Uma relação entre diferentes espécies bacterianas.
da borda da gengiva.
 Placa subgengival: forma-se abaixo da - multiplicação
borda gengival em decorrência do aumento Encontram no sulco gengival um local propício para
na quantidade e diversidade de espécies a reprodução.
bacterianas.
- relação entre os microrganismos
Composição Benéfica ou maléfica.

- bactérias - espaços ou canais de água entre as


- componentes orgânicos (polissacarídeos, microcolônias de bactérias do biofilme
glicoproteínas, material lipídico, proteínas) Esses canais de água permitem a passagem de
- componentes inorgânicos (cálcio, fósforo, sódio, nutrientes e outros produtos através do biofilme
potássio e flúor) atuando como um sistema circulatório primitivo.

Formação do biofilme dentário Mecanismo de patogenicidade

- (15 min após a limpeza) inicialmente se tem a - colonizar a área subgengival


formação da película adquirida - aderir-se a uma ou mais superfície
- (15 min – 8hs) formação do biofilme - multiplicar-se
- (a partir de 24hs) amadurecimento do biofilme - competir com outras estruturas
sem higienização bucal//biofilme clinicamente - defender-se do mecanismo de defesa do
evidenciável hospedeiro (escape) ex: produz leucotoxina que
 Apresenta coloração amarelo-acinzentada destrói os leucócitos, produz enzimas que atuam
que adere tenazmente às superfícies sobre as imunoglobulinas etc...
dentárias. - produzir fatores que agridam diretamente o tecido
hospedeiro
Doença periodontal x biofilme dental - fazer com que o próprio hospedeiro se agrida

 Hipótese da placa inespecífica: Sucessão microbiana


- antes dos estudos de Loe.
- biofilme dental era visto como uma massa - é a troca de um tipo de comunidade por outra em
biológica cuja composição não era considerada. resposta às modificações do meio que afetam o
- Não sabia que existia uma variedade de habitat, levando o estabelecimento de uma
microrganismos. microbiota madura ou comunidade clímax.
- Acreditava se quanto mais e acumulasse, mais
doença teria o indivíduo.

 Hipótese da placa específica:


Cálculo dental/Tártaro

- é um depósito duro que se forma por


mineralização da placa dental.
- com relação à localização pode supragengival ou
subgengival.
- mais prevalente nas faces vestibulares dos molares
superiores e linguais dos incisivos inferiores, local
onde é a saída das glândulas salivares.

Composição
- inorgânica: fosfato de cálcio, hidroxiapatita,
carbonato de cálcio, etc.
- orgânica: proteínas polissacarídeas, células
epiteliais descamadas, leucócitos e microrganismos.

Aderência à superfície dentária


- película orgânica
- união mecânica nas irregularidades (reabsorções e
cáries)
- adaptação com as ondulações do cemento

Formação do cálculo
- inicia-se entre o 1° e 14° dia após a formação da
placa
- em 2 dias a placa em calcificação pode tornar-se
50% mineralizada
- nem todas as placas calcificam
- a placa não calcificada atinge um nível máximo de
conteúdo mineral em 2 dias.
- a saliva é a fonte de minerais para o cálculo
supragengival.
- o fluído gengival fornece minerais para o cálculo
subgengival.
- o fósforo pode ser mais importante que o cálcio na
mineralização da placa.
- o cálculo atinge um pico máximo em 10 semanas
e depois tem um fenômeno reverso.
- o cálculo tem um papel importante na manutenção
e agravamento das doenças periodontal, por manter
a placa em íntimo contato com a gengiva e por criar
áreas onde a remoção da placa é impossível.
A. Associada somente ao biofilme dental
Classificação das doenças periodontais (2018) B. Mediada por fatores de risco locais ou
sistêmicos
C. Associada a medicamento para aumento de
tecido gengival

A. Associada somente ao biofilme dental

 Gengivite em periodonto íntegro:


- profundidadede sondagem com 3mm ou menos
- 10% ou mais de sítios com sangramento a
sondagem
- ausência de perda de inserção
- ausência de perda óssea radiográfica
Saúde periodontal, condicões e doenças gengivais  Gengivite em periodonto reduzido
- profundidade de sondagem de até 3mm
- 10% ou mais dos sítios com sangramento a
sondagem
- perda de inserção clínica
- possível perda óssea radiográfica

 Gengivite em periodonto com história de


tratamento periodontal, portanto com perda
de inserção
 Sítios com bolsa periodontal de até 3mm
 10% mais dos sítios com sangramento a
I- Saúde periodontal e Saúde gengival sondagem
 Presença de perda óssea radiográfica
A. Saúde clínica em periodonto íntegro
B. Mediada por fatores de risco ou sistêmicos
- sem perda de inserção
- profundidade de sondagem de até 3mm Sistêmicos
-sangramento a sondagem em menos de 10% dos - tabagismo, hiperglicemia, fatores nutricionais,
sítios agentes farmacológicos, hormônios esteroidais
- sem perda óssea radiográfica sexuais/puberdade, ciclo menstrual, gravidez e
contraceptivos locais, condições hematológicas
B. Saúde clínica em periodonto reduzido
Locais (predisponentes)
 Paciente com periodontite estável - secura bucal
- perda de inserção - fatores de retenção de biofilme dental (ex:
- profundidade de sondagem de até 4mm margens de restaurações, próteses mal adaptadas)
- sem sítios com profundidade maior que 4mm - anatomia dental
- sangramento a sondagem em menos de 10% dos - fraturas dentais
sítios
- presença de perda óssea radiográfica C. Aumento gengival influenciado por
medicamento
 Paciente sem periodontite
- perda de inserção - Medicação+placa= inflamação e crescimento
- profundidade de sondagem de até 3mm gengival
- sangramento a sondagem em menos de 10% dos Ex: bloqueadores de canais de cálcio,
sítios anticonvulsionantes, imunossupressores,
- possível perda radiográfica anticoncepcionais

II- Doenças gengivais induzidas por placa III- Doenças gengivais não induzidas pelo
bacteriana biofilme

A. Desordens genéticas e de Desenvolvimento


(Ex: fibromatose gengival hereditária) - outros sintomas podem incluir halitose, febre e
B. Infecções específicas (viral, bacteriana, sialorreia
fúngica)
C. Condições inflamatórias e Imunes B. Periodontite necrosante
- reação de hipersensibilidade
- doenças imunes da pele e das membranas - evolução de uma gengivite necrosante não tratada
mucosas - processo inflamatório do periodonto, que se
- lesões inflamatórias granulomatosas caracteriza por necrose/ulceração das papilas
D. Processos reacionais interdentais
E. Neoplasias - acompanha sangramento gengival, halitose, dor
Pré-malignas: leucoplasia e euritoplasia - causa uma perda do osso alveolar
Malignas: carcinoma escamoso celular,
linfoma, linfomas C. Estomatite necrosante
F. Doenças endócrinas, nutricionais e
metabólicas - processo inflamatório severo do peridonto
- deficiência de vitamians (Escorbuto) - ocorre necrose dos tecidos moles além da gengiva
G. Lesões traumáticas - presença de osteíte e sequestros ósseos
- trauma mecânico/físico - acontecem em pacientes comprometidos
- queimaduras sistemicamente de forma severa
- trauma térmico
H. Pigmentação gengival
- melanoplastia II- Periodontites
- melanose do tabagista
- pigmentação induzida por medicamentos - classificam-se de acordo com o estágio e grau
- tatuagem por amálgama - clinicamente caracteriza-se por:
 Perda de inserção em dois ou mais sítios
Periodontites interproximais não adjacentes
 Perda de inserção de 3mm ou mais na
vestibular, lingual/palatina de 2 ou mais
dentes

I- Periodontite Necrosante

- Estão relacionadas com a condição imune do


hospedeiro e podem ocorrer em:
 Pacientes comprometidos crônica e
gravemente (adultos ou crianças)
 Pacientes comprometidos temporária e/ou
moderamente (com gengivite ou
periodontite)

A. Gengivite necrosante
B. Periodontite necrosante
C. Estomatite necrosante

A. Gengivite necrosante

- processo inflamatório gengival que se caracteriza


por necrose/ulceração das papilas interdentais
- acompanha sangramento gengival e dor

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