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Hurian Machado – Odontologia UNIG

Periodontia I
Aula 1 1.Periodonto de Sustentação/ Inserção
Introdução
O periodonto de sustentação/ inserção é
A periodontia é a especialidade da composto pelo osso alveolar, ligamento
odontologia que estuda os tecidos próximos aos periodontal e cemento radicular. Estas estruturas
dentes e o tratamento das possíveis alterações que estão ao redor de toda a superfície radicular, e são
possam atingi-lo. as estruturas de suporte que fixam o dente ao
alvéolo.
PERI à à volta de, ao redor de; A) Osso Alveolar
ODONTO à termo para indicar relação com dente.
O processo alveolar é definido como as
Existem dois termos comumente utilizados
partes da maxila e da mandíbula que dão suporte
em periodontia para referir-se aos dentes e
aos alvéolos dos dentes. Juntamente com o
gengiva, que são “estética branca” referindo-se aos
cemento radicular e o ligamento periodontal,
dentes e “estética rosa” referindo-se a gengiva.
constitui o aparelho de sustentação dos dentes, e
tem como função principal distribuir e absorver as
forças geradas pela mastigação e por outros
contatos.
O osso alveolar é constituído por dois
componentes: o osso alveolar propriamente dito e
o processo alveolar. O osso alveolar propriamente
dito é contínuo com o processo alveolar e forma a
delgada lâmina óssea que está localizada
Anatomia do Periodonto imediatamente lateral ao ligamento periodontal.

O periodonto é o conjunto dos tecidos de • OSSO CORTICAL


proteção e sustentação do órgão dentário que
tem, entre si, uma completa interdependência - É um osso compacto.
anatômica e fisiológica. Sua principal função é
inserir o dente no tecido - É constituído por uma série de lamelas
ósseo da maxila e da concêntricas que apresentam canais ao seu redor.
mandíbula e manter a
integridade da superfície - As paredes dos alvéolos são revestidas por osso
da mucosa mastigatória da cortical (lâmina dura) e
cavidade oral. O a área entre os alvéolos,
periodonto é divido em é preenchida por osso
periodonto de sustentação esponjoso.
e periodonto de proteção.
Figura 1. G: gengiva; PL: ligamento - A mandíbula possui a
periodontal; RC: cemento radicular; maior quantidade de
ABP: osso alveolar propriamente Figura 2. Setas apontando para
osso cortical. o osso cortical.
dito; AP: processo alveolar.

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- Seu aspecto radiográfico é radiopaco. Todo o cemento radicular é impregnado pelo


ligamento periodontal.
• OSSO ESPONJOSO
Obs: anquilose é a
- É uma substância cicatrização onde o
esponjosa, e que possui osso e o cemento se
trabéculas ósseas unem diretamente,
(traves ósseas dispostas em casos de avulsão,
em forma de por exemplo.
rede/tubos).
• FUNÇÕES DO LIGAMENTO PERIODONTAL
- É responsável pela
flexibilidade do osso e pela absorção dos impactos. - Presença de mecanoceptores: fazem reflexo de
estiramento. Ex: quando mastigamos algo duro e
- Estrutura por onde passa a inervação e paramos de mastigar imediatamente; isso ocorre
vascularização. devido a presença dos mecanoceptores.

- A maxila tem maior quantidade de osso - Articulação gonfose: tipo de articulação no qual o
esponjoso. dente apresenta pouco movimento. Quando
ocluímos, o dente se movimenta.
• DEFEITOS ÓSSEOS
- Amortece os impactos através da absorção e
- Deiscência: perda óssea total vestibular. transmissão de forças ao osso alveolar, durante a
- Fenestração: perda óssea parcial. mastigação por exemplo.

- Hidrodinâmica: tecido conjuntivo preenchido de


água.

• CÉLULAS QUE CONSTITUEM O LIGAMENTO


PERIODONTAL

- Fibroblastos: fazem a reconstituição das fibras.


B) Ligamento Periodontal - Osteoblastos: fazem a reposição de osso através
do cálcio.
O ligamento periodontal é formado por tecido
conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e - Osteoclastos: responsáveis pela reabsorção óssea
celular, que circunda a raiz dos dentes e une o (osteólise).
cemento ao osso alveolar propriamente dito
(lâmina dura). -Cementoblastos: responsáveis pela reconstituição
do cemento.
O ligamento periodontal se comunica através de
canais vasculares no osso alveolar propriamente - Células espiteliais: células que formam tecidos.
dito com os espaços medulares do osso alveolar.
- Células nervosas: promovem estímulo.
Se localiza entre o cemento radicular e o processo
alveolar.

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• FIBRAS QUE CONSTITUEM O LIGAMENTO As fibras verdadeiras do


PERIODONTAL ligamento periodontal (as fibras
principais), surgem em
associação com a erupção do
dente. Primeiro, fibras podem
ser identificadas penetrando na
porção mais marginal do osso
alveolar.
Mais tarde, são vistos
feixes em posição mais apical de
fibras colágenas orientadas.
A orientação dos feixes de
fibras colágenas modifica-se
a) Fibras de crista alveolar: próximas à coroa/crista continuamente durante a fase de
alveolar. erupção dentária. Primeiro,
quando o dente atinge o contato
b) Fibras horizontais: se localizam logo abaixo da em oclusão e começa a exercer
crista alveolar. sua função, as fibras do ligamento
periodontal associam-se em
c) Fibras obliquas: se localizam no terço médio grupos de fibras colágenas dento-
radicular. alveolares bem orientadas. Essas
estruturas colágenas sofrem
d) Fibras apicais: se localizam no terço apical da remodelagem constante
raiz. (reabsorção de fibras velhas e
formação de novas).
• FORMAÇÃO DAS FIBRAS DO LG
C) Cemento Radicular
O ligamento periodontal e o cemento
radicular desenvolvem-se a partir do tecido
O cemento radicular é um tecido
conjuntivo frouxo (folículo), que circunda o germe
mineralizado especializado que reveste as
dentário. O ligamento periodontal se desenvolve
superfícies radiculares, e em algumas situações
concomitantemente com o desenvolvimento da
pequenas porções das coroas dos dentes, podendo
raiz e a erupção do dente.
estender-se também ao canal radicular.
O germe dentário é
formado em uma cripta do
osso. Durante o processo de • Características
sua maturação, as fibras
colágenas produzidas pelos - Não possui vasos sanguíneos ou linfáticos;
fibroblastos no tecido - Não possui invervação;
conjuntivo frouxo do germe - Não sofre remodelagem e nem reabsorção
dentário ficam envolvidas pelo fisiológica;
cemento recém-formado, imediatamente apical à - Contribui para o processo de reparo após danos à
junção cemento-esmalte (JCE). As fibras dispõem- superfície radicular;
se em feixes, orientados em direção à parte - Sobre deposição de acordo com a necessidade,
tendo formação contínua ao longo da vida;
coronal da cripta óssea. Esses feixes mais tarde
- Recebe a inserção das fibras do ligamento
formarão os grupos de fibras dentogengivais,
periodontal.
dentoperiósteas e transeptais, que pertencem ao
grupo de fibras orientadas pela gengiva.

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• FORMAÇÃO DAS FIBRAS

a) Fibras Extrínsecas

Formadas a partir das fibras de Sharpey, e são


produzidas a partir dos fibroblastos do ligamento
periodontal.
Figura 3. Limite cervical / Junção cemento-esmalte (JCE) /
Junção amelo-dentária (JAD). b) Fibras Intrínsecas

• TIPOS DE CEMENTO São produzidas pelos cementoblastos.

a) Cemento acelular ou primário São sepultadas de forma vertical pelos


cementoblastos.
- Surge antes da erupção do dente.
FIBRAS
- Possui formação lenta. EXTRÍNSECAS

- Não contém células.

- Se encontra em toda a raiz, mas principalmente


FIBRAS
na região cervical. INTRÍNSECAS

CEMENTO
- Fibras de Sharpey – principal componente.
DENTINA
b) Cemento celular ou secundário
• TIPOS DE CEMENTO DE ACORDO COM AS
- Se forma quando o dente está em oclusão. FIBRAS E CÉLULAS

- Possui formação rápida. a) Cemento acelular de fibras extrínsecas (CAFE)

- Contém células. - Formado com a formação do dente.

Como é formado? - Contém as fibras de Sharpey.

Os cementoblastos se calcificam através dos - É um cemento primário.


cementócitos e formam uma camada acima do
cemento primário, aumentando a espessura da - Se localiza na poção coronária e média da raiz.
região. Ex: interferência oclusal.
- Se liga ao osso propriamente dito.
Esse tipo de cemento possui uma espessura maior,
por isso apresenta menos fibras de Sharpey b) Cemento celular de fibras intrínsecas (CCFI)
inseridas.
- Cemento secundário.
Localizado principalmente no terço médio até o
apical. - Formado após a erupção dentária.

- É formado a partir de uma adaptação a uma força


que foi gerada durante o processo mastigatório,
por exemplo.
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- Muito comum em áreas de reabsorção. Gengiva (mucosa mastigatória)


c) Cemento celular estratificado misto (CCEM)
A gengiva é a parte da mucosa mastigatória
- Localizado no terço apical das raízes e área de que cobre o processo alveolar e circunda a porção
furca. cervical dos dentes. Consiste em uma camada
epitelial e um tecido conjuntivo subjacente,
- Contém fibras intrínsecas, fibras extrínsecas e chamado de lâmina própria. A gengiva assume sua
cementócitos. forma e textura definitivas em associação com a
erupção dos dentes.
- Cemento secundário.
Limites gengivais:
Obs: esses tipos de cemento são formados a partir
da necessidade. • Ranhura gengival

Divide a gengiva livre da gengiva inserida e coincide


2. Periodonto de proteção com a junção cemento-esmalte.

O periodonto de proteção é formado pela • Junção mucogengival


gengiva, e sua função é proteger o periodonto de
sustentação/ inserção. Divide a mucosa alveolar da gengiva inserida.
A mucosa da cavidade oral é contínua com
a mucosa do palato mole e da faringe. A mucosa
oral de divide em: mucosa mastigatória, mucosa
especializada e mucosa de revestimento/alveolar.

a) Mastigatória

Consiste na mucosa aderida ao processo alveolar


tanto da maxila, quanto da mandíbula. Formada
pela gengiva e o revestimento do palato duro.

b) Especializada Não existe linha mucogengival no palato, visto que


o palato duro e o processo alveolar da maxila são
Mucosa que recobre o dorso da língua. É revestidos pelo mesmo tipo de mucosa
considerada especializada devido a presença das mastigatória.
papilas.
A gengiva se divide de acordo com a localização/
c) De revestimento/Alveolar característica clinica. Três partes da gengiva podem
ser identificadas: gengiva livre, gengiva interdental
Compreende a mucosa jugal, lábio, assoalho de e gengiva inserida.
boca e palato mole. É a parte mais flexível/mole e
que não está inserida, iniciando-se a partir da A) GENGIVA LIVRE OU MARGINAL
junção mucogengival.
A gengiva marginal ou livre, é a porção terminal ou
É altamente vascularizada, e possui aspecto liso, borda da gengiva ao redor dos dentes em forma de
pois não há fibras sendo inseridas no osso. colar. Normalmente medindo aproximadamente
1mm de largura, a gengiva marginal forma a
parede do sulco gengival.
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Possui cor rósea, tem a C) PAPILA INTERDENTÁRIA E “COL”


superfície opaca e
consistência firme. A gengiva interdental
ocupa a ameia gengival, que
A gengiva marginal cobre é o espaço interproximal
uma parte da coroa dentária. abaixo da área de contato
dos dentes. A gengiva
Não está inserida, e somente se apoia no dente. interdental pode ser piramidal (dentes anteriores)
Quando se separa do dente (durante uma ou pode ter a forma de “col” (dentes posteriores).
sondagem, por exemplo), forma o sulco gengival.
• Ponto de contato
O ponto mais apical do arco côncavo da gengiva
marginal é chamado de zênite gengival. Está presente nos dentes anteriores, e
consiste no ponto onde um dente toca o outro.
B) GENGIVA INSERIDA Este ponto define até onde a papila se estende.
Nos dentes anteriores, a papila interdental possui
A gengiva inserida se estende da ranhura gengival formato piramidal.
até a junção muco-gengival, e faz a união real do
dente com a gengiva. • Superfície de contato

Possui textura firme e cor rósea, e apresenta Está presente nos dentes posteriores. A
pequenas depressões na superfície. Essas papila chega ao dente e percebe-se uma divisão
depressões conferem um aspecto de casca de por não ser apenas um ponto. Uma parte vai para
laranja ou pontilhado. a vestibular e outra para a língua/palatina, e entre
essas duas partes é formada uma concavidade
A gengiva está firmemente inserida no osso denominada “Col”.
alveolar e no cemento por meio de fibras do tecido
conjuntivo, o que a torna imóvel e rígida. Obs: se por algum motivo a ameia dental não for
preenchida pela papila interdental, haverá o que
Quanto maior a faixa de gengiva inserida, melhor, chamamos de “black space”.
pois a proteção do periodonto de sustentação é
maior.

Quando há retração óssea, há uma diminuição da


faixa de gengiva inserida.

Figura 4. Presença de black space entre


os incisivos cenrais superiores.

Anatomia microscópica
1. EPITÉLIO ORAL

O epitélio oral ou externo recobre a crista e a


superfície externa da gengiva marginal e a
superfície da gengiva inserida. Na média, o epitélio
oral possui 0,2 a 0,3mm de espessura.

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É a parte externa e mais espessa, e é um tecido começa a proteção do periodonto de


queratinizado. sustentação/inserção.

O epitélio oral é composto por quatro camadas: O epitélio juncional apresenta várias características
camada basal, espinhosa, granulosa e ceratinizada. estruturais e funcionais únicas que contribuem
para prevenir a superfície dental subgengival da
Se projeta para o tecido conjuntivo através de colonização pelo biofilme bacteriano patogênico.
interdigitações.
1) Está firmemente aderido à superfície dental,
2. EPITÉLIO SULCULAR formando uma barreira epitelial contra o biofilme
bacteriano;
O epitélio sulcular reveste o sulco gengival. É um 2) Permite acesso do fluido gengival, células
epitélio escamoso estratificado não queratinizado inflamatórias e componentes do sistema
fino sem cristas epiteliais, e se estende do limite imunológico de defesa do hospedeiro à gengival
coronal do epitélio juncional à crista da gengiva marginal.
marginal. 3) As células do epitélio juncional apresentam uma
rápida renovação, que contribui para o equilíbrio
Está voltado para o esmalte, dentro do sulco hospedeiro-parasita e permite um rápido reparo
gengival, e forma o sulco histológico. do dano tecidual.

Não há a presença de hemidesmossomos. 4. TECIDO CONJUNTIVO GENGIVAL

3. EPITÉLIO JUNCIONAL O tecido conjuntivo se insere ao cemento e ao osso


alveolar, e possui em média 1,07mm.
O epitélio juncional consiste em uma faixa de
epitélio escamoso estratificado não quaratinizado O tecido conjuntivo é composto em 60% por fibras,
em forma de colar, e possui em média 0,97 mm. 5% fibroblastos e 35% vasos, nervos e matriz
conjuntiva.
O epitélio juncional está aderido à superfície dental
(adesão epitelial) por meio de uma lâmina basal
interna, e está unido ao tecido conjuntivo por uma
lâmina basal externa. A lâmina basal interna
consiste em uma lâmina densa (adjancente ao
esmalte) e uma lâmina lúcida na qual os
hemidesmossomos estão inseridos. Os
hemidesmossomos têm um papel decisivo na firme
união das células à lâmina basal interna na
superfície dental.

O epitélio juncional se junta ao esmalte do dente


através de células, os hemidesmossomos, que
fazem uma adesão do tecido gengival ao dente. Os
hemidesmossosmos fazem uma adesão fraca. À • Fibras do tecido conjuntivo
medida que há estímulo (jato de ar, sondagem), o
epitélio se separa. 1. Colágenas;
2. Reticulares;
É no epitélio juncional onde começa a adesão: une 3. Oxitalânicas;
a gengiva livre/marginal ao esmalte; e é onde 4. Elásticas.

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1. Fibras colágenas de cicatrizes após procedimentos cirúrgicos. Isto


provavelmente é causado pela rápida reconstrução
O tecido conjuntivo da gengiva marginal é da arquitetura fibrosa dos tecidos. Entretanto, a
densamente colagenoso e contém um sistema de capacidade reparativa do tecido conjuntivo
feixes de fibras colágenas chamadas de fibras gengival não é tão grande quanto aquela do
gengivais. Elas consistem em colágeno tipo I. ligamento periodontal ou do tecido epitelial.
Possuem as seguintes funções:
• SUPRIMENTO SANGUÍNEO DO PERIODONTO
- Unir firmemente a gengival marginal contra o
dente; A microcirculação, os vasos sanguíneos e os vasos
- São responsáveis pela resistência, espessura e linfáticos desempenham um papel importante na
sustentação; drenagem do fluido tecidual e na disseminação da
- Promovem a rigidez necessária para resistir às inflamação. Na gengivite e periodontite, a
forças da mastigação microcirculação e a formação vascular alteram
muito a rede vascular diretamente sob o epitélio
São organizadas em 4 grupos: sulcular gengival e o epitélio juncional.

a) Fibras circundantes (CF): circundam o dente na As três fontes de suprimento sanguíneo para a
porção do cemento. gengiva são as seguintes:

b) Fibras dentogengivais (DGF): saem do dente e se 1. Arteríolas supraperiosteais: estão presentes ao


inserem na gengiva. longo das superfícies vestibular e lingual do osso
alveolar, das quais capilares se estendem ao longo
c) Fibras transeptais (TF): ligam o cemento de um do epitélio sulcular e entre as cristas epiteliais da
dente ao outro atravessando o septo. superfície externa gengival. Ramos ocasionais das
arteríolas passam através do osso alveolar para o
d) Fibras dentoperiósteas (DPF): saem do dente, ligamento periodontal ou percorrem sobre a crista
passam pelo periósteo e se inserem na gengiva. do osso alveolar.

2. Vasos do ligamento periodontal: se estendem


para a gengiva e anastomosam com os capilares na
área do sulco.

3. Arteríolas: emergem da crista do septo


interdental e se estendem paralelamente à crista
óssea e se anastomosam com os vasos do
ligamento periodontal, com capilares nas áreas
creviculares gengivais e com vasos que percorrem
sobre a crista alveolar.
Figura 6. Diagrama de
Figura 5. Fibras circundantes (CF); Fibras dentogengivais uma arteríola que
(DGF); Fibras transeptais (TF); Fibras dentoperiósteas (DPF). penetra o osso alveolar
interdental para suprir os
• REPARO DO TECIDO CONJUNTIVO GENGIVAL tecdiso interdentais
(esquerda) e uma
arteríola supraperiosteal
Devido a sua alta taxa de renovação, o sobre o osso alveolar
tecido conjuntivo gengival possui uma boa vestibular, que envia
ramos ao tecido
capacidade regenerativa e de cicatrização. Ele é um circunjacente (direita).
dos melhores tecidos de cicatrização no organismo
e geralmente mostra pouca evidência de formação
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• SUPRIMENTO LINFÁTICO DO PERIODONTO Espaço biológico


O papel do sistema
linfático é remover o excesso de • UNIÃO DENTO-GENGIVAL
fluidos, debris celulares e
proteicos, microrganismos e É a inserção do tecido conjuntivo em uma região
outros elementos, sendo do cemento. O epitélio juncional reforça e colabora
importante para o controle da na proteção.
difusão e na resolução do
processo inflamatório. A
drenagem linfática da gengiva
ocorre nos vasos linfáticos do tecido conjuntivo
papilar, formando uma rede extensa de capilares
neste tecido. Essa drenagem progride para a rede
coletora externa ao periósteo do processo alveolar,
em seguida para os linfonodos regionais
(particularmente para o grupo submandibular). A
linfa dos tecidos periodontais é drenada para os
linfonodos da cabeça e pescoço.

1) As gengivas vestibular e lingual da região dos


incisivos inferiores drenam para os linfonodos • SULCO HISTOLÓGICO X SULCO CLÍNICO
submentuais (SME);
2) A gengiva palatina da maxila é drenada para os
linfonodos cervicais profundos (CP);
3) A gengiva vestibular da maxila drena para os
linfonodos submandibulares (SMA);
4) As gengivas vestibular e lingual da região de pré-
molares inferiores drenam para os linfonodos
submandibulares (SMA);
5) Os terceiros molares são drenados pelos a) Sulco histológico: compreende a área do epitélio
linfonodos jugulodigástricos (JD). sulcular. Normalmente, o sulco histológico
apresenta 0,69 mm.
• SUPRIMENTO NERVOSO DO PERIODONTO
b) Sulco clínico: compreende o epitélio sulcular e o
Como outros tecidos do corpo, o epitélio juncional. Normalmente apresenta
periodonto contém receptores que registram a aproximadamente 2 mm.
dor, tato e pressão (nociceptores e
mecanoceptores). Além dos diferentes tipos de Obs: A sondagem periodontal é a
receptores sensoriais, os vasos sanguíneos do investigação da condição
periodonto são inervados. Os nervos que registram periodontal que é feita através de
a dor, tato e pressão têm seu centro no gânglio um instrumento milimetrado
trigeminal e chegam ao periodonto através do (sonda milimetrada) utilizado para
nervo trigêmeo e seus ramos terminais. Graças aos medir os parâmetros gengivais.
receptores do ligamento periodontal, é possível
identificar pequenas forças aplicadas aos dentes.
Por exemplo, uma tira de metal muito fina
colocada entre os dentes durante a oclusão pode
ser facilmente identificada.
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Aula 2 - Afirmava o risco aumentado de destruição em


sítios colonizados por microorganismos
específicos.
Placa e Cálculo Dental
Hoje, as teorias se uniram. As bactérias Gram + são
Para que haja placa bacteriana, é necessária supragengivais e as Gram - são subgengivais.
uma superfície dura não-escamativa, que são os
dentes. O acúmulo bacteriano causa uma resposta
inflamatória (vermelhidão, sangramento, inchaço).
Formação da placa
A remoção desse acúmulo bacteriano leva ao
desaparecimento dos sinais clínicos da inflamação. Superfície dura não-escamativa (dente) → Película
adquirida (formada pela saliva) → aderência
Obs: A bolsa periodontal é o aprofundamento seletiva de bactérias → colonização primária
patológico do epitélio juncional em direção ao (bactérias gram positivas) → aderência
ápice. subsequente de microorganismos → colonização
secundária → colonização terciária
- Sem perda óssea: gengivite.

- Perda óssea: periodontite.

Obs: quando há perda óssea, a papila também


migra. Ela só se forma quando há ponto de contato.

Teoria da placa não-específica


(Theilade 1986)
Número total de bactérias está relacionado com
amplitude do efeito patogênico.

- Define placa como uma massa biológica;


- Dizia que diferenças na composição não são
consideradas;
- Afirmava que formas agressivas da doença são
resultado de baixa resistência aos depósitos
bacterianos ou higiene oral deficiente;
- Não considerava diferenças entre gram positivas Obs: até 48h não há formação da placa.
e gram negativas.
Película adquirida → receptores específicos →
Teoria da placa específica adesão seletiva de bactérias → coagregação
(multiplicação) → cooperação (emitem sinais) →
(Loesche 1979) gradiente de difusão de O2 → proteção contra
agentes antimicrobianos.
A destruição relaciona-se com patógenos
Obs: as doenças gengivais surgem quando há um
específicos.
predomínio de bactérias gram negativas, ao invés
de gram positivas.
- Destruição localizada do periodonto;
- Nem toda gengivite evolui para a periodontite;

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Composição da placa Placa sub-gengival


- Bactérias; - Formada a partir da placa
- Células de defesa; supra-gengival;
- Restos de células epiteliais. - Deposita-se no sulco gengival
ou na bolsa periodontal;
Evolução da placa - A nutrição é feita pelos
tecidos periodontais e sangue;
- Gengivite (sem bolsa):
- Ordem complexa de bactérias; continuação apical da placa supragengival;
- Interações positivas e negativas; - Periodontite (com bolsa): Cocos e Bastonetes G-,
- Comunidade bacteriana estável; bactérias móveis (Espiroquetas e flagelos).
- Reação inflamatória nos tecidos moles
adjacentes.
Placa periimplantar
- Colonizadores primários: Streptococcus e
Actinomyces. O biofilme se forma não apenas em dentes
naturais, mas também nas superfícies artificiais
- Colonizadores secundários: Fusobacterium expostas ao meio bucal, como os implantes.
nucleatum, Prevotela intermedia e Espécies
capnocytophaga.

- Colonizadores terciários: Porphyromonas


gingivalis, Campylobactes rectus, Eikenella
corrodens, Actinobacillus actinomycetemcomitans.
Figura 7. Fotomicrografias de um implante removido devido
Determinantes biológicos a uma infecção periimplantar fornecem evidências da
semelhança entre a imagem estrutural da microbiota que se
forma no sulco ao redor do implante e a placa subgengival.
- Presença de O2: os diferentes níveis de O2 levam
à variação de crescimento e multiplicação das Controle da placa
bactérias.

- Presença de gengivite: acelera a formação da - O controle completo a cada 48h ou mais


placa e uma composição mais complexa é frequentemente não desenvolve inflamação
alcançada mais rapidamente. gengival.
- Menor quantidade de placa é formada próximo a
tecidos saudáveis do que na presença de gengivite.
Placa supra-gengival
Obs: o fator primário para a doença periodontal
- Deposita-se na coroa clínica dos dentes. será sempre a placa bacteriana.
- A nutrição é feita pelos produtos da dieta
dissolvidos na saliva. Conclusão
“A placa bacteriana é crucial para o processo
inflamatório. A resposta inflamatória varia muito a
frente da mesma agressão, sugerindo que a mesma
é a maior fonte de variações sendo, então, um

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fator primordial na etiopatogenia da doença


periodontal.”
Conclusão
“O cálculo dental não é causa primária das doenças
Cálculo dental periodontais. Seu efeito parece ser secundário,
fornecendo superfície ideal para maior acúmulo de
É a placa bacteriana mineralizada, tornando o meio placa e subsequente mineralização. Além disso, os
ideal para aderência bacteriana. depósitos de cálculo podem comprometer a
higiene oral e amplificar o efeito da placa
• Cálculo supra-gengival bacteriana.”

- Depende da quantidade da placa e secreção das Aula 3


glândulas salivares;

- Face lingual dos dentes antero-inferiores


Microbiota da Doença Periodontal
(glândula submandibular e sublingual);
Cerca de 500 espécies são capazes de
- Face vestibular dos primeiros molares superiores colonizar a cavidade oral, porém somente cerca de
(glândula parótida). 300 bactérias foram caracterizadas. Existe um
equilíbrio dinâmico entre essas bactérias.
Obs: o ducto da glândula excreta saliva o tempo
todo, e a saliva tem uma concentração alta de Ca, Doença periodontal X Doença infecciosa
fazendo com que haja formação rápida de cálculo.
• Fator primário: biofilme
• Fator secundário: cálculo

Se não houver essas características, não é


doença periodontal.

Características da doença periodontal


• Cálculo sub-gengival
- Anatomia do dente: os dentes multirradiculares
- É formado pelo acúmulo são mais susceptíveis devido à sua anatomia. Ex: a
bacteriano associado a produtos região de furca é afetada e isso dificulta a
do fluido gengival sulcular, higienização.
sangue e exsudato inflamatório - Facilidade de acumulação bacteriana.
da bolsa. - Ambiente favorável as bactérias.

Obs: exsudato consiste num líquido com alto teor Biofilme


de proteínas séricas e leucócitos, produzido como
reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos. - É uma comunidade bacteriana não definida
associada a qualquer superfície dura não-
- Ocorre sensibilidade tátil durante a sondagem. escamativa imersa em meio aquoso;
- Película glicoproteica;
-Depósitos volumosos são visíveis - Possui receptores específicos (gram + e -).
radiograficamente. - Faz adesão seletiva de bactérias;
- Coagregação;
- Agregação.
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Postulados de Koch modificados dentinários, chegando à polpa e podendo causar


uma lesão endo-perio.
(Socransky e Haffage 1994)
Patógenos periodontais
a) Critérios de associação
• Actinobacillus actinomycetemcomitans
As espécies devem ser encontradas com maior
(Aa);
frequência e em maior número em casos de
infecção.
- Bacilo G -;
- Capnofílico (se desenvole na presença de CO2);
b) Critérios de eliminação
- Anaeróbico;
- Fortemente associado a periodontite agressiva
A eliminação das espécies deve ser acompanhada
localizada (PJL);
pela remissão paralela da doença, ou seja, se
- Fatores de virulência: leucotoxina, bacteriocina,
eliminar o patógeno, a doença deve acabar.
colagenases, endotoxina, epiteliotoxina,
epiotoxina, fator inibidor de fibroblastos, fator
c) Resposta do hospedeiro
indutor de reabsorção óssea, invasão de células
epiteliais, etc.
Produção de anticorpos específicos (locais e
sistêmicos) direcionados a espécie.
• Porphyromonas gingivalis (Pg);
d) Fatores de virulência
- Bastonete G -;
- Anaeróbico;
Propriedades possuídas por certas espécies ou
- Assacarolíticos;
metabólitos potencialmente destrutivos (causar
- Relacionado com a periodontite crônica (do
malefícios. Ex: morte celular).
adulto);
- Fator de virulência: invasão de células epiteliais.
e) Fatores animais

Estudos de doenças induzidas experimentalmente • Bacterioides forsythus (Tannerella


em sistemas de modelo animal. forsythie);

• Prevotella intermedia/ nigrescens;


Bactérias X Etiologia
• Treponema denticola;
Dificuldades:
• Fusobacterium nucleatum;
- Entre 30 e 100 espécies patogênicas podem ser • Campylobacter rectus;
coletadas em um só sítio;
• Peptostreptococcus micros;
- Existe uma dificuldade de identificação;
• Eikenella corrodens.
- A atividade no sítio não é constante;

- Ocorre a presença em sítios e bocas não doentes.


Complexos microbianos subgengivais
Obs: As bactérias da periodontite podem migrar a) Grupo vermelho: fortemente relacionado com o
para o cemento e penetrar através dos canalículos aumento da profundidade de bolsa periodontal e
sangramento (terciário).

13
Hurian Machado – Odontologia UNIG

Aula 4
b) Grupo laranja: precede o grupo vermelho.
Apresenta um importante papel na patogenia
(secundário).
Patogênese da Doença Periodontal
c) Grupo amarelo, verde, azul e roxo: compostos Ocorrem reações inflamatórias e
por bactérias consideradas benéficas (primário). imunológicas a presença de bactérias patogênicas,
causando a gengivite e a periodontite. As
alterações inflamatórias podem permanecer
confinadas à área gengival por vários anos, porém
em algumas áreas a gengivite transforma-se em
doença periodontal destrutiva, resultando em
perdas dos ligamentos de tecido conjuntivo e osso
alveolar.
A doença periodontal é uma infecção
bacteriana mista, ligada à surtos, que ocorrem
devido à resolução inadequada das medidas
clínicas. O desenvolvimento ou não da doença
Figura 8. Complexos microbianos subgengivais. depende da resposta imunológica de cada
indivíduo.

Gengiva saudável → Placa → Gengivite →


Tempo → Destruição tecidual → Periodontite

A partir do momento que há placa


bacteriana na cavidade oral e a mesma não é
removida por algum motivo, pode-se ter uma
gengivite ou periodontite. Dependendo do tempo
em que a placa permanece na cavidade oral, pode
levar a uma destruição tecidual, agravando a
situação (periodontite).
Toda periodontite é proveniente de uma
gengivite, mas nem toda gengivite evolui para
periodontite pois depende da resposta do
hospedeiro e a doença pode ser tratada, não
evoluindo para periodontite. A doença não
necessariamente se instala em todos os dentes,
podendo ser localizada ou generalizada.
Indivíduos susceptíveis → Desequilíbrio na relação
hospedeiro-microorganismo

Gengiva clinicamente sadia X


Gengiva histologicamente normal
• Gengiva clinicamente sadia

- Livre de doença, sem inflamação;


- Coloração esbranquiçada;
14
Hurian Machado – Odontologia UNIG

- Textura de casca de laranja; a) Alterações histológicas (vasodilatação e


- Ausência de sangramento. aumento da permemabilidade microvascular;

• Gengiva histologicamente normal b) Aumento do fluido gengival;

- Pouca ou nenhuma célula inflamatória; c) Quimiotaxia com o aumento do número de


- Não existe, pois há sempre microrganismos leucócitos principalmente neutrófilos.
presentes;
- Só existe em situações de experimento e/ou 2. Lesão precoce
gengiva primária (vida uterina).
- 07 dias após o acúmulo de placa;
Somente a sondagem periodontal pode - Aumento das características da lesão inicial;
diagnosticar as doenças periodontais. - Aumento do número de vasos da rede de
Sem sangramento = periodonto saudável. capilares;
- Leucócitos predominantes são os linfócitos e
neutrófilos;
Inflamação gengival - Início da presença de plasmócitos (pequena
quantidade);
Foi feito um experimento com alunos que deviam - Degeneração dos fibroblastos;
permanecer sem escovar os dentes e realizar - Destruição do colágeno;
diariamente uma sondagem periodontal (presente - Proliferação de células basais do epitélio juncional
no livro Gengivite experimental em humanos, e do sulco;
1965). Nesse experimento observou-se que o - Alterações inflamatórias detectáveis ao exame
quadro da doença varia de pessoa para pessoa clínico;
(cada um possui uma resposta diferente), que era -Na lesão precoce já teremos sangramento à
uma doença reversível e que sem a ingestão de sondagem, isto é, já não teremos clinicamente uma
açúcar era possível permanecer sem escovação gengiva sadia.
durante 3 dias. O estudo também mostrou que a
escovação correta é essencial e muito mais Obs: na sondagem, quando introduzimos a sonda
importante do que a quantidade de vezes que dentro do sulco clínico, separamos o epitélio
escovamos os dentes. juncional do esmalte do dente. Quando o tecido
está inflamado e fazemos essa manobra, ocorre o
- Características do experimento: sangramento.

- 10 a 20 dias – acúmulo de placa; 3. Lesão gengival estabelecida


- Tumefação gengival (edema);
- Sangramento à sondagem delicada; - Intensificação do processo inflamatório;
- Sinais clínicos de inflamação reversíveis - Exacerbação das características da lesão precoce;
- Aumento da exsudação do fluido;
- Edema maior;
Progressão da lesão - Migração dos leucócitos;
- Lesão dominada por plasmócitos;
1. Lesão inicial - Pode ocorrer úlceras no tecido conjuntivo.

- Inicio 24h após acumulo de placa; Obs: o sangramento à sondagem é causado por
- 02 a 04 dias após o acúmulo de placa começam microúlceras no tecido conjuntivo.
os primeiros sinais:

15
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4. Lesão gengival/ periodontal avançada

- Aprofundamento da bolsa periodontal;


- Migração apical do epitélio juncional;
- Propagação lateral e apical do infiltrado
inflamatório;
- Exacerbação das características da lesão
estabelecida;
- Perda de osso alveolar;
- Destruição das fibras;
- Predominância de plasmócitos.

Aula 5

Antibióticos Sistêmicos na
Terapia Periodontal
Sua finalidade é ajudar as defesas do
hospedeiro a eliminar a infecção através da
destruição de patógenos periodontais
remanescentes após terapia convencional.

Quando a doença não é tratada, o epitélio Motivos de falha no tratamento


juncional começa a se projetar para o tecido
conjuntivo até que ele não consegue mais se convencional
defender e começa a migrar pro ápice, criando a
bolsa periodontal. - Alguns microrganismos (P. Gingivalis e A.
No tecido conjuntivo, estão as fibras Actinomycetemcomitans) são capazes de invadir o
colágenas que são responsáveis pela tecido conjuntivo adjacente à parede da bolsa.
inserção/sustentação da gengiva, e são formadas
pelos fibroblastos. Quando temos células de defesa - Patógenos periodontais podem residir em outros
+ microrganismos presentes, ocorre uma nichos intra-orais, como restaurações de Classe V,
destruição dessas fibras colágenas, causando a região de furca, lesão de cárie, PPR, etc.
perda da união gengiva-dente, e formando uma
área maior chamada de bolsa periodontal. - Bolsa periodontal.
Quando há bolsa periodontal, significa que
a união que a gengiva faz com o dente para
proteger o periodonto de sustentação, é perdida e Antibióticos na terapia periodontal
o periodonto de sustentação se torna susceptível,
podendo ocorrer a entrada de microrganismos e -Possuem atividade in-vitro contra microrganismos
posteriormente a perda óssea. considerados mais importantes na etiologia da
doença.

- A dose para eliminar o organismo-alvo deve ser


alcançada no ambiente subgengival e mantida por
um período longo o suficiente para afetar
significantemente a microbiota.

16
Hurian Machado – Odontologia UNIG

- Nessa dose, a droga não deve apresentar maiores • Bacteriostático


efeitos adversos locais ou sistêmicos.
- Evitam a multiplicação dos microrganismos
Antibióticos sistêmicos mais sensíveis;
- Levam mais tempo para remover a infecção;
utilizados na odontologia - Se as concentrações não forem mantidas, o
resultado do tratamento fica prejudicado, e há
- Penicilinas; risco de causar resistência.
- Clindamicina;
- Tetraciclina; Inibidores da síntese da parede celular
- Metronidazol.
a) Penicilinas
• Indicações
• Penicilina G (Benzetacil – procaína + benzatina)
- Profilaxia antibiótica;
- Pacientes impossibilitados sistemicamente; - Bactericida de pequeno espectro - efetivo contra
- Tratamento de doenças periodontais agudas microrganismos aeróbios e facultativos G+ e G-;
associadas a comprometimento sistêmico (febre, alguns anaeróbios e espiroquetas;
mal-estar, linfodenopatia);
- Tratamento de periodontite agressiva e - Administração via parental (intramuscular);
refratária;
- Adjunto à terapia cirúrgica (regenerativa). - Sensível à beta-lactamase (penicilinase);

• Profilaxia antibiótica - Indicada em infecções severas (quando a via oral


está comprometida).
- Realizada antes de procedimentos que
apresentam risco de hemorragia, em pacientes Obs: Não é eficiente na odontologia.
portadores de insuficiências cardíacas, febre
reumática ou que apresentam risco de desenvolver
endocardite bacteriana.

- Dose recomendada: 2 g de Amoxicilina ou 600 mg


de clindamicina 1h antes do procedimento.

Fármaco Bactericida X
• Penicilina V (fenoximetilpenicilina)
Bacteriostático
- Bactericida de pequeno espectro – efetiva contra
• Bactericida aeróbios e facultativos G+ e G-; alguns anaeróbios
e espiroquetas;
- Causam a eliminação dos microrganismos
sensíveis; - Administração via oral;
- Levam menos tempo para remover a infecção;
- As concentrações não tem que ser mantidas em - Sensível à penicilinase.
todos os momentos durante o tratamento de uma
infecção.

• Amoxicilina e Ampicilina

17
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- A penicilina G procaína está associada à maior


- Bactericidas de amplo espectro (maior atividade incidência de alergia à droga;
contra G- e discretamente menor contra G+); - Amoxicilina e ampicilina têm maior probabilidade
de causar superinfecções;
- Sensível à penicilinase; - Ampicilina e amoxicilina foram associadas à colite
pseudomembranosa.
- A amoxicilina possui atividade considerável contra
patógenos periodontais; b) Cefalosporinas (Cefalexina)

- A amoxicilina é indicada em casos de periodontite - Droga bactericida de espectro aumentado (eficaz


agressiva, avançada e refratária, em combinação contra cocos G+ e várias cepas de bacilos G-);
com metronizadol ou ácido clavulânico. - Sensível à beta-lactamase (cefalosporinas);
- Utilizada em pacientes com histórico de alergia
Ácido clavulânico: não aguda à penicilina e não tolerantes à
eritromicina, e no tratamento de infecções
- É uma molécula beta-lactâmica sem atividade causadas por microorganismos resistentes à
antimicrobiana; penicilinase.
- Possui alta afinidade pelas beta-lactamases;
- Torna a penicilina resistente à maioria das beta-
lactamases produzidas por bactérias orais;
- Antibiótico suicida.

• Reações tóxicas e efeitos colaterais

- O efeito adverso sistêmico mais comum é a


alergia, semelhante àquela associada ao uso de
penicilinas;
• Contra indicações - Causa distúrbios gastrointestinais (anorexia,
náusea, vômitos e diarreia, além de colite
- Contra-indicada em pacientes com alergia à pseudomembranosa);
penicilina (1-10% da população); - Reações cruzadas entre penicilinas e
- Doses devem ser reduzidas em pacientes com cefalosporinas ocorrem com frequência de 5 a
insuficiência renal grave; 10%.
- Precaução em grávidas, lactantes e pacientes com
hipersensibilidades às cefalosporinas. Inibidores da síntese proteica
• Reações tóxicas e efeitos colaterais
a) Eritromicina (Macrolídeo)
- Apresentam toxicidade seletiva máxima;
- Droga bacteriostática de
- Podem causar distúrbios gastrointestinais;
pequeno espectro;
- As reações alérgicas incluem quase todos os tipos
- Inibe a síntese proteica
de reação imune adversa conhecida;
ligando-se à subunidade de
- A frequência e gravidade das reações alérgicas é
50S do ribossomo
influenciada pela via de administração e tipo de
bacteriano;
derivado da penicilina utilizado.
- Seu uso é secundário ao da penicilina G;

18
Hurian Machado – Odontologia UNIG

- As bactérias rapidamente adquirem resistência à - A doxiciclina e a minociclina são mais bem


eritromicina (desvantagem); absorvidas pelo trato gastrointestinal que as outras
- Ocorre resistência cruzada à clindamicina. tetraciclinas;
- A concentração da minociclina no fluido gengival
• Reações tóxicas e efeitos colaterais pode chegar a 5 vezes a concentração do sangue;
- São drogas muito utilizadas em estudos clínicos
- Causa distúrbios gastrointestinais (náusea, de longo prazo com pacientes periodontais.
vômito, desconforto epigástrico e diarreia)
relacionados à dose;
- Reações alérgicas ocorrem com pequena
frequência e incluem prurido e febre;
- Potencializa o efeito de anticoagulantes orais
(warfarin), carbamazepina (anticonvulsivante) e
ciclosporina (imunossupressor);
- Interfere no metabolismo de corticosteroides.

b) Clindamicina • Interações medicamentosas

- É farmacologicamente semelhante à eritromicina - Não devem ser administradas junto com outros
(os mecanismos de ação são idêntico); antibióticos;
- São mais ativos contra a maioria de anaeróbios G+ - Cálcio, magnésio, ferro e alumínio prejudicam
e G-; absorção da tetraciclina e da minociclina pelo trato
- Alcança altas concentrações no tecido ósseo gastrointestinal.
(excelente no tratamento de osteomielite e osteíte
purulenta); • Reações tóxicas e efeitos colaterais
- Não é afetada pelos microrganismos produtores
de beta-lactamases; - Causam irritação gastrointestinal (anorexia,
- Risco de causar colite pseudomembranosa. desconforto epigástrico, distenção abdominal,
náusea, vômito, diarreia, úlceras orais e irritação
perianal) relacionado à dose;
- Aumentam o tempo de coagulação sanguínea;
- Não devem ser administradas durante a gravidez
nem em fases de crescimento ósseo.

d) Aminoglicosídeos

- Estreptomicina;
c) Tetraciclinas (Doxiciclina e Minociclina) - Gentamicina;
- Amicacina;
- Bacteriostáticos de amplo espectro (eficazes - Bacteriostáticos de espectro aumentado, eficazes
contra G+ e G-; aeróbios, anaeróbios e contra microrganismos G+ e G- (principalmente
treponemas); bastões aeróbicos G-);
- Inibem a síntese proteica através da ligação - Atuam sinergisticamente com penicilinas e outras
reversível à subunidade 30S do ribossomo drogas que afetam a parede celular;
bacteriano; - Amicacina e gentamicina causam ototoxicidade e
- Formam complexos com o cálcio e são nefrotoxicidade.
depositados junto com ele durante a calcificação
do osso, dentina e esmalte.

19
Hurian Machado – Odontologia UNIG

Interferência na síntese de → Insucesso

ácidos nucleicos - Escolha não apropriada da droga;


- Falha no cálculo da dosagem;
a) Metronidazol - Incapacidade de penetrar no sítio da infecção;
- Antagonismo entre as drogas;
- Droga bactericida de curto espectro (só é ativo - Resistência;
contra bactérias obrigatoriamente anaeróbicas); - A prescrição deliberada de antibióticos pode
- Reage com o DNA bacteriano, inibindo sua induzir a aparição de cepas bacterianas resistentes,
replicação, fragmentando o DNA existente e, em levando à formação de infecções difíceis de tratar.
baixas doses, provocando mutação do genoma;
- Muito útil no tratamento de periodontite Aula 6
agressiva e na gengivite ulcerativa necrosante.
Agentes Químicos na
Terapia Periodontal
Sua finalidade é auxiliar no controle da
placa supragengival, coadjuvante ao controle
mecânico convencional.

• Reações tóxicas e efeitos colaterais Características necessárias


- Náusea, anorexia, dor epigástrica, estomatite, aos agentes químicos
língua pilosa negra e gosto metálico na boca;
- A ingestão de bebidas alcoólicas é contra-indicada - Adsorção e retenção prolongada nas superfícies
durante seu uso, pois causa a reação do tipo orais, incluindo os dentes cobertos por películas;
Antabuse; - Baixa toxicidade;
- Pode potencializar o efeito de anticoagulantes - Mínimos efeitos colaterais e sistêmicos;
orais; - Não causar resistência bacteriana;
- A coloração da urina pode se tornar vermelha- - Facilidade de uso pelo paciente.
amarronzada.

b) Quinolonas (Ciprofloxacina).
Veículos de administração

- Droga bactericida de amplo espectro; - Dentifrício;


- Altamente eficaz contra bactérias entéricas G-, - Colutórios bucais;
incluindo cepas resistentes aos antibióticos b- - Sprays;
lactâmicos e aminoglicosídeos; - Irrigadores;
- É eficaz contra cocos G+ (embora menos que as - Gomas de mascar;
penicilinas). - Vernizes.

20
Hurian Machado – Odontologia UNIG

Clorexidina – - Para higiene oral de deficientes físicos e mentais;


- Indivíduos clinicamente comprometidos
antisséptico bisbiguanidas predispostos a infecções orais;
- Pacientes de alto risco para cárie;
- Ulceração aftosa recorrente;
- A clorexidina é o antisséptico mais estudado e
- Usuários de aparelhos ortodônticos.
mais eficaz para a inibição da placa e a prevenção
da gengivite;
- Possui importante ação antimicrobiana (ampla • Usos clínicos da clorexidina na periodontia
variedade de bactérias G+ e G-);
- Eficaz também contra alguns fungos e leveduras - Durante tratamento periodontal convencional;
(inclusive cândida) e alguns vírus como HBV e HIV. - Enxágue e irrigação pré-operatória imediata;
- Após cirurgia periodontal;
- Irrigação subgengival.
• Mecanismo de ação

- Em baixas concentrações, causa aumento da • Conclusões


permeabilidade com perda de componentes
intracelulares; - A clorexidina é mais eficaz como agente
- Em altas concentrações, causa precipitação do preventivo do que como agente terapêutico;
citoplasma bacteriano e morte celular; - Os empregos mais valiosos no controle químico
- Efeito bacteriostático persistente por 12h. da placa são os de curto e médio prazo, quando a
limpeza mecânica não é possível.
• Efeitos colaterais
Cloreto de cetilpiridínio –
- Manchas acastanhadas nos dentes, no dorso da
língua e em alguns materiais restauradores; componente quarternário de amônio
- Perturbação do paladar;
- Erosão da mucosa oral (dependente da - Possui efeito limitado como inibidor da
concentração); microbiota bucal;
- Tumefação da parótida (ocorrência rara e sem - A efetividade de ação parece ser de somente 3-5
explicação). horas;
- A evidência de benefício contra a gengivite é
• Nome comercial/ concentração duvidosa;
- Pode-se aumentar a eficácia dobrando a
- Periogard, Noplak, Perioxidin; frequência de enxágues para 2x ao dia, o que
- Colutórios bucais – 0,12%; aumentaria os efeitos colaterais bucais.
- Géis – 0,2 %.

• Usos clínicos da clorexidina na odontologia

- Como um complemento à higiene oral e à


profilaxia profissional;
- Para pacientes com fixação mandibular;

21
Hurian Machado – Odontologia UNIG

Triclosan – composto fenólico Aula 7

- Antimicrobiano amplamente usado por muitos Plano de Tratamento Periodontal


anos em vários produtos;
- Em altas concentrações tem ação inibidora da - Anamnese;
placa moderada e atividade com duração de 5h; - Exames: hematológicos, raio-x, biópsia,
- A associação com o zinco aumenta sua retenção moldagem, foto, exame físico (intra oral – mucosa,
e ação antibacteriana; dentes, sondagem, periodonto e extra oral).
- Parece proporcionar maior benefício para a - Urgência: dor, estética e função. Foge do
gengivite do que para a redução de placa (efeito planejamento.
anti-inflamatório).
Exame físico: sondagem → detecção
da doença periodontal

Base do plano de tratamento


• Deve-se avaliar:

- Mobilidade;
Xilitol – poliácool - Furca;
- Sangramento e profundidade de sondagem;
- Semelhante ao açúcar, porém não fermentável - Anatomia do defeito ósseo.
pelas bactérias da placa;
- Possui sabor agradável e refrescante, sem sabor Obs: A idade do paciente é um fator importante.
residual, que estimula o fluxo salivar;
- Além de reduzir o crescimento e adesão da placa
dental, também promovem a remineralização de
Medidas terapêuticas
manchas brancas iniciais;
- Parece diminuir os níveis salivares de S. Mutans; a) Terapia inicial
- Pode ser utilizado em produtos de higiene bucal,
como enxaguatórios, pastilhas de garganta e - Conscientização, ensinar a técnica de escovação
dentifrícios; correta; tem por objetivo dar condição para o
- A principal desvantagem é o alto custo, que paciente realizar o tratamento;
impossibilita seu uso em saúde pública; - Diminuir ou resolver o sangramento à sondagem;
- Os principais efeitos colaterais (associados a altas - Diminuir a profundidade da bolsa;
doses) são desconforto abdominal e diarreia; - Eliminar a exposição de furca;
- A dosagem máxima diária é de 20 mg. - Estética funcional;
- Remoção ou controle da infecção;
- Raspagem supra-gengival;
- Instrução de higiene oral.

b) Terapia corretiva

- Fase onde é executado o procedimento;

- Ex: cirurgia periodontal, tratamento endodôntico


e tratamento restaurador.

22
Hurian Machado – Odontologia UNIG

c) Fase de manutenção • Em periodonto íntegro

- Acompanhamento do paciente. - Ausência de sangramento à sondagem;


- Ausência de eritema e edema;
Fatores de risco: - Sem perda óssea e/ou perda de inserção.
- Profundidade de sondagem até 3mm.
- Controle inadequado de placa;
- Doença sistêmica e tabagismo.
• Em periodonto reduzido

Aula 8 - Ausência de sangramento à sondagem;


Classificação das Doenças - Ausência de eritema e edema;
- Há perda óssea e/ou perda de inserção.
Periodontais (2018) a) Com histórico de periodontite

A classificação das doenças periodontais - Paciente tratado com sucesso;


auxilia e facilita o diagnóstico, prognóstico e o - Perda de inserção;
tratamento dessas doenças. - Profundidade de sondagem até 4mm;
- Sangramento a sondagem até 10% dos sítios;
Sistemas classificatórios que reúnem - Perda óssea radiográfica.

as doenças periodontais b) Sem histórico de periodontite

• 1806 – Joseph Fox; - Perda de inserção não relacionada à inflamação


• 1942 – Orban; gengival;
• 1966, 1977, 1986, 1989 – AAP; - Recessão gengival, aumento de coroa clínica;
• 1999 – Workshop Internacional para classificação - Perda de inserção;
das doenças e condições periodontais; - Profundidade de sondagem de até 3mm;
• 2018 - Workshop Mundial para classificação das - Sangramento em até 10% dos sítios;
doenças periodontais. Chicago – Novembro, - Pode apresentar perda óssea radiográfica.
2017.
O que é saúde? Condições gengivais

Saúde é o bem-estar físico, mental e social a) Condições gengivais induzidas pelo


completo, e não apenas ausência de doença ou biofilme
enfermidade.
- Associadas apenas ao biofilme;
- Mediadas por fatores sistêmicos/locais;
Saúde Periodontal - Associadas a medicação.

A saúde periodontal pode existir antes do Gengivite induzida pelo biofilme:


acometimento das doenças, mas também pode ser
restaurada após um tratamento bem-sucedido, - Sinais e sintomas de inflamação confinadas à
resultando em saúde periodontal em periodonto gengiva e apresenta reversibilidade após a
reduzido. Assim, um paciente pode apresentar desorganização do biofilme;
saúde mesmo que apresente um quadro clínico e - Inserção periodontal estável;
radiográfico de perda de inserção. - Pré-requisito para uma periodontite;

23
Hurian Machado – Odontologia UNIG

- Sinais clínicos: eritema, edema, sangramento e • Exacerbada por fatores sistêmicos


alargamento do sulco gengival.
- Hiperglicemia/ Diabetes: perda de inserção,
• Em periodonto íntegro severidade de inflamação gengival.

- Profundidade de sondagem de até 3mm; - Leucemia: deficiência nos fatores de coagulação


- Sem perda inserção e/ou perda óssea (inchaço, aspecto esponjoso, cor vermelha a roxo
radiográfica. intenso, sangramento).

• Em periodonto reduzido - Tabagismo: causa menor apresentação de sinais


clínicos e sintomas.
- Profundidade de sondagem até 3mm;
- Perda de inserção e/ou perda óssea radiográfica. - Deficiência de vitamina C: características similares
a gengivite.
Obs:
• Exacerbada por fatores locais
- Após o tratamento periodontal não há inflamação
dos tecidos, porém a altura óssea é menor; - Margem de restaurações: maior acúmulo de
- A gengivite associada ao biofilme num periodonto biofilme.
reduzido é caracterizada pelo retorno da
inflamação, porém a margem gengival não - Hipossalivação: dificulta o controle de placa
apresenta progressão da perda de inserção. (medicamentos, ansiedade, diabetes).
• Sangramento à sondagem
- Influenciada por medicação: pode causar
hiperplasia.
- Diagnóstico de gengivite;
- Sítios: D-V, V, M-V, M-L/P, L/P, D-L/P; • Drogas antiepiléticas: fenitoína, valproato de
- Localizada: menos de 30% dos sítios; sódio;
- Generalizada: mais de 30% dos sítios.
• Bloqueadores do canal de cálcio: nifedipina,
• Fatores modificadores verapamil;

- Hormônios sexuais esteroidais: a puberdade em • Imunorreguladores: ciclosporina.


conjunto com o aumento dos hormônios pode
promover um aumento na resposta inflamatória b) Condições gengivais não induzidas pelo
gengival. biofilme

- Puberdade: aumento drástico dos níveis - A gengiva pode exibir lesões patológicas não
hormonais tem efeito transitório na inflamação induzidas por placa bacteriana como manifestação
gengival. de uma outra condição sistêmica.

- Gravidez: gengivite associada (aumento de - Não são causadas pelo biofilme, mas são
profundidade a sondagem e sangramento a impactadas pelo seu acúmulo;
sondagem).
- Anomalias genéticas e hereditárias: fibromatose
- Contraceptivos orais: hiperplasia gengival. gengival hereditária;

- Infecções de origem bacteriana: gonorreia, síflis e


tuberculose.
24
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- Infecções de origem viral: mão-pé-boca, - Maligna: carcinoma de células escamosas,


gengivoestomatite herpética, varicela zoster, leucemia e linfoma.
molusco HPV.
• Doenças endócrinas, metabólicas e
- Infecções de origem fúngica: candidíase. nutricionais:

- Lesões inflamatórias e imunológicas: reações de - Deficiência de vitamina C.


hipersensibilidade, alergia e eritema multiforme.
• Lesões traumáticas:
- Doenças autoimunes de pele e mucosa: pênfigo
vulgar, penfigóide, líquen plano, lúpus- - Físico;
eritematoso, granulomatos orofacial. - Químico;
- Térmico.
- Processos reativos: hiperplasia, hiperplasia
fibrótica, granuloma fibroblástico, calcificante,
granuloma piogênico, granuloma de células
Doenças necrosantes
gigantes.
• Características:
Doenças gengivais não induzidas pelo biofilme:
- Dor;
• Desordens genéticas e de desenvolvimento: - Sangramento;
- Necrose da papila.
- Fibromatose gengival hereditária.
• Comprometimento da resposta imune (fatores
• Infecções específicas: predisponentes):

- Bacteriana: Neisseria gonorrhoeae, Treponema - Tabagismo e etilismo;


pallidum, Mycobacterium tuberculosis, gengivite - HIV;
estrepcócica. - Desnutrição;
- Sono e stress;
- Viral: coxsackie, herpes simples, varicela zoster, - Má higiene;
molluscum contagiosum, papiloma vírus. - Gengivite pré-existente;
- História prévia de doença necrosante.
- Fúngica: candidíase.
a) Gengivite necrosante
• Condições imunológicas e inflamatórias:
- Processo inflamatório agudo do tecido gengival;
- Reações de hipersensibilidade; - Necrose/ulceração papilar;
- Doenças autoimunes; - Sangramento gengival;
- Condições inflamatórias granulomatosas. - Dor;
- Halitose;
• Processos reacionais: - Pseudomembranosa;
- Linfodenopatia;
- Epúlides. - Febre.

• Neoplasias: b) Periodontite Necrosante

- Pré-maligna: leucoplasia; - Processo inflamatório do periodonto;


- Necrose/ ulceração papilar;

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- Sangramento gengival; - Transição de gengivite para periodontite;


- Dor; - Início da perda de inserção clínica.
- Halitose;
- Perda óssea rápida; • Estágio II
- Pseudomembranosa;
- Linfodenopatia; - Profundidade de sondagem de aproximadamente
- Febre. 5 mm;
- Periodontite moderada;
c) Estomamtite necrosante - Estabilidade da doença;
- Exame clínico detalhado.
- Condição inflamatória grave do periodonto e da
cavidade oral; • Estágio III
- Necrose dos tecidos moles se estende além da
gengiva; - Profundidade de sondagem de aproximadamente
- Desnudação óssea; 6mm;
- Osteíte; - Periodontite severa com risco de perda dentária;
- Sequestros ósseo; - Dano significativo ao aparato periodontal;
-Acomete pacientes sistêmica e severamente - Perda de dentes;
comprometidos. - Bolsas profundas;
- Defeitos/LF.
Periodontites
• Estágio IV
- Doença inflamatória crônica; - Complexidade do estágio III;
- Multifatorial; - Periodontite avançada com dentes perdidos por
- Destruição progressiva do aparato de suporte doença periodontal;
dentário; - Diminuição da função mastigatória;
- Formação de bolsa periodontal e sangramento
- Mobilidade aumentada.
gengival;
- Se divide em estágios de severidade e grau.
b) Grau de evolução

• Será considerado periodontite, quando: - Está relacionado com a velocidade da evolução da


doença (prognóstico/como tratar).
- Perda de inserção interproximal em 2 ou mais
dentes não adjacentes; 1. Critéio primário
- Perda de inserção vestíbulo-lingual/palatina de
mais de 3 mm;
• A – Lenta
- Profundidade de bolsa maior que 3 mm.
- Sem perda óssea radiográfica em 5 anos;
a) Estágios
- Acúmulo de biofilme com baixo nível de
destruição;
- Está relacionado com a evolução, tratamento e
prognóstico da doença.
• B – Moderada
• Estágio I - <2mm em 5 anos;
- Destruição proporcional com o acúmulo de
- Profundidade de sondagem de aproximadamente biofilme;
4 mm;
- Periodontite inicial;

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• C – Rápida Periodontite com manifestações


- >= 5mm em 5 anos; de doenças sistêmicas
- Destruição acima da relação com o biofilme;
- Prognóstico rápido ou precoce; - Várias doenças e condições sistêmicas podem
- Falta de controle bacteriano padrão. afetar ou ter impacto negativo no curso da doença
periodontal;
II. Modificadores - Afetam o periodonto mesmo sem a presença do
biofilme.
• A – Lenta
a) Doenças genéticas
- Tabagismo: não fumante;
- Diabetes: normal ou sem diagnóstico. 1. Desordens associadas a desordens
imunológicas
• B – Moderada
- Síndrome de Down;
- Menos de 10 cigarros por dia; - Síndromes associadas à deficiência na adesão
- HBA1C < 7%. leucocitária;
- Síndrome de Papillon-Lefevre;
• C – Rápido - Síndrome de Haim-Munk;
- Síndrome de Chediak-Higashi;
- Mais de 10 cigarros por dia; - Neutropenia severa / Neutropenia congênita /
- HBA1C > 7%. Neutropenia clínica.

Obs: HBA1C = hemoglobina glicada. 2. Desordens que afetam a mucosa oral e o


tecido gengival
Passo a passo do diagnóstico
- Epidermólise bolhosa;
- Síndrome de Kindler;
I. Exame inicial - Deficiência plasmogênica.

• Anamnese; 3. Desorderns que afetam o tecido conjuntivo


• Periograma;
• Exame radiográfico. - Síndrome de Ehlers-Danlons (tipos IV e VIII);
- Angiodema;
II. Estabelecer estágio - Lúpus Eritematoso Sistêmico.

• Separar os casos de perda de inserção não 4. Desordens metabólicas e endócrinas


ocasionados por periodontite;
• Determinar a máxima perda de inserção ou perda - Doença de armazenamento de glicogênio;
óssea radiográfica; - Doença de Gaucher;
• Confirmar os padrões de perda óssea - Hipofosfatasia;
radiográfica. - Raquitismo;
- Síndrome de Hadju-Cheney.
III. Estabelecer grau
b) Doenças de imudeficiência adquirida
• Calcular o índice de perda óssea;
• Observar presença de fatores de risco; - Neutropenia adquirida;
• Observar resposta ao tratamento periodontal. - Infecção por HIV.
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c) Doenças inflamatórias Obs: A terapia periodontal química não é eficaz se


não estiver associada à terapia mecânica
- Epidermólise bolhosa adquirida;
- Doença inflamatória intestinal. • Fase I: terapia associada a causa ou inicial

Aula 9 - Fase onde ocorre a remoção da causa;


Tratamento Periodontal - O profissional é o responsável;
- Remoção do biofilme dental;
Não-Cirúrgico - Controle de placa;
- Motivação;
- Remoção de fatores retentivos de placa;
Terapia básica periodontal (TPNC) - Cooperação paciente-profissional.

• Fase II: terapia adicional ou corretiva


É o conjunto de medidas que tem como objetivo:
- Fase onde ocorre a correção de outros
- Remoção de depósitos supragengival e
problemas;
subgengival de placa e cálculo;
- Não deve ser feita em presença de doença
- Instrução ao paciente em relação as medidas
periodontal.
adequadas de controle de placa;
- Controle da inflamação;
1. Terapia básica periodontal;
- Os objetivos do tratamento periodontal são
2. Cirurgia;
reduzir a infecção, controlar, eliminar e prevenir a
3. Endodontia; Sequência clínica
doença periodontal.
4. Dentística;
5. Prótese.
Obs: a raspagem periodontal + higiene oral
eficiente + controle efetivo de placa, irão devolver
a saúde periodontal ao paciente. • Fase III: terapia de suporte ou manutenção

A terapia básica periodontal consiste em: - É um conjunto de procedimentos realizados em


intervalos relacionados para auxiliar o paciente
- Profilaxia; periodontal na manutenção da saúde oral.
- Higiene oral eficiente + motivação; - Prevenção a recorrência da doença periodontal
- Raspagem supra e subgengival; evitando sua recorrência, progressão e perda
- Agentes antimicrobianos. dentária.
- Métodos de controle de placa;
- Monitoramento profissional.
• Resposta esperada em 3 meses

- Diminuição da profundidade de sondagem; • Instrução de higiene oral


- Nível de inserção clínica estável;
-Diminuição dos sítios de sangramento a - Método eficaz;
sondagem; - Controle diário;
- Melhora mobilidade dentária. - Explicar a doença periodontal: demonstrar sinais
e sintomas e enfatizar a causa;
-Métodos adicionais: evidenciador de placa,
• Terapia básica periodontal
vídeos, fotos, manequim, etc.
- Mecânico + químico.
- Mecânico: curetas periodontais, ultrassom;
- Químico: clorexidina + antibiótico.

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• Métodos de controle de placa Doença ativa


1. Escovas manuais
- A desorganização do biofilme permite a chegada
- Desenho anatômico da esvoca; do sistema de defesa do hospedeiro.
- Cerdas maciais e tamanho da ponta ativa - O princípio da terapia periodontal é simples:
adequado; raspagem de dentes e raízes (fase I: terapia causal).
- Habilidade do indivíduo;
- Frequência e duração da escovação. Nichos de retenção
Obs: A Técnica de Bass é a mais eficiente e mais
a) Naturais
fácil de ser executada.
Fazem parte da anatomia do dente. Ex:
2. Escovas elétricas
- Sulco que pode se formar na JCE;
- Indicadas para paciente deficientes ou com
- Ranhuras palato gengivais;
dificuldade motora.
- Concavidades e fissuras.
3. Métodos auxiliares
b) Patológicos
- Fio e fita dental;
- Cárie;
- Passa fio;
- Bolsa periodontal;
- Escovas interproximais e unitufo;
- Cálculo.
- Raspador de língua;
- Dentifrícios.
c) Iatrogênicos (causados pelo profissional)
• Controle químico
- Restaurações mal adapatadas;
- Materiais porosos próximos ao sulco gengival;
- Previne a aderência seletiva de bactérias;
- Restauração subgengival.
- Retarda a proliferação bacteriana;
- Altera a patogenicidade da placa.
Raspagem periodontal
Gluconato de clorexidina 0,12%
- Consiste na remoção de placa e cálculo das
- Eficiente agente antiplaca; superfícies dentárias;
- Sem toxicidade; - Pode ser supra gengival e subgengival;
- Reduz a carga bacteriana; - Pode ser raspagem fechada ou aberta.
- Previne a formação de placa;
- Efeitos colaterais – estética e paladar. Obs:

Uso externo: - Supra gengival: coroa clínica;


- Subgengival: com bolsa.
1. PerioGard sem álcool ou clorexidina 0, 12%
-------- 01 frasco
Respostas esperadas
- Bochechar a medida da tampa 2x ao dia por 15
dias, após a primeira e última escovação do dia; - Ausência de sangramento a sondagem;
- Não engolir e não lavar a boca após bochecho. - Redução da profundidade de sondagem;
- Ganho de inserção clínica;
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- Redução da mobilidade dental; - A formação de epitélio juncional longo


- Bom controle de placa do paciente; proporciona sucesso clínico e saúde periodontal,
- Aspectos de normalidade tecidual. mas a anatomia original do periodonto não é
restabelecida.
Obs:
Regeneração X Reparo
• Ganho de inserção: diferença de profundidade
“antes” e “depois” do tratamento. • Regeneração

• Bolsa: da margem gengival até o fundo da - Na regeneração, a relação estrutural e funcional


bolsa. do tecido periodontal danificado, é renovado;
- Pequenas perdas – estruturas de profundidade a
• Nível de inserção clínica: da JCE até o fundo da sondagem são mantidas;
bolsa. - É o processo de cicatrização mais desejado,
entretanto, não é o processo que mais acontece,
por isso diversas terapias têm sido desenvolvidas
Cicatrização e maturação do com intuito de restaurar os tecidos periodontais
periodonto após raspagem perdidos.

• Reparo
Após qualquer terapia periodontal,
desencadeia-se cascatas celulares que comandam
- Os tecidos danificados são substituídos por
um processo denominado cicatrização.
tecidos cuja função não é necessariamente aquela
do tecido original;
a) Regeneração
- Regeneração incompleta;
- Tecido conjuntivo não especializado;
- A reposição dos tecidos periodontais perdidos é
- Colágeno.
um grande desafio na periodontia.
- Regeneração: formação de um novo cemento,
novo osso alveolar e novo ligamento periodontal. Regeneração tecidual guiada (RTG)
• Objetivos: O princípio da regeneração tecidual guiada
é isolar o epitélio gengival evitando a migração
1. Selamento epitelial funcional estabelecido; apical do epitélio juncional e a migração de células
2. Novas fibras de Sharpey inseridas na raiz do tecido conjuntivo gengival para a superfície
reproduzindo o ligamento periodontal e as radicular, facilitando a reinserção de células do
fibras dentogengivais; ligamento periodontal e do osso.
3. Novo cemento acelular de fibras O princípio biológico da regeneração
extrínsecas sobre a superfície radicular tecidual guiada presume que o ligamento
exposta. periodontal contenha todas as células necessárias
4. Osso neoformado. para a regeneração periodontal.
b) Reparo Obs: a RTG evita que o epitélio juncional e o tecido
conjuntivo alcance a superfície radicular durante a
- O tecido epitelial sempre prolifera mais cicatrização.
rapidamente que os tecidos mesenquimais,
levando a formação de epitélio juncional longo.
- Não promove a formação de cemento e de
ligamento periodontal.

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Após a instrumentação a) Classe I

Perda óssea horizontal até 3mm.


- Espera-se que a cicatrização depois da terapia
não-cirúrgica aconteça entre 3-6 meses.
- Diminua-se os sítios com sangramento à
sondagem;
- As maiores alterações na redução da
profundidade de sondagem e ganho de inserção
clínica ocorrem de 4 a 6 semanas.
- Reparo gradual e maturação pode ocorrer por até
9 a 12 meses.

Aula 10 b) Classe II

Tratamento de Dentes Perda óssea horizontal maior que 3mm, mas que
não ultrapassa totalmente a furca.
com Envolvimento de Furca
O complexo radicular é composto por
tronco radicular e cone radicular (podendo ser
mais de um ou não). Existe uma porção da raiz que
não é inserida no osso alveolar, e essa pequena
porção é o local onde a gengiva se insere.
Aproximadamente 0,97 mm do cemento se
encontra fora do osso alveolar.

c) Classe III
O exame de furca é feito
com a sonda Nabers. Perda horizontal com comunicação (a sonda sai do
outro lado do dente).

Dentes com mais de uma raiz


- 1º Pré-molar superior;
- Molares superiores;
- Molares inferiores.

Graus de lesão de furca de Miller

A lesão de furca consiste na exposição da furca,


devido à reabsorção óssea.

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Obs: Deve-se avaliar o c) Envolvimento de furca grau III


tamanho do tronco para
traçar o diagnóstico. Em - Tunelização;
casos de lesão de furca, - Ressecção radicular;
quanto maior for o - Extração dentária.
tronco radicular, menor
será a área de inserção
de raiz, logo, deverá ter
Cicatrização após raspagem
uma perda óssea maior
para que atinja a furca. É Cicatrização por reparo (forma epitélio juncional
inversamente longo).
proporcional.
Regeneração
Tratamento para lesões de furca
Deve-se impedir a migração epitelial sobre o
- Eliminar a placa bacteriana; cemento radicular utilizando barreiras mecânicas,
- Estabelecer a anatomia facilitando o autocontrole que são as membranas.
de placa.
• Regeneração tecidual guiada

- Classe II de furca;
- Defeitos ósseos verticais;
- Defeitos ósseos circunferenciais.

• Barreira biológica (membrana)

a) Envolvimento de furca grau I - Impede migração do epitélio e conjuntivo;


- Permite a formação de espaço periodontal para
- Raspagem e alisamento radicular; formação de cemento e ligamento.
- Plastia de furca (tornar a furca menos retentiva).
Tipos de membrana:
b) Envolvimento de furca grau II
- Não reabsorvível;
- Plastia; - Reabsorvível.
- Tunelização;
- Ressecção radicular (rizectomia);
- Extração dentária;
- Regeneração tecidual guiada (nos molares
inferiores é mais fácil).

Obs: Rizectomia

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Hurian Machado – Odontologia UNIG

Aula 11 • Classe IV

Classificação de Miller (1985) - Atinge a JMG;


- Há perda inter-dental severa (estende-se
apicalmente em relação à retração);
A classificação de Moller leva em consideração o - Baixa previsibilidade.
recobrimento radicular possível de se obter
(previsibilidade).

• Classe I

- Não atinge a JMG;


- Não haverá perda óssea, e nem de tecido mole
interdental;
- Espera-se 100% de recobrimento. Nova Classificação das recessões
gengivais (2018)
• Recessão Tipo 1 (RT1)

Sem perda de inserção interproximal. Junção


cemento-esmalte (JCE) interproximal não
• Classe II detectável clinicamente na mesial ou na distal.

- Atinge a JMG; • Recessão Tipo 2 (RT2)


- Não há perda óssea, e nem de tecido mole
interdental; Perda de inserção interproximal, com distância da
- Espera-se 100% de recobrimento. JCE ao fundo de sulco/bolsa menor ou igual à perda
de inserção vestibular (medida da JCE ao fundo de
sulco/bolsa na face vestibular).

• Recessão Tipo 3 (RT3)

Perda de inserção interproximal, com distância da


JCE ao fundo de sulco/bolsa maior que a perda de
• Classe III inserção vestibular (medida da JCE ao fundo de
sulco/bolsa na face vestibular).
- Atinge a JMG;
- A perda óssea ou de tecido interdentais é discreta Referências:
(apical em relação à JCE, porém coronária à
extensão da retração);
• Material de apoio cedido pelos professores da
- Espera-se cobertura parcial.
disciplina;
• LINDHE, J. A. N.; KARRING, Thorkild; LANG,
Niklaus. Tratado de periodontia clínica e
implantodologia oral, 1999;
• Newman, Michael G. Carranza periodontia
clínica. Elsevier Brasil, 2012;
• Periobook: Classificação das Doenças
Periodontais – Eduardo de Mesquita Sampaio;
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• STEFFENS, J.P; MARCATONIO R.A.C.


Classificação das Doenças e Condições
Periodontais e Peri-Implantares: guia Prático e
Pontos-Chaves, São Paulo: Revista de
Odontologia da UNESP, 2018. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rounesp/v47n4/180
7-2577-rounesp-47-4-189.pdf.

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Talvez possa ter coisas diferentes da forma que
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