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DONTIA
larissa albuquerque
odontologia | ufpe
Anatomia e histofisiologia do periodonto
Periodontia – UFPE
Métodos auxiliares
*Os métodos auxiliares foram desenvolvidos com a
função de aumentar os efeitos da escovação dental
*As escovas interdentais também podem ser na redução da placa interdental.
utilizadas e consistem em cerdas de náilon macio *Os jatos de água ou irrigadores orais podem
torcidas em um fino fio de aço inoxidável, na forma auxiliar na remoção mecânica da placa em uso
cônica ou cilíndrica. O comprimento conjunto com a escovação. A sua eficácia ainda não
das cerdas deve ser compatível com o é comprovada clinicamente, mas estudos apontaram
espaço interdental e acredita-se que a benefícios no seu uso para redução do sangramento
limpeza é mais eficiente quando a gengival e inflamação. Entretanto, nem sempre foi
cerda da escova é levemente maior vista a redução da placa interdental. Isso pode
que o espaço interproximal. acontecer, pois, quando pacientes com gengivite
*São indicadas principalmente quando as superfícies fazem a irrigação supragengival, as populações
radiculares expostas apresentam concavidades e patógenas são alteradas e reduzem a inflamação e
ranhuras e para a limpeza delicada das áreas de também porque a pulsação da água pode alterar a
defeitos de furca grau III. Também são recomendadas interação entre hospedeiro e microrganismo,
para pacientes com periodontite, pois são capazes de reduzindo a inflamação independentemente da
manter a superfície proximal supragengival livre de remoção de placa. A irrigação é segura para
placa e de remover parte da placa subgengival abaixo pacientes saudáveis, mas pode não ser recomendada
da margem gengival, podendo ser até mais eficiente para pacientes com doença periodontal mais
que o fio dental nesses casos. avançada, pois a força aplicada nos tecidos gengivais
*As escovas interdentais devem ser utilizadas sem é considerável e pode levar à bacteremia.
dentifrícios e por curto período de tempo. Devem ser
descartadas quando as cerdas estiverem
desgastadas ou se destacando.
*As escovas interdentais apresentam a desvantagem
de possivelmente precisar de tipos diferentes para
espaços interproximais diferentes, pois os espaços de
dentes posteriores costumam ser maiores, enquanto
que o de dentes anteriores, menor. Além disso, o uso
inadequado pode causar hipersensibilidade *A língua pode ser considerada um reservatório que
dentinária. permite o acúmulo e estagnação de bactérias e
Base racional do controle do biofilme adequada ou não manutenção dos hábitos de higiene
supragengival (efeito Hawthowne).
*Além disso, há situações em que o paciente se
*A cárie e as doenças periodontais são as doenças
encontra impossibilitado de realizar a higienização
mais prevalentes em humanos e são causadas pelas
oral, seja por cirurgia oral ou periodontal, infecções
bactérias do biofilme e, por isso, o biofilme precisa ser
dolorosas que impedem a higienização mecânica ou
controlado para prevenir essas doenças. deficiência física ou mental.
*A prevenção das doenças periodontais ocorre em
três níveis: Controle químico do biofilme
• Prevenção primária: protege os indivíduos
*Os produtos químicos devem ser adjuvantes aos
dos patógenos por meio de barreiras entre
dispositivos mecânicos, principalmente nos pacientes
eles e o hospedeiro. Tenta manter a
que não conseguem controlar o biofilme
população saudável e evitar o
supragengival apenas pelos métodos mecânicos.
desenvolvimento da doença. A prevenção
*Os produtos químicos reduzem a quantidade de
primária é baseada no controle do biofilme
biofilme e alteram a sua estrutura, permitindo uma
supragengival pelos produtos de higiene oral
ação mais efetiva das formulações químicas. Como a
mecânicos e/ou químicos, que limitam o
maioria dos produtos químicos apenas conseguem
desenvolvimento da gengivite, pois uma
agir contra as partes externas do biofilme, esses
gengiva saudável não deve desenvolver a
produtos devem ser utilizados de forma adjuvante
periodontite. Para isso, deve-se considerar
com os métodos manuais.
que:
*O mecanismo de ação do controle químico da placa
⇾ A escovação deve ser um hábito diário
pode ser por efeito quantitativo (pela redução do
de higiene.
número de microrganismos) e/ou qualitativo (pela
⇾ Deve-se considerar os fatores
alteração da vitalidade do biofilme), sendo eles:
comportamentais.
• Prevenção da adesão bacteriana.
⇾ Os métodos de limpeza devem ser
socialmente aceitos, de fácil execução • Evitar o crescimento de bactérias e/ou
diária e simples de realizar. coagregação.
⇾ A qualidade deve ser garantida por • Eliminar um biofilme já estabelecido.
métodos de controle. • Alterar a patogenicidade do biofilme.
• Prevenção secundária: limita a progressão *As formulações para o controle químico podem ser
da doença após o patógeno já ter contato com classificadas de acordo com seus efeitos:
o hospedeiro, tentando recuperar a saúde • Agentes antimicrobianos: efeito
sem causar danos ao tecido. bacteriostático ou bactericida in vitro.
• Prevenção terciária: limita a progressão da • Agentes inibidores/redutores da placa: efeito
doença, tentando restaurar os tecidos do quantitativo ou qualitativo sobre a placa que
hospedeiro, mas há determinado grau de pode ou não ser suficiente para afetar a
dano funcional. gengivite ou cárie.
*A prevenção secundária e terciária, após o bloqueio • Agentes antiplaca: capacidade de reduzir os
da progressão das doenças periodontais, ocorre pela níveis de placa ou de afetar a placa o
terapia periodontal de apoio, a qual inclui o controle suficiente para ter benefícios no controle da
individual do biofilme e a reavaliação periódica com gengivite ou cárie.
controle de placa pelo dentista. • Agentes antigengivite: capacidade de reduzir
os níveis de gengivite ou de reduzir a
Limites do controle mecânico do biofilme inflamação gengival sem necessariamente
*O controle mecânico, apesar de eficaz, não é afetar a placa dental.
suficiente sozinho para maioria da população para Características ideais dos agentes químicos
prevenir o aparecimento ou reativação das doenças
periodontais. Isso pode ocorrer pelo tempo de *Especificidade: os agentes e formulações devem
escovação inferior ao necessário para uma limpeza ter amplo espectro de ação contra bactérias, vírus e
eficaz, baixo uso de dispositivos de limpeza fungos. Os produtos específicos, como antibióticos,
interdental, falta de instrução em limpeza bucal devem ser usados apenas para a prevenção de
bacteremia em pacientes de risco e no tratamento de
Larissa Albuquerque
algumas condições periodontais (e não na prevenção do à sequência de avaliação:
das doenças periodontais). • Estudos in vitro: o teste bacteriano avalia a
*Eficácia: a capacidade antimicrobiana deve ser atividade microbiana de um produto pela
demonstrada contra microrganismos envolvidos na medição da concentração inibidora mínima
gengivite e periodontite em estudos in vitro e in vivo. (CIM) e da concentração bactericida mínima
*Substantividade: é a duração da ação (CBM) contra diferentes espécies bacterianas.
antimicrobiana in vivo e a medida do tempo de contato Apesar dos efeitos in vivo serem influenciados
entre o agente e o substrato de um meio definido. É por outros fatores, esse tipo de estudo é
classificada em três gerações: importante para fazer a triagem inicial ou
• Primeira geração: substantividade muito avaliação dos efeitos da adição de um novo
limitada com tempo de ação limitado. agente na formulação. Tamém é possível
Exemplos: derivados fenólicos, extratos de realizar estudos de captação que avaliam a
plantas, fluoretos, compostos de amônia adsorção dos produtos em diferentes
quaternária e agentes oxidantes. superfícies e estudos de modelos de biofilme.
• Segunda geração: boa substantividade. • Estudos in vivo: os estudos de
Exemplo: CHX, pois tem efeito antiplaca mais armazenamento avaliam a retenção de um
forte. agente na boca após uma aplicação pela
• Terceira geração: apenas os agentes que medida do nível do agente na saliva ou na
interferem ou previnem a adesão bacteriana placa dental. Os modelos de estudo do
ou do biofilme. biofilme avaliam os efeitos de diferentes
formulações sobre discos de esmalte, dentina
ou outros matérias inseridos na boca. Os
testes antimicrobianos (estudo cruzado: grupo
placebo e controle) fornecem informações
sobre a atividade antimicrobiana e a sua
duração. Os modelos de recrescimento da
placa indicam a capacidade inibidora da placa
da formulação. Os modelos de gengivite
experimental seguem o mesmo princípio do de
recrescimento.
• Ensaios clínicos de uso caseiro: a atividade
inibidora de placa e antiplaca precisa ser
demonstrada em ensaios clínicos, de uso
caseiro, a longo prazo (mínimo de 6 meses) e
ter segurança (sem efeitos colaterais
importantes). As formulações testadas são
adjuvantes ao controle mecânico da placa e o
estudo deve ser feito com uma população
representativa, ser claro, permitir comparação
e ter validade interna e externa, com, pelo
menos, duas investigações independentes em
6 meses. Além disso, precisa ser duplo-cego,
Os agentes possuem substantividades diferentes, com o tempo, controlado, ter avaliação microbiológica e
a concentração deles diminui e a concentração bacteriana amostragem microbiológica e avaliação do
aumenta. O produto A tem melhor substantividade que o B, pois
índice de placa e gengival no mínimo na
tem maior ação antimicrobiana.
primeira consulta, avaliação final e ponto
*Segurança: antes do uso em humanos, a segurança
intermediário.
deve ser demonstrada em modelos animais e os
efeitos secundários devem ser mínimos. Agentes ativos
*Estabilidade: os agentes precisam ser estáveis em
temperatura ambiente por um longo período de *Antibióticos:
tempo. Deve-se evitar mistura de ingredientes na • Penicilinas, tetraciclinas, metronidazol
formulação para não ter interferência entre as vancomicina, Canamicina e espiramicina.
moléculas. • Características: têm efeito maior pela via
sistêmica pela manutenção da estabilidade
Avaliação do controle químico do biofilme dos níveis séricos e no líquido crevicular
*Para avaliar a atividade inibidora da placa e antiplaca gengival. Quando aplicados topicamente, os
dos compostos químicos, o agente deve ser submeti- efeitos são menores, pois o tempo de ação é
limitado.
Periodontia Larissa Albuquerque
• Avaliação: grupos diferentes têm efeito sobre *Agentes oxigenantes:
o biofilme. • Peroxiborato de sódio, peroxicarbonato de
• Limitações: o uso contra a placa não é sódio e peróxido de hidrogênio.
recomendado visto o risco-benefício, já que • Características: tem efeito antimicrobiano
tem efeitos adversos e aumenta a resistência pela liberação do oxigênio.
bacteriana. • Avaliação: o peroxiborato e peroxicarbonato
• Utilidade: não deve ser usado para controle têm alguma atividade antimicrobiana e
químico da placa. inibidora de placa. O peróxido de hidrogênio
*Enzimas: interferência no biofilme: tem benefícios significativos no índice
• Dextranase, mutanase, proteases e lipases. gengival modificado.
• Características: substantividade muito • Limitações: não há dados a longo prazo
limitada e efeitos colaterais frequentes. disponíveis para o peroxiborato e
• Avaliação: o uso in vivo é limitado pelos peroxicarbonato. Há um estudo sobre
efeitos colaterais. peroxido de hidrogênio apontando que em
• Limitações: efeitos colaterais. baixas concentrações (<1,5%) eventos
• Utilidade: nenhuma. adversos não são comuns, apenas quando
*Enzimas: melhora das defesas do hospedeiro: em concentrações mais altas, com sensação
• Glicose oxidase e amiloglicosidade. dolorosa na boca e ulceras frequentes.
• Características: os mecanismos de ação *Sais metálicos: sais de zinco:
dependem da catalização do tiocianato em • Lactato de zinco, citrato de zinco, sulfato de
hipotiocinato pelo sistema lactoperoxidase zinco e cloreto de zinco.
salivar. • Características: sem efeitos adversos em
• Avaliação: os efeitos in vivo contra a baixa concentração.
gengivite foram contraditórios e não já estudo • Avaliação: isolados têm ação limitada sobre
a longo prazo disponível. a placa, mas combinados com outros agentes
• Limitações: evidências científicas limitadas. ativos, têm melhora na substantividade e na
*Aminoálcoois: ação.
• Delmopinol e octapinol. • Limitações: não há dados isolados sobre os
• Características: o mecanismo de ação não é sais de zinco.
completamente compreendido. Não são • Utilidade: em combinação com CHX, cloreto
antimicrobianos e o efeito é alcançado pela de cetilpiridínio (CPC), triclosana, hexetidina
inibição da formação da matriz do biofilme ou etc.
pela interferência nela. O delmopinol ainda *Fluoreto estanoso:
inibe a síntese do glucano pelo Streptococcus • Características: combinação de estanho
mutans e reduz a síntese de ácido pelas com fluoreto. É difícil de formular nos
bactérias. produtos de higiene oral pela estabilidade
• Avaliação: o delmopinol foi avaliado como limitada em solução aquosa, por isso, não é
enxaguatório bucal a 0,1 e 0,2%, com eficácia comumente formulado em enxaguatórios
como agente antiplaca. Foi aprovado como orais.
enxaguatório bucal a 0,2% para o tratamento • Avaliação: pode ter benefícios significativos
da gengivite. para a gengivite.
• Limitações: coloração dentária, sensação • Limitações: coloração dental.
temporária de dormência na mucosa e *Fluoreto estanoso com fluoreto de amina:
sensação de ardor. • Características: quando combinado fluoreto
*Detergentes: estanoso com fluoreto de amina, exercem
• O surfactante mais usado é o lauril sulfato de atividade bactericida aumentada. O fluoreto
sódio (LSS). de amina tem ação antimicrobiana pelo efeito
• Avaliação: tem efeito antimicrobiano e antiglicolítico e o fluoreto estanoso/de amina
inibidor da placa limitado. tem ação maior com um dentifrício.
• Limitações: foi associado a reações de • Avaliação: o uso em enxaguatório bucal teve
hipersensibilidade oral, incluindo queilite, significativa redução de placa e gengivite.
estomatite ou ulceras aftosas, queimação e • Limitações: coloração dental.
descamação. *Outros fluoretos:
• Utilidade: é encontrado em muitos • Fluoreto de sódio e monofluorofosfato de
dentifrícios e enxaguatórios oral. Não é sódio.
formulado como agente ativo único. • Características: reduz a incidência de cárie.
Referência:
Larissa Albuquerque
• Foice McCall 1-10: é usada para remoção de ⇾ Cureta Gracey 5-6: é utilizada para
cálculo supragengival na interproximal de remoção de cálculo supra e
dentes anteriores. subgengival nas faces dos dentes
anteriores e pré-molares.
*O paciente deve estar em posição supina (com a *O apoio digital estabiliza a mão e o instrumento,
cadeira entre 160º a 180º) e posicionada com a boca garantindo firmeza aos movimentos de ativação do
próxima ao apoio de cotovelo do profissional. Para instrumental, evitando lesões e laceração de gengiva
instrumentação da arcada superior, o paciente deve e tecidos circunjacentes. O dedo anelar é o preferido
estar com o queixo levemente elevado e para para o apoio digital. Tipos de apoio digital intraoral:
instrumentação da arcada inferior, com o queixo • Convencional: o apoio digital é feito nas
abaixado até que a mandíbula esteja paralela ao solo. superfícies dentárias imediatamente
adjacente à área de trabalho.
Referências:
• Carranza FA, Newman MG, Takei HH,
Klokkevold PR. Periodontia Clínica. 11. ed.
Rio de Janeiro: Saunders Elsevier; 2012.
• Júnior CA, Pombo LM, Barbosa MSM.
Periodontia: Roteiro de Aulas Práticas em
Laboratório. Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Alagoas; 2018.
Periodontia Larissa Albuquerque
Instrumentos periodontais
Periodontia – UFPE
Larissa Albuquerque
• Foice McCall 1-10: é usada para remoção de ⇾ Cureta Gracey 5-6: é utilizada para
cálculo supragengival na interproximal de remoção de cálculo supra e
dentes anteriores. subgengival nas faces dos dentes
anteriores e pré-molares.
Larissa Albuquerque
⇾ Generalizada: >30% dos dentes. Doenças gengivais não induzidas por biofilme
• Com relação à severidade:
*A gengiva humana pode exibir diversas lesões não
⇾ Leve: quando há mudanças discretas
induzidas por placa. Essas lesões podem representar
de cor e textura;
manifestações de condições sistêmicas, bem como
⇾ Moderada: área com eritema, edema,
mudanças patológicas limitadas aos tecidos
aumento gengival e sangramento à
gengivais.
sondagem;
*O curso clínico das lesões não induzidas por placa
⇾ Severa: eritema e edema severos e
pode ser impactado pelo seu acúmulo e consequente
sangramento ao toque.
inflamação gengival.
Gengivite com fatores modificadores potenciais *Essas alterações gengivais podem ser causadas por
desordens genéticas ou de desenvolvimento, por
*Pode estar associada a condições sistêmicas, infecções específicas, condições e lesões
como hormônios sexuais (puberdade, ciclo menstrual, inflamatórias e imunes, processos reativos,
gravidez e contraceptivos orais), hiperglicemia, neoplasias, doenças endócrinas, nutricionais e
leucemia, tabagismo e má nutrição ou a outros metabólicas, lesões traumáticas e pigmentação
fatores que aumentam o acúmulo de placa, como gengival.
a margem subgengival de restaurações com *Desordens genéticas ou de desenvolvimento:
sobrecontorno e hipossalivação. • Fibromatose gengival hereditária: é uma
doença rara, relacionada à mutação genética.
Clinicamente, é caracterizada por crescimento
gengival em variados graus. O crescimento
gengival ocorre mesmo com o ótimo controle
de placa. Por isso, o paciente é submetido de
forma recorrente para a remoção cirúrgica do
excesso gengival, visto que há recidiva.
Referência:
• Torquato L. C. et al. Resumo do novo
esquema de classificação para doenças e
condições periodontais e peri-implantes -
World Workshop 2017.
Periodontia Larissa Albuquerque
Exame clínico e plano de tratamento
Periodontia – UFPE
*O adequado reconhecimento das lesões *A história dental também deve ser analisada para
periodontais é feito pelo diagnóstico a partir do exame saber as condições e doenças prévias, tratamentos
clínico. Dessa forma, quanto mais detalhado e mais realizados e os resultados obtidos e história familiar.
informações forem colhidas, mais fácil será o Assim, é possível traçar o melhor plano de tratamento
reconhecimento das alterações periodontais e para o paciente.
determinação de um bom plano de tratamento.
2. Exame físico
Diagnóstico em periodontia
Exame extra-bucal
*É o reconhecimento de uma alteração da saúde do
*Busca por sinais que podem indicar alguma condição
periodonto, baseado em informações obtidas da
com influência no periodonto, como manchas na pele
história médica e dental, exames clínico e radiográfico
de diabéticos e sinais de síndromes que influenciem
do indivíduo e achados laboratoriais. Ele depende da
o periodonto.
anamnese, exame físico e, se necessário, exames
1. Exame da cabeça:
complementares, como exame radiográfico e
laboratoriais. • Avaliar simetria facial e se há alguma área de
inchaço presente.
1. Anamnese • Inspecionar a pele em relação à textura e
lesões.
*Consiste em uma entrevista com o paciente para
• Inspecionar se há evidência de inflamação na
coletar o maior número de informações sobre o
conjuntiva dos olhos ou outra lesão.
paciente que possam estar relacionados com a
doença, como dados pessoais, profissão e qual a • Avaliar se os movimentos dos olhos estão
queixa principal, ou seja, o motivo da consulta normais.
odontológica. • Inspecionar o nariz para assimetria e
*É comum pacientes com doença periodontais presença de secreção.
relatarem sangramento durante a escovação, • Avaliar a ATM, posicionando os dedos
migração dental e abertura de espaços entre os anterior ao tragus e pressionando levemente.
dentes, exposição radicular e inchaços associados a É pedido ao paciente para abrir e fechar a
abscessos. boca devagar e depois fazer o movimento de
*Após identificar a queixa e obter detalhes sobre, lateralidade.
como duração, se houve trauma ou outro fator que • Avaliar a glândula parótida, pressionando
deu início à característica ou sintoma, é coletada a levemente, posicione os dedos no ângulo da
história médica do paciente. Isso se az necessário, mandíbula, por cima das glândulas parótidas
pois existem doenças e condições médicas que estão e avalie se há alteração. Glândulas normais
relacionadas com maior risco ou progressão para geralmente não são palpáveis.
doença periodontal. Deve ser perguntado sobre: 2. Exame do pescoço:
• Presença de diabetes melitus: há maior • A palpação pode ser melhor executada com
prevalência em cerca de 3 vezes maior de o profissional posicionado atrás do paciente.
perda de inserção e perda óssea alveolar nos • Palpe o músculo esternocleidomastóide, as
diabéticos do que nos não-diabéticos, em estruturas centrais do pescoço e os
todas as idades. linfonodos cervicais.
• Hábito de fumar: fumantes têm de 2 a 7 • Os linfonodos aumentados podem ser
vezes mais chance de desenvolver doença resultado de um processo infeccioso ou
periodontal do que não fumantes. A relação inflamatório ou de uma neoplasia maligna
entre tabagismo e doença periodontal é dose primária ou metastática. As características
dependente: quanto mais cigarros fumados clínicas de linfonodos aumentados ajudam a
por dia, maior o risco de doença periodontal. diferenciar esses dois casos:
• Stress: eventos psicológicos e stress estão ⇾ Linfonodos aumentados por processo
associados à maior perda de inserção. inflamatório ou infeccioso geralmente
• Pacientes HIV+: o sistema imune são moles à palpação, movimentam-
comprometido está mais propenso à infecção se livremente e dolorosos.
e periodontite. ⇾ Linfonodos aumentados por
neoplasias primárias ou metastáticas
Larissa Albuquerque
geralmente são firmes à palpação, dedos. Mova a língua para o outro lado para
fixos a estruturas adjacentes inspecionar e palpar.
(principalmente mais tardiamente no • Examine o assoalho da boca pedindo ao
processo da doença) e geralmente paciente para elevar a língua, possibilitando a
não são dolorosos. visualização da região. Use um dedo para
palpar a região do assoalho anterior à língua.
Palpe contra os dedos da outra mão
posicionados extraoralmente na área
submandibular.
• Examine a área tonsilar e de orofaringe,
inspecione a área tonsilar, palato mole, úvula
e orofaringe. Pressione a língua para baixo e
instrua o paciente a dizer “ah”, pois causa a
retração das pregas do palatoglosso e
glossofaringe, facilitando a visualização da
área.
Exame periodontal
*Tem início pelo exame visual dos tecidos
periodontais em busca de alterações inflamatórias,
como mudança de cor (vermelhidão/eritema) e perda
do contorno normal (edema).
• Para palpar a região submandibular, instrua *Os principais instrumentos para o exame clínico são
o paciente a elevar a cabeça e palpe as sondas periodontais. O exame de sondagem
levemente e com cuidado a área periodontal tem como função auxiliar na detecção de
submandibular. biofilme dental (índice de placa), avaliar o estado
inflamatório do tecido gengival (índice gengival e
• Para palpar área submental, instrua o
sangramento à sondagem), diagnosticar a presença
paciente a morder os dentes e elevar a língua
de bolsa, diagnosticar a perda de inserção e avaliar a
até o palato, tensionando o músculo
presença de defeitos de bifurcação.
milohioide. A palpação dos tecidos moles da
região submental pode ser feita pressionando- 1. Índice de placa: presença de biofilme
os contra o músculo.
*Primeiramente, deve ser feita a avaliação do
Exame intra-bucal autocuidado do paciente no controle de placa. Para
isso, é utilizado o evidenciador de placa para
*Investiga se há alteração ou sinal que possa indicar
visualizar a sua presença de maneira clara e ainda
alguma condição que possa ter influência no
conseguir mostrar ao paciente os locais que a sua
periodonto, como presença de sinais orais de
higienização não está sendo eficaz.
doenças sistêmicas, problemas endodônticos,
*A avaliação do controle do biofilme também pode ser
oclusão traumatogênica e presença de cavidades,
feita deslizando a sonda pela superfície dos dentes e
restaurações defeituosas e raízes residuais.
verificando se o biofilme se aderiu ao instrumental.
• Os tecidos moles bucais apoiados em ossos,
*Cada uma das quatro faces dos dentes será
como gengiva inserida e palato duro, é feita
verificada e sempre que uma face apresentar biofilme,
pela palpação comprimindo esses tecidos
deve ser marcada na tabela no local correspondente,
contra o osso. Para tecidos não apoiados em
independentemente da quantidade de biofilme
ossos, a palpação é entre os dedos.
presente (avaliação dicotômica).
• Examine a mucosa labial e bucal
*Após isso, é feito o cálculo do índice de placa:
inspecionando as mucosas labial e bucal da
mandíbula e maxila palpando-as levemente
entre os dedos.
• Examine a gengiva e mucosa palatina *O valor aceitável de índice de placa é de 20% a, no
palpando o tecido ao comprimi-los contra o máximo, 30%. Acima disso, é considerada que a
osso abaixo. higiene bucal é inadequada.
• Examine a língua gentilmente segurando a *Após o cálculo de índice de placa, independente do
ponta com uma gaze e inspecionando a resultado, é feita a orientação de higiene bucal.
superfície dorsal e palpando com os dedos.
Morda a língua para um lado e inspecione a
borda lateral. Palpe a borda lateral entre os
Periodontia Larissa Albuquerque
Exame periodontal simplificado (PSR modificado) • Score 2: orientação de higiene bucal, remoção
dos fatores retentivos de biofilme, profilaxia e
*É um exame simplificado, pois é mais rápido de ser
aplicação tópica de flúor.
feito em comparação com o detalhado. Ele é realizado
• Se um sextante apresentar score igual ou
com a sonda OMS e feito por sextantes, registrando
maior que 3 ou um score com um *, é realizado
os códigos obtidos em cada região.
o exame detalhado no sextante.
*A sonda é inserida no sulco ou bolsa na região distal
• Se mais de um sextante apresentar score de
até a mesial da vestibular e em seguida na região
3 ou 4 ou apresentar dois ou mais scores com
palatina/lingual. A sondagem é feita em 6 pontos: o
*, é realizado o exame detalhado em toda a
sítio mésio-vestibular, centro-vestibular, disto-
boca.
vestibular, mésio-palatino, centro-palatina e disto-
palatino (ou lingual). • O score geral é o score mais grave encontrado
*Divisão dos sextantes: no paciente.
1. Dentes posteriores superior direito Exame periodontal detalhado
2. De canino a canino superior
3. Dentes posteriores superior esquerdo *É realizado com a sonda Carolina do Norte ou
4. Dentes posteriores inferior esquerdo Williams.
5. De canino a canino inferior
6. Dentes posteriores inferior direito
*Códigos:
• 0: Saúde periodontal. Durante a sondagem, a
faixa preta da sonda permanece totalmente
visível. Não há sangramento à sondagem,
nem fatores retentores de biofilme (cálculo,
aparelho ortodôntico, prótese, restauração em
excesso ou deficiente).
• 1: Há sangramento à sondagem, mas, durante
a sondagem, a faixa preta da sonda
permanece totalmente visível. Não há
1. Sangramento à sondagem
presença de cálculo ou de outros fatores
*Durante a inserção da sonda periodontal para
retentores de biofilme.
avaliação da profundidade de sondagem, é feita a
• 2: Presença de cálculo ou outros fatores
identificação de sangramento à sondagem. Essa
retentores de biofilme, com ou sem avaliação é feita em 6 sítios: disto-vestibular, centro-
sangramento à sondagem. Durante a vestibular, mésio-vestibular, disto-lingual, centro-
sondagem, a faixa preta da sonda permanece lingual e disto-lingual (ou palatino).
totalmente visível.
*Quando o valor é de até 20 a 30%, é considerado um
• 3: Presença de bolsa periodontal rasa. valor aceitável para saúde periodontal.
Durante a sondagem, a área preta da sonda
fica parcialmente coberta pela gengiva (entre
3,5 e 5,5mm).
• 4: Presença de bolsa periodontal profunda. *Quando ocorre sangramento repetido, indica maior
Durante a sondagem, a área preta da sonda risco de progressão da doença.
fica completamente coberta pela gengiva *Quando houver sangramento, deve ser anotado em
(acima de 5,5mm). caneta vermelha.
• *: Presença de lesão de furca, mobilidade,
2. Profundidade de sondagem
hipersensibilidade dentinária, violação do
*Nos casos de normalidade ou saúde, a profundidade
espaço biológico, recessão ou outros
é menor que 3mm, não há sangramento e recessão
problemas mucogengivais.
óssea (radiografia).
*Conduta:
*Nos casos de gengivite, a profundidade é menor que
• Deve ser considerado o score mais grave para 3mm, mas há sangramento à sondagem e não há
cada sextante. recessão óssea.
• Ao encontrar o score mais grave (4) no *Em casos de periodontite, a profundidade e nível de
sextante, não precisa realizar a sondagem nos inserção são maiores que 3mm em pelo menos 2
outros dentes do sextante e já pode passar sítios e ocorre sangramento à sondagem, sinais de
para o exame do próximo. inflamação e reabsorção óssea.
• Score 0 e 1: orientação de higiene bucal, *É importante ressaltar que a sondagem
profilaxia e aplicação tópica de flúor. isoladamente não define a presença de reabsorção
óssea, pois pode haver a formação de pseudobolsas.
Periodontia Larissa Albuquerque
3. Recessão gengival: distância da JCE à margem operatória. Geralmente, é solicitado hemograma
gengival completo, coagulograma e glicose em jejum.
*A medição é feita com a sonda Carolina do Norte ou
Williams para identificar a recessão sempre em 6 *Após isso, é possível realizar o diagnóstico e traçar
sítios do dente. um plano de tratamento.
4. Nível de inserção clínica (NIC) Plano de tratamento em periodontia
*Mede clinicamente a perda de inserção do elemento
dental. Isoladamente não é um parâmetro para definir *O tratamento periodontal tem como objetivo prevenir
o nível de doença do paciente. a progressão da doença periodontal por meio da
*A NIC é a distância da JCE até o fundo da bolsa eliminação da infecção, restabelecer a saúde
(profundidade de sondagem + recessão gengival). periodontal e prevenir a recorrência da doença
periodontal.
5. Classificação da mobilidade dental
*O tratamento visa obter a redução do nível de
*A perda de inserção pode causar a mobilidade do
sangramento para um índice inferior a 25%; reduzir o
dente, apesar de não ser a única causa possível para
número de bolsas periodontais com mais de 5mm,
isso, como forças oclusais excessivas.
pois nenhuma bolsa maior que 5mm deve estar
*O grau deve ser medido sempre com a ponta de
presente para considerar um indivíduo com saúde
instrumentais, como odontoscópio e pinça clínica, no
periodontal; a ausência de lesões de furca classe 3;
sentido vestíbulo-lingual ou palatino. Se houver
ausência de dor e satisfação do paciente (esclarecer
mobilidade, deve ser avaliado se há mobilidade
antes do tratamento as sequelas da periodontite,
vertical, exercendo pressão na superfície oclusal ou
como recessão gengival).
incisal.
*A mobilidade é classificada em graus:
• Grau 1: mobilidade menor ou igual a 1mm.
• Grau 2: mobilidade maior que 1 mm.
• Grau 3: mobilidade nos sentidos horizontal e
vertical.
6. Classificação das lesões de furca
*A sonda Nabers é inserida entre as raízes de dentes
multirradiculados, caso fique retida na região de
bifurcação, significa que já houve reabsorção óssea
entre as raízes (lesão de furca). A lesão de furca é
classificada de acordo com a gravidade:
• Grau 1: há reabsorção óssea interradicular
que não excede 3mm. *Etapas do plano de tratamento:
• Grau 2: há reabsorção óssea mais grave,
excedendo 3mm, sem reabsorção completa 1. Terapia inicial:
de um lado ao outro do dente. *Consiste em oferecer informações sobre a doença e
• Grau 3: há reabsorção óssea total na região sobre o autocontrole de placa, incluindo escovação e
mais próxima ao teto da furca. limpeza interdental, remoção do cálculo
supragengival e de outros fatores de retenção de
Exame Radiográfico placa, como coroas e restaurações mal-adaptadas,
cárie, exodontia, tratamento endodôntico, contato
*Se houver presença de bolsas periodontais e nível
prematura e aparelho ortodôntico inadequado.
de inserção clínica maior que 3mm, é necessário
complementar com exame radiográfico. O exame de 2. Terapia básica:
escolha é o periapical, complementados pelas *Consistia na raspagem radicular (remoção de placa
interproximais na região de molares. e cálculo da superfície radicular) e alisamento
*As radiografias periapicais fornecem informações radicular (técnica de instrumentação em que o
sobre a presença de perda de inserção, de lesões de cemento amolecido é removido e a superfície
furca e defeitos ósseos, de lesões endodônticas e de radicular fica lisa e dura). Atualmente, é seguida a
sinais de sobrecarga oclusal. técnica de debridamento, que consiste na remoção de
placa e/ou cálculo da superfície radicular sem
Exames laboratoriais remoção intencional de estrutura dental.
*Podem ser solicitados para auxiliar na identificação 3. Terapia cirúrgica:
de doenças sistêmicas e para avaliação pré- *São as técnicas de cirurgias conservadoras,
ressectivas e reconstrutivas.
Referência:
*Os objetivos da terapia periodontal, cirúrgica e não *A instrumentação visa a eliminação do biofilme e
cirúrgica, é a prevenção, eliminação ou controle da manchas e possui duas modalidades: a raspagem e
doença, a recuperação dos tecidos perdidos, a a profilaxia ou polimento.
manutenção dos resultados conseguidos. Raspagem
*A terapia não cirúrgica é a base do tratamento da *O seu objetivo primário é a remoção de biofilme
doença periodontal, podendo ser a única forma de mineralizado (cálculo), podendo ser supragengival
tratamento ativo. Além disso, pode ser considerada ou subgengival, este último juntamente com o
uma etapa pré-cirúrgica, pois deixa os tecidos mais alisamento radicular, devido aos danos gerados à
firmes, facilitando as incisões cirúrgicas e reduzindo superfície radicular, garantindo lisura ao final do
o sangramento. Muitas vezes a terapia não cirúrgica procedimento.
é um complemento da terapia cirúrgica e é *A raspagem sempre tem início com a raspagem
considerada essencial para manutenção dos supragengival, seguida de RACR (raspagem e
resultados obtidos no tratamento. alisamento corono-radicular) ou de RAR (raspagem
*A terapia não cirúrgica participa do plano de e alisamento radicular).
tratamento periodontal nas urgências e terapia *O objetivo secundário da raspagem é a eliminação
sistêmica, na terapia inicial e básica, na terapia de manchas, o que nem sempre é possível.
restauradora, nas novas orientações de higiene
Instrumental
bucal e na terapia de suporte.
Etiopatogenia da doença periodontal *O instrumental é dividido em instrumentos manuais
e automáticos, sônicos (até 6mil Hz) ou ultrassônicos
*O acúmulo de biofilme promove a secreção de (de 18 a 45 mil Hz).
fatores pelas bactérias na gengiva, provocando uma Instrumentos ultrassônicos
resposta imune, na forma da gengivite. Se o sistema *São indicados para remoção de cálculo
imune estiver regulado, a gengivite ficará em estado supragengival e subgengival em locais de difícil
de equilíbrio, porém se o sistema imune do indivíduo acesso.
estiver alterado (resposta deficiente ou excessiva), *O funcionamento é pela vibração da ponta que gera
pode levar à periodontite. Tanto o acumulo de ondas ultrassônicas que tem a capacidade de retirar
biofilme como a resposta imune são influenciados biofilme e bactérias por 3 mecanismos:
por fatores etiológicos secundários locais e gerais. • Vibração das ondas causa fratura do cálculo;
• Jato de água (refrigeração) para remoção de
Estratégias de terapia
bactérias;
*A terapia não cirúrgica utiliza-se das estratégias de • Cavitação: junção vibração com a água,
eliminação de fatores etiológicos primários e formando bolhas que explodem na superfície
secundários, modulação da resposta imune e o do biofilme, causando a morte das bactérias.
estímulo de reparo ou regressão da doença. *Os aparelhos podem ser divididos em piezoelétricos
(vibração pendular/linear) e magnetorrestritivos
Procedimentos (vibração elíptica).
*Os instrumentos utilizados são a instrumentação Instrumentação manual x ultrassom
não cirúrgica, a eliminação ou controle de fatores
secundários, o controle pessoal do biofilme, a *Apesar das diferenças de mecanismos de ação, a
utilização de antimicrobianos, a modulação da efetividade de ambos é similar, precisando avaliar as
resposta imune e outros procedimentos. vantagens e desvantagens de cada um para fazer a
escolha de qual utilizar.
Instrumentação periodontal
*O instrumento ultrassônico exige menos esforço do
*Foi percebida a importância da instrumentação operador e consegue remover o cálculo mais
periodontal quando houve maior conhecimento sobre rapidamente. Porém apresenta a desvantagem de
o biofilme, que está sobre a superfície dental e não poder causar sensibilidade após o tratamento e
dentro dos tecidos periodontais, impedindo a ação deixa a superfície radicular mais irregular (não é
das células imunes e antibióticos. Diante disso, a clinicamente significativo).
instrumentação periodontal foi a maneira encontrada
para atingir as bactérias do biofilme por meio da sua
desagregação.
Larissa Albuquerque
Profilaxia ou polimento *Independente do protocolo escolhido, o controle
pessoal da placa é essencial para o sucesso do
*É indicado para remoção de biofilme não tratamento.
mineralizado, manchas e evidenciador de placa.
*Na prática clínica, pode ser utilizado isoladamente Efeitos da instrumentação
quando o paciente não apresenta cálculo ou após a
*O efeito microbiológico quantitativo da
raspagem para reduzir a rugosidade causada pelo
instrumentação é a redução da quantidade de
procedimento.
bactérias e, consequentemente, o efeito qualitativo
*A profilaxia é realizada por meio do uso de
é o aumento da oxigenação, aumentando a
abrasivos, que podem ser pastas abrasivas ou jato
quantidade de bactérias aeróbias, que estão mais
de bicarbonato (acoplado aos aparelhos
ultrassônicos). relacionadas com o estado de saúde do que de
doença.
ATF (aplicação tópica de flúor) *Os efeitos teciduais nos tecidos moles é a
redução da inflamação, do sangramento e da
*Após a raspagem e profilaxia, ocorre o desgaste da
profundidade de sondagem. No tecido ósseo não
superfície dentária, criando o risco de ocorrer
há ganho e nos dentes há a redução de mobilidade.
sensibilidade pós-operatória. Por isso, é feita a
aplicação de flúor (sem intenção de prevenir cáries) Limitações da instrumentação
nos locais de raspagem/profilaxia.
*A eficácia da instrumentação diminui com o
Protocolo de instrumentação aumento da profundidade. Bolsas com mais de 5mm
apresentam dificuldade de remoção de cálculo e de
*Existem dois tipos de protocolos: o convencional e
biofilme
os de boca toda.
*Há a possibilidade de recolonização, principalmente
*O protocolo convencional é feito pela
se nem todo biofilme for retirado.
instrumentação de sextantes ou quadrantes a cada
*A raspagem não elimina bactérias dentro da
consulta, fazendo com que o tratamento dure várias
gengiva e, isoladamente, sem a colaboração do
semanas a depender da gravidade da doença. paciente, não garante sucesso.
*Os protocolos de boca toda são completados em
24h e podem ser preferidos em relação ao Eliminação dos fatores secundários
convencional, pois, como nele um sextante é
*Os fatores secundários não têm capacidade de
instrumentado por vez, há risco de recolonização
iniciar a doença, mas podem predispor o indivíduo a
das bactérias nos sítios que já passaram pela
sua manifestação.
raspagem pelos que não passaram. Além disso,
*Os fatores secundários são fatores de retenção do
como o protocolo de boca toda retira uma grande
biofilme, forças oclusais traumáticas (têm a
quantidade de bactérias que, consequentemente,
capacidade de aumentar a velocidade de progressão
entram na corrente sanguínea, também haveria o
de destruição periodontal) e fatores modificadores
estímulo da resposta imune.
gerais modificáveis (ex. glicemia de pacientes
*Os protocolos de boca toda são divididos em
original, modificado e debridamento ultrassônico. diabéticos, recomendar a parada do tabagismo). A
eliminação desses fatores pode ocorrer antes,
Protocolo original (DBT) durante ou após a instrumentação.
*Consiste na raspagem e alisamento corono- Modulação da resposta imune
radicular (RACR) em um período de 24h, dividida em
*A resposta imune é a principal responsável pela
2 sessões. Ainda é realizada irrigação subgengival
destruição tecidual na periodontite e a estratégia de
com gel de clorexidina 1% 3 vezes em 10 minutos e
modulação da resposta imune já é muito utilizada na
é repetido esse procedimento após 8 dias. Também
medicina, mas não visa substituir as terapias
é feita a escovação da língua com gel de clorexidina
tradicionais para as doenças periodontais e não
1% e prescrição de bochechos de clorexidina 0,2%
objetiva a supressão total da resposta imune.
durante 14 dias.
Doxiciclina em doses sub-antimicrobianas
Evidência científica
*O antibiótico (Periostat – não comercializado no
*Não há diferenças significativas de efetividade. Por
Brasil – ou hiclato de doxiciclina 20g) é aplicado em
isso, outros fatores devem ser considerados, como
dose que não promove ação bactericida ou
preferência do profissional ou do paciente, custo (os
bacteriostática, pois a dose mais baixa serve para
protocolos de boca toda tendem a ser mais caros),
inibir a ação de metaloproteinases (mediador
tempo e desconforto (os de boca toda estão mais
químico de ação importante na destruição dos
associados à desconforto pós operatório).
*A terapia cirúrgica periodontal é o conjunto de 3. Coagulograma (TC: 4-10 min; TS: 1-4
procedimentos executados com uma lâmina, bisturi min; TTPA: 24-40 seg; RNI: 1-2;
elétrico ou laser que resseca tecido ou envolve o plaquetas: 150-400/microl de sangue).
rebatimento de um retalho para alcançar os seus • Profilaxia antibiótica: é feita em pacientes com
objetivos terapêuticos. risco de endocardite bacteriana. 2g
amoxicilina de 30 minutos a 1 hora antes do
Objetivos clínicos específicos
procedimento cirúrgico.
*Eliminação da doença inflamatória pela retirada do • Prevenção de dor e edema.
biofilme dental e de fatores etiológicos secundários e • Controle de ansiedade: é feito pelo uso de
o estabelecimento de um ambiente local com benzodiazepínicos, preferencialmente o
anatomia compatível com a manutenção de saúde e midazolam.
estética periodontal. 2. Preparação do profissional.
3. Preparação do equipamento/instrumental.
Reavaliação após terapia não cirúrgica
4. Preparação do paciente: uso do campo estéril e
*Ocorre entre 4 e 8 semanas após a finalização da antissepsia extra (clorexidina 2%) e intraoral
terapia não cirúrgica e é reavaliado o aspecto de (clorexidina 0,12%).
normalidade da gengiva, se há sangramento e/ou 5. Anestesia local: as técnicas utilizadas em
supuração à sondagem, mensurar a profundidade de periodontia são a anestesia tópica, infiltrativa,
sondagem e se há mobilidade dentária e os índices bloqueio e papilar. O agente anestésico de
de placa. preferência é a lidocaína ou mepivacaína com
vasoconstrictor.
Indicações comuns de terapêutica cirúrgica 6. Incisões: podem ser classificadas de acordo com
*Áreas com contornos ósseos irregulares e defeitos a localização em intrassulcular, submarginal ou
infraósseos extensos e/ou profundos. paramarginal, interdental e relaxante ou de acordo
*Bolsas residuais profundas e/ou de difícil acesso em com a inclinação da lâmina em bisel interno (ponta
que a remoção completa do biofilme sem cirurgia não da lâmina voltada para a crista óssea) e bisel externo
seja possível. Esse é o caso das bolsas periodontais (ponta da lâmina voltada para a coroa).
com mais de 5mm.
*Correção ou prevenção de invasões do espaço
biológico.
*Áreas com lesão de furca grau II ou III.
*Áreas com crescimentos gengivais.
*Áreas com problemas mucogengivais.
Contraindicações gerais
*Paciente portador de doenças sistêmicas sérias não
controladas.
*Quando não for possível acompanhar o pós-
operatório do paciente. 7. Ressecção de tecido ou rebatimento de retalho:
*Quando o paciente é incapaz de manter um controle o retalho periodontal é o segmento de tecido gengival
de biofilme adequado. que é cirurgicamente separado dos tecidos de suporte
*Pacientes fumantes, pois têm maior probabilidade de coronalmente, mas que na região apical se mantém
responder de forma insatisfatória ao tratamento aderido através de um pedículo de tecido conjuntivo
periodontal. vascularizado. O retalho pode ser classificado de
Fases cirúrgicas acordo com o uso de incisão
relaxante (incisões verticais do tipo
1. Cuidados pré-operatórios: envelope ou incisões relaxantes)
• Conferência de assinatura do termo de ou com tecidos separados do osso,
consentimento. que pode ser do tipo
• Análise de exames pré-operatórios: mucoperiósteo/espessura total
1. Hemograma. (ocorre exposição do osso) ou
2. Glicemia em jejum (66-99 mg/dl). retalho dividido/espessura parcial.
Larissa Albuquerque
8. Debridamento de tecido fibroso e de *Aumento de coroa clínica para prevenir ou
granulação: é importante para readaptação do corrigir invasões do espaço biológico: o princípio
retalho e para controle do sangramento. É feito com básico para esse tipo de cirurgia é a presença de
os mesmos instrumentos para raspagem, mas em elemento estranho na área da estrutura dentária
dimensão maior. reservada para a união dento-gengival (invasão do
9. Hemostasia: é feita pela compressão com gaze e espaço biológico). A remoção óssea causada pela
anestésico local com vasoconstrictor. Ainda podem cirurgia deixa quantidade suficiente de estrutura
ser utilizadas substâncias adstringentes, como o dental exposta para o restabelecimento da união
hemostop, e outros. dento-gengival. A cirurgia é indicada quando há
10. RAR por visão direta. presença de cárie ou de restauração que invade o
11. Ressecção óssea ou colocação de material de espaço biológico, necessidade de aumento de
enxerto. retenção para coroas protéticas e correções
12. Readaptação do retalho: retalho estéticas.
deslocado apicalmente (RDA), retalho
Cirurgias reconstrutivas
deslocado coronalmente (RDC) ou
retalho deslocado lateralmente (RDL). *Preenchimento de defeitos com osso ou
13. Sutura: fixação dos retalhos. substitutos ósseos (origem autógena): os
14. Colocação do cimento cirúrgico: proteção da substitutos ósseos são utilizados isoladamente ou
ferida cirúrgica quando não se utiliza a sutura. Não é com RTG (regeneração tecidual guiada). O uso dos
tão utilizado, pois é um fator retentivo de biofilme. substitutos ósseos causa aumento dos níveis ósseos,
15. Cuidados pós-operatórios: de inserção e de redução de profundidade de
• Controle de dor e edema. sondagem superior ao RWM.
• Recomendações de dieta. *Técnica RTG (regeneração tecidual guiada):
• Higiene oral: escovação nas áreas não Utiliza membranas reabsorvíveis ou não
operadas e bochecho com clorexidina. reabsorvíveis (precisa de segunda cirurgia para
• Controle de sangramento: em caso de remoção da membrana). As células epiteliais tem
sangramento, fazer compressa com gaze. capacidade de proliferação maior do que as do tecido
• Atestados. conjuntivo, ocupando o espaço que seria do
16. Remoção do cimento e da sutura: é feito após ligamento periodontal. Dessa forma, a técnica RTG
uma semana. permite a proliferação do tecido conjuntivo sem haver
17. Reavaliação: após 7 e 30 dias da cirurgia. interferência das células epiteliais. É utilizada para
defeitos ósseos de 3 ou 2 paredes e em lesões de
Técnicas cirúrgicas furca grau II. O RTG é superior ao RWM em termos
Objetivos específicos da terapêutica cirúrgica: de ganho de inserção clínica (GIC), redução de
profundidade de sondagem e ganho de tecido ósseo
*Instrumentação radicular com visão direta. (previsível). Pode ser combinada com enxertos
*Redução ou eliminação de áreas retentoras de ósseos e fatores de crescimento.
biofilme. *Proteínas da matriz do esmalte (emdogain): tem a
*Viabilizar procedimentos restauradores. mesma indicação do RTG, porém estimula a
*Promover a regeneração de tecidos perdidos. cementogênese. É testado em diferentes tipos de
*Restabelecimento de arquitetura fisiológica e defeitos e é superior ao RWM e similar à RTG.
estética dos tecidos periodontais.
*Correção de outros problemas mucogengivais. Subtipo: cirurgia plástica periodontal
Cirurgias conservadoras *Aumento de gengiva inserida: é indicada em casos
de recessão gengival em progressão, colocação de
*Retalho de Widman modificado (RWM): realização
implantes, aparelhos ortodônticos e restaurações
de incisão submarginal complementada por incisão
subgengivais em áreas com menos de 1mm de
intrasulcular, faz-se o rebatimento do retalho,
gengiva inserida. Existe a técnica que é indicada
raspagem e sutura.
quando não há recessão gengival (enxerto gengival
Cirurgias ressectivas livre e retalho deslocado apicalmente) e quando há
recessão.
*Gengivectomia e gengivoplastia: são indicadas *Recobrimento de recessões: melhora a estética e
para eliminação de bolsas supraósseas a hipersensibilidade. Tem bom prognostico em
(gengivectomia), correção de crescimentos gengivais, recessões classe 1 e 2 de Miller. A técnica mais
aumento de coroa clínica por necessidades utilizada é o enxerto conjuntivo subepitelial (ECSE),
restauradoras ou estéticas e instrumentação radicular RDL, RDC, RTG.
por visão direta.
Referência:
Anatomia dos molares superiores *Nos molares superiores, a entrada de furca mesial
está mais proxima da região palatina, então deve ser
*Os molares possuem ordem decrescente de sondada pelo lado palatino. A entrada da furca distal
tamanho, sendo o primeiro molar superior maior que pode ser sondada tanto pela vestibular quanto pela
o segundo, que por sua vez é maior que o terceiro palatina a depender da sua localização.
molar.
*Possuem três raízes, sendo a posição da
mesiovestibular vertical, a da distovestibular é
distalizada e a da palatina é palatinizada.
*A secção transversal das raízes
distovestibular e palatina tendem a ter
formato circular e a mesiovestibular
tende ao formato de ampulheta. (a) Entrada da furca vestibular e (b) entrada da furca
mesial de molar superior.
*A furca mesial deve ser sondada pelo
lado palatino do dente, a furca vestibular Radiografias
deve ser sondada pelo lado vestibular do dente e a
furca distal deve ser sondada pelo lado vestibular ou *Radiografias periapicais (avaliação do periápice) e
palatino. interproximais (vizualização dos defeitos ósseos
devido à incidência perpendicular dos raios x) sempre
Anatomia dos molares inferiores devem ser obtidas para confirmar os achados durante
*Assim como os superiores, seguem a ordem a sondagem em dentes com envolvimento de furca.
decrescente de tamanho, sendo o primeiro molar Diagnóstico diferencial
inferior mais que o segundo e o segundo maior que o
terceiro. *Uma lesão na área entre as raízes pode ocorrer por
*Possuem duas raízes, uma mesial em posição problemas no canal radicular ou por sobrecarga
vertical e uma distal, em possição distalizada. oclusal. Dessa forma, não se deve iniciar o tratamento
*A secção transversal distal possui do dente com envolvimento de furca até que seja
formato mais circular e a mesial realizado o diagnóstico diferencial.
tendo ao formato de ampulheta, *Patologia pulpar: é preciso realizar o teste de
com concavidade na superfície vitalidade pulpar, se for negativo, significa que há uma
distal. patologia pulpar. Diante disso, é preciso realizar
*A sondagem da furca vestibular é inicialmente sempre o tratamento endodôntico para
pelo lado vestibular do dente e a sondagem da furca em seguida poder fazer a terapia periodontal. Isso se
lingual, pelo lado lingual. faz necessário porque a patologia pulpar pode causar
a destruição do osso e com a sua resolução pode
Larissa Albuquerque
haver a cicatrização do defeito. Assim, deve-se Plastia de furca
observar se há cicatrização após dois meses.
*Tem como objetivo eliminar defeitos interradiculares
e é feito pela odontoplastia e/ou osteoplastia.
*Odontoplastia: consiste na remoção de tecido
dentário (“degrau”) na região de furca, devolvendo o
formato arredondado da área e facilitando a limpeza
pelo paciente.
*Odontoplastia + osteoplastia: a osteoplastia
(a) dente com rarefação óssea na região de furca. Teste de
vitalidade pulpar negativo. Foi realizado tratamento endodôntico corrige a anatomia óssea após a destruição do osso,
e houve cicatrização do defeito de furca (b). regularizando-o ao torná-lo mais uniforme para formar
*Trauma oclusal: forças oclusais podem causar uma superfície contínua.
mobilidade aumentada. Durante a sondagem não se
Tunelização
detecta o envolvimento de furca e na radiografia
observa-se defeito ósseo. Dessa forma, antes de *Pode ser indicada para defeitos de furca de classe II
tratar o possível defeito de furca, deve-se realizar o profundos e classe III em molares inferiores. Pode ser
ajuste oclusal, pois após semanas o dente tende a realizada em molares inferiores com tronco radicular
estabilizar e os defeitos desaparecem. curto, amplo ângulo de separação e grande
divergencia das raízes mesial e distal.
*Esse procedimento retira o tecido de granulação do
defeito, realiza a raspagem e alisamento da região,
amplia a area de furca pela remoção de parte do osso
interradicular. Isso permite a
passagem da escova interdental
em casos em que não é possível
Objetivos da terapia
fazer a regeneração, pois não há
*Eliminação da placa microbiana das superfícies paredes remanescentes.
expostas do complexo radicular.
Regeneração
*Estabelecimento de anatomia das superfícies
afetadas que facilite o auto controle de placa. *Pode ser indicada para classe II e promove o
fechamento do defeito de furca. A regeneração
Terapia da lesão de furca
consiste na aplicação de uma membrana que isole o
*Envolvimento de furca classe I: raspagem e osso do tecido mole, visto que o tempo de
alisamento radicular e plastia de furca. cicatrização da gengiva é de 1,5 a 2 vezes mais
*Envolvimento de flurca classe II: plastia de furca, rápido que o do osso. Dessa forma, a membrana
tunelização, hemissecção radicular, ressecção permite a cicatrização de cada tecido, sem a gengiva
radicular, extração dentária, regeneração tecidual invadir o local que seria cicatrizado pelo tecido ósseo.
guiada nos molares inferiores. *A regeneração é mais favorável para os casos de
*Envolvimento de furca classe III: tunelização, classe II em molares inferiores, molar que possua
hemissecção radicular, ressecção radicular e osso interproximal próximo à juncão cemento-esmalte
extração dentária. (defeito de buraco de fechadura).
*O preenchimento da região pode ser feito com o
Raspagem e alisamento radicular (RAR) Emdogain, formado por proteínas derivadas da matriz
*A RAR na área de entrada da furca classe I, em sua do esmalte e que estimula a regeneração da região,
maioria, resulta no fim da lesão inflamatória na com maior redução dos defeitos e redução da dor e
gengiva. A cicatrização promove o restabelecimento edema pós-operatório.
da anatomia gengival normal com adaptação dos
tecidos moles sobre os duras.
Ressecção radicular
*É a separação do complexo radicular removendo um
ou mais raízes. É um procedimento menos
conservador, indicado para classe II e III.
Sucesso do tratamento
*O sucesso a longo prazo envolve o diagnóstico
completo, seleção de pacientes com boa higiene oral,
excelencia da terapia não cirúrgica e realização
Referência:
cuidadosa dos procedimentos cirúrgicos e
restauradores. • Tratado de periodontia clínica e implantologia
oral. Niklaus P. Lang, Jan Lindhe; tradução
Maria Cristina Motta Schimmelpfeng. - 6. ed. -
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.