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PERIODONTIA

 Ciência que estuda os tecidos que circundam e suportam o elemento dental.


 Manutenção da saúde, função e estética dessas estruturas.

PERIODONTO DE PROTEÇÃO
 Gengiva - protege todo o nosso periodonto.

PERIODONTO DE SUSTENTAÇÃO (ou INSERÇÃO) - Suporta o dente.


 Cemento – recobre toda a porção radicular
 Ligamento periodontal – na radiografia aparece uma linha radiolúcida, entre o osso e o cemento.
 Osso alveolar – se localiza em volta do osso alveolar.

Quando se tem um periodonto clinicamente normal todo esse processo de sustentação não apresenta nenhuma
alteração. Quando um periodonto apresenta uma pequena inflamação teremos uma gengivite e quando se tem
uma inflamação mais profunda, que seria a destruição desse processo de sustentação do dente, teremos uma
periodontite, e em casos de periodontite parte desse processo de sustentação será perdido, e uma vez perdido é
muito difícil ter a recuperação, no entanto, existem cirurgias que em alguns casos consegue se recuperar 1 a 2mm.
É muito importante sempre tentar diagnosticar precocemente o paciente.

ANATOMIA MACROSCÓPICA - A Mucosa Oral se divide em três partes:


 Gengiva (inserida) e palato – Mucosa Mastigatória
 Dorso da língua – Mucosa Especializada
 Restante dos tecidos da cavidade oral – Mucosa de Revestimento

GENGIVA
 Tecido de revestimento fibroso;
 Recoberto por epitélio queratinizado.

É importante saber a diferença da gengiva e da mucosa alveolar, então todo esse processo que começa em volta
dos dentes até uma linha que separa a mucosa alveolar, é chamado de gengiva. A gengiva ela se divide em: gengiva
livre e inserida e por cima se localiza a mucosa alveolar, e essa mucosa é mais avermelhada que a gengiva inserida
devido ser mais vascularizada, além de ser um tecido mais fino. O que separa a gengiva inserida da mucosa alveolar
é chamado de linha mucogengival.

Fernanda Lacerda – 6º Período


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Sulco Gengival – Tanto por vestibular como proximal e área palatina existe um
sulco envolta de toda a gengiva, é através dele que tem a penetração de
GENGIVA LIVRE bactérias e que irá inflamar o nosso periodonto, ou seja, é a principal porta de
entrada de bactéria para se transformar tanto em uma gengivite como uma
periodontite.
A gengiva inserida vai deis da JCE (Junção-Cemento-Esmalte) a Linha
GENGIVA INSERIDA
Mucogengival
Papilas Interdentais – Localizado entre os dentes, e essa papila da o contorno
dos dentes e quanto mais afilada tem uma gengiva melhor, tendo um aspecto
mais saudável, além de ser muito importante na estética rosa , ex: Paciente que
GENGIVA INTERDENTAL apresenta linha alta de sorriso e quando sorri ele não apresenta papila, ficando
umas “crateras” interproximais, isso acontece quando o paciente apresenta a
doença periodontal, tem perda óssea no local e a gengiva acompanhou essa
perda óssea.

GENGIVA LIVRE
 Porção mais coronária da gengiva
 Corresponde a parede mole do sulco gengival – Quando se pega uma sonda milimetrada e sonda o
paciente, vamos penetrar a sonda dentro do sulco gengival e se encontrar uma milimetragem de 0,5 – 3
mm (varia), é considerado normal, desde que durante a sondagem ela apresenta livre de sangramento e
exsudato. A gengiva livre reveste todos os dentes, tanto por vestibular, lingual e proximal, compreendendo
uma das paredes do sulco gengival, então quando fazemos a sondagem encontramos uma barreira se ela
estiver saudável e a parede de fora é a gengiva livre. Quando sondamos se estiver saudável sentimos uma
resistência significando que batemos no epitélio juncional.
o 3 mm sem sangramento → normal
o Até 3 mm e sangrar → gengivite (pega só a gengiva) por conta do espaço biológico, que vai da
crista óssea até o sulco gengival e é composto por inserção conjuntiva, epitélio juncional e sulco
gengival, então se a sonda entra estreita geralmente não ocorreu a destruição dos tecidos de
suporte
o 5 mm → bolsa periodontal, tendo a destruição dos tecidos de suporte (cemento, osso e
ligamento).Quando apresenta bolsa periodontal, a gengiva inserida que normalmente fica aderida
no osso alveolar ela fica solta, porque com a presenta da bolsa ela desinsere do periodonto de
sustentação deixando livre a gengiva, pegando não só a gengiva livre como gengiva inserida, osso
alveolar, cemento.
 Não inserida na superfície do dente
 Ranhura gengival livre – pequena depressão que contorna a região do sulco gengival ou a gengiva livre.

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 Frequentemente arredondada
 Forma pequena invaginação ou sulco (que é o sulco gengival, por onde a sonda penetra)

 SULCO GENGIVAL
o Fissura estreita entre dente / gengiva livre
o Delimitado apicalmente pelo epitélio juncional - (fundo do sulco gengival), e quando está normal não
conseguimos penetrar a sonda +3mm.
o Sulco saudável – 1,0 (0,5) a 3,0 mm de profundidade – desde que não apresente sangramento e nem
exsudato, teremos um periodonto clinicamente normal.

Um dos melhores fatores de diagnosticar a gengivite/periodontite é realizando a sondagem. Porque apenas


visualizado existe uma gengiva agressiva que acometem jovens, e aparentemente ela está normal, mas quando
realiza a sondagem aparece uma bolsa de 7 8 ou até 10 mm, tendo além uma evolução rápida.

GENGIVA INSERIDA
 Estende-se em direção apical até JMG (Junção Mucogengival)
 Em direção a coroa é limitada pela ranhura gengival – da ranhunha gengival pra baixo é a gengiva livre, da
ranhura gengival pra cima é a gengiva inserida e ela se encontra aderida, exceto quando apresenta bolsa
periodontal que ela ficará solta quando se realiza um jato de ar.
 Inserida ao osso alveolar e cemento subjacente por fibras de tecido conjuntivo gengival
 Textura firme e imóvel
 Cor rósea coral
 Superfície pontilhada (stippling gengival 40% - nem todos os pacientes tem, não sendo uma característica
gengival) – formato de casca de laranja.

Para se ter a doença periodontal precisa apresentar o biofilme. Existe dois tipos de periodonto: periodonto espesso
(apresenta a gengiva grossa – quando se tem uma boa faixa de periodonto espesso é o melhor), periodonto fino
(quando se tem um periodonto fino, corre um maior risco de retração gengival), no entanto isso vai depender da
forma de escovação (escovação horizontal – gengiva retrai), sendo que no periodonto espesso a gengiva vai migrar
apicalmente de uma forma mais lenta do que quando tem um periodonto fino. O correto é utilização de escova
macia e usando a técnica de bass – massageando sempre a gengiva em direção ao dente, porque se não corre o
risco de retração gengival.

Quando se tem uma retração gengival por escovação e não por doença (biofilme), conseguimos fazer cirurgias
(enxertos) recobrindo essa retração, no entanto, as papilas devem estar intactas.

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Porque quando tem retração gengival tem sensibilidade? Quando se tem retração gengival causado por um
trauma, durante a escovação, o paciente remove o cemento (ele é fino) que protege a raiz, deixando a dentina
exposta, apresentando a sensibilidade, e então existe tratamentos paliativos para melhor a sensibilidade dos
dentes.

Antisséptico – só para doença periodontal, porque se não modifica a flora.

Quando tem a bolsa periodontal ativa (não foi tratada) e realizamos o exame radiográfico a bolsa da vestibular não
aparece, na proximal teremos uma imagem radiolúcida, mostrando que ali teve uma perda óssea.

 LARGURA DA GENGIVA INSERIDA


o > Região Incisivos (3,5 a 4,5 mm) – mais espessa
o < Posteriores (PM – 1,9 mm) – mais fina

Paciente sem gengiva inserida, só com mucosa alveolar, poderá sentir dor, no entanto não vai ter doença, só tem
doença com presença de biofilme.

 QUANTO DE GENGIVA INSERIDA É O SUFICIENTE? Se tiver boa higienização não tem retração gengival, agora
se não escovar terá mais chance de ter a retração gengival; No entanto, tem que avaliar também a questão
da espessura da gengiva por questão de estética na prótese (dente tratado endodonticamente apresenta raiz
escura, e com a gengiva fina aparece, a tentativa é realizar um enxerto tentando deixar a gengiva mais
espessa e melhorando a estética) ou até mesmo em ortodontia (quando o paciente tem osso fino, e acaba
trazendo varias retrações gengivais); Resumindo: A faixa adequada da gengiva inserida é importante mais
não necessário para se ter a saúde gengival.

 PIGMENTAÇÃO MELÂNICA – não está relacionado ao uso de medicamento nem outro fator. Se encontra na
parte mais interna do epitélio oral externo.
o Fisiológica → Depósito excessivo de melanina (atividades melanoblásticas). Presente nas camadas
basais e suprabasais do epitélio. - O epitélio que recobre a gengiva tem quatro camadas e a
pigmentação melânica se encontra na ultima camada do epitélio, então existe uma técnica cirúrgica,
que raspa todo esse epitélio retirando essa pigmentação, removendo toda essa pigmentação a gengiva
fica com o aspecto rosado novamente, no entanto, se é uma pigmentação fisiológica ela pode retornar,
só que uma vez realizado a cirurgia não volta tanto quanto antes.

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Qual a diferença do cálculo gengival e biofilme? O cálculo é o biofilme que vai acumulando outras substâncias da
saliva, que se calcifica.

Com a presença do biofilme e do calculo terá a doença que consequentemente terá a retração gengival.
Paciente fumante – no cigarro apresenta uma substancia que faz a contração da vascularização periférica da
gengiva, fechando os vasos sanguíneos menores, então é muito frequente encontrar pacientes fumantes com
aparência clinicamente normal, mas com presença de bolsas profundas (periodontite). Além de ser muito comum
encontrar também, retração gengival, mas sem doença (sem biofilme), por conta das altas temperaturas do
cigarro, que acaba ocorrendo uma inflamação subclínica. Quando temos uma gengiva avermelhada é porque os
vasos sanguíneos se encontram mais dilatados (↑ da circulação).

A hiperplasia gengival é causada pela falta do uso de fio dental, má higienização.

O que é um periodonto clinicamente normal? Sondagem até 3mm, sem sangramento e exsudato, cor rósea coral,
textura firme e imóvel.

GENGIVA INTERDENTAL
 Ocupa a ameia gengival – (os espaços interdentários), na papila interdental é onde se encontra o maior
índice de doença periodontal. O maior índice de bolsa periodontal é em área proximal.
 Forma determinada pelo contato interdental, pela largura da superfície proximal e pelo contorno da
JCE – no dente anterior, é uma papila inteira que vai da face vestibular até a palatina, nos dentes posteriores,
o ponto de contato é maior, devido os dentes serem mais largos, tendo um “pico” de papila na palatina e um
“pico” na vestibular e entre o ponto de contato tem a presença de COL, a papila falando em dentes
anteriores tem a forma de pirâmide devido o ponto de contato ser fino, então dentes posteriores tem um
“pico” de papila vestibular e uma pequena depressão que é formado pelo ponto de contato entre os
dentes e o restante da papila palatina, então essa pequena depressão unida pelas papilas vestibular e
palatina será chamado de COL.
 Forma piramidal – papilas em dentes anteriores, devido os pontos de contatos, serem pequenos, que vai
da face vestibular para a palatina. No entanto, o formato da papila em dentes anteriores, vai depender
do formato dos dentes, dente quadrangular (papila pequena); dente triangular (papila longa).
 Formato de cratera – COL - Quando temos a doença periodontal e temos a perda de papila através de
procedimentos com tratamento restaurador ou protético, conseguimos suavizar as crateras
interproximais, deixando o dente com aspecto mais quadrangular, amenizando a perda do tecido
interproximal.

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Cratera gengival. Numa vista vestibular,


observam-se crateras gengivais nas papilas
interdentarias mesiais e distais dos pré
molares.

 COL - É uma depressão que une as papilas: vestibular e lingual e se adapta ao formato do contato
interproximal. O formato da gengiva em determinado espaço intermediário depende do ponto de contato
entre os dois dentes adjacentes e a presença ou ausência de algum grau de recessão. - (Só em dentes
posteriores). Entao se tem um dente triangular o ponto de contato será alto, consequentemente temos uma
papila comprida, se temos um dente em formato quadrangular o ponto de contato é baixo,
consequentemente temos uma papila menor. Agora quando o paciente tem esse aspecto triangular e
apresenta uma periodontite na área proximal e perdeu osso, muitas das vezes da para compensar com a
parte de restauração desse dente.

Para qualquer doença periodontal, se não conseguir levar ao paciente a higienização adequada na boca, não
adiantará o tratamento.

1. Gengiva Livre Gengiva normal em adultos jovens.


2. Gengiva Inserida Note a demarcação (linha
3. Mucosa Alveolar mucogengival) (setas) entre a
4. Papila Interdental gengiva inserida e a mucosa
5. Linha Mucogengival alveolar mais escura.
6. Ranhura Gengival Livre

Gengiva Livre que é composta pelo espaço livre e o sulco gengival, de todos os elementos dentários tanto as áreas
proximais, vestibular e lingual. Gengiva Inserida quando esta com aspecto normal (cor rosa pálida) e essa gengiva
quanto mais afilada o dente é melhor até quando se tem pacientes com gengiva hiperplasiada ou necrosa
conseguimos de alguma forma deixar ela mais afilada (cirurgia plástica).

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MUCOSA DE REVESTIMENTO

Apresenta grande quantidade de fibras elásticas na mucosa alveolar, e em casos de cirurgia quando existem
pacientes que apresentam gengiva inserida insuficiente, como uma retração gengival, conseguimos pegar a gengiva
e traciona-la recobrindo toda a retração de gengiva, porque na mucosa alveolar temos essas fibras elásticas. No
entanto, quando for dito em cirurgia vamos falar sobre essas fibras elásticas na mucosa alveolar.
 Frouxa
 Cor vermelha mais escura
 Separada da gengiva inserida pela JMG

GENGIVA QUERATINIZADA:
 Gengiva livre
 Gengiva inserida

ANATOMIA MICROSCÓPICA - TECIDOS EPITELIAIS


 Epitélio Oral Externo – quando se tem uma gengiva saudável a primeira coisa que visualizo é o epitélio oral
externo. No epitélio oral externo temos quatro camadas, que é o epitélio oral externo que é a parte da
gengiva inserida, temos o sulco gengival (A gengiva livre é a parede do sulco gengival). Então o sulco gengival
é formado pela gengiva livre, epitélio juncional e a parede do dente. No ponto de vista microscópico temos o
epitélio juncional, epitélio sulcular e área do dente. Ou seja, quando entramos com a sonda dentro do sulco
a parede por fora é a gengiva livre, que é onde a sonda penetra, suponha que a sonda penetre 2 mm, e
onde ela bate é o epitélio juncional, e não dá pra descer mais porque a gengiva está saudável. Então
quando colocamos a sonda, no ponto de vista macroscópico temos a gengiva livre, a parede do dente e por
baixo o epitélio juncional que barra a minha sonda. Agora no ponto de vista microscópico, a diferença de
falar gengiva livre vai ser o epitélio do sulco (sulco gengival), e por baixo onde barra a sonda vai ser o
epitélio juncional, significando que está saudável. Nos temos o epitélio oral externo e em baixo desse
epitélio temos o tecido conjuntivo e depois temos a parede óssea.
 Epitélio Sulcular – sulco gengival.
 Epitélio Juncional - quando sondo e não consigo mais penetrar a sonda em uma gengiva saudável é
porque eu encosto no epitélio juncional
 Inserção Conjuntiva – é a que está abaixo do epitélio juncional, essa inserção conjuntiva é composta de
varias fibras que mantem a gengiva inserida presa ao dente, então ela não está solta, devido essas fibras
que puxam a gengiva em direção ao osso e ao dente. A inserção conjuntiva fica dentro do tecido
conjuntivo, e esse tecido é muito importante porque tem toda a vascularização da gengiva, dando a parte
de nutrição e defesa da gengiva. Então quando a penetração de bactéria pra dentro desse tecido gengival
os vasos sanguíneos começam a dilatar produzindo mais células de defesa, e esse processo que sai das

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células de defesa dos vasos sanguíneos se chama de quimiotaxia que pega essas células de defesa dos
vasos sanguíneos vão em direção ao tecido conjuntivo para combater as bactérias que vão entrar no sulco
gengival.

Temos o epitélio oral externo, tecido conjuntivo, o epitélio juncional que quando bato a sonda eu esbarro nele,
abaixo do epitélio juncional temos a inserção conjuntiva que tem as fibras que prende essa gengiva ao dente, e
abaixo tem a crista óssea e o ligamento periodontal.

1- Epitélio Oral
2- Epitélio Sulcular
3- Epitélio Juncional
4- Inserção Conjuntiva
5- Osso

EPITÉLIO ORAL EXTERNO


 Reveste a porção externa da gengiva livre e toda gengiva inserida – igual se olhar a gengiva
microscopicamente veremos o epitélio oral externo, que é o aspecto rosado da gengiva.
 Pavimentoso estratificado
 Geralmente queratinizado

 ESPAÇO BIOLÓGICO - São todas as estruturas que estão presentes da crista óssea ate o sulco gengival. É o
espaço biológico que vai sempre formar depois a estrutura óssea do dente, e ele é muito importante porque
sempre a partir da crista óssea ele tem uma formação de 3mm. Geralmente a inserção conjuntiva tem 1 mm,
epitélio juncional 1 mm e é considerado um padrão de sulco gengival de 1 mm, obtendo os 3mm de espaço
biológico. Então quando o tecido ta normal vamos ter a formação a partir da crista óssea, se pegar um tecido
saudável e cortar 3mm da gengiva, ela vai crescer novamente para a
formação do espaço biológico. Sempre tendo crista óssea, inserção
conjuntiva, epitélio juncional, epitélio gengival e se tirado
cirurgicamente ele vai formar novamente.
o Sulco gengival
o Epitélio juncional
o Inserção conjuntiva

Se penetrar com a sonda geralmente 1 a 3 mm e não apresentar sangramento e nem exsudato, é uma gengiva
clinicamente normal. Mas se essa gengiva apresenta biofilme então vai começar a terá proliferação de bactérias
para dentro do sulco gengival e quando elas migram o epitélio juncional que está aderido ao dente ele se solta do

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dente e com isso a sonda que penetrava 1mm normal começa a penetrar 2 e apresentando um pouco de
sangramento que seria basicamente uma gengivite. Se o paciente não for tratado o epitélio juncional se solta
completamente do dente e começa a interferir na inserção conjuntiva também. Então, esse epitélio juncional migra
lateralmente e aquela inserção conjuntiva que fica na gengiva inserida ela começa a se soltar e nisso que ela se
solta esse epitélio juncional que tinha 1 mm conforme vai penetrando a bactéria para dentro do sulco gengival, ele
vai descendo apicalmente e aumentando de tamanho, e se essas bactérias continuam a penetrar e começa a
destruir osso, esse epitélio juncional continua migrando apicalmente e lateralmente e ao invés desse epitélio se
chamar de epitélio juncional vai ser chamado de epitélio da bolsa, ou seja, o normal é sem sangramento sem
biofilme e com epitélio juncional aderido no dente, quando tem presença de bactérias esse epitélio juncional
começa a se soltar do dente aumentando a penetração da sonda, aquela que entrava 1mm entra 2mm, mas ate ai
temos uma gengivite porque não chegou até os tecidos de suporte, mas se continuar a penetrar bactéria para
dentro do sulco gengival o epitélio que tinha 1mm vai migrando mais apicalmente, e então destrói inserção
conjuntiva, chegando no osso e ligamento, já temos a formação da bolsa periodontal e esse epitélio juncional vai
continuar migrando, suponha que a sonda entrou 6mm esse epitélio juncional que tinha 1mm durante a sondagem
apresentou mais 6 mm também, migrando apicalmente e lateralmente e quando isso acontece a gengiva fica solta
e vemos que ja destruiu osso e ligamento, e esse epitélio juncional passa a ser chamado de epitélio da bolsa.
Quando é realizada uma terapia de raspagem, deixamos o tecido gengival livre de bactéria o epitélio juncional
encontra o tecido saudável e migra em direção desse tecido fechando a bolsa, isso ocorre em aproximadamente 30
dias, pois é o tempo que leva pra cicatrização total de uma bolsa periodontal, dizendo que teve uma cicatrização
por epitélio juncional longo (porque era pequeno e virou um epitélio juncional da bolsa, e com o tratamento que
irá ser feito, elimina o biofilme e será formada uma nova inserção conjuntiva e o epitélio juncional vai se aderir
novamente, fechando a bolsa periodontal).

Com a cicatrização terá muita retração se for um periodonto fino, e um pouco menos um periodonto espesso, mas
sempre terá retração porque ele perdeu osso, e a gengiva acompanha osso, mesmo que o tecido tenha crescido.
Sendo que a formação óssea é muito pouca, porque o epitélio migra muito rápido e então não dá tempo da
formação óssea.

Como forma a bolsa periodontal? A bolsa periodontal é formada com acumulo de biofilme, que penetra dentro do
sulco gengival tendo um deslocamento do epitélio juncional que vai migrando apicalmente e lateralmente, com
isso os microrganismos que entram no sulco gengival vão penetrando ate destruir osso e ligamento periodontal
tendo a formação da bolsa periodontal, e aquele epitélio juncional que migrou lateralmente e apicalmente ele vira
epitélio da bolsa, e se torna longo mais ainda está na bolsa, e quando faz o tratamento e a higienização esse
epitélio encontra o tecido saudável e consegue se aderir novamente deixando aquela bolsa periodontal, dizendo
que teve a cicatrização após 30 dias, tendo a cicatrização por epitélio juncional longo. E é por isso que nunca
podemos pegar uma radiografia e dizer que o paciente tem uma bolsa periodontal, mas podemos observar uma

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perda óssea na radiografia, mas não sabe se esse dente foi tratado e formou o epitélio juncional longo, porque é
tecido mole, e não aparece na radiografia.

IMPORTÂNCIA: manter as estruturas saudáveis e longe de doença periodontal.

A gengiva rosada, que conseguimos visualizar é composta por epitélio oral externo, e ela possui quatro camadas:
 Camada basal – camada mais interna; fica em contato com o tecido conjuntivo; localizam-se os
melanócitos.
 Camada espinhosa
 Camada granulosa
 Camada córnea – primeira camada
1. Camada Córnea
2. Camada Lúcida
3. Camada Granulosa
4. Camada Espinhosa
5. Camada Basal (apresenta uma coloração escurecida que
indica a pigmentação melânica).

Quando realiza a remoção de toda pigmentação melânica temos que remover todo o epitélio oral externo do
paciente, a partir do momento que sangrar e apresentar um sangramento maior durante essa raspagem de epitélio
saberá que estamos em tecido conjuntivo. No entanto, quando o paciente apresenta uma deiscência (defeito ósseo
onde há ausência de cobertura óssea na porção coronária das raízes na região vestibular, principalmente), temos
que tomar um cuidado maior para realização desse epitélio, porque caso ao contrario acontecerá uma depressão
um “buraco”.

 CÉLULAS
o Melanócitos → pigmentação da gengiva
o Células produtoras de queratina – relacionado ao stippling gengival
o Células de Langherans – células de defesa
o Células inespecíficas – essas podem se transformar em outros tipos de células, principalmente em
células do epitélio ou células de defesa.

Quando temos uma inflamação da gengiva à primeira célula que migra são os neutrófilos, através dos vasos
sanguíneos, que é chamado de quimiotaxia dos neutrófilos, então ele sai dos vasos sanguíneos vai em direção ao
tecido conjuntivo e/ou ao sulco gengival para fazer essa defesa do organismo.

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ANATOMIA MICROSCÓPICA: A pigmentação melânica é resultado de grânulos de melanina, produzidos pelos
melanoblastos na camada basal do epitélio oral externo, podendo ou não ser vista.

EPITÉLIO SULCULAR – forma o sulco gengival.


 Pavimentoso Estratificado
 Não Queratinizado - ou paraqueratinizado, isso porque alguns autores dizem que no início do sulco gengival
apresenta uma queratinização, mas em outra região já não tem queratina só estratificação.
 Sem Cristas Epiteliais
 Semipermeável

Porque não se deve invadir o espaço biológico proteticamente? Porque não conseguimos uma distancia de 3 mm
que vai da crista óssea ao sulco gengival. E a gengiva ficará toda irritada (avermelhada com sangramento), ou pode
causar uma absorção óssea, ou até mesmo uma retração maior do que esperado.

EPITÉLIO JUNCIONAL
 Completamente restaurado após instrumentação de cirurgia – formado a partir da crista óssea (3 mm) →
espaço biológico.
 Inserido a superfície dentária (esmalte, cemento ou dentina através da lâmina basal – hemidesmossomas)
– é através da lâmina basal e desses hemidesmossomas que o epitélio consegue voltar a ter uma aderência
ao dente desde que se encontre um tecido biologicamente saudável, quando submetido a uma bolsa
periodontal.
 Apresenta superfície livre no fundo do sulco gengival, inserção é reforçada pelas fibras gengivais (mantem
a gengiva inserida presa ao elemento dentário).
 Descamação pelo sulco gengival
 Comprimento de 0,25 mm a 1,35 mm (médio aproximadamente 1,0 mm)
 Mais largo na parte coronal (15 a 20 camadas de células)
 Mais estreito em direção a JCE
 Final na JCE quando saudável – o epitélio juncional fica do esmalte até a JCE, quando temos um
periodonto clinicamente normal.

Pode realizar uma raspagem em uma bolsa de 7 mm e o tecido não conseguir ter uma aderência, através da lamina
basal junto com os hemidesmossomas? Sim, desde que não tenha removido toda a parte de cálculo e toda parte de
biofilme, e com uma má raspagem ele terá biofilme e não consegue aderir, ela pode diminuir caindo pra 5 mm, por
exemplo, mas ela não fecha.

Quando se tem uma retração gengival, o epitélio juncional fica aderido no cemento.

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 CARACTERÍSTICAS DE RESISTÊNCIA
o Permeável às células de defesa (células de Langherans)
o Turnover células (04 a 06 dias) – TURNOVER é uma remodelação, as células do epitélio juncional são
remodeladas a cada uma semana (4 a 6 dias), tendo um novo epitélio juncional.

Porque se usa o termo “clinicamente saudável”? Porque quando visualiza histologicamente, o sulco gengival
sempre tem a presença de algumas bactérias, e algumas células de defesa, mas não aparenta nenhum aspecto
clinico de infecção. Só terá um tecido doente se caso apresente muitas bactérias e poucas células de defesa.

 CARACTERÍSTICAS DE FRAGILIDADE
o Permeável às bactérias
o Fraca aderência entre as células – pois se solta com a presença de biofilme
o Pequeno número de camadas

TECIDO CONJUNTIVO – fica entre o epitélio oral externo e o dente, e apresenta um papel muito importe no processo
saudável e de defesa.
 Fibras gengivais → 60% (colágenas, elásticas, reticulares, oxitalânicas)
 Vasos, nervos, matriz → 35%
 Células → 05% (fibroblastos, mastócitos, macrófagos, neutrófilos)
 Fibroblastos → metabolismo de colágeno (65%)
 Leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) e macrófagos → fagocitose
 Linfócitos e plasmócitos → resposta imune

A gengiva fica avermelhada, devido os vasos sanguíneos, serem calibrosos e apresenta edemaciada, devido os vasos
sanguíneos liberarem infiltrado inflamatório no tecido conjuntivo. Gengiva Saudável – Aspecto Afilado (quanto mais
afilado melhor, no entanto existem casos em que a gengiva está fibrosada, apresentando um aspecto mais cheio,
no entanto ela está clinicamente normal, no entanto o problema dessa gengiva é que provoca um acumulo de
biofilme maior); Gengiva Doente - Edemaciada.

O periodonto espesso é melhor do que o fino, mas dentro do periodonto espesso deve se ter um afilamento do
sulco gengival.

Dentro do tecido conjuntivo temos as fibras:


 Fibras dentogengivais – vão da parte dentária até a parte gengival
 Fibras transeptais – passam pelo septo do dente

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 Fibras dentoperiostais - a camada que reveste dentro do osso é o periósteo, então tem as fibras que vao
do periósteo ate o tecido gengival.
 Fibras circulares – envolve todo o dente, pra manter a gengiva inserida presa ao dente e o osso alveolar.
Quando se tem a bolsa periodontal essa gengiva se apresenta solta e isso ocorre porque essas fibras foram
destruídas.

Essas fibras estão presentes na inserção conjuntiva, e o epitélio juncional se adere ao dente através da camada
basal e dos hemidesmossomas, e abaixo desse epitélio tem a inserção conjuntiva, que sai do dente e do osso e
formam fibras que mantem essa gengiva bem presas no dente e no osso. O epitélio juncional está aderido e a
inserção conjuntiva, é uma inserção das fibras trazendo aquela gengiva inserida em direção ao dente e ao osso
alveolar.

A gengiva inserida está presa ao dente através da inserção conjuntiva e da adesão do espaço juncional ao
dente.

 FIBRAS COLÁGENAS GENGIVAIS - FUNÇÕES:


o Comprimir a gengiva marginal firmemente de encontro ao dente
o Fornecer a rigidez necessária para suportar as forças mastigatórias sem ser descolada da superfície do
dente.

 SUPRIMENTO SANGUÍNEO – Bastante vascularizado, e essa vascularização vem bastante do ligamento


periodontal.

CORRELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E MICROSCÓPICAS:


 Cor - rosada
 Pigmentação fisiológica – cirurgia → estética.
 Tamanho – quantidade maior de gengiva inserida é melhor, mas se não tiver uma quantidade menor
dependerá da quantidade de biofilme acumulado.
 Contorno
 Forma – afilada.
 Consistência – firme, inserida ao dente.
 Textura de superfície – lisa ou com stippling gengival.
 Posição

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PERIODONTO CLINICAMENTE NORMAL – independente se for um periodonto reduzido (periodonto tratado),
conseguimos ter um periodonto clinicamente normal
 Gengiva rosa clara, textura firme, consistente e em forma de faca (afilada).
 Sulco gengival até 03 mm
 Livre de sangramento e exsudato
Periodonto de proteção – protege o dente.
Periodonto de sustentação – segura o dente no alvéolo.

CEMENTO

O cemento radicular é um tecido mineralizado que recobre a porção radicular – é a porção mineralizada que
reveste toda a raiz do dente, além de dá uma proteção ao dente (quanto a sensibilidade dentinária, porque forma
uma camada em volta da raiz não deixando túbulos dentinários expostos), e sempre quando o cemento está
presente tem a presença do ligamento e do osso alveolar. Quando se tem a retração gengival tem a perda do
cemento e é no cemento que tem o acúmulo de biofilme, e então ocorre o CÁLCULO DENTAL.
 Espessura Cervical = 50 a 130 µm – muito fino.
 Espessura Apical = 200 a 500 µm – mais espesso.
 Maior concentração de bactérias - No cemento que se realiza a raspagem, devido está à proliferação de
biofilme, e devido o cemento na parte coronária ser mais fino, provavelmente com a raspagem e a
remoção do cálculo e do biofilme, removeremos cemento necrótico, e removendo esse cemento
necrótico podemos deixar essa área cervical sem a parte de cemento naquela porção, então depois disso
o dente ficará sensível, porque quando removemos o cálculo e o biofilme, por esse cemento ser muito
fino, removemos cemento necrótico e acaba também removendo parte do cemento coronário gerando
essa sensibilidade. Toda área sensível na parte radicular tem que ter um cuidado maior de higienização,
porque muitas das vezes fazendo essa higienização, fecha-se os túbulos dentinários, melhorando a
sensibilidade.
 Reposição contínua – durante toda a vida, principalmente na parte apical. Na parte coronária do cemento
ele é acelular (não apresenta células) e apresenta uma camada fina e quando contém retração gengival
esse cemento acaba e quando realiza uma raspagem o principal foco será a raiz por apresentar maior
quantidade de biofilme e se raspa até conseguir uma lisura da porção radicular ficando então com os
túbulos dentinários expostos por não ter a reposição, e na porção médio apical ele é celular (apresenta
cementoblasto que forma camadas de cemento).

 CEMENTO IRREGULAR – ocorre principalmente na região do teto de furca, apresentando um cemento


poroso, e quando se tem uma inflamação em molares, por exemplo, deve se tomar um cuidado maior para

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16
realizar a raspagem nesses tetos de furca devido esse cemento ser poroso, então deve alisar bem as raízes.
Então temos que raspar o cálculo de deixar a raiz mais lisa possível. FURCA – todas as áreas entre as raízes,
ocorre só em dentes bi ou tri-radiculares.

 COMPOSIÇÃO
o 65% conteúdo mineral (hidroxiapatita)
o 23% parte orgânica
o 12% de água
o Mineralizado – textura parecido com a dentina, principalmente em áreas de retração.

 FUNÇÕES
o Ancorar as fibras do ligamento periodontal
o Proteger a dentina contra sensibilidade dentinária
o Ancoragem das fibras de Sharpey – são fibras do ligamento periodontal que se adere tanto ao osso
quanto ao cemento e forma a parte mineralizada.
o Selamento apical – devido ter células na região apical, porque no caso do cemento coronário ele é
acelular.
o Reparar pequenas fraturas – devido ter células na porção média e apical ele consegue reparar essas
fraturas.

 CARACTERÍSTICAS
o Cor amarela pálida – semelhante com a dentina.
o Não é inervado – mas utiliza anestesia quando a raspagem é profunda (bolsa periodontal), quando é
superficial não usa anestesia.
o Não tem vascularização e nutrição própria – a nutrição vem do ligamento periodontal.
o Menor calcificação que a dentina – na parte coronária, muitas das vezes deixa dentina exposta, quando
submetido a raspagem.
o Mais fino na cervical e mais grosso no ápice - espesso na região do ápice por conta do cemento ser
celular e na porção coronária acelular.

 DIFERENÇAS DO OSSO E CEMENTO


o Não contém vasos e nervos – então o cemento não tem essa vascularização, já o osso é bem
vascularizado e inervado.
o Deposição sucessiva de novas camadas – principalmente na porção apical, alguns autores dizem que o
cemento com o passar dos anos apresenta um desgaste na porção incisal e o que mantem o

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comprimento do dente radiograficamente é o cemento que vai sendo reposto nessa região apical,
mantendo o padrão do tamanho do dente normal.
o Não sofre remodelação – já o osso sofre um turnover, ou seja, uma remodelação óssea constante,
devido à ação dos osteoclastos (absorve osso) e osteoblastos (forma a estrutura óssea).

 CÉLULAS
o Cementoblastos – alguns autores já não utiliza esse termo, porque é mais uma deposição contínua de
cemento. Não estando tão presentes nessa área de cemento.
o Cementoclastos

 JUNÇÃO AMELO-CEMENTÁRIA - Como se apresenta o cemento em relação ao esmalte: Nós temos a JCE que
é a união da parte do cemento com a porção de esmalte na coroa do dente que seria de 60 a 65 % dos casos
dos elementos dentais, ou seja, o normal, esse cemento acelular vai cobrir parte do esmalte, deixando esses
dentes bem protegidos. A sensibilidade radicular é muito encontrada hoje em dia, tanto em casos com
retração gengival ou outros que não tem essa retração gengival, mas apresenta sensibilidade radicular e com
a ponta da sonda conseguimos avaliar que não tem cemento e sim dentina exposta, apresentando uma
sensibilidade muito grande, sendo de 5-10% dos pacientes esse cemento está aquém do esmalte, então tem
cemento tem uma área de dentina exposta e tem esmalte, sendo um fator fisiológico e não provocado, e
esse paciente se não tiver uma boa higienização, vai aderir biofilme e esse biofilme é acido vai aderir no sulco
gengival aumentando os túbulos dentinários causando uma sensibilidade. No entanto, existem 30% dos
casos em que o cemento vai se encontrar com o esmalte, não deixando nenhuma área de dentina exposta.

 TIPOS DE CEMENTO
o Cemento Acelular
 Presente mais nos 2/3 cervicais
 Formação primária a partir da raiz dentária – não tem células, então conforme é erupcionado o
elemento dental tem o cemento formado, e a partir do momento com a raspagem ou com um
trauma de escovação e perdeu aquele cemento, ele não é mais formado por não ter células.
o Cemento Celular
 Presente no 1/3 apical
 Formação de acordo com a demanda funcional – cementoma: formação excessiva de cemento na
área apical.

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OSSO ALVEOLAR

O osso alveolar junto com o ligamento periodontal e o cemento são muito importantes na sustentação do
elemento dentário. Ele é revestido pelo periósteo, bem vascularizada, quando se realiza enxertos temos que
separar o periósteo da gengiva com uma lamina, pois ele é muito importante apresentando células indiferenciadas
(osteoclasto, osteoblasto).

 VISÃO MACROSCÓPICA
o Osso trabeculado ou esponjoso
o Osso compacto (presente da tábua vestibular ou na tábua palatina)
o Lâmina dura (envolve o alvéolo nos dentes)

 FUNÇÃO PRINCIPAL
o Distribuir e absorver as forças geradas pela mastigação

 LÂMINA DURA – parte compacta do alvéolo dental


o Alta taxa de renovação – sofre constante remodelação ao contrario do cemento
o Reveste o alvéolo e é perfurado por numerosos canais de Volkman – canais de volkman → canais de alta
vascularização
o Fibras de Sharpey – fibras do ligamento periodontal, ou seja, a parte mineralizada presente tanto no
cemento quanto no osso alveolar.

 VISÃO MICROSCÓPICA
o Disposição em camadas ou lamelas
o Osso compacto → canais de Harvers
o Osso esponjoso → canais de Volkman

O osso é muito vascularizado por isso tem a função de formação e destruição óssea.

 PERIÓSTEO
o Fibras colágenas
o Vasos
o Nervos
o Células que formam (osteoblastos) e destroem (osteoclasto) o osso.

Movimentação Ortodôntica: Onde tem pressão reabsorve osso e então o dente vai sofrendo deslocamento, e onde
o ligamento fica estendido vai tendo formação óssea.

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 CARACTERÍSTICAS
o Sofrem constante remodelação → formação e renovação
o Vascularização → canal de Harvers, Volkman, osteon e medula óssea
o Com a perda óssea → retração da gengiva
o Diferença maxila (osso esponjoso) – mandíbula (osso compacto - apresenta um periodonto fino na
região de pré-molar, canino e incisivo; espesso na região de molar). Caso a maxila fosse um osso
compacto e na mandíbula um osso esponjoso, apresentaria algum problema a mais em termo de
doença periodontal? Não, porque a bactéria quando penetra pra dentro da bolsa periodontal a parte de
reabsorção óssea independe se é um osso esponjoso ou compacto a destruição óssea é a mesma.

 TIPOS DE CÉLULAS

1. OSTEOBLASTOS - Formam matriz óssea (muito importante em relação de doença pelo fato de conseguir
regenerar osso perdido). O melhor material para enxerto ósseo é o biológico.
 Sintetiza colágeno e matriz orgânica
 Origem → células mesenquimais multipotentes
 Responsáveis pela mineralização

1.1. OSTEÓCITO - Junto com osteoblastos inativos mantém a matriz óssea


 Os osteoblastos secretam a matriz óssea e alguns deles ficam aprisionados em lacunas,
sendo chamados de osteócitos – ou seja, conforme os osteoblastos formam matriz óssea
alguns osteoblastos ficam aprisionados nessa matriz e esses aprisionados são chamados de
osteócitos.
 O número de osteoblastos que se tornam osteócitos variam com a velocidade de
formação do osso – se houver uma formação óssea muito acelerada ficará mais osteoblastos
aprisionados na matriz formando os osteócitos.

2. OSTEOCLASTOS - Reabsorvem a matriz óssea


 Lacunas de howshin – onde geralmente se localiza os osteoclastos, então em forma de lacuna vai
reabsorvendo o osso e o osso como apresenta uma grande remodelação os osteoclastos absorvem e os
osteoblastos formam osso.
 São células multinucleadas com origem das células hematopoiéticas dos monócitos / linhagem dos
macrófagos

 TRAUMA: Stress mecânico aplicado sobre o osso causa deformações na matriz óssea quando forças de
tensão (formação óssea) e pressão (reabsorção óssea), as quais iniciam caminhos de formação e destruição.
(Forwood e Turner, 1995)

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Dependendo do tipo de trauma o dente pode apresentar uma reabsorção óssea, mas não uma doença, pois doença
só com biofilme. Existem casos em que se tem trauma em dois dentes, e então está empurrando o dente pra
vestibular e o paciente apresenta uma tabua óssea muito fina, com isso terá uma retração gengival, perdendo osso
naquela região (muito comum na movimentação ortodôntica). Quando realiza uma movimentação rápida
ortodôntica costuma ter uma grande absorção da raiz.

 DEFEITOS ÓSTEO – Fisiológico, apresentando defeito de formação óssea dentro de uma raiz.
o Fenestração – apresenta parede óssea, separando da coroa e do dente. Defeito ósseo na raiz dentaria e
não apresenta comunicação com a coroa, porque existe osso entre o defeito ósseo da raiz e o dente.
o Deiscência – quando temos o defeito ósseo presente na porção radicular e esse defeito ósseo tem
comunicação com a raiz.

Fenestração nos elementos 32 e 42


Deiscência no elemento 41

Qual a importância clinica desse defeito ósteo no dia a dia? Em muitos casos a gengiva pode estar cobrindo toda
essa porção da raiz, mesmo não tendo osso, e geralmente esses dentes apresentam periodonto fino, então a
gengiva é fina naquela região, e em muitos casos com a má higienização ou com um trauma de escovação o
paciente já apresenta uma deiscência e terá uma retração gengival muito grande no local devido a falta de tecido
ósseo naquela região. Então esses defeitos ósteo, no tecido gengival tem como visualizar só se abrir um retalho, ou
em casos em que o periodonto é muito fino, dando pra observar clinicamente, nessas situações deve se ter um
cuidado maior pedindo para o paciente ter uma escovação bem correta, outros casos realizam cirurgia pra
aumentar o tecido gengival, para que tenha essa gengiva mais grossa evitando que a retração piore gravemente.

 TRATAMENTO - 08 a 16 meses (Na radiografia mostra perda óssea proximal e não mostra vestibular ou
lingual, então pra saber se tem bolsa periodontal deve sondar pra saber).

LIGAMENTO PERIODONTAL

Apresenta capacidade de amortecer impactos mastigatórios (trauma), no entanto, a partir do momento que sofre
uma agressão constante os ligamentos vão sofrer com isso, e eles se rompem e absorvem, mas com o tempo
depois que consegue reverter isso, ele possui a capacidade de se reestruturar formando novamente um tecido de
neoformação, por conta da capacidade progenitora que os osteoblastos e fibroblastos apresentam.

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 Tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e celular – é um tecido que tem uma capacidade grande de
se reestruturar apesar das agressões tanto de agentes bacterianos quanto de agentes agressivos (trauma
oclusal).
 Diferenciam-se em osteoblastos e fibroblastos – Os osteoblastos são células progenitoras, ou seja, células que
formam tecido ósseo, assim como os fibroblastos também são células progenitoras, só que formam tecido fibroso.

 DESENVOLVIMENTO
Os ligamentos ficam alojados entre o cemento e o osso alveolar,
o Dentina apresentando também a capacidade de manter o dente no alvéolo,

o Cemento principalmente pelas fibras de sharpey, que são bem resistentes,


sendo as ultimas a se romper em uma exodontia, localizada na
o Osso alveolar
região apical entre o cemento e osso alveolar.
o Fibroblastos

 MUDANÇA NO ARRANJO E DISPOSIÇÃO


o Rizogênese – Deis do processo de rizogênese, a partir do momento que a raiz começa o seu processo
de formação os ligamentos começam a ter seu inicio no processo de formação também, então no
momento que está sendo reconstituída a porção coronária não tem nenhuma formação de ligamento,
mas a partir do momento que começa a ter o processo de rizogênese (nascimento da raiz) já começa
apresentar o ligamento entre o osso alveolar que aloja aquele elemento e o elemento dentário.
o Erupção

 CONSIDERAÇÕES
o Estabelece articulação – todos os elementos dentários apresentam uma articulação fisiológica, diferente
dos implantes que são fixos, não tendo nada na interface entre o implante e o osso, os elementos
dentários na interface entre o osso e raiz, existem os ligamentos que promove essa característica de
movimentação fisiológica.
o Espaço periodontal – é a interface entre osso alveolar e elemento dentário. Os traumas dentários
muitas das vezes, conseguimos detectar quando na radiografia apresenta um espaço aumentado
entre a raiz e o osso alveolar, fica aumentando porque quando o elemento sofre um processo
traumático, provocamos um estiramento dos ligamentos, por exemplo, se projetar a maxila para

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frente com muita força vai provocar um processo patológico, aonde a palatina vai estirar forçando a
tábua vestibular para frente.
o Amortece as forças mastigatórias – varia com a intensidade, porque se caso mordemos algo muito duro
provocaremos um traumatismo na região, porque eles iram pressionar os ligamentos, os estirando e
podendo provocar necrose, deixando de ser algo fisiológico passando para o patológico.
o Receptores sensoriais – toque de um dente no outro. No implante já não apresenta essa sensibilidade
sensorial que o dente tem.

 ESPESSURA DO LIGAMENTO PERIODONTAL


o Jovens → 0,21 mm – além da polpa ser maior o espaço ligamentar também é maior comparado com
idosos
o Idosos → 0,15 mm – é mais fina comparada com jovens

 CÉLULAS
o Fibroblastos
o Indiferenciadas (blastos) – células formadoras
o Restos epiteliais de Malassez – capacidade do organismo de reconhecer os tecidos excretados por ele
encapsulá-lo e apresentar em forma de cistos. São relacionados com formação de cisto, quando temos
aprisionamento de alguns tecidos que não são reconhecidos viram uma capsula que se transformam em
cistos; sendo importante que as células de defesa e as células indiferenciadas consigam ter um equilíbrio
para fazer com que o tecido se regenere, se não o tecido fica solto e encapsulado sendo reconhecido
como corpo estranho.
 Fibroblastos
 Cemento
 Dentina
 Cementóide
 Cementoblasto
o Cementoblastos / Odontoblastos
o Osteoblastos / Osteoclastos – os osteoclastos absorvem tecidos que não são aproveitados, ou seja, os
que sofrem processo de necrose. Na ortodontia de um lado vai fazer força para o dente se movimentar
e outro lado estira o ligamento, o que sofre estiramento parte dele será rompida não tendo mais
nutrição e com isso necrosa, e então os osteoclastos vão absorver a região que não será aproveitada, e
os osteoblastos irão fazer uma nova formação tecidual. Na doença periodontal quando temos ação
bacteriana na região, temos perda óssea e tendo isso tem um rompimento e perda de fibras que
sustentam o elemento dentário, e quando realiza o tratamento periodontal a região fica saudável para
que os osteoclastos conseguirem trabalhar e depois os osteoblastos fazer o papel dele, caso não realize

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o tratamento a área de necrose será maior e os osteoclastos não conseguem reabsorver e nem os
osteoblastos depositar a matriz celular. No implante, quando se faz a perfuração no osso à região sofre
necrose e com isso os osteoclastos vão reabsorver e os osteoblastos em seguida vão realizar a nova
formação tecidual, formando osso em volta das espiras do implante. Quando realizamos uma
movimentação ortodôntica, obrigatoriamente o periodonto tem que está saudável e da onde o dente
sai e pra onde ele vai, ele estica o ligamento, e algumas fibras irão arrebentar, outras não vão e também
eles vão pressionar a crista óssea e então elas vão reabsorver, e quando ele se movimenta o ligamento
que está arrebentado e os que estão estirados, os odontoblastos e cementoblasto irá formar um novo
osso, porque os ligamentos que foram magoados estendendo pela movimentação eles vão se regenerar,
assim como os ligamentos que ficaram imprensados vão se remodelar, devido a presença de colágeno,
porque o ligamento contem a propriocepção, e isso faz com que o ligamento ative o sistema vascular
tendo pressão que seria uma inflamação com bastante vascularização com um pouco de edema na
região e a precipitação de algumas substancias que uma delas seria o colágeno. Quando tem doença
perde o ligamento periodontal pela infecção, os patógenos que penetraram subgengivalmente liberam
toxinas, e esses produtos faz com que o ligamento fique necrosado acabando que aquele ligamento
fique contaminado, só que essas toxinas estão afetando o ligamento só que esse ligamento se defende
também, então chega uma hora principalmente se o profissional intervir rápido vai salvar uma parte do
ligamento e consequentemente o osso alveolar, parando com a doença, só que aquele ligamento que
sobrou quando ele começa a se multiplicar para ocupar a raiz, primeiro do que ele vem o epitélio e o
epitélio bate na raiz, na hora que ele bate na raiz o ligamento tenta subir e não consegue e então o
ligamento para de se reproduzir, porque ele precisa de espaço e o epitélio não deixa, e se ele para de
reproduzir já que ele da origem a estrutura óssea também para a produção óssea, então o individuo
após o tratamento da doença periodontal ele fica com o periodonto reduzido, com pouca estrutura
óssea. Esses casos ocorrem uma ossificação intra membranosa.
o Células do sistema imune (células de defesa)

 MATRIZ EXTRACELULAR
o Componente Fibrilar
 Colágeno 1 (Fibras Principais) – células mais consistente
 Sistema Elástico – feito pelo colágeno dando a capacidade de elasticidade
o Substância Fundamental (relacionados a células de defesa) – responde de acordo que não deixe que o
tecido necrose e as células não consigam combater.
 Glicosaminoglicanos (possuem açucares e atraem água) – porque necessita de lubrificação para
que o ligamento tenha toda a capacidade de elasticidade, amortecimento e sensorial.
 Proteoglicanos (função de dar rigidez, resistindo às compressões) – capacidade de auxiliar na
rigidez, se não acaba levando a um rompimento do ligamento durante a mastigação.

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 FIBRAS PRINCIPAIS - feixes colágenos que se inserem do cemento ao osso alveolar.

 COMPONENTE FIBRILAR - FIBRAS PRINCIPAIS


o Fibras da crista alveolar (1) – primeiras a serem formadas no processo de
rizogênese.
o Fibras horizontais (5) – segundas a serem formadas
o Fibras oblíquas (2)
o Fibras apicais (3) – são as ultimas a serem formadas, devido o processo de
rizogênese. Apresentam as fibras de sharpey que são as ultimas a se romperem durante uma exodontia.
o Fibras inter-radiculares (4) – sofrem muito com os impactos, apresenta somente em elementos
multiradiculares, se localizam na região de furca.

No processo de impacto mastigatório as fibras que mais sofrem são as apicais porque é onde terá todo o impacto e
as inter-radiculares por estar em uma posição axial.

o Remodelação em 28 dias – tempo de cicatrização que temos pra poder remodelar em cima dessas fibras,
em qualquer situação.

 FIBRAS PRINCIPAIS (SÃO RETICULADAS) - ENTRECRUZAMENTO DAS FIBRAS: Quanto maior o


entrecruzamento das fibras, menor mobilidade teremos.

 FIBRAS DE SHARPEY → Função de ancoragem do dente no seu alvéolo. Ultima a se romper no processo de
exodontia, sendo uma das mais resistentes.

 FIBRAS SECUNDÁRIAS (RETILÍNEAS)


o Não se entrelaçam
o Rodeiam vasos e nervos
o Colágeno: III, V, VI e XII – não apresentam a mesma resistência do que as fibras primárias, porque não
tem a mesma quantidade de lubrificação e nem característica celular igual a primaria tem.

 SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL (LÍQUIDO DE BRILL) – FUNÇÕES


o Papel fundamental na estrutura
o Amortecimento das forças sobre o complexo dente-periodonto
o Líquido lubrificante, nutrição ligamentar
o Física sustentadora – o que mantém o dente no alvéolo são os ligamentos
o Formadora e remodeladora (blastos e clastos)

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o Nutricional – principalmente do tecido de lubrificação
o Sensorial – capacidade de detectar qualquer agente que traga uma sensibilidade ao dente.

 FUNÇÕES FÍSICAS
o Proteger vasos e nervos
o Transmitir forças oclusais ao osso
o Fixação do dente ao osso
o Manter o tecido gengival adequado ao dente
o Resistir impacto das forças oclusais – tendo aquela mastigação sem provocar grandes impactos, vai
está sempre estimulando os tecidos progenitores a formarem novos tecidos, de forma fisiológica.

 TEORIA DA TENSÃO

Fibras Principais
Estiramento das Fibras
(ocorre durante a mastigação)

Transmissão de forças ao osso (aquele osso a parte superficial vai


necrosar e os osteoclastos vao remover e os osteoblastos vao formar o novo
tecido, estimulando esse novo tecido)

Deformação elástica - parede do alvéolo (um dos sentidos vai esticar e


outro sentido irá expremer)

Carga transmitida ao osso basal estimulando as células a formar mais


osso (quanto mais estimulo mais formação)

 FUNÇÃO FORMADORA E REMODELADORA – tem que ter essa troca celular para cada vez fazer mais
formação tecidual, sendo tudo fisiológico.
o Variações na atividade enzimática celular
o Capaz de formar novo osso, cemento e ligamento
o Renovação de células e fibras

 TURNOVER – capacidade que o ligamento tem de se esticar as máximo e manter a sua posição
original, ou seja, voltar a seu tamanho sem se deformar.

 FUNÇÃO NUTRICIONAL - A grande vascularização do ligamento periodontal fornece nutrientes para o


cemento, osso e gengiva.

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 SUPRIMENTO VASCULAR – Elemento inferior, por exemplo, a artéria alveolar passa no canal que
desemboca para artéria dentaria que vai nutrir o dente essa artéria vai entrar no osso alveolar que vai
passar no ligamento e que vai nutrir ate o canal principal do canal dentário. A partir que necrosa um
ligamento e as células não se recuperam essa artéria leva contaminação diretamente pros canais
dentários, comprometendo tanto o canal principal como o canal colateral.
o Artéria intra-septal – ramos perfurante
o Artéria intra-septal
o Artéria dentária
o Artéria alveolar

 LIGAMENTO PERIODONTAL – CARACTERISTICAS


o Mobilidade Fisiológica
o Aumento do espaço do ligamento periodontal – trauma
o Diminuição do espaço – falta de função – pode se entender até como uma anquilose que seria o
esmagamento total dos ligamentos
o Perda do ligamento – epitélio juncional longo causado por doença periodontal - as toxinas também
provocam lesões que se não tratadas podem se tornar irreversível, então um paciente que tem um
tratamento constante que sofreu agressão por conta de toxinas elas consegue reconstituir seus
ligamentos através do tratamento e consegue reconstituir aquele tecido perdido.

DOENÇA PERIODONTAL – BIOFILME DENTAL FATOR DESENCADEANTE

 De origem infecciosa, bacteriana, levando a perda de inserção, caracterizando-se pela progressão


personificada e tendo o biofilme como falta desencadeante. Jan Lindhe.

Quanto menor for o dano que a doença trouxer ao periodonto mais simples será o tratamento, menos invasivo e
maior perspectiva o paciente terá de manter o periodonto em funcionamento, mesmo sofrendo infecção.

Gengivite - inflamação exclusivamente de periodonto de proteção;


Periodontite – inflamação da gengiva, periodonto de inserção (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar). O
biofilme que será responsável pela periodontite não é um biofilme que quanto mais severa a periodontite maior a
quantidade de biofilme e sim um biofilme que vive de especificidade independente da quantidade que são
povoados por periodonto patógenos.

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Dificuldade de quimiotaxia de neutrófilo: Quando está havendo uma agressão o sistema imune através do
hipotálamo, emite um aviso no sistema circulatório do corpo dizendo que a gengiva está infectada, é necessário
defender, mandar sague para lá. Onde estão os elementos de defesa? Então começa a direcionar o sangue para lá.
Em algumas pessoas a ida do sangue para lá, com seus primeiros elementos de defesa que chama de netrófilo, os
polimorfonucleares, é rápida, em alguns indivíduos esse caminhar das estruturas de defesa através da corrente
sanguínea para o local de infecção é extremamente vagaroso e aí que chama o caminhar de QUIMIOTAXIA e como
é vagaroso diz que o indivíduo está com uma dificuldade de quimiotaxia, isso é um problema genético, pode ser um
problema herdado após uma displasia sanguínea qualquer.

Pacientes mais jovens (17 e 27 anos) apresenta característica de maior virulência do biofilme, quanto mais velho o
indivíduo menor sua característica de virulência, isso ocorre porque bioquimicamente os constituintes salivares, do
fluído gengival, a temperatura orgânica favorecem a formação de um tipo de flora bacteriana altamente violenta.
DOENÇA PERIODONTAL

SAÚDE GENGIVITE PERIODONTITE

DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA PERIODONTAL


No ciclo da doença periodontal, as espécies
benéficas que estavam inatas devido à boa
Hospedeiro higiene oral começam a “acordar”, o hospedeiro
começa a vacilar e as bactérias começam a
crescer e com esse crescimento leva a gengivite,
propiciando o meio para que patógenos
exógenos povoem iniciando o ciclo da doença
periodontal. O sistema desequilibra quando se
dá substratos aos patógenos, e o organismo não
Espécies
Patógeno consegue acompanhar da mesma maneira o
Benéficas
crescimento pelo sistema imune.

 A doença não é transmissível, transmissível são os patógenos;


 Não adianta adquirir só o patógeno, ele precisa de subsídio na cavidade oral;
 Se adquirir o patógeno e tiver uma higiene boa, não dará subsídio para eles se proliferarem;

DOENÇA PERIODONTAL
 Induzida por placa dental, BIOFILME;
 Alteração inflamatórias a nível do periodonto de proteção e inserção  Infecção Bacteriana.

BIOFILME DENTAL - É um consórcio altamente organizado entre espécies bacterianas cooperantes que mantêm
um extenso relacionamento com o hospedeiro – é o local das bactérias onde conseguem de multiplicar e iniciar o
complexo processo da doença periodontal.

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Na doença periodontal toda agressão bacteriana o organismo responde. A agressão é dada a partir do momento
que emite endotoxinas como colagenase, principal constituinte do ligamento periodontal colágeno, beta
glucanases, beta lactamase, produzindo essas endotoxinas e desintegrado o tecido. Quando o organismo está
sendo agredido ele produz essas mesmas endotoxinas para combater os patógenos porque elas são frágeis contra
as endotoxinas que produzimos, só que não conseguimos produzir modularmente essas endotoxinas, produz em
alta quantidade então destrói os patógenos e o que sobra continua a destruir o periodonto junto com outras
bactérias que estão presentes.

NATUREZA ALTAMENTE ESPECÍFICA


 Sucessão microbiana ordenada;
 Acontecimento pós higiene bucal;
 Película salivar ou aderida - quando passa a língua no dente e percebe que precisa escovar o dente, sendo
isso uma porta de entrada para aderência de patógeno, não necessariamente os da periodontite, podendo
ser os patógenos da saliva que deveriam estar circulando e estão ali causando a gengivite.

Se não usar o fio e tem sangramento espontâneo - gengivite ou periodontite.

Sangramento provocado por escova ou por fio - 24h após sangrou a atividade permanece, existe biofilme em local
não acessível precisa se submeter a um profissional.

MICROBIOLOGIA DA REGIÃO PERIODONTAL

SAÚDE GENGIVITE
• Streptococcus sanguis • Actinomyces species
• Streptococcus mitis • Streptococcus species
• Veillonella parvula • Veillonella species
• Actinomyces na eslundii • Fusobacterium species
• Actionomyces vicosus • Prevotella intermedia
• Rothia dentocaviosa

A gengivite é uma infecção periodontal, se tem o hábito cariogênico ela servirá de substrato aos streptococcus e
terá cárie, mas se não tem o hábio cariogênico pode permanecer como gengivite ou ser povoada por patógenos
exógenos das periodontite que são facultativos ou anaeróbios, os quais entrarão nesse biofilme penetrando sub
gengivalmente.

O motivo de se ter muito cálculo nos incisivos se relaciona com a concentração de saliva, pois essa área diminui a
quantidade de oxigênio precipitando o cálcio da saliva.

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BIOFILME DENTAL
 Necessidade de nutrição múltipla;
 Sucessão de espécies;
 Transmissibilidade vertical (mãe-filho) – quando se tem a mãe, por exemplo, com uma doente periodontal
à grandes chances do filho ter também a má formação do cromossomo 25, o mesmo é responsável pelo
câncer do colo do útero, periodontite agressiva e problemas cardiorrespiratórios, no entanto para se der a
doença periodontal obrigatoriamente precisa de biofilme. Não significando que a mãe teve o filho terá, já
que a mãe tem o tratamento, para o filho é manter a higiene oral corretamente, pois precisa dos
patógenos para desencadear a doença. A doença não é transmissível, mas os patógenos são.

 BIOFILME SUPRAGENGIVAL: aquele biofilme que vai se acumular inicialmente sobre as estruturas dentárias
e ao rebordo gengival. Os patógenos que irão ocupar esse biofilme aeróbios ou facultativos.

 BIOFILME SUBGENGIVAL: quando entra na gengiva.

A partir do momento em que o biofilme vai amadurecendo, o biofilme começa a ficar mais espesso com mais
patógenos dentro dele e o fato de apresentar mais patógenos faz com que o fluxo de oxigênio comece a circular
com mais dificuldade, o que chamamos de oxi-redução. Então começa a ter uma sucessão de espécies,
permanecem as facultativas e começa a chegar as espécies anaeróbias devido o meio com pouco oxigênio. Quando
começa a romper a aderência do epitélio juncional, romper a aderência do tecido conjuntivo chega no ligamento
infectando uma célula importantíssima que é o ligamento periodontal tendo uma destruição óssea.

O organismo quando está sendo atacado emite como defesa endotoxinas porque elas neutralizam os patógenos, só
que emitem uma quantidade mais que necessária. Numa gengivite a sonda entra somente no sulco e sangra, pois
havia uma inflamação decorrente de uma infecção, numa periodontite a sonda não entra só no sulco ela penetra
devido o epitélio juncional do espaço biológico ser rompido destruindo o ligamento.

A partir do momento em que foi instalado o biofilme subgengival por um curto período de tempo precisamente 6-8
meses, o biofilme subgengival precisa ser nutrido por fora, bactéria sobe pega um nutriente e desce para nutrir o
biofilme só que enquanto isso tá acontecendo estão formando uma cadeia de auto nutrição, matando uma bactéria
e se alimentando dela, promovendo ulceração tecidual se alimentando de tecido necrótico, então a partir de um
tempo o biofilme subgengival se auto mantém.

O fungo faz transferência de material genético para material não patógeno e desenvolve a doença, exemplo:
capinha de escova de dente.

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CRONOLOGIA - a partir do momento em que fez a escovação e ela ficou precária, as áreas que estão precárias
seguirão uma sequência de acúmulo de biofilme.

 PRIMEIRO E SEGUNDO DIA:


o Cor - branca, acinzentada ou amarelada - varia com o tipo de alimentação;
o Ameias e terços cervicais, sulcos (mais concentrada nessas regiões), fissuras, implantes (implante -
maior acumulador de placa, devido ter as roscas altamente susceptíveis, quando tem uma
mucosite, a gengiva retrai as roscas ficam expostas e a doença evolui mais rápido devido a
porosidade das roscas).

 OITAVO DIA
o Novas espécies, equilíbrio entre forças de remoção e formação – o equilíbrio entre as espécies
entram e saem do biofilme;
o Microrganismo do biofilme e o meio bucal, também equilíbrio - todo microrganismo que estão
presentes no meio bucal entram na saliva, passam pelo biofilme, aderem-se, excretam o que tem
que excretar e voltam pra a saliva ou não.

 A CADA 24 HORAS – A cada 24h tem o acumulo de streptococus e actninomyces com grande potencial de
óxido-redução ficando pronto para viver no meio subgengival porque a característica dele será de
anaerobiose. Então tem 24h para poder fazer uma boa escovação
o Streptococcus species e Actninomyces species;
o Potencial de óxido-redução;
o Espécies anaeróbicas;
o Aumento da massa de placa.

PERIODONTITE AGRESSIVA - não verá nenhum biofilme para correlacionar a doença que está acontecendo, verá
uma doença até o ápice e papila sem retração, mas durante a sondagem a sonda vai até o ápice, então devido a
isso periodontia não se dá diagnóstico só por radiografia nem visualmente, o máximo que se ver em radiografia é
que há uma perda de periodonto de inserção. Esse tipo de periodontia precisa da remoção do biofilme que é
quantitativo e não qualitativo, respondendo muito bem a terapia, só que precisam de quimioterapia porque a
invasão do biofilme no tecido conjuntivo, no trato gástrico e orofaringe é muito grande, então buscar as bactérias
nesses locais buscamos a bactéria aderidas no cemento e o prognóstico é excelente muitos formando até mais que
2
/3 do osso perdido.

QUANTITATIVO X QUALITATIVO - Quantitativo é quando tem uma massa muito visível de biofilme, geralmente
associada a gengivite não tem a característica de reter patógenos anaeróbicos periodontais e virar periodontite. A
gengivite vive de quantidade e a periodontia vive de especificidade.

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31
EXAME DE PACIENTE COM DOENÇA PERIODONTAL

O biofilme é um fator DESENCADEANTE porque o é o próprio hospedeiro que vai ditar a resistência com a doença.
O biofilme se forma supra gengivalmente e ela vai aumentando de quantidade a partir que o individuo não
reconstitui uma higiene adequada → GENGIVITE (favorece entrada de bactérias anaeróbicas, desorganizando
espaço biológico inserção conjuntivas) → PERIODONTITE (amadurecimento do biofilme – sendo que é totalmente
ligada a especificidade do biofilme e não a quantidade).

Nem toda gengivite origina uma periodontite. Mas toda periodontite origina de uma gengivite.
Pacientes idosos – evolui de forma mais lentamente;
Pacientes jovens – evolui de forma mais rápida.

ASPECTOS DO EXAME CLÍNICO


 Gengiva - temos que observar se apresenta:
o Coloração rósea pálida;
o Textura que mantém o stippling gengival;
o Aumento da tendência ao sangramento.
 Avaliação da profundidade da bolsa;
 Avaliação do nível de inserção – o quanto perdeu de estrutura óssea, que vai deis da junção amelo-
cementária até onde a sonda bater;
 Erros inerentes à sondagem;
 Avaliação do envolvimento de furca;
 Avaliação de mobilidade dentária;
 Análise óssea;
 Diagnóstico das lesões periodontais;
 Condições da higiene oral.

CIGARRO + DOENÇA PERIODONTAL – O cigarro atresia a microcirculação periférica precipita lipídeos, ou seja,
artérias se fecham, fazendo com que o individuo não sangre.

A gengivite é 100% reversível, se isso não ocorrer é porque o dentista não valorizou a higiene oral do paciente. A
periodontite é também reversível, no entanto tiramos a causa mas devido ter destruição óssea teremos um
periodonto reduzido, mas esse dente precisa de atividade funcional, ou seja, exercer sua atividade durante a
mastigação.

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SIGNIFICADO DO SANGRAMENTO À SONDAGEM
 Infiltrado inflamatório;
 Edema;
 Mecanismo de defesa;
 Ausência de perda de inserção.

Quando apresenta um edema é porque contém uma maior quantidade de sangue na região e se isso ocorre é
porque está havendo uma resposta do hospedeiro, e essa resposta começa quando teve uma agressão do biofilme
onde o cemento e uns patógenos penetraram no tecido conjuntivo e criou uma área inflamada. A primeira linha de
defesa do organismo são os polimorfonucleares – neutrófilos, que da mesma maneira que defendem se destroem e
isso sai a secreção.

Pacientes que apresentam gengiva muito edemaciadas, precisamos realizar a FULL MOUTH que é a entrada na
boca toda de uma vez só, com auxilio de curetas e sondas, porque assim mechemos no biofilme e a atividade da
doença fica estática, melhorando a visualização e avaliamento para próxima semana.

SULCO – Normal;
PSEUDO BOLSA - Crescimento de gengiva.

BOLSA PERIODONTAL
 Espaço identificado pela sonda periodontal, correspondente a extensão apical da lesão inflamatória
bem como a quantidade de tecido periodontal de inserção perdido.

Sonda até 3,5 mm – normal/gengivite


Sonda até 5 mm – periodontite

AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE BOLSA


 Em cada superfície do dente
o Um dente pode apresentar uma face infectada e a outra não.
o Um dente pode ter gengivite, periodontite e gengiva saudável.
 Medidas para saúde e doença;
 Edema gengival: Ter cuidado – pseudo-bolsa, para não confundir o edema gengival com bolsa periodontal.

PRINCIPAIS ERROS INERENTES À SONDAGEM


 Espessura da sonda – mais fina possível;
 Mau posicionamento – se não posicionar corretamente você ganha milímetros – inventando a doença;

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 Pressão aplicada – ir até o final;
 Sangramento e secreção.

BOLSA PERIODONTAL EM PAREDE DE TECIDO MOLE


 Acúmulo bacteriano;
 Concentração de leucócitos - defesa;
 Interação de leucócitos – bacteriana – que ocorrerá uma grande inflamação oriunda de uma infecção que é
a famosa bolsa periodontal;
 Ulceração, tecido conjuntivo exposto;
 Hemorragia – a partir do momento que começa a raspagem, o sangramento vai cessando.

BOLSA PERIODONTAL EM PAREDE DE TECIDO DURO


 Cemento recoberto por cálculo;
 Biofilme aderido;
 Zona de biofilme não aderido – o final da bolsa periodontal é uma zona livre de biofilme, mas se não
tratado o biofilme chega até lá. Onde a sonda bate significa que o biofilme ainda não chegou;
 Aderência de epitélio juncional – após a descontaminação. Antes que era epitélio juncional virou epitélio
da bolsa de tanta contaminação;
 Destruição do tecido conjuntivo.

Periodontite é a instalação de biofilme a nível subgengival com total desorganização do espaço biológico, perda de
aderência total do epitélio juncional, inserção conjuntiva, e com isso o biofilme começa a deteriorar, infectar o
periodonto de inserção, resultando na perda óssea.

BOLSA PERIODONTAL E ATIVIDADE DE DOENÇA – Capacidade de o organismo conseguir defender da periodontite,


sendo o suficiente pra freiar a progressão da doença.

1. PERÍODO DE QUIECÊNCIA (INATIVA)


 Resposta inflamatória reduzida – não tem muito edema;
 Região de nenhuma perda óssea – pequena ou nenhuma perda óssea;
 Duração personalizada – ninguém sabe por quanto tempo a doença estará inativa.

2. PERÍODO DE EXARCEBAÇÃO (ATIVIDADE)


 Crescimento do biofilme não aderido;
 Destruição do tecido conjuntivo – área altamente inflamada, com bastante sangramento;
 Destruição óssea (a bolsa se aprofunda);
 Duração: dias, semanas ou meses – difere de organismo para organismo.

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Gengivite sempre estará ativa, só de tocar ela sangra.

Não se pode tratar a periodontite apenas com antibiótico, pois o biofilme permanecerá na região, deve sempre
realizar a raspagem mecânica antes, para efetividade.

ASPETOS CLÍNICOS DO PERÍODO DE EXARCEBAÇÃO


 Sangramento;
 Maior quantidade de exsudato;
 Aumento da mobilidade dentária
 Dor.

ASPETOS CLÍNICOS DO PERÍODO DE QUIECÊNCIA


 Não tem sangramento durante a sondagem;
 Menor quantidade de exsudato;
 Mobilidade dentária diminuída;
 Sem dor.

ESPECIFICIDADE DE SÍTIO
 A doença é face dependente - Um dente pode apresentar uma face infectada e a outra não, isso vale para
analisar a boca do paciente também. No mesmo paciente pode apresentar:
o Região com destruição
o Região não muito destruída
o Região muito destruída
o Região pouco destruída

NÍVEL DE INSERÇÃO – Distância em mm da junção cemento-esmalte até o fundo da bolsa ou sulco gengival. A
medida que normalmente vamos usar para doença periodontal é da bolsa periodontal, mas podemos ter um
individuo que faça uma escovação traumática, tenha hábitos parafuncionais (bruxismo) e que seja portador de
periodontite, nesses casos o individuo perderá osso, e a gengiva vai retrair junto, então durante a sondagem será
sulco “zero”, mas se ele perde tabua óssea, e tem inflamação durante a sondagem, é sinal de periodontite. Nessa
hora precisa de ter um parâmetro pra medir o que o paciente está perdendo, da inserção toda, sendo a medida por
um ponto fixo que o paciente apresenta que é a junção amelo-cementária, então a medida da junção cemento
esmalte, ao fundo que a sonda bater será medido o nível de inserção, que difere da profundidade de bolsa que
começa ao bordo gengival ao fundo, tomando cuidado para não medir pseudo-bolsa.

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ALTERAÇÕES PULPARES ASSOCIADAS À DOENÇA PERIODONTAL
 Disseminação da doença periodontal – do endodonto para periodonto, do periodonto para o endodonto
→ endopério;
 Dor;
 Necrose total ou parcial – a polpa não precisa está totalmente necrosada para uma lesão endoperial, ou
seja, o paciente responde ao teste térmico, mas é uma resposta mais lenta aos estímulos;
 Forame apical – lesão periapical, ocorrendo necrose da polpa;
 Canais laterais – lesão dos canais laterais, ocorrendo necrose e até mesmo bolsa periodontal.

Em bolsas periodontais, que vão do terço médio ao ápice, sendo áreas de maior concentração de canais colaterais,
independendo de alguns dentes, como incisivos laterais que tem possibilidade de canal colateral muito grande ou
os canais cavointerradicular que é o canal que se encontra na furca, tem grande possibilidade de uma bactéria da
doença periodontal penetrar através do canal e contaminar a câmara pulpar. No entanto, isso nem sempre
acontece deve realizar exame clínico e analisar se a resposta ao teste frio está demorando, pois se isso ocorre
teremos uma necrose parcial, alertando uma lesão endopério.

Dois tecidos humanos que respondem muito bem a agressão é a polpa e fígado.

Toda vez que se tem uma doença periodontal e o organismo não responder temos que associar a endodontia, pois
são lesões endoperiodontais, inclusive na furca.

FURCA DENTÁRIA
Encontro de duas raízes.
 1º PRE MOLAR SUPERIOR
2
 1º MOLAR SUPERIOR
RAÍZES
 2º MOLAR SUPERIOR

 1º MOLAR SUPERIOR 3
 2º MOLAR SUPERIOR RAÍZES

TERMOLOGIAS
 Complexo radicular – vai deis da junção cemento-esmalte até o ápice;
 Tronco radicular (entre eles está a furca);
 Cone radicular – raiz;
o Furca;
o Fórnix da furca;
o Grau de separação.

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O teto da furca liga o periodonto e a parte interna do dente, onde desemboca os canais cavo superficiais que são os
canais da câmara pulpar.

Lesão de furca – entre as raízes apresenta perda óssea na região.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 GRAU 0 – Não tem perda óssea entre as raízes dos dentes.

 GRAU I - Perda horizontal dos tecidos de suporte não excedendo 1/3 da largura do dente. Entra apenas a
ponta da sonda.

 GRAU II - Perda horizontal excedendo 1/3 da largura do dente, mas não envolvendo toda área da furca.
Atravessa mais que a ponta da sonda e chega até a metade da largura do dente.

 GRAU III - Destruição lado a lado dos tecidos de suporte da furca. A sonda chega o outro lado,
atravessando a furca.

Realiza-se a sondagem em todos os dentes de região de furca, independente da retração.

Quanto mais profundo pior de diagnóstico.

Depois do Grau I já se apresenta uma grande quantidade de colônia de bactéria.

FURCA DO 1° PRÉ-MOLAR SUPERIOR (14 E 24)


 Dificuldade de acesso do CD;
 Dificuldade de limpeza do paciente;
o Tronco Longo;
o Cemento Poroso – ajudando a aderência de biofilme;
o Furca se encontra próxima ao terço apical da raiz – muito baixa então se tem perda óssea muito
grande o dente já se encontra perdido.

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Se perder muito osso e com o cemento poroso é fácil da bactéria aderir na região piorando o prognostico da região.

As furcas das faces proximais são muito mais difíceis realizar a sondagem do que as furcas que se encontram nas
faces livres.

TRATAMENTO
1. HEMISSECÇÃO – Seccionar, uma porção do elemento dentário, aproveitando assim a porção remanescente e
transformando-a em um ou dois pré-molares. Canal – corta a raiz + coroa - restaura (bloco ou coroa) e
transforma em um pré-molar. Prognóstico ruim, porque transforma duas raízes em uma, fragilizando o dente,
além de perder ponto de conto.

Nunca se deve ligar um implante a um dente, porque o dente tem uma funcionalidade biológica e o implante é
rígido e assim vai desequilibrar as forças.

2. RAIZECTOMIA – Secção de uma das raízes do elemento molar em conjunto com manutenção da coroa. O
prognóstico é um pouco melhor que a hemissecção, porque retira só a raiz e não a coroa. Canal – corta a raiz –
restauração (mantendo a oclusão ideal do paciente, porque vai sobrecarregar a raiz remanescente).

3. TUNEILIZAÇÃO – Comum nos molares inferiores. Procedimento cirúrgico que visa aumentar o tamanho da furca
através do contorno do osso ou por remodelação interna das raízes, com objetivo de promover espaço para

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higienização da área da furca. Sutura realizada embaixo da furca. Tendo um bom prognóstico, porque não retira
raiz, apenas adaptamos o paciente a higienizar aquela região. Realizado em casos de grau 3, depois da limpeza e
raspagem.

4. REGENERAÇÃO TECIDUAL – Utiliza osso liofilizado (induz as células osteogênicas a formar e fechar a lacuna),
temos de Hidroxiapatita, bovino, podemos curetar osso do próprio paciente e enxertar na região onde falta
massa óssea. Ex: Grau 2, pode preencher aquela região com osso e enxertar, coleta o osso em forma de pó
coloca na região e condesa como se fosse um amalgama e fecha.

Quando se retira um dente e não coloca nada no alvéolo durante a cicatrização corre um inicio de formação óssea,
e depois uma grande reabsorção e vai reabsorver aquele tecido novo que formou ali.

Pra que serve o enxerto? Na hora que tratou e colocou o enxerto na região, aquele mecanismo de reabsorção vai
reabsorver o enxerto, e o que vai está lá depois da cicatrização não é o osso do paciente, nem o osso do enxerto, é
um novo osso neoformado por células mesenquimais que estão no coagulo sanguíneo que preencheu aquele
alvéolo, então a função do enxerto é que essa reabsorção vem sobre ele e não sobre a parede do rebordo, que
normalmente acontece. Então na doença periodontal se coloca o enxerto para não reabsorver o alvéolo.

Tratamento de lesão de furca é cureta, raspar e tirar tudo que está contaminado e deixar a furca. Regeneração é
você colocar um enxerto de preferencia autógeno pra fechar a região que aparece avaliando cada caso se for
conveniente.

5. ENXERTO AUTÓGENO – osso do próprio paciente. Cirurgia dolorosa. Nunca se realiza enxerto em área não
tratada. Precisamos de duas paredes para que o enxerto se posicione e colocamos uma membrana pra servir de
auxilio de terceira parede, segurando o osso inserido. Ex: Grau II na vestibular, então temos parede na lingual e
no fundo, e cria uma terceira parede depois que realiza o enxerto como se fosse uma tampa para que o tecido
não saia, e quando o tecido começar a fazer uma nova neoformação tecidual a membrana será reabsorvida
junto ao osso.

6. EMDOGAIN – regeneração tecidual para reconstituir a matéria perdida, esse material apresenta o intuito de
formar osso e recuperar o que foi perdido. Quando um dente erupciona quem da origem a todo aparato do
periodonto é uma proteína, então quando o dente esta erupcionando essa proteína se diferencia em
fibroblasto, o fibroblasto vão ao ligamento periodontal e o células do ligamento periodontal se diferencia em
cemento e osso e forma o periodonto. Sintetizou em laboratório essa proteína, e quando se tem uma bolsa
profunda e se quer um periodonto como se era antes da doença lançamos mão do Emdogain, porque essa
proteína se diferencia em fibroblasto dando origem ao ligamento periodontal, se diferenciando em
cementoblasto e osteoblasto e formando novamente o periodonto. Uma ampola do Emdogain que vem junto

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com um ácido, usa o acido primeiro na raiz com a de abrir os poros (PrefGel) e depois aplica Emdogain que
penetra no cemento recuperando o periodonto.
A função do tratamento periodontal é limitar o dano, fazer reparação é só se tiver condições fisiológicas ou
financeiras.

AJUSTE OCLUSAL EM MOLARES – principalmente dos casos de hemissecção e raizectomia, porque se estiver
sobrecarga oclusal o dente vai fraturar.
 Contato prematuro em oclusão cêntrica – desgaste realizado na vertente interna dos molares nunca pela
vestibular nem lingual e nem pela cúspide. Deve verificar a causa que pode ser ou por má oclusão ou bruximo
(uso de placa, biorelaxante, ou desgaste oclusal). Em casos de trauma o dente pode apresentar na radiografia
um espaço ligamentar aumentando, clinicamente pode apresentar pericementite ou sinais de abfrações e
mobilidade.
 Interferência em lateralidade – jogar a mandíbula de um lado para outro pra vê se terá interferência, se tiver
será realizado um desgaste leve nas cúspides, sem perder dimensão vertical.

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Periodontia I
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MEDICINA PERIODONTAL

 A doença periodontal é uma doença multifatorial, sendo o hospedeiro como componente funcional.

 Ativada pelo estágio máximo de formação do biofilme e as condições gerais e de defesa do hospedeiro
contra o patógeno.

RELAÇÃO VIRULÊNCIA DO MICROORGANISMO X RESPOSTA DO HOSPEDEIRO = PROGRESSÃO DA DOENÇA

 Em relação à virulência: as diferentes bactérias se encontram e formam espécies mais evoluídas, sendo
mais difícil combatê-las.

 Lesões em locais com acesso mais difícil para desorganizar as colônias de bactérias são mais complicadas
para se tratar.

FATORES DE RISCO - O que desencadeia a doença periodontal não é o fator de risco, é a bactéria. Má escovação,
acúmulo de bactéria, isso tudo é fator desencadeante, fator de risco é outra coisa. A resposta do hospedeiro são
fatores coadjuvantes.
 Diabetes;
 Fumo;
 Gravidez;
 Medicamentos: exemplo - os que provocam xerostomia, quanto mais seco, saliva mais viscosa e menor
quantidade de oxigênio favorecendo a proliferação de bactérias anaeróbias;
 HIV.

DIABETES
 Desordem ou descontrole metabólico caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue e por
complicação a longo prazo envolvendo olhos, rins e vasos sanguíneos.
 Hipofunção ou falta de função das células do pâncreas;
 Insulina: faz o transporte de açúcar do sangue para os tecidos;
o Tipo I ou insulino dependente: causada pela destruição das células beta produtoras de insulina do
pâncreas. Ocorre com indivíduos geneticamente predispostos.
o ou Tipo II ou não insulino dependente: resulta de defeitos na molécula de insulina ou nos
receptores celulares de insulina. Resistência a insulina. A produção de insulina pode ser diminuída
mais tarde. Os pacientes são geralmente obesos e o controle da dieta e do peso corporal devem
ser melhorados.

Fernanda Valle – 6º Período


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 Tríade: Poliúria, Polifagia e Polidpsia.
 Principais complicações: Retinopatia; nefropatias; aterosclerose e cerebrovascular acelerada; cicatrização
deficiente de feridas.
 Complicações orais:
o Diminuição do fluxo salivar;
o Pode ter sensação de queimação de boca e língua;
o Aumento da viscosidade da saliva;
o Hálito de maçã podre;
o Xerostomia;
o Infecção oportunista;
o Aumento de biofilme bacteriano;
o Perda de inserção, maior severidade da doença;
o Modificações na microbiota gengival;
o Alterações no metabolismo de colágeno, retardando sua biossíntese, retardando a velocidade de
maturação dos fibroblastos (célula progenitora formadora de ligamentos) do ligamento.
o Menor capacidade reparadora
o Baixa funcionabilidade de neutrófilos (não chega energia suficiente para ele trabalhar)
o Mudanças na vascularização do periodonto
o Função dos PMN alteradas incluindo quimiotaxia, fagocitose, morte intracelular e aderência.
o Geralmente apresentam múltiplos microabcessos (por conta de bactérias oportunistas e o meio
seco devido a xerostomia), aumento do volume gengival e sangramento a sondagem.

 O paciente diabético controlado apresenta em termos de tratamento periodontal o mesmo resultado que um
paciente não diabético.

FUMO
 Os efeitos são bem parecidos com a Diabetes, como a diminuição da capacidade de reparação.
 É proporcional a quantidade de cigarros fumados por dia.
 Dentre os efeitos deletérios do fumo está a doença periodontal e reparo tecidual tardio. Há também a
diminuição na vascularização e ao sondar uma bolsa de 9mm pode não sangrar.
 A quimiotaxia ou função dos neutrófilos prejudicada dificulta a cicatrização comprometendo a circulação
sanguínea e aumento da área de necrose.

Fernanda Valle – 6º Período


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EFEITO DO FUMO DE TABACO NA PREVALÊNCIA E SEVERIDADE DA DOENÇA PERIODONTAL:
 Fumo e gengivite: fumantes tem maior proporção de pequenos vasos e menor de grandes vasos, além de
menor proporção de células de defesa.
 A resposta gengival inflamatória pode estar suprimida em fumantes
 Fumo e periodontite: fumantes ativos tem 3 vezes mais probabilidade de apresentar periodontite.
Tambem tem maior profundidade de sondagem, maior perda de inserção, maior perda óssea e maior
mortalidade dentária e menos sítios de sangramento à sondagem. Em pacientes mais jovens
 Alterações vasculares: maior proporção de pequenos vasos, menor sangramento, fluxo sanguíneo
prejudicado pela vasoconstrição provocada pela nicotina.

TERAPIA ANTIMICROBIANA EM FUMANTES


 Pode ser utilizada como coadjuvante devido à resposta periodontal comprometida em fumantes.
 Administração de amoxicilina e metronidazol sistêmicos melhoram o resultado pós terapia mecânica, alido
a diminuição do fumo.

 Terapia com enxerto em tecidos moles: efeito diminuído, esta ligado a dose que o paciente é dependente.

 Enxerto de tecido subepitelial: existem alguns relatos com sucesso.

 Tecido duro: bem difícil ter efeito positivo.

Fernanda Valle – 6º Período


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PATOGÊNESE DA DOENÇA PERIODONTAL I

MICROBIOTA ORAL E BIOFILME


 Mais de 500 espécies – complexa;
 Mais de 30 gêneros diferentes;
 Pessoas saudáveis – 1.000 bactérias nos sítios  por isso dizemos que é um periodonto clinicamente
normal, devido ter sempre a presença de algumas bactérias sendo estas benéficas, mantendo a flora
normal da boca;
 Pessoas com bolsa periodontal – 100.000.000 bactérias  quando tem acúmulo de biofilme por poucos
dias tem a gengivite e a periodontite quando tem patógenos periodontopatogênicos, os quais são
patógenos que tem a capacidade de provocar uma doença.

 Bactérias periodontopatogênicas é uma bactéria que tem a capacidade de produzir a doença;

 Não existe teste microbiológico para identificar quais bactérias o paciente apresenta para saber qual conduta
tomar para poder combatê-la.

 Gengivite - acúmulo de biofilme; Periodontite - biofilme específico, ou seja, patógeno específico para
periodontite.

Quando tem uma bolsa periodontal a


quantidade de bactérias excede muito a defesa
do organismo e com isso o organismo não
consegue se defender e quando têm as
bactérias específicas periodontopatogênicas
terá a bolsa periodontal.

REGRAS PARA NOMECLATURA DOS MICRORGANISMOS


 Primeiro nome da bactéria é gênero escrito em letra inicial maiúscula e o segundo nome é a espécie da
bactéria escrita em minúscula;
 Nome e gênero conjuntamente referidos como espécie, sublinhados ou italianizadas;
 Por exemplo: Porphyromonas gingivalis.

 Principais bactérias periodontopatogênicas:


Aggregatibacter actinomycetemcomitans (AA) (principal patógeno da periodontite agressiva, principalmente a
forma localizada - acomete principalmente jovens, sendo mais comuns os incisivos e 1º molares porque são os

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primeiros dentes permanentes a se romper, e esse patógeno tem um fator de virulência muito grande com um
grande poder de destruição, pois libera uma exotoxina que destrói o osso, que desagrega o fibroblasto do
conjuntivo, indutor de reabsorção óssea);
Porphyromonas gingivalis (periodontite crônica);
Prevotella intermedia (periodontite agressiva).

PATOGENICIDADE E VIRULÊNCIA BACTERIANAS


 Patogenicidade - capacidade do microrganismo de causar doença.
 Virulência - grau de patogenicidade dentro de um grupo ou espécie de microrganismos.

 O Streptococcus mitis é uma bactéria da flora normal, caso ela acumule em grande quantidade junto com as
Actinomyces o máximo que dará é uma gengivite, mas agora para ter a periodontite precisa das bactérias
periodontopatogênicas, porque apresentam a capacidade de penetrar dentro do sulco gengival e destruir o
osso e ligamento periodontal formando a bolsa periodontal.

 Dentro das bactérias cada uma tem um grau de virulência, ou seja, grau de destruição do periodonto, sendo
que a que tem mais poder de destruição do periodonto é o Aggregatibacter actinomycetemcomitans, depois a
Porphyromonas gingivalis e depois a Prevotella intermedia. Sendo que tem também a Tannerella forsythia, a
qual é uma bactéria encontrada em bolsa profunda.

CARACTERÍSTICA DA VIRULÊNCIA
 Infecciosidade - capacidade de iniciar a primeira infecção produzida;
 Gravidade - da condição produzida  além de infeccionar e provocar a bolsa periodontal ele tem vários
fatores que ajudam a destruir o osso e o ligamento de uma forma mais rápida.

ETIOPATOGENIA  Tudo começa com o acúmulo de biofilme no sulco gengival, caso ele não seja removido e for
povoado por bactérias periodontopatogênicas ocorrerá a periodontite, a bolsa periodontal que é a migração do
epitélio juncional apicalmente e lateralmente com a penetração das bactérias via sulco destruindo osso e ligamento
periodontal causando a perda óssea. Quando o biofilme está presente no organismo ele começa a se defender
tendo à dilatação dos vasos devido a isso a gengiva fica avermelhada e ocorre a quimiotaxia dos neutrófilos
(primeira linha de defesa), saindo dos vasos sanguíneos em direção as bactérias para fazer fagocitose. Só que o
acumulo de biofilme é muito maior que a célula de defesa, logo o organismo não consegue se defender e as
bactérias vão penetrando formando a bolsa periodontal e a destruição do osso e ligamento.

 Como ocorre a progressão dessa doença?

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PERIODONTITE AGRESSIVA - tem o período de quiecência e o período de atividade da doença. Nessa patologia
há poucos períodos de quiecência e vários da atividade da doença, por isso da destruição rápida do
periodonto;
PERIODONTITE CRÔNICA - destruição mais lenta, apresentando períodos de quiecência longos e de atividade
curtos, por isso alguns pacientes fica com uma gengivite uns 6 anos e tem uma periodontite com 30 anos e
chega numa idade de 50 anos com uma bolsa de 5mm;

 Idade;
 Hereditariedade;
 Tipo de bactéria  variando com o grau de virulência de cada bactéria.

 Comum no consultório indivíduos que higienizam muito mal e tem uma gengivite e outros que tem uma certa
higiene de média a boa e apresentam periodontite, isso então varia do sistema imune e uma parte de
hereditariedade.

 Em casos que os pais possuem periodontite agressiva, provavelmente os filhos podem ter também, na
literatura diz que é por conta de uma deficiência da quimiotaxia dos neutrófilos, logo esses pacientes se
defendem menos ficando com mais chance de ter uma doença agressiva.

 Em casos de periodontite severa em casal, deve tratar os dois, caso ao contrario terá transmissibilidade de
bactérias de um pra outro, se apenas um for tratado.

MICROBIOTA ORAL E BIOFILME


 Hospedeiro saudável  apresenta equilíbrio entre biofilme e defesa do hospedeiro, não tendo destruição
periodontal.

SEM DESTRUIÇÃO PERIODONTAL


 Resposta do hospedeiro
o Configuração genética do indivíduo  avaliar o lado familiar se há presença de periodontite
agressiva esses pacientes podem se defender menos tendo uma destruição mais rápida;
o Influências ambientais  fungos, diabetes.

 Diabete descompensado – paciente apresentará além da glicose alta uma certa acidose que irá levar primeiro
a dificuldade de cicatrização no caso das bolsas periodontais e esses indivíduos terão uma deficiência no

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sistema imune então as bactérias presentes no local vão destruir muito mais rápido o periodonto comparado a
um indivíduo normal.

 Cigarro - retira a microcirculação periférica, o sangue chega menos na parte gengival, logo chega menos
células de defesa, consequentemente diminuindo a cicatrização. Em casos de enxertia em fumantes não tem
como garantir com certeza, devido o mesmo precisar de bastante vascularização.

 Quebra do equilíbrio
o Alteração do hospedeiro  ou seja, a deficiência do hospedeiro que ajudara as bactérias presentes a
destruir a estrutura óssea, bem como a configuração do individuo;
o Alteração do biofilme  avaliar a virulência da bactéria.

ADERÊNCIA E ADESÃO DAS BACTÉRIAS


 A aderência pode ser direta a superfície do dente.
 Aderência da bactéria a outra bactéria que já esteja previamente aderida (coagregação)  as
bactérias vão aderindo umas as outras deixando o biofilme altamente organizado destruindo
mais o periodonto. A coagregação depende da simbiose, algumas bactérias têm receptores para outras
bactérias, então através desses receptores chamados de adesinas uma bactéria irá se unir a outra e dará
volume e quantidade de microrganismo para o biofilme.

ADERÊNCIA INTERBACTERIANA - COAGREGAÇÃO


 É responsável por conferir volume a microbiota;
 Coagregação homotípica: bactérias da mesma espécie. Ex.: S. sanguinis e S. Sanguinis.
 Coagregação heterotípica: bactérias de espécies diferentes. Envolvem adesinas de uma espécie e
receptores da superfície de outra espécie. Ex.: Espiga de milho. Bacilos filamentosos (Actinomyces species)
e Estreptococos (S. sanguinis e S. mitis)

 Bacilo tem forma tubular que tem receptores para vários tipos de bactérias e existe uma bactéria que tem
vários receptores principalmente para as bactérias periodontopatogênicas.

ESPIGA DE MILHO
 Células bacterianas com formato de bacilo (F. nucleatum), que formam a parte interna da estrutura, e
células cocóides (Estreptococos ou P.gingivalis) que aderem ao longo da superfície das células com formato
baciliar  o bacilo que tem o formato de tubo e vários cocos que se aderem ao bacilo, essa bactéria tem
uma importância grande na formação do biofilme subgengival.

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 Colonização inicial composta por: Estreptococos + Actinomyces, geralmente associada à forma de gengivite,
essas bactérias comumente são GRAN (+) e aeróbias. Conforme essas bactérias vão se aderindo a outras
bactérias tem a colonização secundária, junção cemento esmalte a porção radicular, nível subgengival. É GRAN
(+) e GRAN (-), já tem Actinomyces que são bactérias que vão participar da bolsa periodontal. Têm anaeróbias
facultativas e cocos GRAN (+) e GRAN (-), algumas bactérias periodontopatogênicas. Colonização tardia é a
colonização subgengival, anaeróbias e GRAN (-).
Colonização inicial + colonização secundária = supra gengival.
Colonização tardia = é a parte subgengival do biofilme, que são GRAN (-) anaeróbios.

 F. nucleatum apresenta várias ligações para bactérias patogênicas, importante bactéria para a formação do
biofilme subgengival, não é uma bactéria com vários fatores de virulência ou periodontopatogênicos como o
AA; Porphyromonas gingivalis e Prevotella intermedia, mas tem vários adesinas e receptores para todas as
bactérias periodontopatogênicas.

PLACA SUBGENGIVAL (ou BIOFILME)


 Após a placa subgengival ser estabelecida na bolsa periodontal ela não depende tanto mais da placa supra
gengival  a placa subgengival é independente, suponha que faça a raspagem coronária num paciente, ele
continuará tendo perda de inserção, então o biofilme subgengival não depende do supra gengival.
Exemplo: Paciente chega com placa sub e supra gengival, realiza-se apenas a supra deixando a sub logo a
bolsa continua progredindo, além disso, o epitélio juncional na parte coronal encontra um tecido saudável
e se adere e a bolsa continua na apical dando um abscesso periodontal, por não ter onde drenar o produto
da bolsa.
O biofilme subgengival vai nutrir principalmente o fluído subgengival (ou líquido de brill, liquido crevicular),
então tem um fluido na gengiva normal que é quase imperceptível e conforme ele tem mais inflamação
mais ele é produzido rico em proteínas e tem substrato que alimenta as bactérias.
As bactérias quando entram dentro do sulco gengival podem estar presente em maior quantidade aderido
ao esmalte e ao cemento se tiver a bolsa periodontal, podem estar soltas dentro do sulco ou da bolsa
periodontal, podem estar aderidas no epitélio. Algumas bactérias têm o poder de penetrar dentro do
tecido conjuntivo e uma bactéria que penetra dentro do conjuntivo é o AA.

 Em tratamento de periodontite agressiva entra com antibioticoterapia porque não consegue eliminar essas
bactérias de dentro do tecido conjuntivo, na maioria dos casos de periodontite agressiva entra com terapia
mecânica (faz o esvaziamento, raspa o periodonto em uma única sessão, desorganizando o biofilme) mais
antibioticoterapia, algumas bactérias podem estar presentes em estrutura óssea.

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 A melhor hora de medicar é quando o periodonto está infeccionado, em período de atividade da doença,
porque tem mais vascularização e com isso quando a droga é administrada por meio dos vasos sanguíneos ela
chega melhor na bolsa periodontal. IDEAL - raspar e medicar.

 Em caso muito infeccionado entrar com antibiótico primeiro.

BIOFILME ADERIDO AO CEMENTO E AO EPITÉLIO


 Cocos e filamentos associados com a superfície do epitélio da bolsa;
 Área de cemento com placa subgengival aderida, dentro de uma bolsa periodontal.

 Quando vai eliminar a bolsa periodontal vai raspar o cemento contaminado, ao retirá-lo gera sensibilidade
porque vai formar uma dentina 2º ou dentina 3º para melhorar a sensibilidade, mas o principal foco de
raspagem é alisamento na porção radicular.

FLUÍDO GENGIVAL
 Quando se instala a inflamação o exsudato gengival se torna mais favorável para as bactérias, inclusive
patogênica, e mais desfavorável para o hospedeiro;
 Nutriente para a placa subgengival, que não depende muito da dieta do hospedeiro  existem bactérias
que são proteolíticas depende de proteína, outras sacarolíticas dependem do açúcar, boa parte das
bactérias periodontopatogênicas são proteolíticas, então uma dieta com açúcar ou não, não interfere na
agregação desse biofilme no sulco gengival.

GENGIVITE
 Gram positiva (56%) – Streptococcus (sanguis, miitis, oralis, intermedius), Actinomyces (naeslundii, viscosus)
e o Peptostreptococcus micros  Colonização inicial;
 Gram negativa (44%) – F. nucleatum. P. intermedia, V. parvula, Hemophilus, Capnocytophaga e
Campylobacter ssp.  Colonização intermediária, o F. nucleatum tem várias adesinas para as bactérias
periodontopatogênicas, adesinas e receptores.

 A quantidade de microrganismo dentro de uma bolsa periodontal é muito rica, muito ampla.

PERIODONTITE  colonização tardia


 Anaeróbias 90%
 Gram negativas 75%

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PATOGÊNESE DA DOENÇA PERIODONTAL II
Existem quatro fases da patogênese da doença periodontal:

1. GENGIVITE SEM BIOFILME


 Espessa e contínua migração de neutrófilos para a porção coronária do epitélio juncional e subgengival 
fase em que a gengiva está sem biofilme (maior fase da patogênese), existe um periodonto clinicamente
normal, tem-se a presença de microrganismos, de algumas bactérias, que são de uma flora normal da
cavidade oral, não existe doença.

2. LESÃO INICIAL (GENGIVITE SUBCLÍNICA)


 Presença de monócitos/macrófagos linfócitos e neutrófilos  existe a presença de biofilme, clinicamente,
observando a gengiva, não percebe a doença, pode observar um tecido mais vascularizado, um pouco
permeável, mas não há sangramentos. Há presença de biofilme e começa haver algumas bactérias que vão
de encontro com essas células de defesa. Na fase inicial da patogênese, quando as células de defesa vão
para dentro do tecido conjuntivo, começa a formar um pequeno edema, mas nessa lesão inicial,
clinicamente, quase não se observa nenhuma lesão gengival, é chamada de gengivite subclínica.

3. LESÃO PRECOCE (INÍCIO DA GENGIVITE)  fase em que se consegue visualizar clinicamente o inicio de uma
gengivite, apresentando uma maior quantidade de biofilme que está indo ao sulco gengival e durante a
sondagem geralmente apresentará um ponto de sangramento e uma pequena hiperemia na gengiva.
 Aumento do infiltrado;
 Presença de PMN, linfócitos, monócitos/macrófagos  apresenta uma maior quantidade de células de
defesa no tecido conjuntivo e com isso começa a destruir os fibroblastos e provocar edema na gengiva, mas
de forma bem inicial;
 Vasos dilatados;
 Proliferação vascular;
 Aumento da perda de colágeno  seguido de parte de fibroblastos;
 Pequena quantidade de plasmócito.

4. LESÃO ESTABELECIDA (GENGIVITE CRÔNICA)


 Infiltrado leucocitário bastante aumentado com plasmócitos 10 a 30%  gengivite no estágio clássico,
apresenta grande quantidade de biofilme dentro do sulco gengival com uma gengiva avermelhada e
edemaciada devido o infiltrado inflamatório (são as células de defesa que penetram no tecido conjuntivo
que deixam a gengiva edemaciada). Nessa fase há diminuição da quantidade de neutrófilos e aumento da
quantidade de plasmócitos.

5. LESÃO AVANÇADA (INÍCIO DA PERIODONTITE)


 Plasmócitos constituem mais de 50%  conforme vai dando a patogênese da doença periodontal, vai
diminuindo a quantidade de neutrófilos e aumentando a quantidade de plasmócitos, esse infiltrado

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inflamatório vai se tornando bem maior no tecido conjuntivo, deixando a gengiva edemaciada,
avermelhada e na lesão avançada há destruição do periodonto de sustentação, tendo o início da
periodontite.

PATOGÊNESE DA DOENÇA PERIODONTAL


 Se não houver o controle da infecção microbiana, ocorre aprofundamento do biofilme para dentro da bolsa
periodontal (onde terá uma colonização das bactérias periodontopatogênicas), expansão do tecido de
granulação, perda óssea e do ligamento, e esfoliação do dente (se não tratar a doença);
 Um método aceito para interromper a destruição periodontal é uma ação antimicrobiana (RAR – Raspagem
A vedamento Radicular, controle mecânico e químico do biofilme quando necessário)  na periodontite
crônica, em 90% dos casos, vai conseguir tratar a periodontite apenas com raspagem e alisamento radicular
e na periodontite agressiva, principalmente os casos de periodontite agressiva generalizada, vai precisar
tanto do tratamento mecânico quanto do tratamento químico (antibioticoterapia).

PRÉ-REQUISITOS PARA O INÍCIO E PROGRESSÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS


 Hospedeiro suscetível;
 Patógeno virulento;
 Número de microrganismos.

RELAÇÃO DOS NÍVEIS DE BIOFILME EM GENGIVITE E PERIODONTITE #PROVA

 Existe uma correlação positiva entre a quantidade de biofilme e gengivite  tem que ter uma associação
correta do biofilme e da doença periodontal, por exemplo, uma quantidade de microrganismo de forma
inespecífica no acúmulo de biofilme - gengivite, para ter periodontite precisa de especificidade, uma placa
específica composta por patógenos periodontais, que são as bactérias periodontopatogênicas com graus de
virulência diferentes. Então nós temos a parte bacteriana que tem o poder de destruição do periodonto e a
parte reação inflamatória do organismo, que pode produzir citocinas, interleucinas e prostaglandinas que
vão interferir na destruição do periodonto (essa é a placa inespecífica).

TEORIA DA PLACA ESPECÍFICA #PROVA

 Existe uma correlação positiva entre a qualidade de biofilme e a quantidade de perda óssea  a qualidade
do biofilme são as bactérias periodontopatogênicas e a quantidade de perda óssea que está relacionada
com a periodontite.

GENGIVITE EXPERIMENTAL DE LOE EM 1995


 Procedimentos intensivos de controle de placa essencialmente erradicavam a gengivite e a falta de
controle resultava em um aumento na quantidade do biofilme, que por sua vez estava com o

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desenvolvimento da gengivite  através desse estudo que se conseguiu ter a relação de higiene VS
acumulo de biofilme (gengivite). Primeiro associaram a gengivite com a higiene oral, quando todo mundo
escovou obteve saúde gengival. Quando pediu para parar de higienizar, todos tiveram gengivite, mas em
etapas diferentes, isso quer dizer que o sistema imune de cada um reagiu de uma forma diferente. Depois
pediu que todos retornassem a higiene oral correta e todos tiverem saúde periodontal.
CONCLUSÃO:
o Quantidade de placa – gengivite;
o Retorna a higiene oral – saúde gengival;
o Pacientes desenvolveram gengivite em dias diferentes - sistema imunológico.

PATÓGENOS PERIODONTAIS
 Actinobacillus actinomycetemcomitans;
 Tannerella forsythia  relacionada a bolsas profundas;
 Campylobacter rectus;
 Eubacterium nodatum;
 Fusobacterium nucleatum  apresenta receptores para bactérias periodontopatogênicas;
 Peptostreptococcus micros;
 Porphyromonas gingivalis  comum na periodontite crônica;
 Prevotella intermedia  comum na periodontite crônica;
 Prevotella nigrescens;
 Streptococcus intermedius;
 Treponema denticola  apenas alguns autores considera uma bactéria periodontopatogênicas;
 Espiroquetas  muito relacionada aos casos de GUN;
 Eikenella corrodens;

MUDANÇA DO GÊNERO DO ACTINOMYCES PARA ACTINOMYCETEMCOMITANS


 O patógeno importante na progressão da doença periodontal foi recentemente renomeado para
Aggregatibacter actinomycetemcomitans  antes era chamado de Actinobacillus actinomycetemcomitans.

AGGREGATIBACTER ACTINOMYCETEMCOMITANS  apresenta vários fatores de virulência que podem provocar


uma grande destruição do periodonto em pacientes jovens. Apresenta como tratamento a raspagem mais
medicação antibiótica.
 Bastonete arredondado;
 Sacarolítico  açúcar;
 Gram (-);
 Não móvel;

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o PERIODONTITE AGRESSIVA LOCALIZADA
 Características:
 Leucotoxinas  destrói leucócito;
 Colagenase  destrói colágeno - na parte do periodonto;
 Endotoxina  destrói osso;
 Fator indutor de reabsorção óssea;
 Modificação da função do neutrófilo  os neutrófilos são as primeiras células de defesa;
 Degradação de imunoglobulinas.

 A bactéria Aggregatibacter actinomycetemcomitans é facultativa, podendo tanto ser encontrada na área


aeróbia como anaeróbia.

PORPHYROMONAS GINGIVALIS
 Bastonetes ou cocos;
 Anaeróbios;
 Assacarolíticos;
 Gram (-);
 Não móveis;
 Características Importantes:
o Pleomorfismo - bacilos e cocos;
o Colônias negras  enegrecidas;
o Relativamente aerotolerantes  apesar de serem anaeróbios;
o O seu local de colonização é o sulco gengival  mais para a bolsa periodontal;
o Apresenta grande agressividade na doença periodontal, contribuindo para grandes alterações destes
tecidos  estará presente na periodontite agressiva, mas é o patógeno principal da periodontite
crônica;
o Várias formas de periodontite;
o Sítio com recorrência da doença;
o Capacidade de invadir células epiteliais  e penetra no tecido conjuntivo;
 Fatores de virulência:
o Colagenase;
o Endotoxina;
o Degradação de imunoglobulinas;
o Fator de inibição dos fibroblastos;
o Fator de indução de reabsorção óssea;

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o Induz hospedeiro a produzir citocinas  são células inflamatórias, junto com interleucinas e
prostaglandinas, que participam da destruição óssea no hospedeiro, dependendo da forma como o
hospedeiro se defende ele ajuda também a destruir o osso através da produção dessas células
inflamatórias;

 Em 90% dos casos de periodontite crônica vai tratar com raspagem radicular, 10% vai medicar. Na
periodontite agressiva, a forma localizada pode tentar tratar sem medicação, já a generalizada sempre à
associação de raspagem e medicação. Todas periodontites podem ser tratadas, mas sempre numa
periodontite terá sequelas.

BACTERIOIDES FORSYTHUS ou TANNERELLA FORSYTHIA


 Fusiforme;
 Anaeróbio;
 Gram (-);
 Crescimento intensificado quando associado com Fusobacterium nucleatum  apresenta vários receptores
para as bactérias periodontopatogênicas;
 Sítio com doença periodontal ativa;
 Sítios com doença refratária  quando teve periodontite, tratou e voltou a ter novamente;
 Capacidade de invadir células epiteliais;
 Aumenta em número conforme aumenta a profundidade da bolsa  bactéria muito encontrada em bolsas
profundas;
 É fator de risco para progressão, mas não para iniciação  é o tipo de bactéria encontrando quando a
bolsa periodontal, quando o biofilme subgengival está totalmente formado, ela vai mais em direção a esse
biofilme subgengival. Essa bactéria vai depender do número de microrganismo, por exemplo, uma bolsa
periodontal tem quase 100 milhões de microrganismos, uma maior quantidade desses microrganismos vai
fazer com que o hospedeiro não consiga se defender tão bem, tendo a destruição do osso e do ligamento
periodontal.

ESPIROQUETAS
 Provável agente etiológico da GUN (Gengivite Ulcerativa Necrosante);
 Sítios com profundidade aumentado da bolsa;
 Altamente móveis;
 Helicoidais;
 Anaeróbias;
 Gram (-).

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ATENÇÃO
 Na formação da periodontite, que precisa do biofilme específico, das bactérias periodontopatogênicas
porque elas possuem vários fatores de virulência na destruição do periodonto;
 Nas fases da patogênese da doença periodontal (inicial - gengivite não diagnosticada/gengivite subclínica;
precoce - infiltrado inflamatório que produz o aumento da vascularização e a hiperemia da gengiva;
estabelecida - gengivite clássica, avermelhada, sangrando, edemaciada por causa do infiltrado inflamatório
das células de defesa dentro do tecido conjuntivo; e avançada - início da periodontite);
 Guardar o nome das bactérias.

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CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS

 Até 1999, duas classificações eram mundialmente aceitas: A partir de 30 de outubro até 2 de novembro de

o Classificação da Academia Americana de Periodontia 1999, unificaram as duas classificações, uma


americana e uma europeia, o Workshop
(AAP) de 1989;
Internacional para Classificação de Doenças
o Workshop Europeu de Periodontia 1993. Periodontais elaborou a nova classificação.

 Nem sempre uma gengiva avermelhada, edemaciada será gengivite/periodontite, pois existem várias doenças
sistêmicas que possuem uma repercussão na cavidade oral. Para sabermos dar diagnostico correto, devemos
observar se o paciente responde ao tratamento, ou seja, se responde ao antibiótico, periogarde, raspagem, e se
a gengiva obteve ou não melhora. Se não obteve, realiza-se biopsia.

CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS AAP


1. DOENÇAS GENGIVAIS
 Doenças gengivais induzidas por biofilme  ou seja, gengivite associada somente ao biofilme.
o Gengivite associada somente ao biofilme:
 Sem outros fatores locais contribuintes  acúmulo de biofilme, sem uma boa higienização;
 Com fatores locais contribuintes  restauração mal adaptada, prótese mal adaptada,
apinhamento dentário, ou seja, fatores que facilitam o acúmulo de biofilme.

o Doenças gengivais modificadas por fatores sistêmicos  a gengivite é constituída por um biofilme
inespecífico e se existir uma quantidade de MO, teremos a gengivite independente de saber qual o
tipo de MO presente. O primeiro das doenças gengivais seria gengivite associada ao biofilme sem
fatores contribuintes, ou seja, acumulou biofilme há uma inflamação da gengiva, hiperemia,
aumento da vascularização e aumento de microrganismos. Segundo, serão doenças gengivais
modificadas por fatores sistêmicos, tudo relacionado à gengivite.
 Associada com sistema endócrino  tais fatores podem exacerbar a gengivite devido à
alteração da resposta inflamatória gengival à presença da placa.
 Puberdade*;
* - durante esses períodos, temos um
aumento hormonal o que favorece a
 Menstruação*;
nutrição para as bactérias,
principalmente a Prevotella intermedia.
 Gravidez*: Gengivite / Granuloma
Piogênico  pacientes gravidas não necessariamente irá apresentar uma gengivite, no
entanto sabe-se que a mesma, apresenta uma maior quantidade de hormônios no
organismo que alteram a resposta inflamatória além de serem nutrientes para
algumas bactérias. Na gravida, o fator hormonal é muito mais forte e o que ocorre
bastante nessas situações é a gengivite gravídica. Grávidas que chegam com

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sangramento muito grande na gengiva, sejam escovando e passando fio dental. Há


fator hormonal estimulando os MO e uma resposta diferenciada do hospedeiro para o
acúmulo de biofilme, muito comum também o granuloma piogênico que é uma massa
tumoral na gengiva, geralmente região de incisivos. Como identificar o granuloma
gravídico ou piogênico? Se pegar uma sonda e enfiar por baixo do granuloma gravídico
percebemos que geralmente eles possuem um pedículo que segura todo o granuloma;
 Diabetes Melito  possui reposta diferenciada na gengivite, por exemplo, se o
paciente estiver descompensado ele pode ter uma resposta diferenciada à gengivite.
 Associada com discrasia sanguínea:
 Leucemia  pode acometer-se uma hiperplasia gengival muito grande e deve-se
tomar muito cuidado, pois tem deficiência de sangramento;
 Outros.

o Doenças gengivais modificadas por medicações


 Drogas  podem causar hiperplasia gengival, pois dificulta a higienização independente se
há acumulo de biofilme ou não.
 Crescimento gengival (hiperplasia);
 Gengivite influenciada por drogas – anticoncepcionais.
 Doenças gengivais influenciadas por droga:
 Anticonvulsivantes – Fenitoína (difenil-hidantoína);
 Imunossupressor – Cisclosporina A  muito utilizada em transplante;
 Bloqueadores de cálcio – Nifedipina, Verapamil, Valproato de sódio.
 O aumento de uso de repositores hormonais em mulheres na menopausa tem sido associado ao
aumento da resposta inflamatória gengival e aumento gengival.

 Como tratar esses casos? Se eu tenho um paciente que ao usar anticonvulsivantes causa o aumento gengival, eu
entro em contato com o medico para que ocorra a troca da medicação. Se o medico disser que não há como
trocar a medicação, o paciente deve ter um controle de biofilme muito grande, pois se acumular biofilme na
gengiva que já esta hiperplasiada, irá ficar mais ainda, mas, se ele não tiver biofilme, terá o controle maior
desse aumento gengival.

Laís Ramos / Fernanda Valle – 6º Período


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2. LESÕES GENGIVAIS NÃO INDUZIDAS POR PLACA  não tem a ver com biofilme.
 Doenças gengivais de origem virótica
o Herpética  mais comum: OBS: As lesões são frequentemente
relacionadas à reativação do vírus
 Gengivoestomatite herpética primária  “sapinho”; latente, especialmente como
resultado de uma queda da função
 Herpes bucal recorrente; imunológica.

 Outros

 Qual a diferença de uma lesão causada por biofilme e origem virótica? A doença bacteriana há uma
multiplicação muito grande de bactérias e não há um ciclo definido, enquanto a maioria das doenças viróticas
há um fluxo definido, por exemplo, uma pessoa que tem herpes, não tem herpes a vida inteira, ou seja, 7-15
dias a herpes some, tem um fluxo definido. Enquanto a inflamação bacteriana tem um fluxo que vai
aumentando e se proliferando.

 Doenças gengivais de origem fúngica


o Cândida, s.p. OBS: São relativamente incomuns em
 Candidose gengival generalizada – C. albicans.  o pacientes imunocompetentes, mas
frequente em pacientes imunologicamente
diagnóstico é dado através de se passar na
comprometidos ou que utilizam antibióticos
superfície sangrante se irá descamar ou não.
de largo espectro por tempo prolongado.
Nistatina.

o Eritema gengival linear

o Histoplasmose  fezes de rato

o Outros

 Lesão gengival de origem genética


OBS: Uma das mais evidentes condições clinicas é a fibromatose
o Fibromatose gengival hereditária;
gengival hereditária, que exibe uma herança autossômica

o Outros. dominante. O aumento gengival pode cobrir totalmente o dente.

 Manifestações gengivais de condições sistêmicas lesões mucocutâneas


o Líquen plano erosivo  o epitélio gengival fica praticamente quase todo descamado e o paciente
não consegue escovar os dentes, havendo acúmulo de biofilme. O tratamento é feito através do uso
de corticoide – clobetasol além de bochecho com clorexidina;

o Eritema multiforme;

o Lúpus.

Laís Ramos / Fernanda Valle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Periodontia I
58

 Lesões traumáticas (Factícia, Iatrogênica, Acidental)


o Química Factícia: produzidas por métodos artificiais, como no caso do trauma por
escovação, resultando em uma ulceração gengival, retração traumática ou ambas.
Física
Iatrogênica: trauma gengival induzido pelo profissional da saúde.
o Térmica Acidental: caso de danos à gengiva por meio de pequenas queimaduras de
alimentos e bebidas quentes.

 Reação de corpo estranho


o Resultado de reações inflamatórias locais da gengiva e são causadas pela introdução de materiais
estranhos no tecido conjuntivo gengival através de rupturas no epitélio.

 Nenhuma outra especificada  como tatuagem por amalgama.

3. PERIODONTITE CRÔNICA  também chamada de periodontia do adulto, relacionada a acúmulo de biofilme,


presença muito cálculo e lesões gengivais bem aparentes, como edema, bolsa periodontal e inflamação.
Acomete mais pacientes adultos, 35 anos ou mais, com bolsas não tão profundas. Seu principal patógeno é o
Porphyromonas gingivalis.

É mais recorrente em adultos, mas pode ser observada em crianças; portanto, o limite de idade
superior a 35 anos designado anteriormente para a classificação desta doença foi descartado.

 Localizada: quando os sítios (faces dos dentes) afetados são menos de 30%;

 Generalizada: quando os sítios afetados são mais que 30%.

4. PERIODONTITE AGRESSIVA  principal patógeno da doença é o AA. Temos uma perda óssea muito grande em
pacientes jovens. Nesses casos, temos períodos maiores de atividade de doença e períodos menores de
quiescência.
Difere da crônica primeiramente pela
 Localizada: quando os sítios afetados são menos de 30% 
rapidez na progressão, observada da
geralmente acomete incisivos e primeiros molares por serem os mesma forma em indivíduos saudáveis.
primeiros dentes a romperem da cavidade oral – o paciente Ausência de grandes acúmulos de

apresenta uma gengiva aparentemente normal. biofilme e cálculo, histórico familiar e


características de padrão genético.

 Generalizada: quando os sítios afetados são mais que 30%.

Laís Ramos / Fernanda Valle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Periodontia I
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5. PERIODONTITE COMO MANIFESTAÇÃO DE DOENÇAS SISTÊMICAS


 Associada com doença hematológica
Especula-se que o principal efeito destas desordens
o Neutropenia adquirida  deficiência de fagocitose, é por meio de alterações nos mecanismos de defesa

quimiotaxia e aderência. Não defende nada. A do hospedeiro. Facilmente pode-se confundir com
periodontite agressiva e crônica, utilizamos como
bactéria chega e destrói o periodonto;
método de diferenciação a existência de desordens

o Leucemia  deficiência imunológica; sistêmicas como maior fator predisponente.

o Outros.

 Associada com alterações genéticas


o Neutropenia familiar e cíclica;

o Síndrome de Down

o Síndrome de deficiência da adesão de leucócitos;

o Síndrome de Papillon-Lefèvre  deficiência de fagocitose, quimiotaxia de neutrófilos e adesão, além


de perder dentes os rapidamente.

6. DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES


 Gengivite Ulcerativa Necrosante (GUN)
o Caracteriza-se por sua etiologia bacteriana, lesão necrosada e fatores predisponentes como
estresse, cigarro e imunossupressão  estão relacionados ao paciente com deficiência imunológica.
O fator emocional são fatores contribuintes e o principal fator etiológico é o acumulo de biofilme.
Em casos que o paciente não está debilitado, não tem mal estar, febre, não se medica com
antibioticoterapia e sim antisséptico e soluções de higiene oral, observando se há algum fator
emocional.

o É uma lesão aguda que responde bem a terapia antimicrobiana e remoção mecânica do biofilme e
cálculo sem perda óssea (necrose de papila e ulceração).

 Periodontite Ulcerativa Necrosante (PUN)


o A PUN difere da GUN em relação à característica constante de perda óssea alveolar e de inserção
clinica. Nos países em desenvolvimento, a PUN também foi associada à má nutrição grave, que em
alguns casos leva a imunossupressão  é muito difícil ter o controle da doença. Quem tem PUN
desconfiar de HIV positivo, porque o paciente geralmente estará muito debilitado.

Laís Ramos / Fernanda Valle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Periodontia I
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7. ABSCESSO DO PERIODONTO - é uma infecção purulenta localizada nos tecidos periodontais e é classificada pelo
seu tecido de origem.
 Gengival  algum corpo estranho que entrou no sulco gengival.
 Periodontal  geralmente tem a presença da bolsa periodontal, ou seja, perda óssea.
 Pericoronário  capuz gengival de 3º molares. Se o paciente tem uma pericoronarite, quando indicar
extração do dente ou remoção do capuz gengival? Quando o paciente tiver gengiva inserida atrás de 3º
molar, é sinal que ele tem espaço. Quando tem o 3º molar e tem mucosa presa, deve-se realizar exodontia
independente se tiver antagonista ou não.

8. PERIODONTITE ASSOCIADA COM LESÃO ENDODÔNTICA


 Lesão combinada periodonto-endodôntica
o Lesões endoperiodontais
 A necrose pulpar precede às mudanças periodontais  cárie profunda e lesão endodôntica.
o Lesões perioendodônticas
 A infecção bacteriana da bolsa periodontal e a perda de inserção podem resultar na necrose
pulpar  a bolsa periodontal é tão profunda que pode pegar algum canal colateral do dente
e levar a uma lesão endodôntica, sendo que esse tratamento deve ser concomitante, tratar
o endodonto e periodonto.
o Lesões combinadas
 A necrose pulpar e a lesão periapical se apresentam em um dente que também está
periodontopatogenicamente envolvido  dente cariado que tem que fazer canal e ainda
tem uma a bolsa periodontal, mas uma não interfere na outra.
 Trauma oclusal  o trauma oclusal pode levar uma mobilidade do dente e quando você vai sondar, não
tem bolsa, pois não tem biofilme. O que acontece muito é que paciente que possui bolsa periodontal e
trauma oclusal leva a aceleração da perda óssea e destruição desse periodonto.
Quando dente tem uma doença periodontal, bolsa periodontal, ele tende a levar uma pequena extrusão
que leva ao paciente a ter trauma de oclusão. E se você não tirar esse paciente do trauma, não melhora a
bolsa periodontal.
Trauma oclusal leva a doença periodontal? Se eu tiver má oclusão do dente, eu tenho doença periodontal?
Não, o trauma oclusal é um fator coadjuvante da lesão periodontal, levando a uma destruição maior do
periodonto. Porque para ter a doença tem que haver acúmulo de biofilme.
o Trauma oclusal primário
 Trauma oclusal como fator coadjuvante primário na destruição periodontal;
o Trauma oclusal secundário
 Ocorre quando a capacidade de adaptação dos tecidos para resistir às forcas oclusais estiver
comprometida, periodonto reduzido.

Laís Ramos / Fernanda Valle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Periodontia I
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62
MORAL x ÉTICA

MORAL: É o conjunto das regras ou normas de conduta admitidas por uma sociedade ou por um grupo de homens em
determinada época. Assim, o homem moral é aquele que age BEM ou MAL na medida em que ACATA ou TRANSGRIDE
as regras do grupo. É também a livre e consciente aceitação das normas. Isso significa que o ato só é propriamente
moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da norma.

Moral: tem uma dimensão individual, porém tem um pouco do coletivo. Escolha ao agir de uma forma.

 NATURAL

 POSITIVA
o Autonômica – consciência de cada um
o Religiosa
o Social – critério de bem da sociedade

Ex: um homem após uma festa de madrugada, resolve passar em uma loja de conveniência para comprar algo para
comer. Ao chegar lá, ele percebeu que tinha gastado o dinheiro todo e viu que não ia ter como comprar e enfiou no bolso
e foi embora. Essa atitude que ele cometeu é moral, ou seja, ele teve uma livre escolha. Ao olhar para cima ele viu uma
plaquinha “sorria, você está sendo filmado”, com isso ele ficou com medo e acabou não pegando. Nesse momento ele
não teve moral, ou seja, ele não agiu com livre espontânea vontade, ele agiu com medo de dar problema.

Quando age em qualquer situação da vida de livre escolha, dimensão pessoal, isso é moral.

A base disso é pelo PLATÃO, onde criou uma historinha para explicar. “Existia um pastor que encontrou um anel, ao
colocar o anel ele ficava invisível. A partir daí ele começou a fazer tudo o que ele queria, só coisa ruim pela sociedade.”
Antes ele agia não pela moral dele, ele agia por uma imposição da sociedade que dizia como ele tinha que agir. Quando
ele ficou sem fiscalização e sem controle, ele começou a mostrar a moral dele sendo ruim ou não para sociedade.

MORAL é quando você age quando está sozinho sem ninguém te ver, sem ser ruim ou bom e é individual.

Ex: Os radares servem para pegar o indivíduo que ultrapassa a velocidade permitida. Um indivíduo ao passar por ele vai
reduzir, ou seja, ele não está agindo com moral pois está com medo de ser pego.

Sarah Nery Figorelle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
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A melhora da moral na sociedade não se dá reprimindo, batendo ou censurando e sim nas escolas e educação familiar,
onde a ética depois a ética vai direcionar para saber o que é bom ou ruim.

A moral é como se fosse uma balança entre: força, moral, fiscalização e controle. Por mais moral uma pessoa tenha e essa
for membro da sociedade, maior vai ser a moral e menor vai ser a força, ou seja, menores serão os meios de fiscalização.
Obs: só com a fiscalização, não está trazendo moral.

Ao pegar um jornal e furtar sem ninguém estar vendo e achar que não é a pior coisa do mundo pelo fato de alguém ter
deixado ali, isso seria moral da pessoa que furtou.

O certo e o errado vão depender de cada um ou da moral de um coletivo.

Alguns acham que a moral nasce do indivíduo e isso é ruim para sociedade. Então ao longo do tempo ele pode sendo
modificado e tendo outras experiências. A grande maioria entende que a moral é adquirida, ou seja, o indivíduo vai sendo
formado durante o seu crescimento. No momento em que ele estiver sozinho e sem fiscalização é o momento em que ele
vai demonstrar a sua moral. Ao colocar controle, fiscalização e força está desmoralizando que no contexto quer dizer que
está controlando valores ruins.

Ao colocar um radar nas estradas, está deixando o indivíduo sem moral para realizar suas escolhas, ou seja, está
desmoralizando. Uma estrada moralizante é uma sem controle onde cada indivíduo pudesse escolhe sua velocidade.

Ex: uma pessoa vai à uma banca pega um jornal e paga porque sabe que tem alguém lá que vai receber – não é moral. -
Uma pessoa pega um jornal e dá o dinheiro sem ter ninguém – moral.

No conjunto da sociedade vai saber o que é bem e o que é mau, pois ela quem vai acabar criando o que é certo e o errado
para aquela sociedade. Não quer dizer em si que seja certo ou errado para uma outra sociedade, mas para aquele
conjunto de pessoas agir da forma deles que é o certo ou errado, com isso não existe um valor absoluto.

A ÉTICA tem uma dimensão social universal, ou seja, da sociedade. Aí vamos pensar, raciocinar e questionar o que é
certo/errado para uma certa comunidade e colocar como regra para todos. Se for agir como regra para todos, está agindo
de forma ética e se for individual é moral, porém esse individual acaba em certa medida pertencendo a comunidade. Um
exemplo disso é que todo mundo passa o sinal vermelho em um certo horário da noite pelo fato de não ter ninguém na
rua e por segurança pessoal, porém não tem nenhuma lei escrita que diga que em um certo horário da noite pode passar
no sinal vermelho.

Qualquer família forma moral, não existindo moral certa/ errada. A sociedade depois em conjunto vai começar a definir o
que é certo/errado. Ex: em uma sociedade em que casar uma menina entre 10-11 anos moralmente não tem problema
Sarah Nery Figorelle – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Bioética
64
nenhum sem pensar em direitos humanos, leis e ética e sim na moral deles, mas para outra sociedade pode ser um
absurdo.

A moral é o ato de um indivíduo e a ética vai começar a raciocinar. Quando começa a pensar no coletivo e colocar uma
norma para todos, dizendo o que é certo e errado com os seus porquês, isso é um raciocínio/ reflexão, sendo então um
convívio social.

A ética é a disciplina filosófica que se preocupa com a reflexão a respeito das nações e princípios que fundamentaram a
vida moral.

Quando for falar individualmente é moral, agora se for convivência social é ética.

O que é bem e o mau? Não há uma resposta correta. A resposta dependerá do fundamento (argumento ou origem).
 Vontade divina (religião): princípio será universal, absoluto. Não tem como questionar Deus dentro dessa
concepção de o que é bom ou mau.
 Própria consciência: princípio será relativo.

Quem tem a vontade divina na vida é difícil aceitar a própria consciência, pois ela vai contra, ou seja, diz o contrário. A
própria consciência diz que os seres humanos com a sua evolução e convivência estabeleceu os limites do que pode e o
que não pode, por isso que ela é relativa, pois vai depender da cultura da sociedade que vai determinar o certo e o
errado. O que se tem na nossa cultura hoje é tentar hierarquizar os valores.

Há uma hierarquia de valores? Os valores que dirão o que é certo/errado em cada cultura. Se for divina, vão ser os
valores absolutos.

Ex: direito/valor a vida, é absoluto e não se discute. Na própria consciência vai ser relativo.

Ex: A vida seria relativa.

Na nossa cultura a vida não é um direito absoluto, já que o aborto é legalmente permitido em certos casos como estupro,
anencéfalo, riscos de vida para mãe. E em caso de legitima defesa, mas só se a agressão for no mesmo nível, uma facada
e um tiro. Se uma pessoa dá uma facada em outra e essa da 5 ou 6 tiros no agressor da faca, não é legitima defesa. Na
legitima defesa tem que ser no mesmo nível, ou seja, no máximo um tiro para derrubar a pessoa. O aborto vai ter uma
discussão maior, pois na ciência não tem nada definido. Vão ter três teorias: concepção, implantação e formação do
sistema nervoso.

Sarah Nery Figorelle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
65

Dentro do conceito de ética vão existir os conflitos, pois os valores são diferentes dentro da cultura de uma certa
sociedade ou entre cultura. Por isso a ética vai tentar valorizar/hierarquizar os valores.

Andar sem cinto: Gera custo para o estado, pois ele vai ter que financiar o tratamento.

Amputar o braço: se uma pessoa for no medico e quiser amputar seu braço por uma vontade, não pode. Agora se o braço
estiver gangrenando, ele pode, pois, tem uma justificativa médica para a amputação.

Vasectomia: é reversível

Transplante de cabeça: por enquanto não é legal.

Clonagem: Gêmeo univitelino = clone natural


Transplante de coração: igreja católica é contra
Transplante de sangue: testemunho de jeová é contra

Transplante de coração – salva a vida do próximo


Conceito de vida: Bate o coração – vivo
Parou de bater – morto
Para se realizar um transplante de coração com ele batendo, tem que mudar o conceito de vida.

Um médico africano fez o transplante de sangue, mas ele tinha que ser julgado criminalmente, pois ele matou a pessoa
em que ele tirou o coração e o conceito não tinha mudado ainda. Com isso, julgava ele como criminoso ou aceitava que a
morte é cerebral. Com isso, o conceito de morte não é cardiopulmonar e sim cerebral. O cérebro não consegue mais
manter o coração vivo. Além disso, a família tem que autorizar o transplante, mesmo que o paciente seja doador.

Sarah Nery Figorelle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
66
A ética vai ter influência na moral (o agir pessoal).

Ex: estou em um restaurante, entra um casal gay. Se eu levanto: moral (não é certo ou errado). Eu pedir para eles saírem:
anti-ético, pois ninguém pode ser julgado de acordo com a opção sexual. O ético é respeitar o ser humano, porque ele
não tem qualificação, não classifica. Quando classifica, começa a dividir em gênero, superior ou inferior.

Vender esperma: concepção de moral das pessoas. EUA permite a venda.

Doar para pessoa distante: gera ideia de venda

Doar para o próximo: provar que é amigo ou algum grau parentesco. Se não provar, tem ideia de venda.

Não entender o porquê a pessoa é de uma religião/partido: discriminação.

O bem supremo é? a felicidade? o prazer ? a atividade ? o dever ?

Os valores são essências ? Têm conteúdo determinado, universal, válido em todos os tempos e lugares ? Ou, ao
contrário, são relativos? As respostas a essas e outras questões nos darão as diversas concepções de vida moral
elaboradas pelos filósofos através dos tempos.

A ética determina o agir social: Regras de trato social; Direito; Ética profissional. É a ciência do direito.

A MORAL é o conjunto do que uma comunidade reconhece como certo ou errado. A moral é o pensamento livre sobre
a vida. A moral uma dimensão pessoal, dimensão própria de cada um de nós.

A ÉTICA é sempre o resultado do uso da razão crítica. Julgamento do comportamento moral. Ética é um esforço que
também fazemos para encontrar a melhor forma de conviver. Ética tem uma dimensão coletiva, dimensão universal

1971 - Van Potter criou o termo “bioética”. Onde pegou vários artigos falando sobre experimentos e erros relacionados
ao ser humano e colocou no livro.
“Bioética: Ponte para o Futuro”
O conhecimento biológico associado aos valores humanos.
"Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma
nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos.”

A bioética resumia-se ao Juramento Hipocrático: "Usarei meu poder para ajudar os doentes com o melhor de minha
habilidade e julgamento; abster-me-ei de causar danos ou de enganar a qualquer homem com ele".
Sarah Nery Figorelle – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Bioética
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ACONTECIMENTOS QUE DESENVOLVERAM DIRETRIZES E REGULAMENTOS INTERNACIONAIS PARA A ÉTICA EM
PESQUISA:

1900 - Primeiro documento que estabelecia os princípios éticos da experimentação em humanos, formulado pelo
Ministério da Saúde da Prússia. O documento não ultrapassou os limites da Prússia.
Em outra região da Alemanha em 1930: Teste com vacina BCG em 100 crianças sem a obtenção do consentimento de
seus responsáveis levou à morte 75 das crianças no transcurso do projeto, É conhecido como o “desastre de Lübeck”.

1931 – ALEMANHA - 14 “diretrizes para novas terapêuticas e pesquisa em seres humanos”. Padrões técnicos e éticos da
pesquisa, incluindo:
a) justificativa documentada sobre as mudanças em relação ao projeto inicial de pesquisa;
b) a análise sobre possíveis riscos e benefícios prováveis;
c) justificativa em pacientes vulneráveis, como crianças;
d) obrigação documentação escrita relativa às pesquisas.
Não impediu as experiências realizadas na Alemanha durante o período nazista.

1933-1945 – Período nazista e 2º Guerra Mundial. - Três fatos importantes inclui as instituições médicas na formulação
e realização de políticas públicas “eugenistas” e racistas, formuladas desde 1924 por Hitler em seu livro-propaganda:

1) 1933 SOBRE A ESTERILIZAÇÃO


 LEI DE 1933 SOBRE A ESTERILIZAÇÃO – “Lei para a prevenção contra uma descendência hereditariamente
doente”. “tribunal de saúde hereditária”;

2) 1939 - SOBRE A EUTANÁSIA DE DOENTES CONSIDERADOS INCURÁVEIS


 “vidas que não valiam a pena de serem vividas”: Injeção de morfina-escopolamina ou sufocamento em câmaras
de gás por meio de monóxido de carbono e o inseticida Zyklon B, decidido e controlado por médicos. Que será
amplamente utilizado em Auschwitz a partir de 1941

3) 1941 - CAMPOS DE EXTERMÍNIO


 Organizados e controlados pelos mesmos responsáveis do programa de morte por eutanásia.

1 - As experiências ilegais realizadas em prisioneiros de campos de concentração por médicos nazistas durante a
Segunda Guerra Mundial, e o subsequente Julgamento de Nuremberg, em 1946, deram origem ao Código de
Nuremberg, que declara que "o consentimento livre e esclarecido voluntário é absolutamente necessário".

1964 - Declaração de Helsinque enfatizou a importância de formulários de consentimento por escrito. "o bem estar do
ser humano deve ter prioridade sobre os interesses da ciência e da sociedade". Afirma que: "a pesquisa médica só é
Sarah Nery Figorelle – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Bioética
68
justificada se houver uma probabilidade razoável de que as populações entre as quais a pesquisa for realizada
obtiverem benefícios através dos resultados".

Três casos mobilizaram a opinião pública americana:


1. 1963 – Hospital Israelita de Doenças Crônicas / NY. - Injetaram células cancerosas vivas em idosos doentes

2. 1950 a 1970 – Hospital Estadual de Willowbrook / NY. - Injetaram o vírus da hepatite em crianças com deficiência
mental

3. 1932 a 1972 – Caso Tuskegee, Macom City / Alabama - Maior estudo da história natural de uma doença – Sífilis.

1978 - Relatório Belmont: respeito pelas pessoas, a beneficência e a justiça;

1978 - Tom Beauchamp e James Chidress: Não Maleficência

AUTONOMIA

 Respeito a pessoa;
 Autonomia das pessoas de decidirem;
 Livre-arbítrio – autogovernar;
 Proteção das pessoas com autonomia alterada ou diminuída;
 Aplica-se a todos – capazes, incapazes e vulneráreis;
 Valoriza as opiniões e escolha dos sujeitos
o Decisão voluntária em participar
o Decisão em acatar o tratamento
o Decisão de abandonar Proteção – incapaz e vulnerável

 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA


o A dignidade da pessoa humana é um valor intrínseco ao indivíduo, portanto, indisponível e irrenunciável.

o A dignidade da pessoa humana enquanto valor universal humanístico passou a ser o fundamento das
Constituições dos países democráticos, deslocando a finalidade do Estado para um único ponto, ou seja, o
indivíduo.

Sarah Nery Figorelle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
69
o Kant: No reino dos fins tudo tem ou um PREÇO ou uma DIGNIDADE. Quando uma coisa tem um preço, pode-se
pôr em vez dela qualquer outra como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o preço, e,
portanto não permite equivalente, então tem ela dignidade.

o Ideal Kantiano de dignidade: O homem não pode dispor do próprio homem para mutilar, degradar ou matar.
Violar os direitos dos homens tenciona servir-se dos outros simplesmente como meios, sem considerar que
eles, como seres racionais que são, devam ser sempre tratados como fins em si mesmos.

o Kant: A racionalidade do homem o permite desfrutar de uma liberdade para legislar e, ao mesmo tempo, só
obedecer àquelas leis que ele mesmo se dá. Essa liberdade – que faz o homem se autodeterminar – Kant a
denominou de autonomia da vontade, princípio supremo da moralidade. Logo, àquele que concebe e age sob
sua máxima, como sendo esta um valor universal, reconhecerá os seres racionais como fins em si mesmo. Disso
resulta ser a autonomia o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda natureza racional.

o Kant: fins em si mesmo – dignidade. - Weber explica esse fundamento kantiano afirmando que, poder querer
para todos, o que se quer para si, é a máxima expressão da autonomia. Ser autor de leis universais, para um
“reino dos fins” do qual se faz parte como ser racional, é a máxima expressão da liberdade e dignidade.

o A dignidade da pessoa humana como sendo uma qualidade intrínseca e distintiva da cada pessoa, que o faz
merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando neste sentido
um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de
cunho degradante e desumano, de forma a garantir-lhe as condições existenciais mínimas para uma vida
saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria
existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.

o DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA - A sua concepção universal de valor inerente ao homem, não só é
fundamento de muitos Tratados Internacionais, como da maioria das atuais constituições democráticas.

BENEFICIÊNCIA
 Maximizar os benefícios e minimizar os danos ou prejuízos;
 O mais fundamental – Hipócrates;
 Garantir o bem-estar do indivíduo;
 Planejamento sólido e pesquisadores qualificados.

MALEFICIÊNCIA
 Garantir que danos previsíveis serão evitados;

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Odontologia – UniFOA – Bioética
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 Os danos jamais poderão superar os benefícios.

JUSTIÇA
 Dar a cada pessoa o que lhe é devido
 Não é justo expor pacientes sem que resulte benefício real.
 Equidade na distribuição dos bens e benefícios
o Projeto de relevancia sócio-humanitária
o Imparcialidade na distribuição dos riscos e benefícios dos sujeitos
o Não ceder aos interesses econômicos

SÉCULO XX – “TRIUNFO TECNOLÓGICO” (Humberto Eco) - Novas situações conflitantes e complexas desenvolvem uma
nova ciência: Bioética. Preocupa-se com a moralidade e a racionalidade da conduta humana no campo das ciências.
Natureza pluralista e multidisciplinar.

LINHAS TEMÁTICAS
 Bioética Transcultural
o Valores culturas diferentes
o Bioética ocidental – valoriza o indivíduo
o Bioética oriental – valoriza a comunidade

 Bioética Clínica
o Erro médico – relação profissional / paciente
o Início da Vida (inseminação artificial, aborto, etc)
o Transcorrer da vida (segredo profissional, duração do tratamento ortodôntico, etc)
o Final da vida (eutanásia, morte cerebral, banco de dentes, etc)

 Bioética Social
o Bem-estar da sociedade, da vida no planeta;
o Saúde Pública (fluoretação das águas, humanização, controle da natalidade, etc).

 Bioética em Pesquisa
o Princípios da Ética em Pesquisa tem que ser respaldados por valores da sociedade.
o Diretrizes Internacionais e Nacionais

1996 - RESOLUÇÃO N° 196/96 Conselho Nacional da Saúde - Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos

Sarah Nery Figorelle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
71
INTRODUÇÃO A BIOÉTICA
 As raízes da bioética encontram-se historicamente fincadas no progresso das ciências médicas.
 A bioética é uma ciência da qual o homem é sujeito e não somente objeto.

Sarah Nery Figorelle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
72
MODELOS EXPLICATIVOS EM BIOÉTICA

Após a segunda metade do século XX, a Bioética teve o


seu "nascimento" devido principalmente aos ocorridos
nessa época, como mencionado no post anterior.
Dentre eles podemos citar a tragédia ocorrida nos
campos de concentração durante a Segunda Guerra
Mundial, em que médicos nazistas faziam experimentos
Experimentos humanos Mortes durante a Segunda
absurdos usando seres humanos considerados por eles
durante 2° Guerra Mundial Guerra Mundial
como "inferiores" (judeus, ciganos, negros, opositores
políticos contra Hittler, homossexuais, etc), em nome dos avanços da medicina e da ciência.

Teve também o caso Tuskgee, que


ocorreu nos Estados Unidos usando
negros norte-americanos pobres e
analfabetos para se observar a
progressão natural da sífilis sem
tratamento, os doentes não foram
informados sobre seu diagnóstico,
tinham apenas a informação de
Caso Tuskgee
serem portadores de "sangue ruim"
("bad blood") e durante o estudo não poderiam receber tratamento com penicilina que já estava sendo usada como
tratamento para sífilis na época, em troca eles recebiam tratamento médico gratuito, transporte para a clínica, 1 refeição
quente durante o dia e a cobertura das despesas do funeral.
Esses e outros casos foram divulgados pela imprensa e, a partir disso, viu-se a necessidade de estabelecer princípios para
orientar tais estudos, então em 1978 foi publicado o Relatório Belmont que propôs o estudo com seres humanos
seguindo os princícios de respeito pelas pessoas, à beneficência e a justiça. Foi publicado em 1978, também, o livro
"Princípios da Ética Biomédica" ("Principles of Biomedical Ethics") cujos autores Beuchamp e Chidress abordaram o uso de
quatro princípios para lidar com essas questões éticas envolvendo pesquisas com seres humanos:

1. Respeito à autonomia das pessoas (a vontade das pessoas devem ser respeitadas),
2. Beneficência (fazer sempre o melhor para a pessoas),
3. Não maleficência (não fazer algo que possa prejudicar as pessoas) e
4. Justiça (dar partes iguais para os iguais e partes diferentes para os diferentes de acordo com suas necessidades, ou
por mérito, ou por sorteio, ou por sua contribuição para a sociedade).
Baseado nessas duas publicações surgiu a primeira corrente bioética, o Principialismo, que tem como característica os
princípios morais que regem uma ação, ou seja, são diretrizes que especificam se as ações são permitidas, proibidas ou
Paula de Moura – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Bioética
73
requeridas em determinadas circunstâncias. Para a tomada de decisões seguindo o Principialismo, pode-se usar uma das
três abordagens:

1. Aplicação, no qual os quatro princípios devem ser seguidos rigorosamente, sendo assim, ele não se aplica quando há
conflito de interesses entre esses princípios.

2. Especificação, quando há conflito entre os quatro princípios é válido modificar um pouco as regras para que haja
adequação. Ex: "não matar". Mas em caso de um assalto, se for em legítima defesa, pode-se matar. Logo, há uma
mudança da regra para "não matar inocentes".

3. Balanceamento, tende a definir qual princípio é mais importante numa determinada situação a fim de evitar conflito
de interesses. Ex: Um paciente sofreu um acidente de carro e teve uma hemorragia e necessita de uma transfusão
sanguínea, mas esse paciente segue uma religião que proíbe transfusões sanguíneas. O médico usando o
balanceamento determinou que o princípio de beneficência seria mais importante do que o da autonomia do
paciente, e então, realizou a transfusão sanguínea para salvar esse paciente.

Esse modelo explicativo, apesar de ser o mais utilizado, é alvo de críticas devido a falta de hierarquização entre os
princípios, o que gera um conflito de qual princípio é mais importante que o outro.

Outro modelo explicativo é o Utilitarista que observa se uma ação é ou não correta de acordo com as consequências que
ela gera. É baseado em três conceitos principais hierarquizados:

1. Consequencialismo: pensar sempre nas consequências dos seus atos, em que a omissão também é uma ação;
2. Máximo de bem-estar: alcance de um grau elevado de qualidade de vida que a pessoa deseja ter;
3. Agregacionismo: "soma os bens", é melhor um bem-estar maior dividido entre menos pessoas, do que um bem-estar
menor que englobe mais pessoas. Ex: R$100,00 dividido igualmente entre 2 pessoas é melhor do que esses mesmos
R$ 100,00 divididos entre 10 pessoas igualmente.

Esse modelo também recebe criticas, tais quais: como escolher o indivíduo beneficiado com imparcialidade? Seria correto
retirar órgãos de um indivíduo saudável para transplantar a um indivíduo doente e assim ele possa ter a chance de viver
saudavelmente, ou seja, ter o máximo benefício que ele deseja?

Uma forma de consequencialismo que questiona os valores da imparcialidade, equidade (beneficiar os indivíduos de
acordo com sua necessidade particulares) e impessoalidade é a Ética do Cuidar, na qual está baseada em cinco idéias
centrais: atenção moral, compreensão com simpatia, consciência das relações, acomodação e resposta. Lawrence
Kohlberg foi o principal responsável por difundir essas idéias. Em resumo, a ética do cuidar respeita a autonomia do
profissional que cuida e do paciente que é cuidado.
Paula de Moura – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Bioética
74

A Bioética da proteção questiona o principialismo, no quesito de respeito à autonomia das pessoas, foi proposta em 2001
na América Latina por Fermin Roland Schramm e Miguel Kottow e traz a marca de uma bioética nascida nos países
periféricos porque ela leva em conta que pessoas vulneráveis, ou seja, que possuem baixo nível de conhecimento, sem
acesso a médicos e recursos para saúde não tem autonomia para decidir o que é o melhor para elas, ou se realmente
querem participar de um estudo experimental.

Temos também outros modelos explicativos para a bioética que são menos usados, dentre eles:
 Ética Deontológica: segue um conjunto de normas morais, em que o certo é mais importante que o bom;
 Casuística: segue a jurisprudência, ou seja, a tomada de decisões é baseada em casos anteriores (Princípio da
"Common Law").

Podemos dizer que nenhum modelo é melhor que o outro, todos tem seus pontos positivos e negativos e a escolha de um
deles fica a critério de cada um dependendo da situação e do meio onde está.

Paula de Moura – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
75
MODELOS EXPLICATIVOS UTILIZADOS EM BIOÉTICA

JOSÉ ROBERTO GOLDIM

Os diferentes autores da Bioética, como em qualquer outra área de conhecimento, utilizam modelos explicativos para
elaborar a suas propostas. É importante estabelecer uma classificação destes difetrentes modelos como forma de
permitir uma visão abrangente de todas as diferentes perspectivas teóricas que embasam o pensamento bioético
contemporâneo. Serão abordados, de forma sumária, os dez modelos explicativos que vem sendo utilizados.
Os Profs. Tom Beauchamp (Instituto Kennedy de Ética da Universidade Georgetown/EEUU) e James Childress
(Universidade de Virgínia/EEUU) propuseram a existência de três modelos de justificação, que são os seguintes:
 Modelo Dedutivista - Principialismo ;
 Modelo Indutivista - Casuística;
 Modelo Coerentista.
A Profa. Maria do Céu Patrão Neves, da Universidade de Açores/Portugal, propôs uma listagem de modelos explicativos
utilizados pelos diferentes grupos de autores da Bioética. É uma proposta interessante, especialmente para permitir que
as diferentes leituras sejam entendidas de acordo com o seu referencial teórico. Os Modelos Explicativos propostos pela
Profa. Maria do Céu Patrão Neves são os seguintes:
 Modelo de Princípios - Principialismo;
 Modelo Autonomista;
 Modelo da Virtude;
 Modelo Casuístico;
 Modelo do Cuidado;
 Modelo Contemporâneo do Direito Natural;
 Modelo Contratualista;
 Modelo Personalista.
O Prof. Francesco Bellino (Universidade de Bari/Itália) inclui entre os diferentes modelos possíveis um novo, denominado:
 Modelo Ternário.
Nós temos utilizado um novo modelo explicativo para a Bioética que é o modelo baseado na complexidade.
Os diferentes modelos explicativos propostos podem ser avaliados de acordo com alguns critérios propostos para a
construção e validação, que podem ser extremamente úteis para esclarecer as diferenças entre as diferentes propostas.

MODELO DE PRINCÍPIOS - PRINCIPIALISMO

Proposta básica: Este modelo se baseia na caracterização de quatro princípios fundamentais que servem de base para o
agir humano:
 Beneficência;
 Não Maleficência;

MODELOS EXPLICATIVOS UTILIZADOS EM BIOÉTICA - JOSÉ ROBERTO GOLDIM


6º Período - Odontologia – UniFOA – Bioética
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 Justiça
 Autonomia.
Todos estes quatro princípios são considerados como sendo deveres prima facie. Na edição de 1994, Beauchamp e
Childress alteraram a denominação de seu modelo de principialismo para Moralidade Comum ("common morality"). É
uma proposta individualista e dedutiva.

Crítica: O modelo Principialista estabelece, segundo Maria do Céu Patrão Neves, em seu artigo A Fundamentação
Antropológica da Bioética, não uma proposta de ética, mas sim de uma moral, pois estabelece normas para um agir
adequado.

MODELO DE CASUÍSTICA

Referência histórica: Na Grécia já existia uma corrente de pensamento casuística. Baseia-se, também em parte, na noção
de Aristóteles de ciência e ética.

Proposta básica: O principal elemento deste modelo é o estabelecimento de casos paradigmáticos a partir dos quais são
feitas analogias e comparações com novos casos que se apresentam.
É uma proposta que utiliza uma analogia com o raciocínio utilizado pelas cortes de justiça norte-americanas e inglesas,
que se utilizam de citações de casos pregressos como fonte de jurisprudência. Vale salientar que as sentenças
judiciais nestes países tem um forte embasamento filosófico e moral, constituindo-se em documentos que transcendem
ao caso em si.
A grande contribuição deste modelo foi a de permitir exemplificar com casos reais situações anteriormente propostas
apenas de forma teórica. A casuística também trouxe à discussão a importância da analogia e o julgamento prático.
É uma proposta individualista e indutiva.

Crítica: A maior crítica a este modelo tem sido a dificuldade de adequar os casos tidos como paradigmáticos às diferentes
culturas e/ou períodos históricos. A própria seleção de casos paradigmáticos poderia ter um forte componente ideológico
(hegemônico). Os autores europeus criticam seriamente o uso deste modelo.

MODELO COERENTISTA

Referência histórica: Principialismo e Casuística.

Proposta básica: Este modelo propõe a utilização conjunta dos modelos baseados em princípios e em casos. É uma
proposta de integração entre os métodos dedutivos e indutivos, que surgiu na aplicação prática da Bioética. Neste
modelo não há uma prioridade entre as duas abordagens que se integram, por esta característica que Tom Beauchamp e
James Childress (Principles of biomedical ethics. New York: Oxford, 1994:20) propuseram a denominação de Coerentismo.
MODELOS EXPLICATIVOS UTILIZADOS EM BIOÉTICA - JOSÉ ROBERTO GOLDIM
6º Período - Odontologia – UniFOA – Bioética
77
John Rawls (A theory of justice. Cambridge: HUP, 1971) propos a utilização de um equilíbrio reflexo na abordagem de
situação reais, onde tanto os princípios quanto casos paradigmáticos pregressos deveriam ser utilizados no raciocínio
sobre a sua possível justificação ou solução.
É uma proposta individualista.

Crítica: A maior crítica a esta proposta tem sido a de que não se trataria de fato de um modelo mas sim de uma
abordagem eclética para casos reais.

MODELO DE PRINCÍPIOS - PRINCIPIALISMO

Referência histórica: William Frankena (Ética. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. edição norte-americana original de 1963),
Consequencialismo e Utilitarismo anglo-americano.

Proposta básica: Este modelo se baseia na caracterização de quatro princípios fundamentais que servem de base para o
agir humano:
 Beneficência;
 Não Maleficência;
 Justiça e
 Autonomia.
Todos estes quatro princípios são considerados como sendo deveres prima facie.
Na edição de 1994, Beauchamp e Childress alteraram a denominação de seu modelo de principialismo para Moralidade
Comum ("common morality").
É uma proposta individualista e dedutiva.

Crítica: O modelo Principialista estabelece, segundo Maria do Céu Patrão Neves, em seu artigo A Fundamentação
Antropológica da Bioética, não uma proposta de ética, mas sim de uma moral, pois estabelece normas para um agir
adequado.

MODELO AUTONOMISTA

Referência histórica: Liberalismo norte-americano.

Proposta básica: Propõe a defesa dos direitos e propriedade do indivíduo. Inclui o corpo do indivíduo como sendo de sua
propriedade, e não apenas posse como era até então considerado.
É uma proposta individualista.

MODELOS EXPLICATIVOS UTILIZADOS EM BIOÉTICA - JOSÉ ROBERTO GOLDIM


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Crítica: A maior crítica que pode ser feita a este modelo é a possibilidade de permitir a comercialização de órgãos e o
estabelecimento de contratos em vida para utilização pós-morte do corpo do indivíduo.

MODELO DA VIRTUDE

Referência histórica: Aristóteles e tradição ética grega.

Proposta básica: A virtude é um traço de caráter que é valorizado socialmente. Uma virtude moral é um traço que tem
valor moral associado. A virtude, tem origem na Grécia com a palavraareté, que também pode ser traduzida
como excelência. Foi traduzida para o latim como virtus, que é a sua raíz em português. Vale salientar que nas culturas
orientais a noção de virtude surgiu no séc. XX a.C. como a capacidade de realizar ou oferecer vida.
Virtude, segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem. Segundo Joaquim Clotet, é a forma de agir que
enobrece a pessoa, que a aperfeiçoa. O contrário é o vício, que degrada ou destrói a pessoa.
De acordo com Aristóteles, as virtudes se aperfeiçoam com o hábito (Ética a Nicômacos. Brasília: UnB, 1992).
Sócrates propunha que: "Tudo é conhecimento, inclusive a justiça, a temperança e a coragem - o que tende a demonstrar
que certamente é possível ensinar a virtude" (citado por Shattuck R. Conhecimento Proibido. São Paulo: Companhia das
Letras, 1998:20).
Voltaire, em uma carta a Frederico, o grande, em 1737, escreveu que: "a virtude, o estudo e a alegria são três irmãos que
não devem ser separados"
Vauvenargues, em suas Reflexões e Máximas, afirmou: "A utilidade da virtude é tão evidente que os maus a praticam por
interesse."

As principais virtudes listadas por André Comte-Sponville (Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo: Martins
Fontes, 1997) são:
 Polidez  Gratidão
 Fidelidade  humildade
 Prudência  Simplicidade
 Temperança  Tolerância
 Coragem  Pureza
 justiça  Doçura
 Generosidade  Boa-fé
 compaixão  Humor
 Misericórdia  Amor

É uma proposta baseada em características próprias do indivíduo.

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Crítica: Este modelo tem como crítica maior o fato de ser muito difícil, segundo alguns autores, desenvolver virtudes em
pessoas com desenvolvimento psiológico-moral já avançado, como os profissionais de saúde já formados ou em
formação. Emmanuel Kant dizia que as virtudes se aprendem no colo da mãe. Comte-Sponville acredita que as virtudes
podem ser ensinadas principalmente através de modelos de identificação adequados.

MODELO DE CASUÍSTICA

Referência histórica: Na Grécia já existia uma corrente de pensamento casuística. Baseia-se, também em parte, na noção
de Aristóteles de ciência e ética.

Proposta básica: O principal elemento deste modelo é o estabelecimento de casos paradigmáticos a partir dos quais são
feitas analogias e comparações com novos casos que se apresentam.
É uma proposta que utiliza uma analogia com o raciocínio utilizado pelas cortes de justiça norte-americanas e inglesas,
que se utilizam de citações de casos pregressos como fonte de jurisprudência. Vale salientar que as sentenças
judiciais nestes países tem um forte embasamento filosófico e moral, constituindo-se em documentos que transcendem
ao caso em si.
A grande contribuição deste modelo foi a de permitir exemplificar com casos reais situações anteriormente propostas
apenas de forma teórica. A casuística também trouxe à discussão a importância da analogia e o julgamento prático.
É uma proposta individualista e indutiva.

Crítica: A maior crítica a este modelo tem sido a dificuldade de adequar os casos tidos como paradigmáticos às diferentes
culturas e/ou períodos históricos. A própria seleção de casos paradigmáticos poderia ter um forte componente ideológico
(hegemônico). Os autores europeus criticam seriamente o uso deste modelo.

MODELO DO CUIDADO

Referência histórica: Baseia-se na tradição de estudos sobre a pscologia do desenvolvimento, especialmente o


desenvolvimento das justificativas morais. Baseia-se é critica as idéias de Jean Piaget (O Julgamento Moral da Criança) e
de Lawrence Kohlberg (Essays on moral development).

Proposta básica: A autora propõe que existe uma diferença fundamental entre o raciocínio moral masculino e feminino.
As mulheres baseiam, de modo geral, o seu raciocínio moral dentro da noção de cuidado ("care") enquanto que os
homens na de justiça (aspectos legalistas). Este modelo permite identificar inúmeras características diferenciadoras,
desde o ponto de vista do julgamento moral, de homens e mulheres.

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Homem Mulher

Moral da Justiça Moral do Cuidado

Concordar Compreender

Igualdade Vínculo

Pensar Sentir

Egoísmo Altruísmo

Teoria Prática

contrário de Justiça- Opressão contrário de Cuidado - Abandono

Noddings propôs que o cuidado se basta, que ele deve ser a essência. “A noção de cuidado é tudo que é necessário para a
ética de enfermagem do cuidado. Sendo que as enfermeiras cuidam, não há necessidade de regras e princípios universais,
não há necessidade de se preocupar com as idéias tradicionais de imparcialidade e justiça”.
É uma proposta ainda individualista, mas que insere esta pessoa na sociedade.

Crítica: A maior crítica ao Modelo do Cuidado foi feita por Beachamp e Childress (Principles of Biomedical Ethics. New
York: Oxford, 1994:91) por acharem que esta proposta teórica é incompleta, por dar apenas algumas novas contribuições
sem constituir plenamente um novo modelo explicativo. Apesar de ser uma proposta feminista, algumas feministas,
especialmente Susan Sherwin (No longer patient: feminist ethics and health care. Philadelphia: Temple Univ. Press,
1992:49-50) rejeitam este modelo por reforçar o papel histórico de auto-sacrifício das mulheres, de permitir uma visão
apenas parcial da realidade.

MODELO CONTEMPORÂNEO DO DIREITO NATURAL

Referência histórica: Hugo de Groot - Grotius (1583-1645) (De jure belli ac pacis. [1625] Oxford: Clarendon, 1925); John
Locke (1632-1704) (Two treatises of government [1690] London: Penguin, 1968)

Proposta básica: Este modelo é uma proposta de abordagem dentro da Teoria Ética baseada em direitos das pessoas.
Baseia-se na existência de bens fundamentais e finais, sem uma organização hierárquica, que são os seguintes:
 Conhecimento;
 Vida estética;
 Vida lúdica;
 Razão prática;
 Religiosidade;
 Amizade.

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6º Período - Odontologia – UniFOA – Bioética
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É uma proposta individualista com uma inserção da pessoa na sociedade.

Crítica: Este proposta não tem, de acordo com alguns autores, todos os requisitos teóricos necessários para se
constituir em um modelo explicativo propriamente dito. Não fica claro, igualmente, quais os motivos utilizados para
a seleção destes bens fundamentais especificamente e por que outros não foram incluídos.

MODELO CONTRATUALISTA

Proposta básica: Este modelo propõe uma nova perspectiva nas relações entre médico, paciente e sociedade. A sua
maior contribuição foi a de propor um repensar na forma de relacionamento médico-paciente, rompendo com
tradição ocidental paternalista, oriunda da escola hipocrática. No modelo contratualista o médico mantém a
responsabilidade pelas decisões técnicas, embasando-se na sua competência profissional. Ao paciente cabe decidir
de acordo com o seu estilo de vida, seus valores morais e pessoais. O processo de tomada de decisão deve ocorrer
em um clima de troca de informações e negociação. A negociação caracteriza-se por possibilitar que todos os
envolvidos tenham vantagens no processo. Este modelo estabelece uma nova forma de relação entre o médico e seu
paciente, entre o médico e a sociedade e da relação médico-paciente com a sociedade.
Os princípios que embasam esta proposta são:
 beneficência;
 proibição de matar;
 dizer a verdade;
 manter as promessas.
É uma proposta individualista com uma inserção da pessoa na sociedade.

Crítica: Este proposta não tem, de acordo com alguns autores, todos os requisitos teóricos necessários para se
constituir em um modelo explicativo propriamente dito.

MODELO PERSONALISTA

Referência histórica: Fenomenologia e Existencialismo.

Proposta básica: Este modelo é composto por três importantes características:


 Alteridade - Lévinas - "O outro é anterior ao eu";
 Relacional - Appel - através da Ética da Razão Comunicativa;
 Singularidade e universalidade do ser humano.

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Uma de suas contribuições mais importantes foi a de propor uma formal discussão sobre o papel do "outro" nas
justificativas para uma tomada de decisão. Introduziu formalmente os "terceiros" como parte fundamental e
primeira deste processo. Outra importante contribuição, a partir da Ética da Razão Comunicativa, foi a de
estabelecer regras claras para um adequado processo de troca de informação.
É uma proposta focalizada na sociedade.

Crítica: Este proposta não tem, de acordo com alguns autores, todos os requisitos teóricos necessários para se
constituir em um modelo explicativo propriamente dito.

MODELO TERNÁRIO

Referência histórica: Principialismo e Casuística.

Proposta básica: O Modelo Ternário, a exemplo do Modelo Coerentista, propõe a utilização conjunta dos modelos
baseados em princípios e em casos. A novidade é introdução de um terceiro elemento, que o autor chama
de obrigações morais. Este componente introduz uma perspectiva de complexidade ao modelo, permitindo a
inserção da incerteza como elemento.
O Modelo Ternário, na visão de Francesco Bellino (Fundamentos de Bioética. Bauru: EDUSC, 1998:215-217), é um
modelo para a análise de problemas morais em Bioética Clínica. A sua proposta divide esta análise em três
momentos distintos:

 Momento I - É a interpretação do problema com base nos deveres prima facie, isto é, nas normas
morais (Princípios). Este modelo segue a proposta de que são devem ser considerados quatro
princípios huierarquizados: princípios primários - Não-Maleficência e Justiça;, e princípios
secundários - Beneficência eAutonomia. Este critério é denominado de "U" (universal);

 Momento II - É a análise do caso em si. É a verificação das situações peculiares que envolvem o
problema em questão. Através da Prudência (Phronesis ou razão prática) utiliza-se a proposta de
epiquéia (ou equidade), sugerida por Aristóteles (Ética a Nicômacos. Brasília: UNB, 1992: para avaliar
as possíveis exceções às normas identificadas. Este critério é denominado de "P" (particular);

 Momento III - É a tomada de decisão realizada com base nas obrigações morais. É a interação entre
os critérios Universal (U) e Particular (P) levando em conta as contingências do problema moral em
si. Este momento introduz a questão da incerteza, das múltiplas alternativas possíveis. A

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6º Período - Odontologia – UniFOA – Bioética
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contingência é optar, neste momento e nestas circunstâncias, pela alternativa possível tida como
necessária. Este critério é denominado de "C" (contingente).

É uma proposta individualista, que introduz alguns componentes sociais.

Crítica: A crítica a esta proposta tem sido a de que Diego Gracia considera os princípios
da Não-Maleficência e da Justiça como sendo absolutos. A Beneficência seria sempre
relativa à Autonomia. Se existe princípios absolutos, eles contradizem o próprio Modelo
que os considera como deveres prima facie.

MODELO BIOÉTICA E COMPLEXIDADE

Referência histórica: Principialismo, Casuística, Edgar Morin, Ilya Prigogine e Bioética Profunda de Van Rensselaer
Potter

Proposta básica: Este modelo foi proposto por José Roberto Goldim em 2002 com base na definição de Bioética
Profunda de Potter, buscando uma aproximação dialógica dos referenciais teóricos, como o Principialismo, os
Direitos Humanos, as Virtudes e a Alteridade, entre outros, com os casos paradigmáticos - e nos pressupostos da
teoria da complexidade, utilizando o pensamento de Edgar Morin e Ilya Prigogine e a Ética da Razão Argumentativa
de Jurgen Habermas.
Este modelo propõe uma reflexão integrada dos pensamentos dialético e analítico. A abordagem analítica de um
problema, dilema, conflito ou desconforto ético, engloba os fatos, as suas circunstâncias, a formulação de diferentes
alternativas ou cenários, com as suas respectivas conseqüências possíveis. A abordagem dialética do problema
envolve os diferentes referenciais teóricos e os casos relacionáveis já descritos, que se assemelham a situação em
questão. Utilizando a teoria da complexidade é possível uma reflexão analítica e dialética deste problema,
baseando-se no conjunto destes elementos e não apenas em um deles.
Os fatos e as circunstâncias delimitarão a situação real que está sendo abordada. A descrição dos fatos envolve as
evidências e informações disponíveis. As circunstâncias detalham o fato. Permitem vislumbrar as suas
peculiaridades, as características próprias de cada situação. Na descrição das circunstâncias devem ser levados em
conta os diferentes aspectos morais, legais, religiosos, sociais, econômicos, culturais, psicológicos, biológicos,
assistenciais e científicos, entre outros.
O estabelecimento de cenários, isto é, o levantamento das diferentes alternativas e suas conseqüências é
fundamental para orientar também a tomada de decisão. Os mesmos aspectos utilizados na caracterização das
circunstâncias podem ser utilizados para verificar a adequação ou não das ações possíveis.

MODELOS EXPLICATIVOS UTILIZADOS EM BIOÉTICA - JOSÉ ROBERTO GOLDIM


6º Período - Odontologia – UniFOA – Bioética
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Os referenciais teóricos utilizados no Modelo da Bioética Complexa incluem os Princípios, os Direitos Humanos. as
Virtudes e a Alteridade. Todos utilizados como elementos de fundamentação para as justificativas e argumentação.
As Virtudes dão base para comportamentos individuais esperados e tidos como adequados. Os Direitos
Humanos,sejam eles individuais, coletivos ou transpessoais, justificam ações que devem ser realizadas no sentido de
garantir o seu cumprimento e eficácia. Os Princípios devem orientar o raciocínio e não ser apenas um elemento
taxonômico para os dilemas. Eles permitem identificar e verificar conflitos entre diferentes direitos e deveres,
sempre tomados como prima facie, isto é, Princípios que podem ser priorizados ou ponderados, mas não
hierarquizados. A Alteridade inclui a discussão da co-presença ética e da co-responsabilidade sempre presente nas
ações humanas. Com base nos fatos, circunstâncias, alternativas e conseqüências previstas pode ser feita uma
reflexão sobre a adequação de cada uma das alternativas em relação aos diferentes referenciais teóricos possíveis,
sem se ater especificamente a um único como fonte de justificativa.
Os casos pregressos devem ser comparáveis à situação atual. Eles permitem descrever situações onde fatos
semelhantes tiveram seus desdobramentos. É a possibilidade de aprender com a experiência pessoal e alheia. É
possível verificar as conseqüências que determinadas opções geraram. Os casos não devem limitar, mas sim
orientar. A coerência no processo de tomada de decisão deve levar sempre em conta o conjunto de fatos e
circunstâncias envolvidos no caso que está em discussão. Manter uma decisão apenas por coerência, quando houve
uma mudança nos fatos ou circunstâncias, é sinônimo de rigidez, de falta de adaptabilidade.
Os casos e os referenciais teóricos são ferramentas que devem orientar o raciocínio no processo de tomada de
decisão. Os casos metaforicamente poderiam corresponder a um mapa, por representar o caminho já trilhado por
outros no passado. Os referenciais teóricos, tais como os Princípios, Direitos Humanos, Virtudes ou a Alteridade, se
assemelhariam a uma bússola, pois independentemente da situação em si, apontam para uma reflexão já
estabelecida e conhecida. Ambos auxiliam dialeticamente na busca de uma decisão. A reflexão analítica do
problema, com seus fatos, circunstâncias, alternativas e conseqüências, poderia ser comparada a um sextante, que
permite localizar e estabelecer as diversas rotas possíveis para se atingir um destino desejado, com a ajuda
da bússola e do mapa. A teoria da complexidade permite integrar estes diferentes enfoques e a Ética da Razão
Comunicativa permite exercer este modelo na prática.
A Bioética não tem o compromisso de tomar a decisão, ela deve auxiliar o responsável por este processo, refletindo,
balizando e indicando as diferentes alternativas, com as suas consequências, com as reflexões feitas po outras
pessoas e com a experiência já acumulada sobre este problema.
O fundamental neste modelo é não adotar um dos componentes como mais importante que os outros, mas sim ter
uma visão integradora e sincrônica de todo o processo de tomada de decisão.

Crítica: Este modelo não se caracteriza como uma nova proposta, mas sim como uma síntese das várias propostas
anteriores.

MODELOS EXPLICATIVOS UTILIZADOS EM BIOÉTICA - JOSÉ ROBERTO GOLDIM


6º Período - Odontologia – UniFOA – Bioética
85

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

 A sua concepção universal de valor inerente ao homem, não só é fundamento de muitos tratados
internacionais, como da maioria das atuais constituições democráticas.

AUTONOMIA
 Valoriza as opiniões e escolha dos sujeitos
 Decisão voluntária em participar
 Decisão em acatar o tratamento
 Decisão de abandonar
 Proteção – incapaz e vulnerável

A bioética possui quatro princípios, o primeiro já foi falado, é a AUTONOMIA, a dignidade está ligada
diretamente à autonomia, é tão importante que toda a nossa constituição tem como base a dignidade da pessoa
humana, o código civil também.
A dignidade é o principal princípio na bioética porque como foi mostrado na história, era dado valor a outro
indivíduo e, com isso, haviam pessoas mais valorizadas e pessoas menos valorizadas, a ideia era quebrar esse
conceito. A partir da segunda guerra mundial, esse princípio da dignidade foi cada vez mais se acentuando para
tentar impedir barbaridades.

BENEFICÊNCIA
 Maximizar os benefícios e minimizar os danos ou prejuízos (na pesquisa deve-se pensar nisso)
 O mais fundamental – Hipócrates
 Garantir o bem estar do indivíduo
 Planejamento sólido e pesquisadores qualificados (ter uma revisão bibliográfica muito boa, como em uma
tese de mestrado, delinear o trabalho em cima de conhecimentos anteriores)

Para fazer uma pesquisa precisa ter um ganho, não pode fazer uma pesquisa apenas pela curiosidade
científica, é necessário que tenha uma justificativa que indique que será boa para a população, para o indivíduo
(objeto da pesquisa).

É preciso que se tenha uma base para iniciar uma pesquisa, não pode utilizar uma técnica com uma
substância nova que não se conheça os efeitos, necessário fazer diversos testes (in vitro, in vivo) para verificar sua
toxidade, até que se saiba um número de toxidade relacionado a uma determinada cobaia (um rato, por exemplo).
Se uma nova substância for testada na cobaia e não trouxe nenhum benefício para o animal, ela é descartada.

Rebecca Moraes – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
86

Foi descoberta uma substância que com a bactéria do intestino a transforma em uma proteína, que a
bactéria vai metabolizar. A ideia da proteína é pegar a bactéria, que vive no máximo 45 dias, utilizou essa proteína
em cultura, tendo 45% de sobrevida, então ela aumentou o tempo de vida da bactéria.
Começou a utilizar em ratos, ainda não viu resultados significativos, porque foi para a parte muscular,
começou a correr mais, melhorou em termos de fibras musculares. Em breve, serão feitos outros estudos, para
verificar se há toxidade ou benefícios. Depois que há um parâmetro, pode partir para o ser humano ou para um
animal mais próximo da composição humana, como o macaco. A expectativa é que essa substância melhore a
qualidade de vida do ser humano e também que haja uma longevidade, está focado nas mitocôndrias,
principalmente muscular, porque a fibra muscular precisa de bastantes mitocôndrias. Com o tempo, a mitocôndria
vai desintegrando – a qualidade - e as substâncias de degradação ficam nas células, essa substância diminui essa
degradação e quando ela degrada ela elimina com facilidade, não trazendo toxidade para célula. Por isso, é
importante estudar toda a teoria, fazer o desenho da pesquisa, que justifique pelos trabalhos anteriores os
benefícios que vai trazer para a população tomando esse medicamento.

O objeto principal é o ser humano, se não benefícios não tem porque realizar essa pesquisa. Na área
acadêmica, o objetivo das pesquisas é atualizar conhecimento, como ocorreu com o conceito de cárie ser uma
doença infectocontagiosa.

MALEFICÊNCIA
 Garantir que danos previsíveis serão evitados
 Os danos jamais poderão superar os benefícios

Ás vezes diz o benefício, mas não se diz os malefícios, principalmente com substâncias e medicamentos,
porque pode haver pesquisas que vão trazer benefícios, mas trarão efeitos colaterais mais graves. Por exemplo, uma
substância que melhor o sorriso, mas ao mesmo tempo está sobrecarregando a pressão, ocasionando uma
hipertensão arterial, ter efeito antagônico ao remédio de pressão.

Em pesquisas com medicação, provou-se que até o animal ela é boa, mas no ser humano é outra fisiologia
pode não ser, sendo que há no mercado outro medicamento para essa doença, como um antidepressivo – está bom,
efeito esperado – mas a nova medicação traz outros benefícios, ela não diminui o libido, logo, a questão é: vai tirar a
medicação que está funcionando para tentar outra que só sabe que até o animal foi boa, mas e se no ser humano
tiver um efeito rebote (efeito contrário)? Então, não pode tirar a medicação, vai ter que desenhar esse projeto, com
um grupo só com a medicação, outro com a medicação e a nova medicação (falando no caso da depressão, em que
há o risco de suicídio, não se poder retirar a medicação ou no caso da hipertensão, que seriam 6 meses com a
pressão mais elevada, ou seja, fazendo lesões na artéria do coração). Não pode impedir que o indivíduo tivesse o
tratamento sendo que na ciência já há outro tratamento que é aceito dentro da associação da cardiologia ou da

Rebecca Moraes – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
87

psiquiatria, não pode ser retirada a medicação. Por isso, esses trabalhos são muitos difíceis de ocorrer porque
podem trazer malefícios.

JUSTIÇA
 Dar a cada pessoa o que lhe é devido - Não é justo expor pacientes sem que resulte benefício real
 Equidade na distribuição dos bens e benefícios
 Projeto de relevância sócio-humanitária
 Imparcialidade na distribuição dos riscos e benefícios dos sujeitos
 Não ceder aos interesses econômicos

Justiça é ver a população que vai ser feita a pesquisa, se o paciente é vulnerável, aluno da instituição, militar,
indígena, deficientes mentais, idosos com doenças que diminuem a autonomia, esses indivíduos serão muito mais
protegidas. Na população “normal” vai verificar se estão sendo trazendo algum privilégio, como na pesquisa só há
determinado nível social, como uma pesquisa que foi feita em Manaus, só em determinados grupos que precisavam
de dinheiro. Por isso, a pesquisa precisa ser aleatória, se não for precisa de uma justificativa muito boa para aquela
situação, como uma pesquisa de gene indígena porque havia baixo índice de câncer de mama, então queria ver se o
gene da indígena era diferente, logo, tinha um porque, e também trouxe benefícios para a população, como acesso a
saúde, educação. Trouxe benefícios e não apenas usou as mulheres, sendo esse o correto.

Participar de pesquisas na instituição de ensino significa ganhar o tratamento, ter acessos as clínicas
odontológicas disponíveis, logo, há benefício de saúde para ele.

Na clínica, o correto no prontuário é descrever qual é o benefício que o paciente vai ter com aquela
disciplina e os malefícios devem ser avisados, como o fracasso de um implante que pode não ter ósseo integração ou
no caso de não fazer o enxerto e ter uma queda de qualidade do implante, sendo esta menor porque vai ter uma
força menor de mastigação, isso precisa ser dito. Ás vezes o direito de informação negado ao paciente é o único
defeito da técnica, sendo a técnica cirúrgica bem executada, mas não foi dado o direito de informação (saber
benefícios e malefícios). Há muitos alunos e dentistas que acreditam que se falar tudo que pode ocorrer o paciente
não vai querer iniciar o tratamento ou se mostra vários papéis para assinar já causa a impressão que vai dar tudo
errado. Mas a medida que a cultura vai se espalhando, o profissional que não oferece a informação sobre os
malefícios ou não pede as assinaturas para o paciente, esse também pode não querer iniciar por pensar que está
tentando vender algo que vai dar errado.

Antigamente, não era necessário o uso de luvas para atendimento, ainda hoje há aqueles profissionais mais
antigos que se recusam a utilizar, mas o paciente que consulta com ele dificilmente irá voltar, caso dê alguma
infecção ele pode ser processado e se não ocorreu a infecção ele também pode ser processado por causa da sua
ética profissional, já que ele não está obedecendo as normas de biossegurança.
Rebecca Moraes – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Bioética
88

Devido à mudança cultural, é necessário que os documentos existam porque há o aumento de processos, a
complexidade dos tratamentos está aumentando devido ao aumento da ciência e, com isso, há o aumento da
possibilidade de erro, uma chance de falha maior. Antigamente, havia um ou duas resinas além do amálgama, hoje
há um mercado enorme para a estética.

O judiciário ainda tem em mente que a odontologia não tem a complexidade ligada ao fisiológico, por isso a
grande maioria dos tratamentos da odontologia é visto como de resultado, se há uma expectativa de resultado
muito grande do paciente e o resultado não for alcançado para ele, ás vezes o resultado seja até bom, funcional e
estético, mas dará conflito. Entende 90% dos casos como de resultado, então quando diz que a cor ou a forma vai
ficar de determinado jeito tem que alcançar esse objetivo, se não o profissional errou porque criou a expectativa no
paciente. Há erros, mas está considerando que tudo foi feito corretamente, porém, a fisiologia também afeta, mas a
ortodontia, por exemplo, é visto como estética e tem que alcançar o resultado, mesmo havendo a fisiologia
envolvida com a reabsorção óssea.

Tem que haver o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o paciente deve ter autonomia, deve-
se falar sobre os benefícios e esclarecer os malefícios, e o que será feito caso aconteça.

A justiça está mais ligada à relação paciente-profissional. Em uma situação de reabilitação oral em que o
plano de tratamento ficou em R$ 30.000,00, o profissional deve perceber a condição social do paciente porque se o
paciente mora na periferia, ganha R$ 2.000,00, tem uma família com 3 ou 4 filhos, não é possível que ele pague esse
tratamento. Então, o juiz vai considerar que agiu de má fé, considerando que foi feito com o objetivo do paciente se
endividar e visando a penhora dos bens do paciente, sendo assim o juiz pode rever o valor e determinar que pagará
apenas R$ 10.000,00 ou R$ 5.000,00 ou pagar praticamente apenas o valor dos materiais pela má fé que agiu com o
paciente. Nem tudo que está escrito no contrato vale, antigamente era assim, mas no novo código civil os principais
são a dignidade da pessoa humana e a boa fé. Se houver má fé, o contrato se desfaz ou se refaz na justiça para ser
equilibrado para ambas as partes.

SÉCULO XX – “Triunfo tecnológico” (Humberto Eco)


 Novas situações conflitantes e complexas desenvolvem uma nova ciência: Bioética
 Preocupa-se com a moralidade e a nacionalidade da conduta humana no campo das ciências
 Natureza pluralista e multidisciplinar

Na medida em que a técnica vai avançando vão tendo situações mais conflitantes, como o transplante de
cabeça por conta do problema ético que vai ser gerado. Isso vai trazer várias ciências discutindo sobre o mesmo
assunto, por isso o comitê de ética não pode ter várias pessoas da mesma ciência, porque cada um vai ter
pensamentos diferentes.

Rebecca Moraes – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
89

INTRODUÇÃO A BIOÉTICA
 As raízes da bioética encontram-se historicamente fincadas no progresso das ciências médicas
 A bioética é uma ciência da qual o homem é sujeito e não objeto.

A bioética não é restrita a ciências médicas, vem trazendo o homem como sujeito e não objeto. Nas
pesquisas de antigamente, colocava o ser humano sem direitos, aqueles que não tinham como recorrer para se
defender, a bioética veio para proteger isso.

Se o indivíduo quer fazer uma pesquisa e injetar uma substância em si mesmo, ele não pode devido a
dignidade da pessoa humana, que é irrenunciável, mesmo que queira ele não pode porque precisa passar pelo
comitê de ética e sem passar pelo comitê não será aprovado por nenhuma revista.

O indivíduo não pode decidir que vai andar sem cinto de segurança ou sem capacete porque é a vida dele e é
ele quem está em risco, porque se ele sofre um acidente, ele vai envolver outras pessoas e vai ter gastos para o
estado, no EUA é permitido, mas já no Brasil não é permitido porque há um Sistema Único De Saúde que terá gastos
com esse indivíduo, por isso a maneira de prevenir isso é criando leis. Mas os estímulos que as pessoas mais
atendem são os morais, por isso é importante educar, fazer uma nova cultura em que a pessoa não vai usar o cinto
apenas porque vai ser punida, isso é criar uma nova educação, em que os pais passam para os filhos.

A moral é pessoal, é o que se faz quando ninguém está vendo, a partir do momento em que há uma câmera
não está agindo pela moral, já é uma situação de ser medo de ser punido, em qualquer momento que houver uma
oportunidade de burlar isso, vai ser burlado. Quando é algo íntimo das pessoas vai ser automático, são estímulos
que estão um pouco errado. Mas que são medidas que são necessárias em alguns momentos, em outros é a
educação.

Um neurocientista criou um chip, através de uma pesquisa conseguiu codificar o pensamento motor e o
computador traduz para um movimento robótico. Foi perguntado sobre a possibilidade disto evoluir tanto e isso
funcionar com um HD, em que teria informações armazenadas e seriam acessadas porque está naquele chip, e a
possibilidade é grande. Também estão desenvolvendo isso para a parte sensorial, que nada mais é do que uma
interpretação do sistema nervoso, quando toca um objeto quem está fazendo toda a interpretação é o cérebro e
não a mão, está sendo feita uma linha de pesquisa para quando o robô pegar uma lata ele sinta a textura, a
temperatura. Qual seria o problema bioético se inventasse o chip para o indivíduo ter o seu HD para acessar
quando quiser? Condição financeira. Quem tiver dinheiro, vai poder acessar isso. Não vai haver uma deslealdade na
competição de trabalho, quem tiver dinheiro vai estar em um status superior.

Se houvesse realmente um gene da inteligência a questão seria que só poderia ser liberado se fosse para
todos ou então para ninguém, porque à medida que libera algo em que a condição financeira determina quem vai

Rebecca Moraes – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
90

ter, vai haver a classe dos superdotados e vai estar superior, os outros que não vão ter essa condição vão estar
sempre inferiores. Então, não está sendo uma seleção natural e, sim, uma condição mecânica, artificial, produzida
pelo homem em que o fator econômico vai definir que esses indivíduos serão os escolhidos. O fator bioético vai
questionar isso, vai tentar impedir, vai fazer força através dos direitos humanos, todos os países signatários que
assinaram os direitos humanos terão que seguir isso, claro que vai haver aqueles que não irão seguir até mesmo nos
países que assinaram e vão tentar fazer em outros países que serão liberados, mas vai ter uma pressão econômica e
até mesmo militar que vai tentar impedir isso. Pode não impedir, mas a bioética vai questionar para que seja o
menos desnivelado possível, se é tem que ser para todos que quiserem e que o governo financie, para diminuir esse
desnível. A bioética é uma tentativa para fazer o mundo melhor.

Existiu um momento em que inventou a máquina da diálise, o problema que surgiu não foi só o dinheiro em
sim, mas sim quem iria usar a máquina e qual seria o critério (Econômico? Idade? Especifico de uma doença? Ordem
de chegada?), como seria definido quem tem mais chance de sobrevida? Criou um problema, porque não tinha um
tempo hábil para produzir em larga escala para todo o EUA. Por isso, foi proposto um encontro multidisciplinar para
definir o critério de classificação do uso da máquina e ser o menos injusto possível, antes quem decidia essas
situações eram médicos e isso foi quebrado porque chamou outras ciências para chegar ao senso comum.

No transplante, o mais jovem vai entrar na fila primeiro que o mais velho e há uma linha de chegada sim,
mas existe uma escolha de genes compatíveis, há uma pessoa de 70 anos e um jovem de 16 anos na lista de espera
do transplante de rim, quem vai receber vai ser o jovem porque tem mais chances de sobrevida. A idade do órgão
doado não vai influenciar porque quem está esperando a doação já está com o órgão quase sem funcionar, por
exemplo, se vier um rim de uma pessoa de 50 anos já vai valer a pena, mas existem os marcadores genéticos que vai
definir se pode receber esse órgão.

O problema ético do transplante de coração era o conceito de vida, qual era o momento da morte? Antes da
primeira cirurgia, o conceito era morte cardiorrespiratória, quando foi realizada a cirurgia de transplante teria que
considerar quem a realizou um assassino, ou aceitava a mudança do conceito de vida, lógico que já havia vindo
sendo estudado o conceito de morte cerebral e o conceito de vida foi passado para morte cerebral.

População vulnerável está relacionada com a questão de justiça, como indígena, militar, estudante,
incapacidade absoluta ou relativa, indivíduos com doença mental, idosos, etc.

Rebecca Moraes – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Bioética
91
92

ANATOMIA DA CAVIDADE PULPAR

I. CAVIDADE PULPAR - POLPA

É um espaço localizado no interior do dente e ocupado pela polpa dental, exceto ao nível do forame, onde se
encontra um tecido diferente. A polpa é responsável pela sensibilidade ao frio e ao quente, sendo assim, se o dente
não tem polpa não há sensibilidade, não há resposta.

A polpa inflamada faz o dente doer com o frio ou com o quente. Quando a dor é causada pelo frio e passa logo,
significa que ainda há salvação, mas quando a dor é causada pelo quente tem que fazer canal, pois a polpa está em
um nível de inflamação muito mais avançada. Podem até ser realizados procedimentos e a dor sanar, mas a polpa
continuará inflamada e uma hora irá doer. É importante lembrar que, mesmo com a polpa morta e o dente sem
sensibilidade, um dia ele irá doer.

Então, se a polpa estiver inflamada é importante realizar o tratamento, mas vai depender da maturidade do dente,
já que a principal função da polpa é formar dentina. Se o ápice estiver aberto e o dente for imaturo, a polpa ou parte
dela deve ser mantida até o fechamento do ápice (pulpotomia). Entretanto, se o dente já estiver completamente
formado, ou seja, maturo não tem motivo para sua permanência, devendo ser feito o canal.

A sensibilidade à variações de temperatura é dada pela polpa, então se não há polpa, não há sensibilidade ao frio ou
ao quente. Também não haverá sensibilidade a manipulação, já que a inervação se foi. Já a sensibilidade ao toque é
dada pelo ligamento periodontal com toda sua inervação.
OBSERVAÇÕES:
O que é cárie? Bactéria. Há quem remova a cárie, coloque uma gota de corticoide e acha que não vai ter problema. Apenas
desinflama superficialmente, mas a bactéria já entrou. O corticoide faz vasodilatação e por isso, para de doer. Então, coloca
hidróxido de cálcio em cima da polpa, põe ionômero, etc. Porém, a bactéria está ali dentro. “E a curetagem?” Se o ápice estiver
fechado, não tem porque fazer. Você não sabe até quando a bactéria penetrou. Quando você faz curetagem, o hidróxido de
cálcio faz o que com a polpa? Manda a polpa produzir tecido duro. Que horas ele manda a polpa parar? Nenhuma. E aí,
começa a calcificar sem parar e some o canal e lá na pontinha aparece aquela bolinha preta, chamada bactéria.
 Polpa inflamada não faça nada. No máximo abre o dente, tira a dor e faz canal. Enquanto tiver canal em polpa viva, o
índice de sucesso é de 95% a 98%, traduzindo: de 100 dentes com a polpa viva, você pode ter insucesso em 2.
Quando há canal em polpa morta, o índice cai para 68% a 74%. De 100 dentes, 30 dará zebra.

II. POLPA x PATOLOGIA


1. Dente Fistulado  a fístula é o primeiro sinal de necrose pulpar, logo o dente fistulado não dói, pois a
polpa já morreu.

2. Rastreamento de Fístula  Quando há fístula, mas não se sabe em qual dente realizar o canal, o indicado é
abrir um pouco a fístula com a sonda, inserir um cone de guta até que ele pare e radiografar para saber

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
93

corretamente qual dente tratar. O procedimento é realizado sem anestesia, já que o trajeto da fístula é
epitelial.

III. LIMITES DA CAVIDADE PULPAR


Reproduz a morfologia externa do dente, dividindo-se em duas porções: uma coronária (câmara pulpar), que se
encontra na coroa e outra radicular (canais radiculares), que se encontra na raiz.
 Limites da Câmara Pulpar
Quatro paredes de importância: parede disto-vestibular, parede mésio-vestibular, parede oclusal e parede
cervical (ou assoalho). Duas dessas tem maior importância: parede oclusal, pois é importante sua remoção
para conseguir chegar à câmara; e o assoalho, onde se encontram as entradas dos canais. O assoalho não
deve ser tocado com a broca, pois há o risco de perfuração, saindo no periodonto.
Os dentes uniradiculares não possuem assoalho e a câmara pulpar transforma-se gradualmente no canal. Já
nos dentes multiradiculares, o assoalho é uma superfície lisa e polida, onde se encontram os orifícios de
entrada dos canais.

IV. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA CAVIDADE PULPAR


 Ocupa a porção central do dente na hora de fazer o acesso, deve-se entrar com a broca em direção ao
centro do dente;
 Possui a forma aproximada à do exterior do dente  se o incisivo é triangular, sua câmara pulpar será
triangular; se o molar é mais quadrado, câmara pulpar também será quadrada;
 Se modifica de acordo com a idade  o volume diminui com a idade (produção de dentina);
 O ponto mais estreito, de maior constricção está no canal/dentina/cemento (CDC)  o CDC localiza-se no
final do canal;
 A cavidade pulpar tem seu forame localizado para apical.

OBSERVAÇÕES: O dente é seguro no alvéolo por quem? Ligamento periodontal. O ligamento


periodontal tem mobilidade. Então, se a polpa saísse na ponta da raiz (que não é macia e nem o alvéolo
é macio) seria esmagada contra o osso alveolar. Para defesa e integridade, ela sai fora da ponta da raiz.
Por isso, ao medir o canal, tira-se 1 a 2 mm de desconto para chegar ao CDC, não à ponta da raiz.

V. CANAL RADICULAR
 Divide-se em: terço cervical (+infectado) ou coronário, terço médio e terço apical;
Quando o dente não está doendo, mas na radiografia a bactéria está presente, significa que apesar de sua
presença o sistema imune do paciente está em equilibro. Mas quando se introduz a lima e o material
orgânico é empurrado para frente, ou seja, as bactérias e toxinas são empurradas no sentido apical, o meio
entra em desequilíbrio, o paciente apresenta dores e inchaço, a esse processo se denomina flare up. Nesses

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
94

casos, é importante fazer a penetração desinfectante, daí a importância de conhecer os terços do canal
radicular.
Essa divisão de terços evita o flare up, pois se sabe quais são os terços, qual o tamanho do dente pela
medida da radiografia e até onde se deve penetrar para realizar corretamente a penetração desinfectante;

 Flare Up  agudização que surge, principalmente, entre as sessões de tratamento de canais radiculares, ou
seja, a extrusão de bactérias e suas toxinas para região apical, desencadeando desequilíbrio do meio e
causando dor ao paciente;

 Penetração Desinfectante  a penetração desinfetante visa neutralizar e/ou remover o conteúdo necrótico,
microrganismos, substratos e produtos bacterianos encontrados no interior do canal radicular, sem levar
estes componentes à porção apical ou, eventualmente, à região periapical. A neutralização do produto
necrótico é feita com hipoclorito de sódio 2,5%;

 Limite CDC (Cemento/Dentina/Canal)  o canal radicular é formado por dois cones truncados unidos pelo
seu ápice: um dentinário que se abre para cervical (canal maior) e um cementário que se abre para apical
(canal menor). Separando o canal dentinário do canal cementário, encontra-se um ponto de constrição
máxima do canal radicular: limite CDC. O que está preenchendo o canal radicular é a polpa, depois do CDC, p
que preenche o canal cementário é tecido de origem periodontal.

OBS.: como descobrir quais são os terços cervical, médio e apical? Medindo a radiografia. O terço médio possui 14
mm. A divisão em terços evita flare up, pois se sabe a medida dos terços, evitando a penetração excessiva da lima,
facilitando a execução de uma penetração desinfectante adequada.

OBS.: em um dente com necrose, a maior concentração de bactérias está no terço cervical.

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
95

VI. FATORES QUE ALTERAM A CAVIDADE PULPAR


 Dentina Secundária  relacionada a idade do paciente, o canal fica atrésico;
 Dentina Terciária  ação de fatores como bruximo, utilização de banda ortodôntica, etc. Presença de
nódulos pulpares e agulhas cálcicas;
 Reabsorção interna;
 Calcificação  altera a vitalidade pulpar;
 Dens in dente;
 Calcificação da cavidade pulpar;
 Classe V  estreita ou fecha a entrada dos canais radiculares.

VII. ASSIMETRIAS RADICULARES


 Curvatura  é um desvio palatino do eixo radicular, executando uma curva;
 Angulação  é um desvio brusco de uma parte do eixo em relação a outra.

VIII. SISTEMA DE CANAIS - Não existe apenas um canal, mas sim um sistema de canais, o que nos leva a crer que
o problema da endodontia é a bactéria e o do endodontista é a anatomia interna dos canais.

IX. RAMIFICAÇÕES DOS CANAIS RADICULARES


1. CANAL PRINCIPAL  é o mais importante. Passa
pelo longo eixo dental, podendo alcançar, sem
interrupções o ápice radicular;

2. CANAL COLATERAL  percorre trajeto semelhante


ao do canal principal. São de menor calibre e podem
penetrar na raiz por forame independente ou não;

3. CANAL LATERAL  sai do canal principal e vão até o


cemento em alguma região lateral da raiz;

4. CANAL SECUNDÁRIO  sai do canal principal e


termina no cemento apical;

5. CANAL ACESSÓRIO  sai do canal secundário e termina no cemento apical;

6. INTERCONDUTO  coloca um canal em comunicação com outro. Não possui importância clínica, pois não
atinge o periodonto;

7. CANAL RECORRENTE  sai do canal principal, percorre uma distância em arco dentro da dentina e retorna
ao canal principal. Não possui importância clínica, pois não atinge o periodonto;
Fernanda Teixeira – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Endodontia I
96

8. CANAL RETICULAR  são o entrelaçamento de 3, 4 ou mais canais que correm paralelamente e ligados por
intercondutos. Possui importância clínica;

9. DELTA APICAL  são múltiplas derivações que saem do canal principal na região apical, originando
múltiplos forames;

10. CANAIS CAVO-INTERRADICULAR E CAVOSUPERFICIAL  localizados no assoalho de dentes


multiradiculares colocam a câmara pulpar em contato com o periodonto através da furca.

OBS.: em uma radiografia, quando não é possível visualizar o percurso completo do canal, é porque aquele elemento
possui mais de um canal.

X. CAVIDADE PULPAR - Canais lateral, secundário, acessório e cavo-interadicular, que põem em comunicação o
canal principal com o periodonto, são de grande significado quando estão presentes problemas de endoperio.

OBS.: a diafalização tem objetivo de deixar o dente transparente para estudos do sistema de canais.

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
97

Posição do
dente no arco Direção de
trepanação

A posição do dente no arco, assim como o conhecimento da anatomia facilitará nosso trabalho na hora de abrir o
dente e ter acesso à cavidade pulpar.

De acordo com os livros devemos entrar com a broca perpendicular à superfície do dente, no entanto, a anatomia de
um dente não é o mesmo que o outro, podendo perfurar o dente.

A cavidade pulpar está localizada no CENTRO DO DENTE, consequentemente dirigir a broca sempre para o mesmo,
evitando que a broca perfure o dente, erro no qual dirigiu a broca em outra direção, ou seja, o ideal é broca sempre
em direção ao MEIO DO DENTE e sempre olhar a LOCALIZAÇÃO NO ARCO.

Exemplo: Se perdemos o elemento 36, o que ocorre com o 37? Mesializa, com isso devemos entrar com a broca
mesializada também, ou seja, sempre em direção ao centro do dente, pois se entrar perpendicular perfuramos,
passando direto pela coroa. Sendo importante ter brocas com a ponta cega para não ter perfuração na furca, não
perfurando o assoalho.

PERIODONTO
 Estruturas de suporte do dente.

TOPOGRAFIA DO PERIÁPICE
 Periápice ou Periodonto Apical, é um complexo de tecido que circunda a porção apical de um dente,
constituindo de cemento, ligamento periodontal e osso alveolar.

Exemplo – Endopério (bolsa periodontal contaminando a polpa)  Paciente apresenta uma bolsa periodontal de
7mm de sondagem, esse espaço apresenta muitas bactéria, se ali tiver um canal lateral vai encher esse canal de
bactéria, podendo ou não ter potencial de inflamar a polpa, no entanto o periodontista realiza o tratamento de
raspagem para fazer a bolsa ficar no processo inativo, mas se não remover as bactérias ali presentes a bolsa se
ativará novamente, com essa detecção de bolsa profunda o periodontista encaminha para o endodontista para o
tratamento de canal, removendo a polpa e as bactérias acabam morrendo, em seguida preenche o canal com
hidróxido de cálcio, deixando o pH da lesão alcalino.

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
98

PERIODONTO APICAL
 É uma região onde tem uma intensa atividade biológica, proporcionando aos tecidos periapicais um quase
ilimitado potencial de reparo  por maior que seja a lesão periapical, se eu tratar bem o canal essa lesão
desaparece, por que eu tenho nessa região periapical, células que estão prontas para produzir tecido próprio
para reparo da região.

EFEITO CAUSA TRATAMENTO

Áreas RL na
região periapical Bactéria Canal

FUNÇÕES DO PERIODONTO
1. Sustentação e inserção  do dente;
2. Equilíbrio dinâmico o dente não está fixo;
3. Nutritiva  o ligamento periodontal mantém o cemento vivo, nutrido, se o cemento necrosa teremos
reabsorção radicular.
4. Nervosa  o periodonto dói, devido às inervações;
5. Defesa

Em geral, o ápice radicular encontra-se completamente formado de 03 a 05 anos após a erupção do dente.

 Tratamento do endodôntico de dente maturo - ápice formado - tratamento endodôntico convencional


(remove a polpa – instrumentação).

 Tratamento do dente imaturo - ápice aberto - tratamento endodôntico que visa para que a polpa fique o
máximo de tempo viva, devido a sua função de produção de tecido duro, dentina, para terminar de fechar o
ápice do dente. Depois que esse ápice estiver formado eu posso tirar essa polpa para evitar problemas
futuros.

INCLINAÇÃO DOS DENTES NOS DOIS ARCOS


 Inclinação no sentido M-D vista pela vestibular;
 Inclinação no sentido V-L, vista pela proximal.

POSIÇÃO DO DENTE NA ARCADA, CONSIDERANDO A INCLINAÇÃO DA COROA


11/21 MD = 3º para M; 12/22 MD = 5º para M; 13/23 MD = 6º para M;
VL = 15º para V. VL = 20º para V. VL = 17º para V.

34/44 MD = 5º para M; 35/45 MD = 5º para M; 36/46 MD = 10º para M;


VL = 3º para V. VL = 9º para L. VL = 13º para L.

37/47 MD = 15º para M; VL = 12º para L; 18/28 MD = 20º para M; VL = 25º para L.

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
99

POLPA RADICULAR APICAL


 A polpa não é igual em todo conduto, pois ela vai mudando à medida que ela chega à câmara pulpar. De
forma que o tecido pulpar coronário possui principalmente tecido conjuntivo (sangra muito), células e poucas
fibras colágenas, enquanto que o tecido pulpar apical é mais fibroso e contém poucas células.

OBS: Instrumentação de um dente do paciente, mas esse dente não para de sangrar:
1. Instrumentando esse dente muito curto, está pegando muito tecido conjuntivo;
2. Instrumentando além do CDC.

LIGAMENTO PERIODONTAL
 Mantém o dente no alvéolo dentário e é responsável pela sensibilidade ao toque (impede de morder e
quebrar o dente).

O LIGAMENTO PERIODONTAL É COMPOSTO POR:


 Fibroblastos;
 Cementoblastos;
 Osteoblastos e osteoclastos;
 Células de espera em repouso  são as células que vão dar potencial de reparo para o ligamento periodontal,
repondo a função, transformando na célula requerida;
 Fibras principais e secundárias;
 Vasos sanguíneos e linfáticos  No ligamento periodontal apical apresentam muitos vasos sanguíneos que
favorecem o processo de cura e muitos vasos linfáticos, sendo o mesmo de extrema importância para a
drenagem, auxiliando na desinflamação. A polpa apresenta menos capacidade de reparo devido pouca
quantidade de vasos linfáticos além de carência de vasos sanguíneos, sendo a sua circulação dada pelo
forame;
 Nervos,
 Restos epiteliais de Malassez  Como o nome já nos alerta, é epitélio, e epitélio é revestimento. Nós temos
regiões particulares na face que importam muito para o endodontista como a fissura, fusão entre o maxilar e
os ossos próprios do nariz, essa região quando vai ossificando ela vai imprensando o epitélio e rompe o
epitélio que está ali separando essas estruturas e fica os pedacinhos de epitélios soltos na região
principalmente de incisivo lateral superior.) O professor tem muito medo de lesões grandes em um incisivo
lateral superior, e de quando se faz capeamento pulpar em ILS, porque nessa região temos restos epiteliais,
restos epiteliais sob a ação de inflamação constante, por exemplo quando se faz capeamento pulpar, onde
temos uma inflamação aguda e que passa para crônica, (a diferença de inflamação crônica para a aguda para o
clinico é que a inflamação crônica não dói, só a aguda que dói) esse pequeno estimulo transforma esses restos
epiteliais em cistos, favorecem a formação desses restos epiteliais transformando-os em cisto. Qual o

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
100

problema do cisto para endodontia? Endodontia não cura cisto, cisto só é curado com cirurgia! Por isso são
contra os capeamentos! O cisto e crônico então ele vai destruindo sem doer e o paciente não procura o
dentista!

OSSO ALVEOLAR
 Detectar alterações patológicas na região periapical;

 Observar na radiografia se há ou não a presença de lâmina dura ou lâmina cortical alveolar  observar se tem
perda da continuidade da lamina dura, espessamento do ligamento periodontal, avaliando assim se apresenta
ou não uma patologia.

RELAÇÃO ENTRE NÚMERO DE RAÍZES E NÚMERO DE CANAIS - COMPRIMENTO MÉDIO DOS DENTES:

Anatomia da Cavidade Pulpar  O conhecer da anatomia interna dos dentes nos permite executar nosso trabalho
com arte e ciência.

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
101

SUPERIOR INC. CENTRAL INC. LATERAL CANINO 1º PRÉ MOLAR 2º PRÉ MOLAR 1º MOLAR 2º MOLAR 3º MOLAR

Nº de raiz 01 01 01 02 (1V-1P) 01 03 (2V-1P) 03 ???


04 – 60% (1DV-
Nº de canal 01 01 01 03 – 23% (2V-1P) 02 – 40% 03 ???
2MV-1P)
Comprimento
22,5mm 22,0mm 26,5mm 20,6mm 21,5mm 20,8mm 20mm
médio
Erupção 06 a 08 anos 08 a 09 anos 11 a 12 anos 10 a 11 anos 10 a 12 anos 06 a 07 anos 12 a 13 anos
Maturo 10 anos 11 anos 13 a 15 anos 12 a 13 anos 12 a 14 anos 09 a 10 anos 14 a 16 anos

INCISIVO LATERAL – Cuidado na instrumentação do terço apical, porque normalmente apresenta uma curvatura nessa região.

CANINO – A estatística de comprimento médio de 26,5mm é baixa, pois encontramos com facilidade caninos superiores com 30mm, 29mm, sendo importante ter uma
caixinha de lima de 31mm.

1º PRÉ MOLAR – Na radiografia, se tiver descontinuidade da luz do canal é porque temos 03 canais, se acharmos só 02 canais, e na radiografia temos 03, é necessário
fazer uma cirurgia de acesso não convencional, um rasgo mais para a distal, para achar o canal disto-vestibular.

2º PRÉ MOLAR - Devemos procurar sempre dois canais com auxilio da sonda na direção da cúspide vestibular e da palatina, porque é em baixo da cúspide que está a
entrada do canal, ela é uma proteção da entrada do canal. Podendo também ser encontrados até 03 canais no 2º pré-molar superior.

1º MOLAR - Radiografia com 1º molar superior com os canais tratados, mas com presença de uma área radiolúcida na raiz mesio-vestibular, já pode-se dizer que não
acharam o 4º canal. Sendo às vezes necessário fazer um desgaste compensatório, sondar e entrar com a lima. Pode se achar até 05 canais no 1º molar superior.

3º MOLAR – não da pra saber a quantidade de raízes nem canais. Pois assim como podem apresentar apenas uma raiz podem também apresentar até seis raízes, por
exemplo.

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
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INFERIOR INC. CENTRAL INC. LATERAL CANINO 1º PRÉ MOLAR 2º PRÉ MOLAR 1º MOLAR 2º MOLAR 3º MOLAR

Nº de raiz 01 01 01 01 01 02 (1M-1D) 02 ???


01 – 43% 03 – 13%
Nº de canal 02 – 40% 02 - 40% 02 – 18% 02 – 49% + de 01 – 06% 04 – 87% 03 (2M-1D) ???
03 – 08% (2M-2D /3M-1D)
Comprimento 25,6mm
20,7mm 21,1mm 25,6mm 22,3mm 20,0mm 20,0mm
médio  22 – 23mm
Erupção 06 a 07 anos 07 a 08 anos 09 a 10 anos 10 a 12 anos 11 a 12 anos 06 a 07 anos 11 a 13 anos
Maturo 09 anos 10 anos 12 a 14 anos > 12 a 13 anos 13 a 14 anos 09 a 10 anos 14 a 15 anos

INCISIVO LATERAL – Deve realizar um desgaste compensatório para achar o segundo canal, esse desgaste é realizado com broca fina, tronco cônica, na região de
cíngulo, a lima sempre vai entrar só em um canal, só no principal, nunca no 2º canal, se fizer esse desgaste, em direção à palatina, encontra-se o 2º canal. Caso ao
contrario o paciente continuará sentindo dor.

CANINO – Realizar desgaste compensatório para achar o 2º canal.

1º PRÉ MOLAR – São dentes mais difíceis de fazer o tratamento endodôntico devido à grande variação da anatomia radicular interna.
 Toda vez que tem sulco profundo, tem mais de um canal, existindo uma quantidade enorme de ramificações em pré-molares inferiores.

2º PRÉ MOLAR – Em livros se coloca apenas mais de 01 canal em 06% de casos, no entanto, conseguimos encontrar com muito mais facilidade do apenas os 06%.

2º MOLAR – Muito comum encontrar canal em “C”, dando um maior trabalho para instrumentar, principalmente se você não tiver um material que dissolva a matéria
orgânica, a lima não entra.

3º MOLAR – Não da pra saber.

Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
103

EMERGÊNCIAS ENDODÔNTICAS

Como já foi dito em aula, já se sabe o que é câmara, teto de câmara, soalho de câmara, quantos canais tem os
dentes, como se localiza os canais, comprimento médio de um dente, comprimento médio de coroa. Nessa aula
deve-se saber como dar um diagnóstico. É importante saber dar um diagnóstico baseado na forma que o paciente
sente a dor:
 Com frio
 Com quente
 Espontânea
 Duradoura
 Provocada
 Não provocada

Dar um diagnóstico preciso parar abrir o dente certo, já que é muito comum o paciente apresentar dor e não saber
em qual elemento ele sente dor.

Diagnóstico Diferencial
 Dor de origem dentária ou não dentária;
 Dor de origem gengival;
 Dor de origem periodontal;
 Dor de origem endodôntica.

Antes de tudo, deve-se saber dar um diagnóstico diferencial, já que não é porque o indivíduo diz que o dente está
doendo que o profissional vai ter que abrir o dente dele. Já que tempos atrás, hoje não é mais tão comum, que o
dentista abria 2 ou 3 dentes e o paciente continuava com dor.

CASO: Diz que está doendo o maxilar, superior, posterior, direito, ou seja, dói tudo, não está aguentando tocar um
dente no outro. O que se deve fazer?
1. Radiografar o dente – não se intervém em dente sem tirar uma radiografia
Se não viu radiograficamente algo anormal, ou seja, não tem uma lesão cariosa, não há problema
periodontal, deve-se partir para o teste de vitalidade.
2. Teste de vitalidade – para ver se os dentes vão responder ao teste de vitalidade
Respondeu ao teste de vitalidade = ótimo
Periodonto está normal = ótimo
Com isso, deve-se descartar uma pulpite, uma pericementite, e tem que procurar outra situação.

Rebecca Marcelino de Moraes Irineu – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
104

Nesses casos o que acontece demais é: SINUSITE DO SEIO MAXILAR AGUDA. Isso porque o seio maxilar aumenta, a
raiz de pré-molares e molares tocam o seio maxilar. O paciente vai sentir muita dor, não pode mastigar nada porque
parece que o dente está crescido. O paciente chega a um pronto de socorro, com muita dor, o profissional toca e o
elemento 16 está mais dolorido, deu anestesia a dor passa, abre o dente, mas não fez radiografia e também não fez
teste de vitalidade. A anestesia passa e a dor volta, porque o profissional se apavorou com a dor do seu paciente. No
período de inverno isso ocorre muito, pergunta os sintomas com o paciente e ele diz que quando abaixa a cabeça
dói, espirra e dói, apalpa a região infraorbitária e dói, e isso é característica de sinusite aguda do seio maxilar. Deve-
se encaminhar para o otorrinolaringologista sem medicar o paciente, não precisa passar antibiótico. Por isso, tem
que saber fazer um pequeno diagnóstico, porque abrir um dente e depois encaminhar para o otorrinolaringologista
não é aceitável, já que era um dente sadio e abriu desnecessariamente, acontece muito devido a pressa do
profissional em solucionar o problema do paciente. É necessário ter atenção, porque há pacientes mais sensíveis à
dor. Existe a parte gengival, periodontal e periapical, que foram mencionadas para ser analisadas nos exames,
porque podem ser o que está incomodando o indivíduo. Quando o paciente chegar e for diagnosticada uma cárie
profunda, já sabe que é o dente que possui a cárie que está causando a dor, caso contrário tem que seguir os passos
propostos.

ABSCESSO GENGIVAL
1. Etiologia Corpos estranhos (palitos, cerdas de escova, materiais odontológicos) no sulco gengival.

2. Sinais e Sintomas  Tumefação na gengiva marginal de superfície lisa, brilhante e avermelhada dolorida ao
toque. Vitalidade pulpar normal e ausência de mobilidade de sinais radiográficos.

3. Tratamento Eliminação do agente causador com auxílio de uma sonda.

CASO: O indivíduo diz que está com um incomodo, que não pode passar o fio dental que dói, começou a sangrar.
Qualquer coisa, como palito, que entra no sulco gengival incomoda muito, dependendo do caso ele vai tomar até um
analgésico, e o paciente vai procurar o dentista já que não consegue remover e está sentindo muita dor. Apesar da
tumefação da gengiva, não apresenta mobilidade e também não há sinais radiográficos. Sendo um caso muito fácil
de resolver, com uma sonda consegue eliminar a causa, que está entre o periodonto e a coroa do dente. Apesar de
ser fácil, deve-se dar uma satisfação para o paciente sobre a causa da sua dor, por isso saber dar um diagnóstico é
fundamental.

ABSCESSO PERIODONTAL

O problema é que pode confundir com o Abscesso Periapical, porque a dor é violenta.
1. Radiografar o dente – verificar se há presença de bolsa, exsudação.

Rebecca Marcelino de Moraes Irineu – 6º Período


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Nesse caso há mobilidade, febre, sensibilidade à percussão, dente extruído.


2. Teste de vitalidade – dente está normal, a parede do elemento está extruída, mas a vitalidade apresenta-se
normal, a mobilidade é pouca.
Logo, se drenar esse abscesso via sulco, mandar fazer os bochechos, e mandar para o periodontista ou o próprio
profissional resolver o problema depois. Então, primeiro drena, depois medica, e resolve o problema. Mas não
vamos intervir endodonticamente, porque o dente está sadio, mas pode ser que posteriormente a esse atendimento
de drenagem periodontal, tenha que se fazer a endodontia pela destruição óssea que já por ventura tenha tido.
Porém, só se houve o encaminhamento do periodontista solicitando essa intervenção. Além dos tratamentos abaixo,
também pode ser receitado um anti-inflamatório. É importante saber diagnósticar, fazer o teste de vitalidade e pedir
a opinião de um periodontista.

1. Etiologia  Bolsas periodontais, perfurações radiculares, fraturas corono-radiculares ou trauma de oclusão.

2. Sinais e Sintomas
a. Dor intensa e irradiada, aumento de volume da gengiva, consistência flácida, superfície lisa, brilhante e
avermelhada;
b. Extrusão dental, aumento de mobilidade, sensibilidade à percussão;
c. Febre, mal estar, reabsorção lateral ao longo da parede radicular.

3. Tratamento  Drenagem via sulco, bochechos com agentes coloríficos, analgésicos e antibióticos.

CASO: Problema periodontal incrível, mas há uma perfuração, logo, vai dar um abscesso periodontal, com certeza é
canal e vai tentar “lacrar” essa perfuração.

CASO: Abscesso periodontal e está com uma fratura de coroa, não tem recuperação, logo, é endodôntico. Tem que
saber diagnosticar para saber se há ou não recuperação, se vai remover, se fará um aumento de coroa, se vai colocar
um núcleo. Definiu o que vai ser feito, fará a drenagem via sulco, realiza o canal, porque apesar do abscesso também
foi diagnosticado que também é endodôntico.

CLASSIFICAÇÃO
1. Dor e/ou tumefação:
a. Antes de iniciar o tratamento  Exemplo: Paciente liga e diz que está com um dente doendo muito,
pergunta se dói com água gelada e ele confirma, pergunta se dói muito e ele afirma que dói e não para
de doer. Dói com frio = PULPITE.

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106

Paciente diz que não dói com gelado, dói mais com o quente. Pergunta se está dolorido e diz que
apenas um pouco. PULPITE EM ESTÁGIO AVANÇADO, com coleção purulenta.
Paciente diz que não dói nem com frio e nem com quente, mas está com uma dor contínua. Diagnóstico
provisório: ABSCESSO.
Isso é sem ver o paciente, só para visualizar o que irá fazer quando ele chegar ao consultório. Deve ser
feito um questionário quando ele chegar, para ir mudando o seu diagnóstico, sem conversar com o
paciente não é possível estabelecer um diagnóstico. Deve-se perguntar e entender um pouco de
anatomia. Sem ver o paciente e sem radiografar, pensa-se em duas coisas: abscesso e pulpite. Depois
que é feito os exames complementares.

b. Após o início do tratamento  Exemplo: Iniciou o tratamento, o indivíduo não estava com o dente
doendo e no dia seguinte ele diz que está morrendo de dor. É a pior situação, já que o profissional abre
o dente do paciente, realiza o canal, e no outro dia o dente que não estava doendo começa a doer
demais. Nesse caso foi uma iatrogenia cometida pelo profissional e deve ser explicado isso para o
paciente.
Por isso que quando analisa um caso, vê o tipo de lesão e explica para o paciente o que pode acontecer,
já o deixa orientado. Tem 98% de não acontecer nada, mas tem um percentual que pode acontecer.
Não é para acontecer, mas o dente é imprevisível.

QUESTÃO DE PROVA que as turmas sempre erram: Dói com frio e quente – o dente tem polpa, pode estar menos ou
mais inflamada, pode estar em uma fase inicial como pode estar mais avançada, mas tem polpa, se não tivesse polpa
ele não iria responder ao teste de vitalidade. Raramente pode responder pelo calor por não ter tecido nenhum, pela
liberação de gases, mas é algo insignificante. Raramente acontece.

Tem dor com frio ou quente = tem tecido = PULPITE = vai abrir o dente, é canal

Todo caso vai ser uma pulpite, pode ser serosa ou purulenta. Paciente chega com uma bolsinha de gelo que está
aliviando a dor, tirou aumenta a dor. PULPITE EM UMA FASE DE TRANSIÇÃO, passando para uma pulpite avançada
(purulenta), mas nesse caso está sob pressão e existe o tecido pulpar, porque quando não há não dói nem com
quente nem com frio.
Quando dói com quente ou frio, pode colocar na prova que o diagnóstico é PULPITE. E não vai ser abscesso, já que
ele não responde ao teste de vitalidade (nem com quente nem com frio), já está com edema, já drenou, pode deixar
uma pedra de gelo durante 30 minutos que não irá causar dor, o que pode acontecer RARAMENTE é dar
pouquíssima sensibilidade, mas ele não vai responder ao teste porque não existe mais tecido, o que existe dentro do
canal são bactérias, líquidos teciduais.

Rebecca Marcelino de Moraes Irineu – 6º Período


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107

O abscesso dói muito, porque é proliferação de bactérias que sai pela região periapical e entra pelo osso, se não for
feita a drenagem a dor é insuportável até o osso ficar enorme, quando encontra uma via de menor resistência ele
exteriora, então para de doer e provoca um alívio mas até chegar nesse ponto a dor foi insuportável.

2. Traumatismo causando fratura coronária com exposição da polpa  Exemplo: Garoto andando de skate e
tem a fratura geralmente dos anteriores.

3. Emergência assintomática estética

DOR APÓS O INÍCIO DO TRATAMENTO, MAS ANTES DA OBTURAÇÃO DO CANAL: Exemplo: Indivíduo está com
algum dente em que a coroa soltou. Faz a pulpectomia, a coroa, fácil de resolver.

1. Limpeza química-cirúrgica inadequada  Faz o teste de vitalidade em um elemento e não houve resposta,
é porque existe bactéria dentro do canal. Logo não pode em hipótese alguma levar bactéria para região
apical (FLARE UP), tem que neutralizar o conteúdo que existe dentro do canal, que é matéria orgânica
desorganizada, deve-se fazer a cirurgia de acesso e trabalhar com o HIPOCLORITO DE SÓDIO CONCENTRADO
2,5%, irrigando com ele.

NÃO vai ser utilizado outro líquido no interior do canal a não ser hipoclorito de sódio concentrado 2,5%, não
deve utilizar: Água destilada; Soro fisiológico
Existe o líquido de Dakin, solução de Milton a 1%, 2,5% e 5%, mas vamos trabalhar com o concentrado, por quê?
Porque com o concentrado terá uma cadeia mais asséptica, ele vai dissolver a matéria orgânica, tem que dar tempo
para ele dissolver a matéria. Então vai fazer a limpeza do canal, foi visto que o canal é dividido em terço cervical,
médio e apical, então vai tirando e fazendo a neutralização em todos os terços, irrigando e trazendo o instrumento.

Deve-se ter em mente os conceitos, que são o dia a dia da Endodontia:


 Patência
 Debridamento
 Transpasse intencional
 Penetração desinfectante
 Ponto de referência
 Cursor

Saber realizar a curvatura no instrumento que é a lima, sabe-se pela anatomia que o CDC nunca vai sair no vértice
radicular, se estiver com a lima no mesmo comprimento que o vértice radicular irá ocasionar uma perfuração no
dente, já que o CDC está sempre lateral. O CDC nunca vai estar no vértice radicular, por isso é necessário saber pré-
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curvar o instrumento para fazer a limpeza do canal cementário. Vai obturar dentro do canal dentinário cementário,
mas para isso deve-se fazer a limpeza desse canal para conseguir desobstruir e conseguir lacrar o canal no local
desejado. O canal nunca vai estar no vértice radicular, se ele saísse no vértice radicular, todos os dentes estariam
necrosados pelo trauma, porque ao mastigar iria comprimir todo o tecido, por isso ele sai lateralmente.
1) Abre o canal
2) Irrigar o canal

Se deixar resto de polpa necrótica, vai agudizar o problema.

Ás vezes é melhor não colocar a lima, abre apenas a câmara pulpar e encaminha para o endodontista, caso não seja
a sua especialidade. Com isso, vai aliviar a dor dele, ao invés de colocar a lima, não irrigar, não fazer uma limpeza
desinfectante correta e provocar um FLARE UP, porque jogou matéria orgânica infectada para a região apical e esse
é o problema.

FLARE UP é a agudização de uma lesão crônica que o profissional provoca,


porque não fez a desinfecção do interior do dente.

Muitas pessoas já abrem o canal e colocam a lima sem antes irrigar. A orientação é: olhou para o dente IRRIGA!
Colocou e tirou a lima, IRRIGA! SEMPRE irrigando, porque a câmara pulpar tem que estar no canal com muito
líquido, porque vai estar fazendo a antissepsia/desinfecção da cavidade, fazendo o saneamento do interior do canal.
Então, o canal vai estar limpo e se pegar um cone que caiu no chão (mas passou uma gaze nele) e colocar ali dentro,
não irá dar problema de tão saneado que está o canal. Mas se trabalhar com água destilada ou soro fisiológico, isso
não funciona.
 Deve EVITAR ter um FLARE UP.

QUESTÃO DE PROVA: Após início de tratamento teve dor. Se na resposta estiver apenas flare up está errado, mas o
que é o flare up? O que vai ter o provocado? Tem que explicar, dizer o porquê, dizer o que foi feito para evitar o flare
up. Se não fizer a instrumentação e a limpeza, terá problema.

2. Medicamentos irritantes  Há pessoas que pensam que tem que colocar uma gota de PARAMONO no
canal, logo, vai ter problema já que é irritante demais.
 Paramono = paramonoclorofenol

3. Canais não encontrados  Não tem jeito. Tirando as radiografias tudo em orto, não irá ver nunca o segundo
canal do incisivo inferior, o quarto canal no primeiro moral superior na raiz mesiovestibular, dois canais no
primeiro pré-molar superior e tem um percentual de três canais (ninguém fala e pensa nisso mas tem) ou
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dois/três canais no primeiro pré-molar inferior (elemento que tem uma anatomia desfavorável para
trabalhar). Deve analisar e tirar a radiografia de dois ângulos quando houver dúvidas. Se ficar pensando na
quantidade de canais que tem o percentual predominante e não averiguar, vai ter problema, porque pode
ter mais canais e tratar como se eles não estivessem ali mas há os líquidos teciduais, se não for recorrente
tudo mas se for vai ter problema. O paciente vai retornar com dor, dente dolorido porque não foi feito o
canal, já que não explorou corretamente.

O quarto canal do primeiro molar superior ás vezes é localizado, mas não consegue explorar, ele é atrésico e
curvo, mas tem um percentual muito grande de ser recorrente, o que facilita bastante. A maioria dos
insucessos que são vistos no tratamento endodôntico do primeiro molar superior está na raiz
mésiovestibular, porque a vestibular e a palatina são tranquilas, já essa tem que cortar bem pra mesial se
não nem irá enxergar, tem que abrir bem.
Ás vezes é preferível sacrificar parte da coroa do dente do que a endodontia, porque se não fizer o canal
bem feito não adianta colocar alguma coisa por cima do dente que vai dar problema. Primeiro a base é o
canal, depois vê o que vai ser colocado por cima daquele canal, o tipo de restauração, se vai ou não colocar
núcleo, mas o canal precisa estar bem feito e lacrado, se não estivar lacrado já era. Vai colocar e vai ter
problema, vai ficar dolorido, depois vai ter uma fístula e vai ter que retratar, o que vai gerar mas problema
porque o paciente irá reclamar, falar que já pagou. Por isso, nunca deve dizer que garante o dente 100%
para o paciente, porque radiograficamente é uma coisa, interiormente a anatomia é outra.
Em casos com raiz mesiovestibular do primeiro molar superior, pré molar ou incisivo inferior, vai indo
procurando e o canal desaparece, pode procurar que há mais de um. Entra pelo principal, mas se mudar o
ângulo horizontal irá encontrar outro canal. Por isso, o correto é sempre tirar duas radiografias porque
precisa fazer uma cirurgia de acesso bem feito, caso contrário não irá ter um bom acesso com os
instrumentos e, com isso, não irá conseguir fazer um bom tratamento endodôntico.

4. Sobrecarga oclusal (Flare-ups)  Todos sabem que não pode haver sobrecarga oclusal, nada pode ficar em
trauma, não adianta falar que o paciente irá acostumar com aquela situação porque não irá, acostuma com
o que é do organismo. Se há um trauma, com certeza vai ter problema futuramente com aquele dente. Todo
dente em que mexeu no canal, tem que deixá-lo em infraoclusão. Verifica a oclusão e acerta, mesmo que
tenha que cortar a cúspide. Isso porque o tratamento de canal é tentar recuperar o dente, porque se
necessitou realizar isso é porque já estava em uma situação precária. Por isso, deve explicar ao paciente que
está fazendo a endodontia porque o dente já está perdido e que está tentando recuperá-lo.

CASO: Chegou um paciente na clínica com dor, porque apenas um canal havia sido feito, fez o isolamento, porém
sem o grampo porque estava muito dolorido, é importante que esteja bem isolado porque como se trabalha com o
hipoclorito de sódio, se cair na boca do paciente o sabor além de ser horrível também vai queimá-lo. Feito o

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isolamento corretamente, quando abriu o dente, identificou as canais, no entanto não drenou (não saiu coleção
purulenta), então algo está acontecendo, algo intraósseo que está causando pressão que não saiu e quer sair. De
repente, alguma coisa estava obstruindo o canal cementário, então deve-se fazer a desinfecção do canal, terço
cervical, terço médio, terço apical, e fazer o transpasse intencional depois que o canal estiver totalmente
asséptico/desinfectado/limpo/sem bactéria, microorganismo, matéria orgânica.

TRANSPASSE INTENCIONAL:
 Por que é feito? Porque o paciente estava com dor.
 Quando é feito? O momento é quando o canal está desinfectado.
 Como é feito? Passar 1 mm além da região do CDC.
(Se tiver alguma coisa obstruindo vai drenar na hora e no outro dia o paciente não está sentindo
absolutamente nada)

 Chegou com dor, abriu o dente e não drenou:


1) Radiografia
2) Anestesia
3) Cirurgia de acesso
4) Localizou
5) Irrigou
6) Explorou
7) Desinfecção
8) Transpasse intencional

Com a radiografia já sabe o comprimento médio do dente, pela tabela que tem que é de Julius (?), tem a radiografia
de estudo e vai medir o dente. Por exemplo, verificou que o tamanho é de 17 mm, analisa porque está sem coroa e
chega a conclusão que pode ser sim esse o tamanho, depois tira 2 mm, com o instrumento desce e esse deve ser
sempre menor do que a luz do canal para não se fazer êmbolo.

O canal é pra ser feito uma única vez, não existe isso de retratar o canal, a não ser que seja um caso em que a pessoa
que fez o tratamento anteriormente não saiba nada de canal e não soube instrumentar corretamente. Mas nunca
deve-se falar mal do trabalho de outro profissional, é preferível dizer que “ele foi infeliz nesse tratamento” ou
“anatomicamente ele não conseguiu chegar ao ponto”, não pode dizer que está horrível porque não sabe qual foi a
dificuldade encontrada pelo profissional.

Antigamente a radiologia tinha o hábito de dizer que o canal estava mal obturado se estivesse faltando 5 mm,
porém, quando não há sintomatologia, lesão periapical e o paciente apresenta uma idade avançada, além de não

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estar vendo luz de canal, o canal está bem obturado sim. Isso porque com o decorrer da idade há deposição
cementária, com isso a saída do CDC vai ficando aquém do vértice radicular, por isso pode estar 4 mm aquém e estar
bem obturado.

Então, não se deve fazer o retratamento do canal quando:


 Não há sintomatologia
 Não há lesão periapical
 Paciente com idade avançada
 Não ver luz de canal
Se for o caso de ter que colocar um núcleo, aí sim vai ter que repreparar o dente, caso contrário não se mexe no
dente que tem as características acima apenas porque acredita que está parcialmente obturado. O ideal é não mexer
no dente.

CASOS:
I. O paciente está com dor, se fizer o teste de vitalidade e ele responder apenas com frio e não cessou, é uma
PULPITE. Nesse caso vai ter que abrir o dente, anestesiar, já está com a radiografia, faz a cirurgia de acesso,
faz a remoção do tecido (que é chamado de PULPECTOMIA). Esse dente que dói apenas com o frio, logo, ele
ainda não tem contaminação ou que ele está totalmente com uma irrigação normal, uma vascularização
normal, então não há bactéria dentro do dente. Nesse caso fará a remoção de toda a polpa.

O normal é sentir sensibilidade ao frio, se colocar um gelo 30 minutos em um dente saudável também vai sentir dor.
II. Se fraturar um dente e está com a polpa exposta, não há bactéria. Nesse caso pode remover a polpa até de
uma vez só se o profissional conseguir, porque não vai mandar nada para a região apical porque não está
contaminado e, sim, inflamado.

III. Se o paciente disser que dói com frio e com quente, já está em uma fase avançada e não vai fazer uma
pulpectomia, vai realizar um ESVAZIAMENTO DO CANAL. A partir do momento que o dente dói com
quente, ele já está em uma transição, então já há bactéria dentro do dente, porém, ainda há tecido e por
isso ele responde ao estímulo.

IV. Quando o frio alivia a dor e o quente aumenta a dor, vai realizar o esvaziamento do canal. Ele está com uma
pulpite serosa/purulenta, já tem bactéria proliferando no canal mas ainda há tecido que está inflamado, por
isso fará o esvaziamento, ás vezes quando abre já drena (sai sangue e pus juntos).

V. Paciente com a hemiarcada doendo, quando coloca quente sente muita dor, há 5 dentes doendo, o que
deve ser feito? Teste de vitalidade. O dente que estiver comprometido vai doer mais do que os outros. Com

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frio é a mesma coisa, pega uma pedrinha de gelo e passa em todos os dentes para analisar qual é o dente
que está com problema. NA PROVA TEM QUE COLOCAR O PORQUÊ DO TESTE DE VITALIDADE SE NÃO ESTÁ
ERRADO!

VI. Paciente com dor e com um pouco de mobilidade, vai ser feito o teste de vitalidade, mas não sentiu dor
nem com frio nem com quente, logo ele está com um ABSCESSO porque tem dor, mas não tem tecido.
Nesse caso deve ser feito o esvaziamento do canal do terço cervical, médio e apical.

VII. Quando há uma área radiolucente na região apical, já se pensa em um abscesso apical agudo, que a
literatura apelida de ABSCESSO FÊNIX, que é uma lesão crônica que agudizou. Isso é para caracterizar que
há lesões extensas na região apical.

PULPECTOMIA X PULPOTOMIA  A PULPECTOMIA vai envolver toda a polpa, a endodontia vai ser radical, você vai
entrar, localizar e instrumentar toda a polpa. A PULPOTOMIA vai retirar apenas a polpa coronária, vai deixar a polpa
radicular porque os ápices estão abertos, fará a hemostasia e coloca a proteção com hidróxido de cálcio e etc. O que
forma dentina é a polpa, se retirar a polpa, esse ápice não vai se formar. Mas esse caso é com a odontopediatria.

VIII. Em um caso que chega um paciente que está com dor e não há a possibilidade de realizar a radiografia do
elemento, mas ele está com uma radiografia, para aliviar a dor dele é aberto o dente, o dente só sangra, retira
a polpa coronária, faz a hemostasia, coloca uma bolinha de algodão sem pressionar e faz o curativo. Se isso
ocorreu na sexta, o paciente pode ficar até segunda nessa situação, para realizar o tratamento com o
especialista.

Nos casos em que se discute se drenou ou não drenou, nunca deixará o dente aberto porque ele não funciona. Abriu
o dente, deixa ele drenar, se não tem o que fazer coloca uma bolinha de algodão e qualquer tipo de medicamento,
qualquer antisséptico e fecha, porque se não o dente vai estar constantemente contaminado. Abriu-se e tirou a dor
do paciente, mas não fechou, quando ele comer alguma coisa ele vai ter dor do mesmo jeito.

O dente pode ficar drenando uns 5 ou 10 minutos, parou de drenar, irriga, limpa, coloca a bolinha de algodão e o
medicamento (se não tiver o medicamento coloca apenas uma bolinha de algodão estéril) e “lacra”. Não pode lacrar
o dente se estiver sangrando muito, corta e faz a hemostasia com o próprio algodão, só depois lacra.

Todo ABSCESSO e PULPITE, instrumenta até a região apical, o canal precisa ficar livre, do CDC para cima precisa estar
tudo limpo. Não pode ficar nada ali, precisa preservar aquela região. Os casos de pulpite podem ser feitos em uma
sessão, abriu, instrumentou, lacrou e pronto. Mas quando já tem uma lesão, drenou alguma coisa, já estava doendo,

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não vai fazer em uma única sessão, pode até fazer mas se já houver uma mobilidade, o dente hiper dolorido, não vai
realizar em uma só.

IX. Em um caso de abscesso apical agudo, abriu e drenou, vai esperar desdrenar, limpar, e aí sim fazer terço
cervical, médio e apical, fazer o transpasse intencional, debridamento do forame, limpar o canal
cementário, esperar, colocar um curativo e lacrar.

Não se obtura canal com patologia, qualquer dor que a pessoa esteja sentindo é uma patologia, a não ser no caso
que só esteja doendo com frio, porque não vai estar com mobilidade, rosto não estará inchado, não vai drenar, ou
seja, é um dente sadio, mas está com uma inflamação, uma agressão a polpa. Quando remover o tecido e lacrar o
canal, resolve o problema. É só saber fazer instrumentação, colocar o cone, e fará o canal em uma única sessão.

Então, a partir da aula que vem já vai saber realizar uma cirurgia de acesso, saber tirar a dor de um paciente, vai
abrir, espera drenar, se não tem o que fazer coloca uma guta para não ficar aberto e mandar para o especialista.
Porque se não ia ter que entrar com instrumento, fazer limpeza e etc. Mas quando para de drenar, medicou o
paciente e não irá mais sentir dor.

PERICEMENTITE APICAL AGUDA (PERIODONTITE)  Quando está em uma cadeira de endodontia e está falando de
pericementite, não pode dizer que está fazendo drenagem via sulco já que é APICAL e tudo que é apical é
endodôntico. Então não irá falar que é um abscesso periodontal. (Há confusão na PROVA sobre isso)

 Tratamento de emergência.
 PAA – traumática  Exemplo: Abriu o dente, colocou um curativo mas ficou alto, vai dar problema de dor.

 PAA – química  Exemplo: Paciente com dor e abre o dente e vem um cheiro de medicamento, aquilo foi
para os tecidos periapicais que inflamou, está sensível e com um pouco de mobilidade, radiografou, vai
anestesiar, abrir o dente, localizou, vai irrigar com hipoclorito e deixar aberto durante uns 10-15 minutos, vai
irrigar bastante, limpar novamente, fará um curativo SEM medicamento. Isso porque o paciente veio com
dor por causa do medicamento, só irá medicar sistemicamente e não intra-canal. Já limpou e neutralizou
tudo, está finalizado.
 PAA – infecciosa

 Abscesso apical agudo (abscesso fênix – apelido que se dá quando há aquela lesão já mencionada em aula).
Esse poderia ser um caso de Periodontite Apical Aguda infecciosa, o profissional mexeu no dente, o paciente ficou 2
meses sem aparecer, com palpação ou toque dói, há mobilidade. Então, vai:
1) Abrir o dente

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2) Explorar o dente
3) Neutralizar
4) Transpasse intencional
5) Patencia
6) Passar no CDC
7) Curativo
8) Medicação
Há casos que é preferível tratar de forma cirúrgica, porque além do trabalho que dará também não vai regredir.

PERICEMENTITE X ABSCESSO  Na pericementite, o dente com extrusão severa, só de encostar a lima nele dói
muito, no início da pericementite, e quando for traumática, química e infecciosa também. Quando for a INFECCIOSA,
o profissional irá fazer o mesmo tratamento que faz no abscesso. Só que na pericementite já tinha sido iniciado o
tratamento, no abscesso não, mas é parecido o tratamento. Se não respondeu ao teste de vitalidade o diagnóstico é
abscesso.
Qual é o tratamento de uma Pericementite Apical Aguda?
1) Abertura do dente
2) Esvaziamento do canal – terço a terço
3) Penetração desinfectante – 90% dos casos
4) Debridamento do forame
5) Curativo
6) Checar oclusão
7) Medicar o paciente – antibiótico, analgésico, anti-inflamatório.

Por que o tratamento será o mesmo na Pericementite Apical Aguda infecciosa e no Abscesso? Porque em ambos há
bactéria.

Não pode levar nada para a região apical do dente, por isso tem que ter a radiografia, medir a radiografia, saber o
comprimento médio do dente na radiografia para não ultrapassar nada.

O hipoclorito de sódio faz com que a matéria orgânica seja dissolvida, vai irrigando e faz uma boa cirurgia de acesso.

FASES DO ABSCESSO DENTO ALVEOLAR AGUDO


Tem que saber que é abscesso, mas também em que fase ele está.
 Em fase inicial ou perirradicular;
 Em evolução ou intraósseo;
 Evoluído submucoso.

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I. ABSCESSO AGUDO (FASE INICIAL)  Na fase inicial tudo vai ser coleção purulenta (bactéria, sangue e pus).
Nesses casos, se falar para tomar um analgésico dizendo que irá melhorar é mentira, porque dependendo do
quadro do abscesso não irá melhorar, porém, pode aliviar mas irá voltar a doer intensamente, já que existe um
ciclo em que não irá parar de doer. Analisando os sintomas, há dor a palpação, mobilidade. Não responde ao
teste de vitalidade. Em um caso, o paciente tinha um pino e esse pino foi retirando, estava com muita dor, mas
não drenou, então foi feita a desinfecção, transpasse intencional, patencia, debridamento do forame,
ultrapassou o CDC, limpou, deixa drenar, quando parar de drenar será feita a medicação. Quando tiver um
dente com dor a palpação, mobilidade, dor a percussão e não drenou, não custa realizar o transpasse, porque
nem todo caso irá drenar já que não se sabe em que fase está aquilo, mas se ultrapassou e tiver alguma coisa
vai drenar.

 Com dor, anestesiou, abriu, não drenou, desinfecção/penetração desinfecção, transpasse intencional.

No tratamento pode ser debridamento, patencia, transpasse intencional, tem que passar o CDC, apenas 1 mm
porque já irá tirar tudo que precisa. Existe uma história de que os agentes coloríficos são de literatura antiga, mas
internamente manda fazer o bochecho e externamente apenas uma bolsa de gelo, uma compressa de gelo dará um
alívio.

CASO: Canal parcialmente obturado: vai retratar, porque não feito corretamente, há lesão, tem sintomatologia,
como dor e edema, terá que desobstruir, entrar, limpar e medicar. Com isso, vai salvar o dente do paciente e ele
ficará bem.

1. Etiologia  Acúmulo de solução purulenta na região perirradicular.

2. Sinais e Sintomas  Dor espontânea, localizada, pulsátil, de intensidade crescente. Ineficácia de analgesia,
pericementite intensa. Mucosa sensível à palpação. Discreta mobilidade. Testes de vitalidade pulpar
negativos.

3. Tratamento
Local: abertura do dente, irrigação, esvaziamento do canal, debridamento do forame, aspiração, curativo
medicamentoso. Aplicação de agentes coloríficos.
Geral: antibióticos e analgésicos. – Anti-inflamatório (quem quiser).

II. ABSCESSO AGUDO (EM EVOLUÇÃO)  Não vai responder ao teste de vitalidade, porque não há nada dentro.
Terá que repetir os passos na forma de tratamento, radiografia, anestesiar a distância, cirurgia de acesso,
localização, irrigação, exploração, esvaziamento (QUE É A PENETRAÇÃO DESINFECTANTE), transpasse intencional e o

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curativo. O tratamento é o mesmo que a fase anterior e deve seguir os mesmos passos. Há casos em que terá
flutuação e terá que ser feita incisão.
1. Etiologia  Coleção purulenta se difunde pelo osso medular.

2. Sinais e Sintomas  Dor intensa, pulsátil e difusa. Tumefação difusa com superfície cutânea endurecida, lisa
e brilhante; Sensibilidade acentuada à palpação, mal estar geral, febre e prostração.

3. Tratamento
Local: abertura do dente, irrigação, esvaziamento do canal, aspiração, curativo medicamentoso e aplicação
de agentes coloríficos. Observação vigiante do paciente.
Geral: antibióticos e analgésicos.

III. ABSCESSO AGUDO (EVOLUÍDO)  É importante ter as diferenças do inicial e do final, o que está intra-ósseo é
uma dor muito grande. O evoluído já exteriorizou, já pegou a via de menor resistência e já está com edema, se há
edema e está com flutuação não há mais dor, mas tem que abrir o dente. Nesse caso, a medicação pode ser
questionada, se o paciente é saudável e já foi feita a incisão, drenou, abriu o dente, fez a desinfecção, pode ser
dispensado o uso dos medicamentos, porque já está tudo limpo, já ultrapassou e já drenou o que havia para drenar,
mas pode medicar e o paciente vai gostar. Feito isso, 48h ou 72h depois, o paciente pode retornar para fazer o canal.

PROVA: Paciente com edema e área de flutuação, o que tem que fazer? Drenagem cirúrgica. Não pode deixar o
paciente com aquela “bola” presente. E também irá fazer todos os outros passos.
1. Etiologia  Coleção purulenta se acumula de baixo da mucosa.

2. Sinais e Sintomas  Declínio de sintomatologia, edema localizado com área de flutuação. Discreta
mobilidade dental.

3. Tratamento
Local: abertura do dente, irrigação, esvaziamento do canal, debridamento do forame, aspiração, curativo
medicamentoso. Drenagem cirúrgica.
Geral: antibióticos e analgésicos. – Anti- inflamatório.

PERICORONARITE
1. Etiologia  Dentes parcialmente erupcionados ou impactados.

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2. Sinais e Sintomas  Dor irradiada pelo ouvido; Opérculo gengival vermelho, inchado, sensível ao toque e
mastigação; Possibilidade de trismo; Dentes vizinhos com vitalidade normal; Radiografia mostrando o dente
parcialmente erupcionado.

3. Tratamento  Higienização e remoção do opérculo gengival.

 O que foi visto até aqui, é o básico da clínica, é o que aparece no consultório todos os dias e o que deve
ser feito para tirar a dor do paciente. Em um caso em que o canal está parcialmente obturado, ele pode
doer com frio ou com quente? Não, porque não há mais tecido.

TEMPOS OPERATÓRIOS DO TRATAMENTO DOS CANAIS RADICULARES


1. Inspeção;

2. Raios-X;

3. Anestesia:
A. Preparo do Campo Operatório:
a) Preparo inicial do dente: Não se intervém endodonticamente em dentes com cárie, terá que fazer um
preparo, limpar o dente.
 Necessidade de profilaxia oral iniciada;
 Coroa dental íntegra;
 Dói com frio (pulpite), mas está funcional e esteticamente bem, dá para intervir sob a coroa? Sim, vai dar
mais trabalho, se não houver infiltração pode entrar, terá que ser feita uma cirurgia de acesso enorme
para não jogar material, como cimento que foi cimentado e metal, para dentro do canal e
principalmente se for inferior.

 Lesão cariosa;
 Deve remover tudo, é o mesmo pensamento da restauração, se não tiver suporte, retire tudo.

 Coroa destruída por cárie ou acidente;


 Restauração prévia (se tiver infiltração remova toda a restauração);
 Dente parcialmente úmido; (em termos de isolamento)
 Coroa de jaqueta, metálica ou veneer;
 Ponte fixa (se tiver infiltração remova);
 Aparelho ortodôntico fixo (remover para fazer o canal).
b) Isolamento e antissepsia do campo operatório

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4. Preparo intracoronário: cirurgia de acesso  Na dentística, primeiro isola para trabalhar com o dente isolado, mas
só trabalha na coroa, não vai entrar no canal, não precisa saber a inclinação e nem a posição do dente, só vai
trabalhar esmalte e dentina superficial. Na endodontia irá mudar. Primeiro fará o preparo, cirurgia de acesso e
depois isolar o dente. Mas na PROVA, se tiver que colocar uma sequência, não tem problema a ordem do
isolamento, mas na prática irá inverter, porque perde a noção da inclinação do dente que tem uma giroversão e o
profissional fica sem saber, logo, acontece degrau, perfuração. NÃO SE LOCALIZA CANAL COM BROCA! Broca longa
para cirurgia de acesso é um caos total, um perigo, por isso deve-se começar sempre com uma broca carbide, que
tem uns 9 mm, caso não atinja a câmara pulpar porque tem uma coroa volumosa aí sim passa para a bronca longa. O
que localiza canal é sonda, porque vai ter radiografia de estudo, vai verificar se há câmara pulpar ou não para
localizar o canal com a sonda.

CASOS:
I. Tem cárie? Tem que remover tudo.
II. Abscesso apical agudo, com dor e edema é apelidado de FÊNIX.
III. Em certos casos só dá para obturar o dente se remover as coroas, porque se não joga material dentro do
canal quando limpar a coroa e tem que irrigar. O indivíduo chegou com a coroa mas terá que tirar, logo, ele
vai reclamar “destruiu o meu dente”, por isso é importante explicar tudo antes
IV. Dependendo da situação da raiz não aguenta a pressão do grampo e fratura. Faz o isolamento com amarria
e veda direito, se for fazer aumento de coroa clínica dará muito trabalho porque tem que colocar cimento
cirúrgico, preferível fazer o isolamento sem o grampo.

5. Preparo dos canais radiculares:


A. Etapas operatórias:
a) Localização da entrada do canal;
 Após fazer a cirurgia de acesso, esse é o primeiro passo.
b) Irrigação do canal radicular;
 Não se coloca nada dentro do canal sem antes irrigar, o canal deve estar totalmente umedecido.
c) Exploração do canal radicular;
 Explorar o canal é enfiar a lima dentro do canal, para saber se há ou não bactéria, se vai fazer
esvaziamento e etc.
d) Odontometria;
 É o comprimento do dente.
e) Pulpectomia;
 Ou esvaziamento ou penetração desinfectante.
f) Instrumentação do canal radicular.

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6. Medicamento curativo intracanal  Quando instrumentou o canal, mas não vai obturar na mesma sessão, faz a
medicação intracanal.

7. Obturação dos canais radiculares

CIRURGIA DE ACESSO
 Tamanho, direção e forma  O básico da endodontia não muda, há o ponto de eleição e a forma de
contorno, porém, a câmera pulpar e a coroa não vai mudar, a área e os grupos dentais são os mesmos, o
que muda são os números de dente na arcada, hoje já não se considera mais 32 dentes na arcada
porque muitas pessoas já não possuem os terceiros molares. A forma dos elementos varia mas o local
vai ser sempre o mesmo, paredes, soalho e teto da câmara pulpar iguais.

 Acesso livre e direto aos canais  Com o isolamento absoluto perde-se a noção da inclinação do
elemento e vai procurar com a broca, ainda mais se for a broca longa e perfura o elemento, não cai na
polpa e sim no periodonto, quando vê está sangrando.

ETAPAS OPERATÓRIAS:
1. Acesso à câmara: (é você cair no canal, na câmara pulpar, se for nos anteriores e teto de câmara se for nos
posteriores)
1.1. Área de eleição;
1.2. Forma de contorno; (de acordo com a câmara pulpar)
1.3. Direção de trepanação (cair no vazio).

Paciente com 14 anos terá uma câmara pulpar enorme, já um de 70 anos vai ter uma câmara pulpar reduzida,
praticamente não vai ver.

A cirurgia de acesso vai ser condizente com o volume da câmara pulpar, vai ser pequeno se a câmara pulpar for
reduzida, se não vai cortar tecido desnecessariamente, e não quer deixar nada que escureça a coroa, que faça uma
reinfecção do dente, mas não quer abrir o dente demais e sim abrir corretamente. Por isso tem que pegar a sonda e
ver se está “prendendo”, quando passar e verificar que está liso e não tendo nenhuma retenção não estará
escondendo nada por baixo. Não tem onde esconder porque não há retenção.

Tem que ter visão direta do canal, não adianta ficar com espelho clínico, mas há casos que é necessário, por
exemplo, quando o paciente não tem uma grande abertura de boca e terá que fazer um segundo molar. O correto é
ter visão direta, ter que abrir o que for necessário para visualizar. É preferível sacrificar um pouco da coroa, mas
fazer um bom canal. Sem cortar desnecessariamente, mas fazendo o possível para realizar uma boa cirurgia de
acesso.

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120

Área de eleição nos dentes anteriores é palatina, nos dentes posteriores é oclusal.

CAIR NO VAZIO: Quando radiografa o dente e vê se há ou não câmara pulpar, vê o volume, qual a broca que vai ser
usada (inicialmente é a esférica, depois a tronco-cônica). É importante avaliar se há câmara pulpar ou não, porque se
não há câmara não cairá no vazio nunca, quando cortar a dentina (está com resistência) vai chegar a uma área que
não há resistência (se estiver na direção correta), a broca vai afundar como se estivesse sem resistência (isso é
quando há câmara). Vai procurar sempre na parte mais volumosa da polpa.

A área de eleição do superior e inferior é a mesma área, só que um vai ter um volume de câmara maior do que o
outro. Com a radiografia em mãos verifica qual tem o volume maior, a forma da coroa será a forma da câmara
pulpar.

Com a sonda que vai ver onde terá retenção, em um ângulo de 45º procurando a câmara, se caiu no vazio tudo bem,
se não caiu mas já cortou 8-9mm de esmalte e dentina, o correto é radiografar para verificar o que já cortou para
não fazer iatrogenia, se colocar uma broca longa e procurar o canal vai ficar ruim mesmo.

Depois que localizou a câmara os movimentos vão ser de dentro para fora, corta um pouco e para, verifica se há
retenção, se houver precisa retirar porque tem que ficar lisa, não vai tocar em parede vestibular, sempre puxando
para a lingual, sempre procurar o volume maior para a lingual já que na vestibular fará degrau. Sempre no sentido
longitudinal procurando o canal vai ter um corte depois, por isso broca sempre de dentro para fora e sempre
sondando para ver se há retenção, se estiver liso está terminado.

Nunca diz que uma cirurgia de acesso está pronta, sempre se faz ajustes.

2. Forma de conveniência:
Acesso fácil à instrumentação;
Visibilidade das entradas dos canais;
Simplificar as manobras operatórias.

Porque com isso chegará á região apical com mais facilidade, mas se não há visão da entrada do canal não há como
colocar o instrumento na região apical porque caso contrário terá que curvar instrumento para realizar isso e não
existe isso. Tem que ver o canal, se tiver uma boa cirurgia de acesso 70% do canal está resolvido. No preparo da
coroa não pode ter cárie.

Dentes inferiores com duas formas de cirurgia de acesso diferentes, isso porque uma coroa é reduzida mas está com
a câmara normal e outra com um achatamento vestibulolingual e praticamente não tem câmara, vai ficar oval. Nem
todos os casos vão ser triangulares, vai ser de acordo com a câmara pulpar, tanto o tamanho quanto o formato. A
própria cirurgia de acesso vai te dar o formato da coroa do dente que vai se trabalhar. Os dentes inferiores, que tem
dois canais, é um problema sério, quando abre o dente corretamente coloca-se a lima, depois da cirurgia de acesso

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se a lima descer reta é um canal só e se ela inclinar, deve cortar mais para a lingual porque com certeza vai achar
outro canal. Quando a luz do canal “some” é porque com certeza tem um segundo canal.

Se não tirar a retenção, que se fala cotovelo de dentina, e tem que desgatar para o instrumento entrar reto se não
ele pega em uma parede e não vai tocar na outra, só vai limpar uma parede e não vai limpar a outra, isso é o
chamado DESGASTE COMPENSATÓRIO. Se não fizer esse desgaste compensatório vai fazer uma instrumentação que
não vai ser correta, pode fazer com broca ou com o próprio instrumento.

O incisivo inferior se fizer apenas uma bolinha não adianta porque não vai enxergar nada, abre e corta mais um
pouco. No incisivo central e lateral, canino, tem que cortar acima (1-2 mm) do cíngulo e põe 45º, então cai dentro do
canal, se tiver câmara vai cair dentro do canal. Não vai destruir o cíngulo, mas se não fizer o desgaste não vai
conseguir localizar os dois canais. Nunca se abre para vestibular e sim para lingual, na vestibular se colocar a broca
vai pegar a parede e vai fazer degrau. Os dentes anteriores tem inclinação para a lingual, por isso vai cortar sempre
para a lingual. Feito o desgaste, vai colocar uma lima num canto e uma lima no outro e radiografa uma radiografia
com o ângulo horizontal para distal e para mesial (técnica de Clark).

Se deixar alguma coisa na câmara pulpar vai dar alteração de cor.

No canino, coloca-se a broca 1-2 mm acima do cíngulo, broca a 45º de dentro para fora, verifica se há retenção. O
formato da cirurgia de acesso vai ser de acordo com o formato do canino, não será um triângulo porque a coroa não
é um triângulo, só de sondar e remover dará o formato correto. É só saber que vai ser broca esférica, broca de
tamanho comum, vai usar a sonda para saber se há retenção e no final verá o formato que dará a cirurgia de acesso.

Os pré-molares inferiores tem uma inclinação para a lingual, a cúspide lingual do pré-molar inferior é menor, no
momento de abrir tem que ter um cuidado especial. Sempre broca de dentro para fora e sondar. A forma de
contorno desse dente vai ser vestibulolingual ou vestibulopalatino, nenhum dos pré-molares terá abertura no
sentido mediodistal tanto superior quanto inferior, e as paredes divergentes, não pode ficar para dentro senão não
consegue colocar a lima e instrumentar. Sempre vai buscar a entrada do canal mais volumoso, geralmente no pré-
molar superior é o palatino. Se fizer uma parede convergente não vai conseguir localizar e instrumentar! Vai ter que
cortar tecido conscientemente, nunca desnecessariamente, é preferível começar cortando pouco.

Ás vezes a câmara é tão atrésica que não consegue começar com a broca, já tem que ir com a lima, para depois fazer
um desgaste compensatório senão não consegue trabalhar.

O molar inferior tem o canal mais volumoso na distal, ponto de referência é oclusal, tem câmara tudo bem, se não
tiver continua cortando até bater na cúspide do dente já está no soalho de câmara, caso contrário vai perfurar o
dente. Por isso, a importância de não usar a broca longa até saber o que é cair no vazio, saber o que é o volume de
uma coroa volumosa, então inicialmente vai usar a broca curta para não pegar a furca de um dente porque quando a
câmara pulpar é atrésica a broca curta não vai atingir. E não deve procurar canal com broca.

I. Desgaste compensatório
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II. Tirar retenção com broca esférica – de dentro para fora


III. Forma: um trapézio com base maior para mesial
Porque mesial é onde há os dois canal mesiovestibular e mesiolingual e o distal é o distovestibular e distolingual,
quando há os 4 canais já que o percentual lpara ter dois canais é enorme.
IV. Limpeza
V. Irrigar
VI. Verificar retenção
VII. Remoção de retenção

No molar superior vai procurar primeiro o canal palatino, na fosseta central direto no canal mais volumoso que é o
palatino, trapézio com a base maior voltada para vestibular, porque tem o distovestibular e o mesiovestibular e o
palatino, o quarto canal está na raiz mesiovestibular então ela vai ficar mais aberta na região vestibular.

3. Preparo da câmara pulpar:


Remoção do teto e divertículos;
Não forçar o conteúdo da câmara; (por isso é de dentro para fora e não de fora para dentro)
Não mudar a configuração do soalho;
Nunca usar broca no soalho. (se não vai desfigurar, vai fazer degrau e não vai conseguir instrumentar
direito)

Depois de vir de dentro para fora com a broca esférica, utiliza a tronco-cônica para deixar as paredes divergentes.

Se há a radiografia e verifica que não há câmara não tem porque insistir com a broca, senão vai perfurar o dente. É o
que mais acontece com dente inferior com furca, trepanado, quando o dente vai parar fazer o canal já vai com a
coroa destruída, se colocar uma broca longa sem tomar cuidado vai perfurar o elemento. Porque a coroa de um
molar tem 8-9 mm e a parte ativa da broca tem 9 mm, se chegou na cúspide é para parar se não vai perfurar, vai
chegar na furca e trazer problemas.

Quando for colocar a broca deve ser intermitente, não pode deixar a broca ficar girando na coroa do dente, no
esmalte, se não vai fazer um buraco no dente.

I. Localiza o cíngulo e o local 1-2 mm acima do cíngulo


II. Seleciona a broca (depende da radiografia e da câmara pulpar – BOM SENSO), posiciona a 45º
III. Vai cortando
IV. Cai no vazio
V. De dentro para fora
VI. Sondar verificando retenções
VII. Tronco-cônica para fazer biselamento na coroa

Se tiver um nódulo pulpar, nunca vai cair no vazio.


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Com ponte fixa não é possível fazer canal, precisa removê-la para isso. Se não vai trabalhar com o canal totalmente
infectado.

4. Limpeza e antiassepsia do canal

INCLINAÇÃO E POSIÇÃO DOS DENTES

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124

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS AUXILIARES NO PREPARO DOS CANAIS RADICULARES

O que é preciso de uma substância química de instrumentação? Diante das longas explicações que
encontraremos, o importante é focar nessas quatro propriedades:

 Que ela seja SOLVENTE DE MATÉRIA ORGÂNICA;


 Que tenha baixa tensão superficial;
 Que seja bactericida;
 E lubrificante.

HIPOCLORITO DE SÓDIO (OU NAOCL), DE ACORDO COM A CONCENTRAÇÃO DE CLORO


 Líquido de Darkin - 0,5% este nem está sendo considerado pelos autores atualmente devido a baixa
concentração. Por isso, tem tempo de vida útil menor que os demais.
 Solução de Newton - 1%
 Licor de Laborraque – 2,5%
 Soda Clorada – 4 a 6%

 O cloro é instável a luz e ao calor, por isso a maioria dos frascos não contém a concentração indicada na
embalagem. Por isso, é ideal a embalagem ser vedada a luz e que o armazenamento seja na geladeira, porque
até mesmo durante o transporte do material, certa parte da propriedade é perdida.

 Trabalhar sempre com a concentração mais alta.

AÇÃO DO NaOCl
 Reação de saponificação maior: O hipoclorito reage com ácidos graxos, lipídios e glicerol o que resulta em
sabão, liberando oxigênio e cloro. Se eu trabalho com uma substancia que libera cloro e oxigênio, isso é
ótimo por que ela vai matar os seres anaeróbios.

 Sobre as proteínas: O hipoclorito faz a desnaturação da cadeia protéica, destroem as proteínas, que se
quebram em aminoácidos, estes são solúveis e são eliminados.

 Sobre as bactérias: Hipoclorito de sódio – bactérias – H2O – bacteriólise. Ele desidrata ela quando provoca a
bacteriólise, havendo o rompimento de sua parede.

AÇÃO DA CLOREXIDINA
 Seus cátions reagem com os ânions da membrana bacteriana alterando sua permeabilidade, precipitando
proteínas; interfere no metabolismo e crescimento da bactéria.

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125

 É incapaz de dissolver matéria orgânica; (este é o problema)

 Pode causar uma possível pigmentação dentária, o dente pode ficar amarelado.

 Alguns dentistas pensam em misturar a clorexidina com o hipoclorito, pois a clorexidina é bactericida e o
hipoclorito dissolve matéria orgânica, porém é importante saber que a mistura dos dois resulta em
substância cancerígena.

ESTUDOS QUE MOSTRARAM A AÇÃO DO HIPOCLORITO


 Ação em canais infectados: Na primeira consulta ele se encontra com 100% de contaminação, onde reduz
pra 22% esta porcentagem. Na segunda consulta, evolui para 33% de bactérias e há redução para 0%.

 Dissolução orgânica: testaram-se várias outras substâncias, porém somente o hipoclorito fez a dissolução
dos tecidos necróticos. (NaOCl 10%; H2O2 3,0%; H2O2 30%; Ácido paracético 10%).

 Qualidade do NaOCl: em relação aos cuidados com o armazenamento, luz e calor. Real teor de cloro ativo
(problema).

ÁCIDO DIAMINOTETRACÉTICO – EDTA


 Amolece dentina e causa perfuração da raiz.

 Antigamente acreditava-se que o EDTA dava permeabilidade à dentina, e assim haveria a chegada do
material às bactérias. Porém, também se observou a remoção cálcio da estrutura, a fazendo mais frágil.

 Ela dissolve matéria inorgânica (Para que queremos isso?) Ele retira o magma dentinário, o que implica na
exposição dos canalículos a reinfecção. Se destampou todos os canalículos, a dentina vai ficar mais
vulnerável. Um trabalho foi feito com 100 dentes lavados com com hipoclorito e 100 dentes com EDTA onde
1 ano depois verificou a presença de desaparecimento da lesão com hipoclorito e reincidência com EDTA.

ASSOCIAÇÕES: podem ser usadas? Sim. Mais temos a chance de usar somente 1 seringa, pra que misturar?
 Hipoclorito de sódio + peróxido de hidrogênio + hipoclorito de sódio;
 Hipoclorito de sódio + peróxido de ureia;
 EDTA + peróxido de hidrogênio;
 Peróxido de ureia + detergente.

 Não usa mais, utilizamos somente o hipoclorito de sódio.

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IRRIGAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES

Irrigação é diferente de injeção. Você pegou sua seringa com hipoclorito, primeiro dá uma quebrada na pessão do
êmbolo, porque senão quando você esta apertando ela vai aonde? Não tem nem ideia. Evita possíveis edemas,
necrose.

MATERIAIS PARA IRRIGAR E ASPIRAR


 Cânula aspiradora;
 Agulha para irrigar os canais; (quanto mais fina, melhor);
 Seringas Luer; (o ideal é a de plástico, pq a de vidro o hipoclorito corrói a borracha fazendo espirrar no
paciente);
 Agulhas com escovas.

 Iatrogenia do dentista, durante a irrigação, pois não deixou espaço para o refluxo do líquido.

ACIDENTES NA IRRIGAÇÃO
 Agulha de calibre maior que o canal; (O que importa é observar se tem área livre para o liquido voltar, fazer
refluxo. Não adianta pegar uma agulha grossa e fazer pressão no êmbolo, e não ter pra onde este liquido se
movimentar, causando m acidente na irrigação)
 Irrigação intempestiva;
 Obstrução da entrada do canal.

Fernanda Valle – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
127

OBLITERAÇÃO DOS CANAIS

Padronização do instrumento endodôntico: cada profissional confeccionava sua própria lima, não havendo
padronização das limas. Em 1955 padronizou-se o instrumento, facilitando a vida de todos.

O instrumento manual passou a ser confeccionado a partir das seguintes regras:


 Concordância dos diâmetros;
 Conicidade para cada tamanho de instrumento e material de obturação.
o Material de obturação: se instrumentou um canal até lima 30, obtura-se o canal com cone de guta
30.
O sistema de numeração da lima baseado no diâmetro da ponta da lima em µm.

Recapitulando: nós vamos instrumentar os canais com a lima e na hora de obturar usaremos cone de guta principal
e cone de guta lateral ou acessório. Sendo que, temos que lembrar que foi feito um instrumento e um material de
obturação correspondente a ele. Então, se eu instrumentei o canal com até a lima 80, o cone tem que ir até 80. Os
cones laterais preenchem os espaços ao redor até que você tenha uma obturação uniforme.

Mais tarde, a padronização exigiu que se adequasse todo o produto industrializado às normas da ISO 9000. Logo, a
ISO 9000 modificou no nome da lima:

 Ponta da lima foi denominada como D0 (D zero);


 Parte ativa da lima mede 16 mm (parte do corte);
 Final da parte ativa denominada como D16;
 Número do instrumento é determinado pelo diâmetro do D0 em décimos de mm.

Comprimento da haste: 25 mm e parte ativa mede 16.

Não importa o comprimento da lima! A parte ativa sempre irá medir 16 mm.

Conicidade: cada lima aumenta 0,02 mm/mm. Isso é importante porque conhecendo e sabendo que a cada mm a
lima engrossa 0,02 mm, eu posso resolver problemas que podem tornar a endodontia muito difícil. Tem dentes que
possuem canal muito estreito e curvaturas muito grandes e não dá para resolver com a lima convencional. Mas,
como eu sei conicidade de lima, eu fabrico uma lima intermediaria. Logo, a conicidade do instrumento é dado pelo
aumento gradativo de 0,02 mm. Então, a cada mm de D0 para frente, a lima está engrossando 0,02 mm.

Esse conhecimento me permite fabricar um instrumento não convencional, por exemplo: canal muito estreito,
atrésico e tenho a lima 10. A próxima lima da escala é 15. De 10 à 15 eu tenho quanto de espaço? 5 mm. Isso é muito
em determinado para canais muito estreito e curvo. O que eu faço? Eu sei que a cada mm a lima engrossa 0,02 e se
eu cortar 1 mm da lima 10, eu fico com quanto na ponta? 12.

Laís dos Santos Ramos – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
128

Da lima 15 para 20: a lima 20 não quer descer de jeito nenhum. Faço o mesmo procedimento, corto 1 mm da lima 15
que se tornará lima 17.

O diâmetro D16 é 0,32 mm, maior que D0. De onde saiu esse 0,32 mm? De 2 em 2 mm.
 A parte ativa mede 16 mm, aumenta 0,02 mm a cada 1 mm. Então, 2x16 = 0,32 mm.

D0 (mm) D16 (mm)


Lima 10 0,10 0,42 Lima 10 mede quanto na ponta? 10. E no D16? 0,42 mm (10 + 0,32).
Lima 15 0,15 0,47 Lima 15 mede 15 na ponta e 0,47 mm (15 + 0,32).
Lima 20 0,20 0,52
Lima 25 0,25 0,57

COMPRIMENTO DA LIMA
 Comprimento da haste: é uma coisa fixa – 16 mm.

 Comprimento da lima: tem vários – 19 mm, 21 mm, 25 mm, 28 mm, 31 mm. Mas, esse comprimento é do
cabo até a ponta da haste.

 Quantos mm mede a parte ativa da lima 21? 16 mm.

As limas foram dividias em séries:


1ª SÉRIE 2ª SÉRIE SÉRIE ESPECIAL 3ª SÉRIE
(canal normal): (canal mais amplo): (extremamente finas - idosos): (ápice aberto):
15: branca 45: branca 0,6: rosa 90: branca
20: amarela 50: amarela 8: cinza 100: amarela
25: vermelho 55: vermelho 10: roxa 110: vermelho
30: azul 60: azul 120: azul
35: verde 70: verde 130: verde
40: preto 80: preto 140: preto

OBS: 1ª série saltos de 5 em 5 e 2ª série de 10 em 10 devido a grossura da lima e cortar mais do que as da 1ª série.

OBS: existem limas 15, 20, 25, 30... Nós pedimos para pegar uma lima de 25 de comprimento, ou seja, não é a lima 25 (cabo
vermelho), mas sim o comprimento dela que mede 25 mm. Ex: Lima 15 com 25 mm de comprimento, lima 15 com 31 mm, etc.

Comprimento é diferente de diâmetro!


 Diâmetro é 15, 20, 25, 30, 35 e 40.
 Comprimento é o que vai da ponta da lima até a haste.

Laís dos Santos Ramos – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
129

TEMPOS OPERATÓRIOS DOS TRATAMENTOS DOS CANAIS RADICULARES

 Se o dente tem abscesso não pode fazer pulpectomia porque o dente não tem polpa.

 Não se obtura dente com patologia, pois está cheio de bactérias, caso ao contrario vai agudizar o
processo.

 Dente com vitalidade deve se preocupar em não contaminá-lo, pois ele está hígido.

 Edema flutuante = Abcesso.

 Dente que não responder ao teste de vitalidade é o que será obturado o que não responder não mexe.

 Primeiro irrigamos depois realiza a penetração desinfectante.

 Dor é abscesso, pode ser o periodontal, gengival e o periapical. Em endodontia tem que ser AAA.

1. Inspeção
2. Raios X
3. Anestesia
4. Preparo do campo operatório
a. Preparo inicial do dente OBS: Durante a prática primeiro é cirurgia de
acesso depois o isolamento.
b. Isolamento Absoluto
c. Antissepsia
5. Cirurgia de acesso
6. Localização da entrada do canal
7. Irrigação do canal radicular (evitar êmbolo)  realizar movimentos de penetração e tração. Quanto mais fina a
agulha melhor para colocar o líquido dentro do canal.

I. FORMATO DA CÂMARA PULPAR  Sempre analisar


o tamanho, direção e forma, como também o volume
da câmara pulpar. Em incisivo inferior, realizar o
desgaste compensatório, ou seja, um corte para
incisal, tendo assim melhor visualização para a futura
obturação. PM – paredes divergentes, forma de
contorno Vestíbulo-Lingual.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
130

 Para um sucesso na endodontia deve se ter uma boa cirurgia de acesso, para conseguir instrumentar, limpar,
abrir e lacrar (obturar o canal, quando coloca a guta evitando a penetração de liquido dentro do canal) nas três
dimensões.

Área de eleição  Direção de trepanação (no centro do dente)  Forma de contorno

II. EXPLORAÇÃO DO CANAL  Sempre com a radiografia em mãos. Sempre utilizar instrumento pré-encurvado,
pois trabalhamos com patência, que é o instrumento pegando o CDC, visto que o mesmo é curvo, está sempre
lateralmente, se o instrumento ter ângulo, pode fraturar dentro do canal e agarrar, dificultando sua remoção.

O QUE DEVE SER OBSERVADO NA EXPLORAÇÃO


 Variações quanto ao número de canais do dente;
 Variações quanto à direção do canal: curvo, angulado ou acidentado;
 Variações quanto ao aspecto do canal: definido ou não;
 Variações quanto ao calibre do canal;
 Variações quanto à forma: circular, oval ou triangular;
 Presença de restos pulpares  resto de polpa - não realizou o desgaste compensatório, agudizando;
 Presença de corpo estranho  instrumento fraturado, instrumento de obturação dentro do canal;
 Presença de calcificação no interior do canal  nódulo na entrada do canal, seja por trauma, uso de
aparelho ortodôntico. Nódulo pulpar se não remover não tem como penetrar no canal, se não, não da para
obturar direito, mesmo que fique um acesso maior;
 Presença de desvio de canal;
 Presença de reabsorção interna ou externa  reabsorção não tem dor, mas se for uma reabsorção
substitutiva (anquilose), vai colocando hidróxido de cálcio podendo demorar 5-6 anos, como é substitutiva
não vai formar mais tecido mineralizado. As bactérias vão estar sempre proliferando, não tem como fazer
uma limpeza, lacrar e medicar e formar tecido mineralizado, ocorre isso por trauma. Reabsorção interna -
remove, preenche aquela área e faz controle radiográfico.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
131

CASOS ESPECIAIS
 Canais com forame incompleto (apicificação)  ápice não formado não se pode retirar todo o tecido, para
que tenha a formação do mesmo;
 Canais com obstrução;
 Canais com perfurações;
 Canais para serem retratados  só realiza retratamento de canal se estiver LESÃO, PATOLOGIA ou DOR,
caso ao contrario não mexe.

CUIDADOS NA EXECUÇÃO DA EXPLORAÇÃO DO CANAL


 Deve-se umedecer toda câmara pulpar com solução de hipoclorito de sódio  2,5 a 5 %;
 Verificar se o dente tem vitalidade ou não  teste térmico (frio/quente) – dor ao frio (pulpite), dor
espontânea, somente na palpação (necrose);
 Utilizar uma lima para canal, de diâmetro e tamanho adequado  cada caso usar um instrumental, pré-
curvado;
 Iniciar a exploração do canal com um instrumento mais fino possível, de acordo com a luz do canal;
 A radiografia deve ser examinada para observar a característica de cada dente  nitidez;
 Deve-se usar instrumento curvo em canal curvo  não existe canal reto pela técnica que vamos estabelecer
visto que vai limpar o CDC, precisa pré-encurvar o CDC, então nunca está com ela o vértice radicular, reta
perfura o dente;
 Não permitir, durante a penetração, a introdução de material séptico através do forame apical  evitar que o
material contaminado vá para o forame apical, para isso fazer a penetração desinfectante;
 Deve-se utilizar cursor nos instrumentos  ponto de referência, o cursor que vai orientar onde vai
instrumentar e obturar o canal.

TESTE DE VITALIDADE
 Teste de vitalidade POSITIVO  PULPITE, porque se respondeu tem polpa, respondendo com quente é
irreversível / em transição (bactéria), respondendo com frio é reversível.
 Teste de vitalidade NEGATIVO  ABSCESSO AGUDO.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
132

 Todo instrumento pré-encurvado. Quanto mais calibroso for o instrumento mais


difícil será pré-encurvar o instrumento, mas só que vai pré-encurvar para limpar a
região de CDC. Então fará com um aparelho tradicional, gaze na mão ou com a
pinça de algodão. Só limpa CDC com lima de menor calibre, ou e com a 10 ou com a
15, chamando isso de patencia para evitar acumulo de dentina no canal
cementário, visto que a pessoa vai instrumetando e não irriga corretamente
acumula dentina e depois o cone de guta não desce, na obturação do canal.

EXPLORAÇÃO DO CANAL
 Penetração desinfectante  dente com vitalidade não se preocupar com bactéria e sim em não contaminar
o dente. É necrosado limpar o terço cervical, médio e apical. Tem que dar tempo da irrigação fazer o efeito
para dar tempo de fazer a penetração desinfectante para dissolver a matéria orgânica, logo dar tempo para
agir se não nunca limpará.

 Não se localiza canal com broca, se tiver broca longa e for tentar localizar o canal pode ocorrer um acidente,
localiza-se canal com sonda, pois terá retenção e localizará.

 Dente com curvatura, se não realiza o desgaste compensatório não atinge a região do CDC, fazendo um
transporte apical não conseguindo lacrar o canal. Tendo penetração de líquidos, virando uma lesão crônica sem
a cicatrização porque tem solução de continuidade devido não conseguir lacrar. Se não irrigar acumula dentina,
se não pré-encurvar o instrumento faz uma perfuração.

 Dente com vitalidade, se fez bom corte de tecido, fez um bom anteparo, está dentro da dentina não há
necessidade de fazer patência. Tem que trabalhar dentro do canal dentinário e não dentro do canal cementário.

 As classes são representadas: #não cai na prova

o O calibre do canal; o A curvatura do canal; o O acesso ao forame apical.


CLASSE I - É representada por canal: amplo, mediano ou ligeiramente constrito, reto ou com
curvatura discreta (menos que 25°). Todos acessíveis à região apical (I.S.), (I.I.), (P.M.I.), (P.M.S.),
(L.S.)  são fáceis em termos;
CLASSE II - Canal radicular de calibre constrito com curvatura acentuada (26° até 40°). (M – MS), (MS
– MI), (ILS)  mais acentuada, a mesial do molar superior, se não souber explorar o quarto canal
principalmente, mas ele apresenta um percentual muito grande de ser recorrente, tem hora que
localiza e não consegue explorar. Mesial de molar inferior é enjoada, é DL, DVr, porque o RX não dá,
dá somente profundidade. Incisivo lateral superior, ele pode ser ruim como pode ser fácil de
trabalhar. Quando faz um lateral superior complicado, faz qualquer mesial de inferior e molar

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
133

superior se conseguir fazer o incisivo, porque soube explorar, pré- encurvar o instrumento, irrigar,
fazer recapitulação, fazendo tudo ficando sem problema de colocar o cone de guta percha.
CLASSE III - Canal radicular mediano ou contrito:
Canais com angulação acentuada, acima de 40° até 70º/90°;
Canal em forma de baioneta  dente que tem duas curvas;
Canal em raiz portadora de dilaceração.
PERFURAÇÃO DIRETA DO ÁPICE NA CLASSE III
Se colocar um instrumento e
Há não remoção das raspas de dentina; prendeu, fez um degrau, se
não irrigar e recapitular depois
Falta de curva dos instrumentos; não irá conseguir voltar na luz
do canal. Toda vez que colocar
Não utilizar a recapitulação. um instrumento irrigar.

III. ODONTOMETRIA - Mensuração do dente na radiografia.

OBJETIVOS  não danificar o canal cementário, não dilacerar


A Endodontia será um procedimento simples no dia
região apical. em que o CD reconhecer e compreender que ela
deve ser executada dentro dos limites do canal
(Cattoni)  A obturação ficara dentro do canal
dentinário, no canal cementário irá trabalhar apenas
ASPECTOS BIOLÓGICOS  Reparação apical condizente, sem para realizar o debridamento, patencia para poder
limpar o canal cementário, preservando o CDC.
dilacerar, fazer com que haja uma cicatrização, uma reparação
normal do tecido periapical.

TÉCNICAS PARA A OBTENÇÃO DO CRT (COMPRIMENTO REAL DE TRABALHO)


 Ingle;
 Paiva e Antoniazzi;
 Walton e Torabinejad;
 Localizadores eletrônicos de ápices.

VARIAÇÕES DO LIMITE APICAL


 Qual a idade do paciente?  paciente jovem de 15 e outro de 90 anos, um a saída do CDC estará num ponto
e o do outro no vértice radicular praticamente, o do idoso no meio do dente porque haverá anteposição de
cemento, então o CDC, o forame vai subindo. Jovens apresentam um conduto mais amplo;
 Polpa viva ou morta?  polpa com vitalidade terá o canal cementário; OBS: Tudo pode mudar o
limite apical, por isso deve
 Lesão apical? pensar nesses fatores para
não cometer iatrogenia.
 Reabsorções radiculares?
 Ápice completamente formado?

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
134

REQUESITOS DE UM MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DO CRT


 Ser preciso;
OBS: Comprimento do dente - irá medir
 Ser rápido e de fácil execução; da incisal ao vértice radicular, e se for
um PM da cúspide ao vértice radicular.
 Ser facilmente confirmado.

PONTO DE REFERÊNCIA OU BORDO DE REFERÊNCIA #PROVA

 Anterior: Incisal; OBS: O esmalte deve ter suporte, porque se não o dente não
suporta e fratura. Deve-se sempre anotar o ponto de
 Posterior: Cúspide; referencia e este ter estrutura, suporte para colocar o cursor.

MÉDIA DOS DENTES DENTE

DENTE IC IL C 1PM 2PM 1M 2M 3M


Superior 22 22 27 21 22 21 21 19
Inferior 21 22 25 21 21 21 21 19

 Quando faz a odontometria? Antes de colocar qualquer instrumento. Quando se diz penetração desinfectante,
já tem radiografias em mãos, comprimento do dente, penetração terço a terço. Então o correto é radiografar e
fazer a odontometria.

COMPRIMENTO DE TRABALHO PROVISÓRIO (CTP)  radiografar e tirar 2 mm do comprimento que achou do dente.

MEDIDA DINÂMICA  Se está num dente com 15 e chegou com 35, não fez o desgaste
compensatório, cortou parede, o instrumento vai descer, precisando conferir o CTP tendo
que tirar outra radiografia, que é a medida dinâmica, porque vai cortando a dentina e com
isso vai diminuindo o CT e a lima vai para a região apical devido não ter mais resistência.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
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COMPRIMENTO REAL DE TRABALHO (CRT)  onde fará a técnica de instrumentação e colocará o cone de
obturação, ou seja, aonde a lima for e achar que está na altura para obturar e trabalhar tem que ser todos na mesma
medida, depois fará a patência, com 1,5mm à mais para a limpeza do canal cementário, e sempre com o instrumento
pré-curvado.

LIMITE APICAL (WALTON E TORABINEJAD): #não cai na prova

 Sem lesão ou reabsorção – 1mm;


 Com lesão e sem reabsorção – 2,5mm;
 Com lesão e com reabsorção – 2mm.

 Cursor é fundamental para trabalhar, não se pode trabalhar sem ele. O cursor em qualquer local que
tocar ele irá se deslocar com isso perde a medida de comprimento de trabalho.

 Cursor sempre em posição correta, medido e no ponto de referência.

 Lima no comprimento de trabalho.

 A patência utiliza para não obstruir o canal cementário.

 Transpasse intencial = Patência.

 Caso: Pegou o dente, mediu, tirou 2mm CTP, a medida do dente menos 2mm, o cursor no ponto de
referência. Então o mm que der é o CRT e 1mm a mais é a patência lembrando que tem que pré-
encurvar o instrumento se não a lima não chega.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
136

DESINFECÇÃO E MODELAGEM DO SISTEMA DE CANAIS

I. TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO
 Antes de instrumentar  preparar a coroa dental;

 Anel de isolamento.

II. CUIDADOS NA INSTRUMENTAÇÃO


 Instrumentos novos  caso agarre alguma parte da lima no canal é difícil sua remoção, sendo assim, a
melhor maneira de não fraturar a lima dentro no canal é sendo nova;

 Curvar as limas  SEMPRE! Não se tem canal reto;

 Instrumentação suave  o principal defeito da lima é empurrar restos para frente, então toda vez que
alguém instrumentar com força, já pode esperar um pós-operatório complexo;

 Instrumentação intermediários  se a lima não está querendo passar para a seguinte, ou seja, está
empacando numa lima e a outra não quer descer, é preciso lançar a mão de um artificio que é fabricar
uma lima e ir sempre o mais suave possível;

 Nova mensuração em canais curvos  relacionada aos movimentos.

III. ATÉ QUE LIMA INSTRUMENTAR?


 Canais amplos - 2ª série  incisivo central, molar superior (palatina), molar inferior (distal);

 Canais médios - lima 40;

 Canais atrésicos - lima 25 ou 30 (preparo cervical sempre)  idosos.

IV. CINEMÁTICA DA LIMAGEM


 Movimentos da Lima:
o Penetração e alargamento  deve abrir o canal, para a curvatura ficar mais estável tendo as curvas
mais suaves, logo fazer pressão sobre as paredes da curvatura. Entrar com a lima pré curvada,
balançando dentro do canal até chegar no comprimento de trabalho, quando o cursor atingir o
comprimento de trabalho fará pressão sobre a parede que se quer trabalhar;
o Pressão
o Tração  a lima corta quando sai, com isso remove a lima cerca de 3mm e volta com ela
novamente.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
137

 Dentes anteriores o canal se localiza mais para a parede vestibular, tendo assim mais dentina na parede lingual,
consequentemente é a parede mais infectada, sendo necessário remover/instrumentar mais essa região.

 Não se pode instrumentar por igual às paredes, correndo o risco de perfuração do ápice do incisivo vestibular
do incisivo central, por exemplo.

 Imagem RL na radiografia = bactéria dentro do canal.

 ATENÇÃO - Nunca, mas nunca mesmo, abrir mão da penetração desinfectante !!!  O principal defeito
da lima é empurrar restos para frente com isso acaba empurrando restos necróticos dando uma injeção
de bactéria para o paciente, gerando uma agudização de uma lesão crônica, com dor.

V. PENETRAÇÃO DESINFECTANTE
 Canal infectado = bactérias + toxinas e subprodutos  Quando introduz a lima dentro do canal
intempestivamente ela empurrará bactérias para dentro gerando uma agudização de uma lesão crônica,
e essa agudização deveria chamar flare up.

 FLARE UP  agudização que surge, principalmente, entre as sessões de tratamento de canais radiculares.
Apesar de todo cuidado, o Flare up pode ocorrer pela simples mudança de pressão durante a abertura de
uma câmara pulpar de um dente contaminado. Tenha em mente que a área que você vai atuar está
contaminada e qualquer descuido pode provocar extrusão de produtos tóxicos e bactérias para a região
periapical. Esse ato operatório é delicado e exige atenção e muita concentração.

 PENETRAÇÃO
o Primeiro preparar a câmara pulpar;
o Cirurgia de acesso;
o Isolamento absoluto;
o Irrigação abundante com NaOCl;
o Determinar o CTP;
 Radiografia inicial bem revelada;
 Com uma régua medir o vértice  mede da incisal até o ápice, onde acaba a raiz;
 Colocar o cursor das limas no CTP  vai instrumentar de 15-40, então coloca o cursor de todas
de uma vez, espeta uma gaze, passa essa gaze no hipoclorito e pronto, ficando as limas no
CTP;
o Penetração desinfectante;

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


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138

 Com a cavidade pulpar cheia de NaOCl e Lima (n° 08;10) com movimentos alternados para
direita e esquerda, penetrar suavemente até o 1/3 cervical  cavidade cheia de hipoclorito e
de preferência com lima fina para não fazer embolo em direção ao ápice. Inicialmente entra
até o terço cervical, ou seja, se media 21mm entra 7mm. Misturou o hipoclorito com a
quantidade de produto contaminado do canal, tira a lima e neutralizou/tentado neutralizar as
bactérias que estão no terço cervical;
 Ao atingir o 1/3 cervical, aumentar a altura do cursor na lima mm a mm, irrigando sempre até
atingir o 1/3 médio  se entrou 7mm, coloca no 8mm, lava e vai descendo a lima e irrigando
sempre até atingir o terço médio;
 Ao atingir o 1/3 apical verificar-se a lima continua solta no canal e com mais cuidado ainda,
irrigando sempre com NaOCl, movimentando alternando e mm a mm, ir descendo até atingir o
CTP  tendo um cuidado maior no terço apical por ser mais estreito e de empurrar restos
necróticos para frente, além do ápice;
o Quando a lima atingir o CTP, verificamos se ela está ligeiramente presa. Se não estiver, utilizamos a
lima seguinte  para instrumentação deve-se trabalhar com lima folgada para poder ter espaço
para o refluxo. Lima apertada deve ter um cuidado para não fazer injeção (bactéria no ápice).
Irrigar sempre e movimento alternado e descendo até atingir o CTP;
o Ex: lima 10 solta?  fez penetração e estava solta, ótimo, era o que queria, pega a 15, coloco o
cursor o CTP e vê se a 15 desce e fica presa, caso esteja radiografa com a lima no CTP;
o Atingiu o CTP, radiografar.

VI. NOSSA TÉCNICA


 Com a lima no CTP, radiografar e verificar se conseguiu patência (transpasse intencional, ou
debridamento do forame - passar a lima 2mm além do comprimento do forame. Fazer sempre a patência
desde que se tenha feito a penetração desinfectante), ou o CT.

CASO CLÍNICO - Fez penetração desinfectante em 2 dentes, tirou a radiografia e viu que o CTP em um dos dentes deu patência, e
passou 1mm além do forame apical. No outro dente deu CT, então tira a lima, leva ela até a régua e vê o quanto tá medindo, suponha
que tenha dado 21mm, anota e vê CT real 21mm, CT de patência é 22. O CT foi determinado com a lima 15, então para a patência usa
a 10 para ela passar o mais suave pelo forame, se conseguir CT com a 20 ainda fará patência com a 10, ou até a 15, mas é melhor a 10
porque não se quer “arrombar” o forame apical e sim manter patente, ou seja, aberto. Então o dente que deu patência, colocou
radiografia no negatoscopio e mediu, tá passando 1mm, se tirar 1mm ainda continuará na boca do canal, então tira 2mm e sabe que
ficou 1mm aquém, para dentro do canal.

VII. PATÊNCIA
 Verificar se conseguiu patência do forame;

 Se não conseguiu, consiga consegue trocando por uma lima mais fina e passando pelo forame;

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
139

 Essa manobra só é admissível após a penetração desinfectante  se o canal não estiver desinfectado
dará uma injeção de bactéria no paciente.

VIII. PATENCIA E CT
 Se a lima passou 1 a 2 mm pelo forame, teremos o comprimento de patência;

 Se a lima está 1mm aquém do limite radiográfico tem o comprimento de trabalho real.

IX. PENETRAÇÃO DESIFECTANTE – BENEFÍCIOS:


 Não empurrar restos necróticos e microrganismos para o periápice evitando agudizações ou flare up.

X. PATENCIA - BENEFÍCIOS
 Drenar a periodonto apical  inflamação no ápice é fundamental fazer patência;

 Manter o forame apical aberto;

 Não obliterar o 1/3 apical;

 Não perder CT;

 Só executá-la após a penetração desinfectante.

XI. FLARE UP
 É preciso trabalhar com penetração desinfectante para evitar flare up.

XII. PENETRAÇÃO DA LIMA


 Movimentos alternados para a direita e esquerda, ligeira pressão em direção ao ápice até alcançar o
comprimento de trabalho.

XIII. CINEMÁTICA DOS INSTRUMENTOS


 Pressão nas paredes e tração contra as curvaturas.

XIV. CINEMÁTICA DA LIMAGEM


 Os canais não estão no meio dos dentes;

 Instrumentar mais para a lingual, visto que tem mais dentina;

 Não pode instrumentar rodando porque a lima arromba.

Juliane Vieira/Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
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XV. DESVIO X INSTRUMENTAÇÃO


 Acesso ruim;
 Cinemática inadequada.

XVI. DESINFECÇÃO E MODELAGEM DO SISTEMA DE CANAL


 Substância química – Recapitular (manter a patencia) e irrigar sempre;

 Obturação do canal;

 Iatrogenias;

 Solução: IRRIGAR SEMPRE!

XVII. NOSSA TÉCNICA


 Cirurgia de acesso;

 Isolamento absoluto;

 Penetração desinfectante de sua preferência


o Técnica de penetração Crowm Down (coroa abaixo, sem pressão)
 Determina o CTP  começa com lima de segunda série que é lima bastante grossa, então não
se preocupa em medir essa lima, na tradicional mede a lima devido o risco de arrombar o
ápice já na lima de segunda série não consegue chegar até o ápice – suponha que mede
21mm;
 Escolha da lima – uma que entre pelo menos 3-4mm no canal;
 Na entrada do canal, dá um giro com a lima escolhida de 180º e no segundo giro retira a lima
suavemente  com a lima 80 por exemplo;
 Lava;
 Pega a lima 70, introduz o quanto ela quer ir sem forçar até porque se forçar e ela travar ela
não gira da dois giros no canal e tira a lima, então como a lima está presa ela está raspando a
parede do canal, quando tira a sujeira que estava na entrada do canal fica na lima;
 Irriga novamente;
 Câmara pulpar cheia de hipoclorito;
 Lima 60, descerá mais que a 70 por ser mais fina, 2 giros, tira e irriga;
 Repete a etapa com 50, 45, 40, 35, 30 e etc. Na 40 percebe que a parte ativa entra toda, ou
seja, entrou 16mm no canal. Media 21mm então falta 5mm para chegar até o final;
 As limas de 10-40 já estão com o cursor no CTP, então entra com a 40, 2 giros, irriga e remove,
a mesma coisa com a 35, 30 e automaticamente o cursor está chegando na porta do dente
porque o cursor está descendo mais e sem pressão;
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141

 Quando chega na lima 15 o cursor está encostado no ponto de referência que é a incisal do
dente;
 Radiografa para ver se deu patência ou se tem que fazer a patência;
 Irrigação e exploração com lima 8, 10, 15;
 Patência e comprimento de trabalho determinado;
 Instrumenta com a 1º lima com movimentos oscilatórios, ou seja, movimentos de balançar a
lima de um lado para o outro, pressão contra as paredes e puxa, volta com a lima, pressão
contra as paredes e puxa;
 Lima 15 tá solta e tem patência sabe-se que não tem nada no canal e fará o preparo do terço
cervical.

XVIII. PREPARO DO TERÇO CERVICAL


 Devemos nos permitir o requinte do preparo do terço cervical e isso é o mais atual em endodontia.
o Orifício shaper;
o Broca largo:
 Mais estável;
 Melhor de se trabalhar;
 Permite forçar contra a curvatura;
 Rápido.
o Gatess – glidden:
 Gatess número 1 equivale a lima 45;
 Geralmente utiliza a Gatess número 2;
 A Gattes 3 equivale a lima 70, só usa em corpo de canino, raiz palatina de molar e distal de
molar em inferior e incisivo central;
 Utilizada no micromotor.
 VANTAGENS DO PREPARO DE TERÇO CERVICAL
o Capacidade de limpeza  mais bactéria no terço cervical, e realizando a limpeza terá quase
nenhuma possibilidade de fazer embolo com o terço cervical;
o Penetração da solução irrigadora  mais suave visto que está larga a entrada;
o Manuntenção da forma original do canal radicular  como a lima não sofrerá interferência da
entrada do canal, a ponta da lima não será pressionada contra parede, trabalhará livre, sem
deformar o canal;
o Manter o forame apical em sua posição original;
o Facilita a obturação.

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 PREPARO DO TERÇO CERVICAL


o Quando a lima 10 ou 15 estiverem soltas no canal entra em ação as brocas GG, ou Largo, ou Pró
Taper ou Orifícios Shaper  limas tipo funil que abrem o terço cervical. Curva muito acentuada,
obrigatório preparo cervical.

 NOSSA TÉCNICA
o Após a lima 15 ficar solta no canal  porque sabe que ganhou o trajeto do canal, então qualquer
coisa que acontecer sabe que se colocar a lima 10 ou 15 vai descer;
o Preparo 1/3 cervical com brocas largo 1, irrigação e lima de patência  ou GG 1, lima de patência,
só usa para saber se chega no comprimento de patência, sendo sinal que não entupiu o canal,
então não é para instrumentar;
o Largo 2, irrigação e lima 20 no CT;
o > Irrigação e lima de patência  entra e sai apenas, só para ter certeza que tá tendo patência e não
entupiu;
o Instrumentar com lima 25 no CT  lima entrou, balançou, pressão contra as paredes, ficou solta,
sinal que cortou dentina;
o > Irrigação e lima de patência;
o Seguir instrumentando em série com movimentos oscilatórios no CT e recapitular lima de patência
 instrumentar em série é ir 10, 15, 20, 25...
o A última lima não deve ser instrumentada, só vai para calibrar o terço apical e tem que estar presa,
pois se estiver solta terá que passar para outra lima de calibre maior;
o > Irrigação e lima de patência;
o Escolha do cone principal (suponha que terminamos com 40, o cone será de 40), mede o cone
principal com o seu CT e coloca no canal.

 FORAME MAIOR
1. Lima 20 solta no canal, 1/3 cervical preparado (largo, GG, shaper);
2. Lima 25 no CT > irrigar > lima 15**;
3. Lima 30 no CT> irrigar > recapitular com lima 15**; 15** lima de patência
4. Lima 35 no CT > irrigar> recapitular com lima 15**;
5. Até atingir o calibre desejado para a obturação do canal radicular;

ATENÇÃO
 A lima escolhida para determinar a instrumentação, deve ser instrumentada apenas com movimentos
oscilatórios e tração simples de 01 a 02mm, a fim de se ESCULPIR o terço apical do canal  enquanto as outras

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Odontologia – UniFOA – Endodontia I
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limas fazia pressão a vontade contra as paredes, a lima que vai terminar só será introduzida e não instrumentar,
só verificar se vai até o comprimento de trabalho.
 A última lima tem que ficar presa no 1/3 apical
 Então instrumentar pouco para que o cone principal trave no ápice  última lima é para calibrar o ápice
BOA INSTRUMENTAÇÃO = BOA OBTURAÇÃO

 ÚLTIMOS LEMBRETES
o Vou utilizar movimentos oscilatórios pressionando a lima em todas as paredes do canal
removendo-a 2 a 3mm;
o A última lima apical, não vai instrumentar vai apenas esculpir o terço apical  se não o cone de
guta ficará solto, não tendo boa obturação.

 INSTRUMENTAÇÃO MANUAL
o Estou trabalhando com limas e não com chave de fenda  não girar a lima dentro do canal,
deformando o terço apical.

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TEMPOS OPERATÓRIOS DO TRATAMENTO DOS CANAIS RADICULARES

1. TEMPOS OPERATÓRIOS
Em todos os casos de tratamento endodôntico, deve-se seguir essa sequência lógica para o tratamento do canal:
1) Inspeção  verificar o local da dor, se há presença de fístula ou qualquer outra alteração, para constatar
qual dente está afetado;

2) Raio X  não se deve manipular o dente sem radiografia, já que é necessário avaliar o conduto, para
posterior intervenção;

3) Anestesia  para endodontia deve-se anestesiar muito bem, principalmente se a polpa estiver vital,
evitando problemas de sensibilidade, uma vez que haverá contato direto com tecidos em processos
patológicos. Quando se realiza patência, uma anestesia bem feita é mais importante ainda, pois ao
ultrapassar o CDC o paciente pode sentir dor. São necessários pelo menos 2 tubos anestésicos;

4) Preparo do campo:
 Preparo inicial do dente  é sempre necessário preparar o dente, principalmente a porção
coronária, para que o mesmo possa receber, de modo adequado, o isolamento absoluto e as
subsequentes fases operatórias do tratamento. Por exemplo: não se pode intervir em um dente com
lesão cariosa, onde o esmalte está friável, pois é necessário um bordo de referência íntegro para
instrumentação (cursor da lima), no momento em que se faz a medida do comprimento de trabalho,
evitando fraturas. A lesão cariosa deve ser totalmente removida. Em outros casos em que não há
lesão cariosa, pode haver necessidade apenas de profilaxia oral inicial;

 Isolamento e antissepsia do campo operatório  é imprescindível isolar o dente sobre o qual se


fará o tratamento do canal radicular, de maneira a estabelecer um campo livre de fatores sépticos.
Além disso, o isolamento absoluto tem as seguintes vantagens: proteger o paciente de possível
aspiração ou deglutição de instrumentos, detritos do dente e polpa necrótica, ou material de
obturação e medicamentos (o hipoclorito de sódio queima a mucosa). O isolamento fornece um
campo seco e limpo.

5) Cirurgia de Acesso  para cirurgia de acesso deve-se ter um conhecimento prévio da topografia da
cavidade pulpar, inclusive das dimensões do dente, como número, forma e direção das raízes, assim
como da situação do dente no arco;

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145

6) Localização da entrada do canal  a localização da entrada do canal é feita por meio da inspeção e da
exploração com sonda, e com radiografia em mãos;

7) Irrigação do canal  antes de instrumentar o canal, é necessário fazer a irrigação com solução de
hipoclorito de sódio. A irrigação deve ser empregada antes, durante e imediatamente após a
instrumentação do canal, removendo restos orgânicos e inorgânicos. Não se deve fazer êmbolo com a
seringa, se deve ter refluxo. Para exploração é muito importante ter o canal irrigado;

8) Exploração do canal  a primeira coisa que se deve fazer antes da exploração é saber se o dente tem
vitalidade ou não. Quando se tem vitalidade não tem contaminação, por isso se deve evitar ao máximo
contaminar o campo, e nesses casos geralmente é feita uma pulpectomia e depois instrumentação
normal. Por outro lado, quando o dente não tem vitalidade existe contaminação, ou seja, possui bactérias
e toxinas, e nesses casos é necessário fazer penetração desinfectante, instrumentando terço a terço da
raiz (cervical, médio e apical). Para fazer a exploração do canal é importante ter a radiografia nítida em
mãos, pois se deve observar qualquer alteração que possa interromper o procedimento, como por
exemplo: nódulos pulpares, reabsorções interna e externa, canal obstruído ou atrésico, canal curvo, ou
fratura de instrumento, etc. Todos esses fatores devem ser observados antes da exploração.
Em relação ao instrumento para exploração, a lima deve ser pré-curvada, deve ter cursor e se deve fazer
radiografias com a lima dentro do conduto para determinar o Comprimento de Trabalho. A lima deve ser
escolhida de acordo com o tamanho do dente, por exemplo, em um canino superior não tem como
trabalhar com limas de 25mm, sendo necessárias as limas de 31mm.

9) Determinação do Comprimento de Trabalho - Odontometria  para determinação do comprimento de


trabalho deve-se ter um ponto de referência.
O Comprimento de Trabalho Provisório é a distância desde um ponto de referência a nível coronário
(incisal ou oclusal) até o ápice. O Comprimento de Trabalho é a distância desde um ponto de referência a
nível coronário (incisal ou oclusal) até o ápice, menos 2mm. Por exemplo, um canino superior, tem
28mm, sendo esse o CTP, retirando-se 2mm, tem-se o CT, que é 26mm. São retirados 2mm por
segurança, para a lima não ultrapassar o vértice radicular.
Determinado o Comprimento de Trabalho e o ponto de referência, deve-se selecionar a lima e pré-curvar
a mesma para a instrumentação adequada. Essa lima, ao ser introduzida no canal, deve ficar firme, ou
seja, deve prender na parede do dente. É preciso avaliar o canal, pois não adianta colocar uma lima de
calibre reduzido, pois ela não vai prender, e vai se deslocar. É importante que a lima fique presa dentro
do canal para tirar a radiografia, isso determina o Comprimento de Trabalho adequado para executar a
técnica de instrumentação e mostra onde o cone de guta ficará no momento da obturação, ou seja, 2mm
aquém do vértice radicular.

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146

10) Preparo Químico-Cirúrgico - Instrumentação  são utilizadas várias técnicas, como a crown down, por
exemplo. O Comprimento de Trabalho já está definido, a lima escolhida é pré-curvada e o cursor colocado
na medida correta, iniciando a instrumentação. O objetivo da instrumentação é acertar as paredes do
conduto pra que fiquem cilíndrico-cônicas, ou seja, a parte apical deve ficar fina e a parte cervical deve
ficar larga, para isso se trabalha com as brocas de gates na boca do canal. É importante irrigar o canal a
todo o momento. Existem outras técnicas, mas na crown down há menos possibilidade de contaminação,
dessa forma não haverá agudização do problema.

11) Curativo de demora  para realizar todo processo leva-se muito tempo, o paciente fica muito tempo
isolado, por isso, muitas das vezes é feito o curativo de demora, e o dente só vai ser obturado na próxima
sessão. É feito com qualquer antisséptico, que é colocado em uma bolinha de algodão e levado até o
conduto, depois o canal é fechado com um cimento. Na próxima consulta, isso é removido, o canal é
novamente irrigado e pode ser obturado.

 OBS.: a literatura diz que a sequência de preparo deve ser: preparo inicial do dente, isolamento e cirurgia de
acesso. Mas na prática é diferente, sendo a sequência: preparo inicial do dente, cirurgia de acesso e por último, o
isolamento. Essa segunda sequência é mais segura, pois os dentes possuem inclinações que podem ser mascaradas
pelo isolamento, ocasionando perfurações na raiz. Em uma segunda sessão, em que o paciente está com curativo
de demora e já foi feita cirurgia de acesso, pode-se fazer o isolamento primeiro, pois o acesso está pronto, não há
risco de perfurações.

 OBS.: até qual lima instrumentar? Isso depende do dente em que se está trabalhando e do bom senso do
profissional.

 OBS.: a patência é sempre feita com a lima mais fina, que fica solta dentro do conduto, com o objetivo de limpeza
do canal cementário, além de descompressão e não deixar acúmulo de dentina, etc. Caso a patência seja feita com
uma lima muito calibrosa, acontecerá o transporte do forame, e não será possível lacrar o canal corretamente,
porque a guta vai descer.

2. OBTURAÇÃO DO CANAL RADICULAR


O canal radicular deve ser obturado hermeticamente, ou seja, deve ser preenchido e condensado em toda sua
extensão e volume. A cirurgia de acesso e instrumentação devem ser bem feitas, pois as paredes devem estar
paralelas, no sentido cilíndrico-cônica, ou seja, mais abertas para cervical. Além disso, não pode haver reentrâncias,
ou seja, o desgaste compensatório deve ser bem feito para instrumentar livremente o canal e obturar de forma

Fernanda Teixeira – 6º Período


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147

adequada. As três dimensões do canal devem ser preenchidas corretamente com material obturador, e se por acaso
existir uma bactéria ali, ela não vai ter espaço para sobreviver.
1) Objetivos
 Prevenir a formação e percolação de exsudato;
 Impedir a reinfecção por microrganismos;
 Favorecer o processo biológico de reparação.

 OBS.: percolação é a penetração de líquidos, que fazem com que a bactéria destrua o osso e fique uma imagem
radiolúcida em volta da raiz, impedindo a cicatrização da região, porque está sempre inflamado, havendo presença
de bactérias, matéria orgânica, etc.

2) Limite da Obturação
 Ápice radiográfico  aproximadamente 1 a 2mm aquém do ápice. O que não pode acontecer é ficar
um espaço para que haja proliferação bacteriana;
 Limite cemento-dentinário  observar onde está o CDC, pois nem sempre está no ápice, pode estar
lateral. Observar também pacientes idosos, pois quanto mais velho o CDC pode estar muito mais
aquém do vértice radicular, devido à deposição cementária.

3) Quando obturar o canal radicular


 Dente se encontra assintomático;
 Sem dor espontânea a percussão;
 Sem sensibilidade apical a palpação;
 O canal está preparado, limpo e dilatado, de forma cilíndrico-cônica;
 O canal tenha sido secado após a irrigação livre de umidade e exsudato.

 OBS.: se perguntar na prova quando se obtura um canal, a resposta deve ser completa, ou seja, quando o dente
está assintomático, sem dor a percussão, sem sensibilidade, etc.

4) Momento da Obturação
 Dente assintomático;
 Ausência de exsudato;
 Ausência de mobilidade ou edema.

5) Tratamento em Sessão Única


Indicações:
 Após pulpectomia  não tem bactéria, não tem processo infecioso;

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 Retratamento sem lesão apical  não há sintomatologia;


 Antes de cirurgias;
 Situações acidentais;
 Dentes com fístulas oriundas do canal  não há possibilidade de agudização do processo, pois o
dente possui uma via de drenagem. A fístula ocorreu devido a processo infeccioso, pela presença de
bactérias, mas se o canal foi preparado e obturado, não há possibilidade do processo infeccioso
continuar e o próprio organismo vai fazer a reposição de tecido e em aproximadamente 1 semana a
fístula desaparece;
 Casos de pulpites agudas

6) Requisitos do Material Obturador


 Fácil introdução no canal;
 Obliteração apical e lateralmente;
 Não sofrer contrações;
 Ser impermeável;
 Ser bacteriostático;
 Ser radiopaco;
 Não manchar tecidos dentinários;
 Fácil remoção do canal.

3. MATERIAIS OBTURADORES
 Sólidos
 Cimentos
 Pastas

1) Sólidos  são os cones de guta-percha e cones de prata.


 Cones de Guta-percha
Características
 Adaptam-se as irregularidades do canal;
 São bem tolerados pelos tecidos periapicais;
 Estabilidade dimensional;
 Plastificados por meio físico e químico;
 Radiopacos;
 Podem ser facilmente removidos do canal;
 Facilidade no preparo para núcleo;
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Odontologia – UniFOA – Endodontia I
149

 Facilmente removidos do canal com solvente.

 Cones de Prata
Desvantagens
 Não se adaptam as paredes do canal;
 Sofrem corrosão;
 Permitem a penetração de exsudato;
 Difícil remoção;
 Dificultam o preparo do núcleo.

 Alguns materiais para obturação


 Pasta de Rickert ou Grossman;
 Hidróxido de Cálcio;
 Cones de guta padronizados principal e acessório.

4. TÉCNICA DE OBTURAÇÃO
 Técnica da Condensação Lateral  é a técnica mais utilizada na prática endodôntica.
1) Escolha do cone principal com a mesma numeração da lima utilizada para calibragem e
demarcação do CT com pinça. Deve-se radiografar para verificar se o cone está na mesma posição
da última lima e chegando até o limite do CT;
2) Obturação propriamente dita.
 Manipular o cimento de acordo com as instruções próprias. O cimento deve ter a
consistência pastosa;
 Levar a pasta para o interior do canal com o próprio cone, na medida do comprimento de
trabalho, untando todas as paredes do conduto, mas sem colocar excesso de cimento na
ponta do cone, para que não haja extravasamento apical. Remover o cone;
 Untar o cone novamente com cimento e levá-lo ao interior do canal até atingir o limite
desejado. Na região apical deve-se ter no mínimo 4 mm de cone e deve estar bem firme e
lacrado, para evitar agudização do processo, por meio de percolação, penetração de
bactérias e destruição óssea;
 Introduz-se o espaçador digital entre o cone principal e as paredes do canal com
movimentos de penetração e de um lado para outro, abrindo espaço para colocação de
cones laterais também untados em cimento. Repete-se esta manobra até que toda
extensão lateral do canal esteja preenchida pelos cones laterais;
 Quando o espaçador não penetra mais além da linha cervical, a condensação lateral está
terminada.

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Endodontia I
150

 Antes de cortar o excesso de cones, faz-se uma radiografia para verificar se a condensação
está adequada. Caso não esteja correta os cones podem ser removidos com facilidade.
3) Coma condensação lateral adequada, os excedentes dos cones são removidos por meio de
calcador aquecido, 1 a 2mm abaixo da linha de colo anatômico do dente;
4) Faz-se tomada radiográfica final para verificar a altura do cone;
5) O dente deve ser limpo com álcool. Caso não saia tudo, pode-se passar uma broca de leve;

 OBS.: caso o cone se deforme no momento da introdução do canal, deve ser trocado.

 OBS.: o espaçador digital não deve ir até a altura do Comprimento de Trabalho, assim como os cones laterais
também não devem. Apenas o cone principal deve estar na região apical, lacrando a mesma.

5. CONTROLE DO PACIENTE APÓS A OBTURAÇÃO


 Orientar o paciente que o dente poderá ficar dolorido;
 Recomendar o uso de analgésico  não se passa antibiótico quando o canal não tem infecção;
 Bochecho com água aquecida;
 Se o edema iniciar, usar compressas geladas;
 Repouso articular, não mastigando sobre o dente;
 Restaurar o dente para evitar cáries e fraturas;
 Exame radiográfico periódico (3, 6 e 12 meses)  se com 12 meses estiver tudo bem, não ocorrerão
mais problemas.

6. ESPAÇO PARA COLOCAÇÃO DE NÚCLEO


 Remoção progressiva com instrumento aquecido.

7. TAMPÃO DO FORAME APICAL


 Após pulpectomia;
 Canais de calibre amplo.

Canal Cirúrgico  aquele em que o tecido é removido e o canal é instrumentado com limas;
Canal Anatômico  é o canal que permanece preservado;
Stop Apical  onde o cone fica travado.

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152

CLAREAMENTO DENTAL VITAL

O clareamento dental é um procedimento que requer cuidado ao ser indicado, pois nem todos os pacientes
enquadram-se nas indicações. Existem casos em que se está completamente indicado, tem casos em que não
adianta realizar o clareamento, porque só se vai ganhar dinheiro do paciente, ou seja, não se vai conseguir
efetividade no tratamento; e há outros casos em que o paciente não pode fazer, devido a presença de cáries,
problemas gengivais, utilização de aparelho ortodôntico, etc.

I. INDICAÇÕES
1. Reabilitação restauradora ou protética  clarear antes;

2. Dentes escurecidos pela idade  está indicado, mas quanto mais idoso for o paciente, mas difícil será, pois
a dentina secundária está presente e muito pigmentada e calcificada, já que é a dentina que dá cor ao
dente. O que muda é o brilho do dente. O que muda em pacientes idosos é o brilho do dente, um pouco da
saturação, mas branco não conseguimos e isso deve ser informado ao paciente;

3. Amarelados  o clareamento é muito eficaz, principalmente em pacientes jovens, onde a dentina não está
tão mineralizada. Até os 30 anos o prognóstico é bom.

4. Substâncias presentes no cigarro  nicotina; em um paciente que fuma muito haverá necessidade de
reclareamentos, já que os dentes ficarão pigmentados novamente. É importante avisar o paciente;

5. Dieta rica em corantes  pacientes que comem muitos alimentos ricos em beta-caroteno (beterraba,
cenoura, etc). Serão necessários reclareamentos;

6. Dentes desvitalizados  tratados endodonticamente; utiliza-se a técnica de clareamento de dentes não


vitais, onde o material é colocado dentro do conduto. Entretanto não é uma técnica tão efetiva, nesses
casos, é mais interessante fazer pino e coroa por cima desse tipo de clareamento. Assim, é possível fazer a
associação das técnicas para dentes vitais e não vitais. O problema do clareamento endógeno são as
reabsorções, principalmente quando feitas com peróxido de hidrogênio, por isso o tratamento
endodôntico deve estar bem feito;

7. Manchas por tetraciclina  muito complicadas de serem removidas. Manchas horizontais que pega de
terço médio para incisal, normalmente pega todos os dentes, coloração acinzentada ou amarronzada;

8. Manchas por fluorose  também muito complicadas de serem removidas, sendo mais indicada a técnica
da microabrasão. Manchas esbranquiçadas (calcificação) que da em dentes homólogos.

 OBS.: Se o paciente possui várias restaurações estéticas, primeiro deve ser feito o clareamento, para
posteriormente se fazer a troca das restaurações. Quando a restauração é feita pelo próprio profissional só se faz a

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
153

retirada da parte estética, entretanto, se foi feita por outro profissional é importante fazer a tomada radiográfica
para verificar a presença de cáries e infiltrações, ou, se o paciente tem doença periodontal ela deve ser tratada
primeiro, para depois realizar a troca da restauração. Primeiro deve-se remover a doença, para depois clarear, para
depois restaurar.

Remover doença  Clarear  Restaurar

 OBS.: uma vez clareado, o dente nunca mais retorna ao matiz original.

 Não se deve fazer um ano de clareamento, por exemplo, pois tem um limite de clareamento, um limite da
estrutura biológica, um limite que se consegue tirar o pigmento, chega uma certa hora que o pigmento não sai
mais. O peróxido quebra o pigmento e puxa, mas tem uma hora que não consegue mais puxar pigmento e se não
puxa pigmento puxa a estrutura biológica. Degradando a fibra colágena e a Hidroxiapatita com isso se precisar
fazer uma restauração adesiva nesse elemento não ira conseguir.

II. FATORES QUE INFLUEM NO CLAREAMENTO DENTAL


1. pH  da substância que será utilizada;
2. Tempo  em que o material ficará em contato com o dente;
3. Difusão  é o método como o material vai penetrar no esmalte, chegar na dentina, pegar o pigmento e
removê-lo. A difusão está diretamente ligada a idade do paciente, ou seja, ao tamanho do túbulo
dentinário e ao poder de penetração do material;
4. Concentração (%)  a concentração do material depende se o clareamento vai ser feito no consultório
(concentrações altas) ou em casa (concentrações baixas).

 OBS.: a sensibilidade depende do paciente, do limiar de dor. Pacientes jovens possuem túbulo muito grande, então
sentirão maior sensibilidade, pois a permeabilidade é maior - por isso é contraindicado fazer clareamento em
pacientes jovens. Isso acontece de forma mais leve em pacientes idosos.

III. ORIGEM DO PIGMENTO


1. Meio Ambiente
 Alimentos  corantes (pacientes vegetarianos - é mais interessante fazer profilaxia);
 Prata  amálgama (a tatuagem do amálgama não sai; é mais interessante fazer faceta, coroa);
 Nicotina
 Clorexidina  utilizada em pacientes com doença periodontal; não se faz clareamento, mas sim
controle.

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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
154

2. Pelo Organismo
 Calcificação distrófica  quando o paciente faz um trauma, que faz uma obliteração de conduto
radicular, causando um escurecimento na coroa do dente, por falta de vascularização. Não é possível
clarear;
 Tetraciclina  consegue clarear, mas não fica branco. Tratamento a longo prazo (3 a 4 meses) + faceta
direta ou coroa;
 Fluorose  não fica branco; faz-se associação de clareamento + microabrasão.

IV. MECANISMO DE AÇÃO


Reação de oxi-redução  uma reação de oxi-redução é caracterizada como um processo simultâneo de perda
e ganho de elétrons, pois os elétrons perdidos por um átomo, íon ou molécula são imediatamente recebidos
por outros. O Peróxido de Hidrogênio é oxidante. A partir do momento que ele entra em contato com o dente,
penetra o esmalte (membrana), até chegar na dentina e se acoplar ao pigmento, quebrando-o em
nanopartículas, removendo o pigmento.

OBS.: o processo de entrada do material está diretamente relacionado com a idade do paciente, ou seja, com
o tipo de dentina que está presente. Se a dentina for muito mineralizada o material entra mas não consegue
remover o pigmento.

Artigo  Apesar do mecanismo de ação dos agentes clareadores ser complexo, o processo básico envolve
uma reação de oxidação. Os pigmentos são compostos por moléculas de carbono de alto peso molecular. A
decomposição do peróxido de carbamida e de hidrogênio geram moléculas de oxigênio capazes de romper
ligações químicas dos pigmentos e convertê-los em compostos intermediários (cadeias menores) que são mais
claros. Essa reação química altera o tipo, número e posição relativa dos átomos que compõem essas
moléculas.

1. Peróxido de Hidrogênio  aumenta a sensibilidade.


 Saliva;
 Radicais Livres;
 Baixa do pH do meio;
 Radicais livres fracos;

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
155

 Menor poder de clareamento;


 Aumenta a taxa de reflexão de luz;
 Dente com aspecto mais claro.
Quando entra em contato com a saliva, ele libera radicais livres (água e oxigênio) e baixa o pH do meio, gerando
radicais livres fracos que não tem poder de clareamento. O que acontece é o aumento da taxa de reflexão de luz,
fazendo com que o dente fique com aspecto mais claro. Poder efetivo de clareamento o Peróxido de Hidrogênio não
possui, pois os radicais livres não tem potencial de clarear. Além disso, aumenta a sensibilidade, devido a baixa de
pH do meio.

2. Peróxido de Carbamida  mais efetivo.


 Saliva;
 pH e ureia;
 ureia - amônia e dióxido de carbono;
 Basicidade;
 Aumenta o pH do meio;
 Radicais livres fortes;
 Facilita clareamento.
O Peróxido de Hidrogênio possui alto poder de degradação, ou seja, assim que entra em contato com o dente, ele
penetra e retira o pigmento imediatamente. Já o Peróxido de Carbamida, quando entra em contato com o dente se
quebra em Peróxido de Hidrogênio e ureia; a ureia se transforma em amônia e dióxido de carbono. Como isso leva
tempo, a reação torna o meio básico e gera radicais livres fortes, que facilitam e fortalecem o poder do
clareamento. Por isso, o Peróxido de Carbamida é o melhor agente clareador, principalmente pelo tempo de ação.
 Peróxido de Carbamida
PH PC
 Carreador de Peróxido de Hidrogênio;
3,6% 10%
 Libera subprodutos - ureia e amônia;
5,7% 17,1%
 1% de PH = 3% de PC, logo:
7,2% 21,6%

3. Características dos Agentes Clareadores


 PH  ativação rápida - 30 até 50 minutos. Resultado mais rápido (visualmente), então se o
paciente precisa de um tratamento rápido, a escolha é pelo PH.
 PC  lenta reação - 3 a 4 horas. Se degrada em PH, ureia, amônia e dióxido de carbono. Poder de
clareamento maior. Tratamento e resultados a longo prazo.

 OBS.: pode-se fazer associações, entre o PH e o PC.

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156

4. Componentes
 Carboxipolimetileno  Carbopol
 Alto peso molecular;
 Mantém o produto no dente sem escorrer;
 Retarda a degradação do PC, pois permite uma liberação mais gradual do PH.
Após 2h de uso do Peróxido de Carbamida a 10%, mais de 50% do agente ativo ainda estava disponível. - Hirata,
2013.
Corantes (Beta-caroteno) - Funções
 Ajudam na visualização e no progresso da reação, pois contem beta-caroteno (vermelho); era possível ver a
reação, pois ele mudava de cor quando a luz era colocada no dente (não se utiliza mais);
 Aumentam a capacidade de absorção de luz pelo gel clareador, reduzindo a quantidade de energia dissipada
para o interior do dente.
Dessensibilizantes
Nitrato de Potássio a 5% Reduzir a sensibilidade pós-operatória.
Dessensibilizante KF a 2% - quando o clareador não
possui dessensibilizante.
Remineralizadores (fosfato de cálcio amorfo – dentro do Promover a remineralização do esmalte;
agente clareador) Formação de uma nova camada de hidroxiapatita.

 OBS.: a luz no processo de clareamento dental causa o envelhecimento do dente em 30-40 anos. Dessa forma, os
túbulos ficam atrésicos, a polpa diminui e não é mais possível realizar tratamentos conservadores, como
capeamento.

 OBS.: existem clareadores que contém Cálcio. A função disso é quando coloca o agente clareador remove cálcio da
estrutura, na hora que o pigmento entra ele também remove cálcio e quando usa agente clareador que tem cálcio
faz que a retirada de cálcio também seja uma entrada, ou seja, na hora da retirada do pigmento ele também volta
com o cálcio, então ele faz um transporte seletivo, tira cálcio e coloca cálcio na estrutura.

 OBS: alimentos cítricos (suco de laranja) causa dor depois que submetidos a clareamento. Mas o único que
interfere na direta relação com o pigmento é o Vinho Tinto e algumas bebidas que contem corantes como
guaraviton.

5. Concentração
 PC  10%, 15%, 16%, 20% e 22% - caseiro;
30 a 37% - consultório.
 PH  5,6%, 5,7%, 7,2% e 9,5% - caseiro;
30 a 38% - consultório.

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157

6. Agentes Clareadores de Alta Concentração


 Concentrações  PH: 30 a 38% / PC: 30 a 37%;
 Acelera o tempo total do tratamento;
 Resultados mais rápidos;
 Envolvimento do paciente no tratamento;
 Sem tempo para fazer caseiro;
 Problemas com relação a moldeira  ânsia de vômito;
 Sensibilidade durante e após o clareamento é maior (maior sensibilidade quando realizado com
PH).

7. Agentes Clareadores de Baixa Concentração


 Concentrações  PH: 5,6%, 5,7%, 7,2% e 9,5% / PC: 10%, 15%, 16%, 20% e 22%;
 Ausência ou menor sensibilidade dentária;
 LCNC (Lesão Cervical Não Cariosa); CONTRAINDICADO - pois se o paciente colocar a moldeira
com o agente clareador tocando essas regiões haverá muita
 Retrações;
sensibilidade, dor. Nesses casos só se indica os clareamentos
 Abfrações; de consultório, com utilização da barreira sobre as lesões.
 Efetividade de cor.

 OBS.: alguns profissionais que fazer flúor ou verniz fluoretado e depois fazem o clareamento, mas mesmo assim o
paciente sente dor. A barreira (top dam) evita isso.

 OBS.: o clareamento geralmente é feito de 2PM direito até 2PM esquerdo. Se a linha do sorriso do paciente for alta
pode-se fazer até o molar.

V. PROTOCOLO DE UTILIZAÇÃO DE AGENTES CLAREADORES DE CONSULTÓRIO (ou Técnica Ambulatorial)


 Peróxido de Hidrogênio 35%
30 a 50 minutos
3 x 15 minutos - colocar o agente por 15 minutos, depois removê-lo utilizando sugar, manipular
novamente e reaplicar por mais 15 minutos.
2 a 3 consultas - no máximo duas, por ser de alta concentração.

 OBS.: o tempo de aplicação, 15 ou 45 minutos, depende do tipo de agente clareador que vai ser utilizado. Além
disso, vai depender também da sensibilidade do paciente, ou seja, ele pode sentir dor antes do tempo de retirada.

 OBS.: a barreira de proteção gengival (top dam) é muito importante e deve estar sempre sobre as papilas para
proteção, caso ela saia do lugar e o agente clareador entre em contato com a mucosa, pode haver necrose de

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papila. A papila fica isquêmica. Às vezes o paciente está com dor pelo fato do contato com a papila, não pela
sensibilidade. Mas, se a barreira estiver colocada corretamente, isso quer dizer que o paciente não está indicado
para o clareamento de consultório e sim para o caseiro.

VI. DIRETRIZES CLÍNICAS PARA UTILIZAÇÃO DE AGENTES CLAREADORES DE CONSULTÓRIO


 Géis de maior concentração preferência pelo Peróxido de Carbamida;
 Uma aplicação por consulta  45 a 60 minutos;
 Não trocar o gel, por isso, escolher géis com maior durabilidade;
 Não utilizar luz;
 Associar a técnica caseira - jump start  o profissional dá o start de clareamento, com resultado rápido e
visível e o paciente continua o tratamento em casa, que pode durar até 3 meses.

VII. PROTOCOLO DE UTILIZAÇÃO DOS AGENTES CLAREADORES CASEIROS


 Clareamento Caseiro Diurno  PH: 3,5% a 9,5% de 30min a 1h.
 Clareamento Caseiro Noturno  PC: 10% a 22% de 3 a 4h.

 OBS.: Os agentes clareadores diurno e noturno podem ser associados.

 OBS.: Não utilizar de forma diurna o PC devido a sua ativação lenta, sendo desconfortável para o paciente. Alguns
pacientes perguntam se podem utilizar a moldeira com PC a noite toda, mas não há necessidade, já que o efeito
dura até 4h.

VIII. DIRETRIZES CLÍNICAS PARA UTILIZAÇÃO DE AGENTES CLAREADORES CASEIROS


 Alta frequência e baixa concentração - longo prazo (3 a 4 meses);
 Técnica mais efetiva;
 Melhores resultados;
 Maior estabilidade de durabilidade;
 Menor agressão aos tecidos pulpares*.

IX. MECANISMO DE AÇÃO DOS AGENTES CLAREADORES


 Ponto de Saturação  ponto em que não se detecta mais nenhuma alteração de cor. É feito antes do
clareamento ser iniciado, a cada sessão, com a escala de cor VITA e anotado no prontuário;

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159

 Maior efeito clareador  1ª e 2ª semanas - primeiros 15 dias, logo se em duas semanas seguidas se
encontram o mesmo matiz e saturação, é porque a dentina está do mesmo jeito, não há mais remoção de
pigmento;

 Degradação da parte orgânica da dentina e da parte mineral do esmalte  procedimentos clareadores por
longo tempo (mais de 3 meses) causam a degradação das fibras colágenas da dentina. Isso compromete a
adesividade em procedimentos restauradores. Além de degradar os cristais de hidroxiapatita.

X. FONTE DE LUZ x AÇÃO DOS AGENTES CLAREADORES


Luz Halógena
 Função  aquecer o agente clareador + acelerar a oxidação do PH (o PH faz degradação Arco de Plasma
LED - + utilizado
com luz ou sem luz); Lasers
 Curto período de tempo de ativação; UV

 Limite biológico suportável - aumento de até 5,5°C (a luz pode causar um aumento de até 15°C, ou seja, até
3 vezes o que o tecido biológico suporta);
 Contato do agente clareador com a estrutura dental deve ser menor quando utiliza luz.

1. Protocolo de Atendimento com LUZ - Clareamento em consultório


 Utilização de luz alternada durante o tempo;
 Aplicação do produto e 3 minutos com luz
 2min de intervalo;
 3min com luz;
 2min de intervalo;
 3min com luz;
 2min de intervalo;
 TOTAL = 15 minutos.

XI. TÉCNICAS DE CLAREAMENTO - DENTES VITAIS


 Clareamento de Consultório
 Com proteção dos tecidos moles com barreira (Top Dam);
 Com moldeira - feito com a mesma moldeira do clareamento caseiro, onde a moldeira é
colocada com agente de alta concentração e o paciente espera na sala de espera - é perigoso,
pois pode causar necrose papilar; não há proteção gengival;
 Com luz/sem luz/com luz UV.

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160

 Clareamento Caseiro ou de autoaplicação


 Moldeiras de uso diurno ou noturno e over the counter (produtos que não tem controle por
receita);
 Creme dental;
 Pincel;
 Enxaguatório;
 Tiras clareadoras  queima a mucosa;
 Gomas de mascar.

 Clareamento Conjugado - jump start  primeiro passo é confeccionar o modelo; a primeira sessão é
feita no consultório (PC 38% + barreira gengival - paciente na cadeira - 45min), a cor é checada; após
uma semana é feita uma avaliação para verificar necessidade ou não de uma nova sessão de
consultório e o paciente leva a moldeira pra casa e inicia o tratamento caseiro, com agentes de baixa
concentração que dura em média de 3 a 4 meses.

CLAREAMENTO DENTAL VITAL - PARTE II

I. PROTOCOLO PARA CLAREAMENTO CASEIRO E DE CONSULTÓRIO


 Anamnese bem feita;
 Exame Clínico  verificar se o paciente tem cárie ou doença periodontal;
 Exame Radiográfico  para verificar cáries interproximais e a qualidade do tratamento endodôntico em
casos que está indicado o clareamento endógeno (retratamento de canal);
 Tomada de cor inicial  escala de cores VITA;
 Fotografia

II. TÉCNICA DE CLAREAMENTO NO CONSULTÓRIO


1. Profilaxia
 Óculos de proteção  para paciente e profissional;
 Jato de bicarbonato;
 Escova Robinson ou taça de borracha;
 Pedra pomes ou branco de Espanha  não se deve utilizar pasta profilática pois ela dá brilho e deixa
gorduroso o esmalte, alterando o matiz e a saturação durante a tomada de cor inicial;
 Tiras de lixa com granulação extra-fina  pacientes que contem na interproximal pigmentação ou
manchas.

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2. Aplicação da Barreira de Proteção Gengival - Top Dam


 Colocação de afastador  alguns afastadores tem apoio para oclusal dos dentes;
 Várias cores  melhor para evidenciar se a gengiva está totalmente protegida;
 Top dam é uma resina fluida, mas que possui viscosidade adequada para permitir perfeita cobertura dos
tecidos moles para regiões indesejadas;
 Aplicação de 2º PM direito à 2º PM esquerdo  começa da parte posterior, acompanhando toda
gengiva marginal livre. Os dois hemi-arcos, superior e inferior. Se a linha do sorriso for alta, se faz a
mesial do molar;
 Sugador  o paciente deve estar com sugador durante todo procedimento;
 O top dam é fotopolimerizado  a única etapa de fotopolimerização (luz) para técnica de clareamento;
 Espessura de mais ou menos 2 mm entrando nas ameias.

3. Manipulação e Aplicação do Agente Clareador


 Produtos a base de PH  tempo de validade maior quando
armazenado em meio ácido; Vendidos separa- dos e unidos
no momento da utilização.
 Maior efetividade  meio alcalino;
 Apresentação de alguns agentes  2 seringas ou 2 frascos; exemplo: PH (meio ácido) -
espessante (meio alcalino), onde as duas seringas são acopladas (conector) e o espessante entra
em contato com o agente clareador. As seringas são movimentadas até se obter um material
homogêneo (mais ou menos 15 vezes);
 Após essa manipulação o agente é levado a cavidade bucal do paciente e aplicado sobre a vestibular de
2º PM a 2º PM. O agente deve ter no mínimo 2 mm de espessura;
 O tempo de ação vai depender do tipo de agente clareador utilizado e da sensibilidade do paciente.

4. Remoção do Agente Clareador


 Sugador de Saliva  a remoção é feita com sugador, onde a ponta e o fio metálico são removidos. Após
remover o excesso, o restante é retirado com gaze umedecida; e depois se joga água e suga.
Nunca se deve jogar água diretamente, pois queima a mucosa do paciente, além disso, a sensibilidade é
grande;
 Quando a aplicação do agente clareador é feita em 3x15 não se pode jogar água ou utilizar gaze
umedecida para retirar o agente, pois isso desestabiliza a barreira gengival. Nesse caso, só se joga água
na ultima remoção. Caso a barreira desestabilize, deve-se removê-la e aplicar uma nova barreira;
 No final do procedimento, após a remoção da barreira, é importante aplicar flúor por 1 minuto, para
remineralizar a hidroxiapatita. O flúor deve ser neutro e incolor;

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 Caso o agente clareador entre em contato com a papila, utiliza-se bicarbonato de sódio a 7%
(Neutralize). Deve-se pingar e deixar 5 minutos na área isquêmica, para que a papila volte ao normal,
mas isso vai depender da gravidade da agressão.

5. Produtos utilizados para Técnica de Consultório


 HT a 35%  tem um espessante e um neutralizador; é misturado na proporção 1:3 ou 1:4, depende da
marca. 1 de espessante para 3 de peróxido;
 É melhor usar a seringa, pois o ácido e o básico estão separados.

III. TÉCNICA DE CLAREAMENTO CASEIRO


 Seguir o protocolo de anamnese, exame clínico, etc, assim como no de consultório.

1. Confecção da Moldeira
 O primeiro passo é moldar o paciente  Alginato + gesso tipo 3;
 Com o modelo confeccionado é importante recortá-lo para remoção do assoalho, palato, etc; a
moldeira deve abranger somente a parte dental;
 A partir do modelo a moldeira será confeccionada com auxílio da plastificadora;
 Secagem em estufa para plastificar o modelo deve estar bem seco, pois a umidade dificulta a adesão
da placa;
 Podem-se fazer desgastes com a lâmina de bisturi na região de fundo de vestíbulo - 1mm da margem
gengival  melhora o vácuo gerando maior retenção, principalmente em pacientes que tem o rebordo
muito alto;
 Plastificadora  utiliza-se um placa de silicone de 0,9mm ou 1mm; o lado rugoso da placa fica voltado
para o modelo;
 Duas formas de recorte  recortar contornando o sulco gengival de molar a molar ou recortar 2mm do
sulco gengival arredondando ou recortar de tuberosidade à tuberosidade reto, sem arredondar.
 Importante  provar a moldeira para verificar se está bem adaptada antes do paciente levar para casa;
 Utilização do agente clareador caseiro  marcar com caneta na vestibular de 2º PM direito a 2º PM
esquerdo e orientá-lo a colocar um pinguinho para não extravasar.

 OBS.: antigamente, antes de plastificar eram feitos alívios na vestibular (com esmalte), mas isso não deve ser
realizado, pois o gel clareador acaba ficando em contato com a moldeira, e não com os dentes.

 OBS.: placas de acetato para confecção de moldeiras para pacientes bruxitas estimulam a parafunção;

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2. Instruções de uso
1) Colocar gel clareador na moldeira na vestibular de 2º PM a 2º PM;
2) Quantidade de gel  1 gota pequena em cada dente na vestibular;
3) Utilizar a moldeira pelo tempo determinado  4 a 9 semanas (3 a 4 meses - vai depender do
paciente);
4) Após utilização limpar e guardar na caixinha de orto, além disso, o paciente deve ter duas escovas,
uma para higienizar a moldeira e outra para higiene da cavidade oral;
5) Fazer visitas semanais;
6) Evitar escovar os dentes logo após o clareamento;
7) Em caso de sensibilidade durante ou após o clareamento, o paciente deve informar o profissional;
8) Não ingerir alimentos e bebidas corantes – isso não existe mais apenas o vinho que está ligado a
pigmentação.

CLAREAMENTO DENTAL VITAL - PARTE III

I. CARACTERÍSTICAS DA TÉCNICA DE CLAREAMENTO


 Dente não volta à cor original (nunca mais);
 Após um ano há possibilidade de retratamento  vai depender das características do paciente, como
dentina, idade, etc (quanto mais idoso o paciente for mais chance de um reclareamento);
 Manutenção do tratamento  over-the-counter (creme, tira, escova de mascar...).

II. QUAL O MELHOR TRATAMENTO?


 Caseiro ou Consultório (depende de caso a caso, mais o melhor é o jump-start)
 Protocolo adequado;
 Lesões cervicais com dentina exposta  melhor no consultório, pela colocação da barreira gengival
além de ter um acompanhamento;
 Tempo disponível  vai depender do paciente, se ele não pode ir ao consultório, pode-se fazer o
caseiro com PH a 7,5% por 1h por dia (2x30min);
 Curto período de tempo  também vai depender da disponibilidade do paciente (tratamento rápido –
consultório, tratamento com efetividade do produto – consultório + caseiro);
 Necessidade do paciente  se está indicado ou não.

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III. EFEITOS ADVERSOS DO CLAREAMENTO


1. Sensibilidade
 Fontes de luz;
 Cada paciente  depende do limiar de dor;
 Tamanho da câmara pulpar  idade - em pacientes jovens não está indicada a técnica de clareamento
devido ao tamanho maior da câmara pulpar e dos túbulos dentinários, gerando muito mais
sensibilidade;
 Presença de trincas no esmalte causa maior sensibilidade  o esmalte tem um trica semipermeável,
filtrando bastante coisa, tendo uma passagem de peróxido muito grande consequentemente uma maior
sensibilidade;
 Restaurações mal adaptadas;
 Lesões cervicais;
 Efeito transitório (da sensibilidade) pode persistir até 2h após o término do tratamento;
 Consultório  pré-medicação - feldene 20mg sublingual, ibuprofeno 600mg, 30 minutos antes - o
problema dos medicamentos é que se perde a noção do tamanho da agressão que se está impondo a
estrutura dental;
 Caseiro  para diminuir os efeitos da sensibilidade pode-se utilizar fluoreto de sódio a 0,05% -
bochechos diários, 20ml da solução por 1min; é importante que o produto seja incolor;
 Diminuir tempo de aplicação e a porcentagem do agente clareador diminui a sensibilidade (caseiro);
 Flúor e nitrato de potássio diminuem a sensibilidade (consultório).

2. Efeitos no Esmalte
 Aumento da porosidade;
 Alteração da morfologia  devido à ação dos oxidantes sobre os cristais de hidroxiapatita;
 Ação oxidante (peróxidos) dos clareadores.

 OBS.: agentes clareadores que possuem cálcio diminuem as alterações de morfologia e porosidade. O paciente
deve redobrar os cuidados com higiene durante o período do clareamento devido aos efeitos do clareamento no
esmalte, pois aumenta a aderência de biofilme. Após dois meses a estrutura do esmalte volta ao normal.

3. Adesão a Resina Composta


 Diminui a força de adesão imediatamente após o clareamento  volta ao normal após 15 à 20 dias,
logo, se deve esperar esse tempo para confeccionar as novas restaurações, ou seja, não tem união das
fibras colágenas que estão unidas pela dentina que estão alteradas pelo peróxido e a RC (protocolo
adesivo);

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4. Irritação Gengival  vai depender da técnica utilizada e habilidade do profissional.


 Extravasamento de agente clareador  barreira gengival feita de forma inadequada, causando dor na
gengiva;
 Bordas da moldeira mal acabadas  machucam o paciente, por isso se deve provar antes do paciente
levar, pois ela precisa está bem adaptada;
 Isolamento eficiente dos dentes  barreia gengival adequada;
 Moldeiras bem adaptadas  para que o paciente não tenha dor e nem sensibilidade.

 OBS.: entregar só uma seringa de agente clareador caseiro para o paciente e pedir que ele traga na próxima
consulta, evitando queimadura e tendo um controle melhor do paciente.

 OBS.: quando a barreira gengival está muito mal adaptada é melhor remover e fazer outra, mas quando o defeito é
pequeno pode recobrir com um pouco de top dam. A barreira não pode ter falhas, deve entrar nas ameias e ter
uma espessura de 2mm de 1º molar à 1º molar.

 OBS.: colocação da barreira  primeiro se faz um hemiarco, fotopolimeriza e verifica se está adequado; se estiver
adequado, se faz o hemiarco oposto e verifica-se o todo. Se estiver faltando algum pedacinho pode completar e
depois se faz a arcada inferior, lembrando que é mais complicado, pois deve-se sugar o tempo todo.

 OBS.: quando o paciente tem retração a barreira é colocada em cima da retração, cobrindo ela toda.

CLAREAMENTO DE DENTES NÃO VITAIS

 É necessário?
O primeiro passo é É indicado realizar  Vai ter um efeito interessante?
reavaliar o paciente. tratamento clareador?
 Haverá melhora estética?

SIM

Avaliar radiograficamente NÃO Encaminhar para o


se o canal está adequado endodontista e retratar o
para o procedimento. canal.

SIM

Realizar o clareamento.

 OBS.: Condensação Lateral é quando a guta está encostada na parede radicular.

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I. PRODUTOS
1. Perborato de Sódio tetra-hidratado + água destilada  2g/1ml de água destilada;
2. Peróxido de Hidrogênio a 35%  estudos comprovam alto índice de reabsorções internas e externas, mas
alguns profissionais ainda utilizam e o produto continua a ser vendido;
3. Peróxido de Carbamida a 37%  o mais utilizado (Super Endo).

 OBS.: há alguns anos atrás era utilizado o Perborato de Sódio mono-hidratado, mas foi comprovado que a
possibilidade de reabsorções era grande, devido à rápida degradação. Por isso, foi criado o tetra-hidratado, que
demora quatro vezes mais para se diluir e se tornar tóxico para estrutura dentária, diminuindo a possibilidade de
reabsorções.

II. QUANDO FAZER?  INDICAÇÕES


 Quantidade de estrutura dental  dependendo dessa quantidade não se faz, por exemplo, se o paciente
perdeu a coroa dentária e utiliza pino e coroa não está indicado clarear; só se faz clareamento endógeno se
existir estrutura dental suficiente, ou seja, quando existe bastante suporte dentinário, pois é a dentina que
clareia;
 Hemorragia na câmara pulpar  o paciente sofre um trauma, faz hemorragia do conduto radicular, e
mesmo com o tratamento endodôntico, a coloração escurecida não sai, dessa forma, está indicado o
tratamento clareador endógeno. Nesses casos, deve-se ter quantidade de estrutura dental suficiente e
podem-se associar as técnicas de clareamento endógeno e exógeno, para obter os melhores resultados
dentro do conduto e externamente;
 Trauma;
 Necrose.

 OBS.: quando necessário se faz clareamento interno e externo associados.

III. CLAREAMENTO DE DENTES NÃO VITAIS


 Peróxido de Carbamida x Peróxido de Hidrogênio
 Peróxido de Carbamida é mais indicado  a liberação do produto ocorre de forma mais lenta;
 Peróxido de Hidrogênio  ligado às reabsorções cervicais;
 Whiteness Super Endo - Peróxido de Carbamida a 35%  marca seguro e não está relacionado as
reabsorções internas.

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IV. TÉCNICA
 Curativo de demora  via endógena: o produto fica no dente e o paciente pode ir para casa;
 Via endógena e exógena  na mesma sessão se faz o clareamento no conduto e na face vestibular do
dente, duas técnicas ao mesmo tempo;

 Via endógena:
1) Exame Radiográfico  tratamento endodôntico adequado: condensação lateral bem feita, altura
do conduto compatível com o tamanho radicular;

2) Registro da cor  escala VITA;

3) Barreira gengival  top dam; não se utiliza mais isolamento absoluto, pois o grampo e as
invaginações do lençol podem causar dor, necessitando anestesias papilares;

4) Abertura coronária  no meio do dente, com muito cuidado para não haver trepanações ou
perfurações;

5) Selamento com tampão cervical - o objetivo do tampão cervical é impedir que o material clareador
chegue ao ápice/periodonto.

Sequência:
 Gutapercha  remover 3mm do material obturador;
 Dycal  existem alguns profissionais que utilizam o dycal antes do tampãp cervical, mas
não tem motivo para ser utilizado, pois apenas o tampão é capaz de impedir a penetração
do material clareador. Além disso, como o dycal não tem adesão ou resistência mecânica
ele quebra permitindo que o agente clareador penetre pelo tampão e chegue até o ápice,
gerando um problema;
 Tampão Cervical ou Tampão Biológico se o agente clareador for colocado sobre a
gutapercha, ele pode descer via conduto radicular, então em cima da guta deve-se ter uma
proteção, que será chamada tampão cervical. Os materiais indicados para essa proteção
são CIV, Cimento de Fosfato de Zinco, Cimento resinoso, Resina Composta.
As vantagens e desvantagens de cada um desses materiais:
 Materiais Resinosos  qualquer material resinoso é ruim, pois no momento de
reabrir o conduto para fazer um pino com coroa, por exemplo, existe dificuldade
de diferenciar o que é parede radicular e o que é material resinoso, por causa da
cor. Então, se optar por fazer resina, deve-se pegar uma cor completamente
diferente da cor do dente. Além disso, é muito mais difícil de fazer a remoção.
 CIV e Cimento de Fosfato de Zinco  são os materiais de eleição.

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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
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O CIV tem adesão química, faz troca iônica, ou seja, ele vai fazer troca com o cálcio
do conduto radicular e formar uma liga única, entretanto, o CIV não tem nenhum
resistência mecânica, sendo muito mais fácil removê-lo no momento de reabrir o
conduto.
O Cimento de Fosfato de Zinco possui as mesmas características que o CIV. Possui
cor amarelada, sendo mais fácil de identificar.

6) Curativo de demora  aplicação do agente clareador (Peróxido de Carbamida a 37%);

7) Bolinha de algodão  colocada sobre o agente clareador;

8) Restauração provisória  com resina composta sem condicionamento ácido ou adesivo, ou


cimento provisório sem eugenol (Cavit-3M);

9) Manter o produto dentro da câmara, realizando de 3 a 6 procedimentos, ou seja, mais ou menos 1


mês de tratamento. O produto é trocado a cada semana. Nas trocas não é necessário remover toda
restauração provisória, se faz apenas uma pequena perfuração, remoção do algodão, aplicação do
agente clareador e fechamento com provisório. É importante checar a oclusão, pois se houver
excesso e o paciente realizar movimentos protrusivos o dente pode quebrar, já que não existe
dentina para suportar os movimentos de tensão.

10) Após 7 dias do término do tratamento clareador, ou seja, 7 dias antes de realizar a restauração
definitiva ou confecção de pino e coroa, é importante neutralizar a câmara pulpar devido a
utilização de peróxido e liberação local de oxigênio. O objetivo da neutralização é devolver o pH
alcalino na cervical do dente, utilizando solução de hidróxido de cálcio PA + água destilada. A
solução é aplicada onde estava o agente clareador e novamente a bolinha de algodão é colocada, e
é feita uma nova restauração provisória. O paciente fica de 7 a 14 dias com a neutralização do
conduto e da câmara.

11) Após 14 dias o dente é restaurado de forma definitiva, de acordo com o protocolo.

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V. VIA ENDÓGENA E EXÓGENA


 Clareador dentro da câmara (endógeno) e na face vestibular e palatina (exógeno); ao mesmo tempo em
que se faz o endógeno, se faz o exógeno;
 Com ou sem luz  alguns profissionais ainda utilizam fonte de luz, mas não é recomendado já que causa
envelhecimento dentário;
 Peróxido de Carbamida ou Hidrogênio  melhor utilizar Peróxido de Carbamida;
 Barreira gengival ou isolamento absoluto  sempre utilizar barreira gengival, por necessidade de
anestesias papilares no isolamento;
 Tempo  mesma contagem que se utiliza nos dentes vitais (3x de 15 min ou 45 min); depois se coloca o
curativo de demora e o paciente vai para casa.
 Indicação  dente muito escurecido que necessita de maior clareamento, ou seja, maior concentração;
 Associação das duas técnicas - 3 a 6 procedimentos 1 x por semana.

 Clareamento de dentes não vitais exógeno = vestibular e palatina;


 Clareamento de dentes vitais = só na vestibular.

 OBS.: pode-se associar nos outros dentes vitalizados o clareamento exógeno.

 OBS.: paciente chega no consultório e resolvemos fazer as duas técnicas juntas, se faz o acesso, coloca o tampão
biológico e utiliza o peróxido de hidrogênio dentro e fora do conduto, deixando por 45 minutos (3x15min),
retiramos, coloca o perborato de sódio, manipula o curativo de demora, coloca dentro do conduto, faz a resina o
cimento provisório e o paciente vai embora, ele volta se ficar bom, faz a neutralização e restauração definitiva.

 OBS.: o paciente pode ou não ir para casa com o curativo de demora, depende de paciente para paciente.

VI. EFEITOS ADVERSOS DO CLAREAMENTO


1. Diminuição da resistência à fratura:
 Remoção da estrutura dental (dentina) diminui a resistência do dente, por isso se deve ter atenção aos
contatos, devido aos movimentos mastigatórios de protrusão que o paciente pode fazer;
 O paciente deve limitar as funções do dente em tratamento.
2. Reabsorção radicular externa:
 Inadequada utilização da técnica  algum procedimento em que não se levou em consideração o
material utilizado, o tipo do agente, a concentração, o tampão cervical, a neutralização, etc, fatores
esses que podem gerar reabsorção;
 Tampão cervical;
 Neutralização após clareamento.

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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
170

MICROABRASÃO DE ESMALTE DENTÁRIO

Hoje quando se fala em estética dentária visa muito o clareamento quando se quer fazer alteração de cor.

I. ESTÉTICA DENTAL
 Facetas diretas de Resina Composta  o mais invasivo
 Clareamento  intermediário
 Microabrasão  abordagem conservadora para alteração de cor

II. MICROABRASÃO  É um procedimento de degaste mecânico e químico superficial do esmalte, removendo


cerca de 10um por aplicação. (HIRATA R. 2011).

 Remove esmalte da superfície dentária, tendo perda de estrutura (alteração de cor no esmalte). No
clareamento não há perda de substância - tratamento realizado na dentina (alteração de cor
dentinária).

1. Vantagem
 Fácil execução  realizado em uma única consulta;
 Resultado imediato  o clareamento pode levar meses;
 Remove permanentemente a mancha  devido à remoção da estrutura;
 Causa perda insignificante de estrutura  o benefício pesa mais que a quantidade micrométrica
perdida de estrutura;
 Não causa danos à polpa e tecidos periodontais  devido se limitar ao esmalte dentário e realizar
todo o procedimento com o IA;
 Requer tempo mínimo  cada aplicação dura em cerca de 5-10s;
 Baixo custo.

III. ALTERAÇÕES DE COLORAÇÃO E TEXTURA


1. Manchas Extrínsecas  deposição de pigmentos na superfície dental. Pode ser por alimentação, pelo
flúor do organismo, essas substâncias serão removidas por limpeza convencional.

2. Manchas Intrínsecas  causadas por alguma anomalia, mal formação durante a formação do esmalte –
utiliza a microabrasão.
 Opacidade;
 Cáries incipientes;
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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
171

 Amelogênese imperfeita;
 Hipoplasias;
 Fluoroses.

PARA AUXÍLIO NO DIAGNÓSTICO DOS DEFEITOS NO ESMALTE, ANALISAR NA ANAMNESE:


 História completa do paciente, nas suas fases pré, neo, pós-natal  relaciona com a dieta,
medicação e flúor (a fluorose dental é causada pelo flúor sistêmico consumido depois dos três
anos de idade em dentes anteriores);
 A ocorrência de doenças sistêmicas;
 A ingestão de fluoretos;
 Condições familiares  a amelogênese imperfeita é considerada uma doença hereditária
facilitando um diagnostica, devido ter um padrão.

PARA AUXÍLIO NO DIAGNÓSTICO DOS DEFEITOS NO ESMALTE, ANALISAR NO EXAME CLÍNICO:


 Quais dentes afetados  um ou mais dentes, avaliando toda a arcada, lembrando que a
fluorose se dá em dentes homólogos;
 Tipos de hipoplasias de esmalte e sua localização  sua localização é importante para
diagnostico. Ex: mancha branca na cervical do dente pode ser uma cárie incipiente, pois está em
uma região favorável para o acúmulo de biofilme sendo um indicador de cárie;
 Presença de pigmentação no dente  a diferenciação da cor ajuda para um melhor diagnostico,
lembrando que doenças inicialmente são brancas e com o tempo ganham cor devido o meio;
 Condições familiares.

A. CÁRIE INCIPIENTE
 Perda da translucidez do esmalte que toma os aspectos de uma mancha branca localizada, podendo
parecer rugosa;
 Mais frequentemente detectada na região cervical da face dos dentes e associada a biofilme, micro-
organismo;
 Tratamento  flúor, tentando remineralizar a lesão;
 Não realiza microabrasão.

B. OPACIDADE DIFUSA
 Defeito qualitativo do esmalte, identificado visualmente como uma anormalidade na translucência do
esmalte;

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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
172

 Caracterizado por uma área branca, mas não tem alteração na superfície do esmalte, tem uma
superfície de esmalte lisa  apresenta um tratamento difícil com microabrasão devido tender a ser
muito profunda;
 A microabrasão se realiza em casos raros, tendo a certeza que está superficial.

C. HIPOPLASIAS
 Esmalte apresenta-se em forma de fóssulas, estrias ou sulcos ou cortes de variadas profundidades e
extensões  são lesões mais superficiais quando comparada a amelogênese imperfeita;
 Resulta de injúrias aos ameloblastos durante o estágio de formação da matriz  ocorre no ultimo
estágio de formação de esmalte, ou seja, na deposição do esmalte propriamente dito.

D. AMELOGÊNESE IMPERFEITA
 Esmalte pode apresentar-se com depressões dispostas em fileiras (tipo IA) ou de fina espessura e liso
(tipo IE e D). Aparência amarelo-castanha  o dente é mais susceptível a formação de carie,
pigmentação e sensibilidade devido o esmalte ser enfraquecido e poroso;
 Condição hereditária, resultado de defeitos durante o estágio de maturação do desenvolvimento do
esmalte;
 Tratamento  microabrasão, desde que seja de leve a moderado.

E. FLUOROSE
 Fina estria de acentuada periquimácia, regularmente distribuída pela superfície dental;
 Áreas de hipomineralização como resultado de uma alteração no metabolismo dos ameloblastos
durante a formação da matriz.
 Tratamento  microabrasão, desde que seja de leve a moderado. Casos severos – faceta.

 COMO DIFERENCIAR FLUOROSE DE OUTRAS LESÕES? A fluorese aparece como “riscos”, traços e
a periquimácia fica num coloração branco, conseguindo visualiza-las dependendo da severidade,
geralmente acomete dentes homólogos. O uso de água fluoretada não causa fluorose, o que
causa é flúor excessivo.

IV. ALTERAÇÕES DE COLORAÇÃO E TEXTURA - ASSOCIADAS A OUTRAS LESÕES

A. LESÕES DE CÁRIE
 Remoção de tecido cariado e preenchimento com CIV, prévio a remoção de manchas  antes de
realizar a microabrasão deve fazer uma adequação de meio, precisando associar um procedimento a

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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
173

microabrasão, por ex.: lesões de cárie - deixa o esmalte mais poroso, mais enfraquecido, então após o
CIV faz um procedimento de microabrasão antes de entrar com a resina.

B. FRATURA
 Proteção de dentina exposta com cimento de hidróxido de cálcio, devido à remoção das manchas 
esses preparos devem ser feitos antes da microabrasão porque apesar de ser superficial está lidando
com ácido, para não ter agressão no esmalte, mas se tem dentina exposta, polpa, proximidade com a
polpa ou tecidos periodontais em contato terá um dano real precisando proteger.

 INDICAÇÕES
1. Manchas superficiais do esmalte dental e localizadas na face vestibular;
2. Manchas de etiologia intríseca – fluorose e amelogênese imperfeita (grau leve a moderada);
3. Manchas brancas pós-remoção de braquetes ortodônticos;
4. Correção de irregularidades superficiais  não é necessário ter mancha.

 PROGNÓSTICO
1. Transiluminação  técnica usada para saber a profundidade da mancha, com o auxilio do
fotopolimerizador ou luz branca. Coloca a ponteira do fotopolimerizador na palatina e acende a luz,
conseguindo visualizar.
 Se a mancha ficar CLARA  Superficial;
 Se a mancha ficar ESCURA  Profunda;
 Quanto mais escura, mais profunda ela está.

OBS.: Mancha muito profunda a microabrasão não está indicada, devido não conseguir remover o que deveria, além
de apresenta um limite de 10-15 sessões em uma consulta.

 CONTRA-INDICAÇÕES
1. Impossibilidade de realização do IA  tomar um cuidado com os tecidos periodontais;
2. Manchas de etiologia extrínsecas  indicação é a limpeza com pasta profilática;
3. Vedamento labial deficiente (película umedecida)  paciente que não fecha os lábios ele não
consegue formar a película umedecida para proteger da microabrasão e fazer uma remineralização.
Sendo necessário resolver primeiro o problema;
4. Modificar a cor dentária  indicação é clareamento.

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174

V. TÉCNICAS

PREMA Compound Ácido clorídrico 10% + sílica gel


MONDELLI Ácido fosfórico 37% + pedra pomes
OPALUSTRE ULTRADENT Ácido clorídrico 6,6% + micropartículas de sílica carbide
WHITNESS RM FGM Ácido clorídrico 6% + carbeto de silício

o PREPARO

 Isolamento Absoluto (ANTES)  aplicação de vaselina sólida previamente ao IA, ou seja,


aplicação vaselina em todo tecido mole e por baixo do IA, assim como na amarria, alguns
autores utilizam também a barreira gengival para a certeza que está bem vedado.
 Polimento (DEPOIS)  polimento com disco de óxido de alumínio (Sof-lex) granulação ultrafina
e baixa rotação. Realiza a aplicação de gel fluoreto de sódio neutro por 1 a 4min (flúor - ajudar
na remineralização da superfície, as vezes indica bochecho fluoretado).

A. PREMA - 1989, Croll lançou o kit PREMA (Premier Enamel MicroAbrasion Compound)
1. Ácido clorídrico 10% + sílica gel;
2. 20 aplicações - Cada aplicação: 5s  fricção com espátula;
3. Lavar e secar  a cada aplicação e tudo na mesma consulta.

OBS.: Vantagem da taça de borracha é que a atrição aumenta o calor, e o calor potencializa o efeito ácido,
podendo utilizar taça de borracha com a espátula de madeira.

B. MONDELLI (1995)
1. Ácido fosfórico 37% + pedra pomes;
2. 10 aplicações - Cada aplicação: 10s;
3. Lavar e secar.

OBS.: Mondelli passa sempre com taça de borracha e baixa rotação. Cobrir toda a superfície (face) do
dente, mesmo que a mancha se encontre só no terço médio por exemplo.

C. OPALUSTRE  vem todo o material.


1. Ácido clorídrico 6,6% + micropartículas de sílica carbide;
2. 10 aplicações - Cada aplicação: 20s;
3. Lavar e secar.

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D. WHITNESS RM FGM
1. Ácido clorídrico 6% + carbeto de slício;
2. 15 aplicações - Cada aplicação: 10s  fricção com espátula;
3. Lavar e secar.

CASO CLÍNICO DE PREMA  IA, amarria, manipula – “pastinha”, colocou no dente na superfície do esmalte fazendo
a fricção com a taça de borracha, lava e seca, observa, faz novamente caso seja necessário até chegar na aparência
que seja suficiente. Pode acontecer de fazer só a microabrasão polir e acabou, mas também pode ocorrer de chegar
ao limite da microabrasão e ter que terminar com RC. Passa o flúor pra estabilizar e finalizar.

CASO CLÍNICO DO MONDELLI  IA, pasta com ácido fosfórico e pedra pomes no pote dapen, utiliza taça de
borracha, lava e seca, observa. No final faz o polimento com flúor neutro e finaliza.

OBS: Para realizar o clareamento e depois a microabrasão, deve esperar pelo menos um mês ou realizar antes a
microabrasão.

FINALIZAÇÃO APÓS TÉCNICA DE MICROABRASÃO – POLIMENTO


 Após a técnica há necessidade de realizar polimento da estrutura para remoção de ranhaduras,
irregularidades e restos provenientes dos compostos da microabrasão;
 Polimento com discos de granulação ultrafina e pasta diamantada em baixa rotação;
 Após realizar aplicação de gel fluoreto de sódio neutro por 1 a 4 minutos, para auxiliar na remineralização da
estrutura. Pode-se prescrever bochechos fluoretados para o paciente realizar em casa.

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176

QUANDO INDICAR PREPAROS INDIRETOS

Quando indicar preparos indiretos? Não existe uma ciência exata para indicar esse tipo de preparo. Vai depender das
condições que serão encontradas na boca do paciente. Em alguns casos será indicado só fazer Dentística, em outros
só Prótese, em outros ambos serão feitos. Tudo vai depender do planejamento.

DENTÍSTICA PRÓTESE
Restaurações Restaurações
Diretas Indiretas

Restaurações Semi-diretas

I. PLANEJAMENTO RESTAURADOR
1. Relacionado ao Paciente
 Localização na arcada (anterior ou posterior) e posicionamento dental  os dentes posteriores
sofrem mais com as forças da mastigação, sendo mais desgastados, por isso deve-se observar se
possui bastante substrato para suportar uma restauração direta. Por exemplo: um Pré-molar em que
é preciso fazer uma restauração ampla, está muito mais indicado uma restauração direta, por esse
dente sofrer muito menos com as forças da mastigação. Já em um Molar, deveria ser avaliada a
possibilidade de uma restauração direta, pois esse dente sofre muito mais com as forças oclusais.
Também é necessário verificar o posicionamento dental na arcada, ou seja, se existe alguma
inclinação, se tem acesso ao término, etc.

 Características anatômicas do dente  inclinações, má formações, entre outras, que impeçam o


acesso direto, como colocar o isolamento absoluto, por exemplo. A impossibilidade de realizar
isolamento absoluto devido a características anatômicas, impedindo o controle da contaminação, é
indicação para restauração indireta;

 Intensidade e distribuição das forças oclusais  avaliar as características do paciente em relação às


forças mastigatórias. Lembrando que um paciente é diferente do outro, por exemplo: um homem
tem força mastigatória maior do que uma mulher; se o paciente tem o músculo masseter
hipertrofiado, a força de mastigação também é maior. Por isso, cada caso deve ser avaliado
individualmente.

 Presença de atividade parafuncional  o bruxismo é atividade parafuncional que contraindica


qualquer tipo de restauração. Entretanto, outras atividades parafuncionais devem ser avaliadas
também, tais como: interferências oclusais, dentes projetados para vestibular ou lingual gerando
interferências na guia anterior, etc. A abfração é sinal de parafunção. A parafunção, por menor que
seja, deve ser encontrada e tratada para que os procedimentos restauradores sejam realizados;

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177

 Dimensão Vertical de Oclusão  se o paciente está com a DVO comprometida é necessário verificar
se haverá interferências nas restaurações diretas. Por exemplo, um paciente que perdeu Molares
posteriores e precisa restaurar os Pré-molares. A restauração direta está indicada, já que o preparo é
pequeno, mas como esses Pré-molares recebem toda carga mastigatória é mais indicado fazer a
restauração indireta, devido à resistência dos materiais. Nesse caso, uma restauração direta iria
fraturar;

 Motivação a higiene oral  paciente em que tem a higiene oral comprometida não se indica
restaurações diretas, e caso indique, o material de eleição será o amálgama. Caso seja uma
restauração estética, a indicação será pela restauração indireta tendo um maior controle.

2. Relacionado ao Procedimento Clínico


 Avaliação do substrato dental  analisar a estrutura dental, se as cúspides estão hígidas e têm
suporte, se o dente tem presença de trincas, etc;

 Avaliação do suporte periodontal  verificar se o periodonto está saudável, principalmente se for


restauração indireta;

 Avaliação do suporte endodôntico  principalmente se a indicação for restauração indireta, pois a


retenção será intra-radicular. Em casos de restauração direta deve-se avaliar a necessidade de
retratamento;

 Seleção do material restaurador  resina composta, cerâmica, cerômero, etc;

 Preparo dental adequado  o preparo para receber tanto restaurações indiretas, como diretas
deve ser adequado.

II. RESTAURAÇÕES DIRETAS


1. Definição  Colocação imediata de material restaurador em uma cavidade dental preparada. Não
necessita de fase laboratorial - são procedimentos intrabucais. Pode ser efetuado em uma única consulta.

2. Indicações
 Lesões cariosas de cicatrículas e fissuras (conservadoras);

 Restaurações menos invasivas (slots, túnel, etc);

 Lesões em dentes posteriores com preservação das cúspides  a cárie pode ser extensa, mas se as
cúspides estão preservadas, hígidas a indicação é para restaurações diretas;

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 Caixas proximais com términos cervicais visíveis  se o término cervical estiver visível à indicação é
de restaurações diretas, mas se o término não estiver visível indicação é de restaurações indiretas,
porque o modelo de gesso vai mudar essa visão que não estamos vendo na boca;

 Recontorno cosmético:
 Fechamento de diastema;
 Facetas diretas;
 Reanatomização.

 Abrasão, abfração e erosão  lembrando que nesses casos é importante encontrar a causa, se não
as restaurações não terão durabilidade.

Abordagem Invasiva  a eleição do amálgama para confecção de restaurações diretas continua sendo uma
abordagem invasiva, visto que, mesmo que a lesão seja de pequena proporção, o preparo será invasivo, grande,
sendo necessária a confecção de retenções, enfraquecendo a base das cúspides. Há perda de estrutura hígida e o
dente acaba enfraquecido. Da mesma forma, pacientes que desejam trocar o amálgama sofrerão este tipo de
enfraquecimento da estrutura, sendo então indicadas restaurações indiretas, como uma forma de abordagem
conservadora.

 OBS.: quando se amplia o preparo e começa a perder muita estrutura, a indicação para restaurações indiretas
aumenta mais ainda. E se a indicação é restauração indireta, mais estrutura deve ser removida. Logo, deve-se fazer
o possível para evitar restaurações indiretas.

III. RESTAURAÇÕES SEMI-DIRETAS


1. Definição  uma restauração dentária que inclui estágios intra e extrabucais, para a confecção de
restaurações cimentadas no dente. Todo processo é realizado no consultório. Pode demandar mais de uma
sessão.
Na Dentística, essas restaurações são feitas quando o preparo é pequeno, conservador, mas não é possível
visualizar o término cervical da caixa proximal. Para realizar o procedimento é feito um molde, do qual
surgirá um modelo para que a restauração seja feita em resina composta, fora da boca do paciente, onde é
possível ter melhor controle do acabamento do término cervical e dos pontos de contato. Depois de
pronta, a restauração é cimentada na boca do paciente.
As vantagens são: não haverá contração de polimerização, já que a restauração não é feita na estrutura
dentária; a interface será muito melhor, diminuindo o risco de cárie secundária (interface mais vedada por
estar fora da boca); melhor controle dos pontos de contato e término cervicais.

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 OBS.: para fazer a restauração sobre o modelo de gesso, basta veda-lo com super-bonder para que a resina não se
solte. Para fazer a união da restauração com o dente é utilizado silano.

 OBS.: gesso troquelizado  o modelo é cortado separando todos os dentes, facilitando a


visualização e confecção da restauração, principalmente das faces proximais.

 OBS.: mesmo com a restauração sendo feita no gesso é necessário a colocação de incrementos de 2mm, para a
polimerização da resina ser a melhor possível. Não haverá contração de polimerização porque a restauração não
está sendo feita em estrutura dental.

 OBS.: a restauração quando finalizada no gesso e antes de ser cimentada na boca é colocada em água e levada ao
micro-ondas por alguns minutos para polimerização final. Isso torna a resina muito mais resistente.

IV. RESTAURAÇÕES INDIRETAS


1. Definição  uma restauração dentária feita fora de um dente para corresponder à forma da cavidade
preparada, que é então cimentada no dente. Possui fase laboratorial. Exige múltiplas sessões. É feita fora
da cavidade oral.
Restaurações indiretas são blocos, onlay, inlay, coroa total, etc.

2. Indicações
 Comprometimento/fratura de cúspide  especialmente quando as cúspides comprometidas são as
cúspides de trabalho (VIPS) – independente se for uma cúspide ou meia cúspide;

 Término cervical subgengival  se estiver subgengival dentro do limite a indicação é de


restaurações indiretas. A gengiva que está cobrindo o término será afastada com fio retrator e uma
moldagem será feita para o término poder ser visualizado em modelo;

 Término cervical com menos de 1mm de esmalte  vendo por oclusal, em relação ao dente vizinho,
entre a parede axial do preparo e o dente adjacente, existe apenas 1mm de esmalte.
Isso quer dizer que a parede gengival está muito baixa, quase subgengival, indicando
restaurações indiretas;

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 Caixas proximais com paredes laterais muito abertas  paredes vestibular e lingual muito
expulsivas, sem presença de crista marginal, tornando as cúspides frágeis;

 Acesso endodôntico extenso que comprometa a resistência do remanescente  em alguns casos o


acesso é muito amplo, é o remanescente dentinário é muito pouco, deixando as cúspides sem apoio;

 Fratura de coroa anterior com pouco remanescente;

 Restaurações em múltiplos dentes  controle da oclusão, pois o modelo estará no articulador e


será possível analisar as interferências oclusais.

OBS.: Em dentística os preparos são retentivos, em prótese são expulsivos, porque iremos colocar uma peça rígida
em uma cavidade e não se pode fazer uma cavidade menor que a peça porque se não ela não entra.

3. Restaurações Indiretas Parciais


 Inlay  são preparos confinados ao interior da estrutura dental, sem o recobrimento de nenhuma
cúspide (cúspide íntegra).
 Onlay  são preparos que fazem o recobrimento de uma ou mais cúspides de um dente, mas não
de todas;
 Overlay  são preparos que recobrem todas as cúspides, porém sem recobrir completamente as
superfícies lisas, restando partes das superfícies vestibulares e linguais preservadas.

Inlay Onlay

4. Restaurações Indiretas Totais


 Coroas Totais  a coroa total é utilizada para cobrir inteiramente a coroa de um
dente danificado. Além de conferir maior resistência a um dente danificado, a coroa
pode ser utilizada para melhorar sua aparência, o formato ou alinhamento dos
dentes no arco. O dente que vai receber a coroa total deve ser preparado.

5. Materiais
Uso Direto Uso Indireto
CIV Cerâmica
Amálgama Metal (por exemplo: ouro, cromo, cromocobalto, prata)
Metal/Cerômero (Metaloplástica)
Resina Composta
Metal/Cerâmica (Metalocrâmica)

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6. Vantagens
 Maior resistência a forças oclusais;
 Proteção quanto a cáries recorrentes  a interface é melhor;
 Precisão de fabricação  conseguindo reproduzir toda a anatomia;
 Integridade marginal;
 Controle dos contornos e contatos.

7. Desvantagens
 Custo mais elevado;
 Maior tempo clínico  requer mais etapas, mais sessões.

8. Necessidade de Restaurações Provisórias


Como as restaurações indiretas possuem várias etapas, é necessária confecção de restaurações
provisórias bem feitas, pois elas têm função importante, como: gerar uma cópia fidedigna durante a
moldagem, principalmente em término, para que a gengiva não invagine; manter a oclusão, manter a
estética, impedir que o antagonista estrua, etc.

9. Técnica de Restaurações Diretas


 Isolamento absoluto do campo operatório;
 Remoção do material restaurador e tecido cariado;
 Preparo coronário seguindo os princípios de acordo com a classe que se está trabalhando;
 Acabamento e polimento do preparo;
 Restauração do elemento (técnica segundo o material eleito);
 Ajuste oclusal.
 Acabamento e polimento

10. Técnica de Restaurações Indiretas


 Remoção do material restaurador e tecido cariado;
 Confecção do núcleo:
 Preenchimento  caso o preparo tenha ficado extenso, principalmente em dentes
posteriores, é necessário fazer um núcleo de preenchimento, utilizando materiais como: CIV,
resina composta, etc. Depois do preenchimento se faz o preparo para o dente receber a
prótese;
 Intra-radicular.
 Preparo coronário seguindo os princípios;
 Acabamento e polimento do preparo;
Fernanda Teixeira – 6º Período
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 Confecção de provisório;
 Afastamento (gengival);
 Moldagem (dupla);
 Confecção do modelo de gesso;
 Etapa laboratorial de confecção da peça protética;
 Cimentação da peça protética.

DENTÍSTICA E INTER-RELAÇÕES

Em determinados casos é necessário um tratamento interdisciplinar, ou seja, se um paciente tem várias restaurações
a serem feitas, mas tem um grave problema periodontal, é prioridade tratar o problema periodontal para obter
sucesso. Dessa forma, é preciso olhar o paciente como um todo, avaliar a necessidade de outras abordagens e
procedimentos relativos a outras áreas da Odontologia. Alguns procedimentos podem ser realizados pelo próprio
profissional, outros requerem o especialista.

Resumindo: é a visão geral das diferentes necessidades terapêuticas do paciente.

I. INTER-RELAÇÕES
1. Dentística/Periodontia
2. Dentística/Oclusão
3. Dentística/Ortodontia
4. Dentística/Técnica Botulínica e Preenchimento
5. Dentística/Endodontia

II. DENTÍSTICA/PERIODONTIA
A prática restauradora possui relação recíproca com a saúde periodontal. A doença periodontal sem tratamento
poderá comprometer o sucesso da terapia restauradora bem como uma restauração inadequada pode ter efeito
iatrogênico sobre o periodonto.

A Periodontia é a disciplina mais ligada a Dentística, por isso os efeitos de uma sobre a outra devem ser muito bem
avaliados antes do início do tratamento. Para isso é necessário avaliar o paciente dentro de um biótipo periodontal.

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
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1) BIOTIPO PERIODONTAL
Periodonto Plano e Espesso Periodonto Festonado e Fino

Tecido mole Denso e Fibrótico Delgado


Faixa de tecido queratinizado Ampla Reduzido
Papilas Curtas e Largas Longas e Estreitas
Osso subjacente Amplo e Espesso Fino e Festonado
Perda de inserção Associada a Bolsa Periodontal Associada a recessão
Dentes Formato Quadrangular Formato Triangular

Periodonto Delgado  em um paciente que tem periodonto delgado é


possível ver a sonda milimetrada em seu interior no momento da
sondagem. Então, em restaurações estéticas em pacientes com esse tipo
de periodonto não se pode jogar o término da restauração para dentro do
sulco gengival, pois será possível ver o término com o bordo acinzentado, se o material tiver elementos metálicos,
como as coroas de metalocerâmica. Nesse tipo de paciente é indicado utilizar cimentos estéticos. A metalocerâmica
e qualquer outro tipo de material que contenha elementos metálicos estão contraindicados.

Faixa de Tecido Queratinizado  pacientes que tem a faixa ampla tem mais resistência a uma série de fatores,
principalmente a retração gengival. Já pacientes com faixa reduzida tem muito mais chances de retração. A faixa
ampla teria mais sucesso caso fosse necessário remover a gengiva (gengivectomia/gengivoplastia), enquanto nos
casos de faixa reduzida o procedimento é contraindicado.

Papilas  o formato das papilas está diretamente ligado ao formato dos dentes, ou seja, dentes com formato
quadrangular estão associados a papilas curtas e largas, pois os pontos de contato são maiores; enquanto dentes
com formato triangular estão associados a papilas longas e estreitas, pois os pontos de contato são menores. Deve-
se ter atenção principalmente aos pacientes com papila longa e estreita no momento da restauração, no momento
de reestabelecimento de ponto de contato.

 NO MOMENTO DO PLANEJAMENTO É IMPORTANTE ENCAIXAR O PACIENTE EM UMA DAS CARACTERÍSTICAS


DE BIOTIPO PERIODONTAL. CASO ELE SEJA INTERMEDIÁRIO, DEVERÁ SER CARACTERIZADO COMO
PERIODONTO FINO E ESPESSO.

 OBS.: pode-se jogar até 0,5mm do término da restauração para dentro do sulco gengival.

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
184

2) ESPAÇO BIOLÓGICO
É a distância compreendida entre a margem cervical livre e a crista óssea alveolar. É
composto por:
 Sulco Gengival;
 Epitélio Juncional;
 Inserção Conjuntiva.

O tamanho do espaço biológico saudável varia entre 1,0 a 3,5 mm. É sempre necessário avaliar as condições do
espaço biológico e se está adequado para realizar o trabalho. Para isso é necessário fazer a sondagem. A primeira
sondagem clínica é feita de forma leve, somente em sulco, sem forçar e a medida é anotada. Depois, com o paciente
anestesiado, será realizada a segunda sondagem, executada com mais força, aprofundando a sonda até tocar na
crista óssea, e novamente a medida é anotada. A medida da sondagem menos a medida da sondagem clínica
resultam no tamanho do espaço biológico. A partir disso, é possível verificar se há necessidade de recuperar o
espaço biológico ou não.

 OBS.: aumento de coroa clínica é diferente de reestabelecimento do espaço biológico. O aumento da coroa clínica
tem por finalidade aumentar a área visível do dente, ou seja, expor a coroa clínica recoberta pela gengiva. É
realizado com remoção da gengiva - gengivectomia/gengivoplastia. Já o reestabelecimento do espaço biológico
está ligado a uma invasão, como uma restauração classe III que se tornou supragengival. Desse modo, o espaço
deve ser reestabelecido, e para isso uma parte do tecido periodontal será removido, como a gengiva livre e o osso
alveolar, por exemplo.

3) PERFIL DE EMERGÊNCIA
Os dentes naturais exibem um papel de contorno plano e contínuo na
emergência do sulco gengival. A reprodução de perfil plano requer redução
dental suficiente no terço gengival e área intra-sulcular. O sobrecontorno
interproximal é mais comum e nocivo do que os encontrados nas superfícies
livres. A região cervical dos dentes naturais possuem uma inclinação expulsiva e que protege o periodonto. Caso seja
feita uma restauração cervical que fique em excesso nessa região, estará sendo criado um sobrecontorno e o
periodonto será agredido, pois haverá retenção de biofilme, compressão gengival com consequente retração, etc.
Por isso, deve-se respeitar o perfil de emergência, já que o sobrecontorno é uma das causas de retração gengival. Em
dentes anteriores é mais fácil respeitar esse perfil.

4) MARGEM CERVICAL
O que acontece quando a margem cervical do preparo ou de uma lesão cariosa estão subgengivais, ou seja, invadem
o espaço biológico?

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
185

 Inflamação permanente;
 Migração apical do epitélio juncional  retração gengival;
 Perda de inserção;
 Hiperplasia gengival;
 Dificuldade de higienização  haverá acúmulo de biofilme, exsudato na região de sulco.

Qual a localização ideal para o término cervical?


 Aquém da margem gengival  é o ideal, está situado antes da gengiva, ou seja, é colocado 1mm supra-
gengival. Feito geralmente em dentes posteriores;
 Ao nível da margem gengival  é aceitável, em casos de restaurações estéticas ou em que a linha de
término precisa ser mascarada. É colocado 0,5mm dentro da gengiva;
 Intra-sulcular somente utilizados em casos de estética, quando a linha de término precisa ser escondida.

 OBS.: acontece com frequência casos em que o paciente chega com grande retração gengival e o profissional
recobre toda aquela parte exposta. Com isso, ocorre mais retração ainda, pois está havendo invasão do tecido
periodontal. O que se deve fazer é uma avaliação periodontal, e contato com o Periodontista para ver se é possível
a realização do enxerto. Caso não seja, é necessários pedir que ele faça o reestabelecimento do espaço biológico,
para posterior recobrimento com resina. Dessa forma, não haverá danos ao tecido periodontal.

5) COMO A ODONTOLOGIA RESTAURADORA PODE DANIFICAR TECIDOS PERIODNTAIS E FAVORECER


OU ACELERAR O DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS?
 Excesso de material na região proximal  a formação de um degrau (sobrecontorno) causa recessão
gengival e reabsorção da crista óssea;

6) PONTO DE CONTATO
 Imprescindível;
 Impede a impacção alimentar;
 Evita o acúmulo de resíduos de alimentos;
 Evita a penetração de resíduos para o interior do sulco gengival;
 Mantém o periodonto sadio;
 Mantem o equilíbrio da arcada  mantem a arcada estável, entre os dentes vizinhos e os antagonistas e
evita giroversões, distalizações e mesializações;
 Qualquer alteração pode ocasionar modificação acentuada da oclusão.

Fernanda Teixeira – 6º Período


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186

Impactação alimentar:
 Causa desconforto ao paciente;
 Ocorre quando a restauração é feita sem reestabelecer ponto de contato;
 Pode acarretar perda óssea entre os dentes, presença de bolsa periodontal, mobilidade de dentes
unirradiculares.

Como preservar o ponto de contato em procedimentos restauradores?


 Seleção da resina composta  micro ou nanoparticuladas;
 Seleção de matriz e inserção de cunha;
 Técnica de inserção da resina composta  muralha, etc.

7) TERAPIA BÁSICA
 Orientação de higiene oral  avaliar o perfil do paciente e incentivar o controle de placa;
 Adequação do meio  propiciar ambiente favorável para higienização pelo paciente, remover cáries,
curativos, etc. Tornar o ambiente propício, sem agressão ao periodonto.
 Raspagem e aplainamento radicular.

Remover Restaurações Próteses


Excessos Provisórias Provisórias

Recontorno e
Ajuste Oclusal Extrações
Repolimento

Troca de Cálculo
Endodontias
Restauração Supragengival

OBS.: em restaurações Classe V é importante sempre dar preferência a resinas micro ou nanoparticuladas, para
melhor acabamento e maior lisura de superfície, o que gera menor aderência de placa bacteriana.

8) PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS NA PERIODONTIA RELACIONADOS À ODONTOLOGIA


RESTAURADORA

A. Gengivectomia/Gengivoplastia  usadas de forma


combinada e complementar.
A gengivectomia é o procedimento excisional destinado à
eliminação de bolsa periodontal supra-óssea ou da hiperplasia
gengival (pseudobolsa). Então, a gengivectomia seria cortar e

Fernanda Teixeira – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
187

remover o periodonto. A gengivoplastia é definida como a restauração do contorno fisiológico do tecido gengival. A
gengivoplastia seria a remodelação da gengiva. Então, se o paciente tem sorriso gengival, será feita uma
gengivoplastia, que será feita através da gengivectomia. Em alguns casos a osteoplastia pode estar associada,
principalmente no aumento de coroa clínica. Por exemplo, se o paciente tem hiperplasia da gengiva e osso
proeminente, a gengiva deve ser removida, assim como o osso, para que no momento da cicatrização gengiva fique
no local correto. É importante sondar e radiografar para verificar até onde vai a coroa clínica.

B. Técnicas de Cunha Distal e Interproximal  possibilita acesso ao tecido ósseo,


com preservação de quantidade suficiente de mucosa queratinizada.
Hiperplasias gengivais, nas regiões de tuberosidade e retromolar, frequentemente são
removidas por gengivectomia. Entretanto, na presença de defeitos ósseos verticais
(bolsas periodontais infra-ósseas), na ausência de mucosa ceratinizada ou na necessidade de acesso, está indicada a
técnica da cunha distal. Em alguns casos, se o osso estiver muito próximo do término, o mesmo também deve ser
removido. Caso tenha surgido uma cárie subgengival devido ao acúmulo de biofilme, primeiro se deve fazer a
remoção, até mesmo para diminuir a contaminação do procedimento cirúrgico, e a colocação de material
restaurador temporário, como CIV ou Coltosol, e posteriormente se faz a cirurgia.

C. Reestabelecimento do Espaço Biológico  osteotomia/osteoplastia.


Permite a organização da inserção conjuntiva, adaptação do epitélio juncional e
formação do sulco gengival para acomodar localização apropriada do término
cervical. Em casos de cáries subgengivais, é necessário reestabelecer o espaço
biológico, para posteriormente realizar procedimento restaurador, pois não é
possível finalizar o término da resina, ou colocar um grampo, fio retrator, etc. É preciso remover a maior quantidade
de tecido cariado possível, verificar necessidade de endodontia, já que é uma área de pouca estrutura e está
próxima a polpa, colocar material restaurador temporário e encaminhar para periodontia, a fim de reestabelecer o
espaço biológico, para posterior restauração definitiva. Em casos assim é necessário que a cirurgia seja realizada por
especialista, já que são múltiplos dentes em região estética, podendo haver retrações em caso de erro.

Recobrimento Radicular  é outro procedimento realizado em pacientes com


retração gengival acentuada. Essa retração é suscetível a lesões de cárie, erosão, etc,
por ser uma região mais frágil e que desmineraliza com mais facilidade. Não se pode
apenas fazer o recobrimento com resina, primeiro é necessária a avaliação do
especialista, para ver se é possível recobrir com a gengiva, recuperar o periodonto.

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III. DENTÍSTICA/OCLUSÃO
A estética das restaurações deve estar embasada em princípios de planejamento e oclusão de modo a não trazer
prejuízo ao sistema mastigatório e vice-versa. A Oclusão está ligada de maneira muito forte a Dentística, já que
lesões de desgaste por erosão, atrição e abfração são muito comuns. Logo, não adianta fazer apenas a intervenção
restauradora, sem antes avaliar a oclusão do paciente. Em alguns casos é preciso reprogramar a mordida, fazer
placas miorelaxantes, reestabelecer espaço para posteriormente restaurar.

1) GUIA ANTERIOR INCISIVA


A ação protrusiva deve ser aplicada sobre a maior área possível de cada dente individual no trajeto da desoclusão.
Isso prevenirá a concentração de estresse em pontos específicos, o que frequentemente, causa fraturas nas bordas
incisa das restaurações.
Por exemplo, se a restauração é feita no incisivo central e fica um pouco alta, a concentração de forças durante a
protrusiva ocorrerá nesse dente, ocasionando a quebra da borda incisal da restauração. Nesses casos, de
reestabelecimento de guia anterior, devem-se ter os seguintes cuidados:
 O volume de material na palatina;
 Se o percurso na guia anterior está livre durante a protrusiva;
 O comprimento do dente, ou seja, se ficou muito alongado. Caso esteja alongado, pode prejudicar a ATM,
pois o côndilo vai ter que fazer muita força para realizar abertura e isso causará uma compressão no disco.

2) BRUXISMO OU ABRASÃO
Nesses casos a reabilitação deve envolver o posicionamento da mandíbula em relação cêntrica, a presença de uma
guia incisal e canina apropriada e a possibilidade de restituição da Dimensão Vertical.
Para colocar o paciente em relação cêntrica pode-se utilizar uma plaquinha plana de acrílico, desprogramando a
mordida, pois o cérebro entende que não há toque, então vai procurar a posição fisiológica, de repouso. Dessa
forma, o paciente é reabilitado. Além disso, durante os procedimentos restauradores deve-se ter cuidado
principalmente com restaurações altas em pacientes com bruxismo, pois esse tipo de interferência oclusal piora em
4x a parafunção.

IV. DENTÍSTICA/ORTODONTIA
O objetivo principal da integração não é apenas melhorar o aspecto estético do paciente, e sim buscar com que os
procedimentos realizados além de cumprir o compromisso de devolver a forma, a função e a estética, sejam
procedimentos biológicos, promotores ou mantenedores da saúde do sistema estomatognático como um todo. Com
relação a Dentística, a Ortodontia pode ser utilizada para tracionamento dental, intrusão de molar, pequenas
correções (apinhamentos, pequenos espaçamentos), etc.

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 Tracionamento Dental  é outra forma de recuperar espaço biológico. Em alguns casos o término está
subgengival, e a Periodontia não consegue reestabelecer o espaço biológico. Dessa forma, a Ortodontia
traciona o dente de forma a liberar o espaço e tornando possível a execução da técnica restauradora.
 Intrusão de Molar  em casos de dentes que estruíram pela falta do antagonista e estão causando
interferência oclusal, a melhor forma é a intrusão de molar através da Ortodontia com o minimplante, sendo
um procedimento conservador. Há outra forma de ajustar dentes estruídos, mas seria com pino e coroa,
sendo procedimento invasivo.
 Apinhamentos  o alinhamento facilita a execução de procedimentos restauradores.
 Pequenos Espaçamentos  abrindo ou fechando espaços entre dentes, facilitando a execução de
procedimentos restauradores.

Finalização Ortodôntica - Quando o tratamento termina é preciso remover o cimento resinoso que segurava o
braquete, pois se não retirados, causam alteração de cor, acúmulo de biofilme, etc. Existe um produto no mercado
que possui um rastreador ultravioleta que fluoresce as áreas que apresentam o cimento, possibilitando a remoção
de forma fácil. Além disso, brocas multilaminadas podem ser utilizadas e posteriormente feito um polimento com
pasta de polimento e disco de feltro para recuperação do esmalte.

Lesões de cárie por braquete - Nesses casos a remoção do cimento que segurava o braquete é feita, como descrito
acima, e posteriormente é feita a microabrasão. Se com a microabrasão as lesões não forem removidas, por serem
profundas, a restauração direta é feita.

V. DENTÍSTICA/TOXINA BOTULÍNICA E PREENCHIMENTO


A Odontologia hoje conta com técnicas cosméticas, reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia, como a
aplicação de botox (toxina botulínica) e preenchimento de estruturas faciais com ácido hialurônico.

VI. DENTÍSTICA/ENDODONTIA
A principal função dos pinos de fibra é conferir retenção ao material restaurador coronário. São a opção de escolha
quando há ainda algum remanescente coronário, servindo então como retentor para o núcleo de preenchimento
(ex.: resina). O tratamento endodôntico eletivo possibilita a cimentação intrarradicular.
Por exemplo, tem-se uma restauração extensa com fratura para fazer, mas não ocorreu comprometimento pulpar.
Na impossibilidade de restaurar, pode-se indicar a endodontia, com colocação de pino de fibra de vidro e uma coroa.

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LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS - COMO TRATAR?

Porque tratar lesões cervicais não cariosas? Por que hoje a população vive muito mais, e por esse motivo, os
pacientes idosos possuem muitas lesões cervicais não cariosas, principalmente as lesões de abfração.

I. PATOLOGIAS CERVICAIS
1. Lesões Cariosas  Classe V
2. Lesões Não Cariosas (Lesões Cervicais Não Cariosas - LCNCS):
 Abrasão  é a perda patológica de estrutura dentária ou restauração pela ação mecânica de um
agente externo, sendo a escovação dentária com pasta abrasiva e a escovação horizontal intensa a
causa mais comum;

 Abfração  é a perda de estrutura dentária devido a um estresse oclusal, que por repetição
provoca falha no esmalte e dentina distante do ponto de pressão, ou seja, a tensão é concentrada
na cervical;

 Erosão  é a perda de estrutura dentária causada por processo químico somado à interação
bacteriana com o dente, ou seja, é causada por exposição a ácidos. Por exemplo: alimentos e
bebidas, medicações, bulimia, etc.

 Hiperestesia Dentinária  a hiperestesia (hipersensibilidade) dentinária está associada com a


exposição da dentina à cavidade bucal, e é caracterizada por uma dor aguda em resposta a
estímulos térmicos, evaporativos, táteis, ou químicos. A etiologia é multifatorial, podendo levar à
exposição dos túbulos dentinários: escovação inadequada, interferências oclusais, técnica
incorreta de preparo cavitário e/ou do método restaurador, contaminação bacteriana, recessão
gengival, entre outros.

Todas essas lesões podem ou não estarem associadas a dor, ou seja, o paciente pode ter uma lesão de abrasão,
abfração e erosão que não estão associadas a cavidade ou dor, como pode ter uma lesão de abrasão, abfração e
erosão que estão associadas a cavidade e a dor, que é cárie. Isso quer dizer que se pode ter lesões cervicais cariosas
associadas a lesões cervicais não cariosas, onde o paciente tem hiperestesia dentinária (dor), que é mais complicada
de ser tratada, pois além do trauma oclusal, também existe a sensibilidade dentinária.

II. HIPERESTESIA DENTINÁRIA


 Dentina hiperstésica ou hiperálgica;
 Dor originária da dentina exposta em resposta a uma grande variedade de estímulos  qualquer
estímulo vai causar dor, o toque, o calor e o frio, o ar, etc, pois automaticamente os odontoblastos vão
entender que existe um agente agressor, e vão começar a se movimentar dentro dos túbulos dentinários,
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Odontologia – UniFOA – Dentística IV
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que vai causar a sensibilidade. Em Dentística, essa sensibilidade pode


estar relacionada ao aquecimento da dentina durante o preparo
cavitário.

 Formas de Tratamento Conservadoras:


 Agentes dessensibilizantes  verniz fluoretado;
 Nitrato de Potássio  oxagel;
 Cremes dentais fluoretados;
 Hibridização  aplicar sistema adesivo, já que os túbulos dentinários estão expostos e precisam
ser vedados;
 Laser de baixa potência  a aplicação dessensibiliza as lesões cervicais;
 Enxertos gengivais;
 Restaurações dentárias  é a forma mais invasiva, sendo feita quando não há outra opção. Se
houver necessidade de utilizar CIV modificado se deve ter cuidado, pois ele possui resina na
composição e haverá contração de polimerização e a adesão não vai ser interessante. Por isso, a
melhor opção é o convencional. Mas esses pontos devem ser pesados, principalmente quando a
restauração é feita em dentes anteriores.

 OBS.: o problema na utilização de vernizes fluoretados como dessensibilizantes é em relação a cor


amarelada/amarronzada, principalmente quando se está trabalhando com estética. Nesses casos existem marcas
mais indicadas, com coloração clara, como o Duofluorid - Ivoclar. Então é interessante utilizar os vernizes
convencionais na posterior e os mais claros para anterior. Outra marca de verniz interessante é o Cervitec - Ivoclar,
apesar de a cor ser ruim, ele impede a adesão do S. muttans, pois contem clorexidina na sua composição, já que
lesões cervicais são de difícil higienização, sendo interessante para regiões de dentes posteriores. Então com o
mesmo produto se impede a adesão do S. muttans, do biofilme e remineraliza o dente.

III. ABRASÃO
 Desgaste associados a fatores mecânicos;
 Fator etiológico ou causal  escovação;
 Cerdas duras;
 Escovação incorreta;
 Tempo e frequência da escovação;
 Dentífricos abrasivos;
 Uso abusivo de palito;
 Lesão em forma de V.

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 Formas de Tratamento Conservadores:


 Orientação da técnica de escovação;
 Flexibilidade do cabo da escova dental;
 Orientar o paciente a utilizar dentifrícios com baixa abrasividade;
 Arredondamento da extremidade da escova.

 OBS.: paciente com lesões de abrasão acentuadas e que vão ser restauradas não podem usar isolamento absoluto,
já que não há estrutura suficiente para segurar o grampo. Dessa forma, utilizam-se os expansores bucais, os fios
retratores e roletes de algodão para um isolamento relativo eficaz.

 OBS.: lesões cervicais de abrasão se localizam em uma área de muita tensão, por isso as resinas compostas mais
indicadas para esses casos são as híbridas e microhíbridas. Caso seja utilizada uma resina muito rígida, ou seja,
com muita carga, como a nanoparticulada, o dente irá fraturar. Para lesões cervicais não cariosas sempre se
utilizam resinas híbridas e microhíbridas; e o CIV, para regiões posteriores se utiliza o convencional, para regiões
anteriores se utiliza o modificado.

IV. EROSÃO
 Desgaste associado a fatores químicos;
 Erosão Extrínseca - ácidos provenientes da dieta:
 Ácido Cítrico  frutas, sucos de frutas e
refrigerantes;
 Ácido Ascórbico  vitamina C efervescente;
 Medicamentos.
 Erosão Intrínseca - ácidos endógenos:
 Ácido Gástrico.
 Idiopática  origem desconhecida;
 Lesão em forma de pires de aspecto fosco.
Erosão Extrínseca
pH < 5,5 = desmineralização do esmalte
pH normal da saliva  6,8 a 7,2
pH fica abaixo de 5,5  15 a 20min
pH fica normal  após 45 a 60min
 pH do limão natural - 2,1
 pH de bebidas a base de cola - 2,4
 pH do suco de laranja e de uva - 2,7
 pH do vinagre - 3,1

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 Formas de Tratamento Conservadores:


 Redução da frequência de ácidos na alimentação;
 Aumento do fluxo salivar  aumento da capacidade tampão para proteção dental;
 Goma de mascar sem açúcar;
 Alta concentração de flúor  pH neutro;
 Fluoretação tópica  2x por semana;
 Bochecho com solução fluoretada  0,05%.

V. ABFRAÇÃO
 Lesões por traumatismo/interferência oclusal  não adianta restaurar, é necessário
avaliar o paciente, reestabelecer oclusão correta e por último fazer o procedimento
restaurador;
 Excesso de carga sobre o dente  por contato prematuro;
 Microrrompimento inicial;
 Ruptura dos cristais de hidroxiapatita a nível cervical pode provocar uma exposição
pulpar.

 Formas de Tratamento Conservadores:


 O trauma oclusal deve ser removido e a oclusão ajustada;
 Enquanto a restauração definitiva não for feita, deve-se adequar o meio com CIV.

VI. PROTOCOLO DE TRATAMENTO RESTAURADOR DAS LCNC


 Término Cervical - Extensão x Profundidade
 Asperização e Bisel  realizadas no cavossuperficial. A asperização é feita em dentes posteriores,
enquanto o bisel é feito em anteriores, com objetivo estético.
 Preparos diretos convencionais ou indiretos  Em alguns casos deve ser avaliada a possibilidade
de preparos diretos e indiretos, pois as vezes a lesão cervical é tão extensa, contornando o
término de forma profunda (subgengival), que impossibilita preparos diretos, sendo a indicação
para restaurações indiretas. Nesses casos, deve ser feito tratamento endodôntico, pino e coroa.

 Jateamento com Óxido de Alumínio na dentina  quando se tem lesões cervicais e o paciente é idoso,
ou seja, tem uma dentina muito mineralizada, a adesão não é adequada. Em alguns casos a adesão pode
ser melhorada com a utilização de CIV, mas me outros não é possível. Para isso, é feito um jateamento de
óxido de alumínio na dentina, criando micro retenções (irregularidades), tornando possível a adesão;

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 Isolamento:
 Isolamento Absoluto Convencional  dentes posteriores e anteriores inferiores (devido a
presença do ducto excretor das glândulas salivares submandibular e sublingual);
 Isolamento Modificado  dentes anteriores superiores;
 Isolamento com Grampo Retrator  Preparos diretos subgengivais.

 Abridores de boca e barreira gengival  quando não é possível fazer isolamento absoluto, é feito o
isolamento relativo, com uso de abridor de boca e roletes de algodão. A barreira gengival pode ser
utilizada nesses casos quando o objetivo é impedir que fluidos saiam do sulco gengival e interfiram na
confecção da restauração direta;

 Fio retrator branco  Sil Trax Plain (Pascal) e Hemostópico (Visco Clear - Viscostart). Fios retratores
brancos são utilizados em casos estéticos, pois esse tipo de fio não mancha a resina composta,
principalmente quando é preciso impregnar o fio em casos de sangramento gengival, pois esse fio
absorve os fluidos. Hemostópico é o produto utilizado para impregnar o fio, mas mancha a resina, para
isso existe um hemostópico adequado para casos estéticos (Vicostart), que é transparente.

 Tipo de dentina
 CIV Convencional  em lesões cervicais de pacientes idosos é necessário utilizar o convencional,
já que a dentina é muito mineralizada. Depois o CIV é rebaixado e a restauração é feita;
 CIV Modificado por Resina  em lesões cervicais de pacientes jovens pode-se utilizar o
modificado, já que não há muita mineralização da dentina.

 Sistema Adesivo Convencional ou Autocondicionante  de acordo com o tipo de tecido envolvido -


esmalte ou dentina. O convencional é utilizado no esmalte e o autocondicionante é utilizado na dentina.

 Resina Composta microparticulada ou microhíbrida, pois a carga é menor, diminuindo a possibilidade


de quebra da resina. Não utilizar nanoparticulada.

VII. ALTERNATIVAS DE ISOLAMENTO DO CAMPO


 Fios retratores  utilizados no isolamento relativo. Para utilização de fios é necessário verificar a
condição de abertura da gengiva marginal livre. Existe um instrumental próprio para colocação do fio,
mas a suprafill também pode ser utilizada;
 Grampo 212 modificado  212 L e 212R;
 Êmbolo do anestésico  é utilizado para dar melhor equilíbrio de grampos modificados, quando há
dificuldade de adaptar o grampo na lingual. Dessa forma, o grampo fica estável;
 Godiva  prende o grampo na posição correta;
 Abridores de boca.
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 OBS.: o segredo das restaurações cervicais não cariosas é asperizar ou biselar o ângulo cavossuperficial, pois isso
torna a interface nivelada, tornando a restauração mais estética.

 OBS.: enquanto houver sensibilidade sem cavidade o tratamento é feito apenas com vernizes, flúor, pasta de
dente, etc. Quando ocorre a cavitação é necessário procedimento restaurador.

VIII. DIAGNÓSTICO DAS LCNC


 Fator etiológico ou causal  multifatorial; verificar qual fator está causando a lesão;
 Hábitos de profilaxia;
 Hábitos alimentares;
 Hábitos parafuncionais;
 Protocolo de acompanhamento ou restaurador adequado.

SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES E CONVENCIONAIS


SAA X SAC

1. CLASSIFICAÇÃO
 Gerações  de acordo com a cronologia em que o SA foi lançado. Conforme uma característica vai sendo
melhorada o produto é atualizado, entrando em uma nova geração. Atualmente está na 7ª geração;
 Estratégia Adesiva - Smear Layer  relacionado a smear layer, ou seja, a técnica remove ou não remove a
smear. A classificação em relação a estratégia adesiva é a mais utilizada.
 Etapa Operatória  relacionado a quantidade de passos;
 Quantidade de Frascos  2 frascos (primer e adesivo), 1 frasco (único);
 Solvente Presente  acetona, água ou álcool.

2. HISTÓRICO
 Buonocore, 1955  a boa adesão ao esmalte foi conseguida em 1955, quando após diversas tentativas de
aderir a resina ao esmalte, realizou-se condicionamento ácido na estrutura do esmalte.
 Fusayama e cols, 1979  começaram a utilizar o ácido fosfórico a 37% (padrão ouro) para condicionar, ao
mesmo tempo, esmalte e dentina.
 Nakabayashi, 1982  observou que quando ocorria o condicionamento ácido total de dentina, e a
infiltração de sistema adesivo na região desmineralizada, ocorria a formação de uma camada de crucial
importância para a retenção da resina ao dente: a camada híbrida. A camada híbrida é a camada que se

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forma após o condicionamento ácido da dentina e é formada pelas fibras colágenas da dentina e o adesivo
dentinário.

 OBS.: o problemas do SA, como falhas, resistência de adesão, degradação de interface, estão relacionados a adesão
em dentina, por isso tantas gerações de adesivo foram criadas. O esmalte não é o problema, a primeira geração de
adesivos é capaz de gerar uma eficaz interface de adesão, desde que o condicionamento ácido esteja dentro dos
padrões.

3. PRINCÍPIOS DA ADESÃO
 Área de Superfície  quanto maior a rugosidade do substrato, mais intimo será o contato do adesivo.
Quanto maior a área de superfície, melhor a adesão.

4. COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS


1) Ácido Fosfórico  desmineraliza o substrato, criando microrretenções;
2) Primer  grupamento hidrofílico e hidrofóbico.
O primer não existia nas primeiras gerações de adesivo, era utilizado somente ácido fosfórico e sistema
adesivo. Por isso quando condicionado, o adesivo ficava sobreposto a uma camada de água, já que é um
monômero hidrofóbico, e dessa forma não havia interface de união. Como isso acontecia, começou a ser
utilizado o HEMA (hidroxietil metacrilato), que é um monômero que contém um grupamento hidrofílico e
um grupamento hidrofóbico. Assim, o grupamento hidrofílico consegue penetrar nos túbulos em busca da
água para removê-la com auxílio do solvente, enquanto o grupamento hidrofóbico se une ao adesivo, que
também é monômero hidrofóbico, fazendo a união das estruturas.
O primer envolve as fibras colágenas, impedindo que elas colabem.
3) Adesivo  BisGMA - monômero hidrofóbico.

5. PRIMER
 Monômero hidrofílico em solvente  adere à dentina;
 Monômero hidrofóbico - bifuncional  adere ao adesivo;
 Não é lavado.

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6. SOLVENTES
Os solventes utilizados são água, álcool e o etanol, ou pode-se utilizar combinações desses. A função é carrear
os monômeros pela dentina e facilitar a evaporação da água.

1) Etanol  são necessárias apenas duas camadas e deve ser friccionado na estrutura;

2) Água  também são necessárias apenas duas camadas de primer, e a mesma deve ser aplicada de forma
ativa, ou seja, esfregando na estrutura, pois o objetivo quando se utiliza água como solvente é reumedecer
a dentina, em casos em que foi jogado jato de ar diretamente e a dentina ficou ressecada;

3) Acetona  O melhor solvente é a acetona, porque vai mais profundo em busca da água, entretanto é a
que causa mais sensibilidade, pois como penetra profundamente a polpa entende como uma agressão e os
odontoblastos respondem, gerando sensibilidade por diferença de pressão osmótica. Por isso, em uma
restauração muito profunda a acetona causaria maior sensibilidade. A acetona volatiliza rapidamente,
desde o início da aplicação do sistema adesivo. Além disso, existem outros problemas envolvidos, como
deixar o frasco do adesivo aberto, perdendo a qualidade do adesivo; os primers a base de acetona devem
ser dispensados na estrutura; e devem ser utilizadas 5 camadas de primer quando o solvente for acetona.

Solvente:
 Água: forma ativa – esfregar;
 Acetona e álcool: forma passiva – dispensar;
 Single-bod: base de água/etanol;
 OneStep: acetona.

Porque os solventes a base de acetona e álcool eu tenho que dispensar? Pois vão evaporar. Vou pegar o brush colocar no
sistema adesivo e passar em todas as paredes. Já os a base de água vou ter que esfregar, pois esses solventes vai entrar
na minha dentina pegar a agua da dentina e por processo de evaporação vai puxar agua dessa dentina.

Modo de Aplicação do SA X Umidade da Dentina


 Solvente: Acetona e álcool
o Solvente mais voláteis: Acetona – forma passiva – DISPENSAR. Aplico maior numero de camadas
exatamente porque são mais voláteis.
 Solvente: Água
o Solvente menos voláteis: Água – forma ativa – ESFREGAR. Levam mais tempo para que ocorra a
evaporação de todo o solvente e agua na dentina.

 OBS.: quando o adesivo é de dois frascos, um frasco contém primer e o solvente e o outro frasco contém o adesivo
que é o monômero hidrofóbico e funciona como uma resina fluida.

 OBS.: quando o adesivo é de dois ou três frascos e o condicionamento será somente em esmalte o primer não
precisa ser utilizado, já que o esmalte não possui fibras colágenas e não necessita estar úmido, sendo assim, o
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198

primer não tem função no esmalte. Quando o adesivo é de apenas um frasco não há opção, mas também não há
problema em utilizá-lo em esmalte. Resumindo: em mais de um frasco pode-se pular a etapa do primer; em frasco
único não há problema em utilizar no esmalte.

7. ADESIVO
Adesivo hidrófobo a base de monômero (BisGMA/TEGDMA) que irá penetrar pelas irregularidades e se ligar
quimicamente a resina composta.

8. ADESIVIDADE NO ESMALTE
1) Condicionamento Ácido
 Aumenta a área superficial;
 Possibilita a infiltração do adesivo  formação de tags resinosos.

9. ADESIVIDADE NA DENTINA
1) Composição
Próximo ao Esmalte Próximo a Polpa
Menos túbulos Mais túbulos
Menor diâmetro Maior diâmetro
Mais dentina intertubular Menos dentina intertubular
*A dentina intertubular superficial, ou seja, próxima ao esmalte tem adesividade melhor, por estar em maior
quantidade e ter mais mineral. Quando se chega muito próximo à polpa a qualidade do condicionamento diminui,
por ter menos mineral e os agentes como primer e solvente, ou até mesmo o ácido, tem mais probabilidade de
entrarem em contato com a polpa, gerando uma resposta que causará sensibilidade.

 OBS.: é importante observar o tipo de dentina que o paciente apresenta, ou seja, se é uma dentina esclerótica, que
passou por uma lesão de cárie, é mais difícil de ser desmineralizada. Uma alternativa que pode ser utilizada é
aumentar o tempo de condicionamento ácido ou utilizar CIV na parede de fundo. Se a cavidade é muito profunda é
melhor optar pela utilização do CIV no fundo e deixar as paredes circundantes livres para que a adesão seja feita, já
que condicionar com ácido por mais tempo pode desmineralizar demais a estrutura, causando problemas na polpa.

2) Condicionamento
 Comparada ao esmalte, possui menos minerais;
 Exposição das fibras colágenas;
 Presença dos túbulos dentinários.
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199

3) Lama Dentinária - Smear Layer


 Proveniente do desgaste dos tecidos duros agregado à água, saliva, líquido
dentinário, óleo do motor, etc;
 A smear layer impede a penetração do adesivo, por outro lado, ela realiza a
proteção dos túbulos dentinários, impedindo que a polpa fique em contato
com meio externo, não permitindo que microrganismo migrem para polpa;
 O condicionamento com ácido fosfórico é capaz de fazer a remoção total da smear layer e da smear
plug;
 Smear Layer x Smear Plug  a smear layer (ou smear on) se deposita sobre os túbulos dentinários,
enquanto a smear plug (ou smear in) penetra nos túbulos.

10. CLASSIFICAÇÃO
A. Quanto a Estratégia Adesiva
1) Convencional (Técnica All-etch)
1 - Condicionamento Ácido Prévio  Ácido Fosfórico 37%;
2 - Remoção Total de Smear Layer e Plug;
3 - Profundidade da desmineralização maior  por isso tomar cuidado em cavidades profundas,
próximas a polpa;
4 - Sensibilidade pós-operatória  principalmente em cavidade muito profundas.

2) Autocondicionante (Técnica Self-etch)


1 - Sem ácido prévio  não utiliza ácido fosfórico;
2 - Incorporação da smear  pois como não há utilização de ácido, a smear não é removida, sendo
então incorporada na camada híbrida;
3 - Profundidade de desmineralização  mais rasa, pois a concentração do ácido é menor, já que ele
vai permanecer na cavidade, sendo posteriormente neutralizado pelo adesivo. O ácido utilizado é
um primer ácidico, ou seja, o próprio primer é que vai fazer função de desmineralização, de forma
superficial, tratando a smear layer;
4 - Sensibilidade pós-operatória  quase não existe sensibilidade, pois a camada desmineralizada é
muito superficial. Os tags resinosos são curtos e homogêneos.

 OBS.: nos autocondicionantes a profundidade de desmineralização e a sensibilidade pós-operatória são vantajosos


quando se tem uma cavidade muito profunda, próxima a polpa.

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200

B. Quanto as Etapas Operatórias


1) Convencional
 3 passos  ácido, primer e adesivo (3 frascos);
 2 passos  ácido e primer/adesivo (2 frascos).

2) Autocondicionante
 2 passos  primer ácido e adesivo (parte hidrofóbica);
 1 passo  primer ácido/adesivo;

Técnica Úmida ou Convencional Técnica Seca ou Autocondicionante


Três Passos Dois Passos Dois Passos Passo Único
Ácido Ácido Primer Ácido
Primer Primer Ácido + Adesivo
Primer + Adesivo Adesivo
Adesivo

 OBS.: os autocondicionantes não possuem ácido forte o suficiente para causar uma desmineralização adequada em
esmalte, tornando a adesão deficiente. Por isso, é preconizado fazer condicionamento com ácido fosfórico a 37%
no esmalte e depois utilizar o autocondicionante na dentina e no esmalte, já que é de frasco único.
Em diferentes situações clínicas deve saber qual adesivo indicar.

 OBS.: quando se utiliza adesivos autocondicionantes nunca se lava. Após utilizar o primer acídico é aplicado o
adesivo.

 OBS.: alguns adesivos autocondicionantes de passo único vem em frascos separados, devendo ser misturados
antes de aplicar a estrutura dental.

 OBS.: nos adesivos autocondicionantes o solvente é a água. Por isso, alguns autores preconizam secar a dentina
com jato de ar e aplicar o primer de forma ativa, ou seja, friccionando, com o objetivo de reumedecer a dentina.

 OBS.: a clorexidina não está inclusa no protocolo dos adesivos autocondicionantes, mas ela pode ser utilizada como
descontaminante para melhorar a qualidade da smear layer que será incorporada na camada híbrida. Não há
necessidade de utilizar clorexidina com objetivo de inibir as metaloproteinases, pois não é utilizado ácido fosfórico,
responsável por desencadear a reação das MP’s. O ácido presente no primer não é capaz de desencadear essa
reação, pois é de baixa concentração, não fica por muito tempo na estrutura e é neutralizado pelo adesivo que o
recobre.

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11.SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES


1) Poder Acídico
Em geral, são esses percentuais encontrados nos sistemas adesivos
 Leves (pH > 2) autocondicionantes, por isso o poder de desmineralização é baixo.

 Moderados (1,1 > pH < 2)


 Agressivos (pH < 1)  o ácido fosfórico possui pH abaixa de 1, sendo agressivo.

2) Características
 Não requer o uso de ácido fosfórico;
 Redução de passos clínicos;
 Fator crítico inexistente dos SAA - Grau de umidade da dentina  nos convencionais deve se ter
controle da umidade da dentina, enquanto nos autocondicionantes já não é necessário, porque a
estrutura não é lavada, não precisando ser seca, e se estiver seca demais, o solvente que é a água irá
reumedecer;
 Minimiza a ocorrência de nanoinfiltração e hipersensibilidade dentinária  pois os
autocondicionantes desmineralizam menos a estrutura, impedindo a migração dos monômeros não
polimerizados para polpa, impedindo a formação de tags resinosos longos, não possuem solventes
como acetona e álcool que tentam penetrar nos túbulos, etc.

3) Influência na formação de camada híbrida


 Qualidade da smear layer  evitar a contaminação;
 Quantidade de smear layer  tomar cuidado com a utilização dos instrumentos cortantes rotatórios;
 Rugosidade da superfície dentinária.

É necessária uma camada híbrida de qualidade, por isso é importante ter cuidado com a quantidade e qualidade da
smear layer que será formada, já que essa smear não será removida. Deve-se ter controle de contaminação, ou seja,
fazer um isolamento absoluto adequado, impedindo a penetração de gotículas de saliva ou microrganismos que
possam contaminar a smear.

Ao utilizar o sistema adesivo autocondicionante deve se dar preferência a utilização de pontas carbide, pois essas
pontas produzem menos smear layer, deixando a superfície mais uniforme.

A smear mais grossa, formada por pontas diamantadas pode neutralizar a acidez dos SAA e reduzir sua capacidade
de penetração até a dentina subjacente. Se a camada de smear é muito mais grossa do que a capacidade do adesivo
autocondicionante penetrar não é possível conseguir uma camada híbrida adequada.

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4) Formação da Camada Híbrida


 Ação do SAA  condiciona através da smear layer e a incorpora a interface adesiva;
 SAA agressivos pH < 1  podem produzir camadas híbridas tão espessas quanto ao SAC. Por isso,
quanto os SAA são agressivos deve se ter os mesmo cuidados como no SAC, como não utilizar em
cavidades muito profundas, por exemplo. Para utilização dos SAA o nível de acidez deve ser de leve a
moderado.

5) Apresentação Comercial
 Primer Autocondicionante - 6ª Geração
2 frascos  2 passos ou 2 etapas
Técnica:
1 - Aplicação do primer autocondicionante - 10 a 20 segundos
2 - Secagem com jato de ar para volatilizar solvente - 15 segundos
3 - Aplicação do adesivo
4 - Aplicação do jato de ar
5 - Fotoativação

 Adesivo Autocondicionante - 7ª Geração


2 frascos  etapa única.
É misturado fora da boca e após levado até a cavidade:
Após a mistura do líquido A + B, One Up Bond Plus F fica rosa facilitando a visualização no momento
da aplicação. Com a fotopolimerização ele deixa de ser rosa e fica com uma cor levemente
amarelada, bem próxima a cor da dentina, deixando a superfície com aspecto brilhante.

 Adesivo Autocondicionante - 7ª Geração


1 frasco  etapa única.

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6) Ranqueamento de Desempenho dos Adesivos de Acordo com Diferentes Quesitos

QUESITOS

Resistência Adesiva Infiltração Marginal Desempenho Clínico

Convencionais 3 passos Convencionais 3 passos Convencionais 3 passos


Convencionais 2 passos Autocondicionantes 2 passos Autocondicionantes 2 passos
Autocondicionantes 2 passos Convencionais 2 passos Convencionais 2 passos
Autocondicionantes 1 passo Autocondicionantes 1 passo Autocondicionantes 1 passo

7) Classificação
 Quanto a Estratégia Adesiva
Adesivos de frasco único e adesivos autocondicionantes funcionam como barreiras semi-permeáveis,
ou seja, a água que está na dentina tende a migrar.
Gera-se um gradiente osmótico da dentina para o topo da camada de adesivo, que resulta em
acúmulo de fluidos na interface adesivo/resina.

12. QUAL SISTEMA ADESIVO DEVO UTILIZAR?


“Embora exista uma tendência para a produção e uso de sistemas adesivos de técnicas simplificadas, os dados
científicos originados de inúmeras pesquisas laboratoriais e clínicas indicam que os sistemas adesivos de 3 passos
(convencionais) são os que apresentam desempenho mais favorável e a maior credibilidade a longo prazo.”
Mas, deve-se sempre levar em consideração o tipo de cavidade em que se vai trabalhar para escolha do sistema
adesivo. Por exemplo: o tipo de substrato (esmalte ou dentina), a profundidade da cavidade, o tipo de dentina. Se a
cavidade é rasa, está somente em dentina secundária pode-se utilizar o autocondicionante; cavidade na arcada
superior, com controle de umidade também se pode utilizar o autocondicionante. Se não há controle de umidade, o
isolamento está ruim, havia uma cárie crônica, a dentina está esclerosada é melhor utilizar o convencional.

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PINOS DE FIBRA DE VIDRO

 Utilizado na dentística como preparo para prótese.

 Pacientes com restaurações extensas que necessita ser substituída, fraturas, cáries extensas, fazer restauração
direta ou indireta? Muitas das vezes a indicação é coroa total. Mas não podemos mandar o paciente sem dente
para a prótese. Devemos preparar esse dente, com restauração temporária q será o núcleo de preenchimento.
Então o pino de fibra de vidro é utilizado com esses preenchimentos onde será encaminhado para prótese.

 Finalidade da fibra de vidro é reter a resina composta, que é o núcleo de preenchimento para receber a coroa
total.

I. Retentores Intra-Radiculares

Conceito: Elementos protéticos que buscam retenção no interior da raiz para protéticos fixos ou restaurações
unitárias  retenção do munhão dentro da raiz.

“A indicação de um retentor jamais deveria ser para fortalecer o dente”.

“O pino intra-radicular não reforça a raiz”  ah tenho restauração grande classe I e vou colocar o pino para
reforçar o dente (NÃO), hoje em dia já se sabe que ele não é feito pra reforçar estrutura, pelo contrario, vai se
retirar mais remanescente para preparar o conduto – fragiliza, pois retira estrutura.

“A indicação para retentores intra-radiculares, esta vinculada à necessidade de obter as formas de retenção e
resistência ao núcleo e ao preparo protético”  a resistência nesse caso está falando do núcleo de
preenchimento. “A indicação de um retentor jamais deveria ser para fortalecer o dente”.

 Procedimento endodôntico enfraquece o dente em 5%.

 Um preparo MOD enfraquece 65%, o que determina se fará prótese ou restauração direta.

II. Considerações Biológicas


 Comprimento, forma e inclinação das raízes;
 Perda de estrutura coronária  quanto da coroa foi comprometida;
 Nível de inserção óssea;
 Qualidade do tratamento endodôntico  o tratamento endodontico não pode estar mais ou menos se
estiver fazer retratamento.
III. Considerações de uma endodontia satisfatória
 Sensibilidade à percussão;

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 Canal radicular hermeticamente obturado;


 Limite apical adequado  deve estar no limite apical correto, se não estiver o endodontista tem que explicar
o porquê. Talvez possa estar atrésica e parou antes por isso;
 Lamina dura integra;
 Ausência de lesão apical.

 Só trabalhar no canal com o canal bem feito.

IV. Retentores Fundidos


Classificação: Metálicos: Peça única
Cerâmica: mesmas características que o metálico. (cimentação etc);

Sistema de ATTACHMENT – utilizado na PT (prótese total)

Elementos Constituintes: Pino intra-radicular;


Coronária (munhão ou núcleo)

Modelado em duraley direto na boca do paciente, manda para o protético onde vem fundido.

Indicação: Restaurações com grande destruição coronária  não tem remanescente coronário nenhum.

V. Núcleo de Preenchimento com Pinos Pré-Fabricados


Núcleo de Preenchimento: Tem a função de criar condições de retenção e estabilidade para a futura
restauração indireta,proporcionando preparos com características que atendam a tais princípios.

O núcleo de preenchimento da características finais, formato para receber a prótese


indireta.
VI. Retentores Pré-Fabricados  vem pronto.
O pino pré-fabricado é uma estrutura previamente desenhada, de comprimento pré-
determinado, feito de metal precioso ou não, e pode ser rosqueado ou cimentado no canal radicular.

A função do pino pré-fabricado intra-radicular é reter o material de preenchimento  feito com 2 materiais
distintos, diferente do pino fundido, onde o pino e o núcleo de preenchimento são uma coisa só.

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Características Ideais  sempre que possível optar pelo pino de fibra de vidro pois responde melhor as
características: Modulo de elasticidade;
Resistência à compressão;
Coeficiente de expansão térmica;
DENTINA
Não corrosivo  o metálico sofre corrosão;
Fácil adesão.
Metálico (aço inox, titânio, ouro);
Material Não-metálico (Fibra de carbono- bons mais não tem estética, acinzentado, cerâmico – muito duro
para corte, fibra de vidro).
Lisos;
Superfície
Serrilhados.
Passivos (lisos)  superfície lisa;
Biomecânica Ativos (rosqueados)  ranhuras na superfície. Não se rosqueia mais pois pode fraturar a raiz é
cimentado.
Cilíndricos  mesmo diâmetro da ponta ate a outra ponta;
Forma Duplo Cilindro  paralelo com ponta mais fina que fica melhor na região apical da raiz;
Cônicos  afunilando em relação ao ápice.
Consome pouco tempo  não tem fase laboratorial;
Vantagens Uso relativamente simples;
Pode ser finalizado em uma consulta.
O Canal é desenhado para aceitar o pino;
Aplicação limitada quando importante estrutura da raiz é perdida  remanescente mínimo para
aceitar o pré fabricado;
Pino e núcleo são de diferentes materiais  terá mais uma interface que se necessita ter cuidado;
Desvantagem
Attachments para PPR não podem ser aplicados  tem que ser o fundido;
Não devem ser usados para pilares de PPF extensa;
Dificuldade de remoção de núcleos ativos.

VII. Princípios Mecânicos


Comprimento: 2/3 do remanescente dental  distancia entre a crista óssea e o ápice;
½ do suporte ósseo da raiz;
Mínimo de 4 mm de material obturador.

Conicidade: Cilíndricos são auto-retentivos  costuma-se se fazer embulo;


Cônicos – efeito de cunha, melhor escoamento e espessura do cimento, melhor adaptação
da interface.

Diâmetro  Kits com diferentes diâmetros; escolhendo de acordo com a raiz.

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 Raiz com 15 mm quanto desobturar? 10 mm( 2/3). Depois que calcular os 10 mm, levar em consideração a
distancia do ápice da raiz ate a ponta da crista, tem que ser a metade ou mais da distancia se não com forcas
oclusais o pino pode fraturar a raiz. Se do ápice a crista óssea não deu a metade por conta de perda óssea,
desobstruir mais 3 mm para chegar a metade. Tendo o cuidado de deixar 3 mm de guta no ápice. Não esta
cumprindo essa exigência não tem indicação para o pino.

VIII. Pinos de Fibra de Vidro


Características: Modulo de elasticidade semelhante ao da dentina;
Coloração Favorável;
Cimentação adesiva;
Biomecânica favorável.

Composição: 87% fibra de vidro;


13%Resina epóxi.

Preparo do conduto: Brocas Kit RelyX;


Broca Largo.

 Radiografia o tamanho do pino;


 Confirmação do Pino;
 Remoção da guta percha com material aquecido – condensador de endo;
 Preparo do conduto (inclinação das paredes) – broca largo;
 Teste do pino;
 Fazer o corte do pino 2 mm aquém da linha de oclusão;
 Corte sob refrigeração e alta rotação;
 Fazer limpeza do pino com álcool e aplicação do silano;
 Aplicação acido Fosfórico 37% na cavidade,
 Aplicação do primer de dentina;
 Aplicação adesivo - fotopolimerizar;
 Espatule quantidades iguais de pasta-base e pasta-catalisadora - fotopolimerizar;
 Leve o cimento ao conduto (broca lentulo), posicionando-o e mantendo-o sob pressão (tirar o excesso) por 3
minutos - fotopolimerizar.

IX. Remoção do Pino de Fibra de Vidro


 Corte do pino ao nível da entrada do canal;
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 Nicho sobre a parte coronária do pino;


 Broca largo de diâmetro menor;
 Remoção completa.

CIMENTOS RESINOSOS

 Os cimentos resinosos são à base de metacrilato assim como as resinas compostas. O que difere da resina
composta é que ele possui menos carga (deixando-o mais fluido) – possuem matriz orgânica, carga e silano.

 Tem três métodos de polimerização:


 Exclusivamente Fotopolimerizável - polimerização apenas na presença de luz. Com isso obtemos maior
tempo de trabalho, lembrando que a luz ambiente também polimeriza o cimento resinoso. A limitação é
espessura, só é indicado como exemplo para facetas cerâmicas onde possuem de 1 a 2mm de espessura,
mais do que isso a luz não penetra. Facetas de zircônia a luz não penetra. Os fotopolimerizáveis tem
menos produto de degradação e maior estabilidade de cor.
 Exclusivamente químicos – Autopolimerizavel - o cimento vem com pasta base e catalizador contendo
peróxido de benzoida – O que da inicio ao processo de polimerização.
O tempo de trabalho do autopolimerizavel é curto.
Indicação: materiais a base de zircônia e pino também pode.
 Cimento Dual – Dupla polimerização - tem em sua composição os dois, a parte fotopolimerizavel
(canfroquinona) e também a parte química que é o peróxido de benzoida. O que vai desencadear a
polimerização será a luz. Mas na porção onde a luz não chegou podemos ficar despreocupados que a
parte química vai polimerizar.

ADERÊNCIA MOLECULAR
 A verdadeira aderência é a atração molecular exercida entre as superfícies de corpos postos em contato.
 Forças físicas (bipolares, Van der Waals) e químicas (iônicas, covalentes) entre as moléculas de duas substancias
diferentes.

INTERFACE CIMENTO/SUBSTRATO
 Adesão às estruturas dentais
o Cimentos convencionais
 Contam apenas com a fricção mecânica que ocorre entre o preparo e a restauração.
o Cimentos Resinosos
 Unem-se ao remanescente dental por processos micromecânicos e químicos.

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INTERFACE CIMENTO/ MATERIAL RESTAURADOR


 Adesão aos materiais restauradores
o Em restaurações livres de metal apenas os cimentos resinosos apresentam algum tipo de união,
dependendo da superfície do material restaurador e seu tratamento prévio.
 Fosfato de zinco não apresenta união aos materiais restauradores e o CIV pode apresentar
alguma união à ligas metálicas.

 Resistência
o Restaurações indiretas confeccionadas com compósitos ou cerâmicas vítreas (feldspáticas, feldspáticas
reforçadas por leucita ou dissilicato de lítio), materiais altamente friáveis, é essencial contar com
cimentação resinosa, visto que essa oferece suporte ao material.
 Para uma boa adesão entre a cerâmica e os cimentos resinosos, é importante que a superfície
cerâmica receba um tratamento especial.

CIMENTO CONVENCIONAL - Associado a sistema adesivo com condicionamento acido prévio


Baseados no uso de um adesivo que exige condicionamento acido total.
 Técnica de aplicação é dividida em vários passos;
 Complexa e bastante sensível;
 Influenciada por: operador, qualidade do substrato, do material e de sua temperatura- podem causar falha na
união.

CIMENTO AUTOCONDICIONANTE - Associado a sistema adesivo autocondicionante


Adesivos contendo Monômero acídico.
Desmineraliza menos camadas
 Elimina os passos de enxágüe e secagem; mais homogenias.
Condicionar o esmalte com acido.
 Técnica menos sensível que a convencional;
 Camada híbrida mais superficial interage com a smear layer.

CIMENTOS RESINOSO AUTOADESIVO - Sem a aplicação de sistema adesivos


 Monômero acídico simultaneamente desmineralizam e infiltram o substrato  preparo em dentina e usará
direto o cimento, onde contem monômero acídico que fará a desmineralização do substrato e possuem
também grupamento fosfato que faz interação química;

 Os grupos fosfatos dos monômeros funcionais geram reações secundarias promovendo união química adicional
a Hidroxiapatita  grupamento fosfato podem ser utilizados em peças que possuem metal
o Introduzido em 2002 – RelyX UniCem 3M.

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210

o Polimerização livre de radical, iniciada tanto por luz quanto por um sistema redox
(em ambiente ácido)  cimento dual;
o Simples aplicação do cimento – Passo único  sem ácido e adesivo.

 Devido ao seu potencial de aderir tanto ao substrato quanto a restauração, oferecem


reforço para substratos fragilizados.
o Diminuição de sensibilidade pós-operatória  ácido não vai tão profundo – ácido acídico dismeniraliza só
superficialmente;
o Liberação de íons fluoreto;
o Boa estética, estabilidade dimensional e adesão micromecânica semelhante aos convencionais.

SEQUÊNCIA DE APLICAÇÃO
1. Limpeza das superfícies do preparo – higienização do substrato
 Tem que esta higienizado e descontaminado  os procedimentos adesivos exigem que o substrato esteja
higienizados e descontaminados. Higienização com pedra pomes e escova de hobbison.
Nunca desgastar o preparo, não usar nada abrasivo, se não a peça que chega do protético não se adapta.

2. Prova da restauração
 Facetas laminadas só podem ser provadas com o auxilio de uma pasta (pasta try-in), sob o risco de fratura;
 On-lays e coroas totais devem ser provadas, com cuidado, para verificação de pontos de contato e
adaptação marginal da peça  ajustar o plano de contato, ajustar termino do preparo etc;
 Pinos de fibra de vidro devem ser provados, para verificar sua espessura e comprimento  verificar
adaptação na raiz.

3. Tratamento da superfície - Adesão à cerâmica  da superfície da peça


 A união resina composta- cerâmica em geral baseia-se nos procedimentos padronizados do
condicionamento acido da cerâmica com acido fluorídrico e silanização. Essa combinação de ancoragem
micromecânica e união química é comprovadamente eficiente.
Acido fluorídrico, lava e se passa silano;
Zirconia- jateamento com oxido de alumínio;
Pino- jateamento com oxido de alumínio.

Tratamento da superfície – União à resina composta  poderia só silanizar


 A restauração pode ser contaminada pelo silicone da moldagem, pelo gesso-pedra ou meio de isolamento.
Assim, tornar áspero suas superfícies internas não apenas criam micro retenções, como proporcionam uma
base limpa para a união química.
JATEAMENTO  torna superfície CONDICIONAMENTO ÁCIDO FLUORÍDRICO E SILANIZAÇÃO

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211

áspera e limpa.

Tratamento da superfície – Substrato do dente


 Uma adaptação marginal e um selamento bem sucedidos são obtidos quando há esmalte circundando
todos os limites do preparo  preparo protético deve ser em esmalte.
 A aplicação de um agente moderno de união à dentina e base de resina melhoram o selamento da
restauração e evitam sensibilidade pós-operatória.

4. Excesso do cimento
 Os excessos do escoamento do cimento resinoso são removidos antes da polimerização, com uma sonda
ou um pincel umedecido em resina adesiva, para as margens acessíveis;
 Interproximalmente é mais aconselhável o uso do fio dental  jato de luz de 2 segundos e remover o
excesso do cimento com luz.
5. Polimerização da resina de cimentação
 É exigida fotopolimerização bem vigorosa;
 É imprescindível expor cada superfície da restauração à luz por, no mínimo, 60 segundos;
 A luz adequada para polimerização deveria atingir uma faixa de potencia de 600 a 800mW/cm2;
 Há no mercado a opção de potência de 1000mW/cm2, proporcionando maior chance de alcançar a
intensidade favorável;

6. Ajuste oclusal e polimento


 Verifica-se a oclusão com papel articulador fino.
 Acabamento e polimento realizado com pontas diamantadas finas e extrafinas, discos,
borrachas e pastas de polimento.

POSSÍVEIS FALHAS RELACIONADAS AOS CIMENTOS RESINOSOS


 Falha no condicionamento correto da peça podem gerar um assentamento incorreto com consequente
espessura de película de cimento aumentada e um desajuste agressivo;
 Utilização de pouco cimento na peça podem resultar em falta de cimento em alguma região, com consequente
infiltração  bolha de ar – fratura da peça;
 Polimerização deficiente por pouco tempo de exposição ou deficiência na fonte de luz;
 Trinca na faceta de cerâmica – Pode ser causada pela incorporação de bolhas no cimento resinoso;
 Escavação inadvertida do material de cimentação durante remoção do excesso de cimento – o inlay com falha
na adaptação apresenta um chanfrado gengivalmente.
 Incompatibilidade química entre o cimento e o adesivo simplificado – núcleo de preenchimento realizado com
pino de fibra de vidro, cimentação com cimento resinoso dual e adesivo simplificado. O cimento unido ao pino
se soltou do conduto radicular
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212

 Falha adesiva entre a camada hibrida e os materiais cimentantes acima dela (LM). – Ocorreu, provavelmente
devido a compressão da rede das fibras colágenas durante inserção do inlay, não ainda estabiliza pela presa da
resina adesiva.

 Cuidado ao retirar com a sonda, criando um nicho para acumulo de biofilme, carie secundária etc;

 Utilizar cimento com adesivo incompatível;

RECAPITULANDO PINO DE FIBRA DE VIDRO


 Observar o substrato em que se esta trabalhando, pode-se se usar o cimento Dual, químico, o
fotopolimerizavel não é aceitável.
 O autoconticionante também se pode usar.
 Como o cimento é colocado dentro do conduto: broca lentulo? Colocar o Cimento com a broca lentulo, coloca
o pino, pressioná-lo por 2 minutos para escoar o cimento, remover o excesso do cimento e polimerizar.
 Como se escolhe o diâmetro do pino? Através da radiografia, fabricante da 3 opções de diâmetro.
 Não se pode deixar paredes finas, podendo haver a fratura da raiz Desobstruir 1/3 da raiz.
 Da ponta da crista ate o ápice – metade
Remanescente ate o ápice – 2/3
 Broca largo.
 Pino de fibra composto: fibra de vidro e resina epox (que da condições de funcionar com o silano).
 Qual conicidade mais favorável – Desvantagem cônico – expulsivo( melhor)
Cilíndrico auto retentivo, e cria embolo.

FACETAS DIRETAS

INTRODUÇÃO: Temos 2 técnicas para realização de facetas, facetas diretas que são feitas com resina composta e as
indiretas que são feitas com material protético. Elas removem a face vestibular do dente, não a face completa mais
uma espessura de esmalte e um pouco da dentina, como se removesse toda a parte vestibular visível e se tem a
inserção de material: se for faceta indireta (cimentação de peça protética) e se for direta (resina composta- com
técnica incremental). Como resina composta, temos resinas de excelência no mercado, resinas que tem sistema
completo de cores, transparência, opalescência, fluorescência. Todos esses fatores contribuem para que o dente
feito através da faceta direta tenha propriedades iguais do dente adjacente. A faceta precisa ser o mais natural
possível.
Desvantagem da técnica direta – depende exclusivamente do profissional. O dentista necessita de boa técnica, mão
boa, habilidade técnica.

 FACETAS PELA TÉCNICA DIRETA


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213

o Resina composta fotopolimerizável:


 Empress Direct;
???
 Microparticuladas  resina com polimento muito bom, trás brilho ao dente no entanto ela
não tem resistência mecânica podendo fraturar, principalmente em dentes anteriores;
 Nanoparticuladas  propriedades ópticas e resistência mecânica boa. Brilho e polimento.
Trabalhar com essa resina.

 Na clinica dentre as resinas nanoparticuladas trabalhamos com a empress, onde tem também partículas de
cerâmica, brilho maior, estabilidade de cor maior por conta das partículas de cerâmica e resistência mecânica.
Muito parecida com a estrutura do dente.

 FACETAS PELA TÉCNICA INDIRETA


o Possibilidades de materiais:
 Porcelanas  cerâmicas;
 Cerômeros.

FACETAS DIRETAS - SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS:


 Microabrasão; Exemplo: Um paciente tem fluorose e quer deixar os dentes
 Clareamento; brancos todos iguais. Não começar pela faceta (procedimento
invasivo). O que fazer para minimizar as estrias esbranquiçadas:
 Restaurações convencionais Cl I, III, IV e V;
microabrasão, clareamento, restaurações convencionais e após
 Facetas diretas,
essas técnicas não deu certo ai entra as facetas diretas, indiretas,
 Facetas indiretas; destruições maiores coroas totais ou metalo-cerâmicas.
 Coroas totais cerâmicas ou metalo-cerâmicas.

INDICAÇÕES
 Alterações de cor;
 Dentes conoides;
 Giroversão  dente não pode ser girado 360°, pequena giroversão;
 Posicionamento  dentes apinhados severamente, ir para ortodontia primeiro;
 Fluorose  microabrasão, clareamento e casos mais severos facetas diretas;
 Fraturas;
 Restaurações múltiplas  paciente chega e têm que fazer restauração Cl III na mesial, Cl IV na dista e Cl V.
Não montar quebra cabeça no dente do paciente. Fazer restauração uniforme (faceta direta), homogeneizar
a camada vestibular;
 Hipoplasia  paciente infantil, dificilmente se meche numa mancha de hipoplasia, pois as restaurações têm
ciclos repetitivos. Prolongar esse tempo;

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 Diastemas.

LIMITAÇÕES
 Fumantes  pigmentação da resina, vida útil da resina diminui;
 Padrão de higiene insatisfatório  estética não pode sobressair a saúde;
 Alteração de cor acentuada  não consegue mascarar o escurecimento, trabalho protético mais extenso
com canal tratado - clareamento endógeno e faceta indireta. Sem canal tratado - coroa total;
 Hábitos parafuncionais  principal bruxismo (fraturar a restauração);
 Giroversão acentuada;
 Apinhamento acentuado;
 Alto risco ou atividade de carie.

VANTAGENS
 Sessão única  pode ser feito ensaio restaurador para o paciente. Pode fazer com resina acrílica (matriz de
resina acrílica na ultima camada de resina);
 Custo reduzido;
 Controle de forma e cor  depende da habilidade técnica do profissional;
 Mascaramento  opacificador;
 Fácil reparo;
 Mais conservador.

↑ Competência Técnica - Tempo clínico


↓ Resistência - Estabilidade de cor

TÉCNICA
 Planejamento - ensaio restaurador  feito pelo protético – enceramento;
o Oclusão  estudar movimentos de mastigação, protusão, lateralidade etc;
o Escolha de cor  horário da manha, roupa do paciente, batom;
 Fase operatória; #PROVA: Se pedir o protocolo de preparo

 Fase restauradora. optar por um item apenas do número 2.

ETAPA OPERATÓRIA
1. Canaleta cervical em toda a margem gengival – 1012 - 45°;
2. Sulcos horizontais – ou 4141 ou 4142;

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215

Sulcos verticais acompanhando as inclinações no sentido do longo eixo da


coroa – 2135 (cervical, terço médio e incisal);
3. Desgaste vestibular – 2135;
4. Estender o preparo em direção proximal  se não realizar isso quando
olharmos de lado vamos conseguir ver a transição resina - restauração;
5. Acabamento do preparo – 2135F.

Se não fizer essas guias de referencias vai haver desgastes desnecessários.


Não remover a incisal.
Canaleta vertical mais fácil de se fazer.
Desgastar por terços, respeitando-os.
Para dentes sem alteração de cor pode terminar o preparo cervical na transição (direção da gengiva marginal), na proximal, onde olho
não se vê mais (transição palatina). Dentes com alteração de cor entrar o preparo para dentro do sulco (fios retratores, grampo 212).

PROCEDIMENTO CARACTERÍSTICAS
Desgaste cervical (SAC) 0,8 a 0,9 mm
Desgaste cervical (CAC) 1,0 a 12 mm
Extensão cervical (SAC) Supra ou ao nível de MGL
Extensão cervical (CAC) Intrasulcular
Tipo de término Chanfrado ou ombro arredondado - 3168
Extensão proximal (SAC) Vestíbulo-proximal
Extensão proximal (CAC) Além da transição VP
SAC – SEM ALTERAÇÃO DE COR
CAC – COM ALTERAÇÃO DE COR

 LINHA DE TERMINAÇÃO - Da esquerda pra direita: Chanfro, Chanfrete, Ombro, Ombro com ângulo interno
arredondado,Ombro com Bisel e lamina de faca. Lamina de faca: Na cervical não pode acabar em lamina de
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216

faca, por conta do esforço mastigatório,fratura na resina na cervical. Então, não pode colocar nenhum termino
que não seja arredondado para absorver força e não pode ter bisel. Términos aceitáveis: Chanfro e Ombro
arredondado. Não pode terminar em 90 °, pode ter forças que fratura a resina e também o dente.

SELEÇÃO DE CORES
 Profilaxia com taca de borracha com pedra pomes e água  pasta profilática interfere na adesão;
 Isolamento relativo;
 Cuidado com batom e roupas escuras;
 Seleção da escala de cor; escala VITA ou método comparativo  bolinha de resina;
 Escala de cores padronizadas  mantida num frasco com água para que a resina fique sempre hidratada –
mais escura;
 Polimerização de pequena porção de RC;
 Necessidade da utilização de pigmentos e opacificadores.

FATORES RELACIONADOS AO MATERIAL (SELEÇÃO DE COR)


 Fluorescência;  Resinas microhibridas;
 Opalescência;  Resinas Microparticuladas;
 Translucidez;  Nanoparticuladas

FATORES CLÍNICOS (SELEÇÃO DE COR)


 Policromatismo;
 Grau de escurecimento;
 Brilho e textura do esmalte  relacionados à idade do paciente - pacientes jovens brilho maior;
 Idade do paciente;
 Presença de manchas  seguir o padrão de manchas do paciente;
 Morfologia dental.

LUMINOSIDADE OU VALOR – BRILHO DA COR


Maior a quantidade de pigmentos brancos na resina – mais brilho;
Maior a quantidade de pigmento cinza ou preto – menos brilho.

Pacientes jovens – maior brilho; Pacientes idosos – menor brilho; Dente A1 mais brilhoso que A4.

ETAPA RESTAURADORA
 Isolamento absoluto - melhor forma  com grampos retratores;
 Isolamento relativo  expandex, fios retratores e rolete de algodão;

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 Cordões retratores;
Para o preparo o fio retrator não é muito
 Expansores labiais; indicado porque a broca se enrola nele.
 Matriz de acrílico  não é muito convencional.

TÉCNICA DE ESTRATIFICAÇÃO DE CORES


 Diferentes variações de cores:
o Plano de referencia:
 Cervical;
 Média;
 Incisal.

 Região cervical – microhibrida (O)  terço mais opaco;


 Região terço médio – menor opacidade;
 Região incisal – resina translúcida;
 Opacificadores e pigmentos;
 Corante azul translucidez e opalescência da região incisal.
 Opacificadores – bloqueio de cor  bloqueia passagem de luz - flow opaca.
o Passagem lenta e gradual das tonalidades;
o Incremento na região cervical – microparticulada (O) - estender cerca de 50% da área reservada ao
incremento de terço médio;
o Incremento da região incisal – resina – estender cerca de 50 % do espaço do incremento de terço
médio;
o Região terço médio – menor opacidade – microparticulada – por ultimo???;
o Corante azul- translucidez e opalescência da região incisal.

SEQUÊNCIA DE ESTRATIFICAÇÃO EM CASOS DE RECONTORNO COSMÉTICO - Facetas de dentes com escurecimento


severo  dentro do que se consegue mascarar:
 Corante Opacificador  mascarar a cor;
 Uma camada de dentina;
 Um halo branco opaco com resina de efeito branco  crista marginal - área de espelho;
 Corante azul/cinza para efeito incisal;
 Uma camada de esmalte cromático;
 Uma camada de esmalte acromático.

 Dente com escurecimento leve – apenas de uma camada mais espessa de dentina, não necessitando do
opacificador.

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 Broca 2200 utilizada para fazer as caracterizações dos dentes - linhas horizontais, perequimacias.

EFEITOS ESPECIAIS – PROPORÇÃO ALTURA/LARGURA


 Sulcos mais afastado o dente se aparenta mais largo;
 Sulcos mais aproximados- dente parece mais estreito;
 Dente mais convexo – parece mais curto;
 Dente menos convexo – mais reto, mais comprido.

ACABAMENTO E POLIMENTO  Durabilidade da restauração – sem acabamento e polimento a restauração


pigmenta com maior facilidade. Trabalhar com broca tronco cônicas, pêra etc.
 Rugosidade;
 Alteração de cor;
 Acumulo de placa;
 Alterações gengivais.

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APARELHOS FOTOPOLIMERIZADORES

FOTOATIVAÇÃO
1. Fase pré-gel: é fase de não polimerização total da resina. A vantagem de se aumentar a fase pré-gel é
trabalhar na contração da resina, na adaptação da resina, e evitar que ela se desloque da parede.
Aumentado a fase pré-gel, ela não contrai toda de uma vez.

2. Existem alguns efeitos adversos: para o paciente, pode causar necrose da polpa se fizermos a polimerização
incorreta, pode levar a soltura da resina (material); e para o profissional, pode causar de descolamento de
retina até problemas mais graves na visão, por isso é importante não olhar para a luz diretamente, e sempre
pelo filtro laranja.

 Introdução do sistema de fotoativação das resinas compostas na década de 70;


 Radiação Ultravioleta – resina composta Nuva-Fil (Dentsply) – radiação prejudicial ao profissional e ao
paciente;
 Limitada profundidade de polimerização - 1 mm (hoje podemos usar incrementos de 2mm);
 Unidades fotopolimerizadoras de luz visível (década de 80).

MECANISMO DE FOTOPOLIMERIZAÇÃO
 Luz visível – superior a 400mW/cm²;
 Agente fotoiniciador ou ativador – canforoquinona (iniciador mais comumente utilizado nas resinas
compostas);
 Ativação de reação de polimerização.

PROCEDIMENTO DE FOTOPOLIMERIZAÇÃO
1. Aparelho de Fotoativação
 Qualidade da emissão de luz: luz útil para fotopolimerização – característico de geração de luz de cada
aparelho = nm (comprimento de onda) – de 400 a 500nm. -> Precisa ser entre 400 a 500nm para
poder ativar o agente fotoiniciador, como a canforoquinona. Sabemos o comprimento de onda do
fotopolimerizador pela cor da luz que ele emite, por exemplo, a cor azul tem o comprimento de onda
de 400~500nm. A cor branca tem todos os comprimentos de onda, e são utilizados filtros para que
seja emitida somente a cor – comprimento de onda desejada;
 Quantidade de emissão de luz: intensidade de luz emitida (mW/cm²) – relacionado a cada aparelho e
as diferentes técnicas de fotoativação – superior a 400mW/cm². -> Hoje em dia as pesquisas dizem
que deve ser superior a 900mW/cm², pois a quantidade de luz pode variar bastante. Além disso, tem

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220

uma coisa muito importante que é o tempo, por exemplo, se comprarmos um fotopolimerizador de
800~900mW/cm² e fotopolimerizarmos por 5~10 segundos, teremos uma polimerização deficiente da
resina;

-> Entre qualidade e quantidade de luz, o que não pode variar é a qualidade da luz;
 Canforoquinonas são sensibilizadas pela luz = 450 a 500nm (comprimento de onda);
 Qualidade de emissão de luz = pico de absorção = 468nm;
 Comprimento de onda compatível com a faixa de absorção de canforoquinona.
 Se o comprimento de onda não for adequado ao pico de absorção da canforoquinona, as resinas
compostas não polimerizam independente da intensidade (quantidade) de luz gerada e emitida pelo
aparelho de fotoativação.

APARELHOS DE FOTOATIVAÇÃO
1. LÂMPADAS HALÓGENAS
 Eram os aparelhos mais utilizados por dentistas;
 Lâmpada halógena, filtro de calor (ventilador), filtro óptico e condutor de luz -> a luz é uma luz quente,
gera muito calor;
 Permite passagem de luz com comprimento de onda entre 400nm e 550nm;
 Espectro de luz mais amplo do que o necessário para a fotoativação da canforoquinona;
 Intensidade de luz – 100 a 1000mW/cm²;
 Apenas 0,5% da energia gerada é aproveitada para a fotoativação;
 99,5% da energia desperdiçada – ultravioleta – geração de calor.
 Vantagens:
o Baixo custo;
o Tecnologia simples e documentada.
 Desvantagens:
o Aumento da temperatura;
o Tempo de vida útil -> é previsível e sua durabilidade é baixa;
o Utilização de filtros;
o Energia gerada é desperdiçada para a fotoativação.

 Você tem a lâmpada desligada, o acionamento do aparelho, e vai acontecer uma vaporização dos átomos do
eletrodo, quando você desliga o aparelho, você começa a perder os átomos condensados dele, então nesse
resfriamento nossa luz vai envelhecendo, a luz vai diminuindo, ela emite o azul, mas com certeza a luz que você
usou esse ano, no ano que vem ela não será a mesma;

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2. LEDs
 Transformam energia elétrica em luz azul -> não há desperdício de energia;
 Emissão de luz com comprimento de onda entre 450 a 490nm;
 Muito próximo ao pico de absorção da canforoquinona;
 Toda luz emitida é absorvida pela canforoquinona;
 Não sendo necessária a utilização de filtros -> não gera calor;
 Intensidade de luz (quantidade) – 90 a 1000mW/cm² -> se fizermos uma fotopolimerização de 5
segundos, será uma polimerização inadequada, mesmo se a intensidade da luz for de +600mW/cm².

 LED emitem luz fria numa faixa de 450 a 490nm

 Agentes fotoiniciadores como Lucirin TPO e o PhenilPropaDiona (PPD) absorvem luz na faixa de 400 a
450nm.
 Pyramid esmalte (Bisco) – PPD
 Definite (Degussa) – Lucirin TPO

 Antigamente era necessário ter uma dessas marcas de resina, ou da Bisco ou Degussa, para poder ativar, mas
hoje em dia qualquer resina é ativada tanto pela halógena ou LED.

 Custo baixo;
 Não emite comprimento de onda desnecessário -> 100% da energia é utilizada;
 Aparelhos leves, sem fio e com bateria recarregável;
 Não gera calor;
 Polimeriza apenas as canforoquinonas;
 Silencioso.

3. LUZ LASER

 Um aparelho de radiação tipo 3, em torno de R$10.000 no mercado.

 Não é utilizado para fazer preparo, e sim para remoção de tecido cariado – faz um barulho de “pipoca
estourando”, e necessita de anestesia, isolamento absoluto;

 Amplificação de luz pela emissão de radiação estimulada;


 Laser para fotoativação – laser de argônio;
 Opera dentro do pico de absorção da canforoquinona – 470nm;
 Intensidade de luz – 800 a 1200 mW/cm²;
 Restaurações indiretas e clareamento.

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222

 Luz é colimada -> se eu pegar meu fotopolimerizador LED da clínica a uma distância de 10 cm, a luz
que chega na resina é menor do que se eu colocasse a uma distância de 2 cm, já no laser não,
independente da distância que eu colocar, a quantidade de luz que chega é a mesma;
 Não sofre redução da intensidade quando se distancia a ponteira da resina;
 Mesma quantidade de fótons atinge o incremento mais próximo e mais distante da fonte de luz.
 Alta intensidade de luz;
 Diminuição do tempo clínico -> pois a potência é muito grande;
 Aparelho de grande porte;
 Paciente e profissional protegido com óculos -> se alguém entrar na sala, o aparelho tem um
mecanismo que ele é desativado automaticamente – se apontar para algum tecido que contenha
água, esquenta até estourar – só remove o que tiver água;
 Alto custo.

4. ARCO DE PLASMA DE XENÔNIO


 Lâmpada contendo gás Xenônio;
 Espectro de luz mais amplo do que o necessário para a fotoativação da canforoquinona;
 Apenas 0,2 da energia gerada é aproveitada para a fotoativação, semelhante a luz halógena;
 Intensidade de luz varia de 600 a 2500mW/cm²;
 Tempo de polimerização curto – 1 a 10s.
 Alta intensidade de luz e curto tempo;
 O curto período de tempo pode comprometer as propriedades físicas das resinas compostas;
 3 segundos – resina composta cor A2;
 Clareamento dental (foi indicado) -> imagine o envelhecimento da polpa numa intensidade dessas –
por isso não é mais indicado, chega a queimar o paciente – “cãibra nos dentes”;
 Esperar o resfriamento do aparelho.

TÉCNICAS DE FOTOATIVAÇÃO

1. TÉCNICA CONTÍNUA CONVENCIONAL


 Emissão de intensidade de luz constante em um período de tempo determinado -> polimeriza durante o
tempo determinado pelo profissional com a mesma intensidade do início ao fim, se variar é porque está com
defeito;
 Luz uniforme e contínua;
 Intensidade de luz – 400mW/cm²;
 Tempo de exposição de 40 a 60s.
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2. TÉCNICA CONTÍNUA MELHORADA +


 Boost, High Power, Bleach;
 Contínua de alta intensidade -> não é usada na clínica, apenas para restaurações indiretas e próteses fixas;
 Intensidade de luz – 800 a 1400mW/cm²;
 Utilizada quando se pretende a máxima intensidade que o aparelho permite;
 Restaurações diretas, próteses fixas;
 Clareamento dentário.
 Optilux 501 (Kerr) – atinge acima de 1000mW/cm²;
 Pode alcançar até 1400 mW/cm² superando até os aparelhos a laser (730 e 1290mW/cm²).

3. TÉCNICA DE FOTOATIVAÇÃO LENTA E GRADUAL - Técnica Escalonada, Degrau ou de Passos


 Fotoativação de maneira contínua;
 Stepped – Curing;
 Inicialmente intensidade baixa, automaticamente elevada para uma intensidade de luz mais alta até o fim do
ciclo;
 Ponteira afastada – 1cm (10s) – intervalo (5s) – polimerização completada – 50s (400 a 600 mW/cm²) -> para
se fazer essa técnica com o nosso aparelho convencional.

4. TÉCNICA DE FOTOATIVAÇÃO LENTA E GRADUAL - Técnica Pulsátil w


 Pulse Delay, Pulso tardio;
 Incrementos de 2mm –400 a 600mWcm²;
 Último incremento da resina composta em 2 tempos;
 Fotoativação de maneia descontínua;
 Intensidade maior e menor;
 Inicialmente em baixa intensidade – 3s (200mW/cm²) intervalo de 2 minutos. Inicia a reação de
polimerização com intensidade de luz mais alta e por um período maior -> essa técnica não dá para fazer
com o nosso aparelho, pois não dá para ficar “piscando”.

5. TÉCNICA DE FOTOATIVAÇÃO LENTA E GRADUAL - Técnica Progressiva, Ramp ou Exponential


 Fotoativação de maneira contínua;
 Ramp Cure;
 Inicialmente com baixa intensidade, aumenta de maneira gradual até o fim do ciclo;
 Ponteira mantida por 20s (2-3cm), aproximação gradual até 1mm da resina e mantida por 40s.

6. TÉCNICA TRANSDENTAL
 Técnica contínua;
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 Ponteira óptica posicionada em contato com a estrutura dental;


 Luz atravessa – para atingir a resina composta;
 Protelação do ponto pré-gel;
 Cor, translucidez, espessura.

 “Essa se alguém usar está pagando mico”. Eram usados dois aparelhos fotopolimerizadores, acreditava-se que a
resina ia em direção à luz, então se eu colocar a luz em um sentido só, ela descolaria da parede, então era
necessário dois aparelhos, um em cada sentido, para a resina poder ficar no lugar. Hoje nós sabemos que isso
não existe.

TÉCNICA CONTINUA X TÉCNICA DE FOTOATIVAÇÃO LENTA E GRADUAL


 Prolongam a fase pré-gel;
 Melhor acomodação da resina composta nas paredes cavitárias;
 Diminuição do estresse na interface dente/restauração.
 “Pesquisas não apontam vantagens ou diferenças entre as técnicas lenta/gradual/ contínua”. -> “Mas já
existem trabalhos na Inglaterra que dizem que as técnicas lenta e gradual são melhores, então se for
comprar um foto, optem pelos que têm essas possibilidades”.

OCLUSÃO EM DENTÍSTICA

 Oclusão -> Relação estática (abrir e fechar) -> Relação dinâmica (movimentos laterais e protusivos) ->
Sistema estomatognático; -> Todo sistema estomatognático deve funcionar harmonicamente, tudo isso o
profissional deve avaliar antes de fazer algum procedimento.

ATM

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TIPOS DE OCLUSÃO
 Oclusão cúspide/crista marginal – “dente – dois dentes” (ponta de cúspide – superfície plana);
 Oclusão cúspide/fossa – “dente – dente” (contatos recíprocos das vertentes – tripoidização). -> os contatos
são maiores, há maior número de contatos em dentes antagonistas, o superior toca no inferior num maior
número de pontos, e é um dente mais difícil de restaurar;

OCLUSÃO IDEAL
 Verticalmente (axial):
o Ponta de cúspide toca em fundo de fossa e em crista marginal -> é a oclusão ideal;

 Horizontalmente (força oblíqua):


o Ponta de cúspide toca em vertente -> não é a oclusão ideal, incide lateralmente, força de 45º;
o Fibras do ligamento - comprimidas ou alongadas -> o ligamento periodontal é quem vai sofrer, ele
tem a função de fazer o amortecimento, e na área de maior tensão o paciente tem maior
sensibilidade, principalmente quando o toque é único, pois a força vai para um dente só;

OCLUSÃO FUNCIONAL IDEAL


 RC = MIH = ROC -> quando vamos colocar o paciente em RC para observar a oclusão dele, usamos a técnica
de desprogramar o paciente (com placa), e então o primeiro toque do paciente será a MIH, o ideal é que ele
toque todos os dentes, se houver toque em um dente só, sabemos que o paciente tem um contato
prematuro.
 Contatos dentais:
o Homogêneos
o Simultâneos
o Dentes posteriores – mais pesados;
 Forças - longo eixo dos dentes -> força deve ser axial e não oblíqua;
 Guia de canino ou função em grupo;
 Desocluir lado de balanceio;
 Protrusivo:
o Dentes anteriores contatam;
o Dentes posteriores desocluem.

OCLUSÃO ESTÁVEL E NÃO ESTÁVEL

 Se você não tiver o contato do dente superior com o inferior, fizer uma restauração esteticamente linda, mas
funcionalmente ruim, a tendência do dente que não está tocando é mesializar ou distalizar, e aí ele vai levando

Laura Pimentel – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
226

todos os outros, e se tiver uma falha, chamada gap, na arcada superior ou inferior, pode acontecer de o inferior
ou o superior estruir, porque a tendência é o dente procurar o contato e é isso o que ele vai fazer.

A – Oclusão estável -> ponta de cúspide tocando em fundo de fossa e em crista marginal;

B – Restauração com contato oclusal deslizante -> ponta de cúspide tocando em vertente, vemos clinicamente
quando o paciente toca, vai fechar em cêntrica, quando ele bate no dente que a gente fez o dente desliza, vemos
nitidamente. A restauração pode quebrar e tomara que quebre, a resina não costuma quebrar, mas o amálgama sim;

C – Restauração com contato oclusal estável -> não há o deslizamento;

RELACÕES ESTÁTICAS
 Relação cêntrica – RC;
 Máxima intercuspidação habitual – MIH;
 Oclusão de relação cêntrica – ORC.

RELAÇÃO CÊNTRICA - RC
 Técnica frontal, técnica bilateral ou Dawson, contato inicial -> a mais usada é a técnica de desprogramar o
paciente, pedimos para o paciente fechar a boca, ai como vamos saber se aquela oclusão é a real?
colocamos uma placa, um “gig” (sic) de resina acrílica no paciente na parte anterior e quando ele fechar vai
tocar os só os dentes anteriores, e com o tempo ele vai fazendo a oclusão de uma maneira correta e vamos
saber que o paciente toca daquele jeito, porque senão não temos como saber, a muitos anos ele toca dessa
maneira então temos que desprogramar o paciente senão ele vai voltar a antiga oclusão;
 Relação óssea;
 Posição do côndilo na cavidade glenóide;
 Independe da presença de dentes;
 Posição crânio mandibular -> tem que observar porque às vezes o paciente tem todos os sinais de DTM e a
oclusão está certinha, aí provavelmente ele vai ter que usar uma plaquinha pra ajustar o posicionamento
ósseo;

MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO HABITUAL – MIH


 Relação dentária;
 Contato dos dentes superiores / inferiores;
 Posição variável pode ser modificada pelo profissional por meio de: procedimentos restauradores;
tratamento ortodôntico; extrusão dental; reabilitação oral; desgaste dentário.

 O paciente vai fechando em cêntrica e quando ele tocar, temos a MIH;

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OCLUSÃO DE RELAÇÃO CÊNTRICA – ORC


 Relação Cêntrica (côndilo na cavidade glenóide) = MIH - contatos dentários - posicionamento ideal (10% das
pessoas tem RC = MIH, o que não significa patologia se a pessoa não sentir dor);

MOVIMENTOS MANDIBULARES DE LATERALIDADE


 Lado de trabalho – é o lado para o qual a mandíbula se movimenta – deslocamento horizontal. Cúspides com
mesmo nome – cúspides vestibulares inferiores deslizam sobre as cúspides vestibulares superiores;
 Lado de balanceio – lado oposto ao de trabalho. Cúspides com nomes diferentes adotam uma relação de
alinhamento – cúspides vestibulares e cúspides palatinas -> tudo aberto, tudo sem toque.

GUIAS DE DESOCLUSÃO:
 Função em grupo: grupo de dentes de 2ºM até o canino tocam simultaneamente desde o inicio do
movimento;
 Guia de canino: canino inferior desliza na concavidade palatina do canino superior e do outro lado a de
balanceio sem nenhum toque.

MOVIMENTO PROTRUSIVO - GUIA ANTERIOR OU INCISIVA


 Dentes anteriores inferiores deslizam sobre a concavidade palatina dos superiores;
 Contato em topo;
 Dissipar e suportar forças horizontais;
 Desocluir dentes posteriores.

PRINCÍPIOS OCLUSAIS ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DO TRABALHO RESTAURADOR

DENTES ANTERIORES – ANTES DA RESTAURAÇÃO


 Reproduzir a concavidade palatina semelhante ao dente adjacente;
 Demarcar contatos em MIH -> usar o carbono para marcar;
 Verificar as guias anterior e lateral;
 Verificar presença de desgaste dental – hábitos parafuncionais;
 Diagnóstico dos hábitos parafuncionais – bruxismo, erosão -> não adianta fazer estética com esses hábitos
senão a restauração vai quebrar.

DENTES ANTERIORES – DEPOIS DA RESTAURAÇÃO


 Evitar contato na interface dente-restauração
 Não permitir que o contato fique alto na posição MIH;

Laura Pimentel – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Dentística IV
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 Observar interferência nas guias de desoclusão, protrusiva.

DENTE POSTERIOR – ANTES DA RESTAURAÇÃO


 Marcar o contato em MIH e fugir da área de contato durante o preparo cavitário -> abrir um pouco mais a
área onde está esse toque na hora do preparo para o toque ir somente para a resina, pois se deixar na
interface vai fraturar a restauração;
 Relação de oclusão do dente a ser restaurado – perder a anatomia realizada;
 Anatomia oclusal de dentes adjacentes – durante a restauração;
 Contato prematuro – guias de desoclusão.

DENTE POSTERIOR – DEPOIS DA RESTAURAÇÃO


 Contato em MIH permaneceram os mesmos;
 Lado de trabalho e lado de balanceio -> fazer movimento de lateralidade também, além de mandar o
paciente morder o carbono.
 Evitar contatos na interface dente – restauração.

CONSEQUÊNCIAS DE UMA OCLUSÃO INADEQUADA


 Deslocamento e fratura da restauração;
 Desgaste exagerado material restaurador;
 Sensibilidade pós-operatória;
 Reabsorção radicular;
 Perda óssea;
 Trauma oclusal.

COMO REALIZAR O AJUSTE DE UMA RESTAURAÇÃO?


 Ajustar o MIH;
 Utilizar carbono oclusal de duas cores – Pinça Muller;
 Marcar os contatos em MIH com o lado vermelho da fita – relação estática de abrir e fechar a boca;
 Inverter o lado da fita (lado preto) – pedir o paciente para fechar e fazer o movimento lateral;
 Brocas FF carbide 12 ou 30 lâminas – metais;
 Brocas diamantadas (chama) – palatina de dentes anteriores;
 Brocas diamantadas – resinas compostas.

Laura Pimentel – 6º Período


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TRAQUEOSTOMIA

CONCEITO
 Traqueostomia é a abertura da traqueia através de um orifício e colocação de canula.

INDICAÇÃO
 Edema de laringe, com sinal de asfixia;
 Traumatismo de laringe;
 Traumatismos faciais com risco de asfixia;
 Traumatismos faciais que não permitem intubação naso ou orotraqueal;
 Alguns processos infecciosos do pescoço (angina de Ludwing).

INTRUMENTAL
 Bisturi;
 Pinça de dissecção;
 Tesoura curva e de pontas rombas (tipo Metzembaum);
 Afastadores de Farabeuf;
 Pinças hemostáticas;
 Cânula para traqueostomia.

CLASSIFICAÇÃO
A traqueostomia pode ser classificada, quanto à necessidade, em: emergência e eletiva.
 A de emergência tem que ser realizada imediatamente e não se preocupa com estética ou outras sequelas
superficiais;
 A eletiva é realizada seguindo os princípios da cirurgia, não deixando sequelas.
 Quanto à posição ela pode ser:
o Alta – envolve o 1º e 2º anel traqueal abaixo do istmo tireoidiano;
o Média – envolve o 3º e 4º anel traqueal;
o Baixa – envolve o 5º e 6º anel traqueal.

TÉCNICAS OPERATÓRIAS

1. Emergência:
Posicionamento do paciente – decúbito dorsal com cabeça para tras e o pescoço hiperextendido, com a pele
bem esticada;

Fernanda Lacerda – 6º Período


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Localização da zona limitada – pela palpação, localizam-se a cartilagem cricóide e o primeiro anel,
imediatamente abaixo;

Incisão – vertical pela linha mediana atravessando os planos ate os anéis cartilaginosos;

Divulsão – separação dos planos. Durante a incisão e a divulsão, podem-se lesar alguns vasos, como, por
exemplo, a veia jugular anterior e a artéria tireóide superior. Estes vasos devem ser pinçados e ligados;

Incisão Traqueal – a incisão deve ser superficial na face anterior, a fim de não lesar a parede posterior e não
permitir acesso ao espaço esofagiano ao invés da traqueia. Deve-se ter cuidado para não lesar o istmo da
tireóide. A traqueia deve ser incisada linearmente, sem remover-se a cartilagem, a fim de possibilitar uma boa
reparação posteriormente.

Colocação da canula – introduzida na traqueia e fixada no pescoço.

2. Eletivas:
Posicionamento do paciente – decúbito dorsal com cabeça para trás e o pescoço hiperextendido. Para facilitar
coloca-se uma almofada entre as escápulas do paciente;

Anestesia – local e infiltrativa, atingindo ate o plano mais profundo;

Localização da zona limitada – pela palpação, com o indicador a partir da cricóide contando as cartilagens para a
incisão desejada;

Incisão – horizontal e de aproximadamente 2,0 a 3,0 cm de extensão. A traqueostomia média deve ser a eleita,
portanto a incisão fica sobre o 3º ou 4º anel da traqueia. A incisão se estende ate a aponeurose cervical
superficial;

Divulsão – com uma tesoura romba, separam-se os tecidos e os músculos cervicais. Todo vaso encontrado deve
ser identificado e afastado. Nesta possibilidade, devem ser pinçados, ligados e seccionados.

Incisão Traqueal – a traqueia é estabilizada com auxilio dos afastadores. Uma vez estável, com uma lamina,
secciona-se o anel cartilaginoso em forma de “C” ou de “I” ou “H”, com cuidado para não lesar a parede
posterior;

Colocação da cânula – a cânula deve possuir um diâmetro de aproximadamente três quartos de luz traqueal. A
cânula deve ser fixada por fitas que envolvem posteriormente o pescoço.

CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
1. Aspiração constante da traqueia através da canula, com auxilio de uma sonda macia e flexível, e cuidados para
evitar-se uma sucção excessiva, produzindo trauma no revestimento traqueal;
2. Manter o paciente sempre acompanhado, até aprender a conviver com a traqueostomia.
Fernanda Lacerda – 6º Período
Odontologia – UniFOA – Cirurgia III
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Fernanda Lacerda – 6º Período


Odontologia – UniFOA – Prótese II - PPR

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