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periodontia
@resumosemdupla
Anatomia dos tecidos periodontais
O periodonto compreende os seguintes tecidos: a gengiva (G), o
ligamento periodontal (PL), o cemento radicular (RC) e o osso
alveolar (AP). O osso alveolar é constituído por dois componentes,
o osso alveolar propriamente dito (ABP) e o processo alveolar.
Existem duas estruturas responsáveis pela forte adesão entre o É a parte voltada ao dente.
tecido conjuntivo e o epitélio: fibrilas de ancoragem (projetam-se
em forma de leque, da lâmina densa para o tecido conjuntivo.) e os
hemidesmossomos (parte do epitélio, forma uma forte união entre
o epitélio e a membrana basal através da parte lúcida).
As fibras embutidas no cemento: Cerca de 65% mineral, que é principalmente hidroxiapatita, 27%
orgânica (fibras colágenas tipo 1), e 12% água.
→ Fibras de sharpey: são as fibras do ligamento periodontal
(fibras colágenas), que vem desde o osso alveolar, percorre Classificação
todo o espaço do ligamento periodontal e se inserem no
cemento radicular. Apresentam um diâmetro menor, porém Cementogênese Presença de Origem das fibras
são mais numerosas do que aquelas embutidas no osso alveolar células na matriz colágenas
propriamente dito. Primário Celular Intrínseca
Secundário Acelular Extrínseca
As fibras do ligamento periodontal podem ser divididas nos
seguintes grupos principais, de acordo com as suas formas de
arranjo: Cemento primário: constituído desde a formação radicular até o
dente entrar em função. É acelular, tem a função principal de
→ Fibras da crista alveolar: próxima a crista óssea alveolar. fixação do elemento e representa cerca de 2/3 da composição
→ Fibras horizontais: são retas. total.
→ Fibras oblíquas: levemente inclinada para porção mais coronal.
Cemento segundário: formado a partir do momento em que o dente → Cemento celular de fibras intrínsecas-Secundário: é
entre em oclusão. É celular, formado de acordo com as demandas encontrado nas lacunas de reabsorção e contém fibras
funcionais, é um tecido de adaptação. intrínsecas e cementócitos. Faz o reparo radicular.
Sistema de fibras intrínsecas: dentro do cemento, produzidas pelos
cementoblastos.
Sistema de fibras extrínsecas: são as fibras de sharpey, É definido como as partes da maxila e da mandíbula que formam e
produzidas pelos fibroblastos do ligamento periodontal. dão suporte aos alvéolos dos dentes. Desenvolve-se em associação
com o desenvolvimento e a erupção dos dentes. O processo
alveolar consiste em osso, o qual é formado tanto pelas células do
folículo dentário (osso alveolar propriamente dito) como por células
que não estão envolvidas no desenvolvimento dentário. Em conjunto
com o cemento radicular e o ligamento periodontal, o osso alveolar
constitui o aparelho de inserção dos dentes, cuja função principal
é distribuir e absorver as forças geradas, por exemplo, pela
mastigação e por outros contatos dentários.
Celular: contém cementócitos no cemento.
A parede palatina é mais espessa. As paredes dos alvéolos
Acelular: não contém cementócitos no cemento. revestidas por osso compacto. As áreas entre alvéolos e entre as
paredes do osso compacto são preenchidas por osso esponjoso.
A camada óssea na qual estão inseridos os feixes de fibras
O cementoblasto produz uma matriz cementóide por baixo dele, e principais (fibras de Sharpey) é chamada de “osso fasciculado”. Do
essa matriz quando se mineraliza se transforma no cemento. ponto de vista funcional e estrutural, este osso fasciculado tem
Quando a matriz é formada de forma lenta e gradual, os muitas características em comum com a camada de cemento das
cementoblastos conseguem produzir a matriz e fugir antes que a superfícies radiculares.
matriz se mineraliza, com isso, os cementoblastos vão estar
sempre na superfície da matriz. O cemento formado depois que o O osso alveolar contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras
dente atingi a linha de oclusão (cemento secundário), é um cemento nervosas, que passam pelos canais de Volkman e canais de Harven.
que responde as demandas funcionais, ele é produzido de uma
Os canais de Volkman: são canais que vão penetrando em
maneira mais rápida. Com isso, os cementoblastos não tem tempo
profundidade no osso alveolar.
de produzir a matriz e fugir antes que ela mineralize, então ele
acaba sendo aprisionado pela própria matriz, formando os Os canais de Harvers: são os canais que vão no longo eixo do osso
cementócitos. Depois que o cementoblasto é englobado ele não alveolar.
produzir a matriz,
Os cementócitos apresentam funções sensoriais, ele consegue
captar os estímulos de pressão e transmitir ao longo de toda a
matriz do cemento.
Diferentes formas de cemento têm sido descritas:
→ Cemento acelular de fibras extrínsecas-Primário: é
encontrado nos terços coronários e médio da raiz, contém
principalmente feixes de fibras de sharpey. É produzido antes
do dente atingir o plano oclusal e apresenta a função de
ancoragem.
Periósteo
→ Cemento celular estratificado misto-Secundário: é encontrado
no terço apical das raízes e áreas de furca, contém tanto São o conjunto de fibras colágenas
fibras extrínsecas quanto intrínsecas, assim como densamente compactadas que reveste
cementócitos, é produzido durante todo período funcional dos o osso. A superfície externa óssea é
dentes. recoberta por osteoblastos.
Reabsorção óssea
Partes do instrumento
1) Sondas exploradoras;
2)Sondas periodontais;
3) Curetas (A);
4) Foices (B);
5) Limas (C);
O posicionamento correto durante a sondagem deve ser paralelo
6) Cinzel (D);
ao longo eixo, e se for na vista lateral a sonda deve entrar
7) Enxada (E); direcionada em relação ao elemento dentário.
Classificação por tipo
Sonda exploradora
Já na região interproximal, movimenta
Apresenta uma grande importância antes, durante e após a a sonda de forma paralela, quando
raspagem e aplainamento radiculares para: tocar no ponto de contato, inclina a
• Detectar a presença, distribuição e a quantidade de cálculo; sonda levemente de moda a buscar a
• Avaliar a qualidade da superfície radicular após raspagem e área de col.
alisamento radicular (RAR).
É indicado para: detectar cáries, A sondagem é sempre em três
descalcificações, irregularidades na regiões no vestibular e três regiões
superfície do cemento, anormalidades na palatina.
na morfologia dental; examinar
contorno de restaurações; detectar
cálculos supra e subgengivais.
Geração de sondas periodontais
As características desse instrumental são: delgado, corte
transversal circular, extremidade aguda, pode ser simples ou dupla. 1ª geração: convencionais, o dentista é responsável por controlar
a pressão de sondagem.
Sonda periodontal 2ª geração: pressão controlada.
É indicada para: sondar e medir profundidade de bolsas 3ª geração: além de controlar a pressão, faz sondagem
periodontais; sondar e medir perda de inserção. computadorizada (florida probe).
Apresenta uma grande importância: diagnóstico da doença
periodontal. As características desse instrumental são: a
Sonda de nabers: o objetivo dessa sonda é identificar → Instrumentos com vários ângulos de
regiões de furca (molares superiores e inferiores, e 1ª pré-molar corte retos;
superior. As marcações são: 3mm, 6mm, 9mm e 12mm. → Formato: arredondado, oval ou
retangular;
Perde óssea entre as raízes é chamada de lesão de → Variação na angulação e extensão da
furca, e para saber o quanto a furca foi haste.
comprometida é utilizada a sonda periodontal de
nabers O movimento realizado durante a utilização da lima é de tração,
provocando fraturas do cálculo, para que ele seja removido mais
Essa sonda vai entrar entre uma raiz e outra, para facilmente.
analisar se tem perda óssea e qual que é essa perda
óssea (leve, moderada ou atravessa o dente). Enxada
Não é em toda paciente que se utiliza essa sonda, só vai utilizar É utilizada em: região com grandes massas de cálculo, na região
quando a sondagem tradicional indicar uma necessidade. supra ou levemente subgengival.
A lâmina deve ser posicionada para
Instrumentos manuais para Raspagem e manter dois pontos de contato com o
Alisamento Radicular (RAR) elemento, ou seja, tem que tocar a parte
que vai remover o cálculo e tem que
Foices tocar também a parte intermediária da
haste na coroa dentária. Com esse
É utilizada em região supragengival em faces proximais. Nos
posicionamento, você tem a certeza que
incisivos inferiores se utilizam bastante as foices, pois nessa região
o ângulo de trabalho formado da lâmina em relação ao dente está
contém muita formação de cálculo e é uma região extremamente
perfeito.
estreita.
O movimento realizado durante a utilização da enxada é de tração
→ Corte transversal:
triangular; Cinzel
→ Dorso: agudo e afilado;
→ Ângulos de corte: 2 É utilizada em região anterior da boca e interproximais
ângulos retos; com pequeno espaço. As lâminas são ligeiramente
→ Extremidade ativa: curvas e anguladas em 45º.
pontiaguda. O movimento realizado durante a utilização do cinzel é
de empurrar. O risco de usar movimento de
empurrar e provocar um acidente é grande, podendo
fraturar ou dilacerar tecido, pode acabar empurrando
esse cálculo para uma porção subgengival mais
profunda.
Curetas de furca
Foices para dentes Foices para dentes São indicadas para regiões de furca. Apresenta
anteriores - retas posteriores - curvas o formato de pequeno raio em meia lua, ou seja,
ela apresenta uma leve curvatura que permite
O movimento realizado durante a utilização da foice é de tração, alcançar tanto o teto quanto o assoalho da
onde vai puxar essa foice contra o elemento dentário. furca. Isso permite a limpeza de toda a região
da furca, possibilitando uma recuperação.
Limas
Primeiro deve sondar o paciente clinicamente com uma sonda
É utilizada em: região com grandes massas de cálculo, na região tradicional, caso tenha um indicativo de que possa
supra ou levemente subgengival e superfícies livres, proximais de ter uma perda óssea entre as raízes desse dente,
áreas desdentadas e distal de últimos molares. vai utilizar a sonda de nabers e tentar encaixar
entre as raízes do dente, para saber se tem uma
lesão de furca. Caso tenha, deve se tratar essa
região, e para realizar a limpar e remover o cálculo utiliza as Curetas específicas
curetas de furcas.
Cada cureta é desenhada para ser empregada em
Curetas periodontais uma determinada área ou face do dente. Apresenta
uma cureta para cada face do dente (distal, mesial,
É utilizado para cálculos volumosos, aplainamento (alisamento) vestibular, lingual).
radicular. É o instrumento mais delicado para RAR.
Exemplo: Gracey.
A foice apresenta o dorso afilado e ponta pontiaguda, já a cureta
apresenta o dorso arredondado e a ponta é arredondada. Número Região
1-2 Dentes anteriores
Variações nas partes das curetas: 3-4 Dentes anteriores
→ Tamanho e textura do cabo; 5-6 Dentes anteriores
→ Extensão, angulação e rigidez da haste; 7-8 Dentes posteriores (vestibular e lingual)
9-10 Dentes posteriores (vestibular e lingual)
→ Tamanho, angulação e posição da lâmina.
11-12 Dentes posteriores (mesial)
Extensão, angulação e rigidez da haste 13-14 Dentes posteriores (distal)
Angulação: retas ou pouca angulação para região anterior, e curvas Curetas acessórias
em vários ângulos para região posterior.
After five
Rigidez: resistente para remoção de grandes massas de cálculo.
São modificações das curetas Gracey padrão.
Tamanho da lâmina
São curetas com hastes mais longas, a haste terminal
Largas e espessas: empregadas para remoção de grandes massas apresenta 3mm mais longa e a lâmina é 10% mais fina,
de cálculo, em bolsas rasas com tecido edemaciado. tendo uma melhor inserção subgengival.
Estreitas e pequenas: empregadas para remoção de menor São usadas para bolsas maiores que 5mm.
quantidade de cálculo, em bolsas profundas, estreitas com tecido
firme e fibrótico e/ou bifurcações. Essa cureta vai ter todas as curetas Gracey, exceto
a numeração 9/10.
A seleção do tamanho da lâmina depende de:
Obs.: ao realizar a sonda do paciente, até 3mm sem sangramento
Profundidade da bolsa; é considerado saudável, a partir do momento que passa sem maior
→ Consistência tecidual; que 3mm e tiver sangramento é bolsa.
→ Quantidade de cálculo;
→ Envolvimento de bifurcações;
→ Acessibilidade a área.
Existem dois tipos de curetas: universais e específicas.
Curetas universais
Ultra som
Importante instrumento principalmente, no auxílio à raspagem de
grandes massas de cálculo, porém é sempre indispensável a
associação deste com os instrumentos manuais para o
aplainamento radicular.
É indicado para remoção de grandes massas de cálculo, remoção
de manchas e região supragengival principalmente.
Vantagens: menor tempo de trabalho; pontas não exigem afiação,
posição e angulação de trabalho; menor desconforto para paciente
e operador.
Cuidados: super aquecimento, remoção de tecido radicular,
proximidade ao osso.
Obs.: usar a menor força necessária para fazer o procedimento.
Instrumento ultra-sônico
Iluminação Instrumentos
afiados
Anatomia Anatomia O espelho pode ser usado Nesse caso é uma visão
periodontal dental como afastador. Nesse caso indireta. Através do espelho
é uma visão direta. enxergar a face lingual dos
molares inferiores.
Acessibilidade
Quando se tem uma posição adequado do operador mais a posição
adequada do paciente evita se problemas na articulação do joelho,
no quadril, ombro, cotovelo e cervical.
Se não tiver uma adequado posição do profissional e do paciente
isso vai gerar um cansaço prematuro, uma instrumentação parcial
e uma diminuição da eficácia. Iluminação indireta. Nesse Visão indireta. Através do
Posição adequada do operador caso até é possível visualizar espelho é possível visualizar a
a superfície dentária a ser superfície dentária a ser
• Pés completamente apoiados no chão; trabalhada de forma direta, trabalhada.
• Observação do campo de visão; só que está escuro. Com isso,
• Coxas paralelas ao solo – ângulo de 90 graus; utiliza se o espelho. Coloca o
• Costas retas; espelho em uma posição de
• Cabeça ereta; modo que a luz venha do
refletor, bata no espelho e
reflita sobre o dente.
- Cor, textura gengival, vermelhidão, sangramento à sondagem, Pode estar relacionada com doenças sistêmicas, como
diminuição da resistência à sondagem, mobilidade dentária, migração cardiovasculares, infecções, alérgicas, sanguíneos, diabetes.
ou perda do elemento.
O paciente diabético tem grandes chances de desenvolver
problemas periodontais, o fato de ter a glicemia aumentada,
alterada toda a resposta tecidual do corpo e da boca, então quando
o paciente apresentar uma agressão periodontal, ele vai ter uma
resposta deficiente em relação àquela agressão, apresentando
uma doença periodontal mais agressiva.
O paciente periodontal vai ter mais dificuldade do controle da taxa
glicemia e, portanto, ele vai ter mais chances de ser diabético. O
paciente periodontal tem uma inibição da função da insulina.
A sondagem é realizada em 6 sítios: 3 vestibulares e 3 linguais.
✓ Aspectos radiográficos
Erros inerentes a sondagem Periograma
✓ Espessura da sonda utilizada; O periograma não é realizado em todos os pacientes, mas somente
✓ Mal posicionamento da sonda; naqueles que apresentarem necessidade, como por exemplo,
✓ Escala de graduação da sonda periodontal (mm marcado pacientes com bolsas periodontais profundas e muita inflamação.
errado);
É necessário para saber a profundidade da bolsa em cada região.
✓ Pressão aplicada sobre o instrumento (25 g);
O cálculo em excesso atrapalha a sondagem, impedindo o acesso à
✓ Grau de infiltração das células inflamatórias.
região, sendo necessário em alguns a remoção do tártaro antes
Sulco clínico x sulco histológico da soldagem, mesmo que essa não seja a ordem das etapas.
Obs.: em cálculos volumosos a cureta McCall se torna melhor para
Sulco clínico é quando faz a sondagem e entra até 3 mm sem
remoção.
sangramentos, significando saúde periodontal. Sulco histológico é de
0,69 mm, adentrando no epitélio oral do sulco. Primeira coisa a ser feita é verificar quais dentes do paciente
estão ausentes. Em dentes ausentes, realiza-se a marcação no
periograma de um X grande para evitar marcação errada.
Sangramento gengival
Corre com a sonda ao longo da margem gengival, no sulco gengival.
Anotava-se se havia sangramento nesse ato. Não se utiliza mais.
Envolvimento de furca
Em casos de grande exposição de furca não há o que fazer pois
não é possível a realização de enxerto ósseo, entendendo que a
recuperação em região de furca é algo trabalhoso e difícil.
Periodontite leve
Avaliação de mobilidade dentária – • Perda de inserção de 1-2 mm, ou seja, 5 mm no total (3 mm
+ 2 da perda de inserção)
Classificação de Miller • Independente da morfologia da lesão
Uma das principais formas de avaliar a doença periodontal é avaliar • Todos os sintomas da gengivite
o grau de mobilidade dentária, e pode definir a indicação de Periodontite moderada
exodontia.
• Perda de inserção de 3-4mm
Grau O – mobilidade fisiológica da coroa, isto é, menor que 0,1 • Independente da morfologia da lesão
e 0,2 mm na direção horizontal. • Todos os sintomas da gengivite
Grau 1 – mobilidade aumentada da coroa de no máximo 1 mm na Periodontite avançada
direção horizontal.
• Perda de inserção de 5mm ou mais
Grau 2 – aumento visível da coroa excedendo 1 mm na direção • Independente da morfologia da lesão
horizontal. • Todos os sintomas da gengivite
Grau 3 – intensa mobilidade na coroa de um dente, nas direções
horizontais e verticais.
Biofilme e cálculos orais
Existe na cavidade oral uma microbiota natural, ou seja, sempre 3- Sem progressão para periodontite, porém todos
haverá bactérias na cavidade oral. apresentaram gengivite (11%).
No esmalte não há descamação e formação de novos tecidos De uma forma geral, observa-se que o mais comum é de fato a
como no resto do corpo, isso significa que o acúmulo de bactérias progressão moderada da doença periodontal.
no elemento dentário não é removido naturalmente, é necessário
a remoção mecânica para manutenção da limpeza. Quando essa
limpeza mecânica não é realizada, haverá o acúmulo de bactérias
e uma resposta inflamatória reprodutível. Existe uma pesquisa de laboratório que indica que quando há
animais de laboratórios que são completamente livres de
germes/bactérias, irão apresentar ótima saúde dental e gengival,
mesmo que tenham estímulo para ter a doença periodontal ou
cárie, não apresentarão pois não existem conteúdo bacteriano.
Ou seja, percebemos que a bactéria é indispensável para causar
o problema.
Por isso, devemos prevenir a doença periodontal (conscientizar o
paciente), a fim de remover diariamente e de forma regular a
placa dental (escovação com escova macia ou extra macia - dura
prejudica a gengiva; fio dental – explicar de fato como fazer
para o paciente). Não há necessidade de usar enxaguante, ou
deve ser apenas um complemento (sempre sem álcool – o álcool
é cancerígeno).
Gengivite experimental em humanos. Foi realizado em 1965 e As hipóteses abaixo tentam explicar como o biofilme atua na
durou 21 dias com 12 voluntários. Essas pessoas não escovaram doença periodontal:
os dentes durante os 21 dias, e assim que o biofilme foi removido
houve a reconstrução periodontal, evidenciando que o maior
motivo da doença periodontal é o acúmulo de biofilme. Número total de bactérias determina a magnitude do efeito
patogênico, ou seja, quanto mais bactéria, mais doença.
Nessa hipótese, somente o que importa é a quantidade total (se
Também realizado por Loe. Esse estudou durou 15 anos, e ele tiver menos bactéria - menos doença. E se tiver mais bactérias
utilizou uma população sem orientação de saúde bucal e estudou – mais doença). Se a doença periodontal fosse mais grave,
seus comportamentos e saúde bucal durante um tempo, sem
entendia-se que ele não tinha uma boa higiene bucal ou que não
fornecer a essa população uma orientação adequada (conduta
apresentava boa imunidade para enfrentar a doença (concepção
que hoje é reprovada pelo comitê de ética).
razoável).
Segundo esse estudo, três grupos foram separados de acordo
com a evolução da doença periodontal.
1- Progressão rápida (8%) – em 2 anos já apresentou perda O que importava é a questão qualitativa, ou seja, não importa a
dentária por questão periodontal. quantidade, e sim quais microrganismos estão ali. Ou seja, a
2- Progressão moderada (81%) – acontece lentamente e aos 50 patogenicidade da placa dentária depende da presença ou do
anos perde o dente. O paciente considerado “normal” para a aumento de microrganismo específicos.
sociedade.
Com isso, se conclui que nem toda gengivite evolui para deslocaram para uma região interna. Ou seja, bactérias que
periodontite - por não ter a bactéria X. quando estão em determinada região não causam nenhum
transtorno, porém se forem para outra região do corpo,
Risco aumentado de destruição periodontal em sítios colonizados
tornam-se patogênicas.
por patógenos específicos.
• Alterações nas condições ecológicas: as bactérias estão
vivendo em uma harmonia com seu organismo, se por algum
motivo, ocorrer diminuição da taxa de oxigenação, alteração
de pH, alteração de temperatura, desencadeia um
Essa teoria complementa a hipótese específica. É a hipótese desequilíbrio, com isso bactérias que não eram patogênicas,
considerada hoje. A quantidade tem importância, mas a presença se tornam por conta desse desequilíbrio.
de patógenos específicos é fundamental. Não baste ter • Diminuição da resposta do hospedeiro: quando o organismo
quantidade e bactérias específicas, o meio ambiente (pH, oxigênio, não responde adequadamente a agressão. Exemplo: HIV
taxa de saturação) também importa, ou seja, o periodonto do causa diminuição da resposta do hospedeiro e o que antes
paciente tem que estar propicio para que a doença ocorra. ele combatia, qualquer coisa que diminui a imunidade, se torna
extremamente agressivo.
• Infecções oportunistas: exemplo: após uma cirurgia, houve Multiplicação – fase 3: após as quatro primeiras horas (4-24hr)
uma infecção, tendo que abrir novamente a ferida para além da chegada das bactérias na região, ocorre também o
limpar e irrigar, nesse caso, bactérias oportunistas da pele crescimento celular ativo. Ou seja, além de bactérias chegando na
região, as bactérias que já estão ali, estão também se
multiplicando. Começa também a síntese de novos componentes Os mais patogênicos da doença periodontal são as gram-
da matriz (funciona como se fosse uma capa protetora) – as negativas
bactérias produzem essa matriz e ficam embanhadas nela.
Nas primeiras 24 horas são os bastonetes gram-positivas, se
Adsorção sequencial de microrganismo - fase 4: entre 1-14 dias multiplicam (bastonetes e cocos). Com a multiplicação dos gram-
vai ocorrer o aumento da massa bacteriana, crescimento positivos, começam a expor em sua superfície receptores que
contínuo dos microrganismos, adesão de novas bactérias, síntese possibilitam a chegada dos gram-negativos (com pouca capacidade
de polímeros extracelulares. de adesão direta).
Ou seja, observamos uma sequência, e ao final do processo essa Em seguida, passamos a ter uma heterogeneidade nessa região,
massa está tão grande, que podemos concluir que em duas tendo gram-positivos e gram-negativos. Com isso, há maior
semanas temos um biofilme maduro – biofilme maduro é complexidade de bactérias.
condicionado por anaerobiose estrita, ou seja, nas camadas mais
profundas não se recebe mais oxigênio.
Obs.: este processo não necessariamente ocorre em toda a Continuando o processo, teremos uma colonização secundária,
boca, pode ser que ocorra entre molares, e o incisivo esteja aumentando o número de gram-negativas, que se tornam gram-
limpo. negativas estritas, e com isso, aumenta a patogenicidade da
placa.
Os componentes são
basicamente produtos da dieta,
dissolvidos na saliva.
A coloração do cálculo vai depender do tempo do cálculo na boca O cálculo na porção subgengival se estende desde a junção
do paciente e a dieta do paciente, esses são os dois fatores cemento-esmalte até o fundo da bolsa. Porém no fundo da bolsa
principais. tem um espaço de 0,5mm sem cálculo. Ou seja, entre o fundo da
bolsa e o final do cálculo vai ter um espaço de 0,5 mm sem cálculo.
Um cálculo mais novo ele é mais amarelado e é mais fácil de ser Então o cálculo não atingi exatamente o final da bolsa. Nessa região
removido durante a raspagem periodontal. de 0,5mm é onde ocorre o processo inflamatório. O ideal é fazer
a apreensão na porção apical do cálculo.
Cálculo dental
5- Reavaliação tecidual
• 12 semanas;
• Cicatrização dos tecidos conjuntivos;
• Sondagem dos tecidos periodontais;
• Avaliação das condições anatômicas;
• Avaliação da higiene;
Nesse momento que vamos decidir se vai fazer cirurgia ou não. 1- Células epiteliais
Deve seguir todo esse protocolo e só nessa fase analisar se vai 2- Células do tecido conjuntivo da gengiva
precisar da cirurgia ou não. A cirurgia tem dois objetivos: para 3- Células ósseas
visualizar melhor a região e ter um melhor acesso à região. 4- Células do tecido conjuntiva do ligamento
periodontal
Resultados após uma raspagem periodontal
O que gostaríamos que acontecesse é que regenerasse esse
correta
tecido, que crescesse osso, tecido conjuntivo e que o epitélio se
posicionasse corretamente. Só que as células epiteliais são mais
• O sangramento à sondagem reduz em 80%;
rápidas, do que as outras células, como são mais rápidas, após a
• Profundidade de sondagem reduz em 2 a 3mm;
raspagem acontece a formação do epitélio juncional longo (é o que
• Bolsas periodontais de 4mm ou mais reduz em 50% a 80%;
encontra no paciente periodontal tratado).
• A presença de cálculos residuais em bolsas profundas 44%;
2- Bolsas de 4 a 6 mm:
• 0,4 mm a mais de ganho de inserção clínica;
A ciclosporina é utilizada em pacientes transplantados, onde se Clinicamente o paciente apresenta um aspecto na gengiva mais
quer uma diminuição da resposta frente ao um corpo estranho, avermelhado, sangrante, edemaciada e brilhante.
para que não haja rejeição. A fenitoína é utilizada como Esse tipo de doença era comum nos navegadores, o ácido ascórbico
anticonvulsivantes e a nifedipina é utilizado em pacientes é fundamental para produção de fibras colágenas, como essa
hipertensos e cardíacos. doença causa uma deficiência nesse ácido as fibras colágenas são
Para esses pacientes pode ser interessante em algum momento, afetadas.
ser for determinante, entrar em contato com o médico Como as fibras colágenas são um dos principais componentes da
responsável para se avaliar a possibilidade de troca ou suspenção gengiva, uma deficiência na formação e preservação de colágeno
da medicação utilizada pelo paciente. irá resultar em um componente periodontal muito agressivo. Ou
seja, o ácido ascórbico é fundamental.
Via de regra, nessas navegações não se tinha uma alimentação
• Contraceptivos orais (relacionado com alterações adequada, certos tipos de frutas e folhas verdes são as principais
significativas no corpo da mulher levando a gengivite) fontes de ácido ascórbico para o organismo (por exemplo, a
• Outros laranja) o que promovia ou evitava o escorbuto que é uma doença
muito comum nessas épocas de navegações.
Lesões gengivais não induzidas por placa O tratamento se dá pela correta higienização bucal, podendo em
alguns casos ser utilizado medicamentos antifúngicos.
Doenças gengivais de origem bacteriana específica estão ligadas Obs: comum em pacientes que utilizam próteses totais e não
com patógenos não relacionados a placa que possuem: higienizam adequadamente.
• Aumento na prevalência;
• Infecção direta ou ação sistêmica;
Doenças gengivais de origem genética
• Ulcerações edematosas, vermelhas e dolorosas; Exemplo mais comum é a fibromatose
• Ardência local; gengival hereditária.
Na imagem representada se tem um • Muito comum em pacientes
exemplo de alguns tipos bacterianos jovens (atrasa a erupção dos
que causam alterações sistêmicas, dentes);
mas que também podem influenciar na
• Cobertura completa dos
gengiva (via indireta).
dentes pela gengiva;
Ocorrem em pacientes que possuem • Isolado ou associado a
gonorreia (neisseria gonorrhoea) ou síndromes generalizadas;
sífilis (treponema pallidum). • Plastia gengival (necessário realizar para permitir o
acesso dos dentes à cavidade bucal, melhorando assim a
condição estética do paciente).
Doenças gengivais de origem viral Doenças gengivais de condições sistêmicas
• Herpes vírus 1 e 2;
Existem dois tipos que são:
• Varicela-zoster;
• Reativação de vírus latente;
• Baixa na imunidade;
• Lesões descamativas;
• Antivirais tópicos ou sistêmicos.
• Ulcerações na gengiva como: líquen
O tratamento para plano, penfigóide, pênfigo vulgar,
esses casos como o da eritema multiforme, lúpus eritematoso
imagem ao lado seria e medição.
com aciclovir pois a
doença em si é causada
pelo herpes vírus.
Periodontite Possuem:
• Perda de inserção proximal em pelo menos dois dentes
Doença inflamatória dos tecidos de suporte dos dentes causada permanentes, dos quais um é o 1° molar e envolvendo
por microorganismos específicos ou grupos de microorganismos não mais do que dois dentes além dos 1° molares e
específicos, resultando em destruição progressiva do ligamento e incisivos (umas das teorias para isso se deve ao fato de
do osso alveolar, na profundidade de sondagem, retração ou ambos serem os primeiros dentes a irromper);
(perda de inserção). • Acontecem usualmente devido a resposta exacerbada
Obs: quando se tem perda de inserção pode-se associar sempre à (muita) de anticorpos séricos.
periodontite.
Forma generalizada: geralmente (mas nem sempre) afeta pessoas
É classificada em crônica, agressiva e como manifestação com menos de 30 anos de idade.
sistêmica. Possuem:
Periodontite crônica
• Perda de inserção proximal que afeta, pelo menos,
Seguem as seguintes características: outros três dentes além dos 1° molares e incisivos;
• Natureza episódica intensa de destruição periodontal;
• Mais comum (se vê tradicionalmente nos pacientes de
• Pouca resposta de anticorpos séricos.
forma geral);
• Prevalência em adultos, mas podem ocorrer em crianças; Periodontite como uma manifestação de doença sistêmica
• Associada à placa e ao cálculo;
Seguem as seguintes características:
• Progressão de lenta a moderada, com possíveis períodos
de progressão rápida; • Distúrbios genéticos;
• Influenciado por fatores locais, sistêmicos e ambientais; • Distúrbios hematológicos;
• Alterações no mecanismo de defesa do hospedeiro;
A periodontite crônica pode ainda ser classificada em duas formas:
• Idade avançada;
• Forma localizada: menos de 30% dos sítios envolvidos; • Aparenta formas agressivas de periodontite;
• Forma generalizada: mais de 30% dos sítios envolvidos. • Condição sistêmica é o principal fator de predisposição;
• Fatores locais não claramente evidentes;
Obs: se for em uma região pequena é na forma localizada e se for
na boca inteira/região grande é na forma generalizada. Obs: pode-se classificar como uma periodontite crônica modificada
pela condição sistêmica (paciente com comprometimento
Podem variar de:
sistêmico).
• Leve: 1 a 2 milímetros de perda de inserção clínica;
Exemplo de manifestação de doença sistêmica:
• Moderada: 3 a 4 milímetros de perda de inserção clínica;
• Avançada: maior ou igual a 5 milímetros de perda de Síndrome de papillon-lefèvre
inserção.
• Leva a uma periodontite agressiva
Periodontite agressiva grave;
• Como condição clínica sistêmica
Seguem as seguintes características:
tem-se uma hiperqueratose dos pés
• Progressão rápida; e mãos;
• Paciente clinicamente saudável (individuo saudável • Função alterada dos neutrófilos;
sistemicamente); • Árvore genealógica.
• Ausência de grandes acúmulos de placa e cálculo;
Doenças periodontais necrosantes
Os motivos de uma nova classificação são: novos tipos de estudos, • Ausência de sangramento, edema e vermelhidão;
avaliação, espécies bacterianas e tipos de tratamentos. • Ausência de sintomas pelo paciente;
• Ausência de perda de inserção;
Nessa nova classificação foi a primeira vez que a parte de doença
• Nível ósseo entre 1 a 3 mm da JCE;
peri-implantar foi abordada. Nas anteriores falavam apenas da
doença periodontal.
Newman, Michael G. Carranza periodontia clínica / Michael G. Newman , Henry H. Takei ; tradução Andrea Favano , Cristina Cunha Villar. - 12.
ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2016.
Periodontia laboratorial nica (recurso eletronico) organizadores; o Kriger, Samuel Jorg s; coordenadora,
Maria Celeste Morita; autores, Rui Vicente Oppermann, Cassiano Kuchenbecker Rosing. o Paulo, dicas, 2013.
Periodontia e implantodontia, algoritmos de Hall para prática clínica/Lisa A. Harpenau; tradução Edson Jorge Lima Moreira , Carina Maciel da
Silva Boghossian. 5. ed. Rio de Janeiro: Santos, 2016.
Newman e Carranza, periodontia clínica / Michael G. Newman; tradução Flor de Letras; revisão científica Luciana Saraiva, Marinella
Holzhausen. - 13. ed. Rio de Janeiro : Gen, 2020.