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Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

Prótese Fixa II
Aula 1 - Consistência adequada para reprodução de
detalhes;
- Não se deformar ao ser removido;
Técnicas de moldagem em prótese fixa - Compatibilidade com os materiais de modelo
como gessos;
É o ato de reproduzir em negativo uma - Não distorcer durante o vazamento do molde;
determinada superfície. Consiste no conjunto - Passível de desinfecção;
de procedimentos clínicos para se reproduzir - Estabilidade dimensional.
uma copia negativa dos preparos dentais e
tecidos circunjacentes.
Materiais empregados
Tipos de moldagem • Moldagem inicial ou de estudo

1) Moldagem de estudo ou inicial ou Moldagem - Hidrocolóides irreversíveis: alginato.


de dia diagnóstico (feita com alginato);
• Moldagem final
2) Moldagem de trabalho ou Moldagem final
ou Confecção das próteses 1) Poliéter

A boa qualidade do material de - Possui boa precisão;


moldagem e dos gessos possibilitam a - São mais precisos que as mercaptanas e os
obtenção de modelos mais fieis, possibilitando silicones de condensação;
ao técnico e profissional a realização de - Vazamento imediato;
trabalhos mais precisos. - Desvantagens: rigidez, material hidrofílico,
tempo de trabalho reduzido, alto custo.
• A execução de uma boa moldagem
depende de três fatores: 2) Silicone de condensação

- Extensão do preparo; - Facilidade de manipulação e técnica de


- Término cervical do preparo; trabalho;
- Coroas provisórias confeccionadas - Maior alteração dimensional dos materiais de
corretamente. moldagem (subproduto: álcool);
- Tempo de vazamento: 60min;
Moldagem de trabalho - Baixa resistência a rasgamento.

3) Silicone de adição
• Características necessárias dos materiais
de moldagem:
- Conhecida também por Polivinil Siloxanas;
- Não apresentam subprodutos em sua reação;
- Baixa toxicidade; - Excelente estabilidade dimensional;
- Cor que facilite a visualização; - Excelente resistência ao rasgamento;
- Tempo de trabalho satisfatório; - Material mais preciso no mercado;

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- Ótima recuperação elástica;


- Bom tempo de trabalho.

Desvantagens

- Tem seu processo de polimerização alterado


na presença de ditiocarbamato, assim, o
material não deve ser manipulado com luvas de
látex;
- Deve-se uma hora para seu vazamento TÉCNICAS DE MOLDAGEM COM FIO RETRATOR
(reação de polimerização continua mesmo
após a remoção do molde da boca, podendo - Necessário anestesiar previamento ao
ocorrer alterações na textura superficial e procedimento em algumas situações;
formação de bolhas. - Remoção de coroas provisórias e limpeza dos
dentes preparados;
Técnicas de moldagem - Seleção do diâmetro do fio de acordo com as
características do sulco gengival;
- Tipo de vasoconstritor (evita o sangramento
• Denominadas de acordo com o material
gengival);
utilizado:
- Estado geral de saúde do paciente.
1) Técnica com casquetes individuais:
• Sequência de realização
- Possulfetos;
1) Isolamento do campo operatório com rolos
- Poliéters.
de algodão;
2) Corta-se um pedaço do fio suficiente para
2) Dupla mistura:
circundar todo o dente;
3) Com instrumento de inserção o fio é
- Silicone de condensação;
cuidadosamente introduzido no sulco gengival,
- Silicone de adição.
iniciando sempre pela face lingual ou palatina;
4) O material de moldagem já deve estar
3) Reembasamento ou dupla impressão:
preparado, juntamente com a moldeira
previamente selecionada;
- Silicone de condensação;
5) O tempo de permanência do fio no sulco
- Silicone de adição.
deve ser em torno de 5min.
• Denominadas de acordo com a técnica
Para que haja um efetivo afastamento
utilizada:
da margem gengival sem lesar as estruturas
profundas do periodonto de proteção, além de
1) Com fio retrator:
preparos com limites levemente intra-
sulculares, o fio deve estar com parte dele
- Reembasamento ou dupla impressão;
visível supragengivalmente. Quando não
- Dupla mistura.
visível, lesa as estruturas gengivais profundas e
provoca maior recessão
2) Sem fio retrator:

- Técnica com casquetes individuais.

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1) Reembasamento ou dupla impressão movimento lateral antes da polimerização do


material.
Técnica indicada tanto para o silicone
de condensação, quanto para o de silicone de
adição.
Essa técnica consiste em realizar uma
moldagem preliminar com material pesado ou
denso. Em seguida, uma segunda moldagem
com material de consistência fluida. 5) A pasta base e catalizadora do
material fluido são proporcionadas igualmente
1) Moldagem preliminar: material em uma placa de vidro. A espatulação ocorre
pesado (base e catalisador) deve ser com movimentos circulares contínuos para
proporcionado de acordo com as instruções do homogeneização da mistura.
fabricante.

6) A seguir, uma parte do material é


Obs: empo de mistura é em média 30 a colocada sobre os dentes na moldagem prévia.
40 segundos a uma temperatura aproximada Remove-se o fio retrator cuidadosamente e o
de 25º. material é injetado em toda região do sulco
gengival ao redor do preparo.
2) A moldeira previamente selecionada
é preenchida com o material denso e levada à
boca mantendo-a centralizada para conseguir
uma impressão uniforme.

7) A outra parte é carregada em uma


seringa de moldagem. Em seguida, leva-se a
moldeira em posição;
3) Aguarda-se o tempo de
polimerização (5 a 6 minutos) e remove-se o
conjunto com movimento único;

8) Após a polimerização, faz-se a remoção da


moldeira uma só vez.

4) Para o reembasamento com o


material fluido, realiza-se nos dentes um
pequeno alívio utilizando uma broca maxicut,
lâmina de bisturi ou executando um pequeno

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Obs: o molde deve ser lavado e seco; o Aula 2


vazamento deve ser imediato caso seja silicone
de condensação.
Núcleos metálicos fundidos
2) Dupla mistura
Frequentemente existem situações
- Conhecido também como técnica de um só clínicas relacionadas com a quantidade de
tempo; perda de estrutura coronária do dente que
- Os materiais leve e pesado são manipulados e causam dúvidas ao cirurgião-dentista. Os
usados simultaneamente; núcleos representam a reposição da estrutura
- O fio retrator é retirado no momento da coronária perdida com materiais dentários,
injeção do material leve; através de técnicas diretas ou indiretas.
- A pasta leve é colocada na seringa e injetada O objetivo dos núcleos metálicos
no sulco gengival; fundidos é permitir que o dente obtenha
- O material pesado é colocado na moldeira e características biomecânicas suficientes para
levado à boca comprimindo o fluido para ser retentor de uma prótese parcial fixa.
dentro do sulco gengival;
- Após a polimerização, o conjunto é removido
em movimento único.
Classificação dos núcleos
1) Núcleos de preenchimento

- Com ou sem retentor intra-radicular ou intra-


dentário;
- Dentes polpados: preenchimento;
- Dentes despolpados: intra-radicular.

2) Núcleos metálicos fundidos

Materiais dos pinos:

Diferença na moldagem entre a técnica de - Podem ser de fibra de vidro, rosqueáveis


reembasamento ou dupla impressão e dupla metálicos, fundidos, etc.
mistura.

Figura 1. Reembasamento Figura 2. Dupla mistura.


ou dupla impressão. • Pré-fabricados:

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• Individualizados ou anatômicos: • Considerações biológicas:

- Perda de estrutura dentária;


- Forma e comprimento das raízes;
- Suporte periodontal;
- Condição de tratamento endodôntico.

Núcleo metálico fundido


São indicados nos casos de grande
destruição coronária, nos quais o
remanescente coronário não é suficiente para
prover resistência estrutural ao material de
preenchimento, conferindo ao dente
condições biomecânicas de suportar uma
prótese em função. • Considerações mecânicas:

1) Núcleos intra-canal a) Comprimento

• Indicações: - Mínimo de 2/3 do


comprimento total do
- Dentes com tratamento endodôntico; remanescente;
- Dentes com remanescente coronário (baixa - Remanescente de
resistência); material obturador
- Dentes que perderam mais de 2/3 de (mínimo de 3,0 a
remanescente coronário; 5,0mm);
- Dentes que receberão carga mastigatória - O pino em dentes posteriores não necessita
significativa. ser tão longo, quanto os dentes anteriores. O
canal de trabalho principal é o de maior
• Vantagens: diâmetro;

- Melhor adaptação;
- Boa rigidez;
- Radiopacidade;
- Menor película de agente de cimentação
(adapta corretamente);
- Paralelismo em PPF;
- Preparo com espessura homogênea. - Se os pinos forem muito curtos, gera efeito de
cunha, levando à fratura;
• Desvantagens:

- Custo laboratorial;
- Duas sessões clinicas;
- Pode causar efeito de cunha;
- Cor desfavorável (no caso de coroas metal
free).

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- Quando possui dentes multirradiculares com Importância do diâmetro radicular do pino:


condutos divergentes:
- Retenção;
1) Dente com remanescente: preparo de 2 - Resistência do pino;
condutos; - Quanto maior o diâmetro, maior será a
2) Dente sem remanescente: preparo de 3 retenção e resistência, porém há um maior
condutos. risco de enfraquecimento da raiz.

Diâmetro ideal do pino:

- 1/3 do diâmetro total da raiz;


- Pelo menos 1mm de diâmetro em sua porção
apical;
- Espessura maior de dentina na face vestibular
Mediadas do pino:
dos dentes anteriores superiores.
- 2/3 do comprimento total do remanescente
c) Conicidade
dental;
- Metade do suporte ósseo da raiz envolvida
- Deve ser cônico pois a
(dentes com perda óssea).
maioria das raízes são
cônicas, e deve
acompanhar essa
Razão para o comprimento adequado do
anatomia radicular;
núcleo:
- Para que a estrutura
radicular suporte à carga mastigatória sem
- Distribuição mais uniforme das forças
fratura;
oclusais.
- Gera uma uniformidade do volume dentário e
radicular.
Em casos de tratamento endodôntico parcial,
deve-se observar:
Preparo do remanescente dentário
- Tempo de tratamento;
- Presença de lesão apical. Deve-se preservar o máximo de
estrutura dentária para manter a resistência do
b) Diâmetro dente e aumentar a retenção.

- O aumento do 1) Avaliação do retentor


diâmetro dos pinos não
é uma maneira segura Quando há estrutura coronária para receber
de melhorar a forças mastigatórias, deve-se avaliar:
retenção, pois destrói e
enfraquece a estrutura - Características do tipo de prótese indicada;
dental; - Remoção do cimento provisório;
- O ideal é que o pino - Eliminação das retenções da câmara pulpar.
apresente um diâmetro
correspondente a 1/3 do Quando não há estrutura para receber forças
diâmetro total da raiz. mastigatórias, deve-se avaliar:

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- O núcleo recupera a parte da estrutura • Material utilizado:


coronária.
- Resina acrílica autopolimerizável vermelha
2) Remoção do tecido cariado (Duralay);
- Pinjets.
3) Preparo coronário inicial
• Sequência clínica:
- A presença de uma pequena caixa no interior
da raiz direciona a força mais próxima do a) Dente unirradicular
sentido vertical;
- Base de sustentação para o núcleo deve ser 1) Preparo do bastão
no mínimo 1,0mm.
- Deve-se estender 1cm além do
4) Preparo do conduto remanescente, e atingir a porção apical. Deve
existir espaço entre o bastão e as paredes
Fatores a serem analisados para propiciar axiais.
retenção:
2) Lubrificação do conduto e porção radicular
- Comprimento da raiz;
- Inclinação das paredes do canal; 3) Molda-se o conduto com resina acrílica,
- Diâmetro da raiz; levando a resina com o auxílio de um pincel.
- Característica superficial. Deve-se verificar a adaptação, retirando o pino
algumas vezes do conduto e retornando
5) Moldagem/ modelagem novamente para que não fique retido. Após a
polimerização confecciona-se o núcleo dando a
6) Prova e cimentação ele a forma pretendida de acordo com a coroa
utilizada.
A prova depende de 3 fatores:
b) Dentes multirradiculares
- Adaptação;
- Exame radiográfico; Segue os mesmos princípios descritos
- Passividade. anteriormente para os dentes unirradiculares,
porém confecciona-se os pinos
A cimentação é a etapa final do resultado do separadamente.
trabalho, para que consiga adaptação e fixação
dele. Pode ser feita com cimento de fosfato de 2) Técnica indireta
zinco e cimento resinoso.
É a técnica de confecção de núcleos,
Técnicas de confecção que exige moldagem dos condutos e da porção
coronária remanescente com elastômero,
obtendo-se um modelo de gesso no qual os
1) Técnica direta núcleos são esculpidos e fundidos no
laboratório.
É a técnica de confecção de núcleo na São mais indicados quando há
qual o conduto é moldado ou modelado e a necessidade de confeccionar núcleos para
parte coronária esculpida diretamente na boca. vários dentes ou para dentes com raízes
divergentes.

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• Sequência clínica: Aula 3

1) Preparo do remanescente e dos condutos;


2) Adaptação de um pino com comprimento Técnicas de cimentação em
um pouco maior que o conduto e com ligeira
folga em toda extensão da raiz. Este deve prótese fixa
apresentar alguma retenção em sua
extremidade oclusal; A cimentação é a fixação de uma ou
3) Manipulação do material de moldagem; mais restaurações indiretas ao suporte
preparado, com agente cimentante
4) Levar o material aos condutos com uma previamente selecionado.
broca de lentulo em baixa velocidade;
• Objetivos da cimentação
5) Moldar a parte coronária com seringa
apropriada; - Assentamento do material restaurador;
- Preencher a interface dente/restauração;
6) Vazar o gesso (tipo IV) para obtenção do - Vedamento marginal, impedindo a
modelo; penetração de fluídos orais e bactérias

7) Confecção do núcleo. A cimentação pode ser temporária ou


definitiva:
Obs: para condutos divergentes serão
confeccionados núcleos separados. 1) Cimentação temporária

Consiste na fixação de prótese


provisória ao seu suporte, por meio de um
agente temporário, durante um determinado
período de tempo.

• Vantagens:

- Adaptação cervical;
- Forma dos pônticos e retentores;
- Hipersenbilidade dentinária;
- Regressão ou não de lesões periapicais;
- Avaliação dos tecidos periodontais, função
mastigatória, oclusão, fonética, estética e
psicológica.

• Desvantagens:

- Ocorre a dissolução do agente cimentante, o


que pode levar a queda da prótese, cáries e
exacerbação de problemas periodontais;
- Necessidades de revisões periódicas;
- Pacientes assintomáticos/ controle;

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- Dificuldade de remoção de excessos (após a • Agentes cimentantes definitivos:


cimentação provisória e previamente à
cimentação final). - Cimento de fosfato de zinco;
- Cimento de ionômero de vidro;
• Agentes cimentantes temporários: - Cimento de ionômero de vidro modificado por
resina;
- Cimento de óxido de zinco e eugenol (não é - Cimento resinoso.
muito utilizado pois o augenol interfere na
presa da resina acrílica. Ex: Temp-Bond); 1) Cimento de fosfato de zinco

- Cimento de óxido de zinco sem eugenol (Ex: • Vantagens:


Temp-Bond NE, TempCem).
- Alta rigidez;
- Cimento de hidróxido de cálcio (Ex: Hydro C, - Moderada resistência;
Hydcal). - Fácil manipulação;
- Baixo custo;
2) Cimentação definitiva - Comprovação clínica.

Consiste na cimentação final, onde é • Desvantagens:


feita a fixação por tempo indeterminado de
uma restauração indireta ao suporte - Irritação pulpar (nas primeiras 24h possui um
preparado, por meio de um agente cimentante. pH mais ácido, podendo causar sensibilidade
pós-operatória);
• Requisitos (agente cimentante ideal) - Falta de adesão a estrutura dental (retém a
peça através do embricamento mecânico);
- Adesividade; - Pobre selamento marginal;
- Insolubilidade; - Possui solubilidade maior se comparado aos
- Bom vedamento marginal; outros cimentos.
- Isolante térmico, elétrico e mecânico;
- Compatibilidade biológica; • Principais indicações:
- Bactericida;
- Fácil utilização; - Retentores intra-radiculares (núcleo metálico
- Baixo custo; fundido);
- Pequena espessura de película; - Coroas e próteses fixas com metal e sem
- Compatibilidade com sistemas adesivos, no metal (infraestrutura em zircônia ou alumina).
caso dos cimentos resinosos;
- Alta resistência à compressão e tração. Obs: nunca utilizar para cimentação de pino de
fibra de vidro!
Obs: hoje, o único cimento que não tem adesão
é o fosfato de zinco.

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• Cimentação de retentores intra- 2) Cimento resinoso


radiculares
• Vantagens:
1) Limpeza e secagem dos condutos
radiculares; - União micromecânica entre tecidos dentais,
ligas metálicas e superfícies cerâmicas;
- Alta resistência;
- Baixa solubilidade.

• Desvantagens:

- Contração de polimerização;
2) Manipulação adequada do cimento: - Infiltração marginal;
proporção adequada de pó e líquido. Aglutinar - Difícil remoção de excessos;
a menor porção ao líquido. Continuar - Sensibilidade da técnica.
aglutinando até o aspecto final da espatulação,
até formar um fio; • Principais indicações:

- Próteses adesivas;
- Aparelhos ortodônticos;
- Retentores intra-radiculares (pino de fibra de
vidro ou núcleo metálico fundido);
- Coroas e próteses fixas com metal e sem
3) Levar o material ao conduto com uma broca
metal.
de lentulo carregada com cimento. O cimento
deve ser depositado de encontro às paredes do
Obs: em casos de estruturas metálicas, o
conduto;
cimento resinoso deve ser autopolimerizável.

• Classificação dos cimentos resinosos:

- Autopolimerizável;
- Fotopolimerizadores;
4) Colocação de cimento na porção apical do - Dual (reação dupla).
núcleo metálico fundido;
• Cimentação de porcelana

1) Cuidados da peça:

- Ácido fluorídrico a 10% em cerâmica


feldspática: 1min; em cerâmica a base de
5) Ligeira pressão digital inicial para dissilicato de lítio: 20segs (promove retenções
escoamento do excesso. micromecânicas em cerâmica);

Figura 3. Antes do Figura 2. Depois do


condicionamento com condicionamento com
ácido fluorídrico. ácido fluorídrico.
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- Silanização: aumenta a resistência de união na - Fácil manipulação;


interface. - Radiopacidade;
- Estética;
- Custo.

• Cuidados quanto ao paciente:


Figura 4. Silanização da peça.

2) Cuidados no dente: - Controle da salivação através do isolamento


relativo;
- Isolamento relativo; - Posicionamento para cimentação.
- Profilaxia com Pedro pomes;
- Limpeza do preparo com cloredixina 2%. • Quanto ao cimento:

- Seleção do cimento de acordo com o caso


clínico;
- Manipulação segundo recomendações do
fabricante.

Seleção do agente cimentante O desafio para o cirurgião-dentista


clínico está em fazer o melhor uso dos
Deve-se levar em consideração se a cimentos, atualmente à disposição no
cimentação será temporária ou definitiva, e mercado, buscando combinar capacidade de
considerar diversos fatores, que se não forem selamento marginal com as propriedades
observados, prejudicarão todo o resultado final mecânicas, químicas e longevidade,
satisfatório de uma prótese. fundamentais para as próteses definitivas.

• Determinada pelas condições clínicas • Sequência clínica:


disponíveis:
- Orientação ao paciente em relação aos
- Quanto ao preparo (ex: se for necessário cuidados de higienização;
maior adesão, utilizar cimento resinoso); - Remoção dos excessos;
- Testes dos contatos oclusais.
- Quando ao tipo de peça protética (ex: se for
cerâmica pura, utilizar cimento resinoso; se for • Cuidados com prótese parcial fixa:
metalocerâmica, utilizar cimento de fosfato de
zinco); - Adequadamente planejada;
- Coroas provisórias corretamente adaptadas;
- Quanto à vitalidade pulpar. - Moldagem com materiais precisos;
- Gesso de melhor qualidade;
• Determinada pelas propriedades - Fundição/ metal de excelente reprodução
mecânicas, biológicas e físicas: marginal;
- Aplicação de porcelana altamente estética.
- Resistência;
- Adesividade;
- Solubilidade (quanto menor, melhor);
- Biocompatibilidade;
- Espessura mínima de película;

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• Após a cimentação, quando a coroa fica Aula 4


“alta”

- Não ocorre escoamento do excesso de Prótese fixa adesiva


cimento, levando ao desajuste cervical e
discrepância oclusal; Esse tipo de prótese está limitado aos
- A espessura de cimento retida na interface casos em que os dentes pilares estão íntegros
oclusal é determinante direta da adaptação ou apresentam pequenas restaurações, com as
marginal. faces vestibulares em bom estado estético. E
também só é indicada quando não é possível
realizar implantes.

Indicação
Figura 5. Adaptação inadequada. Figura 6. Adaptação
correta, com escoamento - Retentores de PPF nas regiões anteriores e
do cimento. posteriores

Contraindicações
- Quantidade insuficiente de estrutura dentária
ocasionado pela presença de cáries ou
restaurações extensas;
- Espaços protéticos extensos (mais de dois
pônticos);
- Dentes com deficiência estética;
- Espaço edêntulo com extensão mesiodistal
maior que 9 e 11 mm para próteses anteriores
e posteriores, respectivamente;
- Impossibilidade de o espaço interoclusal
permitir conexões com dimensões mínimas de
9mm2 a 12mm2 para próteses anteriores e
posteriores, respectivamente;
- Dentes com coroa clínica curta;
- Paciente portadores de parafunção;
- Quando estiver indicada prótese sobre
implante.

Vantagens
- Conservação da estrutura dentária, pois o
desgaste é reduzido;
- Possibilidade de manter margens
supragengivais;
- Dispensa a confecção de coroas provisórias na
grande maioria dos casos;

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- Manutenção da estética proporcionada pelos • Caixa proximal:


próprios dentes do paciente;
- Redução do tempo clínico; - Altura e largura de 4mm;
- Redução de custos. - Distância axiopulpar de 2mm;
- Paredes com expulsividade em torno de 6º;
Desvantagens - Ângulos internos arredondados e ângulo
cavo-superficial entre 60 e 90º em relação à
face proximal.
A cerâmica é um material friável e que
pode fraturar pela ação das forças de tração,
então não é indicado esse tipo de prótese nas
seguintes situações:

- Na região de segundos molares;


- Em pônticos com dimensão mesio-distal
maior que 10mm; Figura 7. Características dos preparos de inlay.
- Em pacientes portadores de parafunção;
- Em dentes com coroa clínica curta (menor
que 4mm).

Características do preparo
Figura 8. Preparo do tipo inlay para prótese adesiva. Para a
O preparo com finalidade protética tem abertura das caixas, foi utilizada uma ponta diamantada
tronco-cônica com extremidade plana e bordas arredondadas
o objetivo de conferir à prótese retenção e com 1mm de diâmetro.
estabilidade, a fim de não sobrecarregar a
interface dente/cimento/cerâmica.
Para dentes posteriores, o preparo
pode ser do tipo inlay ou onlay, e suas
características dependerão da integridade dos
dentes pilares.
Figura 9. PPF adesiva em cerâmica cimentada.

a) Dentes íntegros b) Dentes com restaurações extensas

Em dentes íntegros ou com pequenas Para dentes com restaurações extensas,


restaurações, o preparo deve ser do tipo inlay, são indicados preparos do tipo onlay. Além das
com caixas nas faces oclusal e proximais. características do preparo para inlay já
descritas, os preparos para onlay devem
• Dimensões da caixa oclusal: apresentar também:

- 2mm de largura; - Desgaste (rebaixamento) das cúspides de


- 2mm de profundidade; 2mm;
- 6º de expulsividade das paredes; - Desgaste das vertentes funcionais das
- Ângulos arredondados e ângulo cavo- cúspides de contenção de 1,5 a 2,0mm;
superficial de 90º. - Ombro com 1,5mm de desgaste com
arredondamento do ângulo formado com a
paredes axial.

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c) Dentes anteriores

Para dentes anteriores, o preparo deve


se estender somente nas faces lingual e
proximais, permanecendo pelos menos 0,5mm
distante dos pontos de contatos dos dentes
Figura 10. Característica dos preparos de onlay.
adjacentes.

Devido à giroversão do pré-molar e à • Características do preparo:


mesialização do molar, optou-se por realizar o
preparo do tipo onlay. - Paredes axiais com desgaste de 0,5mm;
- Paredes axiais ligeiramente inclinadas para
incisal;
- Término cervical em ombro com
arredondamento do ângulo com as paredes
axiais e preferencialmente em esmalte;
- Degrau na região do cíngulo, para servir de
Figura 11. Mesialização do elemento 47 e giroversão do apoio para a prótese durante sua inserção;
elemento 45. Será confeccionado um preparo tipo onlay.
- Ângulos internos arredondados.
O preparo do pré-molar envolveu a
restauração da caixa
oclusal, a seguir foi feito
o preparo da caixa
proximal e rebaixamento
da cúspide lingual para
melhorar a anatomia
oclusal e proximal e da Preparo com
região correspondente à 0,5mm de profundidade
cúspide mesio-lingual e conformação do
para regularização do término cervical em
plano oclusal. ombro arredondado. O
No molar, foi desgaste dessas faces é
feita uma caixa oclusal feito de forma com que
englobando a elas fiquem com pouca
restauração e os expulsividade para
preparos da face proximal e da região conferir alguma forma de
correspondente à cúspide mesiolingual para retenção e resistência ao
regularização do plano oclusal. preparo.
O preparo das caixas oclusal e proximal, O desgaste nas
a redução da cúspide e o preparo do término faces proximais foi
cervical foram realizados com uma ponta deixado 0,5mm aquém dos pontos de contato
diamantada com extremidade plana e borda dos dentes vizinhos.
arredondada. Foram utilizadas pontas diamantadas
com extremidade plana e bordas arredondadas
para os desgastes das faces axiais e
cervicopalatina e do cíngulo; e aponta

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diamantada em forma de pera para o desgaste do paciente, e a moldam-se somente as pontas


da concavidade palatina. de cúspides e a face incisal dos dentes
superiores.
Aula 5

Registros oclusais e montagem em


articulares semiajustáveis
O objetivo da montagem dos modelos
2) Após o resfriamento da godiva,
no ASA é a reprodução do relacionamento
remove-se o garfo e faz-se a remoção de todos
oclusal do paciente com finalidades básicas:
os excessos de godiva, para que somente as
pontas de cúspides e as faces incisais fiquem
- Estudo da oclusão;
demarcadas.
- Confecção de próteses fixas, totais ou
removíveis ou de aparelho interoclusais
Obs: na ausência de dentes posteriores
(placas).
ou anteriores, faz-se a impressão da superfície
oclusal do rebordo sem pressionar a mucosa,
Em ambos os casos, o objetivo principal
para que o modelo possa assentar-se
é a reprodução o mais fiel possível das posições
corretamente nas impressões presentes no
estáticas e dinâmicas da mandíbula em relação
garfo.
à maxila.
3) O garfo deve permanecer imóvel
Técnicas de registro para modelos durante a colocação do arco facial. Para isso,
colocam-se três pontos de godiva na parte
de estudo e trabalho inferior do garfo.

O objetivo do ASA é simular os 4) O arco facial é posicionado


movimentos mandibulares e diminuir o tempo introduzindo sua articulação na haste do garfo
clínico gasto no ajuste oclusal das próteses. e mantendo-a o mais próximo da haste. Em
seguida, as olivas são introduzidas nos meatos
a) Montagem do modelo superior – arco auditivos externos do paciente, que deve
facial manter o arco em posição com as mãos,
fazendo uma leve pressão para frente e para
O arco facial permite a montagem do cima, para ficar o mais próximo possível dos
modelo superior no ASA na mesma posição côndilos.
espacial que a maxila apresenta em relação ao
crânio. Permite transferir para o ASA a distância
intercondilar do paciente e o eixo de rotação
existente nos côndilos.

1) Primeiramente é colocado um garfo


na boca do paciente com três pontos de godiva
de baixa fusão, sendo um na região anterior e
outros dois na região posterior. A haste do
garfo deve coincidir com a linha média da face

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Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

5) A seguir, o relator nasion é 11) Para montagem do modelo


posicionado na depressão existente na base do superior, o pino incisal deve ser removido do
nariz, e apertam-se todos os parafusos. O ramo superior do articulador.
relator nasion é fixado sobre a barra transversal
do arco. Nesta fase, verifica-se a distância 12) O modelo de gesso é posicionado
intercondilar, que pode ser pequena, média ou nas impressões criadas no garfo.
grande, determinada na parte frontal do arco
pelas letras P, M ou G ou pelos números 1, 2 e 13) Para a fixação do modelo na placa
3, conforme a marca do articulador. de montagem, usa-se inicialmente uma
pequena quantidade de gesso especial, que
6) A remoção do arco é feita soltando- recebe uma complementação com gesso pedra
se o parafuso localizado no centro da barra após sua presa.
transversal do arco. O paciente deve abrir a
boca lentamente. 14) Aguarda-se a presa, e remove-se
cuidadosamente o arco facial do articulador e
7) Para montagem do modelo superior coloca-se o pino incisal com sua extremidade
no ASA, os elementos condilares que simulam arredondada em contato com a mesa incisal,
os côndilos das ATMs apresentam três posições para manter o ramo superior contra o ramo
de montagem, de acordo com a distância inferior.
intercondilar determinada pelo arco.

Obs: nesta fase, a inclinação


anteroposterior do guia deve ser ajustada em
30º, e o ângulo de Benett, em 15º. Os postes
condilares do ramo inferior também devem ser
ajustados de acordo com a distância
intercondilar já determinada no ramo superior.

8) Após a placa de montagem ser


parafusada no ramo superior do articulador, o
arco facial é posicionado contra o corpo do
articulador com uma das mãos, enquanto a b) Montagem do modelo inferior – registro
outra mão encaixa os pinos situados nas faces em relação cêntrica (RC)
externas dos guias condilares nos orifícios
existentes nas olivas de plástico. A RC é uma posição craniomandibular,
e não depende da presença de dentes para sua
9) Em seguida, o conjunto arco facial/ determinação. Seu registro deve ser obtido
ramo superior é posicionado nas esferas com os dentes separados o mínimo possível.
condilares situadas no ramo inferior do Para isso, é confeccionado um JIG, que tem
articulador. como objetivo desprogramar a memória dos
mecanorreceptores localizados no ligamento
10) O conjunto arco facial/ ramo periodontal para tornar mais fácil a
superior do articulador fica apoiado na mesa manipulação da mandíbula em RC.
incisal do ramo inferior do articulador.
1) Primeiramente, o dente deve ser
isolado com vaselina ou papel-alumínio para
evitar a adesão da resina acrílica.

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Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

2) A resina deve ser colocada sobre os - Durante a manipulação, o paciente não deve
dentes ainda na fase plástica, e manipula-se a sentir qualquer tipo de sintomatologia na
mandíbula na posição de RC durante sua região da ATM. Caso isso ocorra, deve-se
polimerização. primeiro tratar a patologia e depois realizar os
procedimentos de obtenção de registro da RC.

5) O registro é realizado com cera


plastificada ou silicone de adição. Após retirado
da boca, ele é colocado sobre os dentes do
modelo superior.

3) É feito o acabamento do JIG, que


deve apresentar estabilidade e apenas um
ponto de contato com um dos dentes
antagonistas, permitindo a mínima separação
dos dentes posteriores.

4) A seguir, é feita a manipulação da 6) O modelo inferior é posicionado


mandíbula através da técnica de bilateral de contra o registro com o ASA virado ao
Dawson: contrário, e ambos devem ser unidos com
elástico ou palitos fixados nos modelos com
- Os polegares são colocados no mento do godiva ou cera pegajosa.
paciente, e os outros dedos são distribuídos na
base da mandíbula;

- Com o paciente em posição, o profissional se


posiciona atrás dele e estabiliza a cabeça contra
seu abdome, realizando movimentos de
abertura e fechamento; Obs: nesta fase é importante que o pino
- Os dedos devem pressionar levemente a incisal seja aumentado 1 a 2 mm para
mandíbula para cima, para que os côndilos compensar a espessura do registro.
assumam uma posição mais superior contra a
eminência articular, com o disco interposto 7) Para montagem dos modelos em RC,
entre essas estruturas; as esferas condilares devem permanecer
- O movimento deve ser lento, suave e não corretamente localizadas nas guias condilares,
deve ultrapassar 2 cm, para que os côndilos ou seja, na intersecção das paredes lateral e
realizem somente o movimento de rotação; posterior.

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Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

8) Após a pressa do gesso, os guias


devem ser ajustados em medidas médias, ou Referências:
seja, 30º para inclinação e 15º para o
movimento de Bennett. • Material de apoio cedido pelos professores
da disciplina;
9) Após a montagem dos modelos no • Pegoraro, Luiz Fernando, et al. Prótese Fixa:
ASA, deve-se conferir se os contatos oclusais do bases para o planejamento em reabilitação
modelo correspondem com os da boca na oral. Artes Médicas Editora, 2013
posição de RC. Utilizando uma fita apropriada
para detectar contatos oclusais, determina-se Recado para você que adquiriu essa apostila:
quais dentes apresentam contatos nessa
posição. Na sequência, os contatos são Caso tenha alguma dúvida, entre em contato
demarcados com fita evidenciadora. comigo ou tire essa dúvida com algum
professor. Talvez possa ter coisas diferentes da
Obs: esse procedimento é repetido na forma que você aprendeu, mas isso não quer
boca, e caso não se confirme a exatidão da dizer necessariamente que eu ou você
montagem, deve-se realizar novo registro e estejamos errados. Professores e autores têm
nova montagem no ASA. diferentes pontos de vista as vezes.
Essa apostila não pode ser vendida por
IMPORTANTE: na ausência de dentes terceiros e nem plagiada. Plágio é crime de
anteriores/ e ou posteriores, os registros violação aos direitos autorais no Art. 184.
devem ser confeccionados usando bases de Obrigado e bons estudos! :)
resina acrílica com estabilidade e retenção,
sobre as quais serão confeccionados planos de E-mail p/ contato:
cera e/ou registros em resina para contatar os hurianmachado@hotmail.com
dentes antagonistas.
Ah, se por acaso você postar algum story no
Instagram estudando por essa apostila, me
marca para que eu reposte :)

Instagram: @DOUTOR_SORRISO

Figuras B, C e D: vistas
dos registros da RC em
um plano de cera
confeccionado sobre
uma chapa de prova na
maxila e de extensões em resina confeccionadas
sobre a chapa de prova na mandíbula para contatar os
dentes antagonistas. Nesse caso, o plano de cera faz a
função do JIG. Figura E: modelos montados no ASA
com os registros em posição.

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