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Hurian Machado – Odontologia UNIG

PERIODONTIA II
Aula 1 • Partes constituintes:

INSTRUMENTAIS EM PERIODONTIA
Os instrumentos periodontais são
desenhados para propósitos específicos, como
remoção de cálculo, alisamento das superfícies 1.Cabo: liso ou estriado; empunhadura;
radiculares, curetagem da gengiva e remoção identificação;
do tecido doente. 2. Lâmina: em contato com o dente; simples ou
dupla;
3.Haste: liga o cabo a extremidade ativa;
OBJETIVO angulada; mais fina.

- Diagnóstico da doença periodontal; • SONDAS PERIODONTAIS


- Remoção do biofilme e cálculo dental;
- Alisamento da superfície radicular. São usadas para localizar, mensurar e
indicar bolsas, assim como determinar seus
FINALIDADE cursos em superfícies dentárias individuais. É
um instrumental indispensável para o exame
periodontal e diagnóstico.
- Exame clínico;
- Raspagem;
- Cirurgia periodontal. • Características:

- Extremidade ativa calibrada em mm;


TIPOS DE INSTRUMENTAIS - Ponta arredondada;
- Pressão controlada.
a) Instrumentais manuais

- Garantem boa sensação tátil;


- Procedimento mais demorado;
- Requer correta e frequente afiação;
- Supra e sub gengival;
- Alisamento radicular.

• Características:

- Delicado; ➳ Sonda UNC – Carolina do Norte 1 a 15mm


- Leve;
- Resistente;
- Rígido;
- Facilidade de afiação.

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➳ Sonda de Williams – 1,2,3, 5,7,8,9,10mm • CURETAS

São instrumentos delicados utilizados


para raspagem supra e subgengival, alisamento
radicular e remoção do revestimento de tecido
mole da bolsa.

a) Universais
• Indicações:
- Indicadas para qualquer superfície dentária;
- Presença ou ausência de bolsas periodontais; - Possui ambos bordos cortantes.
- Perda de inserção conjuntiva; - Ex: MacCall
- Presença de cálculos subgengvais.
Dentes anteriores: 13-14
• Erros de sondagem:

- Calibre da sonda: sondas


mais calibrosas dificultam a Dentes posteriores: 17-18
penetração na bolsa
periodontal;
- Força de sondagem: 0,25N;
- Grau de inflamação: tecidos edemaciados b) Específicas
apresentam uma profundidade de sondagem
maior (pseudobolsas). - Características especiais que permitem
acesso máximo a uma área em particular;
- Possui somente um ângulo de corte;
➳ Sonda de Nabers
- Ex: Gracey.
- Extremidade ativa curta;
- Ponta arredondada; ➳ Gracey nº 1-2/3-4: dentes anteriores;
- Maior calibre que sonda exploradora; ➳ Gracey nº 5-6: todas as faces de dentes
- Indicada para dentes com bi ou trifurcação. anteriores (pré a pré);
➳ Gracey nº 7-8/9-10: faces livres de
posteriores;
➳ Gracey nº 11-12: mesial de posteriores;
➳ Gracey nº 13-14: distal de posteriores.

Furca de grau I Furca de grau II Furca de grau III

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• FOICES 0-00/0-01 b) Instrumentais ultrassônicos

São instrumentos brutos que têm a - Convergem corrente elétrica em energia


função de remover cálculo supragengival. mecânica na forma de vibrações;
- Remove biofilme e cálculo por meio da ação
Características: mecânica.

- Ângulo de corte reto (90º); • Vantagens


- Corte transversal triangular;
- Ponta ativa pontiaguda; - Movimentos rápidos
- Movimento de tração. - Menor fadiga para o profissional;
- Indicada para interproximais de anteriores e - Extremidade ativa longa.
supragengival.
• Desvantagens
• LIMAS PERIODONTAIS
- Não fornece sensibilidade tátil ao profissional;
São usadas para - Complemento manual após o uso.
remover cálculo subgengival
retentivo e o cemento • Contraindicação
alterado, alisamento radicular
e são indicadas para locais de difícil acesso para - Pacientes portadores de marca-passo;
curetas. Utilizadas também para remoção de - Pacientes com doenças infectocontagiosas.
grandes massas de cálculo subgengival.
EMPUNHADURA
Características:
- Caneta modificada;
- Faces livre e proximais; - Polegar e indicador seguram o cabo;
- Dentes anteriores e Posteriores; - Anelar apoiado na haste.
- Possui uma série de lâminas sobre uma base;
- Penetram até o fundo da bolsa.

➳ Dunlop:

- Dentes anteriores: 4-5/1-2: V e L; 3-7: M e D;


- Dentes posteriores: 3-7: V e L; 1-2: M e D. ERGONOMIA

➳ Hirschefeld: - Sentar-se com as coxas paralelas ao chão;


- Costas apoiadas no mocho;
- Dentes anteriores: 9-10/5-11: V e L; 3-7: M e - Pés apoiados no chão;
D; - Cadeira na altura do
- Dentes posteriores: 3-7: V e L; 5-11: M e D. cotovelo dobrado, cotovelo
apoiado ao corpo;
AFIAÇÃO - Altura do mocho: formando
um ângulo de 95º nos
- Restaurar o bordo cortante sem alterar a sua
joelhos;
forma original;
- Melhora sensibilidade tátil;
- A cabeça do
- Maior precisão e eficiência. manequim/paciente se

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movimenta, portanto faça a adaptação para Aula 2


melhor desempenho do seu trabalho.

• Arcada superior EXAME CLÍNICO E RADIOGRÁFICO


- Cadeira totalmente deitada, em 180º; NA PERIODONTIA
- Cabeçote para baixo e refletor para frente.
OBJETIVO PRINCIPAL
• Arcada inferior

- Cadeira inclinada em 120º (o paciente Colher informações e dados de forma


levemente sentado); organizada e sequenciada, estabelecendo um
- Cabeçote para cima e refletor em cima da diagnóstico preciso da patologia ou lesão,
boca do paciente (distante). objeto de nossa investigação.

- Anamnese;
- Exame clínico (extra e intra-oral);
- Exame radiográfico;
- Interpretação de exames complementares.

AVALIAÇÃO DA SAÚDE GERAL


Para identificar paciente que estão
tomando drogas ou medicamentos, que
poderiam interagir de maneira adversa com
outras drogas a serem prescritas, complicando
o tratamento dentário, ou que poderiam servir
como indício para doenças subjacentes que o
paciente não mencionou.

ANAMNESE
• Perguntas básicas:

- No que eu poderia ajuda-lo?


- Faz uso rotineiro de algum tipo de
medicamento?
- Quais os medicamentos utilizados?
- Tem o hábito de submeter-se a exames
médicos periódicos?
- É alérgico a algum tipo de medicamento ou
substância?
- É fumante?
- Já realizou algum tipo de tratamento
periodontal especializado? Há quanto tempo?

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patológicos. Utilizamos a sonda periodontal,


EXAME CLÍNICO EXTRA-ORAL levando em consideração a distância existente
entre a margem gengival e o fundo do sulco.
➳ Deve-se observar: São utilizados seis pontos de
mensuração. São eles:
- Periferia de lábio e bochecha;
- Espessura de lábio; - Vestibular, mesio-vestibular e disto vestibular;
- Tipo de sorriso. - Palatino/lingual, mesio-palatino/lingual e
disto-palatino/lingual.
EXAME CLÍNICO INTRA-ORAL Bolsa periodontal:
pode ser definida como
➳ Deve-se observar: migração da margem
gengival no sentido apical
- Estado geral das mucosas; sobre a superfície radicular,
- Língua; posicionando-se além da
- Condição gengival; junção amelo-cementária.
- Condição periodontal;
- Condição dental. • Verificação da mobilidade

• Condições gengivais A perda de estrutura


de suporte, decorrente da
- Cor; evolução da doença
- Forma; periodontal, pode gerar um
- Volume; aumento da mobilidade
- Aspecto superficial; dental, que, se estiver
- Presença de exsudatos; presente, deverá ser verificada e classificada
- Tipo de sangramento; clinicamente. Verificamos a mobilidade da
- Inserção de freios e bridas. seguinte maneira: pressionamos os dentes, de
vestibular para lingual, com o cabo de dois
• Condição periodontal instrumentos colocados sobre a superfície
vestibular e lingual.
- Sondagem (verificação da profundidade do
sulco); a) Grau I: movimento que mal se percebe.
- Mensuração do nível de inserção;
- Avaliação da mobilidade; b) Grau II: movimento de até um
- Verificar integridade da região de furca milímetro horizontalmente (V-L);
(lesões de furca).
c) Grau III: movimento de mais de um
• Sondagem milímetro horizontalmente (V-L) e
intrusivo.
Meio de investigação
clínica cujo objetivo principal é
verificar a profundidade do
sulco gengival, determinando
se sua medida está dentro de
padrões normais ou

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• Lesão de furca
CONDIÇÃO DENTAL
Para detecção clínica
iremos utilizar a sonda de Durante o exame clínico devemos observar
Nabers, introduzida de vestibular algumas condições relativas a dentes, como:
para lingual (molares inferiores) - Dentes ausentes;
e mesial/distal, distal/mesial e - Dentes com indicação para exodontia;
vestibular/palatina em molares - Presença de cárie ou restaurações mal
superiores. adaptadas;
- Facetas de desgaste;
As lesões podem ser classificadas - Migração dental.
quanto ao:
EXAME RADIOGRÁFICO
a) Componente Horizontal de Perda Óssea
A importância do exame radiográfico
- Classe I: perda horizontal de suporte em periodontia é indiscutível. Sua condição de
periodontal não excedendo um terço da exame auxiliar, entretanto, torna imperativa a
largura do dente (menos de 3mm). correlação da imagem radiográfica com o
exame clínico. Fornece informação da altura e
- Classe II: perda horizontal de suporte da configuração do osso alveolar interproximal.
periodontal excedendo um terço de largura do
dente (3mm ou mais), mas não atingindo a
• Limitações do exame radiográfico
largura total da área de furca.
- Não distingue especificamente caso não
- Classe III: destruição total de tecido
tratado daquele com sucesso;
periodontal na área de furca com a sonda
- Não mostra bolsa periodontal;
passando de lado a lado.
- Não revela a morfologia da destruição óssea;
- Não mostra as estruturas que se localizam a
vestibular e lingual.

• Exames solicitados

- Radiodôntica (14 periapicais e 4 bitewings);


- Panorâmicas;
- Tomografias computadorizadas.

Furca de grau I Furca de grau II Furca de grau III

b) Componente Vertical de Perda Óssea

- Subclasse A;
- Subclasse B;
- Subclasse C.

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Aula 3 c) ASSOCIADAS A DOENÇAS


PERIODONTAIS DESTRUTIVAS

Terapia Mucogengival – Cirurgia Associados com formas generalizadas de

Plástica Periodontal doença periodontal destrutiva.

• Fatores predisponentes:
São procedimentos cirúrgicos
realizados para prevenir ou corrigir defeitos de - Mal posicionamento dentário;
gengiva, mucosa alveolar ou osso causados por - Freio labial;
fatores anatômicos, de desenvolvimento, - Cálculo.
traumáticos ou induzidos por doença.
Obs: A direção de erupção está diretamente
Procedimentos incluídos relacionada à quantidade de gengiva ao redor
do dente – linha mucogengival.
• Recobrimento radicular;
• Consequências:
• Aumento de rebordo edêntulo;
• Remoção de freio proeminente;
- Sensibilidade;
• Aumento gengival; - Irritação dos tecidos marginais (inabilidade no
• Aumento de coroa clínica; controle de placa);
• Correção de defeitos da mucosa nos - Prejuízo à estética;
implantes. - Predisposição à cárie.

Retração gengival • Fatores que propiciam o bom resultado do


tratamento:
É o deslocamento da margem gengival
apical para junção cemento-esmalte, com - Idade;
exposição da superfície radicular. - História da retração tecidual marginal;
- Estado inflamatório local;
Obs: O canino está mais susceptível a retração - Terapêutica dentária associada.
pois sua tábua óssea vestibular é menor.
• Objetivos do tratamento:

Tipos de retração da margem gengival - Estabilização da margem gengival;


- Prevenir futuras retrações;
a) ASSOCIADOS À FATORES MECÂNICOS - Correção de posição inadequada de freios;
- Ganho de gengiva inserida para prótese;
Trauma produzido pela escovação ou trauma - Finalidade estética (pônticos).
produzido por contato prematuro.
• Critérios de sucesso na cobertura das
b) ASSOCIADOS A LESÕES retrações:
INFLAMATÓRIAS INDUZIDAS POR
PLACA - Profundidade do sulco;
- Sem sangramento à sondagem;
Podem ser encontradas onde o osso alveolar é - Sem sensibilidade;
fino ou ausente. - Coloração dos tecidos aceitável.

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Classificação de Miller (1985) • Classe IV

- Atinge a JMG;
A classificação de Miller Leva em consideração - Há perda inter-dental severa (estende-se
o recobrimento radicular possível de se obter apicalmente em relação à retração);
(previsibilidade). - Baixa previsibilidade.

• Classe I

- Não atinge a JMG;


- Não haverá perda óssea, e nem de tecido
mole interdental;
- Espera-se 100% de recobrimento.

Nova Classificação das recessões


gengivais (2018)
• Recessão Tipo 1 (RT1)

• Classe II Sem perda de inserção interproximal. Junção


cemento-esmalte (JCE) interproximal não
- Atinge a JMG; detectável clinicamente na mesial ou na distal.
- Não há perda óssea, e nem de tecido mole
interdental; • Recessão Tipo 2 (RT2)
- Espera-se 100% de recobrimento.
Perda de inserção interproximal, com distância
da JCE ao fundo de sulco/bolsa menor ou igual
à perda de inserção vestibular (medida da JCE
ao fundo de sulco/bolsa na face vestibular).

• Recessão Tipo 3 (RT3)

• Classe III Perda de inserção interproximal, com distância


da JCE ao fundo de sulco/bolsa maior que a
- Atinge a JMG; perda de inserção vestibular (medida da JCE ao
- A perda óssea ou de tecido interdentais é fundo de sulco/bolsa na face vestibular).
discreta (apical em relação à JCE, porém
coronária à extensão da retração);
- Espera-se cobertura parcial. Posição dentária
- A posição na qual o dente irá erupcionar na
arcada dentária está diretamente relacionada à
quantidade de gengiva em torno do dente.

- Trajeto próximo ao LMG haverá pouca ou


nenhuma gengiva queratinizada, favorecendo
a retração.

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Gengivoplastia/Gengivectomia • Osteotomia

- Da JCE até a crista óssea deve haver 3mm;


É a parte essencial da transformação de - Se tiver menos que 3mm, pode levar ao
impacto do sorriso. insucesso e recidiva da gengiva;
- Se tiver mais que 3mm, pode levar a retração
• Indicações mais comuns gengival, pois no momento da osteotomia
tirará mais osso do que deveria, e a gengiva
- Pequenas correções de forma; depende do osso.
- Nivelamento gengival;
- Alinhamento das gengivas com lábios;
- Correção do sorriso gengival;
- Eliminação de gengivas hiperplásicas.

• Roteiro clínico da gengivoplastia


Figura 2. Osteotomia.
1. Profilaxia e tratamento gengival;
2. Exames radiográficos e clínicos,
levantamento fotográfico e moldagens
Cunha distal
para simulações e planejamento;
3. Aprovação do planejamento; Em muitos casos, o tratamento de
4. Cirurgia para gengivoplastia; bolsas periodontais presentes na face distal
5. Remoção da sutura. dos molares é dificultado pela presença de
tecido hiperplásico sobre a tuberosidade ou
Obs: deve-se fazer uma por um espaço retromolar proeminente.
sondagem para marcar São realizadas incisões pela face
os “pontos sangrentos”, vestibular e lingual na região retromolar e/ou
e dessa forma, remover de tuberosidade, formando um triângulo atrás
os excessos de gengiva. do molar.
É onde será feita a
incisão.

Obs: zênite é o ponto mais alto da gengiva, e


deve ser respeitado para que haja harmonia no
sorriso. As paredes vestibular e lingual do
retalho são rebatidas, dissecadas e separadas
- Nos incisivos centrais: distalizados; do osso. As pontas soltas do tecido mole são
- Nos incisivos laterais: centralizado (1mm removidas, e as superfícies radiculares são
abaixo dos incisivos centrais e caninos); raspadas e alisadas.
- Caninos: distalizados.

Figura 1. Pontos indicando a localização do


zênite gengival em cada elemento dentário.

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Os retalhos vestibular e lingual são reduzidos Aula 4


em espessura por meio de incisões (linhas
pontilhadas) para evitar a sobreposição das
margens da ferida. Cirurgia Periodontal: Acesso Clínico
(Retalhos)
- Tem como objetivo obter acesso as
superfícies periodontais acometidas pela
doença;
- Os retalhos encurtados no passo anterior são - Surgiram as cirurgias gengivais no século XIX;
suturados. - Se baseava em cortar e remover a gengiva
inflamada. A cicatrização não ocorria de forma
correta, o que levava ao agravamento do
quadro.
Objetivos
- Obter acesso cirúrgico a bolsas periodontais
profundas;
Área doadora de tecido conjuntivo: - Facilitar a remoção dos depósitos
subgengivais de placa;
- Distal do canino ou mesial do 1ºPMS até a - Facilitar controle de placa;
distal do 2º MS ou mesial do 3º MS. - Preparo para restauração/prótese;
- Terapia regenerativa.

Obs: a terapia cirúrgica só é realizada após a


resposta satisfatória da terapia relacionada à
causa.
Indicações
- Dificuldade de acesso para raspagem;
- Dificuldade de acesso para higiene;
- Correção de hiperplasia;
- Facilitar a terapia restauradora;
- Alterar margem gengival em relação a
restaurações.

Vantagens
- Reduz infiltrado inflamatório na gengiva;
- Permite acesso ao osso;
- Preserva tecido mole;
- Permite manipulação tecidual;
- Melhora condição para avaliar prognóstico;
- Melhor pós-operatório.

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Tipos de retalho Retalho periodontal quanto


a) RETALHO DE ESPESSURA TOTAL OU à localização
MUCOPERIOSTEAL
a) RETALHOS REPOSICIONADOS (NÃO-
- Deslocamento de todo tecido mole incluindo DESLOCADOS)
o periósteo;
- Expõe osso. - Reposicionado na sua posição original.

b) RETALHOS DESLOCADOS

• Indicações • Apicalmente (ex: aumento de coroa


clínica);
- Todo procedimento que exigir acesso tanto a
superfície radicular quanto a tecido ósseo;
- Técnicas de eliminação;
- Aumento de coroa clínica (ACC);
- Terapias regenerativas.

b) RETALHO DE ESPESSURA PARCIAL OU


DIVIDIDO

- Deslocamento do epitélio e uma camada de


tecido conjuntivo;
- O osso fica coberto de periósteo;
- Parte do tecido é deslocado.

• Coronariamente (ex: recobrimento de


retração);

• Indicações

- Cirurgias plásticas;
- Mucogengivais;
- Pacientes com tábua óssea fina.

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• Lateralmente (ex: defeito ósseo, • Contra-indicações


retração).
- Gengivas de fenótipo fino com pouca
quantidade de gengiva inserida;
- Áreas com tecido inflamado.

b) INTRASULCULAR

- Lâminas posicionadas dentro do sulco


gengival;
- Lâmina paralela à face do dente;
- Preserva mucosa queratinizada.

Tipos de incisões
Os diversos tipos de incisões se diferem em
relação ao posicionamento e a angulação da
lâmina de bisturi. • Indicações

a) BISEL INTERNO - Área com comprometimento estético;


- Áreas com pouca gengiva inserida.
- Remove tecido/colarinho gengival;
- Incisão à uma distância da margem até a crista • Contra-indicações
óssea;
- Lâmina de bisturi à superfície dental a 45º - Tecido hiperplasiado;
graus; - Tecido inflamado.
- Sentido coronário para apical.
c) VERTICAIS OU RELAXANTES

- Facilita acesso a áreas de interesse;


- Viabiliza deslocamento mais amplo;
- Deve ser feita respeitando um ângulo de 30 a
45º para evitar cicatrizes;
- Deve ser feita perpendicular à margem
gengival;
- Evita dilaceração do retalho;
- Não é feita na região lingual/palatina.

Figura 3. Remoção de colarinho gengival.

• Indicações

- Áreas com boa quantidade de gengiva


Figura 4. Deslocamento apical do retalho.
inserida.
- Remoção de colarinho gengival.

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• Contra-indicações

- Lingual – risco de tracionamento.


-Não é uma incisão indicada para dentes
anteriores.
• Vantagens
Obs:
- Cicatrização em primeira intenção;
- As incisões devem se estender até a linha
- Restabelecimento do contorno do osso
mucogengival.
alveolar;
- Não devem ser efetuados no centro da papila
interdental ou sobre a superfície radicular de
um dente; Retalho de Neumann (1920)
- As incisões devem ser evitadas em retalhos
curtos, pois diminui o suprimento sanguíneo. - Retalho para acesso radicular;

Retalho original de Widman (1918) • Técnica

1. Incisão intrasulcular;
- Visa eliminar a bolsa periodontal;
2. Incisões relaxantes;
- Acesso a superfície radicular;
3. Curetar para remover epitélio da bolsa
- Remover epitélio da bolsa e tecido conjuntivo
e tecido de granulação;
inflamado;
4. Contorno ósseo;
- Facilitar higienização das superfícies
5. Reposicionar o retalho à nível da crista
radiculares;
óssea;
- Eliminar defeitos ósseos.
6. Sutura.
• Contra-indicações

Áreas onde exposição radicular apresentaria


uma aparência desagradável.

• Técnica

1. Inicialmente se faz incisões relaxantes


verticais;
2. Com uma incisão intrasulcular unir as
relaxantes;
A técnica de Widmann é diferente na técnica de
3. Rebatimento do retalho, remover com Neumann pois na primeira (Widmann) deve-se
curetas o tecido gengival inflamado; começar pela incisão relaxante, e na segunda
4. Contorno do osso alveolar; (Neumann) pela intrasulcular.
5. Suturas interdentais.

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8. Reposicionamento do retalho à altura


Retalho de Kirkland (1931) da crista óssea.
9. Sutura.
• Técnica

1. Incisões intrasulculares até o fundo da


bolsa;
2. Afastamento gengival (V e L);
3. Debridamento e curetagem;
4. Posicionamento do retalho na posição
original;
5. Sutura simples.

Obs: Importância da preservação da faixa de


gengiva inserida.

• Indicações

- Aumento da coroa clínica;


- Aumento gengival;
- Exposição cirúrgica de dentes retidos;
- Cirurgia plástica perimplantar.
• Vantagens

- Menor sacrifício em áreas inflamadas; Retalho reposicionado apicalmente


- Sem deslocamento apical – estética;
- Não há perda de tecido saudável;
modificado (retalho em bisel)
- Maior potencial de regeneração.
São realizadas incisões relaxantes e
É diferente das duas técnicas anteriores devido a intrasulculares na mesial e distal das bolsas.
ausência de incisão relaxante.

• Técnica
Retalho reposicionado
1. Incisão em bisel interno;
apicalmente (1964) 2. Descolamento e afastamento do
retalho;
• Técnica 3. Raspagem radicular e contorno ósseo;
4. Reposicionamento do retalho;
1. Incisão relaxante, em bisel interno; 5. Sutura interproximal.
2. Incisão sulcular; 6.
3. Incisão relaxante;
4. Rebatimento de retalho;
5. Remover com curetas o colarinho
gengival;
6. Raspagem. das raízes expostas;
7. Recontorno das cristas ósseas;

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- A diferença básica entre os tipos de retalho


são: tipo de incisão, deslocamento e
posicionamento.

Referências bibliográficas:
• Material de apoio cedido pelos professores
da disciplina.
• Newman, Michael G. Carranza periodontia
Retalho de Widman clínica. Elsevier Brasil, 2012.
modificado (1974) • LINDHE, J. A. N.; KARRING, Thorkild; LANG,
Niklaus. Tratado de periodontia clínica e
implantodologia oral, 1999.
• Técnica

1. Incisão inicial: bisel interno 1mm da Recado para você que adquiriu essa apostila:
margem gengival, paralela ao longo
eixo do dente; Caso tenha alguma dúvida, entre em contato
2. Afastamento do retalho; comigo ou tire essa dúvida com algum
3. Segunda incisão: intrasulcular até a professor. Talvez possa ter coisas diferentes da
crista óssea; forma que você aprendeu, mas isso não quer
4. Separar o colarinho tecidual com uma dizer necessariamente que eu ou você
terceira incisão perpendicular a raiz; estejamos errados. Professores e autores têm
5. Debridamento radicular; diferentes pontos de vista as vezes. Essa
6. Ajustar os retalhos ao osso alveolar; apostila não pode ser vendida por terceiros e
7. Sutura interproximal. nem plagiada. Plágio é crime de violação aos
direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons
estudos! "
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E-mail p/ contato:
hurianmachado@hotmail.com

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Conclusão
- Esses procedimentos tem como finalidade o
acesso a superfície radicular e/ou tecido ósseo;

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