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Odontologia

estomatologia

@resumosemdupla
MANOBRAS SEMIOTÉCNICAS
Semiologia: refere-se à ciência ou ao estudo dos sinais e Exploração: explorar a região “doente” até chegar a uma
sintomas e à arte de interpretá-los. conclusão.
Semiotécnica: técnica de obtenção dos sinais e sintomas. Auscultação: Ato de
ouvir. Indicada
Semiogênese: é o estudo de formação dos sinais e sintomas
quando se precisa
no ponto de vista clínico.
diagnosticar uma
Sinal: dado objetivo que pode ser notado pelo profissional, lesão que gera ruído
tanto por semiotécnica, quanto meios subsidiários. Exemplos: durante a sua manipulação. É importante na avaliação da ATM.
vômito, cianose, pulsação, bolha, úlcera. Existe dois tipos de auscultação: direta (próprio ouvido) ou
indireta (estetoscópio).
Sintoma: sensação subjetiva relatada durante a anamnese
pelo paciente e não visualizada pelo profissional. Exemplos: dor, Ordenha: muito utilizada para glândulas salivares maiores para
queimação, tontura, formigamento. avaliar sua fisiologia, quantidade (identificar secreção) de saliva
e sua qualidade (verificar coloração da secreção).
Sintomatologia: é o conjunto de sinais e sintomas. Exemplo:
cianose labial associada a dor local. Percussão: manobra que através da “batida” consegue avaliar
o ruído e diagnosticar situações através do ruído de retorno
Síndrome: conjunto de sinais e/ou sintomas que caracterizam
ou sensibilidade. A percussão pode auxiliar no diagnóstico da
uma doença.
patologia periapical ou periodontal por meio da percusão
Sinal ou sintoma prodrômico: é o sinal ou sintoma que precede vertical e horizontal.
o aparecimento de uma doença. Exemplo: prurido peri labial
que antecede a formação das vesículas na infecção pelo vírus
do herpes simples tipo I.
Sinal ou sintoma patognomônico: é o sinal ou sintoma que por
si só define a doença. Exemplo: vesículas na infecção pelo
vírus do herpes simples tipo I.
Diascopia ou vitropressão: Consistem em vizualizar uma
É determinada estrutura comprimida por uma lâmina de vidro.
Positiva: altera tamanho ou cor (lesão vascular).
As manobras de semiotécnica são os recursos clínicos
utilizados para colher sinais. Negativo: não altera tamanho ou cor
(pigmentação exógena ou endógena)
Inspeção: Utiliza-se a visão
de modo direto (a olho nu)
ou indireto por meio de Raspagem: utilizada para saber a diferença entre o que
espelhos. descola ou não. É indicado para lesões brancas. Caso a lesão
descola é considerada membrana, caso não descole é
considerada placa.
Palpação: tocar com a ponta dos dedos. Por meio da palpação
colhem-se sinais pelo tato e pela compressão.
A palpação da cadeia linfática serve para identificar alguma
inflamação, infecção, carcinoma in situ e metástase.
Tipos de linfonodos:

Obs.: Linfoadenopatia: doença do linfonodo


Linfoadenomegalia: aumento do linfonodo

As informações obtidas na palpação são: dimensão,


localização, temperatura, mobilidade (fixo, móvel), textura (liso
ou rugoso), consistência da lesão (amoleoicda/flácida,
fibrosa/borrachóide, pétrea/óssea), sensibilidade (dolorosa
ou assintomática).
Cadeias linfáticas:
Técnica

É a obtenção de material por 1) Antes de fazer o exame deve remover resíduos


raspagem a partir da alimentares na boca do paciente com bochecho com soro
superfície da lesão. Estuda fisiológico ou água.
as células descamada do 2) Identificar nas lâminas o nome do paciente, data e numero
epitélio, isso é possível devido da lâmina correspondente com o local da coleta e o relatório
a renovação celular (turn- que vai ser enviado para o patologista realizar a análise. A
over celular). As lesões submucosas não podem ser obtidas identificação do paciente registrada tanto na lâmina de vidro
por esse método. quanto no frasco específico deve ser feita à lápis - grafite -
É um exame fácil, barato, fácil e não invasivo. Além disso, é para que a solução utilizada na fixação do material não remova
um exame cuja fidelidade, para estudo de tumores malignos, ou dissolva a identificação feita por tinta.
está em torno de 95% 3) Realizar a limpeza da lâmina com gaze embebida em álcool
Indicações 70%;
4) Raspar a mucosa com espátula metálica ou micro-escova.
• Lesões suspeitas de malignidade ou cancerizáveis: lesões
Sendo mais indicado a micro-escova, por ter menos chances
brancas, negras, vermelhas, ulcerativas;
de traumatizar o epitélio e inviabilizar o exame. Ao realizar a
• Doenças bacterianas; coleta deve se rotacionar a micro-escova na lesão em sentido
• Doenças fúngicas: candidoses (candidíase); único e apenas uma vez;
• Doenças virais: herpes simples;
• Doenças autoimunes: pênfigo vulgar; 5) Coletar a amostra (2 lâminas da mesma região);
• Lesões císticas ou vesiculo-bolhosas (líquido); 6) Transferir para a lâmina. Para fazer a transferência deve
• Punção-aspirativa (PAAF); se utilizar a parte despolida da lâmina para fazer o esfregaço
• Exame de triagem / Seleção do local para biópsia; e realizar dois esfregações (sentido único), sendo cada um em
• Controle (proservação). uma lâmina separada.;
Materiais 7) Utilizar o fixador. Posteriormente a fixação do material na
lâmina deve acondicionar a lâmina em um recipiente e
É usado lâminas de histologia (vidro), fixador (liquor de Hoffman identifica-lo. Ao realizar esse acondicionamento tem que
e citofix), espátula metálica, citobrush, gaze, lápis preto e tomar cuidado para as lâminas não se tocarem, por isso é
clipes. preciso utilizar os clipes.
Ao final do exame vai ser feito um relatório para o patologista,
contendo: identificação do paciente (nome, endereço, idade,
sexo), o exame a realizar, descrição da lesão
(fundamental/localização e número da lâmina
correspondente), hipóteses de diagnostico, fixador utilizado,
nome do profissional, CRO, data e assinatura.
Cuidados • Lesão vascular (hemangioma): remoção parcial;
• Quando o diagnóstico for eminentemente clínico.
• Não utilizar antissépticos corantes na região;
• Remover crostas, exsudatos, restos necróticos; Tipos
• Bochechar previamente ao exame com água ou soro
Existem 4 tipos de biópsia: incisional, excisional, congelamento
fisiológico;
e Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF).
• Identificar nas lâminas as áreas coletadas relatadas no
relatório; A biópsia incisional
• Não exercer força em demasia na raspagem; ocorre a remoção
• Após a coleta depositar a lâmina em solução fixadora ou parcial da lesão.
se foi utilizado spray colocá-la no recipiente vazio Indicada para lesões
identificado. extensas e suspeita
de malignidade. Para
Resultado - Classificação de Papanicolaou escolher o local deve analisar a periferia da lesão, onde ela
CLASSE 0: material inadequado ou insuficiente. apresenta maior representatividade. Ao realizar a incisão
cirúrgica precisa envolver o tecido clinicamente normal e a
CLASSE I: células típicas e normais. lesão (área heterogênea).
CLASSE II: células atípicas sem malignidade (inflamação). A biópsia excisional ocorre a remoção total da lesão.
CLASSE III: células sugestivas de malignidade (displasia leve).
Indicação para biópsia
CLASSE IV: células fortemente sugestivas de malignidade
(displasia moderada a intensa). Indicação para biópsia.
CLASSE V: conclusiva de malignidade (carcinoma in situ).
Indicação para biópsia

Materiais
É a obtenção de É usado o instrumental para tecido mole e duro, anestésico /
material para gaze / recipiente / fixador, fio de sutura, lâmina de bisturi
exame (15), Punch (instrumento cilíndrico cortante) e pinça
histopatológico Sacabocado.
por meio da
remoção cirúrgica de um fragmento da lesão ou pela completa
remoção da lesão.
Indicações

• Qualquer doença / lesão persistente;


• Suspeita de malignidade;
• Confirmação de diagnóstico clínico, quando este não
obteve sucesso no tratamento;
• Quando não puder ser diagnosticado por outro método. Punch
Contra-indicações
Sequência e técnica
• Saúde sistêmica debilitada;
• Patologia de base que leve ao comprometimento do 1) Assepsia: esterilização + barreiras.
indivíduo;
2)Antissepsia: impedir a proliferação de microrganismos em • Alimentação deve ser líquida ou pastosa – temperatura
tecidos vivos utilizando uma substância química. fria, ambiente ou no máximo morna
• Medicamentos
• Extrabucal: (Iodopovidona / clorhexidina 2%)
• Intrabucal: (clorhexidina 0,12% / Antisséptico bucal).
3) Anestesia: infiltrativa (à distância) ou bloqueio.
4) Diérese: separação dos tecidos (incisão) + hemostasia.
5) Divulsão: afastar os tecidos.
6) Exérese: remoção do tecido.
7) Síntese: união dos tecidos (sutura).
Ao final do exame vai ser feito um relatório para o patologista,
contendo: identificação do paciente, queixa principal e
duração, breve relato do caso, descrição da lesão, hipóteses
de diagnóstico, intercorrências, se precisar enviar exames
complementares relevantes (Rx), data, CRO e assinatura.
Resultados

Nosológico: evidências patológicas, identificação da doença.


Descritivo: descrição do que analisou na lâmina, diagnóstico
indefinido e somar com dados clínicos.
Cuidados

• Não dilacerar
• Não comprimir
• Colocar no frasco após o término
Deve-se tomar cuidado com a técnica operatória utilizada, não
aplicando anestésico no interior da lesão, evitar corantes
como substância antisséptica que possam interferir na
coloração do exame, obter peça significativa, não aprisionar a
peça, fixação inadequada, informação deficiente, escolher o
local mais representativo da lesão e evitar remover tecido
necrótico.
O frasco deve ser de boca larga com tampa, conter o nome
completo do paciente, idade/sexo e a data da biópsia. O
fixador usado é formal a 10%, o volume é cerca de 10 vezes
maior que o fragmento.
Cuidados com o paciente

• Pós-operatório
• Instrução sobre não realizar bochechos nos 3 primeiros
dias
São processos patológicos básicos que apresentam
clinicamente várias alterações. Úlcera: perda do epitélio.
Com exposição do
São classificadas em 4 categorias: tecido conjuntivo Fissura: perda retilínea do epitélio.
1) Aumento de volume (intumescências): são intumescências
teciduais projetados para o observador. Diferem entre si pelo
conteúdo e dimensão da lesão.

Formações sólidas Nódulo – maior que 3mm


Pápula – menor que 3mm

Bolha – maior que 3mm


Coleções líquidas
4) Outras lesões:
Vesícula – menor que 3mm
Fístula: conduto patológico que comunica a região
infectada com outro sítio (meio externo) para permitir a
drenagem.
Abscesso: aumento de volume (bolha), porém com a
presença de pus de uma região infectada.
Pústula: aumento de volume (vesícula), porém com a
presença de pus de uma região infectada.
2) Alteração de cor e espessura: são modificações
exógenas/endógenas que alteram a cor tecidual. Diferem Crosta: região com membrana espessa e ressecada
entre si pela espessura e cor. (tecido sanguíneo com fibras colágenas) – tecido cicatricial.
Placa: aumento de espessura do tecido (extensão maior
que altura da lesão). Não cede à raspagem.
Descrição das lesões
Mancha: alteração de cor tecidual sem aumento da
espessura.
Membrana: se destaca a raspagem. Tecido que se
encontra aderido a uma região.

3) Perda epitelial: são aquelas que apresentam perda de


tecido epitelial. Diferem entre si pela profundidade e forma.

Erosão: perda superficial.


Sem exposição do
tecido conjuntivo Sulco: perda superficial
e retilínea.
Localização: utilizar a nomenclatura anatômica; precisão ou
aproximação de regiões envolvidas; distância da lesão aos
reparos anatômicos.
Dimensão (tamanho): preferencialmente em mm, anotar o
maior e o menor eixo da lesão.
Limites: delimitar a lesão baseando-se em reparos anatômicos.
Coloração: prevalece a cor preponderante – escala de cor
básica.
Consistência (palpação): branda ou pouco consistente;
consistente ou pétrea; fibrosa ou elástica. A mancha e placa
não se pode utilizar este critério.
Sensibilidade: presença ou ausência de dor.
Superfície (inspeção): brilhante ou opaca.
Textura (palpação): lisa, rugosa ou áspera.
Base (região de inserção do tecido):
Pediculada: área de inserção menor que o equador
da lesão.
Séssil: área de inserção maior que o equador da lesão.
.
Endurecida: sinal de infiltração da lesão.

Contorno:
Nítido: observa-se os limites da lesão.
Difuso: não se observa os limites da lesão.

Regular: há uniformidade (conseguimos dar uma forma


geométrica).

•. Irregular: não possui uniformidade (não conseguimos


dar forma a lesão).

Número: única ou múltipla.


Bordas (periferia da lesão): plana, elevada ou deprimida.
Lesões brancas e pigmentadas
As lesões brancas que surgem na mucosa bucal têm como
características principal o acúmulo de queratina.

Grânulos de fordyce
A mucosa bucal normalmente contém certo número de glândulas
sebáceas túbulo-acinares denominadas grânulos de Fordyce,
especialmente no vermelhão do lábio e na mucosa da bochecha e, Leucoedema
ocasionalmente, em palato, gengiva e língua.
É considerado uma condição hereditária caracterizada pelo
São glândulas sebáceas encontradas dentro da mucosa oral. São aparecimento de área esbranquiçada difusa na mucosa bucal.
glândulas anexas normais da mucosa oral, não representando Associado a pessoas com pigmentação escura de pele, podendo
estruturas ectópicas, nem adenomas. Na realidade são estruturas ser visualizado raramente em pessoas claras.
idênticas às glândulas sebáceas da pele, exceto pela ausência de
É diagnosticado pelo exame físico de rotina por manobra clínica
folículos pilosos.
quando, ao se distender a mucosa, desaparece quase totalmente,
Refere-se sua ocorrência em 80 a 95% da população adulta. O retornando sua coloração normal após o relaxamento, fato que não
aspecto clínico corresponde a pápulas brancas ou amareladas de 1 ocorre com outras lesões brancas.
a 2 milímetros de diâmetro, pouco evidentes, que quando
Ocorre na mucosa da bochecha bilateralmente, apresentando
confluentes podem configurar placas, não removíveis à raspagem.
coloração difusa, opaca ou branco-acinzentada, revela-se como
A palpação, sente-se rugosidade; todavia, são assintomáticas. No
linhas brancas finas e enrugadas. Possuem causa desconhecida,
exame histológico mostra-se como ninhos de células claras.
porém são mais comuns em tabagistas,
O diagnóstico é baseado no aspecto clínico, visto sua característica
Não há necessidade de tratamento. No histológico mostra-se como
marcante. Nenhum tratamento é necessário, porém,
aumento de espessura epitelial com edema proeminente da
ocasionalmente, coleções dessas glândulas podem ser observadas
camada espinhosa (média) sem sinais de inflamação.
na borda do vermelhão do lábio afetando a estética, o que implica
na possibilidade de remoção cirúrgica.

Linha alba Morsicatio Buccarum


É uma linha branca e ondulada elevada de comprimento variável na É usado para descrever as mudanças de mucosa oral por hábitos
linha de oclusão da mucosa bucal, desde o segundo molar até região de morder ou mascar as bochechas. São hábitos nervosos comuns
de caninos. Assintomática, com geralmente 1 a 2 mm de largura, que produzem mudanças progressivas da mucosa oral.
apresenta-se, em geral, bilateralmente e não é removível à Aparecem como placas brancas elevadas e irregulares, podendo
raspagem. Constitui uma reação à pressão ou sucção da mucosa evoluir para ulcerações. Mais frequente na mucosa bucal região
decorrente da atividade dos dentes posteriores.
Pode ser um sinal de bruxismo, trauma por sucção ou língua
denteada. Não há necessidade de tratamento da lesão, porém deve
ser controlado o fator causal.
anterior e pode ser confundido clinicamente com candidose ou
leucoplasia.

Leucoplasia
Nervo branco esponjoso É uma lesão representada por placa branca que se desenvolve na
mucosa bucal, em geral, provocada por trauma mecânica ou pelos
Condição hereditária, apresentando uma condição autossômica produtos e pelo fumo ou ainda o uso prolongado do álcool. Podem
dominante, atribuída a mutações nos genes 4 e/ou 13 da queratina. variar de cor indo desde o branco até o marrom –esbranquiçado.
É caracterizada por placas brancas, de consistência esponjosa Em 80% dos casos são benignas.
com superfície rugosa, queratótica e de aspecto pregueado, não Não é destacada pela raspagem e não desaparece após remover
sendo removidas à raspagem. Afeta as mucosas genital, anal, nasal o agente causador. Fato de grande importância é estarem
e principalmente a oral, sem predileção por sexo, com prevalência associadas à infecção pela C. albicans. Quanto aos aspectos clínicos,
em leucodermas. As lesões podem ser detectadas ao nascimento são classificadas em: maculosa, queratótica e verrucosa, podendo
ou na infância, embora também possam ser percebidas apenas na ser homogéneas ou pontilhadas
adolescência ou mesmo na fase adulta, permanecendo ao longo da
vida. O tratamento consiste em remover os fatores causais e observar
de perto o processo de cicatrização. Leucoplasia persistente deve
Na cavidade oral geralmente são bilaterais, simétricas, afetando as ser biopsiada.
mucosas da bochecha e labial, ventre da língua, assoalho bucal e
palato mole. A história familiar é importante para o diagnóstico e o
exame citológico ou histopatológico também pode ser de valia, visto
apresentar elemento característico, que é a condensação
eosinofílica na região perinuclear das células epiteliais.
A condição é, na maior parte dos casos, assintomática; no entanto,
os pacientes frequentemente queixam-se da textura da mucosa e
do aspecto antiestético. Não é necessário tratamento. Lesões brancas associadas ao tabaco
Microscopicamente aparece como paraceratose proeminete com
1) Ceratose do tabagista
filamentos de queratina.
Condição caracterizada por manchas espessadas na pele, manchas
ceratóticas com cerca de 7 mm de diâmetro. Aparecem entre os
lábios superiores e inferiores no local onde é colocado o cigarro. A
cessação do hábito reduz a lesão. A formação de crosta e úlcera
pode levantar suspeita de transformação neoplásica.
As pápulas brancas e elevadas são evidentes produzindo uma lesão
firme a palpação.
Lesões brancas traumáticas
Causadas por irritantes químicos ou físicos como traumas
friccionais, calor, uso tópico de aspirina, usos excessivos de
enxaguatórios bucais, pastas de dentes, entre outros.
Aparece como espessamento da mucosa podendo levar a
ulceração e é assintomático. O exame histológico revela
hipercertose. O tratamento consiste na remoção do fator causal. 2) Estomatite Nicotínica (palato do fumante)
É uma lesão específica relacionada ao uso do fumo (cigarro,
charuto e cachimbo). A alteração desenvolve-se nas áreas
queratinizadas do palato duro, bem como nas regiões expostas à
concentração de fumo. A irritação resultante promove inicialmente
pontos avermelhados no palato, que, posteriormente, tornam-se
branco-acinzentados, opacificados e fissurados devido à
hiperqueratose. Podem-se também observar múltiplas pápulas
brancas na região com pontos centrais avermelhados, que
correspondem à abertura dos duetos das glândulas salivares
menores inflamadas.
A gravidade está relacionada com a intensidade do ato. A coloração
marrom da superfície lingual e da região posterior dos dentes é
comumente associada a lesão. O diagnóstico é clínico, relacionado
ao hábito de fumar. A alteração tem caráter reversível,
desaparecendo totalmente quando o hábito de fumar é
abandonado.

3) Carcinoma Verrucoso (de Ackerman)

Massa verrucosa firme à palpação. É uma variante maligna que


não apresenta metástases. Surge mais frequentemente em
associação ao uso do tabaco por longos anos.
O tratamento consiste na excisão cirúrgica ampla. O prognóstico é
bom desde que associado a descontinuidade do uso do tabaco.
Lesões vermelhas
Púrpura Hemangioma
Representadas também por manchas avermelhadas, não Tumores benignos dos vasos sanguíneos. Ocorrem precocemente
desaparecem pela vitropressão, produzidas pelo sangramento sob na vida, mais em mulheres, podendo ser capilares (consistindo de
a superfície da pele. Associada a trauma ou alguma anormalidade vasos pequenos) ou cavernosos (consistindo de vasos grandes).
como deficiência plaquetária, fragilidade capilar ou infecção. Possuem diascopia positiva e podem variar de tamanho.
Dependendo do seu tamanho são divididas em petéquias Tem sido usado a lesões grandes alternativas a remoção cirúrgica
(puntiformes), equimose (1 cm de diâmetro), hematomas (grandes). como agentes esclerosantes, crioterapia e radioterapia.
Determinar o agente causador é a primeira consideração.

Varicosidades (varizes)
Veias dilatadas geralmente encontradas em pessoas mais idosas,
causada pela redução de elasticidade da parede vascular.
Apresentam coloração azulada e, na mucosa bucal ocorrem,
principalmente, no ventre e bordas da língua e assoalho bucal. Tem
a diascopia positiva e são benignas e assintomáticas. Se houver
comprometimento cosmético podem ser removidas
cirurgicamente.

Trombo
Formação de um coágulo de sangue em um vaso sanguíneo. É firme
a palpação podendo ser sensíveis. Quando calcificam formam um
flebólito (vistos radiograficamente). Mais frequentes em pacientes
acima dos 30 anos.
Lesões vermelhas e branco-
avermelhadas
Eritroplasia
Apresenta-se como mancha avermelhada persistente que não
pode ser associada a outra condição. Tem muita propensão a
evoluir ao carcinoma. Quanto à etiologia é semelhante à da
leucoplasia, isto é, exposição a agentes carcínogénicos,
principalmente fumo e álcool, existindo também a forma idiopática.
Acomete indivíduos principalmente após os 50 anos, no assoalho
bucal e palato duro/mole. Líquen plano
As variações clínicas são: É uma doença de pele comum que pode aparecer nas mucosas. Na
mucosa bucal ocorrem principalmente na mucosa da bochecha
• Homogênea: completamente vermelha. bilateralmente, borda e dorso da língua e na semimucosa labial.
• Eritroleucoplasia: manchas vermelhas interpostas com áreas
brancas. Na mucosa oral podem ter quatro aparências: atrófica, erosiva,
• Eritroplasia salpicada: pontos grânulos difusos pela lesão. estriada (reticular) e em placa, sendo que mais de uma forma pode
afetar um mesmo paciente. Na forma reticular apresentam clínica
A biópsia é mandatória pois 91% representam displasia grave, característica denominadas estrias de Wickham.
carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas. Tratamento
médico, conforme a extensão da lesão, pode ser radioterápico, por As causas e patogenia são desconhecidas, mas evidências
cirurgia cruenta e laser cirúrgico; seguimento do paciente com apontam para uma doença imunológica. A biópsia quase nunca é
proservação no mínimo de 6/6 meses. necessária e o tratamento é expectante.
Em casos de ulcerações podemos utilizar esteroides tópicos ou
cursos curtos de esteroides sistêmicos e agentes
imunodepressores.

Carcinoma de células escamosas


É uma malignidade invasiva do epitélio oral, sendo o tipo mais comum
do câncer oral contando com 90% de todas as malignidades da
cavidade oral. Apresenta prevalência maior em homens. Em 90% Lúpus eritomatoso
dos casos são eritroplasias e 60% tem componente leucoplásico.
Lúpus eritomatoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune que se
Propaga-se local e pelos vasos linfáticos. O estadiamento do tumor desenvolve quando o sistema imune do corpo ataca as próprias
é feito pelo sistema TNM (tamanho, nódulos, metástases), e o células e tecidos resultando em inflamação e danos teciduais.
tratamento é cirúrgico e radioterápico.
As lesões orais aparecem em 20 a 40 % dos pacientes com lúpus
eritomatoso. As lesões podem mimetizar o líquen plano, mas o
envolvimento concomitante da orelha ajuda a conclusão do
diagnóstico.
O tratamento exige evitar estresse emocional, calor e frio em como corticoides e citostáticos, em altas
excesso, luz solar e alimentos picantes. Deve usar protetores doses e por tempo prolongado. Ocorre
solares, esteroides tópicos e sistêmicos e imunodepressores. principalmente em dorso de língua,
tornando-a despapilada e avermelhada. O
tratamento é feito com o uso de drogas
fúngicas.

• Queilite angular (Perleche): hábito


de lamber os lábios.

• Candidíase atrófica crônica: lesão assintomática causada por


cândida sob a base de próteses. Portadores de prótese mal
adaptada, por muitos anos de uso, traumatizando
constantemente a mucosa, que toma coloração
avermelhada/aveludada. O paciente refere, às vezes,
Candidíase pseudomembranosa incómodo e pequeno ardor. O diagnostico final é dado pela
relação clínica das lesões com a presença das próteses e, se
É uma infecção oportunista causada pelo supercrescimento de
necessário, por outros exames complementares. O
fungos superficiais como a C. albicans. O microorganismo é um
tratamento é refazer
habitante comum da cavidade oral, trato gastrointestinal e vagina.
próteses superior e
Os aspectos clínicos da candidíase pseudomembranosa aguda, inferior restabelecendo
popularmente conhecida por "sapinho", são representadas por a dimensão vertical e
como placas mucosas difusas e aveludadas, de cor branco- não as usar durante a
amareladas que são indolores até serem destacadas deixando uma noite.
superfície vermelha cruenta e sangrante. O diagnóstico é feito
pelo exame clínico, cultura dos fungos ou exame microscópico
direto do tecido raspado. • Glossite romboidal mediana: lesão assintomática caracterizada
por atrofia papilar central com áreas mucosas vermelhas e
atróficas (lesão beijada).
O fator etiológico das candidoses são os fungos. O tratamento é:
Nome genérico Apresentação Modo de usar
Suspensão oral Fazer bochecho
100,000 Ul/mL com 5-10 mL, 4
Frasco com 50 vezes ao dia, por
Nistatina mL 7-14 dias, retendo
(apresentação a solução na boca
Candidíase eritematosa tópica) por 1-2 min antes
de iniciar o
Candidíase de aparência avermelhada, tipos: bochecho. Após o
• Candidíase atrófica aguda: infecção fúngica causada pela falta bochecho, pode-se
deglutir a solução.
de balanço no ecossistema oral entre o Lactobacil us
*
acidophilus e C.albicans. Resultante, na grande maioria dos Gel em bisnaga Aplicar sobre a
casos, da evolução clínica e consequente perda da Mioonazol com 40 g. área afetada, com
pseudomembrana esbranquiçada, tomando então coloração (apresentação o auxilio de uma
eritematosa avermelhada, conhecida também como tópica) gaze enrolada no
estomatite por antibióticos, obviamente pelo uso sistémico de dedo, 3 vezes ao
antibióticos de largo espectro e de outros medicamentos, dia, por 7-14 dias.
Cetooonazol Comprimidos 1 comprimido ao
(uso sistêmico) 200 mg dia, por 7-14 dias.
Fluoonazol Cápsulas 50-100 mg ao dia,
(uso sistêmico) 50 mg ou 100 mg por 7-14 dias.
Itraoonazol Cápsulas 1 cápsula ao dia,
(uso sistêmico) 100 mg por 14 dias.
*Por apresentar sabor desagradável, a nistatina pode causar
náuseas e vômito ao ser deglutida. Neste tipo de paciente, orientar
para que não degluta a solução.
Lesões pigmentadas
Melanoplasia Melanose do tabagista
É uma pigmentação escura na mucosa oral, geralmente em Pigmentação característica em fumantes de tabaco nas
pessoas de cor negra, é uma condição fisiológica, ocorre o aumento superfícies mucosas exposta. Não é um processo fisiológico normal
da quantidade de melanina. Mais comum em região da gengiva. resultando principalmente de depósitos de melanina na camada
Condição não requer tratamento, mas deve ser diferenciada de celular basal da mucosa. É uma resposta protetora contra as
outras condições similares que aparecem na cavidade oral. substâncias tóxicas da fumaça do tabaco. Programas de cessação
de tabagismo devem ser oferecidos a estes pacientes.

Tatuagem Mácula melanótica oral


A contraparte intraoral das efélides é denominada mácula
Pode ser intencional ou acidental de pigmentos exógenos na
melanótica bucal, sendo esta oval ou irregular, castanha ou preta,
cavidade bucal. O tipo intraoral mais comum é a tatuagem por
podendo ser observada na gengiva, bem como no palato e na
amálgama. A deposição de amálgama pode surgir após exodontias,
mucosa bucal. Geralmente em pessoas claras resultantes de
obturações endodônticas retrógradas, pelo contato entre
traumas, inflamações ou danos causados pelo sol. Uma biópsia é
restaurações de amálgama e gengiva, além da penetração de
recomendada a não ser que vários anos tenham se passado sem
fragmentos de amálgama durante manobras de remoção do
nenhuma alteração. A observação periódica é necessária.
material ou procedimentos cirúrgicos. A confirmação clínica da
tatuagem pode se dá por achado radiográfico. Em casos não
confirmado radiograficamente uma biópsia se faz necessária. O
tratamento consiste em remoção cirúrgica.

Nevus
Coleção de células névicas (chamadas tecas) no epitélio ou derme,
são geralmente simétricos, elevados e papulares. Podem ser
congênitos (presentes desde o nascimento) ou adquiridos (sinais da
Efélides (sardas) pele). Por ser difícil diferenciá-lo com outras condições malignas
todas as lesões intraorais pigmentadas devem ser biopsiadas.
Pequena mancha marrom-clara ou marrom-escura que aparece
no lábio após o depósito de melanina desencadeado pela exposição
a luz solar. Predileção por pessoas claras e de cabelos ruivos.
Requerem somente observação clínica.

Melanoma
É uma das neoplasias malignas mais agressivas, podendo levar o
indivíduo ao óbito em pequeno espaço de tempo. A taxa de
sobrevida em cinco anos dos melanomas orais é de 40%. Tumor
maligno que se inicia nos melanócitos, sendo infrequente na
cavidade oral.
Inicia como uma mancha pequena superficial ou ligeiramente
elevada que cresce lenta e lateralmente por vários meses. Os
sinais de reconhecimento precoce são: lesão assimétrica, borda
irregular, variação de coloração da lesão e aumento de diâmetro.
O diagnóstico final é dado pelo exame histopatológico de material
oriundo de biópsia incisional. O tratamento de responsabilidade
médica/oncologista.
Lesões vesicobolhosas
poderão ser tratadas com aplicação de anestésico sublesional ou
Infecções virais drogas antivirais (aciclovir). O acompanhamento desses pacientes
A mucosa oral e tecidos adjacentes são sítios frequentes de deve ser feito, pois complicações podem ocorrer, principalmente
infecções virais. Muitas infecções apresentam curta duração e nos imunocomprometidos.
frequentemente consistem em episódios subclínicos. Porém, em O tratamento com aciclovir não promove a cura do herpes, mas
pacientes com imunodepressão, causada por doença (AIDS, promove a abreviação do tempo da lesão, ou seja, se existe uma
leucemia, câncer disseminado) ou por uso de medicamentos lesão que duraria em média de 11 a 14 dias é possível abreviar
imunossupressores, estas infecções podem produzir considerável em média 3 a 4 dias à lesão. Podendo ter mais possibilidades de
morbidade e sérias complicações a vida do paciente. Nesses ter menos herpes durante o ano.
casos, em particular o diagnóstico rápido se faz necessário, pois
permite o tratamento precoce da doença viral.

A primeira categoria das lesões vésico bolhosas são as infecções


virais, sendo elas:

 Herpes vírus simples;


 Herpes simples recorrente;
 Vírus varicela zoster; O momento ideal é serem aplicados os antivirais é no momento
 Varicela ou catapora; inicial da lesão, afinal, quanto mais cedo for aplicada mais eficaz
 Varicela zoster ou herpres-zoster. ela será. Sendo importante ressaltar que é preciso evitar
estresse, exposição solar, ansiedade e dentre outros.
Herpes-vírus humano (HHV)
Varicela ou catapora tipo 3 (VZV ou
Os herpes-vírus são vírus DNA com pelo menos oito subtipos
patogênicos em seres humanos. A maioria deles podem produzir HHV)
manifestações orais.
A infecção primária pelo vírus varicela-zóster é denominada
Possuem vários tipos, sendo o mais comum o herpesvírus simples catapora ou varicela, seguindo um período de latência. É a
do tipo 1 e do tipo 2 (HHV 1 e 2 ou HSV 1 e 2). primoinfecção do herpes zoster.
Estão incluídos nesse grupo também os vírus varicela-zóster tipo Seu sinal e sintoma clínico são compostos por eritema evoluindo
3 (VZV ou HVV); vírus Epstein-barr tipo 4 (EBV ou HHV); para vesículas, pústulas e úlceras associadas à indisposição,
citomegalovírus tipo 5 (CMV ou HHV) e, mais recentemente, os faringite, febre e rinite.
HHV tipo 6, HHV tipo 7 e HHV tipo 8.
A transmissão pode ser feita por meio de perdigotos ou contato
Herpes simples com as lesões.

O diagnóstico é clínico, porém, pode-se lançar mão da citologia


Infecção primária: gengivoestomatite hepática aguda (primeira
esfoliativa, cultura ou sorologia anti VZV.
manifestação).
As complicações podem advir de infecções bacterianas
Infecção recorrente: herpes recorrente (sempre volta).
secundárias, encefalites, pneumonia e, na gravidez, aborto e má
O tratamento é basicamente com analgésicos, antipiréticos, formação do feto.
anestésicos locais e hidratação. As lesões recorrentes peribucais
O tratamento é à base de banhos mornos
com bicarbonato de sódio, administração
Vírus Epstein-Barr tipo 4 (EBV ou HHV)
de difenidramina, analgésico e antitérmico, Esse vírus causa a mononucleose infecciosa ou doença do beijo,
hidratação e antivirais. A melhor maneira nome este dado pela sua forma de transmissão.
de se evitar é a imunização durante a
infância, com eficácia em torno de 98%. Os sinais e sintomas prodrômicos são febre, indisposição e
anorexia, seguidos de petéquias na mucosa bucal.

O tratamento segue a mesma indicação das infecções virais.


Como qualquer infecção viral é preciso que o paciente se
mantenha o mais lento possível, de repouso, se hidratando e
Herpes zóster ou cobreiro ou zona utilizando analgésico para que o organismo se reestabeleça
novamente.
tipo 3 (HZV ou HHV)
Na imagem abaixo é representado uma mononucleose infecciosa,
É a reativação do vírus da catapora. Geralmente o herpes zoster onde ao lado esquerdo é possível observar um grau infeccioso, ou
surge depois de anos em uma região de trauma ou em pacientes seja, paciente precisa utilizar antibiótico. Na odontologia o
que ficam acamados muito tempo, manifestando-se no dorso (em antibiótico de escolha para pessoas que não possuem alergia é a
torno das costas). Devem evitar o máximo possível que a área amoxicilina de 8 em 8 horas em um período de 5 a 7 dias.
seja infectada e ter bastante cautela, utilizando medicações
analgésicas, hidratação e esperar o ciclo da doença se vencer.

O sintoma clínico prodrômico é dor intensa na região inervada


pelo nervo afetado. Na sequência há indisposição, febre e
cefaleia. Após esses sintomas, cerca de 1 a 4 dias depois,
iniciasse o exantema com eritema evoluindo para erupção de
vesículas que evoluem para pústulas, em 3 a 4 dias facilmente se
rompem dando origem as úlceras superficiais com formação de
crostas. A evolução total dessa manifestação ocorre em torno de Citomegalovírus tipo 5 (HHV ou CMV)
2 a 3 semanas.
Esse vírus permanece latente nas células das glândulas salivares.
As complicações são comuns e, na região de cabeça e pescoço, O sinal e sintoma prodrômico de sua manifestação é composto
pode ocasionar a neuralgia pós-herpética com duração variando por indisposição, febre, anorexia, dor.
de meses a anos. O envolvimento ocular e a paralisia facial são
denominados paralisia de Bell que podem estar associados com as HVV tipo 6 e tipo 7
complicações.
São vírus isolados presentes na saliva e transmitidos por meio de
perdigotos que infectam principalmente pacientes
imunocomprometidos. Não é possível identificar com apenas uma
consulta odontológica, pois são pacientes que possuem outras
doenças consigo mesmo (AIDS, diabético), onde o herpes se
manifesta secundariamente. Necessitando do acompanhamento
juntamente com um infectologista.

Seus sinais e sintomas clínicos são indisposição, anorexia, febre e


roséolas que aparecem subitamente na pele. Uma vez
O tratamento segue as mesmas orientações das demais diagnosticado, o paciente deve ser encaminhado para um
infecções herpéticas sintomático, mantendo as lesões cutâneas infectologista.
secas e limpas, sendo a administração de antibióticos e antivirais
a critério do profissional caso possua a colonização das lesões.
HVV TIPO 8
Possui característica semelhante ao anterior, porém há Tratamento: corticóide sistêmico, imunossupressor.
evidências que esse vírus está envolvido na patogênese do
sarcoma de Kaposi.

Pênfigo benigno de mucosa


É uma doença auto-imune, sendo crônica e atingindo
O tratamento é repouso, hidratação, limpeza da região e vencer principalmente mucosa bucal e ocular, age na substância da
o ciclo da doença. De 11 a 14 dias a doença irá aparecer e irá lâmina lúcida da membrana basal (subepitelial)
embora desde que não tenha nenhuma complicação, podendo
aplicar analgésico se o paciente estiver com dor, anestésico local, Nas características clínicas atingem mais as mulheres após 40
hidratante e pode aplicar o aciclovir tópico ou de uso sistêmico, anos e 60% possui um quadro de “gengivite descamativa”,
somente com a intenção de abreviar o ciclo da doença. apresentando vesículas e bolhas (dor) e possui sinal de nickolsky.

O diagnóstico é a biópsia incisional


Doenças mediadas imunologicamente ou
O tratamento se utiliza de corticoterapia local (bochechos, tópico)
autoimunes e sistêmica.

Lesões que se manifestam pelo acúmulo de líquido no aumento de


volume do tecido e que são doenças autoimunes. As que mais se
encontram no dia a dia da clínica, são:

 Pênfigo vulgar;
 Penfigoide das membranas mucosas ou benigno de
mucosa;
 Eritema multiforme;
 Eritema multiforme maior ou síndrome de stevens-
johnson.
Eritema multiforme
Pênfigo vulgar (fogo selvagem)
É uma doença inflamatória aguda, quando o paciente realiza o
É uma doença universal, representada pela presença de altos exame de anamnese ele relata a reação de hipersensibilidade
títulos de anticorpos antiepitélio e pelo déposito de imunocomplexo onde o CD estará atento aos sinais identificando o eritema
na camada espinhosa de epiderme e da mucosa bucal. multiforme.

Etiologia: doença auto-imune Age na junção entre as células do Características clínicas: acomentem mais os adultos e adultos
epitélio (bolha intraepitelial) jovens, o início é agudo. Apresentando vesículas, bolhas, úlceras,
máculas eritematosas em qualquer local da mucosa e possuem
Características clínicas recorrente em adultos com mais de 40
lesões cutâneas em alvo.
anos, apresentando vesículas e bolhas que se rompem (dor),
possui sinal de nickolsky, formando uma imagem como se fosse Diagnóstico: é preciso que seja realizado o exame clínico
uma “gengivite descamativa” e 60% apresentam primeiro sinal (anamnese e exame físico), e biópsia incisional (em caso de
na mucosa bucal. dúvida).

Diagnóstico: biópsia incisional. Tratamento: remoção, medicação e corticoideterapia.


Eritema multiforme maior
Essa doença tem como fator desencadeante o uso de
medicamentos ou droga. Quando o paciente chega nesse estado
ele já não consegue se alimentar direito.

No diagnóstico clínico é necessário que tenha envolvimento da


mucosa bucal, ocular, genital e pele. Estão associadas à febre,
cefaleia, mialgia, artralgia, faringite, indisposição e conjuntivite
com fotofobia.

O tratamento é a suspensão do medicamento causador e a base


de corticosteroides com hidratação em regime de internação.

Traumas por temperatura


Estas lesões são decorrentes do contato da pele ou mucosa com
substâncias ou metais em temperatura elevada ou muito baixa.
Em ambas, dependendo da temperatura, pode ocorrer a
formação de eritema ou a formação de bolha que se rompe
dando origem a úlceras superficiais. A queimadura pode ser
resultado do tratamento de lesões com uso de eletrocautério ou
crioterapia.

O tratamento é o controle para evitar infecção secundária e


aliviar os sintomas. A queimadura provocada por substância ou
metal em baixa temperatura tende a cicatrizar mais rapidamente
e seu índice de infecção é muito menor quando comprada a
queimadura provocada por altas temperaturas.
Lesões ulceradas
Úlceras representam solução de continuidade do epitélio com Principais medicamentos: omcilon-A (bristol): 1mg de 2 a 3 vezes
exposição do tecido conjuntivo. Elas podem ser primárias, quando ao dia por 7 dias e triancinolona: 1mg de 2 a 3 vezes ao dia por 7
se formam em decorrência da perda de substância epitelial, ou dias.
secundárias, quando se formam por rompimento de uma vesícula
ou bolha, expondo a lâmina própria subjacente. Queilite angular
Conhecer as características clínicas das úlceras é de suma A queilite angular é uma dermatose comum, caracterizada por
importância, pois elas podem indicar uma maior probabilidade da inflamação, fissuração e maceração dos ângulos da boca. Ela
mesma tratar-se de uma lesão maligna, infecciosa ou benigna. possui alguns sinônimos como: perléche, comissurite Labial e
boqueira. É uma doença de origem multifatorial, em cujo
Úlceras inespecíficas: desenvolvimento vários fatores predisponentes podem
desempenhar papel importante.
São constituídas pela úlcera traumática; queilite angular; ulceração
aftosa recorrente; síndrome de behçet; doença de riga-fede e Etiologia: possui como agentes infecciosos os Estreptococos,
ceratoacantoma. Estafilococos e Candida albicans, mas podem também ser
causados por doenças dermatológicas (dermatite atópica,
Úlcera traumática envolvendo a face e dermatite seborreica); deficiência nutricional
(riboflavina, folato e ferro); imunodeficiência (HIV, diabetes
A característica fundamental da úlcera traumática é a relação mellitus, câncer, transplante); hipersalivação e fatores mecânicos
causa e efeito, O principal agente etiológico é o trauma mecânico provocando a perda da dimensão vertical de oclusão, com queda
seguido das lesões produzidas por calor e substâncias químicas. do lábio superior sobre o inferior, na altura do ângulo da boca,
como ocorre no processo normal de envelhecimento.
As causas podem ser os aparelhos ortodônticos, fratura de uma
restauração, prótese mal adaptada e dentre outros.

O tratamento depende da causa, o médico ou dentista poderá


prescrever mudanças na dieta, suplementos vitamínicos ou
antibióticos para tratar o problema. Não basta passar um pouco
O tratamento no que concerne a via de administração preferem-
de hidratante labial e ignorá-lo.
se os medicamentos de uso tópico, ou seja, aqueles de ação local.
Um dos principais medicamentos utilizados no controle e na No tratamento é fundamental a correção dos fatores
redução das ulcerações da mucosa bucal são os antiinflamatórios, desencadeantes, sendo importante também a profilaxia da
especialmente os antiinflamatórios esteróides também chamados queilite angular mantendo a higiene e desinfecção adequadas de
de corticosteróides. próteses dentárias, fontes potenciais de contaminação, com isso
evitando-se também as recidivas.
Queilite angular infectada
Se houver infecção por fungos, pomadas com cotrimazol,
nistatina ou miconazol podem ser usadas. Em alguns casos
podemos indicar o uso de comprimidos de fluconazol para ajudar
na eliminação da lesão fúngica.

Se houver infecção por bactérias, pomadas como a mupirocina


estão indicadas. O tratamento da boqueira com pomadas é Ulcerações aftosas herpetiforme: quadro clínico semelhante ao
geralmente feito por 1 a 3 semanas. de ulcerações que decorrem do rompimento de vesículas
Se não houver infecção bacteriana ou fúngica, pomadas herpéticas, cometem mais a população adulta em 3ª década de
hidratantes e anti-inflamatórias, como óxido de zinco (presente vida. A reparação pode demorar até 30 dias.
no Hipoglós) ou Omcilon A Orabase são úteis. Cremes à base de
vaselina também são uma opção.

Ulceração aftosa
Das lesões ulceradas que acometem a cavidade bucal é o tipo
mais comum, com incidência entre 20 a 60% dependendo da
população estudada. A incidência tende a ser mais elevada nos
grupos socioeconômicos e nas pessoas não fumantes. O objetivo de reduzir os sintomas, o tamanho e a quantidade das
úlceras e/ou aumentar os períodos livres da doença são
Clinicamente apresentam-se da seguinte forma: determinados pela severidade, frequência de aparecimento,
história médica e tolerância do paciente à medicação. Além disso,
Ulcerações aftosas menores (afta menor): 90% das lesões
devem ser eliminados ou tratados quaisquer fatores
apresentam-se arredondadas, contorno nítido, doloridas,
predisponentes.
afetando mucosa não queratinizada por 2 a 8 mm sendo únicas
ou múltiplas. Melhoram em cerca de 10 dias não deixando cicatriz O tratamento depende da gravidade da lesão, pacientes com
visível. poucas lesões ou lesões ocasionais geralmente nenhum
tratamento é necessário, além de um enxaguatório brando. Nos
demais casos, podem ser administrados corticosteroides tópicos
e/ou sistêmicos, antibióticos e imunomoduladores.

Corticosteroides tópicos é a principal base do tratamento e


normalmente são usados como terapias de primeira linha. Os
agentes normalmente usados incluem triancinolona em orabase e
dexametasona - elixir. A duração do tratamento varia de caso
para caso. Se as úlceras são pequenas, provocam pouca dor e
são infrequentes, pode-se optar por deixar que ocorra involução
Ulcerações aftosas maiores (afta de Sutton): periadenite mucosa espontânea. Outras opções de corticosteroides tópicos são elixir
necrótica recorrente, possuindo um diâmetro de 1 cm. A de dexametasona 0,05mg/ml (bochecho 3x/dia ou enxaguatório
persistência da lesão é por 1 a 2 meses, deixando cicatriz, sendo bucal), acetonido de triancinolona orabase ou spray de
mais profundas e com bordas mais elevadas incidindo também em dipropionato de beclometasona, alternativas utilizadas nos caso de
mucosa queratinizada. ulcerações múltiplas e localizadas em lugares de difícil acesso,
como no palato mole ou orofaringe.

Dexametasona tópica (em creme, aplicada 3x/dia por cinco dias,


em média) mostrou-se eficaz em reduzir a dor e promover a
cicatrização mais rápida da úlcera.
Clorexidina pode ser usada a 0,2% para bochechos. defendem a excisão da lesão sem esperar pela regressão
Enxaguatórios orais de clorexidina têm se mostrado eficazes em espontânea.
reduzir a severidade e duração das úlceras, diminuir a incidência
de novas lesões e prevenir a ocorrência de infecções Doença de riga-fede
bacterianas ou micóticas secundárias.
A doença de riga-fede é caracterizada por úlceras linguais que
Gel de lidocaína pode reduzir a dor, devendo ser massageado no ocorrem em bebês em decorrência do traumatismo crônico da
local da lesão e utilizado principalmente antes das refeições. Para mucosa pelos dentes decíduos anteriores. A amamentação está
casos mais graves, tratamentos sistêmicos podem ser utilizados, frequentemente associada. A doença ocorre em bebês entre 1
incluindo cursos de 4 a 5 dias de prednisona, 60 a 80mg/dia. semana e 1 ano e frequentemente está relacionada a dentes
natais ou neonatais.
Síndrome de behçet
É uma doença multissistêmica (gastrointestinal, cardiovascular,
ocular, SNC, articular, pulmonar e dérmica) com presença de
lesões ulceradas concomitantes em mucosa bucal e genital,
associadas a lesões cutâneas e oculares podendo incidir também
em outras áreas.

Tratamento pode ser conservador na redução de bordas incisais


e radical na remoção do dente.

Úlceras específicas
No diagnostico deve-se observar que além de ter ulceração São constituídas pela sífilis, tuberculose; hanseníase;
aftosa em cavidade oral é necessário ter ulceração em mais duas paracoccidioidomicose e histoplasmose.
regiões, como, região cutânea e genital.
Sífilis
Ceratoacantoma
Doença bacteriana sexualmente transmissível causada pelo
Lesão mucocutânea de etiologia desconhecida, ocorre Treponema pallidum. A principal via de transmissão é através do
principalmente na pele exposta ao sol e, com menos frequência contato sexual, mas também pode ser transmitida da mãe para o
na junção mucocutânea. As lesões podem ser solitárias ou feto durante a gravidez ou no momento do nascimento,
múltiplas. resultando em sífilis congênita.

Os sinais e sintomas da sífilis variam dependendo da fase atual


em que se apresente (primária, secundária, latente e terciária).

O tratamento é por causa da distinção clínica e patológica entre


o ceratoacantoma e o carcinoma epidermoide, muitos autores
O diagnóstico é feito geralmente através de testes de sangue Sífilis terciária: o terceiro estágio da infecção ocorre em um a
VDRL, no entanto, a bactéria também pode ser detectada dez anos, com casos de até 50 anos para que a evolução se
utilizando microscopia de campo escuro. manifeste. Esta fase é caracterizada pela formação de gomas
sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas
No tratamento pode ser tratada efetivamente com antibióticos, mucosas, mas que podem ocorrer em diversas partes do corpo,
especialmente a penicilina G, de preferência por via intramuscular inclusive no esqueleto. Outras características da sífilis não
ou via intravenosa se for um caso de neurosífilis, ou ainda tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e
ceftriaxona para aqueles que têm alergia à penicilina e doxiciclina as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As
ou azitromicina por via oral. manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis
As fases são: cardiovascular.

Sífilis primária: cerca de 3 a 90 dias após a exposição inicial Tuberculose


(média de 21 dias) uma lesão de pele, chamado de cancro,
aparece no ponto de contato. A tuberculose é uma doença infecciosa bacteriana causada pelo
Mycobacterium tuberculosis. Estima-se que um terço da
população mundial esteja infectado.

A transmissão da doença se dá via respiratória. A infecção


primária, ou seja, aquela presente em indivíduos não expostos
previamente ao microrganismo, demonstra uma resposta
inflamatória crônica inespecífica e resulta em uma formação de
um nódulo fibro calcificado no sítio inicial do envolvimento. Cerca
de 5-10% dos pacientes progridem para a tuberculose
secundária, que pode ocorrer anos depois e produz múltiplos
focos de infecção. As lesões orais são raras, porém
Sífilis secundária: é a sequência lógica da sífilis primária não
apresentam-se como uma úlcera crônica e indolor que pode ser
tratada e é caracterizada por uma erupção cutânea que aparece
confundida com o carcinoma espinocelular.
de 1 a 6 meses (geralmente 6 a 8 semanas) após a lesão
primária ter desaparecido. Esta erupção é vermelha rosácea e O tratamento é terapia medicamentosa.
aparece simetricamente no tronco e membros, e, ao contrário
de outras doenças que cursam com erupções, como os pés. Em
áreas úmidas do corpo se forma uma erupção cutânea larga e
plana chamada de condiloma lata. Manchas tipo placas também
podem aparecer nas mucosas genitais ou orais. O paciente é
muito contagioso nesta fase.

Hanseníase
A hanseníase é causada pela bactéria Mycovacterium leprae.
Atualmente, o Brasil é um dos países com maior ocorrência da
hanseníase. Clinicamente, a hanseníase é classificada em
paucibacilar e multibacilar:

A hanseníase paucibacilar é caracterizada por poucas lesões


Sífilis latente: estado tipo portador, em que o indivíduo está cutâneas bem delimitadas e hipopigmentadas. Os nervos são
infectado e é infeccioso mas não apresenta sintomas frequentemente afetados, produzindo anestesia e perda da
significativos. sudorese.
A hanseníase multibacilar inicia-se com diversas máculas ou lesões apresentam-se como úlceras eritematosas com base
pápulas hipopigmentadas que vão se tornando espessas com o granulomatosa e entremeadas por pontos hemorrágicos.
tempo. O envolvimento da face é comum e o paciente adquire o
aspecto de “face leonina”.

As lesões bucais de hanseníase multibacilar são as mais comuns e


ocorrem de 19-60% dos pacientes. Ocorrem mais no palato,
gengiva ântero-superior e mucosa jugal. Clinicamente,
apresentam-se como pápulas amareladas ou eritematosas com
tamanho crescente que evoluem para ulceração, necrose e
fibrose. Estas lesões podem levar à fixação do palato mole e à
macroqueilia (aumento volumétrico do lábio). Quando envolve a
maxila anterior, pode destruir o osso subjacente e cria a fácies
Histoplasmose
leprosa, uma tríade caracterizada por atrofia da espinha nasal A histoplasmose é causada pelo fungo Histoplasma capsulatum e
anterior, atrofia do rebordo alveolar ânterosuperior e alterações é uma doença relativamente comum. Este fungo tem seu habitat
inflamatórias endo nasais. natural em áreas úmidas e de solo fértil, próximas a rios, são
lugares propícios ao seu desenvolvimento. A expressão da
O diagnóstico da hanseníase é clínico. A bactéria pode ser
histoplasmose depende do sistema imune do hospedeiro,
identificada por métodos de biologia molecular, porém não existe
quantidade de esporos inalados e da cepa.
um teste laboratorial confiável e de baixo custo para diagnóstico
da mesma. Existem três tipos: aguda, crônica e a disseminada. A taxa de
mortalidade é alta e a maioria das lesões bucais aparecem na
O tratamento é longo (6 a 24 meses) e são realizados com
forma crônica da doença e geralmente apresentam-se como
rifampicina, dapsona e clofazimina.
ulceração solitária com sintomatologia variável e tempo de
evolução de semanas.

Suas características clínicas são praticamente indistinguíveis de


uma úlcera maligna e é recomendada a realização de biópsia.

O diagnóstico da histoplasmose se dá por identificação do fungo


no exame microscópio de uma peça cirúrgica ou por testes
sorológicos contra os anticorpos produzidos contra o H.
Paracoccidioidomicose capsulatum.

O tratamento da histoplasmose é longo e baseado na


A paracoccidioidomicose (PCM) é uma infecção granulomatosa
administração de antifúngicos. A fase disseminada é
crônica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Em
caracterizada por alta mortalidade.
regiões endêmicas, como no Brasil, estima-se que cerca de 10%
da população esteja infectada com o fungo embora a doença vá
se manifestar em apenas 1-3:100.000 pacientes.

A sua transmissão se dá por inalação, uma vez que o fungo vive


no solo.

A forma crônica da doença representa mais de 90% dos casos


e ocorre em adultos, geralmente com idade superior a 20 anos,
com comprometimento progressivo do estado de saúde geral. ÚLCERAS CANCEROSAS
Embora inoculação direta do fungo na cavidade oral seja cara, a O tipo mais comum de câncer de boca é o carcinoma
contaminação da mucosa bucal é mais frequente por conta da espinocelular, que corresponde a cerca de 95% de todas as
eliminação dos fluidos pulmonares. Os lugares mais acometidos são neoplasias bucais.
o lábio inferior, mucosa bucal palato, língua e região sublingual. As
A sua apresentação mais comum é a de úlcera exofítica com
bordas elevadas e endurecidas, superfície firme e coloração
variando do esbranquiçado ao avermelhado. Pode haver áreas de
necrose e a lesão apresenta mobilidade reduzida. É importante
ressaltar que algumas doenças infecciosas podem apresentar
manifestações semelhantes as das úlceras cancerosas. Assim, é
vital realizar o diagnóstico diferencial entre as mesmas, pois o
tratamento e o prognóstico das doenças é bastante diferente.
É o processo de aumento do volume que no seu interior contém
pus. 1- Anestesia local, pela técnica de bloqueio regional dos nervos
alveolar inferior e lingual, seguida de infiltração do fundo do
Pericoronarite (operculite) saco gengival para anestesia do nervo bucal.
• Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000
É um processo inflamatório de
2- Remover os depósitos grosseiros de cálculos e placa dentária,
caráter agudo ou crônico, que se
por meio de cuidadosa instrumentação das áreas envolvidas,
desenvolve nos tecidos gengivais que
supra e subgengival, limitando-a de acordo com a tolerância do
recobrem as coroas dos dentes em
erupção ou parcialmente paciente.
erupcionados. 3- Irrigar abundantemente o local com a solução fisiológica estéril
e, em seguida, com solução de digluconato de clorexidina
É decorrente do desenvolvimento de 0,12%
colônias bacterianas. Com o acúmulo 4- Orientar o paciente com relação a higiene oral, salientando a
das bactérias no espaço entre a importância do combate a placa. Prescrever bochechos com
gengiva e o elemento dentário, o tecido torna-se edemaciado e com 15ml de digluconato de clorexidina 0,12%, não diluída, a cada
sintomatologia dolorosa.
12h, durante uma semana.
Ocorre com maior frequência na erupção dos terceiros molares 5- Se o paciente estiver com dor, vai prescrever dipirona
mandibulares. É causado pela retenção da placa dentária e restos (500mg a 1g) com intervalos de 4h, pelo período de 24h.
de alimentos sobre o capuz ou pelo traumatismo dos terceiros • Se a dor persistir, prescrever um AINE (ex.:
molares devido a mastigação nimesulida 100mg, a cada 12h.)
Trauma 6- Agendar consulta para reavaliação do quadro clínico, após um
.
As vezes o terceiro molar está período de 14-48h.
em erupção, esse tecido começa 7- Acompanhar a evolução do quadro, até a alta do paciente.
a edemaciar e com o toque do
elemento superior (trauma nessa Na persistência ou agravos dos sintomas, instituir o tratamento
região) começa a inflamar o tecido complementar com antibióticos. Os sinais que levam o tratamento
que recobre esse dente. com antibiótico no paciente são:

O quadro típico é identificado com edema gengival e da mucosa ao Limitação da


Dor
redor do local de erupção do dente com coloração vermelha Edema abertura da
espontânea
boca
intensa, devido a hiperemia do local. Seu principal sintoma é a dor,
podendo atingir ouvido, garganta, assoalho da boca. Pode-se
Linfodenite Febre
observar a presença de pus, após a sondagem periodontal.

Pode apresentar manifestações sistêmicas, como: linfodenite,


O antibiótico utilizado é amoxicilina 500mg a cada 8h + metronidazol
dificuldade de deglutição, febre e mal-estar geral;
250mg a cada 8h.
O extravasamento de plasma sanguíneo, quando em excesso, gera
Pacientes alérgicos à penicilinas ou com intolerância ao
edema que pode espalhar-se para a região do ângulo da mandíbula,
metronidazol, podem utilizar: claritromicina 500mg a cada 12h ou
causando uma limitação da abertura da boca, isso é chamado de
clindamicina 300mg a cada 8h.
trismo. (processo de perda da limitação da abertura da boca).

Protocolo de tratamento: Duração do tratamento:

• Prescrever inicialmente por um período de 3 dias;


• Antes de completar 72h de tratamento, reavaliar o quadro Os fatores etiológicos são:
clínico;
• Trauma cirúrgico;
• Com base na remissão dos sintomas, manter ou não a terapia,
• Higiene oral não ser adequada;
pelo tempo necessário;
• Abuso do uso de anestésico dentro do alvéolo;
• Em geral, a duração do tratamento dificilmente irá ultrapassar
• Problemas sistêmicos;
o período de 5 dias.
• Quebra da cadeia asséptica, ou seja, materiais que não estão
devidamente esterilizados.
Quando o caso tiver avançado com: presença de celulite
considerável, disfagia, anorexia, mal-estar geral, deve se Os riscos associados aos fatores etiológicos são: uso de tabaco,
encaminhar para um cirurgião bucomaxilofacial. uso de contraceptivos e uso de corticoides.

Obs.: Dependendo de como está a posição do dente, ele nunca vai Tratamento
erupcionar, com isso, a pericoronarite vai ser recorrente. Nesse
caso, quando estiver em processo agudo vai curetar e limpar e em Alivio da
seguida marcar a exodontia do dente. dor

Alveolite
É uma inflamação no alvéolo. Podem Propicionar
Cura da
surgir no pós-operatório de ciclo
infecção
regenerativo
extrações dentarias e podem ser
consideradas como consequência de
uma inflamação anterior. Possui 1- Anestesia local, pela técnica de bloqueio dos nervos alveolares,
ocorrência em cerca de 1%-4% dos casos com exodontia. seguida de infiltração do fundo do saco gengival.
2- Remover os depósitos grosseiros de cálculos e placa dentária,
Apresenta duas classificações: alveolite seca e alveolite úmida.
por meio de cuidadosa instrumentação das áreas envolvidas,
Ambas apresentam insensibilidade à analgésicos.
limitando-a de acordo com a tolerância do paciente.
Alveolite seca: geralmente começa 3- Irrigar abundantemente o local com a solução fisiológica estéril
cerca de 48 a 72h após a seguida de clorexidina 0,12%
extração dentaria. Apresenta dor 4- Prescrever bochechos com 15ml com clorexidina 0,12%, não
e hiperemia dos tecidos moles ao diluída, a cada 12h, durante uma semana.
redor do alvéolo, sem apresentar 5- Não utilizar sutura de qualquer tipo.
coleção purulenta. Os sintomas são: dor intensa, odor e osso viável. 6- Para aliviar a dor, prescrever dipirona (500mg a 1g) com
intervalos de 4h, pelo período de 24h. Se a dor persistir,
Alveolite úmida/purulenta: pode ser prescrever um AINE.
decorrente da alveolite seca bem 7- Agendar consulta para reavaliação.
como iniciar-se pela presença da 8- Acompanhar a evolução do quadro.
contaminação do alvéolo, causando o 9- Na persistência ou agravamento dos sintomas, instruir
processo purulento. Os sintomas tratamento com antibióticos.
são: febre, dor e presença de pus.
Se ocorre casos refratários pode se aplicar uma pasta
Causa medicamentosa no interior do alvéolo. A composição da pasta é:
metronidazol 10%, lidocaína 2%, essência de menta e lanolina. Para
Seca Purulenta/úmida aplicar a pasta deve se limpa, cureta, seca, preencher a cavidade
com a pasta realizando uma ligeira pressão.
• Manobra cirúrgica difícil; • Presença de coágulo;
• Fratura do osso alveolar; • Posterior à alveolite seca;
• Ausência de ponto; • Infecção por objetos
• Ausência de coágulo; contaminados.
Abscesso dento alveolar ou periapical
• Displicência do paciente
no pós-operatório.
É dividido em agudo e crônico. O agudo corresponde a formação de
pus envolvendo a região apical com evolução rápida e dor lancinante
sem a formação de ponto de flutuação ou fístula. Por outro lado,
o crônico corresponde ao abscesso que apresenta ponto de
flutuação ou fístula. Ambas podem desencadear celulite.
No início ocorre só a ruptura da lâmina dura, já no abscesso crônico
vai apresentar uma imagem radiolúcida difusa no ápice do dente. O tratamento: passa para endodontia.
• Anestesia;
• Isolamento absoluto;
• Abertura coronária;
• Irrigação intracanal;
• Esvaziamento do conteúdo séptico/ até o CRD (comprimento
real do dente).
Etiologia • Drenagem via canal.
• Medicamentação intracanal.
• Traumática;
• Selamento coronário;
• Medicamentosa;
• Medicação sistêmica com anti-inflamatório e antibiótico.
• Infecciosa;
Abscesso dento alveolar agudo – Fase em
O primeiro sinal de que a polpa foi atingida é a ruptura da lâmina
dura. Se não tratar isso pode evoluir, podendo ter a colonização evolução
bacteriana apical, a morte da célula naquela região, e a formação
• Ausência de vitalidade pulpar.
de um abscesso.
• Dor espontânea, pulsátil, contínua e difusa.
Abcesso dento alveolar agudo • Acentuada mobilidade dentária.
• Extrusão dentária.
• Dor; • Sensível à palpação apical.
• Evolução rápida; • Sensibilidade ao toque vertical.
• Origem: espontânea; • Edema difuso, consistente, sem ponto de flutuação.
• Duração: prolongada; • Aumento de volume da área.
• Frequência: contínua; • Cefaleia, febre e prostração.
• Intensidade: insuportável;
• Localização: localizada. O tratamento é o mesmo, a única diferença é que deve pedir o
paciente para fazer bochecho com solução emoliente (água
Características clínicas: morna), para que consiga fazer a dissolução desse pus que está
• Teste de vitalidade: negativo; contido e não apresenta ponto de flutuação.
• Coroa: rígida, com cárie ou restauração; Abscesso dento alveolar agudo – Fase evoluída
• Percussão: positivo (hipersensível);
• Mobilidade: aumentada; • Ausência de vitalidade pulpar.
• Extrusão súbita: aumentada; • Dor espontânea, pulsátil, contínua, difusa e menos intensa.
• Palpação: mucosa periapical alterada; • Mobilidade dentária.
• Linfonodos regionais: mole, doloroso e móvel; • Extrusão dentária.
• Febre; • Sensibilidade ao toque vertical.
• Sem edema evidente; • Edema localizado com ponto de flutuação extra ou intra-bucal.
• Aumento de volume da área.
Radiograficamente só vai observar um espessamento do ligamento • Cefaleia, febre e prostração.
periodontal.
O tratamento continua sendo o mesmo. Só que agora existe um
ponto de drenagem, ou seja, o pus está querendo sair. Esse pus
vai estar drenando intracanal ou intra cavidade bucal ou extra
cavidade bucal.
Abscesso dento alveolar crônico

• Ausência de vitalidade pulpar.


• Assintomático.
• Escurecimento coronário.
• Fístula.
• Lesão periapical difusa. Parotidite bacteriana
Corresponde a infecção das glândulas parótidas ou
submandibulares por bactérias.
Características radiográficas: imagem
radiolúcida sem limites precisos. Bacteremia E SEPTICEMIA
A bacteremia corresponde a presença de bactéria na corrente
sanguínea e ocorre durante uma exodontia ou manipulação de área
infectada, sem produzir alteração clínica. Por outro lado, a
Tratamento é o mesmo, porém nesse caso tem que fazer a septicemia caracteriza-se por mais de dois picos febris em 24
drenagem. horas, hipotensão e débito urinário (oligúria).
Existem dois fatores determinantes para onde vai o pus: Na septicemia também está presente a síndrome da resposta
1- Espessura das corticais (vestibular, lingual e apical). inflamatória sistêmica (SRIS) que é caracterizada pela temperatura
2- Altura das inserções musculares (vestíbulo bucal e espaços corporal maior que 38°C ou menor que 36°C, frequência cardíaca
faciais). maior que 90 bpm, frequência respiratória maior que 20
movimentos/min., e leucócitos totais maior que 12.000 ou menor
que 4000.

Prevenção da propagação de infecções


dentárias
• Diagnóstico precoce da infecção.
• Extração, implantes, tratamentos periodontais.
Infecções de feridas cirúrgicas • Administração prévia de antibiótico
- Pacientes diabéticos, com doenças renais, cirrose hepática,
São determinadas por uma combinação de fatores como: desnutrição e que usam medicamentos imunodepressores (1h
antes – 2g adultos e 50mg/kg criança).
• Virulência e quantidade d microrganismo na feriada. - Profilaxia em endocardite, quando o risco é elevado.
• Mecanismos de defesa do hospedeiro. -Amoxicilina, Clindamicina, Azitromicina.
• Mecânicas: assepsia, antissepsia, cirurgia contaminada ou • Assepsia pré-operatória (intraoral – clorexidina 0,12% e
potencialmente contaminada. extraoral – Sterylderm ou similar).
• Humorais: IgG, IgM e IgA. • Isolamento absoluto.
• Celulares: representadas pelos macrófagos e neutrófilos. • Não realizar anestesia local através de área infectada.
• Imunossupressão: idoso, diabético, desnutrido, leucopênico, HIV, • Avaliar o histórico clínico do paciente.
infecção prévia. • Utilização de antibióticos pós-operação (2h depois).
Periodontite
Corresponde a infecção e inflamação crônica dos tecidos
periodontais, como gengiva, ligamento periodontal e processo
alveolar, causando bolsa periodontal, mau hálito, gosto de pus na
boca e dor no local.
Cavidade patológica com conteúdo fluido ou semi-fluido, a qual não estabelecimento da necessidade de exames complementares
é formada pelo acúmulo de pus, sendo frequentemente revestido adicionais para o diagnóstico definitivo e planejamento
por epitélio e suportado por tecido conjuntivo fibroso. terapêutico.

Processo de formação do cisto Diagnóstico clínico e por imagem


Os remanescentes epiteliais, por estímulos desconhecidos,
proliferam formando ilhotas celulares que, por terem nutrição
insuficiente, causada pela distância do tecido conjuntivo
adjacente, favorecem a degeneração das células centrais, que
por ação enzimática se liquefazem. Neste líquido, encontramos
alta concentração proteica e cristais de colesterol, o que gera
alta pressão osmótica. O cisto é uma cavidade que contém liquido citrino no seu interior
(não é pus), podendo realizar uma pulsão com uma agulha
A cápsula cística funciona como uma membrana semipermeável,
removendo esse líquido para avaliação.
trazendo líquido dos espaços teciduais para dentro da lesão, até
estabelecer o equilíbrio hidrostático. Isto faz com que a lesão Em exame radiográfico sempre em qualquer cisto possui uma
cística apresente um crescimento lento e contínuo. imagem radiolúcida circunscrita por halo radiopaco.

Diagnóstico Quando se analisam uma imagem se deve observar as seguintes


informações:
História da
lesão  Localização, formato e limites;
 Densidade da lesão;
Caractéristicas Caractéristicas
histopatologicas clínicas  Expansão, destruição das corticais;
 Deslocamento e reabsorção dentária;
 Presença de septos e calcificações intra lesionais.

Exame
Enucleação x Marsupialização
Biópsia
objetivo
Enucleação: remoção da lesão por inteiro.

Marsupialização: abertura de uma loja para que o cisto involua de


Hipóteses Caractéristicas tamanho podendo realizar uma abordagem cirúrgica.
diagnósticas de imagem

A análise desse conjunto de informações coletadas permite a


formulação de um diagnóstico diferencial, seguindo o
envolvem dentes decíduos inclusos. Ocorre em paciente com
idade entre 10 e 30 anos, sendo mais recorrentes em homens
brancos, em casos pequenos são assintomáticos, descobertos em
exames radiográficos ou para verificar falha na erupção de um
dente.

Pode infectar-se e estar associado à tumefação e dor. A lesão


Todo cisto passa por tratamento de enucleação ou
radiotransparente unilocular está associado à coroa, os cistos
marsupialização. O que determina a escolha do tratamento é o
dentígeros podem deslocar o dente, a reabsorção dos dentes
tamanho do cisto, quais as estruturas nobres que ele está
adjacentes erupcionados pode ocorrer e os cistos infectados
comprimindo e localização.
podem mostrar limites mal definidos.
Por exemplo: caso tenha um cisto pequeno de fácil acesso sem
Diagnóstico
está comprimindo as estruturas nobres opta-se por enucleação,
removendo o cisto por inteiro. Caso tenha um cisto Não deve ser somente baseado em evidências radiográficas, pois,
pequeno/grande de difícil acesso que está comprimindo as os ceratocistos odontogênicos, ameloblastoma uniloculares e
estruturas nobres opta-se por marsupialização, realizando a outros tumores podem ter imagens idênticas.
abertura de uma loja e deixando-a respirando para que o cisto
involua de tamanho e se realize uma abordagem cirúrgica em um Tratamento
segundo momento.
 Enucleação do cisto e remoção do dente incluso
Cistos epiteliais associado;
 O dente pode ser mantido no local, após remoção da
O surgimento dos cistos provavelmente está ligado aos resíduos parede do cisto, caso a erupção do dente for viável;
epiteliais que permanecem na região durante o processo da  Cistos grandes optam-se
formação dentária e ao longo das linhas de fusão dos ossos por marsupialização;
maxilares na embriogênese, podendo estar associado ou não a  O prognóstico é excelente
processos patológicos inflamatórios. e raramente ocorre
recorrência após remoção
Cisto epitelial do desenvolvimento completa do cisto.

São eles: odontogênicos, cisto dentígero, cisto de erupção, cisto


gengival do recém-nascido, cisto gengival do adulto e cisto
periodontal lateral, cisto odontogênico glandular, não odontogênico, Cisto de erupção
cisto nasolabial e cisto do ducto nasopalatino.
Não tem necessidade de realização de biópsia e desenvolve-se
devido à separação do folículo dentário que envolve a coroa de
odontogênicos um dente em irrupção dentro dos tecidos moles sobre o osso
alveolar.
Resultante da proliferação de remanescentes epiteliais
associados à formação dos dentes. Esse epitélio compreende a Tratamento
lâmina dentária, o órgão do esmalte e a bainha de hertwig. A
maioria dos cistos maxilares é limitada por epitélios que se origina  Comum em crianças com menos de 10 anos de idade
do epitélio odontogênico. (1°s MP e IS).
 Tumefação mole na mucosa gengival recobrindo a coroa
Cisto dentígero de um dente decíduo ou permanente em irrupção.
 Quando são retirados intactos não são enviados para o
Características clínicas histológico.

Podem estar associados a qualquer dente incluso, ocorrendo com


maior frequência nos 3°MI, 3°MS, CS, 2°PMI. Raramente
Nódulos de Bohn: ao longo do lado bucal e lingual das cristas
dentárias e palato duro.

Cistos da lâmina dentária: situados na crista dentária nas arcadas


superiores e inferiores.

Cisto gengival do adulto e cisto


Cisto gengival do recém nascido periodontal lateral
Características clínicas Características clínicas

Apresentam-se como pequenas pápulas de 2 a 3 mm, O cisto gengival do adulto e o cisto periodontal lateral
esbranquiçadas ou amareladas distribuídas pelo processo alveolar. representam, respectivamente, as contrapartes extra e
Não é raro observá-las em grupos de 6 ou 7 e são mais comuns intraóssea da mesma lesão. Ambas são raras e representam
na maxila do que na mandíbula. Cerca de 50% dos recém- menos de 2% de todos os cistos epiteliais dos maxilares.
nascidos apresentam o cisto gengival do recém-nascido. O cisto
gengival do recém-nascido é autolimitante e raramente são Origina-se dos restos de lâmina dentária. Ocorre ao longo da
observadas algumas semanas após o nascimento, pois, acredita- superfície lateral da raiz de um dente com vitalidade e em geral
se, degenerarem ou romper-se na superfície da mucosa, não são pequenos (inferior a 1 cm). 5ª e 7ª década, mais prevalente
sendo necessário o tratamento. sexo masculino. Lesão assintomática, detectado com exame
radiográfico. Mais comum nas regiões de incisivo lateral, canino e
Embora não sejam de origem odontogênica, outros dois cistos são PM inferior.
frequentemente utilizados como sinônimo do cisto gengival do
recém-nascido, eles apresentam características clínicas e Características radiográficas
comportamento quase idênticos ao do cisto gengival do recém-
nascido variando somente na sua localização. Acredita-se, O cisto gengival do adulto não apresenta sinais radiográficos,
entretanto, que os três cistos tenham origens distintas. O entretanto em alguns casos é possível observar, durante a
primeiro deles são as pérolas de Epstein, localizadas ao longo da cirurgia, uma depressão óssea em forma de taça por conta da
rafe palatina e deriva-se de restos epiteliais aprisionados entre reabsorção causada pela pressão da lesão. Já o cisto periodontal
os processos palatinos e o segundo deles são os nódulos de Bohn lateral geralmente é detectado em exame radiográfico por
localizam-se nas faces vestibular e lingual do rebordo alveolar e outras razões, já que é assintomático e seu crescimento
são derivados de tecidos glandulares. intraósseo lento dificilmente atinge a superfície.
Radiograficamente, apresenta-se como uma área
Atualmente, no entanto, os termos pérolas de Epstein e nódulos radiotransparente bem circunscrita, localizada lateralmente à raiz
de Bohn são incluídos sob a terminologia de cistos palatais do de um dente vital.
recém-nascido.
Tratamento

 O tratamento do cisto gengival do adulto é a sua


remoção cirúrgica simples e enucleação para o cisto
periodontal lateral. O prognóstico é excelente e
recorrência é rara.

Localização

Pérolas de Epstein: ao longo da rafe palatina mediana.


Tratamento
Cisto odontogênico glandular
 Realiza-se a enucleação cirúrgica.
Características clínicas

O cisto odontogênico glandular é uma lesão rara, corresponde a


cerca de 0,2% de todos os cistos dos maxilares. Há um pico de
incidência na 6a década de vida e ligeira predileção pelo gênero
masculino. Apresenta maior ocorrência na região anterior da
mandíbula (mandíbula, 85-90%).

Clinicamente, o cisto odontogênico glandular apresenta-se como


uma tumefação indolor na maioria dos casos.

Características radiográficas

A grande maioria se apresenta como lesões radiolúcidas bem


delimitadas exibindo expansão vestibular. Há uma alta frequência Cisto nasopalatino
de reabsorção radicular dos dentes vizinhos (43%), porém
associação com dentes nãoirrompidos é baixa (11%), talvez Características clínicas
porque acometa mais a região anterior de pacientes mais velhos.
Um fato interessante é que cerca de metade dos casos de cisto Acredita-se que sua patogenia esteja relacionada com a 4ª e 8ª
odontogênico glandular exibe perfuração da cortical óssea, o que semanas de vida intra-uterina, nas quais o processo maxilar do
pode ser somente observado por radiografias oclusais ou segundo arco braquial forma a base nasal e a asa do nariz.
tomografia computadorizada.
Características radiográficas

CISTO Não odontogênico Radiograficamente, a lesão pode abaular a


parede lateral do soalho da fossa nasal, o que
Características clínicas pode ser evidenciado em uma radiografia
oclusal total da maxila.
O surgimento desses cistos provavelmente está ligado aos
resíduos epiteliais que permanecem na região ao longo das linhas
de fusão dos ossos maxilares na embriogênese, podendo estar
associado ou não a processos patológicos inflamatórios.

Cisto do ducto nasopalatino Cisto epitelial inflamatório


Características clínicas São eles: cisto periapical, cisto residual e cisto paradentário.

Sugere-se que sua origem seja de remanescentes do ducto Cisto periapical


nasopalatino (estrutura embrionária que liga as cavidades oral e
nasal da região do canal incisivo). Comum entre 40 e 60 anos. Características radiográficas

Sintomas: tumefação da região anterior do palato, drenagem e O dente precisa ter presença de necrose pulpar. Os cistos
dor. periapicais geralmente são assintomáticos e frequentemente
descobertos em exames de rotina, a não ser que exista
Características radiográficas
exacerbação inflamatória aguda. São os cistos mais comuns
Radiograficamente podem variar de pequenas lesões (menores (65%) se origina de processos inflamatórios e dos restos
que 6 cm) a lesões maiores. Alguns têm formato de pêra epiteliais de Malassez.
invertida.
Radiograficamente, o cisto periapical apresenta-se como uma Em cistos nessa localização, cerca de 60% dos pacientes relatam
área radiolúcida arredondada circundando o ápice do dente pelo menos um episódio prévio de pericoronarite e é comum
envolvido. Um halo radiopaco que apresenta continuação com a observar comunicação da parede cística com a bolsa periodontal.
lâmina dura do dente são frequentemente observado, é comum
Características radiográficas
observar reabsorção radicular. O tamanho do cisto radicular pode
variar de alguns milímetros até tomar um quadrante completo, o
Área radiolúcida bem delimitada normalmente localizada
tamanho médio é de 1.5 cm. Um cisto periapical pequeno não pode
lateralmente (mais comum na distal) a um elemento dentário.
ser radiograficamente distinguido do granuloma periapical.

Cistos não epiteliais


São eles: cisto ósseo traumático, simples ou traumático, cisto
aneurismático, cistos dos tecidos moles da cabeça e pescoço e
cisto epidermoide. Porém, só será abordado o cisto ósseo
traumático devido aos demais serem bastante raros.

Cisto ósseo traumático


O cisto ósseo simples é uma cavidade benigna vazia ou com
conteúdo líquido no seu interior e desprovido de revestimento
epitelial. A patogênese deste cisto é incerta e a teoria mais
defendida é a teoria trauma-hemorragia que sugere que um
trauma ósseo leve resulte em um hematoma intraósseo. Caso o
mesmo não sofra organização e reparo, ele poderá liquefazerse,
resultando num defeito cístico. Entretanto, esta teoria não
Cisto residual explica o desenvolvimento de cistos ósseos simples em pacientes
sem história prévia de trauma.
Características clínicas
Características clínicas
Surge em decorrência da manutenção de um processo patológico
O cisto ósseo simples pode ocorrer tanto em ossos longos como
apical após a exodontia, ou seja, os remanescentes do epitélio ou
nos maxilares. Geralmente, acomete pacientes entre 10 e 20
a presença de um cisto propriamente dito. Forma-se no interior
anos de idade, há uma ligeira predileção pelo gênero masculino e a
do alvéolo e possui radiotransparência de forma circular a oval.
grande maioria ocorre na região posterior da mandíbula. Em
grande parte não reabsorve as raízes nem interferem na
vitalidade dos dentes envolvidos.

Cisto paradentário
Caractéristicas clínicas
Acima imagens radiolúcidas, uniloculares, arredondadas ou
O cisto paradental se desenvolve próximo da margem cervical da ovaladas, bem circunscritas e localizadas abaixo do canal
face da raiz dentária como consequência de um processo mandibular, entre o primeiro molar inferior e o ângulo da
inflamatório periodontal. Cerca de 61% dos cistos paradentais mandíbula.
ocorre nos terceiros molares inferiores parcialmente irrompidos.
Conceitos Tumor x Neoplasia x Câncer
Neoplasia: é o termo que designa alterações celulares que ▸ Tumor se refere ao efeito de massa. Assim sendo, tumor é
acarretam uma proliferação celular anormal, sem controle, sinônimo de qualquer coisa que acumule e leve ao aumento de um
autônoma, na qual reduzem ou perdem a capacidade de se tecido ou determinada região, que pode ocorrer por uma reação
diferenciar, em consequências de mudanças no GENE que regulam inflamatória, por aumento e/ou por uma proliferação
o crescimento e a diferenciação celulares. Pode ser maligna ou descontrolada de células (hiperplasia x hipertrofia).
benigna. ▸ A neoplasia por sua vez, é especificadamente uma proliferação
descontrolada de células, que pode ser benigna ou maligna.
▸ E por fim, o câncer se refere a doença, sendo só maligno.

Aspectos radiográficos de tumores


Os tumores podem aparecer:
▸ Radiolúcido: difuso ou circunscrito.
▸ Radiopaco: difuso ou circunscrito.
▸ Misto: radiolúcido – radiopaco ou
Tumor: corresponde ao aumento de volume observado numa radiopaco – radiolúdio.
parte qualquer do corpo (nome da lesão fundamental). Quando o Para realizar um diagnóstico se utiliza as radiografias convencionais.
tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado Já para realizar um planejamento cirúrgico precisa utilizar a
neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Porém nem sempre o tomografia computadorizada. Na tomografia os termos vão mudar:
tumor vai aparecer por aumento de número de células, pode radiolúcido vira HIPOTENSO, e radiopaco vira HIPERTENSO.
ocorrer uma hipertrofia de células, ou seja, o número de células é
o mesmo, mas o volume das células aumenta. Deve se observar: a localização, formato, limites, densidade da
lesão, expansão, destruição das corticais, deslocamento e
Câncer: é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças reabsorção dentária, presença de septos e calcificações intra
que têm em comum o crescimento desordenado de células, que lesionais.
invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células
tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a Diagnóstico
formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões
do corpo.
Metástase: é a migração da patologia além do local onde começou
(sítio primário) para outras partes do corpo. A metástase pode
ocorrer quando as células cancerosas viajam através da corrente
sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras áreas do corpo.
Ocorre em tumores malignos.
Obs.: recidiva não é metástase, recidiva é quando se remove o
tumor e as células que ficaram vão formar novamente o mesmo
tumor no mesmo local. Pode ocorrer em tumor benigno e maligno.
Amelobastoma
Características dos tumores benignos e
malignos Sem dúvida é a neoplasia odontogênica mais importante,
principalmente por sua incidência e seu significado clínico de
Características Benigno Maligno agressividade local.
Velocidade de Lenta Rápida
Apresenta de 3 formas: convencional/Multicístico: (cerca de 75%
crescimento
a 86% dos casos); Unicístico (cerca de 13% a 21% dos casos);
Modo de Expansivo - Infiltrativo - Periférico/Extraósseo (cerca de 1% a 4% dos casos).
crescimento Compressivo Destrutivo
Delimitação Bem Limites imprecisos ▸
delimitado
É um tumor benigno, porém invasivo
Metástases Ausentes Presentes
que tem tendência à recidiva,
Hemorragias Raras Frequentes
apresentando um crescimento
Corticais Abaulamento Rompimento lento, sem predileção por sexo,
Alvéolo do doente Integridade Destruição/Flutuação aparecendo por volta dos 50 anos
Reabsorção Podem Dificilmente de idade na região de ângulo e ramo
radicular externa apresentar aparecem de mandíbula.
Necrose Fraca Marcante
Ulcerações Fraca Marcante As características radiográficas
são: grandes extensões, região de
3º MI, dentes e estruturas
afastadas, reabsorção radicular
Classificação dos tumores externa. Aspecto de favos de mel
▸ Tumores odontogênicos: neoplasias que tem como origem ou bolhas de sabão.
tecidos formadores dos dentes. Diagnóstico diferencial: Mixoma ou
Ceratocisto.
▸Tumores não odontogênicos: neoplasias que tem como origem
outros tecidos que não sejam os formadores dos dentes. ▸

Classificação dos tumores odontogênicos É de uma única cavidade, parece muito com o cisto dentígero, pois
ele é muito radiolúcido, unilocular, não causa tanta reabsorção
1) Tumores odontogênicos epiteliais: dentária nem
deslocamento.
▸ Ameloblastoma;
▸ Tumor odontogênico escamoso; É considerado
▸ Tumor odontogênico epitelial calcificante; menos agressivo e
▸ Tumor odontogênico adenomatóide (TOA); com menor risco de
▸ Fibroma ameloblástico. recorrência,
apresentando melhor prognóstico em relação aos outros subtipos.
2) Tumores odontogênicos mistos:
Muitas vezes associado a dentes não irrompidos. Acometem jovens
▸ Tumor odontogênico primordial; (segunda década de vida).
▸ Odontoma composto;
Diagnóstico diferencial: Cisto dentígero
▸ Odontoma complexo;
▸ Tumor dentinogênico de células fantasmas. Obs.: para saber se é um cisto ou um tumor, deve realizar a
punção. Vai no local da lesão, e coloca a agulha e puxa, se vier liquido
3) Tumores odontogênicos mesenquimais /ectomesenquimais: é cisto, se não vier é tumor.
▸ Fibroma odontogênico; ▸
▸ Mixoma odontogênico/Mixofibroma;
▸ Cementoblastoma; É mais raro. Acomete os tecidos
▸ Fibroma cemento-ossificante. moles, sem predileção por idades.

Tumores odontogênicos epiteliais


Tumor odontogênico adenomatóide (TOA) Odontoma complexo

A incidência varia Consiste em uma massa


entre 3 e 7% dos amorfa de esmalte e
tumores dentina. A massa
odontogênicos, sendo calcificada não
um tumor benigno apresenta qualquer
com crescimento arranjo definido. Atinge
lento, afetando principalmente a 1ª e 2ª década de vida com predileção por região
preferencialmente os jovens nas duas primeiras décadas de vida, posterior de mandíbula. Geralmente são associados a dentes não
com predileção pelo sexo feminino. A maioria das lesões afeta a irrompidos. Sua etiologia é desconhecida.
maxila (região anterior) com associação à caninos não irrompidos.
Causa expansão óssea. Apresenta baixa recidiva.
Diagnostico diferencial: Cisto dentígeno e Ceratocisto.
O TOA começa na 1ª fase com uma imagem radiolúcida associada
a junção amelocementária, muito parecido com o cisto dentígeno.
Na 2ª fase apresenta uma imagem radiolúcida envolvendo quase
todo o dente.
Na 3ª fase fica bem característico de TOA, fica com uma imagem Composto Complexo
radiolúcida cheia de cristais radiopaco no interior. Aparece como uma coleção Aparece como uma massa
de estruturas semelhantes calcificada.
a dentes de variados Radiograficamente: imagem
tamanhos e formas. radiopaca com alo
Radiograficamente: imagem radiolúcido.
radiopaca com alo
radiolúcido.

Características clínicas e radiográficas:


A maioria dessas lesões é completamente assintomática,
Tumores odontogênicos mistos descobertas durante o exame radiográfico de rotina ou quando são
realizadas radiografias para determinar o motivo pelo qual um
Odontoma composto dente ainda não erupcionou.

É uma imagem radiopaca com um alo radiolúcido. Os caninos, incisivos centrais superiores e terceiros molares são
os dentes mais frequentemente associados a impacção por
É formado por múltiplas estruturas pequenas, semelhantes a odontomas. Existem casos associados à ausência de dentes,
dentes, assintomático, atinge principalmente a 1ª e 2ª década de podendo ocorrer erupção do odontoma na cavidade bucal, ou
vida. Apresenta predileção por região anterior de maxila. Sua estarem associados a dente decíduo retido no arco. Potencial de
etiologia é desconhecida. crescimento limitado, contudo, alguns odontomas complexos podem
levar a expansão óssea.

TUMORES ODONTOGÊNICOS MESENQUIMAIS/


ECTOMESENQUIMAIS
Fibroma odontogênico central

É um tumor benigno, incomum, com predileção pela quarta década


de vida e mulheres.
Radiograficamente, os pequenos
fibromas odontogênicos tendem a
Tumores não odontogênicos
ser lesões bem definidas, Osteoma
uniloculares, radiolúcidas, em geral
associadas à região perirradicular É um tumor benigno com predileção por adultos em corpo da
de dentes erupcionados. Lesões mandíbula e côndilo. Radiograficamente: radiopaco arredondado.
maiores tendem a apresentar imagens radiolúcidas multiloculares. O tratamento:
O tratamento é enucleação e curetagem. pequenos osteomas
não necessitam
Mixoma serem tratados e
grandes são tratados
É um tumor benigno, invasivo com alta chance de recidiva.
com excisão
Acometem adultos jovens, 2ª e 3ª década de vida, sem predileção
conservadora.
por gênero.
O diagnóstico diferencial: Toros, Osteíte Condensante, Esclerose
Apresenta como uma lesão radiolúcida uni ou multilocular, que pode
óssea.
deslocar ou causar a reabsorção dos dentes na região do tumor.
A características radiográfica é: “raquete de tênis.” Osteossarcoma
O tratamento é excisão cirúrgica. Diagnóstico diferencial: É um tumor maligno e de etiologia
Ameloblastoma. desconhecida, com predileção pelo
sexo masculino, 3ª década de vida e
leve predileção pela mandíbula. Causa
mobilidade dentária, dor, obstrução
nasal, tumefação, reabsorção
radicular.
Radiograficamente: “raios de sol”
(25%), esclerose extensa, mista,
Diagnóstico diferencial: Ameloblastoma e Displasia Fibrosa. O
Obs.: a diferença entre o mixoma e o ameloblastoma é: o
tratamento é a essecção cirúrgica.
ameloblastoma é mais arredondado e o mixoma tem as trabéculas
mais verticais, quase que em 90 graus. Tratamento de tumores
Cementoblastoma
▸ Enucleação e/ou curetagem;
É um tumor benigno com predileção por mandíbula. Acometem ▸ Marsupialização;
pessoas em 2ª e 3ª décadas de ▸ Crioterapia;
vida. É uma massa radiopaca ▸ Eletrocauterização;
▸ Exérese em bloco e com margem de segurança;
fusionada a raiz com banda
▸ Radioterapia – Quimioterapia.
radiolúcida.
Muitos autores consideram o cementoblastoma uma variante do
Enucleação: é uma técnica cirúrgica para remoção (excisão) de uma
osteoblastoma.
massa inteira, sem dissecação. É feito em tumores com baixa
O tratamento é: extração cirúrgica do dente juntamente com a capacidade de recidiva, tumores menores e localizados em áreas
massa. de fácil acesso.
Fibroma cemento-ossificante Marsupialização: é uma opção de tratamento que visa estabelecer
cirurgicamente uma comunicação entre a cavidade patológica e o
Acomete principalmente pessoas em meio bucal, eliminando a pressão no interior da lesão, o que
3ª e 4ª décadas de vida com invariavelmente leva à redução progressiva da mesma. Pouco usada
predileção por mulheres. A área de em tumores.
pré-molares e molares inferiores é o
sítio mais afetado (mandíbula).
A maior parte da saliva é gerada pelas 3 glândulas salivares algumas semanas. Geralmente as lesões de glândulas, levam ao
maiores. Além disso, existem várias glândulas salivares menores rápido aumento de volume das glândulas.
que são extremamente pequenas. Estas glândulas estão localizadas
Sintomas sistêmicos: febre, principalmente associada a um
abaixo do revestimento dos lábios, palato, língua, no interior das
bochechas, nariz, seios paranasais e laringe. rápido aumento das glândulas, leva a hipóteses de doenças
inflamatórias.
Mudança no padrão de evolução do tumor: é sinal de
alerta para possíveis diferenciações maligna do tumor.
No exame clínico, a oroscopia é feita com três manobras
semiotécnicas: inspeção, palpação e ordenha bidigital.

Métodos de imagens
Os métodos de imagens que podem ser utilizados na patologia de
glândulas salivares são: ultrassonografia, sialografia (não muito
Glândula parótida: é a maior glândula salivar (20 a 30g), responsável utilizada), tomografia, ressonância e biópsias.
por mais ou menos 30% da produção da saliva. O ducto de cada
glândula desemboca em frente ao segundo molar superior. As Ultrassonografia
secreções são predominantemente serosas.
É um exame não invasivo, de
Glândulas submandibular: tamanho médio (12 a 15g), responsável fácil acesso, baixo custo. Não
por mais ou menos 60% da produção da saliva. As secreções são utiliza radiação e não
mistas. apresenta efeitos colaterais.
Avalia, diagnostica e
Glândula sublingual: são pequenas (2 a 3g), responsável por 5% da
caracteriza as alterações
produção da saliva. As secreções são predominantemente
das glândulas salivares.
mucosas.
Através da ultrassonografia
A saliva apresenta a função de lubrificação, digestão e imunidade.
vai diagnosticar possíveis
Em casos de déficit da função o paciente terá dificuldades para
sialoadenite – inflamações das glândulas salivares.
engolir, falar, para usar próteses e ficará mais suscetível a úlceras
orais e infecções oportunistas. Sialografia
Na anamnese do paciente existem informações muito importantes Exame que estuda as
que são referências a algumas alterações das glândulas salivares. glândulas salivares com um
meio de contraste iodado
• Dor e Edema São informações infundido no ducto. Avalia o
• Xerostomia importantes na grau de destruição do ducto
• Alteração de sabor investigação visando a ou da glândula. É contra
• Acometimento uni obtenção do indicada em processos inflamatórios agudos.
ou bilateral diagnóstico Estes exames permite uma boa avaliação dos lobos superficiais da
parótida e submandibular, e permite também uma boa
Idade do doente: doente mais jovem tem maior chance de ter diferenciação entre massas intra ou extraglandulares.
processos inflamatórios, como uma parotidite viral. Esse exame permite também a diferenciação de lesões malignas
de benignas em cerca de 90% dos casos.
Tempo de evolução: processos neoplásicos geralmente têm
histórias mais longas, ao passo que os não neoclássicos duram Tomografia
É um exame padrão para lesões de Alterações inflamatórias e infecciosas
massas, ou seja, lesões tumorais de
glândulas salivares. Parotidite epidêmica (caxumba)
Exame de eleição na pesquisa de É uma infecção causada por um
patologia inflamatória aguda e nas vírus da família
dilatações profundas. Realiza a Paramyxoviridae, afetando
identificação de cálculos e avaliação principalmente jovens entre os
de massas. 15 anos. Causa um aumento
Ressonância magnética difuso das glândulas. A glândula
parótida é envolvida com mais frequência.
Não é um exame muito utilizado por dentistas. É um excelente
Características clínicas: os sintomas prodrômicos incluem febre
exame para qualquer lesão de tecido mole.
baixa, cefaleia, mal-estar, anorexia e mialgia. O aumento de volume
Produz imagens que permitem determinar o tamanho e a das glândulas e a dor apresentam pico típico dentro de dois a três
localização da patologia das glândulas salivares. dias.
Padrão outro para qualquer lesão de tecido mole. Diagnóstico: é feito com base nas manifestações clínicas ou
comumente usadas são as demonstrações da IgM específica para
caxumba.
Tratamento: natureza paliativa. Repouso, administrando
antipiréticos e analgésicos sem aspirina.
A caxumba atualmente é bem controlada devido a vacinação. Com
12 meses tem a 1ª dose, com 18 meses a 2º dose. Pessoas com
É um exame difícil, pois ele é contrario do que é visto nos demais 18 messes a 49 anos tomam duas doses com intervalo de 30 dias.
exame, ou seja, tudo que é hipertenso ou radiopaco, na ressonância Parotidite aguda supurativa (P.A.S)
aparece ao contrário.
É uma infecção piogênica aguda das
Biópsia
glândulas parótidas, podendo também
É feita a biópsia PAAF (punção aspirativa por agulha fina. Essa acometer as outras glândulas maiores.
biópsia é feita a colheita do material no interior da parótida, e ai Afeta principalmente pacientes idosos
vai diferencia através do exame histopatológico, se é uma lesão debilitados. O Streptococcus aureus e o
maligna ou benigna, e o nome da lesão. Streptococcus Viridans são as bactérias
mais comumente isoladas de pacientes
A biópsia poderá ser associada com a ultrassonografia para com PAS.
punção mais efetiva.
Quando for realizado a ordenha da glândula, vai sair pus.
Patologias das glândulas salivares Características clínicas: aumento de volume da glândula e dos
tecidos adjacentes, acompanhado de dor, podendo acompanhar
As glândulas salivares tanto maiores como menores podem ser
febre e mal estar
acometidas por doenças de etiologia distinta em especial por
alterações infecciosas/inflamatórias, alterações de retenção ou Diagnóstico: é feito com base nas manifestações clínicas. É
de extravasamento de muco e neoplasias (benignas e malignas). realizado cultura e antibiograma, para orientar o tratamento.
Tratamento: antibióticos e bochechos com água morna. Associam-
Não
se outros medicamentos, como analgésicos, antitérmicos e
inflamatórias Crescimento
em volume antinflamatórios.
Inflamatórias Metabólicas celular Parotidite crônica
Agudas ou cônicas Anomalias de
secreção Cistos
Tumores Pode ser a evolução da P.A.S ou atingir indivíduos em melhor estado
Nutrição geral de saúde, consequentemente mais resistentes à infecção.
Mesmas bactérias da P.A.S.
Características clínicas: evolução de curso lento com aumento Características clínica: principalmente guiado pela xerostomia,
progressivo de uma das glândulas parótidas sem outra dificuldade de deglutição, alteração de paladar, podendo apresentar
sintomatologia, com eventual obstrução do ducto parotídeo, por úlceras e queilite angular.
acúmulo de coleção purulenta com restos celulares e bacterianos.
Diagnóstico: a biopsia incisional das glândulas salivares menores do
Diagnóstico: é feito com base nas manifestações clínicas. lábio inferior é utilizada.
Tratamento: antibióticos e bochechos com água morna. Associam- Tratamento: o principal tratamento do paciente com síndrome de
se outros medicamentos, como analgésicos e antitérmicos. Sjögren é o de suporte.
Parotidite recorrente

É uma inflamação recorrente em glândula parótida, geralmente


associada com sialectasia não-obstrutiva nesta glândula.
Usualmente acompanhados de febre e mal estar geral. Pode haver
saída de saliva muco-purulenta através do ducto à compressão da
parótida e muitas vezes o volume de secreção está diminuído. A
idade de prevalência tem sido relatada com variação de 8 meses a Alterações obstrutivas
16 anos.
Mucocele
Características clínicas: redução no fluxo salivar, dor, febre,
leucocitose e mal-estar geral. É uma lesão comum da mucosa
oral resultante da ruptura de um
Diagnóstico: é feito com base nas manifestações clínicas.
ducto de glândula salivar e do
Tratamento: apenas sintomático e de suporte. extravasamento de mucina para
dentro dos tecidos moles
Muita das vezes é feito um exame de sangue, para observar a
vizinhos. Resultante de um
queda dos números de leucócitos.
trauma local. Atinge principalmente lábio inferior. Não é um cisto
Sialometaplasia necrosante verdadeiro, já que não apresenta revestimento epitelial interno.

Surge através de um trauma São mais comuns em crianças e adultos jovens. O tempo de lesão
que acaba necrosando as é variável, uns ficam por poucos dias e outros por muitos.
glândulas menores do palato Apresenta um liquido claro. Muitas vezes é rompida pelo próprio
(anestesia). Muitas vezes paciente.
indolor, é condição auto
limitante de seis a dez semanas. Características clínicas: aumentos de volume mucosos
Na periferia da área necrótica, ocorre inflamação, enquanto os arredondados, flutuante e firme a palpação, de cor azulada ou da
ductos adjacentes sofrem hiperplasia regenerativa e tornam-se mucosa.
sólidos, mostrando metaplasia pavimentosa. Diagnóstico: é feito através da biopsia excisional.
Características clínicas: tumoração ou lesão ulcerada no palato Tratamento: remoção da lesão.
duro, com um ou dois centímetros de diâmetro.
Rânula
Diagnóstico: é feito com base nas características clínicas.
É um termo usado para mucoceles
Tratamento: a lesão se resolve espontaneamente, com tempo
que ocorrem no assoalho de boca.
médio de cicatrização de cinco a seis semanas.
Se localiza lateralmente à linha
Distúrbios auto-agressivos média do assoalho.
Ao contrário da glândula submandibular, a glândula sublingual produz
Síndrome de Sjogren
um fluxo contínuo de muco, mesmo na ausência de estimulação
É uma doença autoimune crônica sistêmica que envolve neural, o que contribui para a sua capacidade de produzir rânula
principalmente as glândulas salivares e lacrimais. Resultando em após a ruptura de um de seus múltiplos ductos.
xerostomia e xeroftalmia (ausência do líquido lacrimal). A causa é Normalmente aparecem em um tamanho muito grande.
desconhecida. Atinge principalmente mulheres em meia idade.
Características clínicas: aumento de volume arredondado flutuante, década de vida. Pode provocar reabsorções do osso palatino ou do
de coloração azulada, no assoalho bucal. rebordo alveolar. Pode causar paralisia do nervo facial.
Diagnóstico: remoção da glândula sublingual e/ou marsupialização. Características clínicas: aumento de volume de crescimento lento.
A dor constante é o achado clínico mais comum e mais importante.
Tratamento: remoção da lesão.
Diagnóstico: através de TC.
Sialolitíase
Tratamento: excisão cirúrgica com margem de segurança.
Formação da estrutura mineralizada no interior dos ductos
salivares excretores. Mais comum na glândula submandibular. É
comum o cálculo ser expelido espontaneamente pela pressão que
a saliva retida exerce, deslocando-o, desobstruindo o ducto,
diminuindo a dor e o volume desta estrutura.
Pode ser expelido naturalmente, pode ser expelido por ordenha,
mas pode atingir tamanhos grandes que não dá para expelir
naturalmente e nem por ordenha. Carcinoma mucoepidermóide
Características clínicas: aumento de volume da glândula afetada,
Neoplasia maligna mais comum. A patogênese é incerta, sendo
usualmente durante a alimentação (maior fluxo salivar), associada
mais comum na parótida. Pode acometer indivíduos de todas as
a desconforto ou discreta sintomatologia dolorosa. Cálculo palpável.
idades, sem predileção de gênero.
Diagnóstico: realizar uma radiografia oclusal total de mandíbula.
Características clínicas: aumento de volume assintomático.
Tratamento: remoção da lesão. Flutuantes e apresentam coloração azulada ou vermelha.
Diagnóstico: através de exame clínico e complementares e biópsia
para confirmação.
Tratamento: determinado pela localização, pelo grau histopatológico
e estágio clínico do tumor. Em estágio avançado é necessário
remoção total da glândula.
Entre os diagnósticos diferenciais podemos citar lesões como o
Tumores de glândulas salivares adenoma pleomórfico, carcinoma adenoide cístico, sialometaplasia
necrosante e outras lesões malignas.
Adenoma pleomórfico

É uma neoplasia de glândula


salivar mais comum, benigna.
Maior prevalência no sexo
feminino, acima dos 50 anos de
idade. Mais comum no palato duro.
Características clínicas: evolução
Radiograficamente, o CME apresenta-se como uma imagem
lenta, provocando nódulos firmes
radiolúcida multi ou unilocular de margens bem definidas e
à palpação, é indolor e algumas vezes autolimitado, principalmente frequentemente localizada no ramo da mandíbula.
quando se localiza na parótida.
Diagnóstico: através de tomografia computadorizada e a
ultrassonografia, podendo também utilizar a sialografia.
Tratamento: cirúrgico.
Cilindroma (carcinoma adenoíde cístico)

É uma neoplasia maligna comum. Atinge principalmente o palato


duro. Atinge pacientes principalmente entre a quarta e sexta Carcinoma adenoma pleomórfico
Representa uma transformação maligna dentro de uma lesão
benigna prévia (adenoma pleomórfico). Mais comum em adultos de
meia idade e em idosos, com um pico de prevalência da sexta à
oitava décadas de vida.
Quanto mais tempo de adenoma pleomórfico em boca, maior o
risco na transformação maligna.
Características clínicas: massa densa apresentando um rápido
crescimento recente, com dor e ulceração.
Diagnóstico: confirmado por biópsia.
Tratamento: excisão cirúrgica com ampla margem de segurança.
que para os pacientes mais velhos. Portanto, quando possível,
1- Displasia Fibrosa muitos profissionais preferem adiar a cirurgia até que a doença
A displasia fibrosa é uma doença genética rara dos ossos e pode esteja estacionada.
ser dividida em:
As características histopatológicas são: tecido conjuntivo rico em
→ Monostótica: afeta um único osso. fibroblastos e fibras colágenas. A lesão representada por tecido
→ Poliostótica: afeta diversos ossos concomitantemente. conjuntivo fibroso, trabéculas ósseas irregulares e lamelares com
o formato variando do retangular a curvilíneo, além de formações
Nos maxilares é caracterizada por uma expansão óssea esféricas.
assimétrica e geralmente assintomática da área afetada
envolvendo maioritariamente a maxila. O seu tratamento consiste
em três abordagens diferentes que envolvem a proservação, a
terapêutica cirúrgica e a terapêutica medicamentosa.
É uma condição benigna que se caracteriza pela proliferação e
substituição do tecido ósseo por tecido fibroso. Essa doença
geralmente inicia-se na infância e progride até a puberdade e Displasia fibrosa monostótica
adolescência. O osso caracteriza por trabéculas finas e pequenas
que podem ser removidas pela raspagem com curetas cirúrgicas. Acomete um único osso, sendo frequentemente encontrado na
O leito cirúrgico é pouco sangrante e não há delimitação entre o maxila. Causa assimetria facial, o limite da lesão é indefinido e pode
osso saudável com o displásico. ser uni ou multiloculares. Acontece nas três primeiras décadas de
vida. Homens e mulheres são afetados com igual frequência.
O paciente vai apresentar as seguintes características:
O crescimento geralmente é lento, e é comum o paciente ter
Queixa: aumento volumétrico indolor ou por achado radiográfico de
consciência da condição por vários anos antes de procurar uma
rotina. avaliação profissional. Ocasionalmente, o crescimento pode ser
Clinicamente: aumento de volume não ulcerado (lesão não ulcerada), bastante rápido. Os dentes envolvidos na lesão em geral
epitélio íntegro. permanecem firmes, mas podem ser deslocados pela massa óssea.

Radiograficamente: aspecto de vidro despolido. Quando possui crescimento lento, geralmente, é assintomática. Já
com crescimento rápido o paciente geralmente relata dor.
Diagnóstico: quase sempre é clínico e radiográfico.
Tratamento: pode ser somente proservar ou em alguns casos em
que tem um aumento muito grande é feito a remodelação cirúrgica.
A remodelação cirúrgica deve ser indicada após o término do
crescimento do paciente, caso realizada antes a recidiva é quase
que certa (peça cirúrgica deve ser enviada para exame
anatomopatológico).
Pacientes com mínimos distúrbios estéticos e funcionais podem não
requerer tratamento cirúrgico. Para pacientes jovens com maiores
alterações devido ao tamanho ou extensão da lesão, o
remodelamento cirúrgico, inclusive os procedimentos cirúrgicos
cosméticos e as cirurgias para redução do volume, são
procedimentos que podem ser realizados. De qualquer forma, o
crescimento subsequente irá requerer uma cirurgia adicional.
Aproximadamente, 20% a 50% dos pacientes apresentam algum
crescimento após a cirurgia para redução do volume, e o risco para
um retorno ao crescimento é maior entre os pacientes jovens do
Tratamento: se o paciente não sente nada e o crescimento é → Focal;
controlado o tratamento é só a proservação. Se a lesão crescer → Periapical;
muito o tratamento realizado é uma remodelação cirúrgica. → Florida;
O recontorno cosmético é o mais indicado do que a remoção Displasia cemento óssea focal
completa da lesão.
É representada por uma lesão solitária na região posterior dos
Displasia fibrosa poliostótica maxilares, geralmente na mandíbula e pode esta associada a região
de extração dentaria ou em região que tenha dentes.
Acomete mais de um osso,
Ocasionalmente, ocorre na região periapical dos molares.
apresenta-se antes dos 10 anos
de idade, está associada a A doença é assintomática, e é detectada incidentalmente em
hiperfunção endócrina e seu exames radiográficos. Muitas lesões são menores do que 1,5 cm
tratamento é médico (endócrino). de diâmetro.
Mais rara e envolve os ossos
longos. Acometem os maxilares Radiograficamente a lesão varia desde radiolúcida a radiopaca de
cerca de 10 a 15% dos casos. Existe uma predileção pelo gênero bordas bem definidas. As lesões tendem a ser bem definidas, mas
feminino. as bordas são normalmente ligeiramente irregulares.

Síndrome de MCCune-Albright

McCune-Albright, caracterizado por displasia fibrosa poliostótica,


pigmentação café au lait (café com leite) e múltiplas
endocrinopatias.
A pigmentação café au lait
pode ser congênita e consiste Displasia cemento óssea periapical
em manchas acastanhadas
bem definidas. As manchas, A displasia óssea periapical envolve predominantemente a região
geralmente unilaterais, anterior da mandíbula, ou seja, a região periapical dos dentes
afetam a pele, apesar de o anteriores da mandíbula e apresenta estreita relação com os
envolvimento na mucosa oral ser possível. ápices dentários. Lesões solitárias podem ocorrer, mas múltiplos
focos estão presentes. Os dentes associados às lesões são vitais
O paciente apresenta maturidade sexual precose, desordens e quase nunca têm restaurações.
endócrinas das glândulas pituitária, tireoíde e adrenais. Num estudo
da displasia fibrosa craniofacial, principalmente ocorrendo na Existe uma predileção marcante pelas mulheres e 70% dos casos
síndrome de McCune-Albright, pesquisadores relataram várias afetam negros. Os dentes associados às lesões são vitais e quase
anormalidades dentárias, incluindo deslocamento, oligodontia, nunca têm restaurações.
hipoplasia e hipomineralização de esmalte, taurodontia e retenção
dos dentes decíduos. Apresentam 3 fases:

2- Displasia cemento óssea 1. Fase inicial- osteolítico: é bem radiolúcida. Aparecem como
áreas radiolúcidas circunscritas envolvendo a área periapical,
É a lesão fibro-óssea mais comum e caracteriza-se por um acompanhada de destruição óssea (confunde-se com cisto ou
processo de etiologia desconhecido que ocorre na região periapical granuloma).
de áreas dentadas, no qual ocorre a substituição do tecido ósseo 2. Estagio intermediário ou cementoblastico: apresenta áreas
por tecido fibroso. Tem predileção por mulheres negras de meia- mistas.
idade. 3. Estágio de maturação: é bem radiopaca.
Esta lesão está confinada às regiões com estrutura periodontal,
ou seja, o dente tem vitalidade. Tem predileção por mulheres
negras de meia-idade.
Com base nas características clínicas e radiográficas, as displasias
ósseas incluem as seguintes variações:
Displasia cemento óssea florida pré-molares e molares inferiores é o sítio mais afetado. As lesões
maxilares tendem a envolver o seio maxilar.
A displasia óssea florida usualmente afeta os dois lados da
mandíbula e de maneira simétrica embora os 4 quadrantes
também possam estar envolvidos na lesão. Essa forma afeta
predominantemente mulheres, com predileção marcante por
adultos de meia-idade a idosos.
É caracterizada por pequenas lesões que parecem fundir -se em
massas escleróticas lobuladas, quase sempre em áreas edêntulas
dos maxilares. As lesões podem atingir grandes proporções e até
irromper na cavidade bucal. Por conta do osso esclerótico As lesões pequenas são assintomáticas e detectadas apenas ao
apresentar menor celularidade, esta lesão apresenta maior exame radiográfico. Lesões maiores resultam em aumento de
propensão à infecção e é frequente a ocorrência de osteomielite volume indolor do osso. Podem causar assimetria facial. Algumas
crônica. lesões podem se tornar maciças e causar considerável
deformidade. Dor e parestesia são raras. Muitos exemplos são
solitários, de qualquer forma, lesões múltiplas sincrônicas foram
raramente relatadas, sendo um achado isolado ou um componente
da síndrome do hiperpatireoidismo e tumores maxilo-mandibulares.

Tratamento e prognóstico: a natureza circunscrita do fibroma


ossificante geralmente permite enucleação da neoplasia com
relativa facilidade. Lesões grandes com considerável destruição
óssea podem necessitar de ressecção cirúrgica e enxerto ósseo.
A recidiva após a remoção completa da lesão é incomum. Em geral,
o prognóstico é muito bom e não existe aparente potencial para a
transformação maligna.
Fibroma ossificante convencional
Em alguns momentos a doença pode ser assintomática e
descoberta apenas quando as radiografias são obtidas por algum O fibroma ossificante convencional ocorre nas regiões onde de
outro motivo. Em outros casos, o paciente pode se queixar de dor suporte dentário e apresenta ligeira predileção pela região
surda, fístula alveolar e exposição do osso avascular na cavidade posterior da mandíbula e por pacientes do sexo feminino com idade
oral. Embora com rara proeminência, a expansão dos ossos média de 35 anos.
gnáticos pode ser evidente. Radiograficamente, apresenta-se como uma lesão mista bem
Cuidados: circunscrita com graus variáveis de calcificação. Dada a natureza
bem circunscrita do FO convencional, o tratamento pode ser a
→ Proservação; proservação ou cirúrgico e a taxa de recidiva é baixa. Lesões
→ Reforço de higiene oral; maiores podem requerer intervenções mais invasivas.
→ Se começar a erupcionar, o paciente vai começar a sentir
dor, podendo haver uma inflamação e pode ter a evolução
para osteomielite onde o tratamento é com uso de antibiótico
terapia.

3- Fibroma ossificante
É uma neoplasia verdadeira com potencial de crescimento. São
relativamente raros.
Fibroma ossificante juvenil
Os fibromas ossificantes ocorrem em uma variada faixa etária,
com o maior número de casos encontrados durante a terceira e a Inclui dois subtipos que apresentam um comportamento mais
quarta década de vida. Existe uma predileção pelo gênero feminino, agressivo apresentando crescimento mais rápido, localmente
com maior envolvimento da mandíbula que o da maxila. A área de infiltrativo e com tendência à recorrência. As características
radiográficas dos FO juvenis são semelhantes às do FO
convencional, porém envolvimento de estruturas anatômicas
adjacentes é relativamente comum.

5- Osteíte condensante
4- Querubismo É uma resposta osséa a um processo inflamatório crônico de baixa
É uma condição rara de intensidade. Consiste em área radiopaca na raiz do dente em
desenvolvimento dos ossos mandíbula, assintomática, sem abaulamento das corticais.
gnáticos que é geralmente É identificado por radiografia de rotina, sendo que o diagnóstico é
herdada como um traço eminentemente clínico/radiográfico, não requerendo tratamento,
autossômico dominante com apenas acompanhamento radiográfico.
expressividade variável
Esta doença normalmente se
torna evidente por volta dos dois
a cinco anos de idade, apesar de os casos leves não serem
diagnosticados antes dos 10 a 12 anos de idade. Geralmente, as
alterações clínicas progridem até a puberdade e então se
estabilizam e regridem lentamente.

As bochechas rechonchudas, que dão o aspecto de face de


querubim, ocorrem devido à expansão indolor e simétrica da região
posterior da mandíbula. Nos estágios iniciais da doença, a
linfadenopatia cervical acentuada pode ocorrer contribuindo para
a aparência arredondada. Em casos graves, o envolvimento da
região inferior e/ou lateral da órbita desloca os globos oculares
para cima, e puxa a pálpebra inferior para baixo, expondo a
margem da esclera notada abaixo da íris, produzindo o aspecto de
“olhos voltados para o céu”.

Ao exame radiográfico observam-se multiloculações radiolúcidas


bilaterais expansivas.

Tratamento: é a remodelação cirúrgica, porém deve ser bem


avaliada, pois as alterações ósseas são significativas tornando a
remodelação óssea possível em não atender as expectativas do
doente, além do risco de infecção.

5- Síndrome de Eagle
Caracterizada pela calcificação ou fibrose do ligamento
estilohioideo. O achado radiográfico é o alongamento, visível do
processo estilóide. Os sintomas presentes podem ser dor na região
da cabeça e pescoço, o paciente queixa-se de dor durante a
movimentação da cabeça, deglutição ou bocejo.

Tratamento: pode ser desnecessário, porém, dependendo dos


sintomas a escolha é cirúrgica.
O câncer bucal é uma doença de etiologia multifatorial. Seu Obs: fator de risco não é agente etiológico. Portanto, caso o
tratamento e prognóstico são guiados pelo estadiamento clínico. paciente já tenha propensão a desenvolver o câncer e fuma,
Atualmente, observa-se o aumento da incidência desses tumores essa propensão é potencializada.
na população brasileira, criando a possibilidade do futuro
profissional atender um paciente submetido a tratamento Epidemiologia do carcinoma de mucosa
oncológico específico ou para avaliá-lo antes do tratamento.
bucal
Para o diagnóstico, preparo do paciente antes do tratamento,
tratamento específico e tratamento das sequelas do câncer de Idade: tumores malignos epiteliais são mais comuns nos adultos
boca, é necessário que os alunos tenham informações sobre o acima dos 50 anos.
problema em específico. Ainda que ele não se torne especialista,
é imperativo que tenha condições de prevenir complicações que Sexo: quanto ao câncer de boca, os pacientes do sexo masculino
poderão advir de uma indicação ou procedimento incorreto. são mais afetados do que os do sexo feminino na proporção de 4
homens para cada mulher.
Segundo a última classificação da OMS (2005), as lesões
cancerizáveis são chamadas de lesões precursoras e são Raça/cor: no Brasil, a raça branca é mais acometida.
distintas das condições cancerizáveis.
Antecedentes familiares: estudos apontam que se
Lesões precursoras: estão incluídas a leucoplasia, a
houverem casos na família, seus descendentes apresentam
eritroplasia e a queilite actínica.
maior possibilidade de desenvolver um tumor em alguma época da
Condições cancerizáveis: estão incluídas a leucoplasia vida.
verrucosa proliferativa, deficiência de ferro, líquen plano bucal, Vícios: tabagismo e etilismo.
fibrose submucosa oral, sífilis, lúpus eritematoso, xeroderma
pigmentoso e epidermólise bolhosa distrófica (tipo hallopeau- Localização do tumor: tumores de lábio possuem
siemens). evolução clínica diferente dos carcinomas de boca, que por sua
vez também diferem dos tumores de orofaringe, mesmo todos
Fatores de risco sendo carcinomas.

Aspecto clínico do tumor: as lesões ulceroinfiltrativas


possuem evolução mais agressiva que aqueles ulcerovegetantes.

Estadiamento clínico: é o responsável pela determinação


tanto da indicação terapêutica quanto do prognóstico.

Prevenção
O câncer passa por três fases:

Prevenção primária

Visa ações ou iniciativas que possam reduzir a incidência e a


prevalência da doença, modificando os hábitos, buscando
interromper ou diminuir os fatores de risco como o tabaco, o Obs: o padrão ouro está relacionado com a biópsia, a biópsia é o
álcool e a exposição solar dos lábios, antes mesmo que a doença exame fisico da cavidade que melhor detecta sinais de alterações
se instale. epiteliais.

Prevenção secundária
Biópsia incisionais
Visa o diagnóstico precoce da doença em uma fase anterior ao
São feitas as biópsias incisionais quando há suspeita de câncer.
paciente apresentar alguma queixa clínica.
Em biópsia incisional, deve ser removido um fragmento
O câncer bucal pode levar meses antes de apresentar algum expressivo da lesão que contenha, também, margem de tecido
sinal ou sintoma percebido pelo paciente e o diagnóstico precoce clinicamente saudável.
dessa doença faz com que os níveis de cura alcancem mais de
Se a lesão for única deve ser feito uma biópsia em triângulo,
90% dos casos.
removendo parte de tecido saudável e parte de tecido doente.
Prevenção terciária

Visa limitar o dano, controlar a dor, prevenir complicações


secundárias e melhorar a qualidade de vida durante o tratamento.

Sinais e sintomas

Nos casos mais avançados, observa-se:

 Dificuldade de mastigação e de engolir; Se a lesão está muito espalhada recolhe-se a lesão em dois locais
 Dificuldade na fala; diferentes.
 Sensação de que há algo preso na garganta.

Autoexame
 É necessário que o CD (cirurgião-dentista) ensine o
paciente a realizar o autoexame uma vez por ano.
 Necessário verificar: lábios, língua (principalmente as
bordas), assoalho (região embaixo da língua, gengivas,
mucosa jugal (bochecha), palato (céu da boca) e tonsila
ou amígdala.
Evolução das lesões cancerizáveis
Possuem uma característica de evolução, por isso é necessário
Exame clínico ter cuidado e cautela com esse tipo de lesão. A evolução segue a
seguinte forma:

1. Mucosa normal;
2. Leucoplasia fina e lisa;
3. Leucoplasia com espessura fissurada;
4. Leucoplasia verrucosa granular;
5. Eritroleucoplasia (lesão vermelha e esbranquiçada).

Exemplos de lesão cancerizáveis

Leucoplasia

Pode ser representado por inúmeras doenças que se iniciam com


lesões brancas.
Carcinoma epidermoide ou espinocelular (CEC)

Podem aparecer em diferentes condições anatômicas, como:


mucosa julgal, região intermaxilar, região palatal, língua e dorso.

Eritroplasia

Em virtude de ser considerada lesão com potencial de


transformação maligna para carcinoma epidermoide dez vezes
maior do que as leucoplasias, é citada na literatura com a
denominação eritroplasia de Queyrat. Deve-se ter um cuidado
especial com esta patologia apesar de ser rara em mucosa bucal.

CEC em língua

Queilite actínica

O CD (cirurgião-dentista) passa a não enxergar o contorno labial CEC com invasão dos tecidos adjacentes
do paciente, mais frequente em pacientes idosos. É considerada
como uma lesão que possui um potencial de transformação
maligna variando entre 12 e 20%.

CEC com metástase em linfonodos

Leucoplasia verrucosa

É uma lesão que está associada ao HPV, lesão papilosa.


CEC com metástase a distancia, em pulmões  T3: acima de 4 cm;
 T4a: lábio-infiltrando estruturas adjacentes;
 T4a: boca-cortical óssea, músculos profundos da língua,
seios maxilares ou pele da face;
 T4b: invade espaço mastigador. Lâminas pterigoideas,
base do crânio ou carótida interna.

Para metástase regional


 No: sem evidência de metástase regional;
 N1: linfonodo ipsilateralaté 3 cm;
CEC e seus aspectos de invasão óssea (aspecto de  N2a linfonodo ipsilateralentre 3 e 6 cm;
 N2b: linfonodos ipsilaterais< 6 cm;
roído de traça e flutuação dental)
 N2c: linfonodo contralateral ou bilateral;
 Nx: linfonodos regionais não podem ser avaliados;
 N3: linfonodo acima de 6 cm.

Parametástase à distância
 Mx: Metástase à distância não pode ser avaliada;
 Mo: Sem evidência de metástase à distância;
 M1: Presença de metástase à distância.

Obs: baseado no estadiamento, biópsia, exames de imagem e


Estadiamento clínico do tumor exames clinicos é que o medico ou ancologista conseguirá traçar
juntamente com o cirurgião a melhor abordagem para cada caso.
É uma estimativa da extensão da doença com base nos
resultados do exame físico, exames de imagem (raio-x,
tomografia computadorizada e dentre outros) e biópsia de tumor.
Tratamentos do câncer bucal
Para alguns tipos de câncer, os resultados de outros exames, Cirurgia
como os de sangue, também são utilizados no estadiamento.
A cirurgia oncológica é o mais antigo tipo de terapia contra o
A necessidade de classificar os casos de câncer em estádios
câncer. É o principal tratamento utilizado para vários tipos de
baseia-se na constatação de que as taxas de sobrevida são
câncer e pode ser curativo quando a doença é diagnosticada em
diferentes quando a doença está restrita ao órgão de origem ou
estágio inicial.
quando ela se estende a outros órgãos. Estadiar um caso de
câncer significa avaliar seu grau de disseminação. A cirurgia também pode ser realizada com objetivo de
diagnóstico, como na biopsia cirúrgica, alívio de sintomas como a
Classificação do tumor dor e em alguns casos de remoção de metástases quando o
paciente apresenta condições favoráveis para a realização do
Legenda das siglas (T, N, M): procedimento.

T: tumor Sequelas cirúrgicas

N: nódulo  Dificuldade de fonação e mastigação


M: metástase

Tumor primário não pode ser avaliado


 To: sem evidência de tumor primário;
 Tis: carcinoma in situ;
 T1: até 2 cm;
 T2: de 2 a 4 cm;
 Dificuldade de fonação e deglutição Sequelas da quimioterapia

Tratamento radioterápico com quimioterapia adjuvante para


tratamento único de lesões inoperáveis.

 Mucosite oral e infecções fúngicas oportunistas

 Sequelas cirúrgicas extraorais (afundamento na região


cirúrgica)

 Infecções fúngicas e mucosite oral

Pode-se reabilitar um paciente que teve sequelas com


Infecções fúngicas: caso tenha algum paciente que necessita
afundamento na região cirúrgica com prótese bucomaxilofacial
fazer extração dentária usa-se a laser terapia para acelerar a
cicatrização.

Mucosite oral: durante toda a sessão de quimioterapia realiza-se


a laser terapia.

Radioterapia

É o uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o


Quimioterapia crescimento das células anormais que formam um tumor. Existem
vários tipos de radiação, porém as mais utilizadas são as
O tratamento quimioterápico utiliza medicamentos eletromagnéticas (raios-x ou raios gama) e os elétrons
anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um (disponíveis em aceleradores lineares de alta energia).
tratamento sistêmico, atinge não somente as células cancerosas
como também as células sadias do organismo. De forma geral, a Embora as células normais também possam ser danificadas pela
quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns radioterapia, geralmente elas podem se reparar, o que não
quimioterápicos possam ser administrados por via oral e pode ser acontece com as células cancerígenas. A radioterapia é sempre
feita aplicando um ou mais quimioterápicos. cuidadosamente planejada de modo a preservar o tecido
saudável, tanto quanto possível. No entanto, sempre haverá
A quimio de acordo com seu objetivo, pode ser: tecido saudável que será afetado pelo tratamento, provocando
possíveis efeitos colaterais.
Curativa: usada com o objetivo de obter o controle completo do
tumor. Existem vários tipos de radioterapia e cada um deles possui uma
Adjuvante: realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as indicação específica dependendo do tipo de tumor e estadiamento
células cancerígenas remanescentes, diminuindo a incidência de da doença, são eles:
recidiva e metástases à distância.
Neoadjuvante: realizada para reduzir o tamanho do tumor,  Radioterapia externa;
visando que o tratamento cirúrgico possa ter maior sucesso.
 Radioterapia conformacional 3D;
Paliativa: sem finalidade curativa, é utilizada para melhorar a
 Radioterapia de intensidade modulada (IMRT);
qualidade da sobrevida do paciente.
 Radiocirurgia estereotáxica (Gamma Knife)
 Braquiterapia.
cavidade bucal. A laser terapia tem papel anti-inflamatório,
A radioterapia pode ser utilizada como o tratamento principal do analgesia e condição de abreviar o ciclo das lesões.
câncer, como tratamento adjuvante (após o tratamento
cirúrgico), como tratamento neoadjuvante (antes do tratamento  Hipossalivação (maior incidência de cárie e maior
cirúrgico), como tratamento paliativo (para alivio de sintomas da incidência de doença periodontal).
doença como dor ou sangramento) e para o tratamento de
metástases.

Sequelas da radioterapia

Tratamento cirúrgico com radioterapia adjuvante para


tratamentos de margens comprometidas. A radioterapia irá
regredir o tamanho do tumor e irá exterminar as células doentes
que estão ao redor da lesão. Esses tipos de paciente apresentam falta de verificação de
sabor e dificuldade de deglutição.
 Radiodermite (queimadura do tecido onde a radioterapia
está sendo aplicada)  Alterações da qualidade da saliva (dificuldade na
formação do bolo alimentar, afinal, a saliva estará mais
espessa).

 Trismo (ausência da capacidade do paciente de abrir a


boca)

 Infecções fúngicas oportunistas (colonização bacteriana,


presença de candida).

 Mucosite oral (aparecimento de ulcerações na cavidade


bucal)

 Cárie de radiação (destruição total do dente, ficando


apenas a parte radicular).

A mucosite oral é muito comum, hoje em dia o padrão ouro de


tratamento é a laser terapia.

A laser terapia possui um papel essencial e pode-se fazer o  Osteorradionecrose (necrose do osso alveolar
tratamento preventivo da mucosite antes de aparecer. É adjacente)
importante marcar com o paciente 3 dias antes da
radioterapia/quimioterapia e realizar uma abordagem cirúrgica na
Principais complicações do tratamento
 Radiodermite
 Osteorradionecrose
 Xerostomia
 Mucosite oral
 Pigmentação dental
 Cárie de radiação
 Osteorradionecrose  Necrose de tecido mole

Fatores que influenciam no


prognóstico
Idade: tumores epiteliais possuem melhor prognóstico quando
acometem pessoas adultas. Por outro lado, os tumores
mesenquimais evoluem mais agressivamente nos pacientes
adultos. O contrário ocorre nos pacientes jovens e crianças.

Sexo: pessoas do sexo feminino possuem melhor prognóstico


que as do sexo masculino, independentemente do estadiamento
clínico.

Aspecto clínico do tumor: as lesões infiltrativas


possuem pior prognóstico que as vegetantes, pois a evolução do
tumor tende a ser mais rápido.

Estadiamento clínico: quanto maior for o estadiamento


clínico, pior será o prognóstico.

Localização anatômica: a evolução do tumor depende


da região anatômica que ele está, pois interferirá na drenagem
linfática e na metástase à distância.

Linfonodos cervicais: o acometimento dos linfonodos


cervicais pelo câncer (metástase linfonodal cervical) tem
influência direta no prognóstico da doença.

Infiltração vascular: é quando o patologista observa a


presença de células tumorais invadindo a luz do vaso sanguíneo,
tumorais invadindo a luz do vaso sanguíneo, fato que propicia a
metástase à distância.
Referências bibliográficas
Marcucci, Gilberto, Estomatologia / Gilberto Marcucci; coordenação Oswaldo Crivello Junior. - 2. ed. São Paulo : Guanabara Koogan, 2014.

Passarelli, Dulce Helena de Rosa Cabelho, Atlas de estomatologia: casos clínicos / Dulce Helena de Rosa Cabelho Passarelli. –1. ed. – Rio de
Janeiro: Elsevier, 2017.

Fundamentos de odontologia: estomatologia / editor Gilberto Marcucci ; coordenador da série Oswaldo Crivello Junior. - 3. ed. - Rio de
Janeiro:Guanabara Koogan, 2020.

Kignel, Sergio, Estomatologia : bases do diagnóstico para o clínico geral / Sergio Kignel. - 3. ed. - Rio de Janeiro : Santos, 2020.

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