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Universidade Federal da Paraíba

Hospital Universitário Lauro Wanderley


Residência de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial

TRAÇADO cefalomÉtricO na
cirurgia ortognática

Residente: Carlson Leal

João Pessoa, 2021


O QUE É?
Cefalometria é a ciência que,
metodologicamente, estuda as dimensões das
estruturas do crânio e da face, incluindo os
tecidos moles e de revestimento.
Na odontologia, refere-se a certa combinação
de medidas angulares e lineares
desenvolvidas para o traçado de radiografias
laterais e frontais do complexo
craniofacial.
Arnett and Bergman, 2004; Ricketts, R. M, 1975; Tweed, C. H.,1944.
HISTÓRIA
HISTÓRIA

• Os egípcios descobriram as proporções divinas


por análise e observação, procurando medidas
que permitissem dividir a terra de modo exato
a partir do homem; encontraram que o corpo
humano mede o mesmo em altura e em
largura com os braços abertos, e que o umbigo
é o ponto de divisão da altura.

• Hipocrates (460-375 a.C.), pioneiro da


antropologia física, deixou numerosas
descrições de variações na forma dos crânios.

Princesa Nefertiti (período Amarna 1350-34 AC)


HISTÓRIA

• Leonardo da Vinci (1452-1519): desenhava


figuras de rostos humanos nas quais traçava
nas quais traçava linhas retas entre diferentes
pontos, unindo estruturas anatômicas
homólogas. As variações na direção de tais
linhas denotavam desvios nas estruturas
faciais.

https://www.rocco.com.br/blog/abaixo-a-normalidade/

Desenhos de rostos por Leonardo da Vinci. “As proporções humanas', 1490.


HISTÓRIA

• Albrecht Durer (1471-1528): elaborou um


estudo das proporções faciais humanas por
meios de sistemas de coordenadas verticais e
horizontais.

Albrecht Durer
Configuração dos diferentes tipos faciais, por Durer.
HISTÓRIA

• Petrus Camper (1722 – 1789) abriu a porta


para avaliação antropométrica com métodos
de determinação etnográfico da forma facial e
foi, provavelmente, o primeiro a empregar
ângulos em medição da face. Sua linha facial
tornou-se a medição universal para o estudo
do rosto humano.

• Os termos prognata e ortognáta estão ligados


às ilustrações de forma facial de Camper no
homem e nos primatas, e marcou o início da
medição científica do crânio humano, que foi
baseado na linha facial de Camper (a projeção
https://www.rocco.com.br/blog/abaixo-a-normalidade/
para a frente do incisivo superior ângulo
tangente ao osso frontal) e facial (formado Estudos do desenvolvimento facial e craniano de Camper, 1760.

pela a linha de referência horizontal e a linha


facial).
HISTÓRIA

• XIII Congresso Geral da Sociedade de Antropologia


Alemã (realizado em Frankfurt-am-Maine em 1882) foi
aceito um método comum para a observação dos
crânios como plano de orientação. Toda a observação
e descrição do crânio passaram a ser feitas na
suposição de que o crânio esta com este plano na
horizontal.

• Paul W. Simon ((1883-1957) em 1923,, usando


métodos antropológicos, concebeu a prótese para o
rosto e crânio em três planos do espaço: Frankfurt,
orbital e sagital médio.

WAHL, N., 2006.


HISTÓRIA

• Broadbent, 1931: publicou “A new X-ray


technique and its application to orthodontics”.
Utiliza um cefalostato de sua própria
concepção, de excelente qualidade e precisão.
Impõe, definitivamente, o método de
mensuração em radiografias da face, como
uma avaliação cientifica para os problemas
ortodônticos, com a padronização da posição
da cabeça do paciente, em relação a fonte do
raio x.

• A radiografia produzida por este dispositivo


recebeu o nome de telerradiografia por ser
tomada a uma certa distancia padronizada
(1,52m), o que ampliava as imagens,
compatíveis com as exigência clínica (de 5 a
10%).
BROADBENT, B. H., 1931.
Traçado Predictivo

• O traçado predictivo consiste de traçado cefalométrico simplificado feito em papel de acetato


sobre telerradiografia de perfil ou em programas de computador, que tem como objetivo
reproduzir as modificações que ocorrerão na face de acordo com a cirurgia proposta.

• Finalidades do traçado predctivo:

✓ Testar opções;
✓ Definir o procedimento;
✓ Definir a extensão dos movimentos e sua estabilidade;
✓ Permitir um meio de diálogo entre a equipe e o paciente;
✓ Predizer o resultado estético pós-operatório com o perfil do paciente;
✓ Ajudar a determinar a sequência do tratamento ortodôntico-cirúrgico;

• Limitações: planejar movimentos transversos e assimétricos.


Traçado Predictivo

• Material necessário:
➢ Negatoscópio;
➢ Papel de acetato Ultraphan;
➢ Grafite;
➢ Borracha;
➢ Durex;
➢ Régua milimetrada;
➢ 1 transferidor;
➢ 1 esquadros;
➢ “Template”
Desenhos anatômicos
Desenhos anatômicos
Pontos anatômicos na
telerradiografia de perfíl
Pontos anatômicos

S
Pontos anatômicos

N
Pontos anatômicos

Gb
Pontos anatômicos

Pn
Pontos anatômicos

Sn
Pontos anatômicos

Ls
Pontos anatômicos

St
Pontos anatômicos

Li
Pontos anatômicos

Or
Pontos anatômicos

Co
DesenhPontos anatômicos os anatômicos

Po
Pontos anatômicos

ENA
Pontos anatômicos

ENP
Pontos anatômicos

Ptm
Pontos anatômicos

Pt
Pontos anatômicos

A
Pontos anatômicos

B
Pontos anatômicos

Pg ou P
Pontos anatômicos

Pg’
Pontos anatômicos

Me
Pontos anatômicos

Me’
Pontos anatômicos

Gn
Pontos anatômicos

Go
Pontos anatômicos

Ba
Pontos anatômicos

Pontos anatômicos na
ad

Telerradiografia Frontal
bt

bl
pm
Pontos anatômicos na Cefalometria Frontal

CG: Crista Galli


ZL: Zigomático frontal (E)
CG CG ZR: Zigomático frontal (D)
CNL: Cavidade Nasal (E)
CNR: Cavidade Nasal (D)
ANS: Espinha Nasal anterior
JR: Ponto Jugal (D)
CNR CNL CNR CNL
JL: Ponto Jugal (E)
AZ: Arcos Zigomáticos
A1: Ponto entre I.C.S.
B1: Ponto entre I.C.I.
ME: Protuberância Mentoniana
GA: Pontos antegonianos

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Dimensão transversal nasal (CNR-CNL):

➢ medida horizontal entre os pontos CNR e CNL.

Norma clínica: 25,0 mm aos 8,5 anos de idade. Este


fator aumenta 0,5 mm/ano.

CNR CNL Desvio clínico: ±2,0 mm.

Interpretação:
O espaço transversal respiratório e a simetria nasal,
segundo Ricketts(2001) são de preocupação imediata. Os
casos indicados para disjunção maxilar merecem uma
correlação entre a largura maxilar e a largura nasal

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Dimensão transversal maxilar (JR-JL):

➢ medida horizontal entre os pontos JL e JR.

Norma clínica: 55,0 mm aos três anos de idade. Este


fator aumenta 1,0 mm/ano.

CNR CNL Desvio clínico: ±2,0 mm.

Interpretação:
A distância interjugal é tomada para representar o osso
basal e, consequentemente, a dimensão transversal da
maxila. Clinicamente, trata-se de um fator que ajuda na
decisão sobre a quantidade de disjunção maxilar quando
indicada.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Dimensão transversal mandibular (AG-AG):

➢ Medida horizontal ponto a ponto.

Norma clínica: 76,0 mm. Aumenta 1,35 mm/ano a partir


dos nove anos.

CNR CNL Desvio clínico: ±3,0 mm.

Interpretação:
Este fator é importante na avaliação dos tipos
faciais(morfologia da mandíbula). Nos padrões
braquifaciais esta medida se mostra aumentada, ao
contrário nos padrões dolicofaciais.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Dimensão maxilomandibular direita (JL-ZL/GA):

➢ Medida entre o ponto jugal JL até a linha


facialfrontal (ZL/AG).

Norma clínica:10,0 mm aos oito anos de idade. Aumenta


0,4 mm por ano.
CNR CNL
Desvio clínico: ±1,5 mm.

Interpretação:
A maxila normal apresenta-se com 80% da largura da
mandíbula. A largura da maxila aumenta com o
crescimento numa taxa de 2,0 mm a cada cinco anos.
Informa sobre a natureza esquelética das mordidas
cruzadas.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Simetria Postural Mandibular:

➢ Medida que vai da protuberância mentual (ME) ao plano


sagital mediano. ME à direita deverá ser anotado com
sinal positivo e à esquerda com sinal negativo.

Norma clínica: 0,0 mm


CNR CNL
Interpretação:
O centro do mento pode estar fora do plano sagital
mediano devido à causa morfológica e/oufuncional. As
assimetrias faciais devido à mandíbula podem ser
avaliadas com segurança, através deste fator.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Simetria do maxilar:

➢ Medida realizada do ponto da espinha nasal anterior


(ANS) ao plano sagital mediano.

Norma clínica:0,0 mm

CNR CNL Interpretação:


Ricketts afirma que as maxilas podem ser assimétricas. A
ANS em vista frontal é considerada como estando no topo
da sutura maxilar mediana. O sinal será positivo quando
o desvio é para à direita e negativo quando à esquerda.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Inclinação do Plano Oclusal:

➢ Distância entre as medidas dos pontos ZL-ZR ao plano


oclusal nos níveis dos molares direito e esquerdo.

Norma clínica:0,0 mm

CNR CNL Interpretação:


Um valor fora dessas normas representa uma inclinação
do plano oclusal. Deve se alertar para problemas de
assimetria esquelética e DTM’s.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006; CDEO. SISSY V., HERNANDEZ GARCIA.


Medidas esqueléticas na Cefalometria Frontal

CG ❑ Linha média dos incisivos:

➢ Distância entre as linhas médias dos incisos


superiores e inferiores

Norma clínica:0,0 mm

CNR CNL Interpretação:


Descreve a relação das linhas medias dos incisivos
centrais superiores com inferiores.

JOÃO M. BAPTISTA, 2006.


Linhas e planos anatômicos
na telerradiografia de perfil
Linhas e planos anatômicos

Po

Or

Plano de Frankfurt
Linhas e planos anatômicos

ENP
ENA
Plano Palatino
Linhas e planos anatômicos

Plano Oclusal
Linhas e planos anatômicos

Plano Mandibular
Go

Me
Linhas e planos anatômicos

Na

Ba
Plano Ba-Na
Linhas e planos anatômicos

S
Na

Linha Sela-Násio
Linhas e planos anatômicos

Na

Linha Facial Superior


ou
A
linha Na-A
Linhas e planos anatômicos

Na

Linha Na-B

B
Linhas e planos anatômicos

Plano Dentário
A ou
Linha facial inferior

Pg
Linhas e planos anatômicos

Pn Plano Estético
ou
Linha E

Pg’
Linhas e planos anatômicos

Na

Linha N-Lábio superior


Ls
Linhas e planos anatômicos

Base do nariz
Linhas e planos anatômicos

Lábio superior
Pontos anatômicos

ad
pm Distância Nasofaríngea
bt
e
bl
Orofaríngea
Linhas e planos anatômicos

Eixo dos Incisivos


Superiores
Linhas e planos anatômicos

Eixo dos Incisivos


Inferiores
Linhas e planos anatômicos

Sn Linha Vertical Verdadeira


LVV
Análises Cefalométricas

❑ Ricketts ❑ Tweed
❑ USP ❑ Donws
❑ Holdaway ❑ Steiner
❑ McNamara ❑ Wits
❑ Jarabak ❑ Interlandi
❑ Arnett ❑ Entre outros
Análise Cefalométrica de Ricketts

• Ricketts, em 1957, considerou que entre os principais objetivos do tratamento ortodôntico


deveriam estar o equilíbrio e harmonia da estética facial. O autor realizou um estudo utilizando
fotografias de modelos e artistas de cinema com excelentes perfis e, em seguida, apresentou uma
linha que procurava quantificar a beleza facial, a Linha ou Plano estético.

Plano Facial

Cinco pontos cefalométricos principais:

Plano de Frankfurt
1. Ponto Cc (centro do crânio),
Plano Estético 2. Ponto Na (násio),
Plano Palatino 3. ENA (espinha nasal anterior),
4. Ponto Pm (suprapogonio)
- 2 a -4mm
5. Ponto situado na intersecção do Plano
0 a -2mm
Estético de Ricketts com o Plano Oclusal
Funcional.

RICKETTS, R. M, 1975.
Análise cefalométrica da Tweed

• Com o propósito de comparar, relacionar e definir padrões e medidas confiáveis que, o profesor Charles
Tweed, em 1954, publicou a clássica análise cefalométrica, baseada nos padrões faciais (FMA – Frankfurt
Mandibular Angle) e na posição dos incisivos inferiores ( IMPA – Incisor Mandibular Plane Angle) para
fazer diagnóstico, plano de tratamento e decidir o prognóstico.

Valores normais:
1 FMA : 25°
2 IMPA: 90°
3 FMIA: 65°

TWEED, C. H.,1944.
Análise cefalométrica de Holdaway

• Holdaway, em 1975, com o objetivo de proporcionar aos Ortodontistas uma análise do perfi l facial
mole, introduziu uma linha traçada tangente ao mento mole e à porção mais anterior do lábio
superior, denominando-a de linha “H” e avaliou a relação entre os incisivos inferiores e o mento
através do Postulado de Holdway.

91°
19mm
91°
19mm
0mm
0mm15m
3+-1 mm 3+-1 mm
15mm

4-6mm
Gandini Jr., L. G., 2005
Análise Cefalométrica da USP

• A análise da USP vem sendo aplicada nos cursos de mestrado, doutorado e especialização da
Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. A mesma foi desenvolvida utilizando
medidas cefalométricas já existentes e descritas na literatura as quais foram agrupadas em
campos a fim de permitir que o profissional faça a interpretação adequada de cada área e
tenha, no final da mesma, todas as informações necessárias para um correto diagnóstico e
plano de tratamento.

❑ A análise cefalométrica padrão UNESP-AR


é dividida em 7 campos:

A) Posição da maxila e da mandíbula;


B) Relação maxilo-mandibular;
C) Análise vertical;
D) Análise do padrão dentário;
E) Análise do perfil;
F) Discrepância cefalométrica;
G) Vias aéreas.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Posição da Maxila e da Mandíbula

➢ Ângulo formado pela intersecção das


linhas SN e NA.

➢ Norma clinica: 82°+/- 2º

➢ Interpretação:
Mostra a posição ântero-posterior da
maxila em relação à base do crânio.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Posição da Maxila e da Mandíbula

➢ Ângulo formado pela intersecção das linhas SN


e NB.

➢ Norma clinica: 80°+/- 2º

➢ Interpretação:
Mostra a posição ântero-posterior da
mandíbula em relação à base do crânio.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Posição da Maxilo-mandibular

➢ Ângulo formado pela intersecção das linhas


NA e NB.

➢ Norma clinica: 2°+/- 2º

➢ Interpretação:
Representa a relação maxilo-mandibular no
sentido ântero-posterior. Quando a linha
NB estiver à frente da linha NA, este
ângulo deve receber o sinal negativo.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Análise vertical

➢ Ângulo formado pela linha SN com o plano


GoMe.

➢ Norma clinica: 32°+/- 4º

➢ Interpretação:
Representa a inclinação do plano
mandibular em relação à base anterior do
crânio e auxilia na interpretação da
tendência de crescimento no sentido
vertical do paciente.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Análise vertical

➢ Ângulo formado pela linha SN com o plano


GoMe.

➢ Norma clinica: 32°+/- 4º

➢ Interpretação:
Representa a inclinação do plano
mandibular em relação à base anterior do
crânio e auxilia na interpretação da
tendência de crescimento no sentido
vertical do paciente.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Análise do padrão dentário

➢ Ângulo IMPA

➢ Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo


inferior com o plano mandibular (GoGn).

➢ Norma clinica: 87°+/- 5º

➢ Interpretação:
Indica a inclinação axial dos incisivos
inferiores em relação a sua base óssea.

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Análise do padrão dentário

➢ Ângulo 1.NA

➢ Ângulo formado pela intersecção do longo


eixo do incisivo superior com a linha NA

➢ Norma clinica: 22°

➢ Interpretação:
Indica a inclinação axial deste dente
em relação a sua base óssea

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica da USP

❑ Análise do padrão dentário

➢ Ângulo 1.NB

➢ Ângulo formado pela intersecção do longo


eixo do incisivo inferior com a linha Nb

➢ Norma clinica: 25°

➢ Interpretação:
Indica a inclinação axial dos incisivos
inferiores com sua base óssea

Gandini Jr., L. G., 2005


Análise Cefalométrica dos Tecidos Moles
(ACTM) por Arnett

• Arnett usa a ACTM criada por Mclaughlin, Bennet e Trevisi, em 2002.

• A ACTM inclui valores normais de várias características do perfil e da harmonia facial e levou em
consideração somente 7 fatores (2 fatores dentários e 5 fatores tegumentares) para propor uma
Análise Cefalométrica Sumária de Tecidos Moles.

• Inicialmente, os autores conceituaram “a posição ideal dos incisivos” no planejamento do tratamento.

• A linha vertical verdadeira (LVV) foi estabelecida como uma linha perpendicular à posição horizontal
natural da cabeça, passando pelo ponto subnasal (Sb). Esta análise poderia ser utilizada para o
diagnóstico dos fatores dento esqueléticos, das estruturas do tecido mole, das projeções a partir
da LVV, do equilíbrio entre a maxila e a mandíbula, os lábios, o pogónio e da harmonia total da face.

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet

➢ POSTURA NATURAL DA CABEÇA

Arnett and Bergman, 1993.


Análise de Arnet

➢ CÔNDILOS EM POSIÇÃO CÊNTRICA

Arnett and Bergman, 1993.


Análise de Arnet

➢ POSTURA RELAXADA DOS LÁBIOS

Arnett and Bergman, 1993.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

LVV: Linha Vertical Verdadeira


Gl’ ou G: Glabela mole
P: Pronasal
P
Sn: Subnasio
ALS: Anterior do Lábio Superior
Sn ALI: Anterior do Lábio Inferior
St: Stômio
St ALS
Pg’: Pogônio mole
ALI Me’: mento mole
CC: Ponto pescoço-garganta

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet

LVV
Gl’

Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet

LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet

LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet

LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC
Comprimento do lábio superior 19-22 mm
Arnett and Bergman, 2004.
Análise de Arnet

LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC
Comprimento do lábio inferior 42-48 mm
Arnett and Bergman, 2004.
Análise de Arnet

LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC
Proporções labiais 1 : 1,2
Arnett and Bergman, 2004.
Análise de Arnet

LVV
Gl’

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

Torque dos incisivos superiores


em relação ao plano oclusal

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

Torque dos incisivos inferiores


em relação ao plano oclusal

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’
Exposição dos incisivos
superiores

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

Espessura do lábio superior

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

Ângulo do lábio superior

P
Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’
Projeção do nariz

Sn

St ALS

ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’

Ângulo naso-labial

P
Sn

St ALS

ALI
Mulheres Homens

Pg’
Ângulo nasolabial (graus) (C-Sn-ULA) 85-105 F > M

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnet
LVV
Gl’
Ângulo do plano oclusal

P
Sn

St ALS
93° a 97°
ALI

Pg’

Me’
CC

Arnett and Bergman, 2004.


Análise de Arnett

• Glabela fica 2mm a frente do tecido


mole do násio.

• Parte mais convexa do olho fica 2-4 mm


anterior ao tecido mole da rima orbital.

• Este perfil entre olho e rima orbital é


pode ser chamado de “achatado”,
“mole”, “normal” ou “proeminente”.

Arnett and Bergman, 2004.


MEDIDAS ARNETT

Formato do rosto
- Largura facial - Larga, estreita, curta, longa ou redonda
- Zy-Zy - Avaliação subjetiva
- Go'-Go ‘ - Largo, estreito
- Altura facial - Largura bigonial é 30% menor que Zy-Zy

- Postura da cabeça - Posição natural da cabeça


- Postura dos lábios - Lábios relaxados
- Relação dos côndilos - Relação Centrica (superior na FG)
Terços faciais
- 1/3 Superior (H-Mb) - 55-65 mm
- 1/3 médio (Mb-Sn) - 60-68 mm
- 1/3 inferior (Sn-Me ‘) - 60-68 mm

Comprimentos dos lábios


- Superior (Sn-ULI) 19-22 mm
- Inferior (LLS-Me‘) 42-48 mm
- Proporções labiais (Sn-ULI * ILLS-Me ') 1:2,2

- Exposição do incisivo para lábio superior relaxado (ULI-MxlE) 1-5 F>M

- Exposição dos IS e tecido gengival no sorriso 3/4 da altura da coroa até 2 mm de gengiva F> M

Vermelhão do lábio
- Superior 6-9mm
- Inferior 8-12mm
Arnett and Bergman, 1993.
Análise de Arnett

MEDIDAS ARNETT

Ângulo do perfil (graus) (G'-Sn-Pg’) 165-175F > M

Ângulo nasolabial (graus) (C-Sn-ULA) 85-105 F > M

Maxila (sulco e contorno) Plano, curva suave ou acentuada

Mandíbula (sulco e contorno) Plano, curva suave ou acentuada

Pogônio subnasal (Sn-Pg ‘)

Lábio superior 3 +- 1
Lábio inferior 2+-1

Comprimento da garganta curto, normal, longo, flácido, reto

Arnett and Bergman, 1993.


REFERÊNCIAS

• BROADBENT, B. H. A new X-ray techinique and its application to orthodontia. Angle Orthod, Appleton, v. 1, n. 2, p. 45-66, Apr.1931.

• BRODIE, A. G. et al. Caphalometric appraisal of orthodontic results. Angle Orthod, Appleton, v. 8, n. 4, p. 261-265, 1938.

• WAHL, N. Orthodontics in Millenia. Chapter 7 : Facial analysis before the advent of the cephalometer. American Journal of Orthodontics and Dentofacial
Orthopedics,129 (2), pp. 293-298, 2006.

• Arnett and Bergman. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part I. American Journal of ORTHODONTICS and DENTOFACIAL ORTHOPEDICS,
Volume 103 Number 4 April 1993

• William Arnett, G., & Bergman, RT (1993). Chaves faciais para o diagnóstico ortodôntico e o planejamento do tratamento - parte II. American Journal of
Orthodontics and Dentofacial Orthopaedics, Volume 103 Number 5 May 1993.
• RICKETTS, R. M. A four method to distinguish orthodontic changes from natural growth. J Clin Orthod, Boulder, v. 4, p. 208- 228, 1975.

• TWEED, C. H. Indications for the extractions of teeth in orthodontic procedures. Amer.J.Orthodont.Oral Surg.,v 30,p 405-28 Jul/Dec 1944.

• Igor Salmória et al. Arnett and Bergman facial analysis compared with aesthetic perception by lay people and dentists (general practitioners and orthodontists).
Biosci. J., Uberlândia, v. 30, n. 1, p. 297-303, Jan./Feb. 2014.

• Gandini Jr., L. G. Análise cefalométrica Padrão Unesp Araraquara. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 10, n. 1, p. 139-157, jan./fev. 2005.

• João M. Baptista. ANÁLISE CEFALOMÉTRICA FRONTAL DE RiCKETTS: PARADIGMA 2000. OrtodontiaSPO| Jul-Set 2007| V. 40| No 3.

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